gestao de estoques e desempenho das organizacoes o caso do supermercado irmaos bresciani ii

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1 CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO GESTÃO DE ESTOQUES E DESEMPENHO DAS ORGANIZAÇÕES: O CASO DO SUPERMERCADO IRMÃOS BRESCIANI II FERNANDO JOSÉ ROSSI SILVIO ADRIANO DE SOUZA CAPIVARI - SP 2011

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Page 1: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

1

CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE

FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

GESTÃO DE ESTOQUES E DESEMPENHO DAS ORGANIZAÇÕES:

O CASO DO SUPERMERCADO IRMÃOS BRESCIANI II

FERNANDO JOSÉ ROSSI

SILVIO ADRIANO DE SOUZA

CAPIVARI - SP

2011

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II

CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE

FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

GESTÃO DE ESTOQUES E DESEMPENHO DAS ORGANIZAÇÕES:

O CASO DO SUPERMERCADO IRMÃOS BRESCIANI

FERNANDO JOSÉ ROSSI SILVIO ADRIANO DE SOUZA

CAPIVARI - SP

2011

Projeto de Pesquisa de Monografia de conclusão de curso apresentado ao curso de Administração da FACECAP/ CNEC Capivari. Orientador: Prof Ms Marco A Armelin

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III

Dedicamos este trabalho a todos os nossos amigos de classe, mestres (que dividiram sua amizade e conhecimento conosco) e familiares, que nos apoiaram em todas as etapas dessa caminhada. Um agradecimento especial ao nosso orientador, Prof. Ms Marco Armelin. Nosso muito obrigado a todos.

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IV

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, que é soberano em sabedoria, e a nossa família pelo incentivo e apoio recebido.

Aos nossos colegas da turma dos formandos 2011 em Administração da Faculdade Cenecista de Capivari.

A todos,

Muito Obrigado

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V

(ROSSI, Fernando José e SOUZA, Silvio Adriano de. GESTÃO DE ESTOQUES E DESEMPENHO DAS ORGANIZAÇÕES: O CASO DO SUPERMERCADO IRMÃOS BRESCIANI II. Monografia de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Administração. Faculdade Cenecista de Capivari – CNEC. 36 p., 2011.)

RESUMO

O Estoque é uma importante função da Administração, e interage com outros

departamentos como Compras, Vendas, Financeiro e Produção. O seu planejamento e

controle são fatores essenciais para uma boa administração. A preocupação desta gestão

envolve aspectos quantitativos, qualitativos e financeiros dos materiais, sejam eles em

matérias-primas, materiais auxiliares, materiais em processo ou produtos acabados. De

acordo com sua condução, pode ser a vantagem competitiva de que toda empresa busca.

Este estudo visou identificar as principais ferramentas de controle de estoques, bem

como as dificuldades encontradas pelas empresas em sua gestão.

Palavras-chave: 1 – Estoques; 2 – Gestão; 3 – Métodos; 4 – Performance.

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VI

(ROSSI, Fernando José e SOUZA, Silvio Adriano de. INVENTORY MANAGEMENT AND

ORGANIZATIONAL PERFORMANCE: THE CASE OF BROTHERS SUPERMARKET BRESCIANI II.

Monograph of Course Completion. Undergraduate Directors. Cenecista Faculty of Capivari -

CNEC.P. 36 , 2011).

ABSTRACT

The Inventory is an important function of the Administration, and interacts with other departments such as Purchasing, Sales, Finance and Production. Your planning and control are essential for good administration. The management of this concern involves the quantitative, qualitative and financial materials, whether raw materials, auxiliary materials, materials in process or finished products. According to his conduct, may be the competitive advantage that every company seeks. This study aimed to identify the main tools for inventory control, and the difficulties encountered by companies in their management.

Keywords: 1 - Inventories; 2 – Management; 3 – Methods; 4 - Performance

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VII

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................ 2

1.1. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................... 2

1.2. JUSTIFIVATIVA DESTE TRABALHO .................................................................... 3

1.3. RELEVÂNCIA DO TRABALHO .............................................................................. 3

1.4. OBJETIVOS DO ESTUDO ........................................................................................ 4

1.4.1. OBJETIVOS GERAIS ....................................................................................... 4

1.4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 4

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 5

CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................ 7

2.1. ESTOQUE – DEFINIÇÕES, TIPOS E GESTÃO ...................................................... 7

2.2. O QUE É ESTOQUE?. ................................................................................................ 7

2.3. TIPOS DE ESTOQUE................................................................................................. 7

2.4. POR QUE TÊ-LOS E POR QUE NÃO TÊ-LOS?. ..................................................... 8

2.5. POR QUE EXISTE ESTOQUE?. ............................................................................... 8

2.6. COMO FAZER UMA PREVISÃO DE ESTOQUES E POR QUÊ?. ......................... 8

2.7. FERRAMENTAS. ..................................................................................................... 10

2.7.1. CURVA ABC .................................................................................................. 11

2.7.2. A FILOSOFIA JUST IN TIME E O KANBAN ...........................................12

2.7.3. MRP.............................................................................................................13

2.7.4. AS DECISÕES SOBRE AS NECESSIDADES .............................................15

2.7.5. CUSTOS DE ESTOQUE .............................................................................15

2.7.6. SISTEMA DE CONTROLE INFORMATIZADO .........................................17

2.8. ESTOCAGEM, RECEBIMENTO E PERDAS. ....................................................... 18

2.8.1. LAYOUT DE ESTOCAGEM. ......................................................................... 18

2.8.2. ARMAZENAGEM DE MATERIAIS .............................................................19

2.8.3. PERDAS DE ESTOQUE .................................................................................20

2.8.4. PROCEDIMENTOS DE RECEBIMENTO DE MATÉRIA PRIMA .............20

CAPÍTULO 3. ..................................................................................................................... 22

3.1. METODOLOGIA ..................................................................................................... 22

3.2. FORMAS DE OBTENÇÃO DE DADOS ................................................................ 24

CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................... 25

4.1. HISTÓRICO DA EMPRESA .................................................................................... 25

4.2. CONCORRENTES ................................................................................................... 25

4.3. FORNECEDORES .................................................................................................... 26

4.3.1. PRINCIPAIS FORNECEDORES A E B..........................................................26

4.3.2. FORNECEDORES C........................................................................................26

4.3.3. PRINCIPAIS FORNECEDORES DE EQUIPAMENTOS .............................26

Page 8: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

VIII

4.5. PRINCIPAIS CLIENTES........................................................................................27

4.5.1. CLIENTES CLASSES A. E B. .......................................................................27

4.5.2. CLIENTES CLASSE C. ...................................................................................27

CAPÍTULO 5 ...................................................................................................................... 28

5.1. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................. 23

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS. ................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 35

ANEXOS ............................................................................................................................. 36

Page 9: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

1

INTRODUÇÃO

Os estoques representam uma parte de grande importância dentro das

organizações, o seu planejamento e controle são fatores essenciais para uma boa

administração do processo produtivo, seja ele realmente produtivo, comercial ou de

serviços. A preocupação em gerenciar o estoque envolve aspectos quantitativos,

qualitativos e financeiros dos materiais, sejam eles em matérias-primas, materiais

auxiliares, materiais em processo ou produtos acabados.

Cabe ao setor responsável pelos materiais ter competência para realizar o

controle das disponibilidades e das necessidades totais do processo produtivo,

envolvendo não só os almoxarifados de matérias-primas e auxiliares, como também os

intermediários e os de produtos acabados.

