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UMA PROPOSTA DE USO DO BSC PARA
A GESTÃO DO SETOR DE PROJETOS E
OBRAS DA FIOCRUZ: EM BUSCA DE
UMA COMPREENSÃO SOBRE A
RELEVÂNCIA ESTRATÉGICA DA
GESTÃO DA INFRAESTRUTURA FÍSICA
PARA O SETOR SAÚDE
Maria Cristina Feital Ribeiro (ENSPFIOCRUZ)
CRISTIANE MACHADO QUENTAL (ENSPFIOCRUZ)
Sandra Regina Holanda Mariano (UFF)
Este artigo trata de uma proposta de criação de valor para um dos
processos-chave da Diretoria de Administração do Campus da
Fundação Oswaldo Cruz (DIRAC/Fiocruz) - o do Departamento de
Projetos e Obras (DPO) e seus trabalhadores do conheciimento da
área de infraestrutura física em saúde. A utilização dos conceitos do
Balanced Scorecard vem ao encontro da busca de valoração da gestão
e dos conhecimentos sobre infraestrutura física de Unidades
Operacionais de Saúde, enfatizando a relevância desses conhecimentos
para a estratégia de crescimento e manutenabilidade do locus das
atividades de pesquisa e produção desenvolvidas. Tal compreensão
pode contribuir para a gestão da infraestrutura física do setor saúde
no Brasil repercutindo positivamente no Complexo Econômico-
Industrial da Saúde - CEIS, no SUS e, consequentemente, na
sociedade. O estudo de caso contempla uma exploração da
problemática do cenário atual versus as suas possíveis causas.
Apresenta questões estratégicas de valoração para o setor, além de
sugerir alguns objetivos estratégicos que poderão responder a estas
questões, vislumbrando a possibilidade de fomentar uma reflexão sobre
a relevância estratégica da gestão da infraestrutura para o setor
saúde.
Palavras-chaves: Planejamento Estratégico, Inovação Organizacional,
Setor Público, Infraestrutura, Saúde
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1 A Fundação Oswaldo Cruz – um Instituto de P&D em saúde no Brasil e a
infraestrutura física de suporte as suas atividades
À medida que a Fiocruz se estabelece como um Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento em
Saúde, obrigatoriamente, ela passa a cumprir um papel altamente especializado e dependente
de tecnologia (GELIJNS & ROSEMBERG, 1995 apud. ALBUQUERQUE et all, 2004). Nesta
correlação, a sua complexa infraestrutura física - locus das atividades de ciência e tecnologia
desenvolvidas, remonta há mais de um século de existência e vem permitindo que esta
instituição atue intensamente dentro do contexto do Sistema Nacional de Inovação em Saúde
(SNIS), do Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS) brasileiro (GADELHA, 2002) e
do Sistema Único de Saúde (SUS).
A Diretoria de Administração do Campus – DIRAC/Fiocruz, paralelamente ao crescimento,
ampliação geográfica e tecnológica dessa instituição, vem estendendo suas atividades e
processos de trabalho com base na exigência de acompanhar essa evolução. A expansão
geográfica, a incorporação de novas atividades, a capacidade tecnológica, produtiva e de
inovação da Fiocruz vêm se ampliando cada vez mais e a questão do apoio, suporte e
acompanhamento tecnológico a toda a infraestrutura física denotam um campo de
questionamentos e desafios imensos.
Em se tratando de ambientes físicos, equipamentos mecânicos, eletro-mecânicos e eletro-
eletrônicos hospitalares e laboratoriais, sistemas e redes integradas e/ou especiais
alimentadoras e coletoras - como parte importante das estruturas funcionais da atenção à
saúde -, Donabedian (1981) trata a infraestrutura como um dos três componentes (estrutura,
processo e resultado) da Qualidade aplicada aos cuidados de saúde, definindo-a como “as
características estáveis dos prestadores de serviço, as ferramentas e os recursos disponíveis e
o contexto físico e organizacional no qual trabalham”.
