trauma cranioencefalico
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Trauma cranioencefalico
DEFINIÇÃO:Define-se como TCE toda e qualquer lesão que envolva anatomicamente desde o couro cabeludo
até o parênquima encefálico.
Vai depender de como a primeira pessoa que vai tratar o paciente vai agir, porque a lesão inicial
já foi causada devemos prevenir a lesão secundaria.
O que vai definir a gravidade do TCE é que quanto mais profundo (mais parênquima atingido) pior
é.
EPIDEMIOLOGIA: O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é uma importante causa de morbi-mortalidade em
todo o mundo;
Afeta sobretudo jovens do sexo masculino, constituindo um importante problema de saúde
pública; estes estão mais expostos á violência urbana.
A incidência depende da área geográfica mas, em média, estima-se que há 200 casos de
TCE/100.000 habitantes por ano na Europa.
Aproximadamente 1,6 milhão atendimentos por TCE ocorrem por ano no Brasil;
80% são de lesões leves e 20% de lesões moderadas a graves;
A taxa de mortalidade das lesões moderadas e graves são de 10% e 30%
respectivamente;
Dos pacientes que sobrevivem, entre 50% a 90% apresentam algum tipo de lesão
neurológica permanente;
O TCE é responsável por 50% das mortes por trauma
O paciente com TCE tem 32,8% de probabilidade de apresentar outro traumatismo
associado que possa contribuir com o resultado final;
As colisões automobilísticas (principalmente moto) consistem na principal causa de TCE
no indivíduo com idade inferior a 65 anos
Nos idosos, as quedas constituem a principal causa de TCE;
Tem crescido, no Brasil principalmente, o TCE por ferimento por arma de fogo;
A maneira como o caso é conduzido desde os primeiros momentos após o acidente influi
grandemente no resultado final;
ANATOMOFISIOPATOLOGIA:
Mecanismo do TCE:
As forças de impacto e inercial, quando aplicadas ao crânio, podem gerar deformações
(compressão, tensão e/ou cisalhamento). No momento em que há uma freiada, batida, o
cérebro é projetado para frente, ou seja, pela lesão de inércia (lobo frontal e occipital); se
foi de lado, vai gerar uma lesão por inércia nos lobos parietais bilateralmente e temporal.
As forças de impacto são responsáveis por efeitos locais na superfície. Ex.: laceração do
couro cabeludo, fratura do crânio, hematoma epidural, etc.
As forças inercial determina efeitos difusos. Ex.: contusões, hematoma subdural e lesão
axonal difusa.
LESÃO CEREBRAL PRIMÁRIA: ocorre no momento do trauma (trauma direto no encéfalo
associado com lesões vasculares). Ex.: contusões, lacerações e lesão axonal difusa (LAD).
Não há como evitar, apenas com medidas profiláticas como uso de cinto de
segurança, educação no transito, diminuição da violência urbana etc
LESÃO CEREBRAL SECUNDÁRIA: é determinada por processos complicadores, que se
iniciam no momento do trauma,
Evitar essas lesões depende da qualidade do atendimento médico.
Sempre que há uma contusão, vai ocorrer um edema no local atingido, que vai
comprimir os vasos sanguíneos adjacentes ao foco da lesão, criando o que se
chama de zona de penumbra (área que “contorna” a lesão).
Se não cuidar dessa lesão primária, essa zona de penumbra que está sofrendo
pressão pelo edema da lesão, vai evoluir para isquemia, com consequente
ampliação da lesão
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES: Lesões focais: lesões do escalpo (lesão do couro cabeludo), fraturas de crânio, contusões
cerebrais, hematomas intracranianos, etc.
Lesões difusas: lesão axonal difusa (LAD), lesão cerebral hipóxica, inchaço cerebral difuso
e hemorragias múltiplas cerebrais.
