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Triple Botton Line da sustentabilidade: Uma análise em uma cooperativa de crédito Claucir Antonio Weiber Junior [email protected] Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUC-PR Sandro Ricardo Busato [email protected] Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUC-PR Jansen Maia Del Corso [email protected] Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUC-PR Daniel Ferreira dos Santos [email protected] Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUC-PR Área temática: Gestão Ambiental Resumo Este artigo tem como objetivo pesquisar uma cooperativa de crédito quanto à adoção da prática relacionada ao TBL (Triple Bottom Line) da sustentabilidade por atender aos aspectos econômico, social e ambiental da presente e futuras gerações. O estudo foi exploratório-descritivo e adotou a metodologia qualitativa, sendo através de uma entrevista realizada pela Revista Geração Sustentável com o presidente de uma cooperativa de crédito. A coleta de dados realizou-se por meio de entrevista semiestruturada e para a análise dos dados utilizou-se o software Atlas/ti 7.0. Identificou-se a aplicação dos aspectos da sustentabilidade através de investimento junto aos associados e a comunidade inserida ao negócio e como uma retratação socioambiental foi apresentada como a organização utiliza destas práticas sustentáveis como geração de valor, estratégia de competitividade e sobrevivência no mercado. Como consequência, o resultado positivo encontrado pós-análise foi à adoção das boas práticas do Triple da sustentabilidade nas atividades sustentáveis desta cooperativa. Palavras-chave: Triple Botton Line. Sustentabilidade. Estratégias. Anais do Encontro de Gestão e Negócios - EGEN2014 Uberlândia, MG, 20 a 22 de outubro de 2014 1098

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Triple Botton Line da sustentabilidade:

Uma análise em uma cooperativa de crédito

Claucir Antonio Weiber Junior – [email protected]

Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR

Sandro Ricardo Busato – [email protected]

Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR

Jansen Maia Del Corso – [email protected]

Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR

Daniel Ferreira dos Santos – [email protected]

Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR

Área temática: Gestão Ambiental

Resumo

Este artigo tem como objetivo pesquisar uma cooperativa de crédito quanto à adoção da

prática relacionada ao TBL (Triple Bottom Line) da sustentabilidade por atender aos

aspectos econômico, social e ambiental da presente e futuras gerações. O estudo foi

exploratório-descritivo e adotou a metodologia qualitativa, sendo através de uma

entrevista realizada pela Revista Geração Sustentável com o presidente de uma

cooperativa de crédito. A coleta de dados realizou-se por meio de entrevista

semiestruturada e para a análise dos dados utilizou-se o software Atlas/ti 7.0.

Identificou-se a aplicação dos aspectos da sustentabilidade através de investimento junto

aos associados e a comunidade inserida ao negócio e como uma retratação

socioambiental foi apresentada como a organização utiliza destas práticas sustentáveis

como geração de valor, estratégia de competitividade e sobrevivência no mercado.

Como consequência, o resultado positivo encontrado pós-análise foi à adoção das boas

práticas do Triple da sustentabilidade nas atividades sustentáveis desta cooperativa.

Palavras-chave: Triple Botton Line. Sustentabilidade. Estratégias.

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1. Introdução

As cooperativas no Brasil representam um sistema que tem em sua missão a diversidade

e a promoção da eficiência e a eficácia econômica e social dos cooperados. De acordo

com Pinheiro (2005), as sociedades cooperativas são sociedades de pessoas com forma

e natureza jurídica, constituídas na prestação de serviços ao associado cujo regime

jurídico é instituído pela Lei 5.765, de 16 de dezembro de 1971.

Neste cenário, as cooperativas procuram realizar nas suas atividades as práticas do

desenvolvimento sustentável, ou seja, no âmbito econômico, social e ambiental, por

intermédio do engajamento formal e informal dos clientes, fornecedores, colaboradores,

governos e organizações sociais. Há uma grande variedade de cooperativas nas

sociedades humanas sendo que a cooperação é baseada nas necessidades humanas e no

compartilhamento de recursos e tarefas. Essas necessidades são formadas por sistemas

sociais e, portanto, o desenvolvimento das mesmas está na força organizacional e nas

suas concepções ou doutrinas cooperativista.

As cooperativas são classificadas como: cooperativas de 1º grau destinadas a prestar

serviços diretamente aos associados; e, cooperativas de 2º grau que são constituídas por

cooperativas singulares e que objetivam organizar, em comum e em escala, os serviços

econômicos e assistenciais de interesse das filiadas (PINHEIRO, 2005).

Um número expressivo de cooperativas de crédito no país tem forte presença nas

comunidades, mas não estão imunes aos efeitos de crise financeira e recessão resultante.

As cooperativas de crédito brasileiras têm como objetivo principal fomentar as

atividades do cooperado por meio de assistência creditícia e prestação de serviços de

natureza bancária (economia solidária e inclusão social) (ANNIBAL; KOYAMA,

2011).

Neste quadro, as cooperativas produzem estratégias no intuito de criar iniciativas ao

desenvolvimento sustentável e apoiando-se em uma economia diversificada, saudável a

um nível globalizado. A RSE aborda a importância da interação com as partes

interessadas (clientes, funcionários, fornecedores, organizações não governamentais,

organizações públicas, etc...) e parcerias entre os principais grupos, incluindo a relação

entre empresas ao longo da cadeia de fornecimento (WOOD; JONES, 1995;

BALABANIS; PHILIPS; LYALL, 1998).