No contexto desse Instituto Público, essa infraestrutura física é composta pelas edificações -
aqui denominadas de Unidades Operacionais de Saúde (UOS), constituídas por laboratórios
de pesquisa básica e aplicada; laboratórios de criação e experimentação de animais; fábricas
de medicamentos, de vacinas, de biofármacos e de reagentes para diagnósticos; hospitais de
referência de média e alta complexidade; postos de saúde; setores administrativos, de
segurança e transporte; setores de suporte técnico (oficinas, depósito de resíduos, depósitos de
materiais químicos, radioativos e inflamáveis); escolas; creche; bibliotecas; restaurantes, entre
outros.
Atualmente, a estrutura física da Fiocruz é composta por mais de 250 edificações (Relatório
do SIENGE) dispostas em onze Campi (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador,
Recife, Manaus, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pernambuco, Ceará e Piauí), comportando
20 Unidades (Portal Fiocruz, 2007) nas quais são desenvolvidas diversas categorias de
atividades vinculadas à saúde. Somente no Campus de Manguinhos no Rio de Janeiro, com
cerca de 800.000m2 de área, é possível encontrar um complexo sistema de infraestrutura
física com aproximadamente 185 edificações com graus de complexidade variados.
1.1 Um aspecto do cenário contemporâneo na área da saúde: a infraestrutura física
como alvo
Na medida em que a percepção sobre os conceitos de biossegurança, sobre as exigências
legais, ambientais e sanitárias, sobre o impacto dos novos procedimentos e tecnologias e sobre
a humanização e o acolhimento dos ambientes de saúde tornam-se cada vez maiores e
fundamentais para a pesquisa, para o ensino, para a assistência e à inovação em saúde, os
gestores profissionais e técnicos do setor começam a submeter à infraestrutura física de saúde
a critérios mais eficazes e de maior eficiência. Começam a considerá-la como uma área de
conhecimento e de gestão específicas. Embora isto seja dito e percebido, é preciso não perder
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de vista o planejamento estratégico para as transformações e inovações organizacionais das
unidades de apoio à infraestrutura física em saúde e de seus processos de trabalho intrínsecos,
além das competências que precisam ser implementadas, reorganizadas, adquiridas ou
desenvolvidas para acompanhar tamanha visão de futuro frente às tecnologias emergentes.
Em 1999, Lastres (1999) já comentava sobre uma marcante característica associada às novas
estratégias e formatos organizacionais da chamada economia da informação e do
conhecimento. “As empresas e demais instituições vêm reestruturando suas funções e
atividades, assim como vêm definindo e implementando novas estratégias de atuação,
desenvolvendo e adotando novos desenhos organizacionais, novos instrumentos e
metodologias operacionais”. Lastres (1999) coloca ainda que “tais formatos - apoiando-se e
beneficiando-se dos meios técnicos atualmente disponíveis para veiculá-los, igualmente
baseiam-se crescentemente em informação e conhecimento”.
No mundo contemporâneo e no que se refere à infraestrutura física, a principal necessidade
explícita para o desenvolvimento tecnológico e inovação em uma instituição de pesquisa em
saúde pública é realizar um planejamento adequado que garanta que haverá condições de
abrigar e manter fisicamente cada nova iniciativa ou Projeto da instituição. Tais argumentos
também nos motivam a pressupor que a valoração da gestão da infraestrutura física em saúde,
além de contribuir para as atividades operacionais cotidianas e decisões estratégicas, permite
uma reflexão sobre os ativos intangíveis tais como aprendizagem organizacional, aprendizado
e criação de conhecimento sobre as UOS. E dessa forma, proceder a uma reflexão sobre a
relevância do conhecimento produzido na organização gestora da infraestrutura física visando
a ampliação e desenvolvimento contínuo desse arcabouço - “a organização, vista como um
agente inovador, que acumula competências e atua em um ambiente em permanente mutação”
(QUEIROZ, 2006).
Entende-se que há uma necessidade de visão integrada entre saúde e desenvolvimento capaz
de vislumbrar, de forma abrangente para o país, a relevância do potencial desse setor no
contexto do desenvolvimento nacional onde a Fiocruz representa um micro complexo
econômico-industrial da saúde (GADELHA, 2002; GADELHA, 2003) com resultados
altamente positivos e que precisam ser mantidos e ampliados. No entanto, precisam ser
considerados, neste aspecto, a importância e o valor da gestão de sua infraestrutura física,
objetivando as realizações das atividades de P&D e de Ciência e Tecnologia para o
fortalecimento do SNIS, do CEIS e do SUS.
