trabalho médico-marco/abril 2012

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Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912286770/2011 DR/MG/MG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 7 - nº 39 - março/abril 2012 TRABALHO MÉDICO Quanto custa ser um médico? Estado propõe 65% de reajuste para os médicos LUTAS SINDICAIS Médicos da PBH focam campanha em condições de trabalho e gestão. Protocolo de Manchester preocupa PÁG 4 Movimento dos médicos de Uberlândia quer melhorar a saúde no município, classificada entre as piores do Brasil PÁG 5 Em Contagem, pesquisa vai ouvir os médicos sobres satisfação com salário e condições de trabalho PÁG 6 PÁGINA 3 DEFESA DO MÉDICO Hemominas conquista equiparação salarial Os médicos do Hemominas, que ganhavam 21% menos, vol- tam a ter os salários equiparados aos dos colegas da Fhemig. A mu- dança também integrou a pro- posta do governo estadual. Um médico precisa estudar um mínimo de 7.200 horas para se formar, uma carga horária que chega a ser três vezes maior do que grande parte das profissões. São seis anos de curso e mensalidades que podem ultrapassar R$6 mil. O ca- minho para a especialização é outra etapa que pode durar até cinco anos. PÁGINA 12 PÁGINA 3 FINANCIAMENTO DA SAÚDE Entidades participam de campanha em defesa do projeto de lei de iniciativa popular para mais recursos PÁG 8 PÁG 2 ATUALIZAÇÃO DE CADASTRO Sindicato lança campanha de atualização de cadastro. Veja como participar e concorra a prêmios PÁG SAÚDE SUPLEMENTAR Entidades médicas planejam novo protesto nacional em defesa da saúde suplementar no dia 25 de abril 10 Vitória: A proposta do governo estadual de reajuste escalonado até agosto de 2014, somando 65% de aumento, e mudanças no plano de carreira, foram conquistas históricas da cate- goria. Resultado de luta e união.

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Page 1: Trabalho Médico-marco/abril 2012

Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912286770/2011 DR/MG/MG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 7 - nº 39 - março/abril 2012

TRABALHO MÉDICO

Quanto custa ser um médico?

Estado propõe 65% de reajuste para os médicos

LUTAS SINDICAIS

Médicos da PBH focam campanhaem condições de trabalho e gestão.Protocolo de Manchester preocupa

PÁG 4

Movimento dos médicos de Uberlândia quer melhorar a saúde no município, classificada entre as piores do Brasil

PÁG 5

Em Contagem, pesquisa vai ouviros médicos sobres satisfação comsalário e condições de trabalho

PÁG 6

PÁGINA 3

DEFESA DO MÉDICO

Hemominasconquistaequiparaçãosalarial

Os médicos do Hemominas,que ganhavam 21% menos, vol-tam a ter os salários equiparadosaos dos colegas da Fhemig. A mu-dança também integrou a pro-posta do governo estadual.

Um médico precisa estudar um mínimo de 7.200horas para se formar, uma carga horária que chega a sertrês vezes maior do que grande parte das profissões.São seis anos de curso e mensalidadesque podem ultrapassar R$6 mil. O ca-minho para a especialização é outraetapa que pode durar até cinco anos.

PÁGINA 12

PÁGINA 3

FINANCIAMENTO DA SAÚDE

Entidades participam de

campanha em defesa do

projeto de lei de iniciativa

popular para mais recursosPÁG8

PÁG2

ATUALIZAÇÃO DE CADASTRO

Sindicato lança campanha

de atualização de cadastro.

Veja como participar e

concorra a prêmios

PÁG

SAÚDE SUPLEMENTAR

Entidades médicas planejam

novo protesto nacional em

defesa da saúde suplementar

no dia 25 de abril 10

Vitória:

A proposta do governo estadualde reajuste escalonado até agosto de2014, somando 65% de aumento, e

mudanças no plano de carreira,foram conquistas históricas da cate-goria. Resultado de luta e união.

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TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 SINMED-MG EM FOCO2

EXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas 30130 090 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Conselho Diretor - Diretoria Executiva:

Amélia Maria Fernandes Pessôa, André Christiano dosSantos, Cristiano Gonzaga da Matta Machado, FernandoLuiz de Mendonça, Jacó Lampert, Maria Madalena dosSantos Souza, Paulo Eustáquio Marra Pinto.

Conselho Diretor - Demais Membros:

Adriano Faustino de Figueiredo, Ana Cristina FonsecaEspínola, Ariete do Perpétuo Socorro Domingues de Araújo,Artur Oliveira Mendes, César Miranda dos Santos, Djard Lisboa Moreira Filho (licenciado), Edson Freixo, Eduardo Almeida Cunha Filgueiras, Eduardo Vial Faria,Geraldo José Coelho Ribeiro (licenciado), Leonardo Belga OttoniPorto, Márcio Costa Bichara, Margarida Constança SofalDelgado, Milward Antônio de Faria.

Conselho Fiscal: Andréa Chaimowicz, Érika Monteiro P.Mourão, José Alvarenga Caldeira, Josemar de Almeida Moura,Maria Luisa Vianna, Raidan de Carvalho Canuto.Ouvidoria Sindical: Ewaldo A. Fraga de MattosJúnior e Helena Pinheiro Garrido.

Departamento de Comunicação:

Diretor - Fernando Mendonça. Jornalista: RosângelaCosta (MT 11.320/MG)Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Textos e Edição: Regina Perillo (MT 11.697/SP),Rosângela Costa (MT 11.320/MG) e Gracielle Pessoa(MT 07.589/MG)Projeto Gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e Ilustrações: Genin GuerraFotos: Gláucia RodriguesImpressão: EGL-Editores Gráficos LtdaTiragem: 23.500 exemplares

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE RESPONS-ABILIDADE DOS AUTORES

O Sinmed-MG lançou, em março, uma cam-panha para atualização dos cadastros dos médicosque atuam em sua base territorial, com prazo finalem 31 de maio. Com os dados em dia, os médicospoderão receber informações sobre assuntos diver-sos e participar ativamente das ações do sindicato.Essa será também uma forma de conhecer melhora realidade dos profissionais em todo o Estado.

Os médicos que participarem da campanha –enviando seus dados ou atualizando os já exis-tentes – concorrerão a um Iphone e a um Smart-phone Blackberry, em sorteio a ser realizado nodia 15 de junho, na sede do sindicato (Rua PadreRolim, 125 – São Lucas)

A atualização pode ser feita preenchendo a fichade cadastro no site (www.sinmedmg.org.br), portelefone (31-3241-2811) ou por e-mail ([email protected]). Podem participar tanto osmédicos sindicalizados, ou seja, que já pagam a con-tribuição social e sindical, como aqueles que aindanão se filiaram à entidade.

CAMPANHA

Campanha de atualização de cadastro. Participe!

EDITORIAL

seis anos de estudo, um currículo escolarcom 7.200 horas aula/mínimo, o maiorentre todas as profissões. A especializaçãoexige até 5 anos de estudo. Um inves-timento total que pode chegar a R$1 mi-lhão, considerando-se o custo das escolas,do material didático e despesas diversaspara se tornar um médico.

Diante disso, os reajustes, como oconcedido agora, são uma justa valo-rização de profissionais que se dedi-cam a uma carreira que exige sacri-fícios, desde a sua escolha, dedicação in-tegral, e investimentos sem igual.

Junto com a proposta de reajuste, veiooutra boa notícia: os médicos do Hemo-minas conseguiram a equiparação com oscolegas da Fhemig, o que gerava grandeinsatisfação entre eles.

Sabemos que todos são responsáveispor vitórias como essa, mas principal-mente vemos que três movimentos con-tribuíram no último ano para dar vi-sibil-idade às dificuldades vividas pelos médi-cos: as lutas da Maternidade OdeteValadares, do Hospital Infantil João PauloII e do Julia Kubitschek.

Os reflexos da falta de profissionais nes-sas unidades e das más condições de trabal-

ho geraram grande repercussão na mídia,por afetarem diretamente a as-sistência àpopulação, principalmente às mães e cri-anças, tornando a comunicação umagrande aliada do sindicato. Por inú-merasvezes, fomos procurados para falar sobreessa triste realidade.