O objetivo principal do controle de estoque é otimizar o investimento em

estoque, aumentando o uso dos meios internos e externos da organização, no sentido da

diminuição do volume investido nestes materiais.

Este trabalho visa buscar informações sobre o gerenciamento, ferramentas e

ações propostas para um bom andamento dos aspectos pertinentes ao assunto aqui

proposto.

O estudo de caso foi desenvolvido numa empresa de médio-porte, sendo um dos

principais supermercados de Capivari-SP.

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2

CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

1.1. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

A dificuldade em gerenciar os estoques faz com que as organizações passem a

perder e muito com materiais que por muitas vezes ficam “esquecidos” em seus

armazéns, materiais que são adquiridos em quantidades superiores as necessidades reais

dessas organizações, talvez por despreparo de uma mão-de-obra de um setor de compras

que busca fazer economia onde não há necessidade, ou seja, onde, através de compras

em promoção adquirem quantidades enormes que, por muitas vezes passam a não ser

comercializadas em tempo hábil de seu vencimento. A maior parte das organizações,

principalmente as de pequeno e médio porte, ainda encontram dificuldades em estar

gerenciando seus estoques, muitas vezes pelo despreparo da mão de obra, locais

inadequados, falta de instrumentos de controle, falta de investimento, entre outros

agravantes.

A função de planejar e controlar estoques são ações de grande importância para

uma satisfatória administração do processo produtivo, seja ele com finalidades

realmente produtivas, que transforma matéria-prima em produtos ou mesmo processo

produtivo no sentido de materiais destinados à comercialização. A preocupação da

organização não deve simplesmente passar pelos aspectos quantitativos mas também os

financeiros dos materiais, sejam eles em matérias-primas, materiais auxiliares, materiais

em processo ou produtos acabados.

Cabe a esse setor controlar não somente as quantidades disponibilizadas mas

também as necessidades gerais de todo o processo produtivo, envolvendo não só os

Page 11: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

3

almoxarifados de matérias-primas e auxiliares, como também os intermediários e os

necessários para o desenvolvimento das tarefas diárias dessas organizações. O objetivo

principal desta gestão, é o de não deixar faltar material ao processo produtivo dessa

organização, evitando alta imobilização aos recursos financeiros, seja essa organização

qual for, ou seja, produtiva, comercial ou serviços.

O objetivo do controle de estoque é otimizar o investimento em estoque,

tornando ágil toda e qualquer tarefa que envolva esta gestão, aumentando o uso dos

meios internos e externos da empresa, diminuindo as necessidades de capital investido.

1.2. JUSTIFICATIVA DESTE TRABALHO

Perante a apresentação da caracterização do problema, este trabalho se justifica pelo

interesse não só dos pesquisadores, mas também para a empresa envolvida no trabalho

por talvez, buscar levantar possibilidades de melhoria na gestão dos estoques, através de

levantamento de ferramentas e conceitos ligados ao tema proposto, o interesse no

aprofundamento do tema proposto pelos pesquisadores foi motivado pela possibilidade

de estarem colaborando com a empresa alvo no aperfeiçoamento de sua gestão de

materiais, buscando relatar o que os autores trazem a respeito da questão e procurar

mostrar a empresa possibilidade de uso de ferramentas que possam trazer benefícios em

relação aos investimentos realizados em seus estoques.

Marco Aurélio P. Dias (1993,pg. 23) afirma que administração de estoques é

otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa,

minimizando as necessidades de capital investido.

Page 12: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

4

1.3. RELEVÂNCIA DO TRABALHO

A relevância do tema, bem como sua escolha, além de trazer a relevância

acadêmica, poderá proporcionar um ganho de conhecimento por parte dos

pesquisadores e para a empresa envolvida, por possuir a sugestões de melhorias em seus

processos de gestão de estoques, fazendo um melhor uso (uso eficiente) dos recursos

usados para o gerenciamento de Estoques e investimentos realizados na aquisição,

gerenciamento e armazenamento de sua matéria-prima.

1.4. OBJETIVOS DESTE ESTUDO

1.4.1. OBJETIVOS GERAIS:

Partindo da pergunta problema: Uma boa gestão de estoques pode colaborar

com o desempenho de uma organização? , apontaremos os objetivos gerais, que serão

a explanação de conceitos sobre gestão de estoques, suas especialidades, ferramentas,

importância, entre outros fatores, isso realizado através de pesquisa bibliográfica, onde

busca-se através de diversos autores sobre os assuntos por esse tratados.

1.4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Como objetivos específicos podemos colocar:

a) Levantar se a empresa faz ou não o controle de seus estoques;

b) Em caso positivo, quais as técnicas e ferramentas usadas;

c) Levantar quais as dificuldades encontradas pela empresa em relação ao seu

estoque;

d) Apurar se há muita perda de material em seus estoques;

Page 13: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

5

e) Fazer um estudo da área física do estoque, avaliando as condições do local,

modo como os itens são movimentados e forma como é recebido.

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho será composto de 6 capítulos, onde o capítulo 01 citará a relevância

deste trabalho, os tópicos a serem levantados na empresa alvo, o objetivo do estudo de

estoques e a caracterização da pergunta problema.

O capítulo 02 trará a revisão bibliográfica utilizada, e trará todo o embasamento

teórico que será utilizado. O capítulo 03 citará as ferramentas de metodologia que

permeará todo o trabalho. Nesse caso, será uma pesquisa descritiva, tendo como

característica o estudo de caso, e também a pesquisa bibliográfica.

O capítulo 04 citará a empresa alvo, que é onde se baseará o estudo de caso.

No capítulo 05 faremos a apresentação e discussão dos dados levantados

durante o estudo.

O capitulo 06 trará as considerações finais, e possíveis sugestões de melhoria e

implementação de novas rotinas.

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6

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - ESTOQUE – DEFINIÇÕES, TIPOS e GESTÃO

2.2 - O QUE É ESTOQUE?

Segundo Slack (et. all, 1997, p.381) estoque é definido como a acumulação

armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes é

usado para descrever qualquer recurso armazenado.

Entende-se por recursos os suprimentos de uma linha de produção, produtos em

processo e produtos acabados. Todos os seguimentos de empresa podem manter

estoques. Por exemplo, um parque temático mantém estoques de consumidores.

2.3 - TIPOS DE ESTOQUE

Segundo Slack (et. all, 1997, p. 383 a 384), existem 4 principais razões para se

manter um estoque, e ele descreve os seguintes:

a) Estoque isolador: também chamado de estoque de segurança. Esse tipo

de estoque é para compensar as incertezas no processo de fornecimento de bens para a

loja e da demanda de bens para fora da loja.

b) Estoque de antecipação: é usado para compensar diferenças de ritmo de

fornecimento e demanda. Este tipo de estoque é usado quando ocorrem flutuações de

demandas, que podem ser previsíveis ou em variações de fornecimento muito

significativas.

c) Estoque de ciclo: o estágio de ciclo ocorre quando o mesmo item é

fornecido por várias seções diferentes onde o objetivo é se houver falha em uma seção,

haverá outras para suprir a necessidade deste item.

d) Estoques no canal (de distribuição): o estoque no canal existe devido a

dificuldade de se transportar o material de fornecimento até o comprador. Portanto,

quando o material é vendido, ele fica imobilizado até a entrega ser realizada ao

comprador. Durante esse processo de entrega o material é transportado do fornecedor

para o comprador. Portanto, todo o estoque que está em transito, é estoque de canal.

Page 15: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

7

2.4 - PORQUE TÊ-LOS E PORQUE NÃO TÊ-LOS?