Na LAD, a TC não revela muita coisa, mas acontece em vários neurônios, que
sofrerão agressão difusamente, apresentando dificuldades de exercer suas funções
normais; na TC a LAD é visualizada como lesões em aspecto de “sal-e-pimenta”,
que representa pontos de hemorragias permeando o parênquima normal (nem
sempre está presente)
Hipóxia: gera lesões difusas por isquemia devido ao edema (edema hipóxia
isquemia)
CLASSIFICAÇÃO DO TCE: Aberto: há exposição (rompimento) da Dura Máter ou parênquima.
Fechado: outras entidades.
CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE: Grave ≤ 8
Moderado > 8.
Leve: quando não altera a ECG.
Mínimo 3; máximo 15 Decorticação: flexão das extremidades superiores e extensão com rigidez das inferiores.
Ocorre no nível do diencéfalo.
Descerebração: extensão de todas as extremidades com pronação dos membros
superiores. Ocorre a nível de mesencéfalo.
CLASSIFICAÇAO DE ACORDO COM A GRAVIDADE
PRINCIPAIS LESOES DO TCE
Lesão do couro cabeludo:
Escoriações
Contusão
Equimose
Laceração
Fraturas de crânio:
Fratura linear
Fratura de
convexidade ou de
base posterior
Fratura de base
média
Fratura de base
anterior
Fratura em afundamento
ESCALA DE COMA DE GLASGOW
MELHOR RESPOSTA MOTORA
Obedece a comando 6
Localiza estímulo doloroso 5
Retira à dor 4
Decorticação 3
Descerebração 2
Sem resposta motora 1
MELHOR RESPOSTA VERBAL
Apropriada/ orientado 5
Confusa 4
Inapropriada 3
Emite sons 2
Sem resposta verbal 1
ABERTURA OCULAR
Espontânea 4
À voz 3
À dor 2
Sem abertura ocular 1
Fechado
Aberto
Contusão Cerebral
Hemorragias:
Hematoma subgaleal (entre o couro cabeludo e a calota craniana)
Hematoma epidural/extradural
Hematoma subdural
Hematoma subaracnóide
Hematoma intracerebral
Concussão Cerebral
Lesão Axonal Difusa (LAD)
Edema Cerebral
TCE por agentes penetrantes (relacionados ao encéfalo)
Fraturas:
Escalpe (lesão de couro cabeludo; geralmente relacionado a TCE leve);
Quando tem fratura tem risco de sangramento (hematoma extradural)
Visualiza-se fraturas na base do cranio
Fraturas com afundamento:
Não há continuidade na esquerda; fraturas lineares sem fundamento; fraturas com afundamento
na direita (podem ser fechadas ou abertas)
Fratura linear:
Fratura visualizada na direita; e linha no raio-x
Afundamento:
Afundamento por objeto contuso (ex: taco de basebal); direita mostrando descontinuidade por
provavel fratura por afundamento aberto
TCE aberto:
Ex: machadada, facão; exposição do tecido encefálico
Fratura de base: exame físico
Encontra-se sinal do guaxinim (fratura de base de
crânio)
Hematoma retroauricular também significa fratura de base de crânio (sinal de Battle)
Edema cerebral:
Perda praticamente completa dos sulcos cerebrais, com diminuicao dos ventriculos
(comprimidos); por isso há a perda da delimitacao dos sulcos e giros
Swelling
Compressao ventricular na esquerda devido ao inchaço
Lado esquerdo da figura direita bem mais aumentada
Contusões cerebrais:
Ocorrem pelo proprio impacto
Geralmente aparecem na TC com sangue e uma área de edema perilesional (figura esquerda na
parte superior)
Contusões cerebrais bilaterais:
Múltiplas contusões, por provável pancada
Hemorragia subaracnóide:
Hematoma extradural:
Hematoma pode acontecer em qualquer camada (extra, sub, ou intracerebral)
Extradural o hemoatoma é por fora e comprime o cerebro
Hematoma extradural mostrando uma imagem biconvexa (apontou na imagem esquerda),
mostrando o sangue por fora, comprimindo o cerebro
Hematoma extradural mostrando característica biconvexa de novo
Extradural
extradural
Hematoma subdural: cérebro comprime fazendo uma imagem côncava.