Os hospitais continuarão a sua luta pelamelhoria das condições de trabalho e paraa urgente recomposição das equipes, mas,com certeza, as melhorias, agora ofe-reci-das pelo governo estadual, terão umainfluência positiva na captação de novosmédicos e ajudarão a diminuir os índicesde evasão.

Esta edição do informativo traz tambémnotícias importantes sobre o movimentoem defesa do SUS, com a campanha paraarrecadação de assinaturas para o projetode lei de iniciativa popular visando au-men-tar o financiamento para a saúde. Da formacomo foi aprovada, a EC 29 não mudou asituação em relação aos in-vestimentos dogoverno federal. Ao en-volver, além deentidades, a participação popular, a luta pelasaúde ganha mais força, e é assim que deveser.

Diretoria Sinmed-MG

Esta edição do “Trabalho Médico” destacauma conquista histórica dos médicos doEstado, com o aumento concedido de 65%até agosto/2014 e mudanças no plano de car-reira que repercutirão positivamente na vidado médico.

A referência da categoria continua sendoo piso da Fenam, para 20 horas, deR$9.813, mas sabemos que cada passo éimportante nesta caminhada.

Coincidentemente, antes do anúncio doreajuste, o “Trabalho Médico” havia prepa-rado uma matéria sobre o quanto custa serum médico. Para exercer a profissão, são

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Assembleia no dia 4 de abril, com representantes de entidades Votação, por unanimidade, para aceitação da proposta

Reunião com gestores, na cidade administrativa

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 3LUTAS SINDICAIS

Uma salva de palmas marcou o fimda assembleia geral extraordinária real-izada no dia 4 de abril com os médicosda Fundação Hospitalar do Estado deMinas Gerais (Fhemig) e FundaçãoCentro de Hematologia e Hemoterapiade Minas Gerais (Hemo-minas), noauditório do Sindicato dos Médicos deMinas Gerais. Uma justa comemoraçãopela vitória da união da categoria na lutapor melhores salários.

Durante a assembleia, o presidentedo Sinmed-MG, Cristiano da MattaMachado, ao lado dos representantes daAssociação Médica e Conselho Regionalde Medicina, Juraci Gonçalves deOliveira e José Afonso Soares, anunciouaquela que foi a maior conquista da cate-

goria médica nos últimos tempos juntoao governo estadual: um aumento salari-al sobre o vencimento básico de 65%, aser concedido até agosto de 2014.

Proposta de reajuste

A proposta de reajuste do governocontempla um aumento de 30% emagosto de 2012, acrescido de mais 10%em agosto/2013 e outros 10% emagosto/2014. O primeiro percentual se-rá aplicado sobre a tabela de ven-cimen-tos de abril de 2012, a qual con-templaos 5% de aumento proveniente dapolítica remuneratória do Estado.

Com a proposta, os médicos terãoum aumento acumulado nesses três

Médicos da Fhemig e Hemominas comemoram conquista histórica junto ao governo estadual

ESTADO

Diante da proposta do governo,os médicos do hospital infantil JoãoPaulo II decidiram suspender omovimento e normalizar os aten-dimentos no PA e em relação àsdemandas externas por internação,oriundas da central de leitos.

Eles esperam, agora, por uma rápi-da solução para o problema da faltade pediatras, que está comprome-tendo a assistência às crianças. “Mes-

mo que os médicos queiram, não dápara atender todas as crianças”, diz amédica Helena Garrido, ouvidora dosindicato. Segundo ela, as condiçõesde trabalho também são preocu-pantes. O maior problema têm sidoos escorpiões. Em uma semana, oitoescorpiões foram encontrados “pas-seando” no hospital. O HIJPII é con-siderado a maior referência ematendimento infantil no Estado.

Os médicos do Hemominasfinalmente voltarão a ter o salário-base equiparado aos médicos daFhemig. Eles estavam recebendo21% a menos que seus colegas dafundação e a isonomia chega com anova proposta do governo estadual.

Para o médico do Hemominas emembro do Conselho Diretor dosindicato, Edson Freixo, os médicosestão muito satisfeitos com a con-quista que resgata o entusiasmocom a carreira: “A remuneração e onovo plano de carreira serão in-cen-tivos importantes para manter omédico no Hemominas”, diz ele,lembrando que o “hemoterapeuta éum profissional especializado, dis-putado pelo mercado e muito difícilde ser substituído.”João Paulo II suspende movimento

Hemominas temequiparação

PROPOSTA DA FHEMIG

Salário-base Médico 3A R$3.397

5% abril de 2012 R$3.567

30% agosto de 2012 R$4.637 TOTAL

10% agosto de 2013 R$5.101

10% agosto de 2014 R$5.61165%

anos de 65% sobre o vencimento básicoatual. Embora a oferta ainda estejalonge do piso da Federação Nacionaldos Médicos, reivindicado pela ca-tego-ria, de R$9.813 para 20 horas semanaisde trabalho, o presidente do sindicatoressalta que essa foi uma vitória históri-ca, que merece ser ce-lebrada e que abreportas para outras conquistas nosâmbitos das prefeituras.

Com os novos valores, a evolução dosalário-base recebido hoje, para 24 horassemanais, de R$3.397 passará a R$5.611em agosto de 2014. A remuneração tam-bém será impactada de forma po-sitiva,considerando todas as vantagens quetêm como referência o vencimento bási-co, como, por exemplo, quinquênio,trintenário e adicional por desempenho,além da gratificação pelo trabalho nosfinais de semana.

Carreira de médico

A proposta apresentada pelo go-verno em relação à carreira do médicoserá melhor avaliada pela comissão for-mado pelas entidades médicas e pormédicos representantes das unidades,que apresentarão as sugestões para osgestores em nova reunião, visandoinclusão no projeto de lei.

Os representantes das entidades lem-

braram que o momento exige umagrande mobilização da categoria paraque o projeto de lei seja votado o maisrápido possível, na Assembleia Le-gisla-tiva de Minas Gerais.

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Os médicos da Prefeitura Muni-cipal de Belo Horizonte e HospitalOdilon Behrens participaram, nosdia 6, 15 e 27 de março, das pri-meiras assembleias da campanha2012. Como no ano passado foiacordado com a PBH um reajuste de20%, contemplando quatro parcelasde 5% em 2011 e 2012, os médicos

decidiram que este ano o foco será nascondições de trabalho.

Segundo o diretor do Sinmed-MG, André Christiano dos Santos,este é o momento de mostrar que osmédicos não estão apenas preocupa-dos com os salários. “A realidade dodia a dia das unidades é muito des-gastante e a população não tem o

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 LUTAS SINDICAIS4

PBH

Médicos da PBH focam campanha em condições de trabalho

Uma conquista para os médicos daPBH precisa agora ser efetivada. Trata-se da revisão dos critérios de clas-sifi-cação de risco das unidades básicas desaúde, uma reivindicação antiga dosmédicos. Depois de várias reuniões comos gestores, a comissão que cuidou doassunto em 2011, com participação ativado Sindicato dos Médicos, chegou a umacordo sobre a classificação, com a elab-oração de uma lista com as unidades queserão denominadas como A, B, C ou D,visando à adequação do valor do abonorecebido.

O diretor André Christiano infor-mou que foram adotados os critérios delocalização/distância (tomando comoreferência o percurso a partir da Pra-

ça 7), violência (número de atendimen-tos e mortes por violência geradas noentorno) e estrutura. “Infelizmente, nes-te momento, o critério que leva em con-sideração o Índice de Vulnerabili-dadeSocial (IVS), fundamental nessa revisão,não pode ser adotado por atraso nadivulgação pelo IBGE (o que deveocorrer só no ano que vem). De qual-quer forma, acordamos com a Pre-feitura que, diante disso, nenhumaunidade vai ter o abono diminuído e asunidades subclassificadas subirão umnível”. Segundo ele, quando o IVS sairas classificações serão revistas.Definidos os critérios, os médicos es-peram agora a efetiva implantação daclassificação.