Segundo Slack (et. all, 1997, p.380) a desvantagem de ter um estoque é que pode

ter um custo muito alto, e que pode, em algumas vezes causar empate de capitais.

Também podem correr riscos de itens armazenados no estoque se deteriorarem, tornar-

se obsoletos ou apenar perder-se; alem disso, ocupam espaço valioso na produção.

A vantagem de se manter um estoque é que uma forma de segurança em

ambientes complexos e incertos. Também é importante manter itens estocados para o

caso de consumidores ou programas de produção os demandar.

A falta de um item no estoque pode acarretar perda de clientes para fornecedores

concorrentes.

2.5 - PORQUE EXISTE ESTOQUE?

Ainda segundo Slack (et. all, 1997, p.383), não importa o que está sendo

armazenado com o estoque, ou onde está posicionado na operação, sempre existe uma

diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda. Se todos os itens

produzidos fossem vendidos e entregues instantaneamente não haveria a necessidade de

se manter estoque.

2.6 - COMO FAZER UMA PREVISÃO DE ESTOQUES E POR QUÊ?

De acordo com Marco A. P. Dias (1996, p32), todo o inicio de estudo dos

estoques está pautado na previsão do consumo do material. A previsão de consumo ou

da demanda estabelece estas estimativas futuras dos produtos acabados comercializados

pela empresa. Define, portanto, quais produtos, quanto desses produtos e quando serão

comprados pelos clientes. A previsão possui algumas características básicas que são:

É o ponto de partida de todo planejamento de estoques.

Da eficácia dos métodos aplicados

Qualidade das hipóteses que se utilizou no raciocínio.

Page 16: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

8

A previsão deve sempre ser considerada como a hipótese mais provável dos

resultados.

As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a

distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em

duas categorias:

a) Quantitativas

Evolução das vendas no passado;

Variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente às

vendas. Por exemplo: criação e vendas de produtos infantis, área

licenciada de construções e vendas futuras de materiais de construção;

Variáveis de fácil previsão, relativamente ligadas às vendas (populações,

renda, PNB); e

Influencia da propaganda.

b) Qualitativas

Opinião dos gerentes;

Opinião dos vendedores;

Opinião dos compradores; e

Pesquisa de mercado.

As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos:

a) Projeção: São aquelas que admitem que o futuro será repetição do

passado ou as vendas evoluirão no tempo; segundo a mesma lei

observada no passado, este grupo de técnicas é de natureza

essencialmente quantitativa;

b) Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que

relacionam as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida

ou previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e

correção.

c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes

nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras.

Page 17: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

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O conhecimento sobre a evolução do consumo no passado possibilita uma

previsão da sua evolução futura. Esta previsão somente estará correta se o

comportamento do consumo permanecer inalterável. Os seguintes fatores podem alterar

o comportamento do consumo:

Influencias políticas;

Influencias conjunturais;

Influencias sazonais;

Alterações no comportamento dos clientes;

Inovações técnicas;

Produtos retirados da linha de produção;

Alteração da produção; e

Preços competitivos dos concorrentes.

Vejamos duas maneiras de se prever o consumo:

Após a entrada do pedido. Somente possível nos casos de prazo de

fornecimento suficientemente longo.

Através de métodos estatísticos. Trata-se do método mais utilizado.

Calculam-se as previsões através dos valores do passado, ou seja, de dados

obtidos anteriormente.

2.7 – FERRAMENTAS

Para gerenciar estoques, são adotadas algumas ferramentas que auxiliam a fazer

o controle e desempenho das atividades, ganhando praticidade, agilidade e confiança.

Sendo elas:

Page 18: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

10

2.7.1. Curva ABC

Com a finalidade de se levantar os materiais que necessitam de maior atenção no

gerenciamento de estoques, ou seja, materiais que talvez representem um maior

investimento, não só na questão de armazenagem mais, principalmente na questão

financeira, necessitam de uma maior atenção e controle.

Baseados nas colocações acima, podemos citar Dias (1995), que afirma que “a

curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar

aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto a sua

administração”.

De acordo com esse autor, a curva ABC tem sido usada para administração de

estoques, para definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a

programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa. Classe A

70% do valor do estoque, Classe B 20% e Classe C 10%.

A análise da Curva ABC consiste na separação dos itens de estoques em três

grupos, sendo:

Classe A: é um dos grupos de itens mais importantes que devem ter uma maior

atenção.

Classe B: é um grupo de itens em situação intermediaria.

Classe C: é um grupo de itens menos importante.

“A uniformidade dos dados coletados é de primordial importância para

a consistência das conclusões da curva ABC, principalmente quando

estes dados são numerosos. Nesse caso, é interessante fazer uma

analise preliminar após o registro de uma amostra de dados para

verificar a necessidade de estimativas, arredondamentos e conferencias

de dados, a fim de padronizar a normas de registro. Em seguida,

conforme a disponibilidade de pessoal e de equipamentos deve ser

programada a tarefa de cálculos para obtenção da curva ABC

utilizando-se meios de cálculos manual, mecanizado ou eletrônico”.

(DIAS, 1995).

Page 19: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

11

2.7.2 - A FILOSOFIA JUST IN TIME E O KANBAN

De acordo com Corrêa e Corrêa (2011), o JIT é um sistema de administração

da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado

antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e

os custos decorrentes, sejam elas produtivas, comerciais ou de serviços.

Segundo esse autor, O JIT é uma filosofia que surgiu no Japão, no princípio

dos anos 50, sendo o seu desenvolvimento creditado à Toyota Motor Company, a qual

procurava um sistema de gestão que pudesse coordenar a produção com a procura

específica de diferentes modelos de veículos com o mínimo atraso, ou seja, que seu

processo produtivo estivesse preparado para produzir com qualidade e tempo sem

desperdícios, qualquer dos modelos por eles propostos. Como a variedade de modelos

de veículos era pouca, era necessária bastante flexibilidade para fabricar pequenos lotes

com níveis de qualidade comparáveis aos conseguidos pelos fabricantes norte-

americanos, ou seja, que sua produção conseguisse competir à altura com os americanos

com o mesmo nível de eficiência. Esta filosofia de produzir apenas o que o mercado

solicitava passou a ser adotada pelos restantes fabricantes japoneses e que, a partir dos

anos 70, tornaram-se bastante competitivos.

Segundo este mesmo autor, o JIT tornou-se muito mais que uma técnica de

gestão da produção, sendo considerado como uma completa filosofia a qual inclui

aspectos de gestão de materiais, gestão da qualidade, organização física dos meios

produtivos, engenharia de produto, organização do trabalho e gestão de recursos

humanos. O sucesso do sistema de gestão JIT tem-se estendido à Europa e ao continente

americano.

Ainda baseados nas colocações deste autor, pode-se dizer que O JIT é um

método de redução de desperdícios nos processos de manufatura, pode ser considerado

um sistema ativo onde, a utilização dos estoques como elemento para encobrir

determinadas deficiências é combatida ferozmente pelo JIT. Dentro da filosofia JIT,

falhas são utilizadas como uma proveitosa fonte de informações para evitar sua

repetição.

Page 20: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

12

Pode-se, no entanto, considerar que se aprende com o erro, ou seja, podemos

até errar mas, o que não podemos deixar é que esse erro se repita, tornando-se

necessário que se proceda ajustes no processo para que isso não ocorra novamente e

torne-o com maior qualidade.

