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AtléticoClubeGoianiense Departamentomédico Abril/2020

Retorno Progressivo aos Treinos do Atlético Clube Goianiense

Plano de Ação

Departamento Médico Atlético Clube Goianiense

Médicos: Dr. Avimar Teodoro Dr. Gleyder José


O presente guia tem como objetivo sugerir a implementação de medidas de proteção após o retorno das atividades seguindo rigorosamente todas as práticas de segurança e assistência para atletas, membros das comissões técnicas, funcionários e colaboradores assim como os respectivos familiares e contactantes próximos. A Confederação Brasileira de Futebol, através de sua Comissão Médica e de Combate à Dopagem (CMCD), criou uma Comissão Especial Temporária para o auxílio na elaboração desse documento, em conformidade com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) Ministério da Saúde (MS) Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Medica Brasileira (AMB).

O Departamento Médico do Atlético Clube Goianiense, entendendo o contexto atual da pandemia do COVID-19, aguardando a flexibilização de retorno das atividades esportivas pelas autoridades de saúde nas três esferas e também do Protocolo Oficial de Retorno pela CBF, vem, através deste documento oficial, registrar o nosso compromisso com jogadores, comissão técnica e todos os envolvidos com o futebol.

Para o sucesso desse planejamento, é de suma importância haver uma consonância entre a Presidência do Clube e o Departamento Médico. Nessa fase do planejamento as medidas administrativas e técnicas de segurança clínica, da manutenção do distanciamento social, assim como educação da etiqueta de higiene pessoal e a própria higienização dos ambientes de trabalho, em todos os níveis hierárquicos e estruturais do clube, devem ser desenvolvidas e propostas pelo DEPARTAMENTO MÉDICO, e encaminhados internamente segundo fluxograma abaixo descrito:

Nosso PLANO DE AÇÃO será dividido em 8 etapas instrutivas e anexos:

1ª Etapa: orientações em casa – antes do retorno aos treinos; 2ª Etapa: orientações ao sair de casa; 3ª Etapa: orientações ao chegar no CT; 4ª Etapa: orientações durante o treino; 5ª Etapa: orientações após treino; 6ª Etapa: chegando em casa; 7ª Etapa: doping; 8ª Etapa: orientações gerais; Anexo 1: higienização de mãos e uso de álcool gel; Anexo 2: orientações sobre EPIs; Anexo 3: orientações gerais e de distanciamento; Anexo 4: manejo clínico de caso suspeito de covid-19; Anexo 5: questionário “return to play”; Anexo 6: Exames laboratoriais disponíveis; Anexo 7: Fontes de apoio na elaboração.


1ª Etapa: Em casa – Antes do retorno aos treinos

1. Sugere-se que todos os atletas, comissão técnica e funcionários do CT realizem o exame de sorologia aproximadamente 48h antes da reapresentação para o primeiro treino afim de determinar os “imunes e não imunes”.

2. Atletas que apresentarem teste IgG+ (positivo) – sugere-se que realizem um teste ergoespirometria (avaliar possíveis alterações cardiopulmonares provocadas pelo coronavirus), tomografia de tórax e exames laboratoriais (D-dímero, hemograma, ferritina e DHL) para melhor avaliação e seguimento clínico.

3. Todos os resultados dos testes serão analisados individualmente pela equipe médica e reportados aos indivíduos.

4. Indivíduos que apresentarem sintomas no retorno as atividades ou se houver necessidade serão submetidos ao exame de RT-PCR de acordo com parecer do departamento médico do clube.

5. Será elaborado uma tele aula explicativa de retorno as atividades e cuidados gerais (educacionais) afim de minimizar o risco de contágio.

6. Será criado um questionário – “return to play” com pontuação (vide anexo 5) para todos os jogadores e membros de comissão técnica afim de identificar precocemente todos casos suspeitos.

8. Será realizado um monitoramento diário dos atletas, comissão técnica e staff através da análise do questionário.

2ª Etapa: Saindo de Casa

1. Lavar as mãos com água e sabão. Ter álcool gel no carro e utilizá-lo adequadamente (conforme anexo 1).

2. Dirigir da sua casa para o CT sem parar em nenhum local, exceto seja extremamente necessário. Em caso de parar em outro local, manter os cuidados do distanciamento (conforme anexo 3).

