trabalho gestao de materiais estoques

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O PAPEL DOS ESTOQUES NA EMPRESA ANALISE DOS ESTOQUES MODELOS DE ESTOQUES

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O PAPEL DOS ESTOQUES NA EMPRESAANALISE DOS ESTOQUESMODELOS DE ESTOQUES

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Page 1: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

O PAPEL DOS ESTOQUES NA EMPRESAANALISE DOS ESTOQUESMODELOS DE ESTOQUES

Page 2: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

1- O PAPEL DOS ESTOQUES NA EMPRESA

1.1- Introdução

Visto como um recurso produtivo que no final da cadeia de suprimentos criará

valor para o consumidor final, os estoques assumem papel importante. Hoje todas

as empresas procuram a obtenção de uma vantagem competitiva em relação a seus

concorrentes, e a oportunidade de atendê-los prontamente, no momento e na

quantidade desejada. Descobrir formulas para controlar melhor o estoque é o grande

desafio.

A empresa deve buscar os estoques para que o cliente tenha a qualquer hora

o produto solicitado ou arrisca na quantidade adquirida correndo o risco do não

atendimento do seu cliente? A organização que conseguir um resultado melhor

nesta equação, terá um diferencial entres os concorrentes, será mais lucrativas,

pois terá um melhor gerenciamento nos estoques, elevam os níveis dos estoques

rapidamente para atender à maior demanda, ou os reduzem quando a demanda

decresce.

A gestão do fluxo de materiais, serviços e informações, desde o fornecedor

inicial até o consumidor final, constitui a essência da logística. A utilização da

logística na gestão dos estoques é indispensável para empresas que querem se

manter no mercado competindo de igual para igual com seus concorrentes, pois a

cada dia que passa, eles estão percebendo que existe uma necessidade de maior

agilidade no atendimento aos clientes, de controles adequados para evitar gastos

desnecessários.

Em termos financeiros, os estoques são muitos importantes para as empresas

de manufatura. No balanço patrimonial, eles representam de 20 a 60% dos ativos

totais. A medida que os estoques vão sendo utilizados, seu valor se converte em

dinheiro, o que melhora o fluxo de caixa e o retorno sobre o investimento. Existe um

custo de estocagem dos estoques, que aumenta os custos operacionais e diminui os

lucros.

Page 3: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Quando se elabora um programa para a implantação de uma Administração

de Materiais, estabelecem-se objetivos financeiros e administrativos bem definidos,

como:

Eliminar itens sem movimentação, pela erradicação definitiva das causa

da existência de itens em estoque sem utilidade para produção ou venda;

Reduzir os investimentos em estoques, sem prejuízo da produção e do

atendimento aos clientes;

Reduzir perdas de materiais na Logística Industrial através de técnicas de

movimentação e acondicionamento;

Obter um nível de serviço próximo a 100% no atendimento aos pedidos

dos clientes;

Eliminar custo das embalagens dos matérias pela utilização de novos

sistemas de movimentação e abastecimento.

1.2- Por que se precisa ter estoques?

A estocagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento por

parte da organização. Como não é possível a sincronização entre a oferta e a

demanda, de maneira a tornar a manutenção de estoques desnecessária, deve-se

acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias e minimizar os

custos totais de produção e distribuição.

Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, ou seja:

melhoram o nível de serviço, melhorando o atendimento ao cliente;

Os estoques auxiliam no marketing da empresa, uma vez que podem ser

oferecidos produtos com mais descontos, com quantidades mais adequadas,

Fig. 01 – Fluxo de materiais

Page 4: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

com mais vantagens para os clientes que precisam de fornecimento imediato

ou de períodos curtos de ressuprimento. Isso representa maiores vantagens

competitivas, diminuição nos custos e maiores lucros nas vendas.

reduzem custos de produção e de movimentação de materiais em

processos;

O menor custo unitário de produção ocorre, geralmente, para grandes

lotes de fabricação com o mesmo tamanho. Considerando que os

estoques agem como reguladores entre oferta e demanda, possibilitam

uma produção mais constante, não oscilando com as flutuações das

vendas. Além disso, a força de trabalho pode ser mantida em lotes

estáveis e os custos de preparação de lotes podem ser diminuídos.

permitem economias de escala nas compras e no transporte;

A geração de pequenos lotes de compras para atender às necessidades

de produção ou atender a clientes a partir da manufatura implica maiores

custos de fretes, uma vez que não há volume suficiente para obter

descontos oferecidos aos maiores lotes. Outra finalidade dos estoques é

possibilitar descontos no transporte de grandes lotes equivalentes à

capacidade dos veículos, gerando, assim, fretes menores.

agem como proteção contra aumentos de preços;

Mercadorias negociadas em mercados abertos, tais como minérios,

produtos agrícolas e petróleo, têm seus preços ditados pelas curvas da

oferta e da demanda. Assim, as compras podem ser antecipadas em

razão de aumentos previstos nos preços, gerando estoques que devem

ser muito bem administrados.

protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de

ressuprimento;

Devido à impossibilidade de se conhecerem as demandas pelos produtos

ou seus tempos de ressuprimento de maneira exata no sistema logístico e,

para garantir a disponibilidade do produto, deve-se formar um estoque

adicional (estoque de segurança). Este é adicionado ao estoque regulador

para atender às necessidades da produção e do mercado.

servem como segurança contra contingências

Page 5: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Algumas contingências podem atingir as empresas de maneira

inesperada. Como exemplo, podemos citar greves, incêndios, inundações,

entre outras. A manutenção do estoque de reserva é uma maneira viável

de garantir o fornecimento normal nessas ocasiões.