Corrêa e Corrêa (2011) relatam ainda que, se o conceito JIT for aplicado em

todas as etapas do processo produtivo, não deverão existir estoques nem espaços de

armazenagem, eliminando-se os custos de armazenamento e inventário. Serão de

esperar, também, ganhos de produtividade, aumento da qualidade e maior capacidade de

adaptação a novas condições. Conclui-se que o sistema JIT tem como principal objetivo

a melhoria contínua do processo produtivo, através de um mecanismo de redução de

estoques. Todas as atividades que não criam valor são eliminadas. As metas colocadas

pelo JIT em relação aos vários problemas da produção são:

Zero estoque

Zero rupturas de estoque

Zero defeitos

Zero tempo de preparação (setup) e movimentação

Zero papéis

Minimização dos prazos de fabricação dos produtos finais;

Redução continua dos níveis de inventario através do enfrentamento dos

problemas da manufatura;

O autor ainda salienta que, o kanban é uma das técnicas usadas para atingir a

meta JIT. Sua orientação é no sentido de reduzir os tempos de partida de máquina e os

tamanhos dos lotes e produzir apenas as quantidades necessárias à alimentação da

demanda. O potencial do sistema Kanban apenas complementa o sistema de fabricação

no ambiente Just in time.

2.7.3 - MRP

É a sigla de Material Requirement Planning, ou planejamento das necessidades

de materiais. De acordo com Petrônio G. Martins e Fernando P. Laugeni (1999, p.218),

o MRP surgiu da necessidade de se planejar o atendimento da demanda dependente, isto

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13

é, aquela que decorre da demanda independente. A demanda independente decorre das

necessidades do mercado e se refere basicamente aos produtos acabados, ou seja,

àqueles que são efetivamente entregues ao consumidor. Assim, para uma montadora de

automóveis, o numero de pneus que ira utilizar depende do numero de carros que ira

montar.

Conforme Petrônio G. Martins e Fernando P. Laugeni(1999), a maioria das

empresas fabrica mais de um produto, os quais muitas vezes utilizam um grande

numero de peças ou componentes comuns, é fácil perceber a extensão do problema que

seria controlar todos os componentes para todos os produtos finais fabricados, levando

em conta os estoques disponíveis, as entregas previstas, as compras em andamento, com

seus respectivos prazos de entrega, perspectivas de atrasos, etc. Seria praticamente

impossível ferir todo esse conjunto de informações sem o auxílio de um computador.

É aí que entra o MRP, um programa de computador, que só se viabilizou, da

forma como o conhecemos hoje com o avanço da informática em si. De acordo com

Marco Aurélio P. Dias (1993, p.118), ele integra as funções de planejamento

empresarial, previsão de vendas, planejamento dos recursos produtivos, programa

mestre de produção, planejamento das necessidades materiais, controle e

acompanhamento da fabricação, compras e contabilizacao dos custos. Alem disso, cria e

mantem a infraestrutura de informação industrial, que inclui o cadastro de materiais, a

estrutura do produto (lista de materiais), saldos de estoque (que é o que estamos

abordando com esse estudo), ordens de produção em aberto, rotinas de processo,

capacidade do centro de trabalho, etc.

O MRP utiliza sobremaneira a estrutura do produto, que é a explosão liquida

total por produto para evitar falta ou excesso de estoque, e pode ser demonstrado da

seguinte forma:

Previsão de vendas – estoque de produto acabado = previsão liquida de vendas

Partindo da previsão liquida de vendas, podemos dar origem ao programa mestre

de produção.

Programa mestre de produção x lista de materiais = demanda de materiais.

Demanda de materiais + estoque físico – saldo de pedidos = necessidade de

materiais.

Page 22: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

14

Como podemos concluir, o planejamento do MRP é baseado no programa

mestre de produção, que pode, por sua vez, ser baseado numa previsão de vendas ou

numa carteira de pedido.

2.7.4 – AS DECISÕES SOBRE AS NECESSIDADES

Ainda levando em consideração ao exposto sobre o cálculo das necessidades,

ou seja, o MRP, assim como colocado por acordo com Martins e Laugeni, em cada

ponto no sistema de estoque (de qualquer tipo: estágio singular, dois estágios, ou

multiestágios), serão necessárias colocações de pedidos, e para isto é necessário as

seguintes decisões;

Quanto pedir. Cada vez que um pedido de reabastecimento é colocado, de

que tamanho ele deve ser? Algumas vezes, isso é chamado de decisão de

volume de ressuprimento.

Quando pedir. Em que momento, ou em que nível de estoque o pedido de

reabastecimento deveria ser colocado? Também conhecido como decisão

de momento de reposição.

Como controlar o sistema. Que procedimentos e rotinas devem ser

implantados para ajudar a tomar decisões? Diferentes prioridades deveriam

ser atribuídas a diferentes itens do estoque? Como a informação sobre o

estoque deveria ser armazenada?

2.7.5 - CUSTOS DE ESTOQUE

Partindo dos cálculos das necessidades e das decisões de quanto e quando

pedir, assim como colocados nos itens anteriores deste trabalho, também devemos

pensar nos custos inseridos neste processo, ou seja, ao mesmo tempo em que devemos

Page 23: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

15

tomar as decisões da aquisição de materiais em relação às quantidades de tempos de

solicitação, devemos também pensar nos custos provenientes destas decisões.

Neste sentido, podemos citar Nigel Slack (1996, p. 387), alguns custos são

relevantes na tomada de decisão de compras;

Custo de alocação de pedido

Cada vez que um pedido é colocado, são necessárias algumas transações

internas, transações estas que incorrem em custos para a empresa. Custos que vão desde

a preparação de pedidos e de toda a documentação associada com isso, o arranjo para

que o fornecedor faça a entrega, e os custos gerais de manter todas as informações para

fazer isso.

Custo de desconto de preços

Em muitas indústrias, os fornecedores oferecem descontos sobre o preço

normal de compra para grandes quantidades; alternativamente, eles podem impor custos

extras para pequenos pedidos.

Custos de falta de estoque

Sempre que ficamos sem estoque de material, poderemos prejudicar nossos

clientes externos que ficarão sem o produto e fatalmente trocarão de fornecedor, e

também os clientes internos que pode levar a tempo ocioso no processo seguinte,

ineficiências e, fatalmente, consumidores externos insatisfeitos mais uma vez.

Custos de capital de giro

Os custos de capital de giro são, os recursos utilizados no tempo compreendido

entre pagarmos nossos fornecedores e recebermos de nossos clientes.

Custos de armazenagem

São os custos decorrentes da armazenagem física dos bens. Locação,

climatização e iluminação do depósito podem ser caros, especialmente, como baixa

temperatura ou armazenagem de alta segurança.

Page 24: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

16

Custos de obsolescência

Se optarmos em comprarmos determinados itens em grandes quantidades, os

mesmos serão estocados por um longo período de tempo, correndo-se o risco de

tornarem-se obsoletos, (no caso de uma peça de um determinado caminhão que já saiu

da linha de montagem ha muito tempo), ou ainda o risco da deterioração deste estoque

com o passar do tempo.

Custos de Ineficiência de produção

De acordo com as filosofias do Just in time, altos níveis de estoque nos

impedem de ver a completa extensão de problemas dentro da produção.

2.7.6 - SISTEMA DE CONTROLE INFORMATIZADO

Pelo grande movimento de informações que representa um controle de estoques,

passa-se a ser quase que impossível se pensar em sua gestão sem o auxilio de

tecnologias que agilizem o processo como um todo.

