tribunal de contas do estado do · pdf file5.relator : conselheiro herbert carvalho de almeida...

6
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS 1 RESOLUÇÃO nº 471/2010 – TCE – PLENO. 1.Processos n.º : 3660/2009 2.Classe de Assunto : III – Consulta 3.Responsável : Francisco da Rocha Miranda – Prefeito de Araguatins-TO 4.Origem : Prefeitura de Araguatins-TO 5.Relator : Conselheiro Herbert Carvalho de Almeida 6.Representante do MP : Procurador de Contas José Roberto Torres Gomes 7. Advogado : Não atuou EMENTA: Consulta. Cumulação Remunerada de Cargos Públicos. 1) Servidores Municipais Cumularem Remuneradamente Cargos com Cargos do Governo Federal. Impossibilidade Com as Exceções das Alíneas do Art. 37, inciso XVI da CF/88 Desde que Atendidos os Requisitos Inerentes. 2) Dois Cargos de Enfermeiro. Exceção Prevista no Art. 37, inciso XVI, alínea “c”. Não Pode Ultrapassar o Limite de 60 (sessenta) Horas Semanais de Acordo Com o §3º do Art. 4º da Lei Estadual nº 1.588/2005. 8. RESOLUÇÃO: 8.1. VISTOS, discutidos e relatados os autos de nº 3660/2009, versando sobre Consulta formulada pelo Sr. Francisco da Rocha Miranda – Prefeito de Araguatins-TO – com o objetivo de esclarecer sobre: 1) Cargo de enfermeiro pertencente aos quadros do Estado do Tocantins e eventualmente cedido ao Município receber cumulativamente remuneração das Fazendas Estaduais e Municipais o equivalente à 40 (quarenta) horas semanais de cada um; 2) Servidor concursado pelo Município receber por, cumulativamente, 40 (quarenta) horas semanais acrescido por mais a mesma quantidade para desenvolver ações do Governo Federal administradas pelo Município. 8.2. RESOLVEM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, por unanimidade de membros, ante as razões expostas pelo Relator, e em consonância com o parecer da ilustre Auditoria e do Douto Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, e ainda com base no que dispõe o Art. 150 e seguintes do Regimento Interno do TCE em: I)- Responder a Consulta nos seguintes termos: 1) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, com exceção das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso XVI, do Art. 37 da Constituição Federal de 1988, desde que atendidos os requisitos inerentes; 2) O total de horas trabalhadas pelos profissionais da saúde do Estado do Tocantins em regime de acumulação constitucional de cargos não poderá ultrapassar a 60 (sessenta) horas semanais, de acordo com o §3º do Art. 4º da Lei Estadual nº 1.588/2005; II)- Determinar a intimação do consulente bem como a publicação da Decisão no Boletim Oficial deste Sodalício para que surta os efeitos legais necessários, em consenso com o art. 27, caput, da Lei nº. 1.284/2001, de 17/12/2001 e do art. 341, § 3º do Regimento Interno; III)- Determinar o encaminhamento dos autos a Coordenadoria de Controle de Atos de Pessoal e Diretoria Geral de Controle Externo para as anotações de mister e, em seguida, à Coordenadoria de Protocolo Geral – COPRO, para arquivamento.

Upload: hathuy

Post on 06-Feb-2018

214 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO · PDF file5.Relator : Conselheiro Herbert Carvalho de Almeida 6.Representante do MP : ... A Lei n° 8.112/1990 que regulamenta o Regime Jurídico dos

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

1

RESOLUÇÃO nº 471/2010 – TCE – PLENO.

1.Processos n.º : 3660/2009 2.Classe de Assunto : III – Consulta 3.Responsável : Francisco da Rocha Miranda – Prefeito de Araguatins-TO 4.Origem : Prefeitura de Araguatins-TO 5.Relator : Conselheiro Herbert Carvalho de Almeida 6.Representante do MP : Procurador de Contas José Roberto Torres Gomes 7. Advogado : Não atuou