Unidades com nova classificação de risco

A implantação do Manchesterem caráter piloto em algumas uni-dades na rede básica de saúde, pro-cesso iniciado em março de 2011pela Prefeitura, tem sido motivo degrande preocupação dos médicos.Todos, sem exceção, estão alar-mados com o impacto do pro-toco-lo no dia a dia das unidades. A situ-ação foi classificada como um“caos completo, insuportável e umverdadeiro inferno” por quem estávivendo a experiência.

O protocolo, que funciona noserviço de urgência, classificando ospacientes com cores conforme ossintomas apresentados, tem-se mos-trado inadequado na atenção básica.Entre os prejuízos já causados pelasua implantação estão um desgastesério com as equipes, principalmente

Implantação do Manchester provoca verdadeiro caos nas unidades

com a enfermagem; excesso de tra-balho para os médicos com o grandeaumento da demanda, alguns, inclu-sive, estão adoecendo; ausência deintegralidade na abordagem; quebrade vínculo com o paciente; maiorcobrança da população em relação aoatendimento; mudança de paradigma

do paciente na descrição dos sintomasem busca de um atendimento maiságil. Segundo os médicos a situação éde completo abandono.

O assunto, segundo a diretoria dosindicato, merece uma discussãourgente com a Secretaria de Saúde. OSinmed-MG iniciou essa discussão com

um seminário realizado no dia 28 desetembro de 2011. Na reunião dodia 24 de março, a Prefeitura in-for-mou que uma série de oficinas estãoprogramadas para início em abril,envolvendo as unidades onde oManchester já foi implantado.

“Diante do que estamos vendo, osindicato manifesta-se contrário àimplantação do protocolo. O assun-to exige uma revisão urgente. Osmédicos estão completamente es-tressados e os indicadores de qua-lidade com certeza já pioraram”, dizo presidente do Sindicato dos Mé-dicos, Cristiano da Matta Machado.Ele lembra que um dos pontos dapauta apresentada foi a interrupçãodo processo de implantação doManchester até um acordo efetivocom os trabalhadores da rede.

Seminário promovido pelo Sinmed-MG, em setembro/2011, discute protocolo

Assembleia dos médicos da PBH levantou principais problemas

Outros itens da pauta

Além desse item, também foramcontemplados na pauta, entre outros, oreajuste do adicional de insalubridade;reformulação da lei que trata da Pro-gressão por Escolaridade, no aspectoque trata dos cursos à distância; con-vocação imediata dos aprovados no últi-mo concurso; construção imediata dasnovas UPAS, conforme já propa-gan-deado pela PBH; reorganização dos

fluxos dos exames de urgência para asUBS; modernização das impressoras esistema de informática das unidades;revisão dos critérios de definição dostamanhos da população adscrita àsequipes do PSF.

Também fazem parte da pauta rei-vindicações específicas do HospitalOdilon Behrens, como a transição detodos os médicos celetistas do HOBpara estatutários e concessão do abo-no de fixação D.

atendimento que merece”, disse.A pauta de reivindicações foi dis-

cutida em reunião realizada dia 24 demarço, com representantes dos ges-

tores. Uma nova rodada de negocia-ções foi solicitada, com urgência. Aproposta será discutida em assem-bleia no dia 17 de abril.

Page 5: Trabalho Médico-marco/abril 2012

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 5LUTAS SINDICAIS

UBERLÂNDIA

Médicos de Uberlândia negociam acordo coletivo com empresas terceirizadas

A rede de saúde pública de Uber-lân-dia está entre as dez piores do país noranking de avaliação do Sistema Únicode Saúde (SUS), dentro do grupo for-mado por 29 municípios com maiorÍndice de Desenvolvimento Socioeco-nômico (IDSE) e estrutura de saúdemais complexa, que possui atendimentode média e alta complexidade.

Ao todo, os municípios foramreunidos em seis grupos. Uberlândiaficou no Grupo 1. Com nota de 5,32no Índice de Desempenho do SUS(IDSUS), o município ocupou a 7ªcolocação entre as piores, na pesquisado Ministério da Saúde.

Durante o estudo, o Ministério daSaúde levou em conta 24 itens queavaliam o acesso aos serviços prestadose a efetividade deles e cada item tam-bém recebeu pontuação de 0 a 10.

Os piores índices de Uberlândiaestão relacionados com a saúde básica,entre eles quanto ao número de equipesde saúde básica (3,45), cobertura desaúde bucal (4,07), ação coletiva deescovação bucal supervisionada (1,77)e índice de partos normais (1,64), esseúltimo ligado à média complexidade.

Quanto aos atendimentos de médiae alta complexidade, os piores índicesverificados na avaliação do Sistema

Único de Saúde (SUS) foram em rela-ção aos atendimentos ambulatoriais dealta complexidade (4,79), como exa-mes de tomografia e ressonância mag-nética, e as internações de média com-plexidade, o que está diretamente re-lacionado com o déficit de leitos deinternação credenciados pelo SUS,que, de acordo com o Ministério daSaúde, hoje, seria de 400 leitos.

O assunto teve grande repercussãona mídia local, sendo os represen-tantes do Sindicato dos Médicos nomunicípio fonte para entrevistas,como a matéria da TV Paranaíba,emissora afiliada da TV Record.

1 - Rio de Janeiro (RJ) - 4,33

2 - Belém (PA) - 4,57

3 - Maceió (AL) - 5,04

4 - Brasília (DF) - 5,09

5 - Fortaleza (CE) - 5,18

6 - João Pessoa (PB) - 5,33

7 - Uberlândia (MG) - 5,32

8 - Juiz de Fora (MG) - 5,36

9 - Santos (SP) - 5,47

10 - Cuiabá (MT) - 5,55.

PESQUISA

Avaliação do SUS na cidade está entre as piores do país

Os 10 municípios com piores desempenhos

Todo mundo conhece o ditado.Não adianta dar o peixe, é precisoensinar a pescar. Em Uberlândia, oSindicato dos Médicos quer apri-morar a ação dos delegados sin-dicais. Para isso, contratou o con-sultor Edson Pistori, que traz no

Consultor tem importante papel na delegacia sindical

Os médicos de Uberlândia já rea-lizaram três assembleias este ano, dias13 e 27 de março, e 3 de abril, parachegar a um bom termo nas ne-goci-ações relativas ao acordo a ser firmadocom a Missão Sal da Terra, FundaçãoMaçônica e SPDM.

O pleito inicial da categoria, de-cidi-do na assembleia do dia 13 de março,contemplava o pagamento de R$50por hora trabalhada, equipa-ração detodas as vantagens e bene-fícios nastrês empresas terceirizadas e elabo-ração de acordo ou convenção coletivapara toda a categoria.

Na rodada de negociações no dia 3de abril, as empresas apresentaram asseguintes propostas:

Missão Sal da Terra: concessão deaumento de 10% para os plantões:

currículo consultorias para a Unes-co, Fundo de Populações das Na-ções Unidas, Cidade italiana de To-rine, Governo Federal, entre outros.

Edson explica que são realizadasreuniões com os delegados paraque eles entendam melhor o papelde uma delegacia sindical. A asses-soria visa fortalecer os laços deconfiança entre eles próprios e coma base. “Dessa forma, com maiorclareza sobre suas iniciativas, os del-egados aumentam as chances desucesso nas negociações, aprendema trabalhar com antecipação decenários e a pensar em soluçõespara expandir a influência e capa-cidade do sindicato para defenderos interesses dos médicos”, diz.Edson Pistori

Assembleia do dia 27 de março

unidade. Além das condições de trabalho

que são preocupantes, a terceirizaçãono setor da saúde é o fator que maiscompromete o trabalho dos médicosem Uberlândia. Um levantamento

realizado pelo departamento Jurí-dico do sindicato revela que, desde2009, além da terceirização da ativi-dade essencial, os médicos têm sidotambém prejudicados em outrosdireitos trabalhistas.

12x36. O valor da hora trabalhadapassa a ser de R$39,80. O au-mento será pago retroativo aomês de fevereiro de 2012.

SPDM: aumento de 6% para jornadade 44 horas semanais. Insalubri-dade: R$42 + R$5 para planto-nistas, R$50,80 + R$6 para dia-ris-tas e liberação de até cinco dias paraparticipação em congressos. Ficoudefinido que o adicional noturnoserá pago até às 7h da manhã e nãoaté às 5h, como era pago anterior-mente.