Pensando na colocação acima, podemos citar Costa (2002), que coloca que os

sistemas de controle e gestão de estoques, que ele chama de programas, conseguem

fazer a interligação de diversas informações por possuírem vários cadastros,

interligados entre si, compondo um banco de dados. Os cadastros eletrônicos

substituem, com muita eficiência, as antigas fichas de controle do estoque e ficha

cardex, que estão obsoletas. Os sistemas informatizados praticamente extinguiram os

controles de estoque manuais, isso porque agilizaram os movimentos e as informações

passarem à estar disponibilizadas com maior rapidez, fazendo com que isso facilite e

muito a vida das pessoas e das organizações que se utilizam do sistema.

“O estoque é usualmente gerenciado por meio de sistemas de

informaçoes computadorizados sofisticados, que tem algumas

funções: de maneira mais importante, a atualização dos registros de

estoque, a geração de pedidos, a geração de relatórios de status de

estoque e a previsão de demanda. Esses sistemas dependem

criticamente da manutenção acurada dos registros de estoque”

(SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2009)

Page 25: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

17

Os sistemas informatizados possibilitam a integração de diversas outras áreas da

organização, como por exemplo, faturamento, contas a pagar e receber, entre outras,

esses controles revolucionaram vários conceitos da Administração de Materiais

trazendo vantagens de melhoria, tendo uma rapidez nas estratégias nas áreas envolvidas,

há maior controle sobre os materiais em estoque, onde facilmente obtemos informações

como: históricos de entradas e saídas, relação de fornecedores por material, giro do

estoque, custo médio dos materiais, custo atual, valor total do estoque, pedidos,

faturamento, requisições de materiais e reservas podem ser feitos diretamente no

sistema, reduzindo o número de papeis.

2.8 – ESTOCAGEM, RECEBIMENTO E PERDAS

2.8.1 – LAYOUT DE ESTOCAGEM

Outro aspecto importante que não podemos deixar de falar, é o espaço físico, ou

seja, o espaço reservado para o armazenamento dos materiais em estoque, sejam ele de

que tipo forem.

Podemos com isso, citar as colocações de Rodrigues (2007), que destaca que a

gestão do espaço físico do armazém vai além do simples calculo de área e altura útil de

armazenagem, mas antes sim deve levar em consideração a capacidade estática do

armazém.

Neste sentido, esse autor coloca ainda que, por estarem com a atenção voltada

para muitos outros fatores, muitas vezes os administradores e gestores de materiais

ignoram a capacidade estática desses armazéns.

Para isso, esse autor propõe o uso do cálculo da capacidade estática do armazém

como ferramenta de gestão, pelo motivo pelo qual ela deve ser entendida como o limite

nominal de carga que uma área pode receber simultaneamente expressa em toneladas.

O cálculo da capacidade estática leva em consideração a praça útil, a altura de

empilhamento e o fator de estiva médio. A praça útil leva em consideração a área

disponível para armazenagem deduzindo-se da área de piso todo e qualquer espaço não

utilizável. A área disponível para o armazenamento deve levar em consideração os

equipamentos usados na movimentação, os equipamentos necessários para a elevação

Page 26: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

18

da carga e a segurança da operação, bem como as características de empilhamento de

cada mercadoria armazenada.

Segundo o autor dependendo do sistema de movimentação utilizado, obtêm-se

diferentes configurações de layout. As alterações no layout podem afetar e muito o

sistema de movimentação, pois, o formato de disponibilização dos materiais no ato do

armazenamento podem atrapalhar a movimentação dos mesmos e até causar possíveis

perdas e quebras, podendo até mesmo gerar movimentos desnecessários na

movimentação dos materiais, tornando as distâncias maiores do que na realidade

precisariam ser.

Como definição de armazém, podemos ainda citar BANZATO (2009), que

define armazém como sendo o espaço edificado destinado à deposição, guarda e

preservação de produtos e insumos, deve ser analisado e estruturado pelas capacidades

estática e dinâmica. A capacidade estática esta relacionada com aquilo que definimos

como sendo o arranjo físico, ou seja, com a qualidade e características do prédio,

enquanto que a capacidade dinâmica resulta do modelo gerencial adotado em relação

aos recursos a serem trabalhados.

Esse autor ainda coloca que essas capacidades não podem ser tratadas

separadamente, pelo motivo de estarem intimamente relacionadas e que a primeira

influencia fortemente a segunda, em conseqüência disso deve-se analisar os limites de

uma capacidade para poder aproveitar no máximo as possibilidades da outra. De posse

destes dados pode-se identificar se um layout é mais ou menos eficiente do ponto de

vista de movimentação.

2.8.2 - ARMAZENAGEM DE MATERIAIS

De acordo com Petronio G. Martins e Fernando P. Laugeni (1999, p.26), o

armazenamento de materiais deve obedecer as seguintes regras:

Reduzir o custo de fretes;

Reduzir os custos de produção;

Melhorar o atendimento aos clientes.

Um bom armazenamento de materiais é aconselhável pelas razoes a seguir:

Page 27: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

19

a) Para permitir o sistema PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair)

b) Para manter a qualidade dos materiais, cuidando para que a estocagem

não altere suas características;

c) Para manter identificação clara dos materiais (codificação)

d) Para promover a racionalização dos materiais

e) Para diminuir o espaço de alocação, diminuindo os custos relacionados a

ele

f) Para manter um sistema de informações rápido e eficaz para os clientes

dos materiais, e melhorando na sua recuperação.

A empresa deve, ainda, possuir mão de obra qualificada e em quantidade

necessária para desenvolver um trabalho coerente à gestão e manutenção do estoque,

bem como equipamentos de movimentação adequados à sua estrutura, como

empilhadeiras, paleteiras, coletores de dados (códigos de barras) e sistema

informatizado.

2.8.3 - PERDAS DE ESTOQUE

Podem ocorrer por fatores como: obsolescência (onde um ou mais itens acabam

saindo de linha de produção), vencimento ( no caso de itens perecíveis, como alimentos

e medicamentos), armazenagem incorreta (empilhamento feito de forma errada,

paletização incompativel com o tipo de material), movimentação inadequada ( risco de

quedas, danos, amassados), compras em demasia (o que aumenta os riscos anteriores,

além de ser dinheiro parado) e controle de estoque incoerente com a estrutura da

empresa.

2.8.4 - PROCEDIMENTOS DE RECEBIMENTO DE MATERIA PRIMA

Segundo Martins e Laugeni (1999, p. 25), o recebimento tem inicio quando o

material chega nas dependências da empresa. Em geral, é feito por funcionário

específico do setor de armazenamento, mas pode variar dependendo do sistema

empregado pela empresa.

Page 28: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

20

No ato do recebimento dos materiais, o encarregado da função deverá:

Verificar o pedido de compra que originou a entrega

Verificar os elementos contábeis e fiscais da nota fiscal que acompanha o

material

Verificar quantidade, preços unitários e preços totais, as embalagens e a

qualidade dos materiais.

Sempre que necessário, o recebedor deve socorrer-se do cliente do material e dos

órgãos de qualidade da empresa, para melhor averiguação dos elementos de qualidade

do material.

Verificar as condições gerais de fornecimento.

Divergências no recebimento

Eventuais divergências entre o pedido de compra e o material recebido

necessitam da intervenção do órgão de compra ou do cliente do material, para que

possam ser esclarecidas. Essas divergências podem ser resolvidas com cartas de

correção, que podem ser emitidas após o recebimento. Em alguns casos o órgão

contábil/fiscal deve ser acionado. Uma vez recebido o material, este deve ser

contabilizado no estoque da empresa ou entregue diretamente ao cliente (no caso de

materiais não estocados costumeiramente).