Estas questões estão vinculadas a atores sociais específicos, em alguns casos,

apresentam a potencialidade de gerar problemas econômicos, sociais e ambientais e

também, de conceder respostas a inúmeras patologias inibidoras do desenvolvimento

sustentável (MUNCK; SOUZA, 2009, p.190). Diante do exporto, tem-se como objetivo

de estudo analisar os aspectos do Triple Bottom Line da sustentabilidade incorporado

nas decisões estratégicas de uma cooperativa de crédito.

A pesquisa procurou responder à seguinte pergunta: como uma cooperativa de crédito

incorpora em suas estratégias os aspectos do Triple Bottom Line da sustentabilidade? O

Objetivo geral é analisar a aplicação dos aspectos do Triple Bottom Line da

sustentabilidade incorporados nas decisões estratégicas de uma cooperativa de crédito.

Como objetivo específico busca-se averiguar as práticas dos aspectos econômicos,

sociais e ambientais da sustentabilidade em uma cooperativa de crédito incorporados

nas suas decisões estratégicas.

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2. Fundamentação Teórica

Apresenta-se neste capítulo a teoria pesquisada em termos de livros e artigos

relacionados à estratégia e sua implementação, decisão estratégica, Triple Bottom Line

na sustentabilidade, cooperativismo e cooperativas de crédito que deram suporte à

pesquisa.

2.1 Estratégias e sua implementação

Para compreender a natureza das atividades que envolvem os aspectos econômicos,

sociais e ambientais da sustentabilidade é fundamental entender o conceito de estratégia,

sua implementação e características. A contribuição mais influente da década foi sem

dúvida, a estratégia competitiva de Porter (1980), aplicadas na análise da indústria,

barreiras de mobilidade e estratégias genéricas as quais se tornaram amplamente aceitas

e utilizadas em diversas pesquisas.

Para Porter (1980) o desempenho superior dos negócios em setores da indústria

preocupa-se em parte com a produção e a concorrência, mas estes princípios subjacentes

na cadeia de valor e das estratégias genéricas consideram ambas na oferta e na demanda

da formulação estratégica. A cadeia de valor preocupa-se com a demanda por bens e

serviços e as estratégias genéricas emergem da combinação de fonte de vantagem

estratégica (fonte) e o alvo estratégico (demanda).

A complexidade da implementação é demonstrado pelo número de diferentes

perspectivas a partir do qual os pesquisadores abordam a construção da estratégia. Estes

incluem, entre outros, a aprendizagem organizacional (Argyris, 1989), a estrutura

organizacional (Miller, 1987), os mecanismos de controle (JAWORSKI; MACINNIS,

1989; KAPLAN; NORTON, 2007), comunicação (HAMBRICK; CANNELLA, 1989),

a cultura organizacional (HARRIS, 1999; MUHLBACHER; VYSLOZIL; RITTER,

1987), orientadas para o mercado (DOBNI, 2003). Neste prisma uma empresa é capaz

de conseguir explorar a sua própria vantagem competitiva através de uma bem sucedida

formulação e implementação da estratégia que agregue valor (HITT; IRELAND;

HOSKISSON, 2005).

Algumas expressões explicam a estratégia aos negócios e conforme Ansoff (1993) o

negócio em que estamos segue às tendências, decisões heurísticas de primeira ordem,

padrão em decisões, nicho competitivo e características de portfólio. A estratégia é um

elemento da organização que detecta as reais necessidades da unidade de negócio ou da

corporação. Uma organização pode obter diversos benefícios praticando

apropriadamente a estratégia em seu negócio (CERTO; PETER, 1993).

2.1.1 Decisão estratégica

No passado, quando as mudanças ocorriam de forma mais lenta, as decisões eram

tomadas com base no empirismo e na experiência. Atualmente, esses procedimentos não

são mais possíveis. Segundo Freitas e Kladis (1995), os decisores de hoje necessitam de

suporte (mesmo científico) para que os processos decisórios aconteçam de forma

satisfatória.

Admite-se que decisão organizacional é um comprometimento específico para a ação

(usualmente de recursos) e que o processo decisório é o conjunto de ações e fatores

dinâmicos que começam com a identificação de um estímulo inicial para a ação e

terminam com o comprometimento para ela (MINTZBERG; RAISINGHANI;

THEORET, 1976). Pode-se dizer que a decisão é estratégica quando considerada

importante pelos gestores da alta administração em termos das ações tomadas, dos

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recursos comprometidos ou dos precedentes estabelecidos. Além disso, seu processo

decisório é nao-estruturado, ou seja, é novo e incerto e não ocorreu anteriormente; para

ele não existe um conjunto explícito e predeterminado de respostas ordenadas na

organização. De forma operacional, a decisão é estratégica quando envolve

posicionamento estratégico, apresenta altos riscos, envolve diversas funções

organizacionais e é considerada representativa das decisões da organização

(EISENHARDT, 1989).