Fundação Maçônica: não teveacordo.

Denúncias ao Ministério Público

Na campanha deste ano, os pro-fissionais também decidiram porreapresentar denúncias ao Mi-nistério Público sobre as péssimascondições de trabalho na rede eimpetrar ação cautelar contra asucessão da Fundação Maçônicana Uai Luizote. De acordo com adelegada sindical, Sandra MárciaFaria, com a sucessão, é res-pons-abilidade da Prefeitura pagar o pas-sivo trabalhista aos médicos da

Page 6: Trabalho Médico-marco/abril 2012

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 6 LUTAS SINDICAIS

Pesquisa do sindicato vai ouvir os médicos em Contagem

CONTAGEM

Uma pesquisa realizada pelo sin-dicato vai mostrar como está o nível desatisfação dos médicos da Prefei-turade Contagem e nortear os pró-ximospassos da campanha dos mé-dicos domunicípio. Até o momento foram real-izadas três assembleias.

Sem ouvir os sindicatos, a Pre-feitura já enviou o projeto do reajustepara a Câmara Municipal. A propostado Executivo estipula, a partir de maio,a reposição do INPC, acumulado demaio de 2011 a abril de 2012, sobre osalário de abril, para todos os servi-dores: administração direta, adminis-tração indireta (incluindo os empre-gados públicos), cargos comissionadose apostilados, aposentados e pensio-nistas que têm direito à paridade.

Nas reuniões, os médicos têm-semostrado dispostos a manter o movi-mento durante o ano todo, “atacando”todos os pontos que precisam ser mel-horados urgentemente em Con-tagem

Sindicato elabora PCCV para os médicos de Santa Luzia

SANTA LUZIA

Preocupado com a grave situaçãoda saúde no município de SantaLuzia, o Sinmed-MG elaborou umaproposta para criação do Plano deCargos, Carreira e Vencimento paraos médicos do município.

O diretor do sindicato, FernandoMendonça, explica que, dos 80 médi-cos que atuam em Santa Luzia, ape-nas 12 são concursados: “O úl-timoconcurso foi realizado há mais de 20anos. A situação de contra-tados,além de não atrair e fixar os profis-sionais, dificulta o vínculo com acomunidade”. Segundo ele, a falta deum plano de carreira também é umfator que desestimula os médicos aatuarem no município.

A proposta de PCCV foi entre-gue nas mãos do secretário de Saú-de, José Eduardo Madureira, emreunião realizada no dia 2 de fe-vereiro, na sede da Prefeitura. Em-bora tenha se mostrado muito entu-siasmado, até agora nenhumretorno foi dado ao sindicato sobrea aplicabilidade do documento.

Betim continualuta contraintransigênciasdos gestores

BETIM

Os médicos da rede municipalde Betim continuam na luta con-tra as intransigências da gestãomunicipal. Até agora, já foramrealizadas três assembleias quediscutiram os itens da pauta dereivindicação da campanha sala-rial 2012.

A contratação de profissionaispara recebimento de honoráriosvia Consórcio Intermunicipal deSaúde do Médio Paraopeba (Cismep)tem preocupado muito a categoriae é assunto recorrente nas as-sem-bleias.

O presidente do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, Cris-tiano da Matta Machado, contaque está em andamento no de-partamento Jurídico do sindicatouma ação civil pública para inter-romper a contratação de médicosvia Cismep. “Estamos reagindocontra os contratos precários, aexigência de formação de pes-soas jurídicas e a terceirização noserviço público. Essa ameaça lesaos princípios do Sinmed-MG,que sempre luta pela realizaçãode concurso público para a cate-goria”, destaca.

Apoio dos usuários

Os médicos da rede municipaltambém elaboraram um abaixo-assinado para coleta de assina-turas. No documento, a categoriaexplica à população o caos emque se encontra o setor de saúde.O objetivo é envolver os usuá-rios e mostrar as negligências dogoverno municipal, como o cor-te de horas extras e extensão dejornada, medidas que acabam in-terferindo na qualidade do aten-dimento e trazendo prejuízospara todos. O documento seráentregue ao secretário de Saúde,Pedro de Oliveira Pinto.

Médicos de Contagem não estão satisfeitos com a postura dos gestores

O diretor Fernando Mendonça (à esq.) entrega o PCCV para o secretário de Saúde

no campo da saúde. São pontos dapauta a concessão de auxílio-ali-men-tação e a revogação do artigo 5 da LeiComplementar número 96, apro-vadaem 3 de dezembro de 2010. O artigocorta gratificações dos médicos doPSF e urgência que tiverem mais de10% de faltas, mesmo que justificadas,em dois meses de trabalho.

Por iniciativa dos próprios médicosque atuam na rede pública de saúde, foicriada uma página no facebook. O obje-tivo é estimular a troca de ideias eaumentar os canais de divulgação domovimento. A página “Médicos do SUSContagem Famuc/Prefeitura” está aber-ta a todos que quiserem participar comcomentários e denúncias.

Os médicos efetivos da Pre-feitura de Santa Luzia comemorama conquista, em janeiro último, daincorporação dos valores remu-neratórios ao vencimento base. Aluta antiga da categoria garanteuma aposentadoria mais dignapara todos. Eles creditam ao

sindicato essa importante conquis-ta: “Com essas incorporações pas-samos de um salário-base de R$545para mais de R$3.000. Na realidade,o valor recebido continuou o mes-mo, só que agora como salário reale não como penduricalhos”, disseuma das médicas beneficiadas.

Médicos comemoram incorporação de “penduricalhos”

Page 7: Trabalho Médico-marco/abril 2012

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 7ASSISTÊNCIA À MULHER

Entidades unidas para salvar a Maternidade Odete ValadaresMOV

No dia 8 de março, foi comemo-rado o Dia Internacional da Mulher,uma data importante para reforçar aluta contra toda forma de discrimi-nação e violência envolvendo o uni-verso feminino.

Pesquisa desenvolvida pelo Conse-lho Federal de Medicina em 2011 mos-tra que a presença das mulheres naMedicina é crescente. Entre os mé-dicos com 29 anos ou menos, a mulher

As entidades médicas se uniram naluta para salvar a Maternidade OdeteValadares, hospital de referência ematendimentos de gestantes de alto risco,com consequente necessidade de in-ter-nação de recém-nascidos, na maioriagraves, e que necessitam de CTI.

No dia 6 de março, uma reunião noSindicato dos Médicos marcou este mo-mento, com a presença dos presidentesdo Sinmed-MG, Associação Médica eSociedade Mineira de Pediatria – Cris-tiano da Matta Machado, Lincoln LopesFerreira e Paulo Pogialli -, da conse-lheira Cibele Carvalho, do CRMMG, eda neonatologista, diretora do sindicatoe diretora clínica da MOV, Ariete doPerpétuo Socorro. A Associação deGinecologistas e Obstetras de MinasGerais também apoia o movimento.

Numa tentativa de mudar o qua-dro de total abandono da mater-nidade, as entidades elaboraram umcomunicado para publicação nosprincipais jornais de Belo Horizonte,dia 10 de março, e redigiram um ofí-

Suzana, atuante nas lutas

Reunião com entidades médicas e Sociedade de Pediatria,na sede do Sinmed-MG

Helena Garrido enfrenta precariedade

cio solicitando uma audiência com ogovernador Antônio Anastasia.

No documento público, entitulado“Maternidade Odete Valadares, um pa-trimônio do povo”, as entidades pedemsolução e orientam para que “seja pro-videnciada a transferência imediata dospacientes internados para outras uni-dades hospitalares, responsabilidade es-sa do diretor técnico e dos gestores, e asuspensão da admissão de pacientes namaternidade, enquanto perdurar a situ-ação atual”.

Manifestam, ainda, total apoio aoscolegas da Maternidade Odete Vala-dares, “que necessitam exercer a Me-dicina com dignidade, com condiçõesadequadas de trabalho, para preservaro bem maior que é a vida, em be-nefí-cio da sociedade".