1.3 - Classificação dos estoques

Os recursos materiais, os estoques, podem ser classificados em demanda

dependente ou demanda independente. Os materiais, componentes, partes e

peças da demanda independente são os itens cuja demanda decorre, em sua

maioria, dos pedidos dos clientes externos, como por exemplo, os produtos

acabados, que a empresa vende diretamente a seus clientes externos e itens de

manutenção, de uso interno e requisitados por clientes internos, como material de

escritório e, portanto, relacionada com as condições do mercado e fora do controle

da empresa. Um item é dito de demanda dependente quando a quantidade a ser

utilizada depende da demanda de um item da demanda independente. Assim, um

pneu em uma montadora é um item de demanda dependente, pois a quantidade a

ser utilizada dependerá da previsão de automóveis a serem montados (5 unidades

por automóvel). Para um comerciante de pneus, no mercado de reposição, o mesmo

pneu é um item de demanda independente. Como os estoques constituem parcela

considerável dos ativos da empresa, eles recebem um tratamento contábil

minucioso.

1.4 - Tipos de Estoques

Define-se estoque como “quaisquer quantidades de bens físicos que sejam

conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo”. Existem diversos

tipos ou nome de estoques, que podem ou não ser mantidos em um ou diversos

almoxarifados. Basicamente sendo mais utilizados estoque de matérias-primas,

estoque de materiais em processo, estoque de produtos auxiliares e estoque de

produtos acabados. Usualmente as empresas possuem em sua organização os

tipos abaixo:

Page 6: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Estoque de matérias-primas – são itens comprados e recebidos que ainda não

entraram no processo de produção. Incluem materiais comprados, peças

componentes e subconjuntos. Ex. chapa, tarugo fundido, madeira, resina, pós,

etc. podem ser também itens comprados prontos ou já processados por outra

unidade ou empresa.

Estoque de materiais auxiliares – compõe-se dos agregados que participam do

processo de transformação da matéria prima dentro da fábrica, porém não se

agrega a ela, tais como : rebolos, lixas, óleos, ferramentas etc.

Estoque intermediário – Também conhecido como em processos ( WIP – Work

In Process ). Compõe esses almoxarifados as peças que estão em processo de

fabricação, ou em subconjuntos, que são armazenadas para compor o produto

final. O volume deste estoque é normalmente resultante de planejamento do

estoque de matéria-prima e do planejamento da produção. Um produto acabado

esperando liberação de qualidade é considerado um produto em processo.

Estoque semi acabado - Os produtos semi-acabados são aqueles que ficam

armazenados, aguardando operações adicionais que os adaptem para diferentes

usos, normalmente são produtos customizáveis, sofrem um grau de

personalização e sofisticação exigidos pelo cliente e ou que foram reprovados

pela inspeção da qualidade antes de finalizar o processo.

Estoque de produtos acabados – são itens que saem prontos do processo

produtivo e que já foram inspecionados pela área da qualidade, estão prontos

para serem vendidos como itens completos. Podem ser retidos na fábricas ou no

depósito central, ou ainda em vários pontos do sistema de distribuição.

Estoque em Consignação - são estoques normalmente de produto acabado ou

de peças de reposição de manutenção que permanecem no cliente sob a sua

guarda, mas continua sendo, por meio de acordos mútuos, de propriedade do

fornecedor até que seja consumido.

Page 7: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Estoque de manutenção – conhecido também como Suprimentos de

Manutenção, de reparo e de operação (MRO). Nessa categoria entram os itens

utilizados para apoiar as operações da organização. Incluem ferramentas

manuais, peças sobressalentes, lubrificantes e materiais de limpeza.

Quando a velocidade de entrada dos itens é maior que a saída, ou quando o número

de unidades recebidas é maior do que o número de unidades expedidas, o nível de

estoque aumenta. Se, ao contrário, mais itens saem, são demandados ou

consumidos do que entram, o estoque diminui. E se a quantidade que é recebida é

igual à que é despachada, o estoque mantém-se constante. Se considerarmos V (t)

como sendo a velocidade de entrada (unidades recebidas/unidade de tempo), v(t)

como a velocidade de saída (unidades expedidas/unidade de tempo) e E como

sendo o estoque, teremos as seguintes relações lógicas:

V(t) x t > v(t) x t _ E aumenta

V(t) x t < v(t) x t _ E diminui

V(t) x t = v(t) x t _ E mantém-se inalterado

Conseguir a igualdade V(t) x t = v(t) x t _ E é o grande desafio e objetivo da filosofia

Just in Time aplicada à gestão dos estoques, em que os estoques podem ser nulos.