Segundo Eisenhardt e Zbaracki (1992) a decisão estratégica possui duas dimensões

centrais independentes: a racionalidade limitada e a política organizacional. Para os

autores o modelo da ação racional tem como pressuposto o fato de que o

comportamento humano é calculado e instrumental. Os atores em uma situação de

escolha possuem objetivos predeterminados e buscam informações apropriadas para

estabelecer alternativas de ação. O valor das consequências dessas alternativas é

determinado pelos objetivos. March e Simon (1993) desenvolveram uma crítica geral e

asseveram que o ser humano busca satisfazer e não maximizar, e que existem limites

cognitivos no comportamento humano. Destacam o fato de que as informações não

estão disponíveis e precisam ser buscadas, sendo que esse processo interfere na escolha

como quando se opta pela priorização das preferências individuais. Também identificam

que os objetivos, em geral, não são claros e mudam com o tempo, podendo ser

redefinidos ao longo da busca por informações. Allison (1971) afirma que as decisões

podem refletir o uso de procedimentos padrão, e não a análise sistemática.

Mintzberg, Raisinghani e Theoret (1976) estudaram a fase de autorização do processo

de decisão estratégica, concluindo que, quando a organização possui planejamento

estratégico formal, este se constitui como uma atividade de aprovação. Para Shimizu

(2001), o processo de decisão necessita ser estruturado e resolvido de modo formal,

detalhado, consistente e transparente. A escolha da opção coerente com a estratégia

competitiva da empresa e com as demandas do mercado torna-se imperativa, para não

haver perdas de produtividade e competitividade. Para Ansoff (1990) do ponto de vista

decisório, o problema geral da organização é coordenar o processo de conversão de

recursos de forma que seja otimizada a consecução dos objetivos. Salienta que essas

decisões podem ser categorizadas em decisões estratégicas, administrativa e

operacional.

2.1.2 Triple Botton Line na sustentabilidade

Desde a sua introdução, no início da década de 90, devido aos preparativos para sediar a

Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente (Rio 92),

aumentou-se o fluxo de informações sobre o assunto, fato que contribuiu na ampliação

da conscientização econômica, social e ambiental da sociedade brasileira (MEDEIROS,

2003, p.25).

Com base nos estudos de Viola (2002, p.12), o mesmo destaca que na década de 90 o

debate ambiental evoluiu, pois se percebeu que é impossível desvincular proteção

ambiental do processo de desenvolvimento socioeconômico. Na maioria das

organizações, o conceito de sustentabilidade tem sido associado principalmente com a

dimensão econômica incluindo a força financeira e a bons produtos ou serviços. Esta

suposição solidifica as organizações financeiramente e estão propensas ao

desenvolvimento de longo prazo, prosseguindo nos interesses estratégicos das partes

interessadas e a perpetuação das vantagens competitivas. Neste sentido, Steurer et al

(2005) identificaram no desempenho financeiro a competitividade a longo prazo sobre

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os aspectos sociais e ambientais das empresas que são questões-chaves da

sustentabilidade.

Segundo Wheeler, Colbert e Freemam (2003), alguns objetivos principais da

sustentabilidade estão em entender melhor por que e como as empresas decidem adotar

práticas sustentáveis. A finalidade do negócio tende a concentrar-se na interação entre

os direitos dos investidores em relação as partes interessadas, apoiado nos direitos da

sociedade, nas práticas de governança, na gestão estratégica e em teorias que se baseiam

em princípios econômicos, sociais e ambientais. Para os autores, no contexto de

sustentabilidade mais amplo da sociedade, ou seja, a globalização, as empresas

enfrentam três conceitos interligados: a) responsabilidade social empresarial (RSE), b) o

desenvolvimento sustentável, e c) a abordagem das partes interessadas para a gestão

estratégica.

Corroborando com este pensamento, Coral (2002, p.129), descreve um modelo de

planejamento estratégico voltado para a sustentabilidade, baseada na dimensão do

Triple Bottom Line.

Para Mendonça et al (2006, p.10), o conceito do tripé da sustentabilidade tornou-se

amplamente conhecido entre as empresas e pesquisadores do assunto, sendo uma

ferramenta conceitual útil para interpretar as interações extra empresariais e

especialmente ilustrar a importância de uma visão da sustentabilidade mais ampla, além

de uma mera sustentabilidade econômica. As organizações possuem objetivos de

garantir o retorno considerável do seu capital investido e utilizam ferramentas para se

colocar a frente dos concorrentes. São meios para a obtenção de lucros e fatias de

mercado, mas que podem estar relacionadas aos fatores sociais e aliadas as questões

ambientais.

2.2 Cooperativismo

A evolução do associativismo se dá por meio do cooperativismo e surgiu nas

necessidades de encontrar soluções às ameaças e problemas comuns a determinados

grupos de indivíduos. De acordo com Silva (2000), a palavra cooperativa deriva do

latim cooperativus, de cooperari, que significa cooperar, colaborar, trabalho com os

outros. Para Silva e Holz (2008), o cooperativismo não visa lucro e sua função está na

satisfação das necessidades de determinados grupos com os mesmos acessos aos bens e

serviços e ao menor custo possível, no sentido de gerar um bem estar maior. As

transações realizadas no seu quadro social são os investimentos ou aplicação em

recursos que permitem uma melhor distribuição de renda e riqueza. As cooperativas são

organizações com grande potencial e possibilitam a mudança social. Diante das

dificuldades econômicas, a cooperativa é uma opção para aproveitar a força produtiva

existente.