3ª Etapa: Chegando ao CT

1. Antes de descer do carro limpar as mãos com álcool gel (anexo 1);

2. Descer do carro somente com o que for estritamente indispensável para o treino ou trabalho.

3. Não cumprimentar ninguém com abraço, beijo ou aperto de mão.

4. Todas as pessoas que entrarem no CT terão sua temperatura aferida por termômetro digital infravermelho na portaria (procedimento a ser realizado pela portaria com os devidos EPI’s – máscara N95/Ppf2 e luvas. A cada aferição, o termômetro deverá ser higienizado com álcool 70%). Caso a temperatura esteja acima de 37,2 ºC, o indivíduo será orientado a aguardar do lado de fora do CT e o médico determinará a conduta adequada.

5. Exceto no primeiro dia de apresentação, os jogadores não terão acesso aos vestiários. Todos receberão no primeiro dia de retorno os kits de uniformes de treinamento e farão higienização dos mesmos em seu domicílio.

4ª Etapa: Durante os treinos

1. As áreas de fisioterapia e musculação serão separadas e utilizadas em grupos pré-determinados pela comissão técnica, mantendo todas as normas de cuidados preconizados pelo Ministério da Saúde.

2. A hidratação será realizada através de copos de água, fechados e descartáveis.

3. Cada atleta deverá zelar pelo seu material, não sendo permitido compartilhar toalhas, coletes, etc.

4. Os treinos acontecerão em grupos de 6-8 jogadores, mantendo o distanciamento de 2 metros entre os mesmos nas atividades, incluindo membros de comissão técnica. Estes grupos serão definidos pela comissão técnica e os treinos


deverão ocorrer somente em um período do dia, diminuindo assim exposição e risco de contaminação. Sugere-se que os grupos se mantenham em todas as sessões de treinos, exceto conforme alterações no quadro clínico.

5. Em caso de queixas clínicas ou ortopédicas os indivíduos serão avaliados pelo departamento médico, com a ressalva de apenas 1 indivíduo no consultório e o médico, seguindo todos os cuidados de higienização preconizados pelos MS.

6. Os membros do departamento médico e de fisioterapia deverão usar EPI’s, conforme orientações do anexo 2.

5ª Etapa: Após os treinos

1. Lavar bem as mãos com água e sabão conforme anexo 1.

2. Levar para casa materiais utilizados durante o treino (toalha, chuteira, caneleira, garrafas,etc).

2. Todos os indivíduos que necessitarem de atendimento (departamento médico e fisioterapia deverão lavar as mãos antes do ingresso na sala, passar álcool gel e fazer uso de máscaras). Os ambientes devem se manter com as janelas abertas, arejado, sem uso do ar condicionado, com somente dois atletas por vez respeitando o distanciamento de 2 metros entre eles (maca), sendo que ao término no procedimento, ocorra a higienização local.

3. Todas as propostas de recovery deverão ser orientadas pela fisioterapia para serem realizadas em casa.

4. Não haverá refeições no CT. 5. Sugere-se que não entrem no CT pessoas que não estão envolvidas no trabalho.

6. Ao término das atividades deve-se entrar no veículo e retornar para casa.

6ª Etapa: Chegando em casa

1. Retirar a roupa e colocá-la para lavar. Tomar banho. Não tocar em nada e em ninguém antes do banho.

2. Higienizar todos os itens de uso pessoal (celular, óculos, etc) com álcool gel 70%.

3. Evite uso de elevadores e ambientes comuns.

4. A orientação de isolamento social deverá ser respeitada fora do ambiente de trabalho. “O cenário de isolamento vertical é apenas marginalmente melhor do que o cenário em que não há nenhum isolamento, e muito pior do que o cenário de isolamento horizontal, com nível de redução de contato social equivalente.” (Vertical social distancing policy (‘Isolamento Vertical’) is ineffective to contain the coronavirus COVID-19 pandemic. Autores: Luiz Henrique Duczmal; Alexandre Celestino Leite Almeida; Denise Bulgarelli Duczmal; Claudia Regina Lindgren Alves; Flávia Costa Oliveira Magalhães; Max Sousa de Lima; Ivair Ramos Silva; Ricardo Hiroshi Caldeira Takahashi.