Hematoma subdural; gerlamente revela uma imagem concava; sub
Subdural
Hematoma intracerebral: mais raro
Localizados no parenquima cerebral; mais comum nos AVCH intraparenquimatoso (porque
tambem pode ter AVCH subaracnoide)
Corpos estranhos:
Prego
Faca:
QUADRO CLÍNICO
Concussão Cerebral: há alterações na função neurológica da região acometida, sendo a
mais comum à perda de consciência, sem lesão intracraniana ao realizar TC. Pode haver
também déficit de memória: amnésia anterógrada e retrógrada.
Quando tem impacto, e o neurônio dá uma chacoalhada; o paciente desmaia, e a
TC não revela nada, ou seja, só teve uma disfunção neuronal momentânea, que vai
melhorando com o passar das horas; apenas acompanhamento
Fraturas: rinorréia, otoliquorréia, equimose periorbital (olhos de guaxinim) e equimose na
região retroauricular sob o mastóide (sinal de Batlle)
As fraturas de base de crânio comumente evoluem para fistulas liquoricas,
manifestando-se com líquor saindo pelo nariz, ouvido; essa fistula aumenta o risco
de infecção
Depende do tipo de lesão, local atingido e da dimensão do Trauma.
Hematomas: Extradural: curto período de perda de consciência, depois recobra a consciência e, em
seguida, rápido rebaixamento do nível de consciência.
Característica MARCANTE!: Intervalo Lúcido : paciente sofre o traumatismo, perde a consciência por um
breve período, depois acorda e recobra a consciência, e posteriormente,
entra em coma rapidamente
É o mais fácil de ser operado, porém, se negligenciado, pode levar o paciente
rapidamente a óbito
Subdural: cefaléia, distúrbios visuais, alteração da personalidade, disartria, hemiparesia ou
hemiplegia.
Dependendo do vaso atingido, as manifestações clinicas podem aparecer de forma
lenta ou rápida
Pessoas jovens possuem a caixa craniana praticamente toda ocupada pelo cérebro.
Por isso, apresentam sintomatologia mais precoce, pois vai crescendo e
comprimindo o cérebro
As manifestações dessa compressão são: cefaleia, distúrbios visuais,
disartria, distúrbios de personalidade, paresia, hemiplegia
O idoso muitas vezes tem historia de uma queda e só vai apresentar sintomas 1
mês, 1,5 mês depois pois o cérebro do idoso é atrofiado, ou seja, tem espaço para o
hematoma crescer, demorando mais para conseguir comprimir o cérebro; nesta
situação, chama-se de hematoma subdural crônico
Intracerebral: convulsões e aumentos importantes da PIC.
Geralmente associado a convulsões e aumento importante da pressão intracraniana
Idoso que um mês depois do TCE, volta devido hematoma que sangra devagarzinho; o idoso tem
atrofia cerebral então o hematoma tem mais espaço, então a sintomatologia aparece mais tarde.
TRATAMENTO:
SEMPRE ABCDE!!
Pois no momento que a gente cuida da hemodinâmica do paciente, a gente esta
cuidando do cérebro do paciente também, ou seja, evitando lesão cerebral secundária, e evitando sequelas!!
Se paciente tem uma obstrução de via aérea, ou hipoxemia, essa hipoxemia no
paciente com lesão cerebral vai afetar quase 5x mais do que um paciente sem
trauma com hipóxia
O tratamento adequado começa com intervenções que obedeçam uma sequência
priorizando as lesões que comprometem a vida identificadas no exame primário.
Evitar lesões cerebrais secundárias
FATORES SISTÊMICOS QUE PODEM LEVAR À LESÃO SECUNDÁRIA (MAIS IMPORTANTE NO ATENDIMENTO DO TCE)
Hipoxemia (A e B)
Hipercapnia e hipocapnia (A e B)
Anemia (C)
Hipotensão (C)
Hipoglicemia e hiperglicemia
Convulsões
Edemas
Hematomas
SINAIS DE ALERTA PARA SUSPEITA DE AUMENTO DA PIC E DE IMINENCIA DE
HERNIAÇÃO
Perda de 2 pontos na Escala de Coma de Glasgow.