EMENTA: Consulta. Cumulação Remunerada de Cargos Públicos. 1) Servidores Municipais Cumularem Remuneradamente Cargos com Cargos do Governo Federal. Impossibilidade Com as Exceções das Alíneas do Art. 37, inciso XVI da CF/88 Desde que Atendidos os Requisitos Inerentes. 2) Dois Cargos de Enfermeiro. Exceção Prevista no Art. 37, inciso XVI, alínea “c”. Não Pode Ultrapassar o Limite de 60 (sessenta) Horas Semanais de Acordo Com o §3º do Art. 4º da Lei Estadual nº 1.588/2005. 8. RESOLUÇÃO: 8.1. VISTOS, discutidos e relatados os autos de nº 3660/2009, versando sobre Consulta formulada pelo Sr. Francisco da Rocha Miranda – Prefeito de Araguatins-TO – com o objetivo de esclarecer sobre: 1) Cargo de enfermeiro pertencente aos quadros do Estado do Tocantins e eventualmente cedido ao Município receber cumulativamente remuneração das Fazendas Estaduais e Municipais o equivalente à 40 (quarenta) horas semanais de cada um; 2) Servidor concursado pelo Município receber por, cumulativamente, 40 (quarenta) horas semanais acrescido por mais a mesma quantidade para desenvolver ações do Governo Federal administradas pelo Município. 8.2. RESOLVEM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, por unanimidade de membros, ante as razões expostas pelo Relator, e em consonância com o parecer da ilustre Auditoria e do Douto Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, e ainda com base no que dispõe o Art. 150 e seguintes do Regimento Interno do TCE em: I)- Responder a Consulta nos seguintes termos: 1) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, com exceção das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso XVI, do Art. 37 da Constituição Federal de 1988, desde que atendidos os requisitos inerentes; 2) O total de horas trabalhadas pelos profissionais da saúde do Estado do Tocantins em regime de acumulação constitucional de cargos não poderá ultrapassar a 60 (sessenta) horas semanais, de acordo com o §3º do Art. 4º da Lei Estadual nº 1.588/2005; II)- Determinar a intimação do consulente bem como a publicação da Decisão no Boletim Oficial deste Sodalício para que surta os efeitos legais necessários, em consenso com o art. 27, caput, da Lei nº. 1.284/2001, de 17/12/2001 e do art. 341, § 3º do Regimento Interno; III)- Determinar o encaminhamento dos autos a Coordenadoria de Controle de Atos de Pessoal e Diretoria Geral de Controle Externo para as anotações de mister e, em seguida, à Coordenadoria de Protocolo Geral – COPRO, para arquivamento.

Page 2: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO · PDF file5.Relator : Conselheiro Herbert Carvalho de Almeida 6.Representante do MP : ... A Lei n° 8.112/1990 que regulamenta o Regime Jurídico dos

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

2

Sala das Sessões em Palmas, Capital do Estado do Tocantins, aos 05 dias do mês de maio de 2010.

Trata-se de consulta subscrita pelo Gestor, Francisco da Rocha Miranda, Prefeito Municipal de Araguatins - TO, sobre a possibilidade de acumulação de remuneração da Fazenda Estadual e Municipal. O assunto versa sobre matéria de competência desse Tribunal de Contas, conforme disposição do artigo 1º, inciso XIX, de sua Lei Orgânica nº 1.284/2001 e, veio à sua apreciação, instruída consoante as disposições dos artigos 150 incisos I a V do Regimento Interno deste Sodalício. Atendendo, pois os requisitos do RITC, preliminarmente a presente consulta pode merecer deste Tribunal, seu reconhecimento como matéria que lhe é afeta, porquanto veio instruída a documentação exigida pelo art. 150, e seus correspondentes incisos, sendo o requerimento do consulente bem como do Parecer Jurídico de sua assessoria, consoante às fls. 02 a 07/TCE. As indagações do consulente versam sobre: 1 – A possibilidade de enfermeiro pertencente aos quadros do Estado do Tocantins, cedido ao Município por força de cooperação, receber cumulativamente da Fazenda Estadual e Municipal (equivalente a 40 horas cada um); 2 – Se é possível servidor concursado pelo Município, para trabalhar 40 (quarenta) horas, também receber remuneração equivalente a 40 (quarenta) horas para desenvolver ações do Governo Federal, administradas pelo município, nos programas (CRAS, CREAS, CAPS etc). É o Relatório. Nossas Considerações. Busquemos, pois o entendimento da Legislação apropriada, para melhor fundamentarmos a respostas às indagações do consulente. Para tanto recorremos ao entendimento majoritário nos preceitos do artigo 37, inciso XIV, alíneas a,b,c da Constituição Federal. Art 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Processo nº 03660/2009, autuação em 04.06.2009 Origem Prefeitura Municipal de Araguatins - TO Responsável Assunto

Francisco da Rocha Miranda Consulta sobre acumulação de remuneração de cargos públicos

PARECER DE AUDITORIA Nº. 2.015/2009

Page 3: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO · PDF file5.Relator : Conselheiro Herbert Carvalho de Almeida 6.Representante do MP : ... A Lei n° 8.112/1990 que regulamenta o Regime Jurídico dos

