tuberculose na infância

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Tuberculose na Infância Amani Hamidah Liana Sfair Internato em Pediatria Profª Orientadora Carmen Livia 1º/2014 – Turma 16 www.paulomargotto.com.br Brasília, 6 de junho de 2014

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Internato em Pediatria Profª Orientadora Carmen Livia 1º/2014 – Turma 16. Tuberculose na Infância. Amani Hamidah Liana Sfair. www.paulomargotto.com.br Brasília, 6 de junho de 2014. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Tuberculose na Infância

Tuberculose na Infância

Amani HamidahLiana Sfair

Internato em PediatriaProfª Orientadora Carmen Livia

1º/2014 – Turma 16

www.paulomargotto.com.br Brasília, 6 de junho de 2014

Page 2: Tuberculose na Infância

Epidemiologia O Brasil, segundo a OMS, ocupa o 14º lugar entre os 23

países responsáveis por 80% do total de

casos de tuberculose no

mundo

Page 3: Tuberculose na Infância

Epidemiologia  Ministério da Saúde estimam uma

prevalência no país de 58/100.000 casos/habitantes, com cerca de 50 milhões de infectados, com 111.000 casos novos e 6.000 óbitos ocorrendo anualmente.

4ª causa de morte por doenças infecciosas e 1ª em pacientes com AIDS

Perfil: Homem, entre 25-34 anos Vulneráveis: encarcerados, populações

indígenas, moradores de rua e HIV

Page 4: Tuberculose na Infância

Epidemiologia Nos últimos 16 anos o Brasil reduziu

38,4% a taxa de incidência e 35,8% a taxa de mortalidade

Metas para 2015: Diminuir 70% dos casos estimados Curar 85% dos notificados Reduzir abandono de tratamento para

menos de 5% OBS: em 2011 o Brasil conseguiu reduzir

pela metade os óbitos por TB comparando com 1990

Há esperança...

Page 5: Tuberculose na Infância

Epidemiologia Predomínio da forma pulmonar Em menores de 15 anos apresentam

incidência total de 15% Crianças com menos de 2 anos tem

dobro da taxa de adoecimento que crianças maiores

Taxa de mortalidade maior entre 0-4 anos!

E na criança????

Page 6: Tuberculose na Infância

Quando vou pensar em TB na criança?

Page 7: Tuberculose na Infância

Caso clínico

Menino, 4 meses, pardo, com tosse produtiva, sibilância e febre por 3 semanas.

Com um mês de idade permaneceu internado por 20 dias com diagnóstico de bronquiolite viral aguda

Estado vacinal desconhecido

Apresentação da tuberculose pulmonar na criança: o diagnóstico em três casos. Costa PFBM, et al. Pediatria (São Paulo) 2004;26(2):124-9.

Page 8: Tuberculose na Infância

Caso clinico

Exame físico: REG, peso 5410g (percentil 2,5),

hipocorado com tosse intensa, taquipnéico (FR 78) com retrações subcostais e batimento de asa de nariz, acianótico, em oxitenda com FiO2 de 45%.

Ausculta com sibilos difusos e estertores crepitantes em bases pulmonares. Fígado palpável a 9 cm do rebordo costal.

Apresentação da tuberculose pulmonar na criança: o diagnóstico em três casos. Costa PFBM, et al. Pediatria (São Paulo) 2004;26(2):124-9.

Page 9: Tuberculose na Infância

Caso clínico Exames complementares:

Hemograma: Ht = 38%; Hb =12,2 g/dl; 492.000

plaquetas/mm3; 38.700 leucócitos/mm3 , com 17% de bastonetes, 62% de neutrófilos.

As hemoculturas, sedimento urinário e urocultura foram negativos.

Apresentação da tuberculose pulmonar na criança: o diagnóstico em três casos. Costa PFBM, et al. Pediatria (São Paulo) 2004;26(2):124-9.

Page 10: Tuberculose na Infância

Caso clínico

Apresentação da tuberculose pulmonar na criança: o diagnóstico em três casos. Costa PFBM, et al. Pediatria (São Paulo) 2004;26(2):124-9.