As cooperativas são uma forma particular de organização empresarial onde o lucro

obtido é distribuido na proporção do volume de operações de cada um dos associados.

Numa cooperativa não existe empregador. Em um modelo organizacional baseado em

princípios cooperativistas o foco principal é o capital social, diferente do modelo

organizacional tradicional caracterizado pelas empresas onde o capital financeiro exerce

fortes influências em relação à forma de funcionamento da organização (SIMÃO;

BANDEIRA, 2008).

O movimento cooperativo é um grande tema que merece atenção por sua relevância

econômica e social. A sociedade humana é marcada pela predominância de uma minoria

institucionalizada pela força social e cultural que são os donos do capital ou know-how,

conforme a Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB (2013). A Organização das

Nações Unidas (ONU) declarou que em 2012 seria o ano internacional das cooperativas.

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O lançamento oficial foi realizado em outubro de 2011onde a organização buscou

garantir o cumprimento dos seguintes objetivos: aumentar a consciência pública acerca

das cooperativas e das suas contribuições para o desenvolvimento socioeconômico do

mundo; promover a formação e o desenvolvimento das cooperativas; e estimular os

governos a estabelecerem políticas, leis e regulamentos condizentes com a formação, o

desenvolvimento e a estabilidade das cooperativas.

Sob o prisma de empresa, a cooperativa tende a viabilizar os diversos fatores de

produção (matéria prima, capital, trabalho, tecnologia) buscando melhoria na qualidade

e diversificação dos serviços prestados aos associados e a comunidade. Nesse aspecto, o

dirigente da cooperativa é legitimado pelos associados na medida em que consegue

conduzir as atividades econômicas com eficiência e uso racional dos recursos naturais

ou artificiais, resultado da criatividade e habilidade humana. (BINDA; GEHLEN,

2012).

A Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB (2013) apresenta dados sobre as

regiões de atuação das cooperativas: o Sudeste aparece em primeiro lugar com cerca de

4,9 milhões de associados seguido do Sul com cerca de 4 milhões e o Centro-Oeste na

terceira posição com 713 mil. Já entre os estados, São Paulo está na liderança com mais

de 3 milhões, o Rio Grande do Sul com cerca de 2,1 milhões e Santa Catarina pouco

mais de 1,2 milhões ocupam o segundo e o terceiro lugar respectivamente.

2.2.1 Cooperativa de crédito

A decisão de concentrar-se no estudo das cooperativas de crédito está diretamente

relacionada com a importância que este setor representa no Brasil. Segundo a

Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB (2013), o número de associados ao

ramo de crédito cooperativista é o que mais se destaca respondendo por quase 50%, ou

4,9 milhões da totalidade dos cooperados do país. Em seguida, aparecem os ramos de

consumo com 2,7 milhões e agropecuário com 966 mil. O ideal da cooperativa de

crédito se espalhou e agora está presente em praticamente todos os setores da economia.

O sistema cooperativo no Brasil é fruto de um processo de evolução na elaboração de

normativas cujo marco foi a Resolução nº 1.914, de 11 de março de 1992, do Conselho

Monetário Nacional (CMN) que deu início a um processo mais consistente de

estruturação e consolidação dessas entidades (ANNIBAL; KOYAMA, 2011).

O sistema é aceito e reconhecido na maioria dos países como o mais adequado,

participativo e justo, constituindo-se num formato de negócio democrático e

amplamente utilizado para atender às necessidades e interesses específicos da

população. O objetivo da constituição de uma cooperativa de crédito é prestar serviços

financeiros de modo mais simples e vantajoso aos seus associados, possibilitando o

acesso ao crédito e outros produtos financeiros (aplicações, investimentos, empréstimos,

financiamentos, recebimento de contas, seguros, etc.) (BANCO CENTRAL DO

BRASIL, 2013). No cooperativismo de crédito surge a resposta de mercado ao

financiamento das pequenas e médias empresas além de crédito as pessoas físicas, uma

vez que mobiliza os recursos locais e disponibiliza-os aos tomadores de recursos a partir

deste arranjo institucional.

De acordo com Pinheiro (2005), o sistema cooperativo de crédito no Brasil se encontra

estruturado deste de 2005 com dois bancos cooperativos, sendo um múltiplo e outro

comercial. Embora as cooperativas de crédito ainda ocupem um pequeno espaço no

sistema financeiro, tanto quanto às operações de crédito e quanto ao patrimônio líquido,

o segmento vem apresentando um crescimento não apenas em volume, mas também em

percentual de participação na área bancária. Do ponto de vista do crédito mútuo, um

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banco não deve ser considerado um fim, mas um meio através do qual se atenderia às

necessidades do homem enquanto membro de uma comunidade. Uma das prioridades

do crédito mútuo é garantir a melhora da qualidade de vida das pessoas, proporcionando

o progresso das famílias. Independente do crédito há uma postura humana, social e

educativa (SOUZA, 1992).

Em 2007, essa limitação foi elevada para municípios com até 2 milhões de habitantes.

Com a Resolução nº 3.859, de 27 de maio de 2010, do CMN, permite-se o

funcionamento em regiões ainda mais populosas, desde que a cooperativa de crédito

seja filiada a uma central de crédito pertencente a um sistema cooperativo, realize

contratação de auditoria externa e tenha capital mínimo de R$25 milhões, entre outras

exigências (ANNIBAL e KOYAMA, 2011). Ainda para os autores, a Resolução nº

3.859, de 27 de maio de 2010, possibilita classificar as cooperativas em três principais

tipos:

1º - Cooperativas de crédito mútuo:

Empregados: constituídas por empregados, servidores e pessoas físicas prestadoras de

serviço em caráter não eventual pertencentes à mesma entidade, pública ou privada.