A gestão do fluxo de chegada, V(t) x t é função de compras. Já a gestão do fluxo de

saída v(t) x t é função de vendas e de distribuição. A harmonização dos dois fluxos

dentro da fábrica é função do Planejamento e Controle da Produção (PCP).

Exemplo:

A empresa BJ consome o item 46123 a uma velocidade de 450 unidades por dia. O

item é comprado de terceiros e usado na montagem do produto final da empresa.

Sabendo-se que, em uma semana útil de 5 dias, a BJ recebeu dois lotes de 2500

unidades do item, qual foi a variação do estoque do item 46123 nessa semana?

Solução:

Recebimentos: V(t) x t = 2 x 2500 unidades = 5000 unidades/semana

Consumo: v(t) x t = 5 dias/semana x 450 unidades/dia = 2250 unidades/semana

Page 8: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Como V(t) x t > v(t) x t, o estoque aumentou em 2.750 unidades na semana.(5000 –

2250)

Custos dos estoques

Uma das principais preocupações do Administrador de Materiais é saber quais são

os custos relacionado ao estoque que gerencia.

O custo do estoque pode ser desmembrado em quatro partes, que auxiliarão na

determinação do nível de estoque a ser mantido:

Custo de aquisição

É o valor pago pela empresa compradora do material adquirido. Este custo

esta relacionado com o poder de negociação , que buscara minimizar o preço

pago por unidade adquirida. Quanto maior o preço unitário pago, maior será o

valor do estoque para uma mesma quantidade estocada.

Custo de Aquisição = Preço Unitário X Quantidade Adquirida

Custo de armazenagem;

Valor que envolve todos os materiais que estão estocados na empresa, de

toda mão- de- obra envolvida na atividade de estoques (manutenção, controle

e gerenciamento, inclusive os encargos trabalhistas), das despesas mensais

para manter estoques, incluindo a depreciação dos equipamentos, máquinas

e instalações e despesas a eles associados e ao custo anual do m2 de

armazenamento.

O custo de armazenagem de determinado item “i” em estoque pode ser

calculado pela formula:

CAm = EM x PMu x T x CAmu

Onde:

CAm = Custo de Armazenagem de um item

EM = Estoque médio de um item no tempo T (qtde)

PMu = Preço médio unitário do item no tempo T (valor)

T = Tempo em estoque

CAmu = Custo de Armazenagem unitário

Page 9: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Custo de pedido

São custos fixos e variáveis referentes ao processo de emissão de um

pedido. Os fixos são os salários do pessoal envolvidos na emissão dos

pedidos e os variáveis estão nas fichas de pedidos e nos processos de enviar

esses pedidos aos fornecedores, bem como, todos os recursos necessários

para tal procedimento. Portanto, o custo de pedido está diretamente

relacionado com o volume das requisições ou pedidos que ocorrem no

período;

CP = n(CPAu + CPVu) onde:

CP = Custo do Pedido

N = Número de pedidos

CPAu = Custo de Pedido Administrativo unitário

CPVu = Custo de Pedido Variável unitário

Custo de falta

No caso de não cumprir o prazo de entrega de um pedido colocado, poderá

ocorrer ao infrator o pagamento de uma multa ou até o cancelamento do

pedido, reduzindo o volume de vendas e prejudicando a imagem da empresa.

Este problema acarretará um custo elevado e de difícil medição relacionado

com a imagem, custos, confiabilidade, concorrência etc.

Exemplo:

Em uma empresa ocorreu um atraso de 4 dias na entrega do produto a um

cliente em razão de uma parada de 5 dias por falta de um item do estoque.

Considerando os dados abaixo fornecido pela empresa qual o custo de falta

Custo de Falta = 5x400,00 + 5x120,00 + 4x50,00 = R$ 2.800,00

Quadro 01

Page 10: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

2 - Controle e Análise de Estoques

Como os estoques representam parcela substancial dos ativos das empresas,

devem ser encarados como um fator potencial de geração de negócios e de lucros.

Assim, cabe ao administrador verificar se estão tendo a utilidade adequada ou sendo

um “peso morto”, não apresentando o retorno sobre o capital neles investido.

Existem vários indicadores de produtividade na análise e controle dos estoques,

sendo os mais usuais diferenças entre o inventário físico e o contábil, acurácia dos

controles, nível do serviço (ou nível do atendimento), giro de estoques e cobertura

dos estoques.

A função de controle é definida como um fluxo de informações que permite comparar

o resultado real de determinada atividade com seu resultado planejado a fim de

encontrar um nível de estoque adequado.

2.1 – Curva dente-de-serra

A denominada Curva dente de Serra é imprescindível nas atividades de gestão de

Estoques, especialmente na aplicação dos Métodos de Reposição por Quantidades

Fixas e Reposição por Revisões Periódicas e suas derivações, pois possibilita o

estabelecimento das relações matemáticas necessárias para entender e

automatizar, pelo Controle, as atividades de Reposição dos Estoques. A evolução

de estoque é representada por um gráfico em que no eixo x colocamos o tempos e

no eixo y a quantidade em estoque, conforme gráfico 1.