Situação ainda é complicada

Embora reconhecendo que o rea-juste concedido pelo governo estaduale as mudanças propostas para o plano

já é maioria, com 53,31%. A fe-minização da Medicina no país segueuma tendência mundial. Levanta-mento da Organização para Coope-ração e Desenvolvimento Econômi-co (OCDE, 2007) mostra que a pro-porção de mulheres médicas em 30países estudados cresceu 30% entre1990 e 2005.

Mariana Affonso Vasconcelos, doHospital Júlia Kubistchek, destaca queo crescimento das mulheres médicas“mostra que a sociedade avançou eque hoje já não existem barreiras naprofissão como antes”.

Um exercício diário de doação e amor à profissão

No mercado de trabalho, princi-pal-mente nas urgências, as mulheres en-frentam os mesmos problemas dos ho-mens e têm que se desdobrar para exer-cer a profissão em condições precáriasde trabalho. Na luta pelos salários dig-nos, a mulher tem se mostrado tambémmuito atuante. Em algumas assembleiasdo sindicato, a presença feminina chega

a ser maior do que a masculina e asqueixas mais contundentes muitas vezesvêm das médicas, com seu olhares aten-tos e sensibilidade aguçada.

A médica Janete Ferreira, do Hos-pital Julia Kubitschek, fala sobre odesafio de ser mulher e escolher aprofissão. “Nos últimos anos aumen-taram as atividades para as mulheres eas exigências para ser uma profission-al qualificada e mãe. Como médica, aresponsabilidade aumenta ainda mais.No HJK, lidamos sempre com a an-siedade de atender bem o paciente e,por outro lado, as condições físicasmuitas vezes não nos favorecem. Issoacaba sendo um exercício de tolerân-cia e compreensão”, afirma.

A pediatra do Hospital InfantilJoão Paulo II, Helena Garrido, tam-bém faz parte desse extenso grupode profissionais que lutam paraexercer a profissão e salvar vidas.“Ser mulher implica em doação noseu dia a dia”. E desabafa: “ Essa é arealidade de quem trabalha na ur-gência da pediatria de um hospital,onde o caos se encontra instalado

Cresce o número de mulheres na MedicinaDIA INTERNACIONAL DA MULHER

de carreira foram um grande avanço, adiretora clínica da MOV, Ariete, diz quea situação ainda é muito complicada ereforça a importância da realizaçãoimediata de concurso público pararepor as equipes: “Muitos médicos jáabandonaram a maternidade e o qua-dro hoje é composto praticamente deprofissionais que estão prestes a seaposentar. O reajuste salarial conce-dido foi uma conquista muito grande,mas, mesmo com o aumento, os pro-blemas continuam e vão se agravandocada vez mais. Até materiais para rea-lização dos procedimentos estão fal-tando agora", avalia.

Ariete destaca a importância do mo-vimento da maternidade para as con-quistas recentes junto ao governo eressalta a importância da mobilizaçãocontinuar. Há mais de um ano, a si-tuação da MOV vem sendo alvo dedenúncias, inclusive junto ao Minis-tério Público, e diversas ações de mo-bilização foram realizadas, entre elas“um abraço” em torno da unidade.

devido a falta de médicos e açõesconcretas por parte dos gestores”.

Formada há 21 anos, Suzana Nu-nes Rabelo, do CS Boa Vista, em BeloHorizonte, diz que, independente-mente de ser homem ou mulher, omédico deve participar das lutas pormelhorias salariais e condições de tra-balho para fortalecer a categoria. “Eutenho uma filha de 11 anos, deixo coma minha mãe e venho às as-sembleias”,afirma.

Page 8: Trabalho Médico-marco/abril 2012

Todos unidos por mais recursos para a Saúde

FINANCIAMENTO DO SUS TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 8

A aprovação do Ato Mé-dico avançou mais um capí-tulo com a aprovação do pro-jeto, dia 8 de fevereiro, pelaComissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ). Otexto precisa ainda passarpelas comissões de Educação(CE) e de Assuntos Sociais(CAS), antes de ir a Plenário.

Matéria controversa, o pro-jeto do Ato Médico tramitahá dez anos no Congresso oque revela a dimensão das dis-putas em torno da matéria(SCD 268/2002), que deter-mina atividades privativas dosmédicos. De um lado, o AtoMédico põe fim a uma antigareivindicação da categoria,com a delimitação legal de seucampo de atuação. De outro,os demais profissionais dasaúde temiam o risco de que otexto, se transformado em lei,esvaziasse suas funções.

O presidente do sindicato,Cristiano da Matta Machado,acompanhou, juntamente comvárias lideranças sindicais eestudantis, a votação em Bra-sília: “Houve um grande es-forço por parte do relator, osenador Antônio Carlos Vala-dares, para que houvesse umconsenso entre a categoriamédica e as outras profissõespara a aprovação do projetopela CCJ. As manifestaçõesde alguns senadores demons-tram que ainda teremos quediscutir alguns aspectos doprojeto para que nossos re-presentantes tenham conheci-mento de como se chegou aesse resultado. Agora, va-mos continuar a união emdefesa da aprovação nas duasoutras comissões”.

Mais um passona aprovaçãodo Ato Médico

Reunião em defesa do projeto de iniciativa popular

O Sindicato dos Médicos está parti-cipando ativamente da campanha emdefesa do projeto de lei de iniciativa po-pular, para mais recursos na saúde.

O projeto altera a Lei Complementarnº 141/12, que regulamentou a EmendaConstitucional 29, e propõe que a Uniãoaplique percentual igual ou superior a10% de sua Receita Corrente Bruta(RCB) na saúde pública, o que repre-sen-taria mais R$ 35 bilhões ao SUS.

A Lei 141, aprovada pela maioriados parlamentares, em 7 de dezembroúltimo, estipulou a aplicação, no setorde saúde, de 12% dos recursos dosEstados e 15% dos municípios, porémnão determinou o percentual reivin-dicado do governo federal. O parâ-metro adotado foi manter o valor em-penhado no exercício financeiro ante-rior, acrescido de, no mínimo, o per-centual equivalente à variação nominaldo Produto Interno Bruto (PIB).

A mobilização é nacional e contacom a participação de diversas enti-dades como a Associação MédicaBrasileira (AMB), Federação Nacionaldos Médicos (Fenam), Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB), Con-selho Nacional dos Secretários deSaúde, Conselho Federal de Medicina,secretarias municipais e regionais deSaúde, segmentos da Igreja e da socie-dade civil de todo o país.

Para ser levado ao Congresso Na-cional, o projeto de lei precisará da as-sinatura de pelo menos 1% dos

PROJETO DE LEI

ATO MÉDICO

A Confederação Nacional dosBispos do Brasil (CNBB) escolheua saúde pública como tema dacampanha da fraternidade 2012.

Em carta enviada ao arcebispometropolitano de Belo Horizonte,Dom Walmor, convidando-o a par-ticipar do movimento em defesado projeto de lei de iniciativa pop-ular para mais recursos para o SUS,o presidente do Sinmed-MG,Cristiano da Matta Machado, des-taca que “não há como avançarsem que a sociedade abrace essa

causa e, nesse aspecto, reconhe-cemos na Igreja um aliado im-por-tante na mobilização das di-versascomunidades para melho-rias soci-ais”.

A Igreja enviou como seu re-presentante nas reuniões o co-ordenador da Secretaria de Alian-ças Estratégicas do VicariatoEpiscopal para Ação Social ePolítica, Antônio Carlos Moreira.Segundo ele, o maior financia-mento para a saúde é uma causaabraçada pela campanha.

Saúde: tema da campanha da fraternidade este ano

eleitores brasileiros – aproximada-mente 1,4 milhão de pessoas, dis-tribuídos em um mínimo de cincoEstados (0,3% dos eleitores de cadaum). A assinatura de cada eleitor de-verá ser acompanhada de nome com-pleto, endereço e número do títuloeleitoral – com zona e seção.

Um dos grandes exemplos de que ainiciativa popular pode mudar o rumodo país é o projeto que possibilitou a cri-ação da “lei da ficha limpa”, que rece-beu mais de 1,3 milhão de assinaturas.