Área de Recebimento

É conveniente que exista uma área física onde os materiais recebidos sejam

colocados, inspecionados e identificados com tarjas coloridas, onde se poderá visualizar

se são aprovados, em processo de inspeção ou reprovados, a fim de facilitar sua

estocagem ou sua devolução caso sejam reprovados na inspeção.

De acordo com Alvarenga e Novaes (1997, p.206), após desembarque e

aprovação, os produtos devem ser transferidos até o ponto do depósito onde ficarão

armazenados, seja prateleira, gaveta, pallet, etc. As opções para movimentação de

produtos envolvem combinações múltiplas em termos de equipamentos, formas de

operação, etc. Podem ser a pé, com carrinho manual, motorizado (empilhadeira),

guindastes, em pé ou sentado.

Page 29: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

21

CAPITULO 3 – METODOLOGIA

3.1 – METODOLOGIA – CONSIDERAÇÕES GERAIS

A metodologia consiste no processo de pesquisa a ser utilizado para a

estruturação de um determinado assunto; exige a execução de diversas ações e etapas

pré determinadas, que se integrarão no final de todo esse período, chegando ao resultado

desejado.

Segundo Marconi e Lakatos (2001), método e a forma de proceder ao longo de

um caminho. Na ciência os métodos constituem os instrumentos básicos que ordenam

de inicio o pensamento em sistemas, traçam de modo ordenado a forma de proceder do

cientista ao longo de um percurso para alcançar um objetivo (citando Trujillo, 1974:24).

Ainda segundo os autores, “a característica distintiva do metodo é a de ajudar a

compreender, no sentido mais amplo, não os resultados da investigação cientifica, mas o

próprio processo de investigação (citando Kaplan In: Grawitz, 1975: I-18).

De acordo com Cervo e Bervian (2005 – pgs 65 a 68), existem 3 principais

formas de pesquisa/metodologia, a saber:

PESQUISA BIBLIOGRAFICA: procura explicar um problema a partir de referências

teóricas, publicadas em documentos. Pode ser realizada independente ou como parte da

pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as

contribuições culturais ou cientificas do passado existentes sobre um determinado

assunto, tema ou problema.

Constitui, geralmente, o primeiro passo de qualquer pesquisa cientifica.

Page 30: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

22

PESQUISA DESCRITIVA: busca observar, registrar, analisar e correlacionar fatos

ou fenômenos, porém, sem manipulá-los. Busca descobrir, com a precisão possível, a

freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua

natureza e características.

Desenvolve-se principalmente nas ciências humanas e sociais, abordando dados

e problemas que merecem ser estudados e cujo registro não consta de documentos. Os

dados, por ocorrerem em seu habitat natural, precisam ser coletados e registrados

ordenadamente para seu estudo propriamente dito.

Resumindo: esta modalidade de pesquisa, em suas diversas formas, trabalha

sobre dados ou fatos colhidos na própria fonte.

PESQUISA EMPÍRICA: também conhecida como EXPERIMENTAL, manipula

diretamente as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Nesse tipo de pesquisa, a

manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre causas e efeitos de um

determinado fenômeno. Com a criação de situações de controle, procura-se evitar a

interferência de variáveis intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade,

manipulando-se a variável independente a fim de observar o que acontece com a

dependente.

Busca dizer de que modo ou por que causas o fenômeno é produzido. Para isso o

pesquisador faz uso de aparelhos e de instrumentos que a tecnologia moderna coloca ao

seu alcance, ou de procedimentos que tornam perceptíveis as relações existentes entre as

variáveis envolvidas no objeto de estudo.

Não se resume em pesquisas realizadas em laboratórios. Pode ser tanto em

contexto de laboratório quanto de campo.

Page 31: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

23

Mediante estas informações, podemos classificar o nosso trabalho como sendo

uma pesquisa descritiva, tendo como característica o estudo de caso, e também a

pesquisa bibliográfica, visto que pesquisamos diversos autores e relacionamos suas

principais idéias no tocante ao tema proposto na monografia. Elaboramos um

questionário, com perguntas cruciais. Após a obtenção das respostas, fizemos uma visita

técnica à empresa, para analisar o espaço físico e o modo de trabalho dos envolvidos,

bem como as condições de armazenamento dos materiais.

3.2 – FORMAS DE OBTENÇÃO DE DADOS

Na coleta dos dados foi utilizada a técnica de entrevista. Segundo Gil (1999),

um dos principais limitadores da entrevista é o fornecimento de respostas falsas,

determinadas por razões conscientes ou inconscientes, e a influencia das opiniões

pessoais do entrevistador sobre as respostas do entrevistado.

Para se minimizar estas influencias, elaborou-se um questionário com 07

perguntas. Optamos por, ao aplicá-lo, fazê-lo apenas ao proprietário do mercado, pois é

a pessoa mais qualificada para tal, e o único responsável pelo departamento de Compras

e pelo gerenciamento do estoque.

O questionário foi aplicado dia 30/06/2011; o entrevistado ficou com as

perguntas e nos entregou no dia posterior. No sábado, dia 02/7/2011, foi realizada a

visita técnica, onde avaliamos todas as condições do local, desde o recebimento, até a

conferência dos itens, registro dos mesmos no sistema informatizado, a armazenagem e

sua posterior recuperação.

Page 32: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

24

CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

4.1. A EMPRESA ALVO

Para este capítulo foi utilizado o estágio supervisionado de um dos autores,

trabalho este concluído no ano de 2010, na mesma empresa alvo deste estudo de caso.

A história começou com o Supermercado Bresciani, que sentiu a necessidade de

expandir seus negócios para poder dar mais conforto e atenção a seus clientes. Assim

surgiu a idéia de uma nova loja, que foi fundada em 14 de setembro de 2006.

A empresa Supermercado e Comercial de Alimentos BRESCIANI LTDA atua no

segmento de supermercado, onde existem aproximadamente 20 lojas concorrentes

instaladas na cidade de Capivari.

Como Capivari tem cerca de 42.000 habitantes, dá uma proporção variada de

2,100 habitantes por supermercado. O que o diferencia é a qualidade no atendimento e a

diversificação de produtos e marcas, já que os preços são aparentemente os mesmos.

4.2. CONCORRENTES

O Supermercado e Comercial de Alimentos BRESCIANI LTDA tem como

principais concorrentes: Supermercado Irmãos BELINE, Supermercado DIA,

Supermercado Armelin, Supermercado Calegari, Supermercado Covabra e

Supermercado Palombino.

O que diferencia o Supermercado e Comercial de Alimentos BRESCIANI

LTDA é a fácil localização situada em uma avenida, onde tem um grande fluxo de

automóveis e pessoas, ótimo atendimento, ótimos preços e promoções, prazo de

cheques pré-datados prolongados e agilidade nas entregas a domicílio.

O Supermercado e Comercial de Alimentos BRESCIANI LTDA, atualmente

pelo seu nome e tradição, é uns dos mercados que tem maior faturamento.

Page 33: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

25

4.3. FORNECEDORES

Devido à grande quantidade de fornecedores, para manter todos os produtos

encontrados no Supermercado e Comercial de Alimentos BRESCIANI LTDA,

classificamos os fornecedores em A e B como principais fornecedores, e C e D como os

fornecedores de baixa compra de produtos.

4.3.1. PRINCIPAIS FORNECEDORES A E B

Unilever;

Colgate,

AmBev

Spal Ltda.(Produtos da Coca-Cola),

WORLDBEV INDÚSTRIA E COMERCIO DE BEBIDAS LTDA,

Arroz Tietê,

Capivariana,

Rosatex Ltda.,

Scarlat.

Total Química Ltda,

Lider Alimentos,

Cemil,

Química Amparo,

BRF - BRASIL FOODS S.A.