Gráfico xx - Evolução do estoque real

Page 11: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Este ciclo será sempre repetitivo e constante se:

Não existir alterações de demanda durante o período de consumo;

Não existirem falhas que provoquem um esquecimento de comprar;

O fornecedor não atrasar a entrega do item para o estoque;

Nenhuma entrega do fornecedor for rejeitado pelo controle de qualidade.

Todavia, para efeitos de cálculo, desconsideramos essas possíveis falhas e

chegamos ao modelo da curva dente-de-serra, de forma simplificada.

Posteriormente, veremos como corrigi-las.

A prática mostra-nos que estas quatro premissas citadas não ocorrem com

freqüência. Os consumos de matéria-prima, normalmente, são variáveis e não

podemos confiar demais nos prazos de entrega dos fornecedores, pois existem

falhas de operação, e sempre existirá um risco de alguma remessa de material ser

rejeitada parcial ou totalmente

Grafico xx – Curva dente-de-serra

Page 12: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Voltando à Figura 1 (dente de serra), se determinássemos um ponto e, em

conseqüência, uma quantidade que ficasse de reserva, para suportar os atrasos de

entrega, as rejeições na qualidade e as alterações do consumo, a probabilidade de o

estoque ir a zero, e assim não atender à produção ou ao requisitante, seria bem

menor.

Essa curva é elaborada calculando-se a demanda média ou consumo

médio no período, através da seguinte fórmula:

DM = D1 + D2 + ... + Dn

n

em que:

DM = Demanda média

Di = Demanda em cada período (diária, mensal, etc)

N = Número de períodos

Exemplo:

Figura 2. Dente de serra com ruptura

Figura 3. Dente de serra utilizando o estoque mínimo

Page 13: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Calcule a demanda diária do item em estoque código 12005, dado que o consumo

nos últimos 10 dias foi:

Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Demand

a

3 2 1 1 3 5 1 2 0 2

DM = 3 + 2 + 1 + 1 + 3 + 5 + 1 + 2 + 0 + 2 = 20 = 2

10 10

Tempo de reposição do estoque

Tempo de reposição de estoque é definido como o período entre detecção de que o

estoque de determinado item precisa ser reposto até a efetiva disponibilidade do

item para consumo, sendo considerados a soma dos de cada uma das etapas

abaixo descritas:

Contatar a necessidade de reposição pelo Almoxarifado;

Informar a area de compras da necessidade de reposição;

Contatar os fornecedores para obter as propostas de fornecimento;

Emitir pedido de compra;

Cumprir prazo de entrega pelo fornecedor;

Transportar item comprado do fornecedor até o comprador;

Desembaraços alfandegários, quando necessários;

Realizar procedimentos adequados de inspeção e ensaios pelo Controle da

Qualidade.

Estoque de segurança

As simplificações realizadas para construir a curva dente-de-serra

desconsidera as falhas que ocorrem na cadeia de abastecimento. Logo, para que

não haja falta de itens importantes no estoque é preciso incorporar um fator que

corrija qualquer eventualidade, ao que chamamos de “estoque de segurança”.

As falhas mais críticas no procedimento de reposição de estoque ocorrem

em três pontos principais:

Page 14: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Aumento repentino de demanda – aumento não previstos da

demanda do item em estoque motivados por promoções e outras

ações de mercado. A figura abaixo mostra o que acontece com o

estoque quando isso ocorre:

Demora no procedimento do pedido de compra – falhas no

sistema de informações do Almoxarifado ou da área de compras

podem incorrer em demoras excessivas na expedição do pedido;

Atrasos na entrega pelo fornecedor – o fornecedor nem sempre

tem condições de cumprir seus prazos de entrega em virtude de

problemas no seu sistema de produção, transporte ou dependência

de liberação alfandegária. Veja o gráfico para este caso:

Grafico xx – Falta em virtude do aumento repentino da demanda

Page 15: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Portanto, a maneira correta para corrigir essas falhas que ocorrem com

freqüência é dimensionar um estoque de segurança que sirva como um “pulmão” do

estoque e não cause paradas na produção. Veja no gráfico como isso funciona:

Existem diversas formas complexas de se estimar o estoque de segurança.

A mais simples e prática, destacamos a seguir:

ESeg = (DMáx – DM) x (TRMáx – TR)

Em que:

ESeg = Estoque de segurança

DMáx = Demanda máxima histórica

DM = Demanda média

TRMáx = Tempo de reposição máximo

TR = Tempo de reposição médio

NOTA IMPORTANTE: Como o estoque de segurança é um volume

adicional, é necessário dimensioná-lo com muito cuidado, para evitar a

supervalorização do estoque, causando problemas financeiros à empresa, como

tratamos anteriormente.

1.1– Ponto de Pedido

A quantidade em estoque que, quando atingida, deve acionar um novo

processo de compra ou fabricação é chamada de ponto de pedido.

Page 16: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Se conhecemos a demanda média de um produto, podemos prever quando

o seu saldo atingirá o nível de segurança (estoque de segurança) e, baseado no

tempo de reposição, iniciamos uma nova compra para que quando esta chegar, o

saldo esteja muito próximo do mínimo estipulado.