Pupilas não reativas ou lentas.
Desenvolvimento de hemiplegia ou hemiparesia
Fenômeno ou Tríade de Cushing (indicam sinal de aumento da PIC):
Hipertensão Sistólica
Bradicardia
Alterações Respiratórias (bradipnéia, ritmo de Cheyne-Stolkes, kussmaul)
Paciente com TCE: temos que ter em mente a lesão cerebral!!
Lesão cerebral leva a edema, que por sua vez pode gerar um aumento da PIC de tal modo que
pode provocar uma herniação (deslocamento do tecido através do forame magno). Isso ocorre
porque o tecido tende a sair do espaço de maior pressão para um espaço de menor pressão.
Principal local pressionado: lobos temporais
Tratamento cirúrgico:
Drenagem de hematomas
Craniotomia descompressiva – indicada quando a drenagem do hematoma é feita e
mesmo assim o cérebro continua inchado (retira-se um pedaço do osso)
Retirar o que está fazendo a compressão dentro do cérebro
Suspeita de Herniação fazer hiperventilação, pois o CO2 é vasodilatador, então
diminuindo sua concentração através da hiperventilação, promove uma vasoconstricção no
cérebro e com isso diminui a hipertensão intracraniana
Só a prevenção, educação pode evitar a lesão primaria.
SEMPRE TRATAR LESÕES QUE PODEM ACONTECER SECUNDARIAMENTE AO TCELESAO PRIMARIA NÃO TEM COMO TRATAR, APENAS COM MEDIDAS PREVENTIVAS
Traumatismo Raquimedular
É um trauma na medula
EPIDEMIOLOGIA
O TRM se associa com outras lesões em 80% dos pacientes, e com TCE fechado em
1,7% a 4,8%.
Nos casos com TCE com Glasgow < 10, essa associação é de aproximadamente 7,5% a
9%; ai que entra a questão do ATLS:
o A – vias aéreas e colar cervical – paciente inconsciente é fundamental o colar
cervical, devido a provável lesão raquimedular, evitando tetraplegia
No Brasil, a incidência é de +- 8.000 casos por ano.
Todos os níveis medulares podem ser acometidos, mas em geral:
o 55% dos casos acometem região cervical (principal local; por isso o colar cervical)
A lesão raquimedular pode ocorrer no movimento de chicote da cervical, que
gera luxação, e lesão raquimedular
o 30% região torácica
o 15% região lombar.
O total de lesões completas é de 45%.
ETIOLOGIA:
Acidente automobilístico
Quedas de nível
Mergulho em água rasa (faz luxação da cervical, e leva a tetraplegia)
Ferimento por arma de fogo ou branca (pode provocar lesão medular sem atingir o
canal medular pela própria temperatura da bala)
CONSIDERAÇOES ANATOMICAS:
Formação da coluna vertebral
o 7 cervicais
Existem 8 saídas de plexos nervosos na cervical
o 12 torácicas
o 5 lombares
o 5 sacrais
o 4/5 coccígenas
A cauda equina inicia em T11 e vai até S3, a partir de L2 só há cauda equina.
o Por isso a punção lombar é feita em L3, L4, pois não tem mais canal medular
nesta região; quando ocorre algum tipo de traumatismo nessa região, não e tão
grave como na cervical devido a este fato
Corno anterior da medula corpos celulares dos neurônios motores e visceromotores
(aferentes)
Corno posterior da medula corpos celulares dos neurônios sensitivos (eferentes).
A cauda eqüina localiza-se na parte baixa do canal vertebral formada pelas raízes dos
nervos espinhais.
Trato espinotalâmico ventral: impulsos relacionados ao tato. Origem na coluna posterior.
Trato espinotalâmico lateral: impulsos sensitivos dolorosos e temperatura do lado
contralateral. Origem na coluna posterior.
Tratos espinocerebelares ventral e dorsal: propriocepção.
Fascículos grácil e cuneiforme: porção posterior da medula. Impulsos proprioceptivos
provenientes de músculos, tendões e articulações, impulsos de localização e discriminação
táteis e sensações vibratórias.