Profissionais liberais: constituídas por pessoas que desenvolvam alguma profissão

regulamentada, como advogados, médicos, contadores. Ou que atuem em atividade

especializada, como pedreiros, eletricistas, padeiros. Ou ainda, por pessoas cujas

atividades tenham objetos semelhantes ou identificáveis por afinidade ou

complementaridade, como é o caso de arquitetos e engenheiros; médicos e dentistas.

Empreendedores: constituídas por pequenos e microempresários que se dediquem a

atividades de natureza industrial, comercial ou de prestação de serviços, com receita

bruta anual enquadrada nos limites de, no mínimo, R$244.000,00 e, no máximo,

R$1.200.000,002. Nesse tipo de cooperativa, podem ser incluídas as atividades descritas

para as de crédito rural.

2º - Cooperativas de Crédito Rural: constituídas por pessoas que desenvolvam

atividades agrícolas, pecuárias, extrativas ou de captura e de transformação do pescado,

desde que inseridas na área de atuação da cooperativa.

3º - Cooperativas de Crédito de Livre Admissão de Associados: são cooperativas

cujo quadro social é constituído e delimitado conforme a área geográfica. Nesse tipo de

cooperativa, qualquer grupo de pessoas, desde que resguardadas as exigências da Lei nº

5.764, de 16 de dezembro de 1971 (Lei das Cooperativas), e das normas regulatórias

emanadas do Banco Central, pode formar uma cooperativa de crédito.

As cooperativas de crédito são uma alternativa de acesso, sobretudo, ao microcrédito

com inúmeros benefícios. Desde atendimento personalizado, produtos específicos para

as demandas dos associados, empréstimos e financiamentos com juros baixos, menos

exigências, além de maior rapidez e flexibilidade nas operações, uma vez que essas

sociedades se concentram na satisfação das necessidades das pessoas, principalmente se

comparadas aos bancos comerciais que focam o lucro (ARAUJO; SILVA, 2011).

A concepção da sustentabilidade como um conjunto interdependente de práticas sociais,

ambientais e econômicas, o mais avançado conceito em vigor já recebeu destaque nas

agendas de trabalho dos principais sistemas de cooperativas de crédito atuantes no

mercado. Por essa concepção que está baseada no Triple Bottom Line proposto pelo

Global Reporting Initiative (GRI) e prevista na Consulta Pública n° 41 do Banco

Central, uma instituição sustentável é aquela que gera resultado econômico, ao mesmo

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tempo em que protege o meio ambiente e melhora a qualidade de vida das pessoas com

as quais interage (FONSECA et al, 2009). Conforme a OCB (2013), a visão das

cooperativas independente do seu ramo e devem ser reconhecida com uma entidade de

excelência, promotora da sustentabilidade do coopeativismo nacional e da promoção

socioecononômica das pessoas que o integram.

3. Método de pesquisa

O presente estudo visa mensurar qualitativamente através de um estudo exploratório, a

aplicação do Triple Botton Line da sustentabilidade incorporado nas decisões

estratégicas de uma cooperativa de crédito. Para o alcance dos resultados se faz

necessário uma correta adesão aos métodos de pesquisa definindo os fins e os meios.

Quanto aos fins a pesquisa se caracteriza como exploratório-descritiva. Exploratória,

pela necessidade de averiguar as práticas dos aspectos econômicos, sociais e ambientais

da sustentabilidade em uma cooperativa de crédito incorporados a suas decisões

estratégicas. Em relação à pesquisa descritiva de acordo com Gil (2009), esta procura

descobrir com maior precisão possível a frequência com que um fenômeno ocorre, sua

relação e conexão com outros, suas naturezas e características.

Quanto à tipologia de estudo, esta pesquisa utilizou-se de um estudo de caso tendo

como unidade de análise uma cooperativa de crédito. Gil (2009, p.57-58) cita que o

estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos

objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado. Para tal, necessita

de uma técnica padronizada e bem estruturada na coleta de dados. Marconi e Lakatos

(2003, p. 190) descrevem que uma técnica de coleta de dados é utilizada para conseguir

informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.

Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que

se desejam estudar.

Na coleta de dados foi utilizada a entrevista da Revista Geração Sustentável, edição 25,

realizada com o Presidente do Sicredi – Paraná, sobre o tema “Cooperativismo de

crédito: promovendo o equilíbrio social e econômico”. O entrevistado tem

conhecimento amplo de todo o funcionamento da cooperativa e presta suporte, quando

necessário às unidades de crédito no âmbito estadual. A entrevista foi semiestruturada,

permitindo uma coleta de dados mais abrangente com questionamentos relacionados à:

1º - Atuação das cooperativas de crédito; 2º - Redirecionamento dos recursos para

determinar as estratégias de investimentos; 3º - Compromisso com as dimensões

econômica e social no modelo cooperativista; 4º - O repensar do modelo TBL de forma

de organização social na solução de problemas econômicos para minimizar os impactos

ambientais; 5º - Comprometimento da cooperativa com a comunidade; 6º -

Desenvolvimento de gestão sustentável dentro de uma organização financeira; e, 7º - Os

modelos de gestão estratégica dentro de cooperativas de crédito.