4.3.2. FORNECEDORES C

Ana Paula Caproni Gomes Alimenticios;

Rosfrios alimentos Ltda,

Vincentim Giovanetti CiaLtda,

Pan-produtos alimentícios nacionais,

Fábrica de Laticínios Conselvan Ltda-ME

Page 34: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

26

4.3.3. PRINCIPAIS FORNECEDORES DE EQUIPAMENTOS

Refrigeração Alves Ltda-ME

Eletrotecnica trindade Ltda - ME

Coperlev elevadores Ltda-ME

Rubinho Materiais Elétricos Ltda - ME

Cia Ultragaz S.A.

Marcamp equipamentos ltda

Jeferson Fernando Araujo.

4.4. PRINCIPAIS CLIENTES

Atualmente no setor supermercadista os clientes são divididos por grupos e pela

sua classe de renda a qual cada um pertence. No Supermercado e Comercial de

Alimentos BRESCIANI LTDA, foram constatados os fluxos de consumidores da classe

A, B e C, não tendo com precisão o movimento exato de cada grupo de classe social.

Através da pesquisa de grupo de classe financeira dos clientes, cabe ao

supermercado se adequar aos produtos e marcas diferenciando cada uma das classes

sociais, para melhor satisfazer o consumo de venda dos clientes e satisfazer às vontades

e necessidades de cada cliente.

4.4.1. CLIENTES CLASSES A. e B.

O principal alvo dos varejistas são os consumidores, clientes de renda mais

elevada dedicam aproximadamente 40% de suas rendas em produtos alimentícios.

4.4.2. CLIENTES CLASSE C.

A classe desses clientes consumidores é muito importante, pois ela representa

55% dos gastos com supermercado.

Page 35: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

27

CAPÍTULO 5 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo, será feita a exposição dos dados coletados durante todo o estudo,

bem como a discussão dos resultados obtidos. Busca-se relacionar as respostas obtidas

do entrevistado com as teorias colocadas pelos autores, alem de apontar possíveis

pontos de melhorias e/ou implementação de novas rotinas de gerenciamento e controle

de processos.

Seguem abaixo as perguntas e respostas do proprietário da empresa alvo e

responsável pelo gerenciamento de compras/estoque:

Ao ser questionado sobre a existência de um controle de estoques e se sem caso

positivo como seria este controle, ou seja, informatizado ou manual, o mesmo

respondeu que sim e ainda relatou ser este informatizado.

Assim como explanado no referencial teórico deste trabalho, em nosso capitulo

02, pelo grande movimento de informações que representa um controle de estoques,

passa-se a ser quase impossível se pensar em sua gestão sem o auxilio de tecnologias

que agilizem o processo como um todo.

Pode-se ainda, assim como referenciado neste e, de acordo com Costa (2002),

sistemas de controle e gestão de estoques conseguem fazer a interligação de diversas

informações por possuírem vários cadastros, interligados entre si, compondo um banco

de dados.

O entrevistado ainda aponta como sendo utilizado neste controle o Celta

Business, um software que segundo o mesmo, integra todos os departamentos e setores

da organização e informa ainda que todos os usuários são capacitados para utilizar seus

recursos.

Quando se coloca ao entrevistado a sua visão sobre a análise do layout do

estoque, a identificação dos produtos e a ordenação dos mesmos com a finalidade de

localização destes produtos visando seu carregamento para a entrega, facilitando com

isso o processo, o entrevistado apresenta a seguinte resposta:

Page 36: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

28

O estoque é pré-definido, pois não existe identificação dos produtos. O layout

está organizado e de forma fácil para o armazenamento e o escoamento (abastecimento

de prateleiras) dos produtos e mercadorias.

Em análise as respostas apresentadas e, utilizando-se de Martins e Laugeni,

citados no capitulo 2.6.2., o armazenamento de materiais é aconselhável por: permitir o

PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai); manter a qualidade dos materiais,

cuidando para que a estocagem não altere suas características; manter a identificação

clara; promover a racionalização; diminuir os custos; manter um sistema rápido e eficaz

para os usuários do estoque.

Observa-se, no entanto, que os produtos não são endereçados; há uma posição

no estoque, mas ela não é fixa, ou delimitada, podendo variar conforme o tamanho da

aquisição. Isto pode gerar perda de tempo no ato da reposição das prateleiras, pois

sempre se fará necessária a presença da pessoa que guardou o item buscado para

localizá-lo em sua posição atual.

Pode-se, no entanto, voltar a usar Rodrigues, citado no cap. 2.6.1, a gestão do

espaço físico do armazém vai alem do simples calculo de área e altura útil, mas antes

deve levar em conta a capacidade estática do armazém. Devem ser levadas em

consideração as características de empilhamento de cada mercadoria, bem como os

equipamentos utilizados para movimentação, elevação e segurança da operação.

Baseados nessas citações nota-se a necessidade de um melhor e maior espaço

físico para armazenagem, visando um correto endereçamento dos materiais. Com isso,

a rastreabilidade e resgate dos produtos, principalmente os mais velhos, seria

corretamente conduzida e evitaria prejuízos e minimizaria a necessidade de

movimentação excessiva, melhorando talvez, não somente a agilidade de abastecimento

de suas gôndolas mas também economizando movimentos desnecessários assim

também uma possível redução de perdas e custos .

Observa-se, também, que há um amplo espaço não utilizado na área do

recebimento, que poderia servir de extensão ao estoque físico, melhorando o acesso e a

movimentação interna, tudo isso com baixo investimento.

Perguntou-se ao entrevistado se existe alguma planta do prédio com a

localização do almoxarifado e dos departamentos solicitantes, e obtivemos como

Page 37: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

29

resposta que não existe, por não ser adotada a politica de estoque de

endereçamento/direcionamento de produtos.

Citando Alvarenga e Novaes (1997), citado no capítulo 2.8.4 onde, após

desembarque e aprovação, os produtos devem ser transferidos até o ponto de deposito,

onde ficarão armazenados, seja em prateleira, gaveta, palet, etc.

Observamos que na empresa alvo os itens são agrupados por seção (mercearia,

açougue, bebidas) e por tipos (marcas diversas), porem, não são endereçados sempre no

mesmo lugar por questões como espaço físico ou quantidades compradas. Com uma

área física mais ampla e um estudo adequado, seria viável o endereçamento de todos os

itens, o que facilitaria a consulta de onde os itens estão alocados, lotes e validade, além,

é claro, de sua quantidade exata no estoque.

Questionamos o entrevistado sobre como é feita a contagem do estoque, e em

que periodicidade. Ele nos informou que a contagem de estoque é feita a cada 6 meses

através de contagem manual, com o auxilio de coletores de dados que, após a coleta já

possibilita o resultado imediatamente. Perguntamos qual o tempo necessário entre o

produto estar no almoxarifado e chegar ao departamento solicitante em caso do produto

já estar em estoque? A chegada é imediata, porém, há a falha humana, que é quando o

departamento solicitante não percebe a falta do produto; é nesses casos que acabam

ocorrendo compras de materiais em excesso ou em falta. Assim sendo, em casos de

excesso se faz promoção para que o produto venda mais rápido, evitando que eles

estraguem. Em casos de faltar, torna-se a fazer pedido junto ao fornecedor que tiver

disponível este item o mais rápido possível.

Em cima dessa afirmação, perguntamos se existe algum procedimento de revisão

da política de estoques (pedido, estocagem e distribuição), e o entrevistado nos disse

que não.