Tratos corticoespinhal lateral e ventral: controlam a força motora (voluntária e involuntária
mediante estimulo doloroso)`
Na lesão raquimedular completa há perda tanto da sensibilidade quanto da motora, pois atinge todos esses tratos (ele não falou de nenhum desses tratos)
Na hemissecção raquimedular:
o Alteração motora ipsilateral à lesão
o Alteração sensitiva contralateral à lesão
Dermátomo é a área da pele que leva informações sensitivas de cada raiz nervosa.
Miótomo é o grupo de músculos que cada raiz inerva.
FISIOPATOLOGIA DA LESAO MEDULAR:
A lesão da medula envolve a lesão primária e a secundária.
A primária é aquela que ocorre diretamente pelo trauma e pode ser classificado como
penetrante ou não, podendo ser de natureza isquêmica ou compressiva.
A lesão secundaria é corrigível, e geralmente é de natureza isquêmica por oclusão ou
hipoperfusão de artérias espinhais ou radiculares
o Algumas vezes pode ser por compressão mecânica da medula por estruturas
ósseas e hematomas. Quando há compressão da medula, por uma luxação, há
compressão do vaso, para melhorar a circulação e evitar isquemia
Fase aguda (até 8h do trauma)o Transferência de energia cinética
o Rompimento dos axônios
o Lesão de células nervosas
o Ruptura dos vasos sanguíneos
Fase Secundária quando já existe isquemia
CLASSIFICAÇÃO:
Lesão medular completa: quando existe ausência de sensibilidade e função motora nos
segmentos sacrais baixos.
Lesão medular incompleta: quando é observada preservação parcial das funções
motoras abaixo do nível da lesão
Tetraplegia: perda da função motora e sensitiva nos 4 membros.
Paraplegia: perda da função motora e sensitiva nos membros inferiores.
MANIFESTAÇOES CLINICAS:
Existem 2 neurônios motores:
o Neurônio motor superior (do córtex até a medula)
Lesão neste paralisia espástica (neurônio inferior continua mandando
estímulo contrátil ao musculo)
Há hiperreflexia porque o neurônio inferior está integro
o Neurônio motor inferior (da medula até o órgão efetor)
Lesão neste paralisia flácida (não há mais estimulo contrátil)
Reflexos abolidos
Pacientes vítimas de TRM apresentam lesão de axônios de neurônio motor superior, o
que explica o motivo pelo qual, inicialmente, o paciente apresenta paralisia flácida
(gerado pelo descontrole inicial dos neurônios) e só depois aparece a espástica.
No local onde ocorre lesão, acomete o neurônio motor inferior, gerando uma paralisia
flácida; abaixo da lesão, há paralisia espástica
Reflexos cutâneos e tendíneos estão abolidos, enquanto o anal e o bulbocavernoso
podem não desaparecer ou recuperar-se.
A persistência de arreflexia indica a presença de lesão isquêmica da substância
cinzenta ou lesão multirradicular.
A hiporreflexia varia de 3 dias a 6 semanas.
Os mecanismos de controle da temperatura estão alterados.
LESAO CERVICAL ALTA (C3 e C4);
Tetraplegia
Paralisia de pares cranianos baixos
Paralisia de músculos acessórios da respiração
Perda do controle diafragmático
Pela perda do controle diafragmático e pela paralisia de musculatura acessória esses
pacientes são difíceis de sair do ventilador mecânico
Lesões em C2 são incompatíveis com a vida, pois apresentam uma reação autonômica
muito grave, por perda do controle do SN simpático, perdendo reflexos autonômicos,
com vasoplegia grande, gerando choque neurogênico, tratado com reposição volêmica
e se precisar, drogas vasoativas
TRANSECÇÃO COMPLETA DE C4 A C8:
O paciente pode apresentar também disreflexia autonômica em 50% dos casos
LESÃO ABAIXO DE T7:
Paraplegia
TRANSECÇÃO COMPLETA DE T12 A S1:
Disfunção sexual, vesical e intestinal
SÍNDROME DA HEMISSECÇÃO MEDULAR:
Paralisia ipsilateral
Anestesia para dor e temperatura contralateral
SINDROME DA CAUDA EQUINA:
Paralisia dos membros inferiores
Anestesia da região perineal
Disfunção vesical e intestinal
LESÕES CERVICAIS E TORÁCICAS (C1 A T6):
Hipotensão arterial e bradicardia (porque atinge SN simpático; trata com volemia)
Diminuição da resistência vascular sistêmica
Diminuição da pressão venosa central e da pressão ocluída da art. Pulmonar.