2 Objetivo do estudo: em busca de uma compreensão
A partir dessas reflexões relatadas, o presente artigo baseou-se no interesse de observar esse
contexto de modo que possa fomentar uma compreensão sobre a relevância estratégica da
gestão da infraestrutura física para o setor saúde no país. Através da proposta de utilização
dos conceitos da ferramenta BSC, ou Balanced Scorecard, como meio de criação de valor
para o Setor de Projetos e Obras de um Instituto Público de P&D em Saúde no Brasil, o
estudo de caso tem a pretensão de contribuir para que uma organização pública de gestão da
infraestrutura física de saúde converta seus vários ativos planejados em resultados para o
contexto da Fiocruz e consequentemente para a sociedade. O recorte foi focado no
Departamento de Projetos e Obras (DPO) por este ser um dos processos-chave da DIRAC e
conter em seu quadro de mão-de-obra os denominados Profissionais do Conhecimento -
engenheiros e arquitetos (conforme uma caracterização de Laudon & Laudon, 2007), somados
à produção de conhecimento e informação específicas da área de infraestrutura física gerados.
3 O Planejamento Estratégico nas organizações contemporâneas e os ativos intangíveis
Segundo Kaplan e Norton, estudiosos do tema planejamento estratégico e criadores da
metodologia BSC, a estratégia pode ser entendida simplesmente como um “conjunto de
hipóteses sobre causas e efeitos” (KAPLAN e NORTON, 1996). Mintzberg e Quinn (2001),
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por exemplo, argumentam que estratégia pode ser definida como um plano, uma rota, um
curso de ação conscientemente elaborado para guiar a organização através do tempo e desta
forma “as estratégias possuem duas características essenciais: são preparadas previamente às
ações para as quais se aplicam e são desenvolvidas consciente e deliberadamente”. Além
disso, Pfeiffer (2000) também coloca que o planejamento estratégico apresenta dois
propósitos centrais, ou seja, a concentração e direcionamento das forças internas à
organização e a análise ambiental com vistas à sua adaptação aos desafios emergentes. Já no
sentido de planejar a estratégia, o BSC pode ser entendido como um sistema para mensuração
do desempenho empresarial para além dos convencionais indicadores financeiros até então
enfaticamente utilizados como uma proeminente meta a ser alcançada. Associada a essa idéia
Kaplan e Norton (1996) incorporaram a mensuração dos ativos intangíveis contidos nas
organizações como critério de indicadores de desempenho organizacional.
Os ativos intangíveis aos quais esses autores se referem dizem respeito a novos produtos ou
processos inovadores; habilidades, conhecimento, motivação e flexibilidade dos funcionários;
relacionamento e lealdade dos clientes; imagem da empresa; ambiente organizacional,
tecnologias e competências para a estratégia; bancos de dados; sistemas, dentre outros. Para
esses estudiosos, “a competição da era industrial está se transformando na competição da era
da informação” (KAPLAN e NORTON, 1997) e, para tanto, enfatizam que são necessários
métodos para avaliar, orientar e informar a trajetória que as empresas da era da informação
devem seguir para gerar valor futuro, investindo em clientes, fornecedores, funcionários,
processos, tecnologia e inovação. Ao utilizar essa lógica do BSC, os executivos ou gestores
podem vislumbrar a possibilidade de medir o desempenho de suas equipes através de um
conjunto equilibrado, interligado e interdependente de indicadores que lhes permitem
visualizar a empresa de uma forma mais abrangente e sob várias perspectivas ao mesmo
tempo, além de possibilitar a criação de um sistema de aprendizagem sobre a estratégia para a
equipe. Em síntese e baseado em seus criadores, as quatro perspectivas que formam a
estrutura do BSC - elaborada por Kaplan e Norton, propõem fornecer respostas a quatro
questões básicas pré-estabelecidas (Figura 1).