A técnica de investigação da pesquisa sobre a aplicabilidade do TBL na cooperativa de

crédito se baseia em uma pesquisa bibliográfica que está relacionada à fundamentação

teórica através de livros, periódicos, revistas, jornais e sites na internet disponibilizados

ao público como embasamento para análise dos dados. Para a elaboração da pesquisa

são necessários técnicas de amostragem para facilitar a mensuração e análise de dados.

De acordo com Beuren e Cunha (2006), as técnicas de amostragem são utilizadas com o

intuito de viabilizar a coleta de dados necessários a um determinado estudo, sem a

necessidade de conhecer todo o universo pesquisado.

Na pesquisa foi utilizada a amostragem não probabilística por motivo de acessibilidade

e devido a limitações de tempo. Quanto à seleção, utilizou-se o critério de acesso e a

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empresa escolhida foram as Cooperativas de Crédito e as Cooperativas de Crédito que

desenvolvam práticas sustentáveis. Após a coleta dos dados na entrevista

semiestruturada os mesmos foram tabulados em perspectiva comparativa. O maior

desafio de uma pesquisa em caráter qualitativo é conseguir analisar a generalidade de

fragmentos de conversas rápidas, entrevistas, ou discussões e apresentá-las em caráter

conclusivo relacionado à teoria. Na sequência, a tipologia da pesquisa quanto aos

objetivos foi utilizada a pesquisa qualitativa que segundo Marconi e Lakatos (2003), se

preocupam em analisar aspectos mais profundos, a fim de descrever a complexidade do

comportamento humano e organizacional bem como o de fornecer uma análise mais

detalhada sobre a pesquisa.

Deste modo, procedeu-se a uma análise de conteúdo para tornar o resultado da pesquisa

mais próximo à realidade utilizando-se do software Atlas/Ti 7.0, que se trata de um

programa de análise de dados qualitativos, útil na organização de grande quantidade de

textos, gráficos, informações de áudio ou vídeo, além de ajudar a estabelecer relações e

a construir categorias (MUHR, 2004). Assim, foram criadas as seguintes categorias de

análise com base no Triple Botton Line da sustentabilidade: a) Aspecto econômico; b)

Aspecto social; e c) Aspecto ambiental.

4. Análise dos resultados e considerações finais

A entrevista ocorreu em 23 novembro de 2011. Com base nas informações prestadas

pelo entrevistado chegou-se aos resultados da pesquisa com respeito à incorporação nas

decisões estratégicas de uma cooperativa de crédito nos aspectos do Triple Bottom Line

da sustentabilidade. Para explicar mais sobre esse modelo de negócio que atua baseado

em princípios fundamentados em prol do desenvolvimento e com projetos sociais

voltados à educação, a entrevista foi realizada com presidente da Central Sicredi PR/SP.

A Revista Geração Sustentável apresentou alguns pontos relevantes sobre o

cooperativismo, conforme segue:

“Para todo problema econômico há uma solução cooperativa”. Não tinha

outra forma de destacar a abertura desta entrevista se não utilizando essa

celebre frase de um dos maiores pensadores do cooperativismo, o professor

francês Charles Gide. Na atual conjuntura do setor financeiro brasileiro, com

a concentração do crédito nos grandes bancos privados, esse modelo de

organização é muito atual e ganhará novos adeptos nos próximos anos

(REVISTA GERAÇÃO SUSTENTÁVEL, 2011).

Além disso, a Revista Geração Sustentável (2011), descreve que o objetivo das

cooperativas de crédito é conquistar uma fatia de 10% do mercado bancário em dez

anos, realidade que existe em países como Holanda, Alemanha, Estados Unidos, entre

outros. As cooperativas de crédito fazem parte do sistema financeiro nacional como

qualquer banco, e estão submetidas à regulação e supervisão do Banco Central.

Contudo, nessas instituições financeiras existem diferenças significativas na atuação,

que as tornam um dos melhores modelos para o desenvolvimento sustentável das

comunidades. A partir destas informações foi elaborada a entrevista e sintetizada para

uma melhor compreensão conforme o Quadro 1:

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Quadro 1 – Síntese da Entrevista

Questionamento Síntese da Entrevista

Traçando um paralelo entre

cooperativas de créditos e bancos, qual

seria a maior diferença na atuação e

nos objetivos?

A maior diferença é que, quanto mais serviços os associados de uma

cooperativa de crédito utilizam mais a cooperativa cresce e mais os próprios

associados se beneficiam, pois a regra é que o dinheiro aplicado na

cooperativa só pode ser reinvestido na própria região. Além disso, o

resultado positivo do ano é distribuído entre os associados, proporcionais às

operações realizadas por cada um. Ao traçarmos um paralelo comparativo

entre as cooperativas de crédito e os bancos, é fundamental lembrar que as

cooperativas são sociedades de pessoas, elas são a alma do

empreendimento. Os associados são donos e usuários ao mesmo tempo, e

fazem parte de uma comunidade ou de um segmento específico.

Dessa forma, as cooperativas de

crédito redirecionam os recursos para

o desenvolvimento das comunidades

onde atuam. Como são determinadas

essas estratégias de investimentos

locais?