Diminuição do débito cardíaco.
Alteração mais intensas nos primeiros 4 dias, melhorando no final de 3 semanas.
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DA LESÃO MEDULAR:
DIAGNOSTICO POR IMAGEM:
Objetivo – avaliar:
o Alinhamento
o Identificar fratura
o Identificar lesões ligamentares
o Identificar instabilidade
o Compressão medular por osso ou tecido mole
o Utilizar inicialmente RX portátil
RADIOLOGIA SIMPLES:
Col. Cervical
Visualizar da região occipito-cervical a C7-T1
o Fraturas e deslocamentos- corpo vertebral, processos espinhosos e odontóide de
C2 em visão lateral (P)
o Pedículos, facetas e massa lateral da vértebra em visão AP – trans-oral
Coluna dorsal e lombar – principal lesão é de compressão no sentido axial e melhor
visto em perfil
Deve ser sempre realizada as duas incidências
Perfil em flexão e extensão
Limitações para visualizar o canal vertebral
AP E PERFIL
TC X RM:
TC - visualiza melhor as estruturas ósseas e permite maiores detalhes anatômicos dos
processos articulares bem como fragmentos ósseos
o Reconstrução por processo helicoidal
o Ideal para porção inferior da CC
o Mielo-tomografia
RM – visualiza melhor os tecidos moles, medula, ligamentos, discos, sangue, contusão e
edema
Permite visão axial, coronal e longitudinal
Exame de primeira escolha para medula cervical e dorsal
RX
Esquerda Luxação (desacoplamento de C1 com a cabeça do cidadão – gravíssimo, pois gera
lesão incompatível com a vida); direita luxação apontada pela seta
C4 e C5 luxado
C5 e C6 luxado
Maioria dessas lesões é por mergulho em agua rasa
TC
Fraturas na vertebra apontadas pela seta; osso dentro do canal medular na figura direita
Reconstrução da TC mostrando luxação (fratura na direita)
RESSONANCIA MOSTRANDO A MEDULA
RECONSTRUCAO DA TC
TRATAMENTO:
Sempre fazer ABC e evitar lesão secundaria
CUIDADOS RESPIRATORIOS:
Hipóxia
o Hipoventilação
o Aspiração de conteúdos gástricos
Lesão cervical alta, trauma grave de face e de tórax – IOT e ventilação assistida
Cricotireostomia – quando não for possível IOT
Controle de PaO2 e PaCO2
RESSUCITAÇÃO CARDIOVASCULAR
Perda da atividade simpática – cc
Bradicardia – distinguir de choque hipovolêmico - (atropina)
o Administração de volume
o Controle da sobrecarga cardiopulmonar
o Vasoconstritores se necessário
Metaraminal 20 – 500 ug/min
Dopamina 2 –15 ug/kg/min
TRATAMENTO FARMACOLOGICO ESPICIFICO
Metilprednisolona – em até 8 horas da lesão para diminuir edema
o 30 mg/kg IV durante 15 minutos – esperar 45 minutos para a próxima dose:
o 4,5mg/kg IV nas outras 23h restantes
É meio controverso o uso, pois pode causar imunossupressão e ulcera gástrica
TRATAMENTO ADJUVANTE:
Sonda vesical
Sonda nasogástrica (lesões craniofaciais)
Prevenção de hemorragia digestiva
o Administração de bloqueadores de receptores histamina H2 e bloqueadores dos
canais de H
o Antiácidos
Embolia pulmonar – 5% dos paraplégicos
o 2 a 3 semanas após trauma
o Administração de heparina sub-cutânea
o Uso de botas pneumáticas