Figura 1: Tradução da Visão e da Estratégia: As 4 perspectivas do BSC. Adaptado de Kaplan e Norton (1996)
Para enfrentar a questão de como orientar as organizações para a “Estratégia”, os criadores do
BSC propuseram cinco princípios básicos, ou seja: esclarecer e traduzir a visão e a estratégia
em termos operacionais; alinhar a organização à estratégia; transformar a estratégia em tarefa
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de todos; converter a estratégia em processo; e, mobilizar a mudança por meio da liderança
executiva (KAPLAN e NORTON, 2000). Dessa forma e com a intenção de criar uma
referencia e traduzir a estratégia em termos operacionais, Kaplan e Norton (2001) ainda
propuseram uma nova estrutura - o “Mapa estratégico”, que representa uma arquitetura lógica
para descrever e comunicar uma estratégia.
Para alcançar esses objetivos, as organizações contemporâneas foram introduzindo outros
componentes tais como Visão e Missão. Nesse sentido e contexto, Visão é compreendida
como sendo um destino específico, uma imagem de um futuro desejado (SENGE, 1990). Já a
Missão de uma organização representa a razão de sua existência (HUNGER & WHEELEN,
1995; COLLINS & PORRAS, 1996); representa um compromisso, uma orientação objetiva
de como a organização precisa atuar para cumprir o que está contido no pensamento
estratégico, na visão e na definição do negócio no qual está inserida (OLIVEIRA, 2006).
3.1 As instituições públicas contemporâneas e a gestão organizacional
Autores como Schedler e Felix (2000) são categóricos em afirmar que “a noção de cliente re-
orienta a autonomia de operação da administração pública para um novo grupo, [...] com
autonomia mais claramente definida em áreas de desempenho e resultados”.
Kaplan e Norton (2004), por exemplo, em se referindo a organizações do governo afirmaram
que as medidas financeiras não são indicadores relevantes desde que a organização esteja
atingindo a sua Missão. Estas afirmações nos remetem a Boyne (2003) quando trata do
desempenho do serviço público para o qual sugere a utilização de referências gerenciais como
indicadores do desempenho do serviço.
Sobre a aplicabilidade do BSC nas organizações do setor público, Kaplan e Norton (2000,
2001, 2004) apresentaram outra contribuição importante: a questão principal é que a
Perspectiva Financeira deixa de ser o maior objetivo. Todos os esforços e objetivos
estratégicos devem ser dirigidos para aquilo para o qual a organização foi criada para realizar.
Assim, a Perspectiva Financeira passa a ser denominada Perspectiva Fiduciária, muito mais a
ver com as características de organizações cujo foco é a sociedade/cliente. Dessa forma, e sem
deixar a lógica do BSC original, a questão é que não se pode aplicar o BSC sem adaptações à
realidade desse setor. No contexto de adaptação, Niven (2003) apresenta uma configuração do
BSC para o setor público na qual toda a estratégia é orientada para a Perspectiva do Cliente.
No Brasil, atualmente o Programa Gespública ou Programa Nacional de Gestão Pública e
Desburocratização tem procurado contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços
prestados aos cidadãos, bem como promover a competitividade do país através da formulação
e implementação de medidas integradas para a transformação da gestão. Trata-se na realidade
de uma busca pela transformação das organizações públicas onde “é priorizado o foco nos
resultados pretendidos pelo planejamento plurianual, a consolidação da administração pública
profissional voltada ao interesse do cidadão e à aplicação de instrumentos e abordagens
gerenciais” (Oliveira, 2006).
4 Métodos aplicados e ferramentas utilizadas
O presente artigo desenvolveu-se a partir do levantamento e análise de problemas elencados
pelos trabalhadores - engenheiros e arquitetos do DPO, através de um brainstorm realizado
em junho de 2008. Nesse brainstorm foram identificados pontos críticos ou “Nós” relativos
aos entraves nos processos de trabalho que mereceriam atenção da gestão, conjuntamente com
proposições de ações visando melhorias. Como resultados, foram gerados dois quadros: o
Quadro dos Pontos Críticos selecionados pela Equipe de Projetos e o Quadro dos Pontos
Críticos selecionados pela Equipe de Obras. Para obtenção das informações estratégicas tais
como Planejamento Estratégico e sobre Missão e Visão, o questionamento foi realizado
diretamente com o Gestor - Chefia de Projetos do DPO, sem a necessidade de questionário
formalizado. Para relacionar e identificar as possíveis causas que influenciam a qualidade de
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projetos e de obras na Fiocruz procurou-se relativizar os “Nós” elencados com as soluções
propostas pela equipe mais a observação participativa do pesquisador, resultando num
Diagrama de Causa e Efeito baseado em Kaoru Ishikawa (1985). Para identificação de cenário
foi elaborada uma Matriz SWOT cujos aspectos basearam-se na observação participativa e
experiência de nove anos do pesquisador na realização dos processos de trabalho
conjuntamente com os elementos dos quadros dos pontos críticos. Com base nesses resultados
foi possível um exercício de aplicação dos conceitos do método BSC, incluindo a elaboração
de um Mapa Estratégico para objetivos operacionais sugeridos, conforme referência da
literatura. Ressalta-se que embora o estudo tenha sido realizado no ano de 2008/2009, em
essência, o cenário continua praticamente inalterado.