7ª Etapa: Doping

1. Todas as regras do jogo limpo prevalecem, sendo passível aos atletas serem submetidos a exames anti-doping neste período.

2. As medicações, em geral, utilizadas para os sintomas de febre (antitérmicos) não geram testes adversos positivos no controle de doping. Porém não se deve utilizar nenhuma medicação sem antes consultar o departamento médico do clube.

3. Casos que necessitarem de internação ou uso de medicação em urgência ou emergência médica, o médico do clube deverá ser avisado e sinalizar a CBF e ABCD todas as medicações utilizadas e se necessário realizar preenchimento retroativo de AUT com documentação comprobatória.

8ª Etapa: Orientações gerais

1. Os grupos de risco deverão se manter afastados das atividades do CT: maiores de 60 anos, obesos, portadores de doenças cardiovasculares, hipertensos e diabéticos.


2. Em casos de familiares sintomáticos e/ou COVID-19 confirmados – comunicar imediatamente o departamento médico.

3. A flexibilização inicial sugerida por nós, em consonância com as orientações preconizadas pela CBF, após liberação pelas 3 esferas da saúde será de retorno aos treinos, sem previsão de viagens.

4. Repercutiu na imprensa um único e recente estudo belgo/holandês, que sugeriu uma eventual ineficácia da distância mínima interpessoal, recomendada pela maioria das instituições. Isto porque haveria a possibilidade de uma pessoa se exercitando, em movimento, ter contato com eventual “nuvem” de gotículas expelidas por alguém infectado e treinando à sua frente. Dependendo da atividade e sua velocidade de deslocamento (e até do vento, bem como sua direção), o distanciamento precisaria ser maior, podendo variar e chegar até, pelo menos, 20 metros. Apesar de servir de alerta, cabe lembrar que essa pesquisa não foi submetida para publicação em nenhuma revista científica, não tendo passado pela necessária análise e crivo editoriais, pois os autores optaram por sua divulgação pública direta para, segundo eles, agilizar a divulgação. Certamente, mais pesquisas sobre isso são necessárias, para endossar essas conclusões. Por isso, não havendo proibição legal para a prática, o exercício ao ar livre com os devidos cuidados deve ser preconizado (Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte). Estudo: https://medium.com/@jurgenthoelen/belgian-dutch-study-with-why-in-times-of-covid-19-you-can-not-walk-run-bike-close-to-each-other-a5df19c77d08

5. Todos os casos assintomáticos com teste positivo, sintomáticos, suspeitos devem ser comunicados imediatamente ao departamento médico.

6. A psicóloga do clube, principalmente neste período, está trabalhando em um plano específico para este momento, visando a prevenção e preocupação com a saúde mental dos atletas. Através de consultas online, serão gerados relatórios de acompanhamento visando garantir o bem estar dos nossos atletas e comissão técnica.

7. Devido as atividades de ampliação em nosso Centro de treinamento (Obras), fica proibido o contato destes colaboradores com o grupo de jogadores e comissão técnica.


Anexo 1: higienização de mãos e uso de álcool gel;


Anexo 2: orientações sobre EPIs;


Anexo 3: orientações gerais e de distanciamento;


Anexo 4: manejo clínico de caso suspeito de covid-19;


Anexo 5: questionário “return to play”;


Anexo 6: Exames laboratoriais disponíveis;

Anexo 7: Fontes de apoio na elaboração.

1. Dr. Luis Fernando Z. Funchal e equipe médica – Departamento Médico Avaí Futebol Clube 2. Dr. Ivan Grava e equipe médica – Departamento Médico Corinthians Sport Club 3. Dr. Pagura e equipe médica– Departamento Médico da Confederação Brasileira de Futebol 4. Liga Portugal 5. Club Atlético Talleres 6. FIFA 7. CONMEBOL 8. REAL FEDERACIÓN ESPAÑOLA DE FÚTBOL 9. FEDERACIÓN DE FÚTBOL ALEMANA 10. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) 11. MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS).

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