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

3

Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

(...) XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto ,

quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI;

a – a de dois cargos de professor; b – a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico; c – a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,

com profissões regulamentadas; XVII – a proibição de acumular entende-se a empregos e funções e

abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedade de economia mista, suas subsidiárias, e sociedade controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

Aplica-se também neste caso concreto, as disposições prevista nos artigos 135, §’s 1º , 2º, c/c “Caput”, do art. 136 e 138, da Lei Estadual nº. 8.818/2007 “ Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do Tocantins”. Pois bem a hermenêutica jurídica exige a análise e interpretação da lei para que se escolha a melhor regra jurídica, a ser aplicada em cada caso particular. Nessa linha de raciocínio, a posição majoritária vem da própria Constituição Federal em seu art. 37, inciso XVI que veda a acumulação de cargos, caso não haja compatibilidade de horários, nos casos especificados nas alíneas de “a até c”, do referido artigo, c/c as disposições prevista nos artigos 135, §’s 1º, 2º, c/c “Caput”, do art. 136 e 138, da Lei Estadual nº. 8.818/2007 “Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do Tocantins” resultam as evidências, na impossibilidade do acúmulo de cargos e remunerações, motivos das indagações. Assim, por todo exposto, este Membro do Corpo Especial de Auditores, opina com manifestação ao E. Tribunal de Contas, que consoante sua competência sobre a matéria, em cumprimento do art. 1º, caput, inciso XIX e § 5º da Lei Estadual 1.284/2001, c/c art. 152 do RITC, ou seja, que a decisão proferida pelo Tribunal de Contas em virtude de consulta, tem caráter normativo, e força obrigatória, importando em prejulgamento de tese e não de caso concreto, portanto, poderá esse sodalício responder as indagações, nos seguintes termos: Impossibilidade de qualquer acumulação no caso vertente, mediante proibição expressa da CF/88, (art. 37, inciso XVI) tendo em vista o não enquadramento o do objeto pretendido, nas alíneas deste artigo, com também que deve ser rigorosamente observada a proibição de que trata o inciso XVII do art. 37 da CF/88, c/c as disposições prevista nos artigos 135, §’s 1º , 2º, c/c “Caput”, do art. 136 e 138, da Lei Estadual nº. 8.818/2007 “Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do Tocantins”.

É o Parecer que SMJ, à apreciação do E. Relator, depois de ouvido o Ministério Público Especial junto a este Tribunal.

Page 4: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO · PDF file5.Relator : Conselheiro Herbert Carvalho de Almeida 6.Representante do MP : ... A Lei n° 8.112/1990 que regulamenta o Regime Jurídico dos

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

4

CORPO ESPECIAL DE AUDITORES DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS, em Palmas, aos 11 dias do mês de setembro do ano de 2009. PARSONDAS MARTINS VIANA, Auditor Mat. 023.438-9 PROCESSO Nº : 03660/2009 ORIGEM : PREFEITURA DE ARAGUATINS INTERESSADO : FRANCISCO DA ROCHA MIRANDA - PREFEITO ASSUNTO : CONSULTA DE GESTOR MUNICIPAL

PARECER N°. 2.770/2009

Trata os autos para exame desta Corte de Contas, sobre a consulta do prefeito de Araguatins Sr. Francisco da Rocha Miranda, cuja duvida é relativo à hipótese de enfermeiro pertencente aos quadros do Estado do Tocantins, em virtude do termo de cooperação cedido ao município, receber cumulativamente a remuneração da Fazenda Estadual e Municipal e se também é possível servidores concursados (profissionais da saúde) pelo município que trabalham 40 horas, receber também remuneração equivalente a 40 horas para desenvolver ações do governo federal administrado pelo município (CREAS, CRAS, CAP, etc.).

Vieram instruídos os autos com parecer da assessoria jurídica daquela municipalidade, concluindo que é perfeitamente possível complementar a remuneração dos servidores estaduais da área de saúde cedidos ao município ou que desenvolvam ações do Governo Federal administrados pelo município, atribuindo-lhes valores equivalentes a 40 horas semanais pagos pela Fazenda Municipal, sem prejuízo do subsídio estadual ou da remuneração de programas oriunda de programas do Governo Federal administrado pelo município a que se faz jus..

A ilustre Auditoria, após análise minuciosa, manifesta-se no sentido de que impossibilidade de qualquer cumulação no caso vertente, mediante proibição expressa da CF/88, (art. 37, inciso XVI) tendo em vista o não enquadramento o do objeto pretendido, nas alíneas deste artigo, como também que deve ser observada a proibição de que trata o inciso XVII do artigo 37, c/c as disposições previstas nos artigos 135, §1°,2°, c/c “caput” do artigo 136 e 138 da Lei Estadual n° 8.818/2007 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do Tocantins).