Page 11: Tuberculose na Infância

Características da TB na infância

As manifestações clínicas podem ser variadas: Casos graves: queda de estado geral, caquexia Casos leves: irritabilidade, emagrecimento

discreto e pouca tosse. Febre, habitualmente moderada, persistente por

mais de 15 dias Pneumonia que não melhora com o uso de

antimicrobianos para germes comuns.

Page 12: Tuberculose na Infância

Características da TB na infância Radiografia em 15% não tem alterações típicas TB primária é mais comum, radiologicamente:

Linfonodomegalias Atelectasias : segmento anterior do lobo superior

e médio do lobo médio Pneumonia TB miliar -> alteração radiológica mais precoce é a

hiperinsuflação pulmonar OBS: formas graves, pela disseminação

hematogênica pode ser encontrada em lactentes

Page 13: Tuberculose na Infância

Diagnóstico:

Método auxiliar: lavado gástrico

Page 14: Tuberculose na Infância

Diagnóstico

Page 15: Tuberculose na Infância

Diagnóstico

PPD POSITIVO na criança: > 10 mm em crianças não vacinadas

ou vacinadas há mais de 2 anos; > 15 mm em crianças vacinadas com

BCG em qualquer época

Page 16: Tuberculose na Infância

Diagnóstico Crianças HIV positivas (< 13 anos):

1. Forma pulmonar diagnosticada bacteriológica ou presuntivamente, com prova terapêutica positiva após 30 dias de esquema RIP, tendo havido uso prévio de ATB sem sucesso.

2. Forma extrapulmonar ou disseminada diagnosticada bacteriologicamente ou presuntivamente.

3. Forma disseminada hematogênica com padrão radiológico do tipo miliar.

Page 17: Tuberculose na Infância

Diagnóstico TB extrapulmonar na infância

Localizações extrapulmonares da tuberculose são mais freqüentes na infância, como gânglios periféricos, pleura, ossos e meninges.

Page 18: Tuberculose na Infância

Tratamento

Tuberculose: curável em praticamente 100% dos casos novos.

Importância do tratamento adequado Tratamento Diretamente Observado (TDO)

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

Page 19: Tuberculose na Infância

Tratamento

Tratamento das crianças < 10 anos é diferente do tratamento de adolescentes e adultos: NÃO inclui o ETAMBUTOL.

- Não se utiliza o Etambutol nessa faixa etária pela dificuldade de identificar precocemente a neurite óptica.

Forma Meningoencefálica X Demais Formas

III Diretrizes para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - J Bras Pneumol. 2009;35(10):1018-1048.

Page 20: Tuberculose na Infância

Tratamento Esquema básico para crianças < 10 anos:

- Fase Intensiva: 2 meses de Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida.

- Fase de Manutenção: 4 meses de Rifampicina e Isoniazida.

III Diretrizes para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - J Bras Pneumol. 2009;35(10):1018-1048.

Page 21: Tuberculose na Infância

Tratamento

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

Page 22: Tuberculose na Infância

Tratamento Esquema para TB Meningoencefálica em crianças

< 10 anos:

- Fase Intensiva: 2 meses de Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida.

- Fase de Manutenção: 7 meses de Rifampicina e Isoniazida.

- Corticóides: Prednisona oral por 4 semanas ou Dexametasona IV em casos graves por 4-8 semanas.

III Diretrizes para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - J Bras Pneumol. 2009;35(10):1018-1048.

Page 23: Tuberculose na Infância

Controle do Tratamento

15 dias de tratamento (melhora clínica, sem riscos de resistência, sem tratamento anterior) não é mais infectante.

Avaliação clínica mensal: - Melhora da febre 1 semana- Ganho de peso e melhora da tosse 1 mês

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

Page 24: Tuberculose na Infância

Controle do Tratamento Controle radiológico: - Radiografia de tórax: primeira com 1 mês de

tratamento e segunda ao término do tratamento (ou quando o médico achar necessário).