5 Resultados e análises
5.1 A gestão da infraestrutura física na Fiocruz: A DIRAC – Perfil e Atuação
A Diretoria de Administração do Campus da Fiocruz é a Unidade responsável pela gestão da
infraestrutura (provimento, manutenção e gerenciamento), objetivando o desenvolvimento
pleno das atividades da instituição. Apresenta-se como uma das quatro unidades técnico-
administrativas subordinadas à Vice-presidência de Desenvolvimento Institucional e Gestão
do Trabalho possuindo quatro Assessorias e cinco Departamentos. No período do estudo e até
a atualidade, a DIRAC é composta de forma matricial formada por um total de mais de 2000
profissionais de nível médio e de nível superior entre terceirizados e servidores públicos.
Todas as Unidades da Fiocruz, situadas ou não no Estado do Rio de Janeiro, são clientes da
DIRAC, reconhecendo-se como fornecedores o mercado privado do setor de bens e serviços
que são adquiridos mediante processos licitatórios.
5.2 A Missão e a Visão da DIRAC
Embora a DIRAC possua uma Missão declarada, ainda não estabeleceu a sua Visão de futuro,
no entanto, a divulgação e a difusão de sua Missão ainda são incipientes. A Missão declarada
pela DIRAC é: “Prover as condições de infraestrutura física para o desenvolvimento das
atividades da Fiocruz”.
5.3 Sobre o Planejamento Estratégico na DIRAC
A DIRAC não vem se utilizando dos conceitos e métodos formais referentes a um
Planejamento Estratégico, embora nos últimos anos grandes esforços tenham sido
empreendidos com cursos de aperfeiçoamento e capacitação em gestão, tanto quanto, com a
formação de Grupos de Trabalho (GT) objetivando discutir os processos organizacionais. Sob
esse aspecto de estratégia, a análise se estabelece pela ausência de um alinhamento declarado
pela alta direção da organização e da própria Fiocruz.
5.4 O Departamento de Projetos e Obras da DIRAC/Fiocruz
O DPO trabalha suas equipes e projetos através de uma estrutura matricial e é composto pelo
Setor de Projetos, pelo Setor de Obras e pela Assessoria de Contratos de Serviços de
Engenharia. A equipe técnica do DPO é formada por 59 profissionais ligados à Arquitetura,
Engenharia, Desenho Industrial e Direito, inclusive Mestres e Doutores. Sinteticamente, o
Setor de Projetos fornece como principais produtos e serviços para as UOS: o planejamento e
estudos de viabilidade; a coordenação de contratos de projetos; a elaboração e
desenvolvimento de projetos básicos e executivos de arquitetura e de todas as disciplinas da
engenharia; a elaboração de orçamentos; o acompanhamento da execução do projeto durante
as obras; além de consultoria técnica sobre projetos em edificações de saúde. O Setor de
Fiscalização fornece como principais produtos e serviços: o gerenciamento de Contratos de
obra verificando o seu cumprimento quanto às Normas estabelecidas em Edital, Legislação de
Segurança do Trabalho e Legislações pertinentes; realiza o acompanhamento técnico da obra
fiscalizando a execução dos Projetos, especificações e planilhas orçamentárias, incluindo,
elaboração de relatórios de acompanhamento das medições, avaliação de Termos Aditivos,
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indicação de multas contratuais, entre outros. Já a Assessoria de Contratos de Serviços de
Engenharia é instância organizacional responsável por acompanhar administrativamente esses
setores ratificando, confirmando ou aprovando determinados atos dos mesmos.