Cada unidade da cooperativa tem o seu planejamento anual, que é baseado

em estratégias e demandas locais e pontuais. A cooperativa existe para

satisfazer à necessidade dos sócios. Manejar a distribuição destes cabe à

administração da cooperativa, que ainda deve aliar as necessidades de

captação e capital necessárias.

O compromisso com as dimensões

econômica e social faz parte da

modelo cooperativista, isso, por si só,

é um exemplo de maturidade em

relação aos princípios de

sustentabilidade?

A cooperativa, em especial a de crédito, é um movimento de comunidade. E

quando eu afirmo que o recurso captado na comunidade fica na comunidade

para gerar melhorias financeiras, desenvolvimento e geração de riquezas,

estou promovendo esse princípio. A lógica da cooperativa é outra, ela é um

empreendimento coletivo que visa ao crescimento econômico de todos os

associados.

Considerando que o cooperativismo

surgiu como uma forma de

organização social para a solução de

problemas econômicos, como uma

cooperativa pode contribuir também

para minimizar os impactos

ambientais? É necessário repensar o

modelo?

Investindo em educação ambiental, na formação dos cidadãos do futuro, nas

crianças e nos adolescentes. O Sicredi tem um programa A União Faz a

Força, que estimula a elaboração de centenas de projetos de cunho

socioambiental, desenvolvidos nas escolas pelas próprias crianças, em prol

das comunidades e envolvendo toda a sociedade. O Programa A União Faz

a Vida é desenvolvido nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo

e Mato Grosso do Sul, e engloba 144 municípios, abrangendo 1.221 escolas,

179.175 alunos e 14.579 educadores.

Os Programas de educação

cooperativa como o “A União faz a

Vida” reforçam conceitos de

sustentabilidade e comprometimento

da cooperativa com a comunidade?

Perfeito. O Programa A União Faz a Vida está embasado no princípio

cooperativista de educação, formação e informação, mas atinge sua

plenitude quando integrado a outro princípio, o de interesse pela

comunidade. Porém, a gestão integrada desse Programa por parte dos

agentes é fundamental para a eficiência desse processo nas comunidades,

sendo eles a prefeitura por meio da secretaria de educação e coordenação

local; as assessorias pedagógicas; os apoiadores e a própria sociedade, tanto

nas cidades onde eles estão inseridos e naqueles que estão se preparando

para implantar o Programa no futuro.

Como desenvolver uma gestão

sustentável dentro de uma organização

financeira, considerando as dimensões

social, econômica e ambiental?

Direcionando as ações e esforços na formação de crianças e adolescentes

com espírito de cidadania. As comunidades são o motor de toda a

sociedade, e nosso objetivo é deixar um legado para as gerações futuras. A

própria atuação das cooperativas baseada nos valores de ajuda mútua,

responsabilidade, democracia, igualdade equidade e solidariedade reforça o

objetivo de promover o desenvolvimento da comunidade abrangendo as três

dimensões da sustentabilidade.

O segmento crédito é o que mais

cresce dentro do sistema

cooperativista brasileiro. Quais são os

índices de crescimento e quais são os

fatores que mais contribuem para essa

evolução?

Os índices de crescimento são muito positivos e o crescimento é

percentualmente acima da média do mercado competidor, exceto o

resultado, pois as cooperativas visam agregar renda às pessoas na

comunidade. Um dos motivos para esse crescimento é a gestão eficaz com

transparência, bem como o atendimento mais humano na prestação de

serviços financeiros. Acreditamos fortemente que o relacionamento faz toda

a diferença.

As cooperativas de crédito estão

modernizando seus modelos de gestão

dentro dos conceitos de governança

corporativa, inclusive o Banco Central

já utiliza o conceito de governança

cooperativa? Como funciona esse

conceito na prática?

A organização do quadro social é que inicia esse processo. No Sicredi, por

meio dos Programas Crescer e Pertencer, que visam ampliar a participação

dos associados na tomada de decisões dos negócios da sua cooperativa, é

que se alcança essa dimensão, pois eles geram sustentação e transparência à

gestão. Além disso, o investimento e capacitação de dirigentes, executivos e

colaboradores também reforçam essa sustentação, aliado às boas práticas de

governança que, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Governança

Corporativa (IBGC) divulga.

Fonte: Revista Geração Sustentável, 2011.

Anais do Encontro de Gestão e Negócios - EGEN2014 Uberlândia, MG, 20 a 22 de outubro de 2014

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A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada por uma associação

autônoma de pessoas unidas voluntariamente, com forma e natureza jurídica própria, de

natureza civil, sem fins lucrativos e constituída para prestar serviços a seus associados

(BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

No contexto da entrevista quanto ao processamento das mensagens referente ao

desenvolvimento sustentável pelas partes interessadas, o entrevistado procurou relatar

em suas respostas que a cooperativa de crédito integra em suas estratégias a

comunicação existente do seu produto/serviço. Isto refere-se a incorporação de pelo

menos uma parte dos aspectos da sustentabilidade aos seus produtos/serviços oferecidos

aos clientes envolvidos no processo financeiro.