Acompanhar a evolução do tratamento e a baciloscopia do adulto bacilífero anulação da fonte de infeção.

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

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Controle dos Contatos

Contato: toda pessoa que convive no mesmo ambiente com o caso índice no momento do diagnóstico da TB (ambientes: casa, instituições de longa permanência, escolas, pré-escolas).

Avaliação prioritária para contatos < 5 anos, portadores de HIV-AIDS ou de condições de alto risco.

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

Page 26: Tuberculose na Infância

Controle dos Contatos

Avaliação dos contatos com anamnese e exame físico:

- Crianças sintomáticas: investigação diagnóstica e tratamento.

- Crianças assintomáticas: realizar teste tuberculínico e radiografia de tórax na primeira consulta (identificar e tratar infecção latente).

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

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Tratamento Preventivo da TB

1) Prevenção da Infecção Latente ou Quimioprofilaxia Primária

2) Tratamento da Infecção Latente ou Quimioprofilaxia Secundária

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

Page 28: Tuberculose na Infância

Prevenção da Infecção Latente Realizada em recém-nascidos contactantes de

bacilíferos:

- RN não deve ser vacinado com BCG ao nascer.

- É administrada Isoniazida por 3 meses e depois faz-se o teste tuberculínico.

- Caso TT maior ou igual a 5 mm manter

quimioprofilaxia por mais 3 meses. Caso contrário, interromper Isoniazida e vacinar com BCG.

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

Page 29: Tuberculose na Infância

Tratamento da Infecção Latente

Realizado com Isoniazida 5-10 mg/kg de peso até 300 mg/dia por 6 meses.

Contatos assintomáticos (crianças):

1. TT maior ou igual a 5 mm em crianças não vacinadas com BCG, crianças vacinadas há mais de 2 anos ou portadores de condição imunossupressora tratar infecção latente.

2. TT maior ou igual a 10 mm em crianças vacinadas com BCG há menos de 2 anos tratar infecção latente.

3. Se TT não preencher os critérios acima repetir em 8 semanas e em caso de conversão tratar infecção latente.

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

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Vacinação - BCG

Vacina atenuada, administração intra-dérmica, no braço direito na altura da inserção do m. deltóide.

Oferece proteção aos não infectados contra as formas mais graves de TB: Meningoencefálica e Miliar.

Indicada para crianças de 0 a 4 anos, com obrigatoriedade para menores de 1 ano. Realizada ao nascer, ainda na maternidade.

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

Page 31: Tuberculose na Infância

Vacinação - BCG

Evolução da lesão vacinal: mácula pústula crosta úlcera cicatriz plana (3-7 mm). Pode ocorrer enfartamento ganglionar axilar não supurado.

Contra-indicações: - Relativas: RN com peso inferior a 2 kg, afecções

dermatológicas no local ou generalizadas, uso de imunossupressores.

- Absolutas: HIV positivos (adultos independente dos sintomas, crianças se sintomáticas), imunodeficiência congênita.

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

Page 32: Tuberculose na Infância

Obrigada!

Page 33: Tuberculose na Infância

Referências

Apresentação da tuberculose pulmonar na criança: o diagnóstico em três casos. Costa PFBM, et al. Pediatria (São Paulo) 2004;26(2):124-9.

Tuberculose na criança. Sant’Anna CC. J Pediatr (Rio J) 1998; 74 (Supl.1): S69-S75

Diagnóstico e terapêutica da tuberculose infantil: uma visão atualizada de um antigo problema. Sant' Anna CC, et al. J Pediatr (Rio J) 2002; 78 (Supl.2):S 205-S214.

Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – MS . Brasília – DF, 2011.

III Diretrizes para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - J Bras Pneumol. 2009;35(10):1018-1048.

Page 34: Tuberculose na Infância

Nota do Editor do site, Dr.Paulo R. MargottoConsultem também!

Page 35: Tuberculose na Infância

Lancet. 2014 Mar 21. Incidence of multidrresistant tuberculosis disease in child

ren: systematic review and global estimates.Jenkins HE, Tolman AW, Yuen CM, Parr JB, Keshavjee S, 

Pérez-Vélez CM4, Pagano M, Becerra MC, Cohen T. O número de infecções de tuberculose precisa ser revisto para cima.