5.5 A Missão e a Visão do DPO
Apenas o Setor de Projetos tem estabelecida uma Missão e uma Visão. A sua Missão é:
“Desenvolver projetos e gerenciar obras de infraestrutura física na área de saúde com
qualidade visando atender às necessidades dos clientes internos e externos”. O Setor de
Projetos criou uma Visão embora não esteja vinculada a planos de metas para alcançá-la nem
a indicadores de acompanhamento e/ou desempenho. A sua Visão é: “Ser, no prazo de 2
(dois) anos, uma equipe mais qualificada e mais integrada com as demais áreas da DIRAC
para a produção de projetos, obras e conhecimento em infraestrutura física de saúde”.
5.6 Sobre o Planejamento Estratégico do DPO
O DPO segue o mesmo modelo da organização DIRAC e não vem se utilizando dos conceitos
e métodos formais referentes a um Planejamento Estratégico.
5.7 DPO - Uma análise do cenário e uma proposta de criação de valor
A intenção deste tópico é vislumbrar metas possíveis de serem alcançadas frente a um cenário
estabelecido (Quadro 1), aos problemas (Quadros 2 e 3), e propor bases de valoração para o
DPO com questões estratégicas na busca de algo que não pode ser ignorado (Figuras 2 e 3).
Figura 2: Estrutura do BSC e as Questões Estratégicas proposta ao DPO. Adaptado de Niven (2003)
Ambiente interno Ambiente externo
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
Alta qualificação do
corpo profissional
Baixo intercâmbio/compartilhamento
com outros setores da organização
sobre informações destinadas ou
originárias do mesmo objeto
(edificação ou áreas dos Campi)
A construção do Centro de
Desenvolvimento
Tecnológico em Saúde
(CDTS), a construção do
Centro Integrado de
Protótipos, Biofármacos e
Reativos para Diagnóstico; as
novas tecnologias para a
pesquisa e assistência
Descentralização dos
serviços ou criação de
serviços de apoio à
infraestrutura pelas
próprias Unidades
Fiocruz
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Interesse dos
profissionais para buscar
melhorias e
aperfeiçoamento
Cultura organizacional com caráter
de Administração Pública
Burocrática e alta visão
departamental/funcional. Baixa visão
de Processos.
Documento FIOCRUZ 2030
visando um palnejamento de
mais largo alcance
Redução da capacidade
tecnológica do Brasil
para o setor saúde.
Corte no orçamento da
saúde pelo Governo
Federal.
Concentração de
recursos humanos com
conhecimento e
experiência na área de
infraestrutura para a
saúde
Ausência de diretrizes estratégicas
determinantes sobre o papel da
DIRAC no desenvolvimento da
Fiocruz e incipientes planejamento e
controle dos processos
Apoio do MS/Governo e a
Nacionalização e
Internacionalização da
Fiocruz (expansão nacional e
internacional), ambas em
desenvolvimento
Baixa capacidade
qualitativa e técnica de
mão-de-obra das
empreiteiras para obras
de pequeno e médio
porte
Recursos financeiros
assegurados pelo
Governo; Alto potencial
para geração e difusão de
conhecimento em
infraestrutura física de
saúde
Cultura organizacional resistente à
mudança; Baixa integração das
equipes multidisciplinares; Baixa
padronização dos processos,
documentos e pouca atenção para
sistemas de armazenamento e difusão
de informação e conhecimentos
A ocupação do Campus
Mata-Atlântica
Quadro 1: Quadro de Análise de Cenário (Matriz SWOT)
Nó Descrição Sugestões para ação
1. Falta de uma Gestão Integrada de Projetos,
buscando a participação na equipe do
projeto de técnicos de outros setores Formalização dos Marcos através de descrição detalhada do processo de
trabalho atual.
Nota: Os marcos indicam a conclusão das fases do processo de projeto
onde cada etapa deverá ter procedimentos de formalização (documentos
a serem assinados pelos profissionais e usuários envolvidos), sem os
quais não se poderá iniciar a etapa subsequente.