Outra questão relevante do estudo por meio da entrevista é que a cooperativa de crédito

desenvolve iniciativas sustentáveis. Todavia, as exigências da responsabilidade social e

empresarial estão ligadas aos associados e a comunidade que estão aos poucos exigindo

sua incorporação nas práticas do dia a dia, e que com o passar do tempo tendem a

ganhar importância sendo cada vez mais necessárias para o sucesso do negócio.

Quanto ao conjunto de categorias de análise em torno do objetivo principal deste

estudo, Strauss e Corbin (2008), informam que na categoria principal, tenta-se trazer à

tona dados a respeito de uma temática que por consenso na literatura pesquisada e dos

diferentes campos de conhecimento, se caracteriza por ser complexa e multideterminada

pela diversidade de elementos que convergem e que se afetam mutuamente à análise.

Desta maneira, a figura abaixo apresenta a relação da cooperativa de crédito junto ao

Triple Botton Line através da entrevista realizada.

Figura 1 – Relação da Cooperativa de Crédito x Triple Botton Line

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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Por meio da figura anterior, verifica-se a relação da cooperativa de crédito junto aos

aspectos do Triple Botton Line referente às características das atividades

desempenhadas neste processo quanto à gestão sustentável. Percebe-se um avanço do

gestor ao se adaptar às novas exigências do mercado citando fatores que contribuem na

consolidação de práticas sustentáveis no ambiente empresarial possibilitando espaço a

novas ferramentas de gestão. A adaptação das organizações ao processo de

desenvolvimento sustentável não tem precedente. Novos valores são institucionalizados

na sociedade a serem seguidos em um determinado setor, sofrem pressões e adotam

modelos e práticas tidas como melhores em um dado sistema social (BARBIERI et al.,

2010, p.149).

Desta forma podemos analisar a contribuição da cooperativa de crédito em relação a sua

gestão sustentável na geração de riqueza e bem estar ao associado e a sociedade onde

está inserida, no intuito de utilizar melhor seus recursos, na geração e distribuição de

renda bem como na rentabilidade do negócio, fator primordial para sobrevivência no

mercado e na geração de valor. Partindo deste pressuposto, a figura 2 demonstra as

práticas sustentáveis da cooperativa de crédito junto ao Triple Botton Line através da

entrevista realizada:

Figura 2 – Práticas Sustentáveis da Cooperativa de Crédito x Triple Botton Line

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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Observa-se na figura às formas que a cooperativa de crédito pratica suas ações

sustentáveis. As estratégias estão baseadas na demanda da satisfação dos associados,

gerando recursos financeiros sendo que estas melhorias levam a geração de riquezas e

caracterizando a lógica do cooperativismo que é o de crescer economicamente para

todos os associados.

Deste modo podemos observar que a cooperativa de crédito desenvolve programas,

neste caso, denominado “A união faz a força”, no estímulo a projetos socioambiental

em prol dos associados e envolvendo a comunidade. Os investimentos em educação

ambiental estão embasados nos princípios do cooperativismo de educação, formação e

informações em busca de alternativas sustentáveis.

O processo econômico utilizado pela cooperativa de crédito está determinado nos

programas de desenvolvimento sustentável, na transformação, exploração de recursos e

na direção dos investimentos e requer o completo planejamento da organização. A

estratégia empresarial está ligada à administração da sustentabilidade tornando-se

essencial compreender a existência dos aspectos econômicos, sociais e ambientais com

a participação dos associados e da comunidade.

O desenvolvimento sustentável é um projeto social e político que aponta para o

ordenamento ecológico e a descentralização territorial da produção, assim como para a

diversificação dos tipos de desenvolvimento e dos modos de vida das populações que

habitam o planeta. Neste sentido, oferece novos princípios aos processos de

democratização da sociedade que induzem à participação direta das comunidades na

apropriação e transformação de seus recursos ambientais (LEFF, 2002, p.57).

As empresas criam valor econômico, social ou ambiental através de seus negócios e neste

estudo as cooperativas de crédito concentram esforços para conseguir seu

desenvolvimento sustentável sobre produtos/serviços oferecidos. Em primeiro lugar, estão

sendo conduzidos a mudança de atitude na construção da imagem, prestígio da marca,

perante ao mercado; e em segundo lugar, a sustentabilidade possui perspectiva

estratégicas no intuito de conquistar desempenhos superiores no mercado associados a

maior eficácia.

Diante dos resultados obtidos, a sustetabilidade é parte integrante da estratégias dos

negócios sendo que o foco está em torno da criação de valor nos principais princípios de

funcionamento e realização de melhorias econômicas, sociais e ambientais para todos os

stakeholders envolvidos. O êxito deste esforço é visto como crucial para o futuro da

cooperativa de crédito e, portanto, parte integrante das estratégias de negócios e de sua

reputação.

Recomenda-se o desenvolvimento de um quadro aos gestores de cooperativa de crédito

para tornar a sustentabilidade uma chave estratégica, no intuito de serem competitivos e

alinharem os investimentos em sustentabilidade com retorno. Estudos semelhantes são

de grande relevância para que se possa conhecer a realidade dos mesmos quanto aos

aspectos ligados ao tema.

A importância de um estudo mais aprofundado neste setor é baseado na compreensão,

nas análises e pesquisas estratégicas que estão sendo usadas no crescimento

socioeconômico, proporcionando assim uma opção para o sucesso e minimizar as

disparidades na obtenção de resultados.

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