Ações Programadas

Várias reuniões já foram realizadasem Belo Horizonte para tratar da cam-panha. Para fins de organização, omovimento terá uma coordenação

nacional, responsável pelo recolhi-mento das matrizes originais da emen-ta do projeto de lei de iniciativa popu-lar oriundas de todos os estados dafederação.

Essas matrizes serão enviadas pelascoordenações estaduais e municipaisdo movimento, garantindo o êxito dacoleta e da remessa das assinaturas emcada estado e município.

Em reunião realizada no dia 28 demarço, no Conselho de Farmácia, emBelo Horizonte, foram eleitas as enti-dades/instituições que partici-parão dacoordenação do Movimento Nacionalem Defesa da Saúde Pública – seçãoMinas Gerais, entre elas o Sinmed-MG, Conselho Regional de Medicina,Conselho Municipal de Saúde de BH,Conselho Regional de Odontologiade MG, Conselho Regional deFarmácia, Sindibel e Sindsaúde.

Várias ações já estão programadaspara dar visibilidade ao movimento emtodo o país. Em Belo Horizonte, no dia13 de abril, haverá uma audiênciapública no Plenário da AssembleiaLegislativa de Minas Gerais, por inicia-tiva da Comissão de Saúde.

Nacionalmente, já está progra-mado um lançamento formal do movi-mento na sede da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB), emBrasília, dia 17 de abril, às 14 horas,com a presença das lideranças na-cionais e das diversas coordenações.

Também para o dia 17, a comissãomineira está planejando uma ação paracoleta de assinaturas, em local ainda adefinir, marcando regionalmente olançamento do movimento.

Page 9: Trabalho Médico-marco/abril 2012

Fesumed elege nova diretoria para o triênio 2012-2014

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 9

Nova diretoria

A diretoria da Fenam Regional Su-deste (Fesumed) reuniu-se no dia 30 demarço, em Assembleia Geral Ordinária,no Sinmed-MG.

Durante a assembleia, foi eleita a no-va diretoria para o triênio 2012-2014 quetem à frente Clóvis Abrahim Cavalcanti,presidente do Sindicato dos Médicos deNiterói, São Gonçalo e Região. Os in-tegrantes da nova gestão são represen-tantes dos sindicatos dos médicos daRegião Sudeste.

Pelo Sinmed-MG, fazem parte danova diretoria da Fesumed o presidentedo sindicato, Cristiano da Matta Macha-do, como conselheiro fiscal suplente;Jacó Lampert como diretor Financeiro;Amélia Pessôa, conselheira fiscal efetivae Márcio Costa Bichara, conselheiro fis-cal suplente.

Como principais bandeiras de lutasda categoria estão: na saúde pública,defesa pela implantação do piso salarialdos médicos defendido pela Fenam,realização de concursos públicos eimplementação de Planos de Cargo,

Em uma cerimônia cheia de emoção,o presidente do Sindicato dos Médicosde Minas Gerais (Sinmed-MG), Cristia-no da Matta Machado, foi agraciado coma Medalha do Centenário da Faculdadede Medicina da UFMG, dia 29 de março,

no salão nobre da Faculdade. A distinçãoé uma homenagem aos profissionaisque contribuíram para o engrandeci-mento da instituição, indicados pelaComissão formada por professores ediretores, e integrou as comemorações

FENAM

Presidente do Sinmed-MG recebe a Medalha doCentenário da Faculdade de Medicina da UFMG

HOMENAGEM

Presidente – Clóvis Abrahim Cavalcanti(Niterói, São Gonçalo e Região)1º Vice-presidente – Gilson Salomão Júnior(Juiz de Fora e Zona da Mata)2º Vice-presidente – Gustavo Antônio ReusLopes Picallo (Espírito Santo)3º Vice-presidente – Alexandre Buzaid Neto(Grande ABC)Secretário-Geral – Luiz Carlos Siqueira

Baltazar (Espírito Santo)1º Secretario – José Luiz Franco dos Santos(Niterói, São Gonçalo e Região)Diretor Financeiro – Jacó Lampert (MinasGerais)Vice-diretor Financeiro – Carlos RobertoGasparete (Juiz de Fora e Zona da Mata)Diretor de Assuntos Jurídicos – Ari Wajsfeld(Grande ABC).

Conselheiros Fiscais Efetivos: Luiz FernandoSouza (Niterói, São Gonçalo e Região), JoséRoberto Cardoso Murisset (Grande ABC),Amélia Maria Fernandes Pessôa (Minas Gerais).Conselheiros Fiscais Suplentes: CristianoGonzaga da Matta Machado (MinasGerais), Pedro Paulo Abranches(Governador Valadares), Márcio CostaBichara (Minas Gerais).

Sindicato recebeu a diretoria da Fenam Regional Sudeste

Matta Machado (2º à esq.) com diretores da UFMG e gestores homenageados

Carreira e Vencimentos para os profis-sionais médicos.

Na saúde suplementar, defender acontratualização entre operadoras e pres-tadores e aplicar acordos coletivos regio-nais de remuneração médica, tendocomo referência a CBHPM.

A nível nacional, defender a apro-vação da Lei do Ato Médico, garantirrecursos adequados para a saúde públi-ca, defender o fim das terceirizaçõesda saúde e exigir um maior rigor naabertura de escolas médicas.

EM FOCO

O site do Sinmed-MG (www.sinmedmg.org.br) está de cara nova, desde o iní-cio do ano. Para incentivar a par-tici-pação da categoria, a página está maisinterativa, ágil e dinâmica. O número deacessos tem crescido a cada dia. Umexemplo disso são os contatos realizadospelo “Fale Conosco”. Diariamente cercade 20 médicos utilizam o link para pedirinformações diversas sobre campanhas,sindicalização e atualização de cadastro.

Além do site, o sindicato tambémestá presente nas redes sociais como otwitter e o facebook. No twitter, emoito meses a equipe de comunicaçãodo Sinmed-MG fez mais de 1.200postagens, o que mostra a preocu-pação em manter sempre o médicobem informado e atualizado.

Uma novidade é o blog lançado pelopresidente do sindicato, Cristiano daMatta Machado, com discussões im-por-tantes sobre política, saúde, cultura ecidadania. (www.mattamachado.org).

ON LINE

Acompanhe as novidades no site e rede social

do Centenário da Faculdade de Me-dicina da UFMG.

“Ser condecorado com esta medalhaé uma grande honra. Sinto-me feliz porrecebê-la e creio que é uma homenagema todos os médicos e médicas que lutampela dignidade da profissão e pelo exercí-cio da medicina com qualidade econdições dignas de trabalho”, destaca opresidente do Sinmed-MG.

A solenidade de entrega da Medalhafechou as festividades do Centenário. Aprogramação incluiu também o lança-mento do livro “Centenário da Fa-cul-dade de Medicina da UFMG”, umaobra grandiosa, que relata toda ahistória da faculdade.

Com mais de mil páginas, o livro,organizado pelo professor do depar-tamento de Clínica Médica, EnioRoberto Pietra Pedroso, é fruto da par-ticipação de pelo menos 190 colabo-radores, entre eles funcionários detodos os setores e departamentos dainstituição de ensino.

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O evento, que visa o debateentre as áreas de medicina e comu-nicação, será realizado, pelaprimeira vez, em São Paulo, e nãono Rio de Janeiro. Outra novidade éa parceria com o Conselho Federalde Medicina, mostrando que asentidades nacionais estão unidasnão só na luta do movimento médi-co, mas também na área de comu-nicação, fundamental para dar

maior visibilidade e credibilidade àpauta nacional da categoria.

As inscrições são gratuitas epodem ser feitas pelo [email protected], infor-mando nome, telefone, e-mail,cidade e CRM, ou pelo telefone(21) 9144-3323, das 10h às 18horas, de segunda a sexta-feira,com a jornalista Denise Teixeira.As vagas são limitadas.

Gabriela Regina Abreu, da áreaJurídica; Aline Macedo Silva, gerentegeral; e o contador Marcos GeraldoMota, do Sindicato dos Médicos deMontes Claros e Norte de Minas, vi-sitaram o Sinmed-MG, no último dia 6de março. Eles vieram conhecer deperto a estrutura do sindicato.