Assim, o ponto de pedido pode ser calculado com a seguinte expressão:

PP = DM x TR + ESeg

Em que:

PP = Ponto de pedido

DM = Demanda ou consumo médio no período

TR = Tempo de reposição

ESeg = Estoque de segurança

Pelo gráfico, podemos entender melhor o que isso significa:

Estoque médio

O estoque médio é um parâmetro útil que resume as transações de entradas e saída

de um determinado item de estoque isto é, é o nível médio de estoque em torno do

qual as operações de compra e consumo se realizaram, sendo calculado pela

seguinte formula:

EM = Q +ESEG onde:

Page 17: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

EM = Estoque Médio

Q = Quantidade adquirida ou fabricada para reposição de estoque

ESEG = Estoque de Segurança

Giro ou rotatividade de estoque

È definido como o número de vezes em que o estoque é totalmente renovado em

um período de tempo. É calculado pela formula:

Giro = Demanda Média no Período

Estoque Médio no Período

2 – Curva ABC

A análise ABC é uma das formas mais usuais de se examinar estoques.

Essa análise consiste na verificação, em um certo espaço de tempo, do consumo,

em valor monetário ou quantidade, dos itens em estoque, para que eles possam ser

classificados em ordem decrescente de. É conveniente que os itens mais

importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes.

Assim, economiza-se tempo e recursos.

Classificação

Classe A : constituída por poucos itens (ate 10% ou 20% dos itens), o valor de

consumo acumulado é alto (acima de 50% ate 80% em geral);

Classe B : formada por um número médio de itens (20% a 30% em geral),

apresenta um valor de consumo acumulado ao redor de 20% a 30%;

Classe C : constituída por um grande número de itens (acima de 50%), o valor

de consumo acumulado é baixo (5% a 10%).

Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em

6 etapas a seguir:

1º) Definir a variável a ser analisada

Page 18: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser

adequada para cada um deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o

custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.

2º) Coleta de dados

Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o

seu custo unitário.

Com esses dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade

pelo custo unitário.

3º) Ordenar os dados

Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem

decrescente de valor, como mostra a tabela a seguir:

Item Quant. Média

em estoque

(A)

Custo unitário

(B)

Custo total (A

x B)

Ordem

Unidades R$/unid. R$

Apontador 5 2.000,00 10.000,00 3º

Bola 10 70,00 700,00 10º

Caixa 1 800,00 800,00 9º

Dado 100 50,00 5.000,00 5º

Esquadro 5000 1,50 7.500,00 4º

Faca 800 100,00 80.000,00 1º

Giz 40 4,00 160,00 11º

Herói 50 20,00 1.000,00 8º

Isqueiro 4 30,00 120,00 12º

Jarro 240 150,00 36.000,00 2º

Key 300 7,50 2.250,00 6º

Livro 2000 0,60 1.200,00 7º

TOTAL 144.730,00

Page 19: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

4º) Calcular os percentuais

Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e

calcula-se o custo total acumulado e os percentuais do custo total acumulado de

cada item em relação ao total.

Ordem Item Quant.

Média

em

estoque

(A)

Custo

unitário

(B)

Custo

total (A x

B)

Custo

total

acumulad

o

Percentuai

s %

Unidade

s

R$/unid. R$

1º Faca 800 100,00 80.000,00 80.000,00 55,3

2º Jarro 240 150,00 36.000,00 116.000,0

0

80,1

3º Apontado

r

5 2.000,0

0

10.000,00 126.000,0

0

87,1

4º Esquadro 5000 1,50 7.500,00 133.500,0

0

92,2

5º Dado 100 50,00 5.000,00 138.500,0

0

95,7

6º Key 300 7,50 2.250,00 140.750,0

0

97,3

7º Livro 2000 0,60 1.200,00 141.950,0

0

98,1

8º Herói 50 20,00 1.000,00 142.950,0

0

98,8

9º Caixa 1 800,00 800,00 143.750,0

0

99,3

10

º

Bola 10 70,00 700,00 144.450,0

0

99,8

11

º

Giz 40 4,00 160,00 144.610,0

0

99,9

12 Isqueiro 4 30,00 120,00 144.730,0 100,0

Page 20: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

º 0

TOTAL 144.730,0

0

5º) Construir a curva ABC

Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens

do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total acumulado.

Page 21: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

6º) Análise dos resultados

Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na

verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra algumas indicações

para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância

A 20 80% Grande

B 30 15% Intermediária

C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

ClasseNº

itens

%

itens

Valor

acumuladoItens em estoque

A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro

B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado

C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz,

Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por

exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A (apenas 2 itens),

representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de

50% no valor em estoque dos itens C (sete itens), impactará no total em apenas

2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma

ação mais rentável para a empresa do nosso exemplo.

Em qualquer período de tempo, isto cria um fenômeno chamado de curva

ABC, um conceito particularmente valioso para o planejamento logístico.

2.1 - Inventário Físico

O inventário é um processo de avaliação criado dentro da organização para

examinar e avaliar a gestão em determinados períodos. O objetivo é assessorar os

membros da organização para que se tenha um controle maior sobre seus produtos.