2. Faltam procedimentos uniformes e
padronizados para as etapas do processo
3. Falta de conscientização dos Clientes sobre
a importância e complexidade dos projetos
4. Falta de controle das etapas do processo
5. Demanda verbal não formalizada e não
priorizada
Formalização e priorização das demandas através do gestor, inclusive as
demandas da direção e de outros setores da DIRAC
6. Falta de cadastro atualizado das edificações Contratação de atualização cadastral dos edifícios; Incluir item mensal
naa planilha de obra, com a cobrança e pagamento do “as-built; Revisão
da porcentagem do valor do “as-built” em relação ao total da obra; -
Incorporação à base cadastral de toda e qualquer modificação realizada
pelas equipes internas
7. Falta de definição das atribuições e
competências de cada profissional
Elaboração de Organograma e Fluxograma definindo as funções,
atividades, competências e responsabilidades dos profissionais;
8. Falta de análises críticas sistemáticas, a fim
de verificar se o que foi projetado atende ao
que foi planejado;
Reunião da equipe envolvida nos empreendimentos para auto-avaliação
do processo e dos seus resultados.
9. Falta de treinamento do corpo técnico para
trabalhar de acordo com os procedimentos
estabelecidos.
Incentivo à participação em cursos, congressos e convênios
relacionados à ambientes de saúde; - Montagem de uma biblioteca com
informações técnicas e bibliografia pertinente; - Divulgação das
informações técnicas adquiridas pelos profissionais com realização de
palestras, fóruns, etc.; - Capacitação dos profissionais com foco nos
procedimentos internos pré-definidos e planejados;
Quadro 2: Quadro dos Pontos Críticos selecionados pela Equipe de Projetos do DPO
Nó Descrição Sugestões para ação
1. Empresas/empreiteiras ineficientes Implementar restrições no Edital.
2. Faltam detalhes construtivos nos projetos Padronizar detalhes construtivos; - Criar banco de dados de detalhes
incluindo avaliação e divulgação da sua eficiência.
3. Falta de compatibilização entre projeto-
planilha-especificação
Realizar sistemáticas compatibilizações durante o projeto.
4. Falta de avaliação da edificação e dos
projetos após a obra
Acompanhar o desempenho e eficiência da edificação após a entrega da
obra, incluindo o mesmo para projeto, materiais, processos construtivos
e sua influência nos custos e na manutenção; - Implantar Programa de
Avaliação Pós-ocupação (APO) sob coordenação do Setor de
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Manutenção.
5. Falta etapa com tempo mais adequado aos
testes pré-operacionais para o aceite
definitivo da obra.
Incluir no Edital etapa pré-operacional de 30 dias para testes efetivos
simulando o funcionamento integral de todas as instalações e sistemas;
e Alterar o Cronograma do Edital com a inclusão desse item após o
aceite provisório, incluindo a determinação de profissional da
empreiteira destinado exclusivamente para a tarefa de acompanhamento
dos testes supervisionados pela Fiscalização.
6. Prática de aceite provisório sem que o
escopo total da obra esteja concluído.
Colocar em prática que o recebimento provisório é apenas destinado ao
chek-list de pequenas pendências ou para realização de testes pré-
operacionais; Diferenciar prazo contratual de prazo da obra.
7. Desconhecimento pelos fiscais dos
Processos Administrativos da organização
DIRAC incluindo fluxos e conteúdos de
documentos (trâmites).
Treinar equipe de fiscalização a respeito dos trâmites dos processos
administrativos, incluindo, todos os seus setores envolvidos nos
processos de Contratos de Obras.
8. Baixa qualidade dos projetos
desenvolvidos por equipe externa ou
contratados externos.
Estabelecer critérios para contratação de projetos incluindo
acompanhamento e aprovação por profissionais internos; Elaboração
de diretrizes básicas para contratações além da inclusão de fichas de
avaliação e acompanhamento capazes de gerar subsídios para
penalizações.
9. Há pressão do usuário (Cliente/UOS) para
entrega da obra
Estabelecer como prática que o usuário só poderá entrar na edificação
após todos os trâmites do recebimento definitivo da obra; - Diferenciar
prazo contratual e prazo da obra, estabelecendo pelo menos 30 dias
destinados somente ao recebimento provisório.