Citando Nigel, Slack e Johnston (2009), no capítulo 2.5.6, onde o estoque é

usualmente gerenciado por meio de sistemas de informaçoes computadorizados

sofisticados, que tem algumas funções: de maneira mais importante, a atualização dos

registros de estoque, a geração de pedidos, a geração de relatórios de status de estoque

e a previsão de demanda. Esses sistemas dependem criticamente da manutenção acurada

dos registros de estoque. Completando a idéia, citamos novamente BANZATO (cap

Page 38: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

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2.6.1), que define armazém como sendo o espaço edificado destinado à deposição,

guarda e preservação de produtos e insumos, deve ser analisado e estruturado pelas

capacidades estática e dinâmica.

Com base nas afirmações acima, pode-se constatar que todos os problemas

mencionados acima (falhas humanas no abastecimento; compras em excesso; compra

em quantidade inferior à necessária; necessidade de 02 inventários por ano) seriam

minimizados ou extintos se houvesse um estudo constante da política de estoque, um

correto dimensionamento físico da área de armazenagem, o endereçamento dos

materiais respeitando suas condições e características e um uso eficiente dos programas

de gerenciamento informatizado; seguindo essa rotina, e respeitando o fluxo de entrada

e saída dos materiais (entrada no recebimento – endereçamento e abastecimento – saída

no registro do caixa), além de registrar no sistema os fatos incidentais (extravio e

perdas), minimizaria a necessidade de parar toda a linha de trabalho para fazer as 02

contagens, que demanda funcionários, equipamentos, demora muito tempo e exige que

o mercado esteja fechado, aumentando ainda mais o custo de todo esse processo.

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31

CAPÍTULO 06 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Respondendo à pergunta problema “Uma boa gestão de estoques pode

colaborar com o desempenho de uma organização?”, SIM, pode, desde que esta seja

bem planejada, estruturada e adaptada à realidade da empresa que vai adotá-la.

Com esse trabalho, visamos relacionar os principais métodos de controle de

estoque, bem como analisar os pontos de vista de diversos autores. Pudemos constatar,

na empresa alvo, a utilização da maioria das ferramentas citadas, e encontramos

dificuldades inerentes à quase todas as organizações, independente do ramo de atuação.

Dificuldades como o tamanho do espaço físico do armazém, fatores como

iluminação, custos de armazenagem e manutenção do estoque, problemas com

movimentação e armazenagem corretas, tipos de embalagem e prateleiras adequadas,

treinamento e capacitação de seus usuários, sistema informatizado integrador e bem

utilizado, controle da alimentação de dados e registros corretos; todos esses aspectos

estão presentes, em todas as empresas.

Quanto aos objetivos propostos que foram colocados como sendo:

a) Levantar se a empresa faz ou não o controle de seus estoques;

b) Em caso positivo, quais as técnicas e ferramentas usadas;

c) Levantar quais as dificuldades encontradas pela empresa em relação ao seu

estoque;

d) Apurar se há muita perda de material em seus estoques;

e) Fazer um estudo da área física do estoque, avaliando as condições do local, modo

como os itens são movimentados e forma como é recebido.

Partindo do ponto de vista dos objetivos propostos por este trabalho, pode-se

então, partir do princípio de terem sido atingidos, assim como passam a ser

esclarecidos na seqüência:

Page 40: Gestao de Estoques e Desempenho Das Organizacoes o Caso Do Supermercado Irmaos Bresciani II

32

Quanto a indagação de existir ou não um controle feito pela empresa, podemos

responder que SIM, a empresa faz controle sobre seu estoques e, utiliza-se de

Sistema informatizado, que integra todos os departamentos. Seu nome é Celta

Business Solutions, implantado pela empresa CeltaWare Technology and

Solutions, de São Paulo. Faz utilização de empilhadeiras elétricas, paleteiras e

escadaria, bem como prateleiras e estantes para guardar os itens recebidos.

Todos os usuários do estoque possuem treinamento no software, apesar de

apenas o recebimento e os departamentos administrativos terem acesso

freqüente.

Uma dificuldade encontrada pela empresa em relação ao seu estoque gira em

torno do controle das quantidades em estoque, tendo em vista que há um hiato

entre o material que é recebido e incluído no sistema, e o material que é dado

baixa na hora da venda, nos caixas. Como causas temos o recebimento em

quantidade menor/maior que a incluída na ordem de compra, ou a alimentação

errada dos registros de entrada.

Apesar de baixas, há perdas no estoque. Por razões como má alocação, o não

endereçamento (fazendo com que o produto não seja encontrado, na hora do

abastecimento das gôndolas) e por extravio.

A empresa possui 02 áreas de armazenamento principais, chamadas de área 1 e

área 2. A área 1 fica no térreo, junto do setor de recebimento. Nesse setor se

encontram os produtos pesados, de difícil movimentação, como os fardos de

açúcar, arroz, etc. Ficam também os produtos que necessitam de resfriamento,

na câmara fria, como itens de açougue, frios, e demais derivados. A

movimentação desses itens é feita com as empilhadeiras, o local é de fácil

acesso e possui boa circulação, com bom espaço entre as prateleiras.

A área 02 fica no segundo andar, e é alcançada através de elevador e escadaria. Nela

se encontram produtos leves, papéis, produtos de limpeza e outros, não perecíveis. O

nível de calor nessa área é bem maior, e a ventilação é mais escassa. O acesso é mais

difícil, e a movimentação aqui é basicamente com as paleteiras, e carrinhos menores.

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Pode-se citar a área de comercialização e exposição dos itens (gôndolas) como uma

terceira área de estoque.

No geral os produtos são recebidos de forma correta e eficaz; há uma triagem das

notas fiscais a serem conferidas, separadas por ordem de chegada ou de necessidade.

Todas as notas são conferidas no sistema antes mesmo da conferência dos produtos.

Depois disso, os materiais são conferidos em quantidade e qualidade, para, assim, serem

armazenados, sejam paletizados ou em suas respectivas embalagens. Na ultima etapa,

são lançados esses dados no sistema informatizado, para posterior consulta e demais

tarefas administrativas.

Finalizando esse estudo de caso, pode-se encontrar pontos de melhoria a serem

implementadas e pontos de novas práticas a serem inseridas. No geral a empresa, ao

permitir um estudo desse tipo em suas instalações, amplia seus conceitos na busca de

um estoque que forneça o produto certo, na hora certa e na quantidade correta, com a

qualidade exigida, evitando custos desnecessários e perda de materiais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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São Paulo: Pioneira, 1997.

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Pearson, 2005.

CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A., Administração de Produção e de

Operações - Manufaturas e Serviços: uma abordagem Estratégica.São Paulo: Atlas,

2011.

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informatizados. São Paulo: Editora: IEditora, 2002.

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO UTILIZADO JUNTO AO COMPRADOR E PROPRIETÁRIO

DA EMPRESA ALVO

1 – Existe algum controle de estoques? Ele é informatizado ou manual?

2 - Analisam layout do estoque? Existe identificação dos produtos? Eles estão

ordenados em uma seqüência que facilite o carregamento para entrega (produtos mais

requisitados em locais de fácil entrega)?

3 - Existe alguma planta do prédio com a localização do almoxarifado e dos

departamentos solicitantes?

4 - Como é feita a contagem do estoque? Em que periodicidade?

5 - Qual o tempo necessário entre o produto estar no almoxarifado e chegar ao

departamento solicitante em caso do produto já estar em estoque?

6 - Existem casos de compra de materiais em excesso ou em falta? O que é feito nesses

casos?

7 - Existe algum procedimento de revisão da política de estoques (pedido, estocagem e

distribuição)?