Page 22: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Em todo o mundo, o inventário é realizado nos mais diversos setores e dentro de

organizações cujo porte, finalidade e estrutura variam. Além dos tradicionais

objetivos empresariais de otimização de lucros e de resposta às necessidades dos

mercados em que se inserem num mundo em constante mutação, as empresas

deparam-se com novas situações, que conduzem a uma forte motivação,

relativamente a preocupações com a eficácia e eficiência dos recursos. Atualmente,

o inventário constitui uma função de apoio à gestão que além de importante, tornou-

se imprescindível no mundo empresarial atual.

Os membros da Administração demonstram cada vez mais a aceitação do inventário

como um meio de obter análises, avaliações e informações objetivas sobre os

controles e o desempenho da organização. Outros departamentos da empresa,

como logística, operações e prevenção de perdas, utilizam os resultados do trabalho

do inventário para complementar o seu próprio e até mesmo encontrar soluções

para os problemas encontrados.

O inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso haja

diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques devem ser

feitos os ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias.

O inventário físico é a contagem de todos os estoques da empresa, para verificação

se as quantidades correspondem aos controles do estoque. Esta contagem também

deve ser efetuada em componentes, aguardando definição da qualidade para serem

rejeitados. Os benefícios dos inventários é a verificação de eventuais desvios no

controle - estoques de peças rejeitadas, cujos controles não são lançados por

alguma falha.

Essas faltas não registradas e controladas podem causar problemas de atrasos nas

entregas de pedidos aos clientes, pois o planejamento de compras não irá suprir a

falta destes materiais por falha nas informações. O maior benefício é ter os estoques

com as quantidades corretas. Hoje, em empresas que trabalham com volumes de

estoques pequenos, pratica-se o inventário contínuo, no qual são feitas contagens

semanais de um pequeno porcentual do universo de peças para verificação de

diferenças de peças entre o físico e o controle. Essa prática é denominada de

Page 23: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

verificação de acuracidade do estoque, no qual até um determinado porcentual de

desvio é aceito, e acima deste valor, ações são imediatamente tomadas para corrigir

os desvios.

Qual a periodicidade do inventário físico? Quais são as suas etapas? A prática das

empresas é a de fazer o inventário físico por ocasião do Balanço da Empresa. Há

casos de empresas que fazem o balanço anualmente ou semestralmente. Não

existem etapas para a execução do inventário físico. Na prática, o que é feito é o

trabalho em mutirão de muitos funcionários da empresa, empenhados na contagem

dos estoques. A empresa pára suas atividades para evitar a contagem em

duplicidade da mesma peça.

Para empresas nas quais os produtos são de muito valor, a periodicidade é menor e

cada empresa tem seus próprios critérios para definir a periodicidade. O inventário

físico é geralmente efetuado de dois modos: periódico ou rotativo.

2.2 Inventário rotativo

O inventário rotativo é um método de inventário físico em que o estoque é contado

em intervalos regulares, dentro de um exercício. Esses intervalos (ou ciclos)

dependem do código de inventário rotativo definido para os materiais. O inventário

rotativo permite que os artigos de alta rotatividade sejam contados com maior

freqüência do que os de baixa rotatividade. Necessário em situações de pré e pós

compra, ou até mesmo para obter-se os reais quantitativos e qualitativos de itens de

bens, o Inventário Físico requer para sua execução, um elaborado programa e

coordenação.

Normalmente é utilizada uma quantidade razoável de pessoas para sua realização,

assim é comum haver a necessidade de duplo inventário para sua certificação. Este

trabalho é constituído pelo levantamento de bens "in loco", instalados em:

depósitos, almoxarifados e até vias públicas.

O termo "Levantamento" significa :

- Identificação do local (endereço, armazém, galpão, centro de custo, corredor,

prateleira, gaveta, etc.) ;

Page 24: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

- Identificação do bem (descrição, fabricante, modelo, tipo, etc.) ;

- Quantificação (unidade, peso, comprimento, etc. ) ;

- Avaliação do bem (observações quanto ao estado aparente do bem).

O Inventário Físico, quando se fizer necessário, poderá ser acompanhado por

"levantamento fotográfico", ocasião em que além da utilização dos técnicos

especializados, lança-se mão também de fotógrafos profissionais com larga

experiência nessa atividade.

Um critério usual é contar a cada 3 meses 100% dos itens da Classe A, 50% dos

itens da Classe B e 5 % dos itens da Classe C.

2.3 Inventário periódico

O inventário periódico ocorre em determinados períodos, normalmente no

encerramento dos exercícios fiscais, ou duas vezes por ano faz-se a contagem física

de todos os itens em estoque. Nessas ocasiões coloca-se um número maior de

pessoas com a função específica de contar os itens. É uma força-tarefa designada

exclusivamente para esse fim, já que tal contagem deve ser feita no menor espaço

de tempo possível (geralmente de 1 a 3 dias).

Exemplo:

Uma empresa tem em seu estoque aproximadamente 10 mil itens diferentes. No

inventário do ano anterior verificou-se que havia, uma média, de 15 unidades de

cada item. Supondo que uma pessoa possa contar em média, 80 itens por minuto,

quantas pessoas serão necessárias para contar todos os itens em 2 dias de

trabalho?