Vieram os autos ao MPjTCE-TO.

É o sucinto relatório.

Ao passo do cabimento da consulta temos o artigo 1°, XIX da Lei Orgânica c/c art. 150 do Regimento Interno, ambos do Tribunal de Contas, verificada que foi

Page 5: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO · PDF file5.Relator : Conselheiro Herbert Carvalho de Almeida 6.Representante do MP : ... A Lei n° 8.112/1990 que regulamenta o Regime Jurídico dos

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

5

formulada por parte legitima e que a matéria é competência desta Corte de Contas, a consulta deve ser recebida.

A nossa Carta Magna visa resguardar o interesse público, exigindo da Administração Pública direta e indireta a fiel obediência dos princípios estampado em seu Art. 37.

Neste passo, impõe-se a minuciosa observação pelo Administrador Público da prefalada lei, bem como toda a legislação pertinente, para que não reste olvidado o interesse da maioria.

No caso em tela, a Constituição Federal nos termos do art. 37, incisos XVI e XVII, é bastante clara ao estabelecer a regra da proibição de exercício simultâneo, remunerado, de cargos, funções e empregos públicos.

Porém, no mesmo dispositivo fixa a exceção para os seguintes casos: a)dois cargos de professor; b)um cargo de professor com outro, técnico ou científico exigem habilitação específica para seu provimento; c)dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentas.

Esta previsão constitucional é excepcional e taxativa, vedando-se edição de atos normativos extensivo, sob pena de ferimento inconstitucional à amplitude do direito de livre exercício de profissão.

A Lei n° 8.112/1990 que regulamenta o Regime Jurídico dos Servidores Públicos e Civil da união, Autarquias e das Fundações Públicas Federais, em seu artigo 118 e 119, em consonância com a nossa Carta Magna é auto-explicativa em proibir acumulação remunerada de cargos públicos.

Neste passo a Constituição do Estado do Tocantins, em seu artigo 9º, incisos XVI e XVII, reproduz ipsis literis o que a nossa Carta Maior expressa quanto a acumulação remunerada de cargos públicos.

No âmbito estadual o Estatuto dos Servidores Civis do Estado do Tocantins (Lei n° 1.818/2007) não sendo diferente, foi fiel a Lei Maior do país ao reproduzir em seu artigo 135 a proibição de acumulação de cargos públicos.

Como se não bastasse essa exceção a proibição de acumulação de cargos públicos traça outra impossibilidade quando se fala em carga horária, pois a jornada de trabalho do servidor consiste em 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, em que a acumulação de cargos deve ser respeitada a carga horária limite permitida aos servidores.

Page 6: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO · PDF file5.Relator : Conselheiro Herbert Carvalho de Almeida 6.Representante do MP : ... A Lei n° 8.112/1990 que regulamenta o Regime Jurídico dos

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS

6

No caso em tela, o que se entende é que em face às profissões serem devidamente regulamentada da área da saúde, enquadra-se perfeitamente no artigo 37, XVI, “c”, da CF/88, entretanto, quanto ao acumulo de carga horária em tese é possível as 80 (oitenta) horas semanais, mas como é sabido a todos, um profissional com tamanha carga horária necessita de exclusividade para a vida profissional

Desse modo, entende este Ministério Público de Contas que é possível a acumulação destes cargos, em virtude de que os CREAS, CRAS E CAPS, são centros de atendimentos de saúde do SUS, em que o profissional da saúde exercera sua profissão estando ela devidamente regulamentada conforme preceitua a legislações supramencionadas, no entanto, é de bom alvitre questionar a carga horária destes servidores, por ser de 80 (oitenta) horas semanais, em tese é admissível e legal, mas na vida prática, certamente o profissional deixará uma lacuna em seus afazeres.

Ante o exposto, esta representação do parquet especializado, manifesta-se no sentido de que poderá essa Egrégia Corte de Contas, responder a presente consulta, esclarecendo ao gestor com fulcro nos artigos 37, XVI, XVII, da CF/88, 118 e 119 da Lei Federal 8.112/1990 c/c 9°, incisos XVI e XVII da Constituição Estadual do Tocantins e 135 da Lei Estadual n°. 1.818/2007 é possível e legal a acumulação remunerada de cargos de servidores concursados da saúde, deixando ressalvas, quanto a carga horária de 80 (oitenta) horas semanais, em que a princípio não há impedimento legal, mas na prática pela exaustiva carga horária resta dúvida no condicionamento deste profissional.

Ministério Público de Contas, em Palmas, capital do Estado, aos 20 dias do mês de outubro de 2009.

JOSÉ ROBERTO TORRES GOMES Procurador de Contas