Aproximadamente um milhão de crianças desenvolvem tuberculose (TB) anualmente - duas vezes o número previamente pensado e três vezes mais que o diagnosticado. Este é o resultado de um estudo norte-americano publicado na revista científica "The Lancet".

Pesquisadores do Brigham and Women's Hospital (BWH) e da Faculdade de Medicina de Harvard basearam seu estudo em diversas fontes de dados disponibilizados publicamente a partir de 2010. Usando um modelo de computador, eles calcularam que anualmente um milhão de crianças com menos de 15 anos são infectadas com tuberculose. Dessas, 32.000 são infectadas com tuberculose multirresistente a medicamentos (TB-MRM). Em 2012, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 530.000 crianças desenvolveram tuberculose em todo o mundo.

"Nunca houve estimativas de quantas crianças sofrem de TB-MRM", explica o autor sênior, Ted Cohen. "Estimamos que o número total de casos novos de TB na infância seja o dobro do estimado pela OMS em 2011 e três vezes maior que o número de casos na infância notificados globalmente a cada ano".

Page 36: Tuberculose na Infância

A Tuberculose é um problema de saúde pública crescente em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, com aumento importante da sua incidência nos últimos dez anos, inclusive entre as mulheres em idade reprodutiva. Contribuem para tal, a epidemia de HIV- (vírus da imunodeficiência adquirida), a resistência às drogas, a desobediência ao tratamento, a desnutrição, a dificuldade de acesso aos serviços médicos nas classes desfavorecidas, etc...

Com isso, a freqüência da tuberculose congênita, apesar de rara é provavelmente subestimada. Seu diagnóstico precoce é essencial, mas comumente muito difícil. Muitos desses RN evoluem para o óbito como infecção bacteriana inespecífica e o verdadeiro diagnóstico só é alcançado com a necrópsia.

A tuberculose congênita tem alta letalidade (50%) devida principalmente à falha de suspeição diagnóstica.

Tuberculose congênitaAutor(es): Maria Elisa C. Pazos Pixinine

   

(Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, ESCS, Brasília, 3ª Edição, 2013)

Page 37: Tuberculose na Infância

Tuberculosis in pregnancy: a review.

Loto OM, Awowole I.J Pregnancy. 2012;2012:379271

Artigo Integral! A tuberculose ( TB) foi declarada uma emergência de saúde pública pela OMS

em 2005. A doença contribui significativamente para a mortalidade materna e está entre as três principais causas de morte entre as mulheres com idades entre 15-45 anos, em áreas de alta incidência. A incidência exata da tuberculose na gravidez , embora não bem conhecida , deverá ser tão elevada como na população em geral . O diagnóstico da tuberculose na gravidez pode ser um desafio , porque os sintomas podem ser inicialmente atribuídos à gravidez e o ganho de peso normal, durante a gravidez pode mascarar, temporariamente, a perda de peso associada. As complicações obstétricas da TB incluem aborto espontâneo, pequeno para idade gestacional , parto prematuro, baixo peso ao nascer e um aumento da mortalidade neonatal. A TB congênita , embora rara, é associada com alta mortalidade perinatal. A Rifampicina , Isoniazida e Etambutol são as drogas de primeira linha , enquanto que o uso de Pirazinamida na gravidez está ganhando popularidade. Terapia preventiva com isoniazida é uma inovação da OMS e visa reduzir a infecção em gestantes HIV positivas. Para os bebês que nascem destas esta mães deve ser iniciado profilaxia com INH por seis meses, após o qual são vacinadas com BCG se eles apresentarem teste negativo.

Page 38: Tuberculose na Infância

Seminário da Universidade Católica de

Brasília:Tuberculose Autor(es): Paulo Heitor Carvalho C. de Godoi

Caso Clinico: Tuberculose (com link perinatal)Autor(es): Isadora de Carvalho Trevizoli

      

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