10. Falta de espaço físico na sede da DIRAC
destinado à fiscalização para guarda de
arquivo morto.
Reestruturar o espaço físico e contratar profissional responsável pelo
arquivo.
11. Há pouco tempo destinado ao
acompanhamento da execução da obra de
forma a atender os requisitos e detalhes
dos projetos.
Contratar técnicos em edificações e estagiários; Avaliar demanda
relacionada ao número de fiscais.
Quadro 3: Quadro dos Pontos Críticos selecionados pela Equipe de Obras do DPO
5.8 Objetivos e Mapa Estratégicos propostos para o DPO
Os objetivos estratégicos são colocados conjuntamente no Mapa Estratégico (Figura 4) como
contribuição para responder às questões mencionadas anteriormente. Desse modo e de acordo
com o método BSC, entende-se que cada objetivo estratégico apontado precisará ser
desmembrado em ações específicas - discutidas pela organização e alinhadas aos objetivos
institucionais - para as quais devam ser criados indicadores de acompanhamento com: metas,
critérios de medição e sugestões de iniciativas.
Figura 3 – Possíveis causas que influenciam a qualidade dos projetos e obras na Fiocruz
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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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Figura 4: Mapa Estratégico para os Objetivos Operacionais sugeridos para o DPO
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6 Considerações
O eixo estrutural e primordial do método BSC é a diretriz estratégica que deve ser elaborada
pela organização permitindo gerar uma interdependência e complementaridade entre os
objetivos operacionais estratégicos desmembrados dessas diretrizes. É “impossível executar a
estratégia sem antes compreendê-la, e não há como compreendê-la sem primeiro descrevê-la”
(Kaplan e Norton, 2000). Nesse sentido, contudo, para o estudo de caso a maior dificuldade
apresentou-se pela ausência declarada sobre a estratégia - na DIRAC e sobre a gestão da
infraestrutura física na Fiocruz. Embora seja um exercício acadêmico, nota-se enfatizar que o
uso do método permitiu apenas a identificação de objetivos que pudessem responder aos
problemas ordinários sem, no entanto, alinhá-los verdadeiramente aos objetivos e à Visão de
futuro da Instituição. Nesse caso, tudo parece estar de acordo já que a construção de
estratégias de mais largo alcance está em construção visto o andamento do VI Congresso
Interno (2009/2010/2011) que está promovendo um debate para a construção de estratégias de
longo prazo com o olhar para 2030 onde a Fiocruz assume “perante a sociedade brasileira e ao
governo, o desafio de ser uma das âncoras do processo de desenvolvimento nacional em
saúde” calcada em um “projeto de salto institucional e de gestão numa perspectiva de mais
largo alcance” (Documento FIOCRUZ 2030). Neste contexto instucional, o que este trabalho
deseja incitar é a necessidade de buscar uma compreensão sobre a relevância estratégica da
gestão da infraestrutura física para o setor saúde.
Se estas considerações fazem sentido, uma questão nos parece ser pertinente: Qual o papel
que os gestores de infraestrutura física de saúde ou da Unidade de apoio à infraestrutura física
representam ou precisam representar frente às incorporações tecnológicas e ao projeto de salto
institucional e de gestão?
Dessa forma, é nesse sentido que defendemos a incorporação de gestores de infraestrutura
física no planejamento e na incorporação tecnológica. Se assim for considerado, torna-se cada
vez mais inadiável a necessidade de que a alta gestão do setor saúde também veja a gestão da
infraestrutura física de forma mais estratégica. Isto feito, a própria organização DIRAC
necessita reorganizar-se. Criar uma Governança Corporativa, desenhar seus processos,
analisá-los, redesenhá-los, implementar e acompanhar as ações planejadas, dar ênfase a gestão
da qualidade. Tudo isso, objetivando responder positivamente ao papel que se deseja que esta
Unidade represente. Como consequência dessas reflexões está, sem dúvida, o fomento para
uma compreensão e promoção de valor capaz de impulsionar a organização DIRAC para uma
dimensão estratégica e evolucionista na Fiocruz na área de infraestrutura física em saúde que
apóia e apoiará o Setor Saúde no Brasil.
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