A gerente Aline disse que todosficaram muito bem impressionadoscom o que viram e aprenderam muito.

O que mais chamou a atenção foi aestrutura da entidade, principalmenteos serviços oferecidos pelo depar-tamento Jurídico e as ferramentas decomunicação para a interação comos médicos.

Segundo ela, na região trabalhamcerca de 1.680 médicos. O presidentedo Sindmed Montes Claros é Gui-lherme Veloso Pereira, com mandatoaté junho de 2013.

AGENDA

SEMINÁRIO

7ª edição do seminárionacional Médico/Mídia

MONTES CLAROS

Sindicato de Montes Claros visi-ta Sinmed-MG

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 10

Marcos, Aline e Gabriela com o superintendente Marcus Zatar e o diretor Fernando Mendonça

A remuneração médica tem mo-tivado importantes encontros e de-bates entre as entidades médicas e acategoria. No dia 2 de março, o 5ºSeminário Intercooperativo, promovi-do pela Federação Nacional das Co-operativas Médicas (Fencom), abor-dou a “Remuneração Médica – Pro-blemas, Perspectivas e Soluções”.

O seminário lotou o auditório daAssociação Médica de Minas Gerais ereuniu personalidades nacionais e inter-nacionais para discutir o assunto.

Cristiano da Matta Machado, pre-sidente do Sindicato dos Médicos deMinas Gerais, foi o coordenador da

mesa redonda, que contou, entre ou-tros, com os presidentes da Fenam,Cid Célio Jayme Carvalhaes, e daAMB, Florentino de Araújo CardosoFilho; e o conselheiro efetivo doConselho Federal de Medicina porMinas Gerais, Hermann AlexandreVivacqua Von Tiesenhausen.

Como palestrante internacional foiconvidado o médico Paulo ManuelTelles de Freitas, chefe do Serviço deUrgência e Emergência do HospitalFernando da Fonseca, em Lisboa/Portugal. Ele falou sobre a gestão decorpo clínico na urgência e emergên-cia, um caso de referência mundial.

COOPERATIVISMO

Seminário da Fencom discuteremuneração médica

Mesa de abertura contou com a presença do presidente do Sinmed-MG

No dia 25 de abril, médicosde todo o país vão protestar,pela terceira vez, contra os abu-sos cometidos por operadorasde planos e seguros de saúde,como a falta de reajustes de hon-orários e a interferência naautonomia dos profissionais.

Nessa data, de acordo com aorientação das entidades nacionais,os atendimentos eletivos a planose seguros de saúde serão sus-pen-sos. Casos de urgência e emer-gên-cia, no entanto, serão aten-didosnormalmente.

As estratégias foram defini-das, no dia 2 de março, durantereunião ampliada da Comissão

Nacional de Saúde Suplementar(Comsu), realizada em São Pau-lo, na sede da Associação Pau-lista de Medicina. Cerca de 150lideranças médicas participaramdo debate, entre elas, entidadesmédicas nacionais, sindicatos,conselhos regionais, associaçõesmédicas estaduais e sociedadesde especialidade nacionais.

"Obtivemos avanços no mo-vimento do dia 7 de abril e 21 desetembro em 2011, mas há muito oque fazer para atingir um equilíbriosatisfatório na relação entre médicose operadoras de planos de saúde",destaca o presidente do Sinmed-MG, Cristiano da Matta Machado.

DEFESA DA SAÚDE

25 de abril: manifestação nacionalpela saúde suplementar

A 7ª edição do seminário Médico/Mídia, promovido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), será real-

izada nos dias 19 e 20 de abril a partir das 9h

Page 11: Trabalho Médico-marco/abril 2012

O desempenho geral da cidade deUberlândia no Índice de Desem-penho do Sistema Único de Saúde(IDSUS) (5,32) foi abaixo da médianacional (5,47) e de Minas Gerais(5,87) numa pontuação que alcançaaté a nota 10.

A delegacia de Uberlândia doSindicato dos Médicos vem rece-bendo denúncias de falta de con-dições de trabalho na rede pública,repercutindo diretamente na baixacapacidade de diagnósticos de doen-ças devido à demora nos exames (deaté dois anos), a indisponibilidade deequipamentos e estrutura básica nasinternações e até a carência deprofissionais em áreas importantescom neurologia e traumatologia.

A avaliação reflete com exatidãoas precariedades do atendimentoda rede pública na cidade. Mesmosem o IDSUS, já era evidente queUberlândia tinha e tem uma baixacobertura na atenção básica à saú-

de. Isso significa que o municípiodispõe de equipes de Saúde da Fa-mília e Unidades Básicas de Saúde(Antigo Postinho) para atendersomente um quarto da população.Os outros três quartos precisamenfrentar filas nas UAIs, aguardammeses por exames e, muitas vezes,não têm seu problema de saúdedevidamente cuidado.

Os médicos estão, há algumtempo, reclamando por uma melhorestruturação e organização do SUS nacidade. O IDSUS confirmou que nos-sas queixas procedem. Não que-remos achar culpados, e sim resolveros problemas que impedem que nós,médicos, ofereçamos os melhorescuidados para os cidadãos no mo-mento em que eles mais precisam.

Sandra Márcia Faria, Pediatra e dele-gada do Sinmed-MG – Uberlândia –CRMMG 31541 (Íntegra do artigo nowww.sinmedmg.org.br)

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012 11SEUS DIREITOS

BOCA NO MUNDO JURÍDICO RESPONDE

Problemas do SUS em Uberlândia

"Assumo o plantão noturno damaternidade sozinha, estando res-ponsável pela unidade intermediária1 (10 pacientes), unidade interme-diária 2 (17 pacientes), alojamentoconjunto ( 20 recém-nascidos), Ala B(3 recém-nascidos), pré-parto ( 2 re-cém-nascidos)...."

"Estamos cancelando cirurgias nobloco cirúrgico, principalmente às 4ªfeiras devido equipe de obstetras in-completas repetidamente e, portanto,preceptores de cirurgia estão sendorealocados para o plantão obstétrico.Com isso, um de nossos preceptorespediu exoneração na 2ª feira."

"Houve falta de ar comprimidoem toda a maternidade. Os recém-nascidos tiveram que utilizar oxi-

gênio puro colocando em risco aqualidade da assistência prestada aesses pacientes."

"... Finalizo este relatório enfati-zando que o plantão foi desumano,sendo necessário trabalhar 12 horassem descanso. Acredito que, parauma boa assistência aos pacientes, oprofissional necessita de melhorescondições de trabalho.”

"Plantão obstétrico desfalcado apartir de 13h. Apenas 1 anestesistade plantão. Estamos recebendo vá-rias pacientes para indução de partoe cesariana eletiva que têm comoreferência outros serviços..."

Médicos da Maternidade Odete Vala-dares, em Belo Horizonte.

MOV: registros no livro de ocorrência

O que é o fator previdenciário?

Fator previdenciário é um ele-mento que integra o cálculo da rendadas aposentadorias por tempo decontribuição, inclusive de profes-sores, e aposentadoria por idade; cri-ado por lei no ano de 1999. A fór-mula considera o tempo de contri-buição do segurado, sua idade e suaexpectativa de vida na data do re-querimento do benefício.

Da fórmula é extraído um nú-mero (fator), que pode ser menor oumaior que 1 (um), o qual é aplicadocomo multiplicador sobre a médiacontributiva do segurado e só depoisdessa operação é que se chega aosalário-de-benefício.

Portanto, quanto menor for ofator previdenciário menor será ovalor do benefício. O problema éque a fórmula está programada paraque o fator seja igual a 1(um) noscasos de segurados com 35 anos decontribuição, se homem, e 30 anosde contribuição, se mulher, amboscom 63 anos de idade.

Via de regra, as pessoas se apo-sentam com menos de 63 anos deidade, por isso, na prática o fatorprevidenciário tem sido um grande einjusto redutor no valor dos bene-fícios. (Núcleo Direito Previdenciário– Depto Jurídico/Sinmed-MG)

O que é atividade especial?