1 dia = 8 horas

Número de itens a serem contados = 10.000 X 15 = 150.000 itens

Tempo necessário para contagem = 150.000/80 itens/minuto = 1875 minutos

Nr de pessoas necessário = N

(2 dias) X 8 horas/dia X 60 minutos = 960

1875/960 = 1,95 ou 2 pessoas.

Page 25: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

2.4 Inventários Contábeis do Imobilizado

Constitui-se na pesquisa da documentação contábil existente, tais como:

diários e razão auxiliar;

notas fiscais;

fichas patrimoniais;

razão auxiliar em UFIR'S;

guias de importação.

Inicia-se desde a constituição da empresa ou da data em que existirem documentos

até a data atual, cujos saldos constam no razão auxiliar, ou do último balanço de

encerramento fiscal.

Através das pesquisas feitas, pode-se calcular os valores contábeis de cada

patrimônio da empresa, de acordo com procedimentos fiscais e legais como:

Cálculos de depreciação desde a aquisição do item (em R$, UFIR e moeda

estrangeira);

Cálculos de Correção Monetária;

Cálculos da diferença de Correção Monetária - Lei 8.200/91;

Cálculos do Plano Verão;

Apuração do valor do bem em qualquer moeda estrangeira.

2.5 Acurácia dos Estoques

Uma vez terminado o inventário, pode-se calcular a acurácia dos controles que

mede a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em valor, ou

seja:

Acurácia = Número de itens com registros corretos

Número total de itens

Ou

Acurácia = Valor de itens com registros corretos

Valor total de itens

Page 26: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Exemplo:

Calcule a acurácia do controle, sabendo-se que no exemplo do item 2.2, após os

três primeiros meses, foram encontradas as seguintes divergências entre o número

de unidades contadas por item e o número indicado pelo controle.

Solução:

(0,2903 X 0,9454) + (0,5395 X 0,9520) + (0,1702 X 0,9809) = 95,50%

2.6 Nível de Serviço ou Nível de Atendimento

É o indicador de quão eficaz foi o estoque para atender às solicitações dos usuários.

Assim, quanto mais requisições forem atendidas, nas quantidades e especificações

solicitadas, tanto maior será o nível de serviço.

Nível de Serviço = Número de requisições atendidas

Número de requisições efetuadas

Exemplo:

No almoxarifado da empresa VendeTudo, durante um período de 6 meses, foram

apresentadas 3100 requisições de materiais, com um número médio de 1,45 item

por requisição. Foram entregues 4400 dos itens solicitados. Qual o nível de

atendimento do almoxarifado?

Nível de Serviço = Número de requisições atendidas

Page 27: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

Número de requisições efetuadas

Número de requisições atendidas = 4400

Número de requisições efetuadas = 3100 X 1,45 = 4495

Nível de Serviço = 4400 = 97,88 %

4495

4- MODELOS DE ESTOQUES

Os estoques pode ser dividida em 3 abordagens dominantes:

4.2 - Just in Time – JIT

Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada

deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser

aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes.

O just in time é o principal pilar do Sistema Toyota de Produção ou Produção enxuta.

Com este sistema, o produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente

no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou

entregues a tempo de serem vendidos ou montados.

O conceito de just in time está relacionado ao de produção por demanda, onde

primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e

posteriormente fabricá-lo ou montálo.

Nas fábricas onde está implantado o just in time o estoque de matérias primas é

mínimo e suficiente para poucas horas de produção. Para que isto seja possível, os

fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados para que possam

fazer entregas de pequenos lotes na frequência desejada.

A redução do número de fornecedores para o mínimo possível é um dos fatores que

mais contribui para alcançar os potenciais benefícios da política just in time. Esta

redução, gera porém, vulnerabilidade em eventuais problemas de fornecimento, já

que fornecedores alternativos foram excluídos. A melhor maneira de prevenir esta

situação é selecionar cuidadosamente os fornecedores e arranjar uma forma de

Page 28: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

proporcionar credibilidade dos mesmos de modo a assegurar a qualidade e

confiabilidade do fornecimento (Cheng et. al., 1996, p. 106).

As modernas fábricas de automóveis são construídas em condomínios industriais,

onde os fornecedores just in time estão a poucos metros e fazem entregas de

pequenos lotes na mesma frequência da produção da montadora, criando um fluxo

contínuo.

O sistema de produção adapta-se mais facilmente às montadoras de produtos onde

a demanda de peças é relativamente previsível e constante, sem grandes

oscilações.

4.2 – Kanban

Kanban é uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou placa visível.

Em Administração da produção significa um cartão de sinalização que controla os

fluxos de produção em uma indústria. O cartão pode ser substituído por outro

sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios demarcados.

Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção,

para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se esgotarem todas

as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num

novo pedido para mais peças.

Quando for recebido o cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local

definido, então deve-se movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça.O

Kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser empregado em

indústrias montadoras, desde que o nível de produção não oscile em demasia. Os

Kanbans físicos (cartões ou caixas) transitam entre os locais de armazenagem e

produção substituindo formulários e outras formas de solicitar peças, permitindo

enfim que a produção se realize Just in time - metodologia desenvolvida e

aperfeiçoada por Taiichi Ohno e Toyota Sakichi conhecida como Sistema Toyota de

Produção.