É a atividade desenvolvida sobcondições que prejudiquem a saúde oucoloquem em risco a vida do traba-lhador, conforme critérios definidosem lei. O tempo de contribuição sobcondição especial tem tratamentodiferenciado para fins de aposen-tado-ria. Podendo dar direito à aposen-tadoria especial ou ser convertido deespecial para comum quando for uti-lizado na aposentadoria por tempo decontribuição. (Núcleo Direito Previden-ciário – Depto Jurídico/Sinmed-MG)

Em ano eleitoral, até qual datao Poder Executivo pode daraumento? Precisa de Lei paraesse aumento?

A Constituição Federal determinaque a remuneração dos servidorespúblicos somente poderá ser fixadaou alterada por Lei. Em ano eleitoral,a concessão de aumento aos ser-vidores públicos esta adstrita às dis-posições da Lei Federal 9.504/1997,que determina ser vedado, na circun-scrição do pleito, fazer revisão geralda remuneração dos servidorespúblicos que exceda a recomposiçãoda perda de seu poder aquisitivo aolongo do ano da eleição, nos cento eoitenta dias anteriores a eleição, até adata da posse dos eleitos. Logo, con-clui-se que a concessão de au-mentoaos servidores pelo Poder Público,em ano eleitoral, deve ocor-rer até oinício de abril. No caso de 2012, atéo dia 6 de abril de 2012, visto que aseleições foram definidas pelo TSEpara os dias 7 e 28 de ou-tubro de2012. (Núcleo Direito Admi-nistrativo –Depto Jurídico/Sinmed-MG)

Qual a diferença entre vencimen-to e remuneração? Qual pode sermajorado a qualquer tempo?

Vencimento é a retribuição pecu-niária pelo exercício do cargo público,com valor fixado em Lei. Remuneraçãoé o vencimento do cargo efetivo, acres-cido das vantagens pecuniárias re-cebidas pelo servidor como, por exem-plo, gratificações e adicionais. Con-siderando que a remuneração é o so-matório de todas as parcelas recebidaspelo servidor, sempre que for instituídauma nova gratificação, adicional, oumajorado o vencimento ou algumaparcela já recebida pelo servidor, aremuneração será majorada. Já o ven-cimento somente pode ser majoradomediante Lei. (Núcleo Direito Adminis-trativo – Depto Jurídico/Sinmed-MG)

Envie seu depoimento para a Seção Boca no Mundo. Pedimos que os relatos sejam curtos. Os que forem maiores serão resumidos e, no caso de artigos, publicados na íntegra no site (www.sinmedmg.org.br). Já “Jurídico Responde” buscar esclarecer as dúvidas mais frequentes dos médicos que procuram o departamento Jurídico.

Para participar da seção, envie as perguntas para [email protected], com nome completo, especialidade, local de trabalho, telefone e e-mail.

Page 12: Trabalho Médico-marco/abril 2012

Estas são as últimas resoluçõesdo Conselho Nacional de Edu-cação (CNE) /Câmara de Educa-ção Superior (CES) em relação àcarga horária de alguns cursos.

Com um mínimo de 7.200 horas, ocurso de Medicina é o único comseis anos de duração. O ma-terialfoi mantido na mesma se-quênciaem que foi publicado.

Segundo levantamento informal fei-to pelo “Trabalho Médico”, o customensal de uma faculdade particular deMedicina varia entre R$ 2.500 a R$6.300(dados de 2011). O custo médio é de

R$4 mil reais/mês. Sem falar nos gastoscom material, livros etc. Para manter-seatualizado, o médico precisa estudar avida toda, pois a Medicina é uma dasáreas onde a Ciência mais evolui.

Carga horária mínima de alguns cursos de graduação da área de saúde,bacharelados, na modalidade presencial.

TRABALHO MÉDICO MARÇO/ABRIL 2012ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas - CEP: 30130 090 - BH - MG

ESPECIAL12

Quanto vale um médico?REMUNERAÇÃO MÉDICA

A busca de uma remuneração digna paraa categoria médica é a principal luta doSinmed-MG e implica diretamente na qua-lidade da assistência à população, seja na ini-

ciativa privada ou pública. O “Trabalho Médico” apresenta um levan-

tamento sobre o número de horas necessáriaspara a formação de um médico em nível de

graduação. Traz também informações sobre onovo piso da categoria, valor muito acima doque é pago hoje pelos gestores nas esferasmunicipal, estadual e federal.

Carga horária da graduação do médico é maisque o dobro da grande maioria dos cursos

Mensalidade do curso chega a mais de R$6 mil

Além dos seis anos da gra-duação, o percurso para a especia-lidade demora de 2 a 5 anos. Lem-bramos que o título de especialista,para efeito de registro nos Con-sel-hos Regionais de Medicina, a partirde maio de 1989, só tem validade sefor emitido por Resi-dência Médicacredenciada pela ComissãoNacional de Residência Médica(CNRM) ou Sociedade deEspecialidade conveniada com aAssociação Médica Brasileira (AMB).Ao lado, algumas especialidadesque exigem três anos ou mais deformação, entre as 53 reconhecidas:

Especialização pode levar até cinco anos

MUDOU-SEENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O Nº INDICADOFALECIDO

DESCONHECIDORECUSADOAUSENTENÃO PROCURADO

OUTROS: INFORMAÇÃO PRESTADA PELOPORTEIRO OU SINDICOREINTEGRADO AO SERVIÇOPOSTAL EM ____ /____ /_______

DATA:RUBRICA:

FECHADO - PODE SER ABERTO PELA ECT

R$ 9.813: piso salarial Fenam 2012Segundo a Federação Nacional

dos Médicos (Fenam), o piso sa-larial dos médicos para 2012 é deR$ 9.813 (jornada semanal de 20horas). O novo piso passou a vi-gorar em primeiro de janeiro desteano e serve como referência paraorientar as negociações coletivas detrabalho nas bases dos sindicatos

médicos de todo o país. O valor é resultante da atua-

lização monetária pelo Índice Na-cional de Preços ao Consumidor(INPC), acumulado em 2011, de6,08%, e foi apoiado nas de-liber-ações do XI Enem (En-controNacional das Entidades Médicas).

Títulos de Especialista Formação

Anestesiologia 3 anosCirurgia Cardiovascular 4 anosCirurgia Pediátrica 3 anosCirurgia Plástica 3 anosDermatologia 3 anosGinecologia e Obstetria 3 anosInfectologia 3 anosMedicina Legal e Pericia 3 anosMedicina Nuclear 3 anosNeurocirurgia 5 anosNeurologia 3 anos Oftalmologia 3 anosOrtopedia e Traumatologia 3 anosOtorrinolaringologista 3 anosPatologia 3 anosPatologia Clinica/Med. Laborat. 3 anosPsiquiatria 3 anosRadiologia e Diag. Imagem 3 anos Radioterapia 3 anosUrologia 3 anos

CURSO Carga Horária Mínima (horas)

Administração 3.000 Agronomia 3.600 Arquitetura e Urbanismo 3.600 Biblioteconomia 2.400Ciências Contábeis 3.000 Ciências da Informação 2.400Ciências Econômicas 3.000 Ciências Sociais 2.400 Cinema e Audiovisual 2.700 Computação e Informática 3.000Comunicação Social 2.700 Direito 3.700 Engenharias 3.600 Estatística 3.000 Filosofia 2.400Física 2.400 Geografia 2.400

QUADRO 1 – RESOLUÇÃO PARECER CNE/CES 184/2006

CURSO Carga Horária Mínima (horas)

Biomedicina 3.200

Ciências Biológicas 3.200

Enfermagem 4.000

Farmácia 4.000

CURSO Carga Horária Mínima (horas)

Fisioterapia 4.000

Fonoaudiologia 3.200

Nutrição 3.200

Terapia Ocupacional 3.200

QUADRO 2- RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 4/2009

CURSO Carga Horária Mínima (horas)

História 2.400 Letras 2.400 Matemática 2.400 Medicina 7.200 Medicina Veterinária 4.000 Meteorologia 3.000 Museologia 2.400 Oceanografia 3000Odontologia 4.000 Psicologia 4.000 Química 2.400 Secretariado Executivo 2.400 Serviço Social 3.000 Sistema de Informação 3.000 Teatro 2.400 Turismo 2.400 Zootecnia 3.600