A técnica japonesa denominada de KAN BAN, integrada no conceito JUST IN TIME,

hoje largamente difundida quando se fala sobre produção ou administração de

estoque, nasceu na maior fábrica automobilística do Japão, a TOYOTA, está idéia a

brotou da iniciativa realizada por Yasuhiro Monden, que fundiu todas estas idéias e

conceitos sistematizando-os e difundiu para o resto do mundo, traduzindo para

língua inglesa.

Page 29: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

O fundamento básico desta técnica, está baseado em manter um fluxo contínuo dos

produtos que estão sendo manufaturados. O KAN BAN (etiqueta ou cartão), traz

como grande inovação o conceito de eliminar estoques (estoque zero), os materiais

e componentes agregados ao produto chegam no momento exato de sua

produção/execução (just in time). O sucesso deste comportamento está na ênfase

dada no processo de manufatura nivelado e de automação - "jidoka" -

AUTOCONTROLE.

4.1 - Material Requirement Planning – MRP

Material Requirement Planning (planeamento das necessidades de materiais

(português europeu) ou planejamento das necessidades de materiais (português

brasileiro),PNR) tem vindo a ser usado para dar significado a MRP e a MRP II

(Manufacturing Resource Planning). Introduzido inicialmente, o MRP foi sendo

desenvolvido até se tornar MRP II que já tem em conta aspectos relacionados com

finanças, compras e marketing. Este sistema, nomeadamente o MRP, tornou-se um

conceito popular nos anos de 1960 e 1970.

O MRP é um sistema computarizado de controlo de inventário e produção que

assiste a optimização da gestão de forma a minimizar os custos mas, mantendo os

níveis de material adequados e necessários para os processos produtivos da

empresa.

Este sistema possibilita às empresas calcularem os materiais dos diversos tipos que

são necessários e em que momento, assegurando os mesmo que sejam

providenciados no tempo certo, de modo a que se possa executar os processos de

produção. O MRP utiliza como informação de input os pedidos em carteira, assim

como a previsão das vendas que são provêm da área comercial da empresa.

4.3 – Lead time

Lead time ou tempo de aprovisionamento, em português europeu, é o período

entre o início

de uma atividade, produtiva ou não, e o seu término. A definição mais convencional

para lead time em Supply Chain Management é o tempo entre o momento de

Page 30: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

entrada do material até à sua saída do inventário (Lambert et al., 1998, p. 347, pp.

503-506, pp. 566-576). Em resultado da definição mais genérica, lead time é, muitas

vezes, confundido ou tem até o mesmo significado que ciclo (Lambert et al., 1998, p.

116), tack time e deadline, entre outros.]

O lead time é um dos conceitos mais importante da logística. Deve ser levado em

consideração em todas as atividades, pois está associado ao custo da operação.

5-CONCLUSÃO

(A QUAIS RESULTADOS CHEGOU?)

Em função do que tenha sido pedido pelo Professor, aqui o aluno deverá::

Apresentar as conclusões a que chegou com o seu trabalho.

Fazer uma síntese dos resultados do trabalho, ou do estudo.

Apresentar um posicionamento, uma avaliação do trabalho, ou do

estudo.

2.2.1 Conclusão

Sumariando o contexto, percebe-se que o gerenciamento dos estoques é de

fundamental importância na administração de uma empresa. Atualmente, ostentar

grandes estoques não é mais um benefício e as organizações não se podem dar o

luxo dessa prática. Ter estoques excessivos passou a dar lugar para os estoques

suficientes para saldar um determinado período de venda. Para tal, faz-se

necessário um controle muito preciso e saber muito bem balancear a quantidade de

produtos ofertados pela empresa em detrimento com a quantidade demandada de

seus produtos. Mais uma vez, uma dura equação de ser resolvida. Então... mãos a

obra!!!

2.2.2 Conclusão

O gerenciamento dos estoques nas empresas é fundamental para a diminuição dos

custos. Estoques elevados e precariamente administrados são fatores que oneram o

Page 31: Trabalho Gestao de Materiais Estoques

preço final dos produtos, bem como uma aplicação indevida do capital de giro das

empresas. A competitividade das empresas no mundo globalizado exige uma correta

manutenção desse ativo, sendo fundamental manter apenas as quantidades

necessárias para a produção.

A correta gestão de estoques na cadeia de suprimentos não pode ser efetuada

isoladamente, algumas medidas de controle de produção podem ser implementadas

pela empresa. Porém, é fundamental que a cadeia de suprimentos esteja no mesmo

nível de evolução e a relação cliente-fornecedor tenha um sincronismo total.

6-BIBLIOGRAFIA

MARTINS, P.G. ; Alt, P.R.C. Administração de Materiais e recursos patrimoniais.

São Paulo: Ed. Saraiva, 2005.

FRANCISCHINI, Administração de Materiais e recursos patrimoniais. São Paulo:

Ed. Pioneira, 2002.

O que é inventário físico? Quais os seus benefícios?. Disponível em:

http://www.sebraesp.com.br. Acesso em 12/03/2007