trabalho de toxicologia

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Trabalho de Toxicologia ARSENICO Ciclo de Intoxicação O arsênico associado às intoxicações faz parte do Meio Ambiente, estando presente no solo, água, ar e alimentos. A produção de cobre, chumbo e alguns outros metais dá origem ao arsênico como subproduto, calculando-se a produção mundial em 60.000 toneladas ao ano. As concentrações de arsênico presentes na água de consumo humano, geralmente são inferiores a 10 mcg/L. Estimou-se que as concentrações médias de arsênico no ar ambiental sejam inferiores a 0,01 mcg/m 3 e resultam em absorção diária aproximada de 0,2 mcg. Em populações não expostas ao arsênico por razões de trabalho, as principais fontes de exposição são atribuídas à água e aos alimentos, sendo o último quando provenientes do mar geralmente apresentam elevados níveis de arsênico, como mariscos, salmão e atum. Mecanismo de Ação Os efeitos tóxicos do envenenamento arsenical trivalente pode ser explicado por um ataque ao sistema responsável pela descarboxilação oxidativa dos ácidos cetônicos, especialmente o ácido pirúvico, deve ser lembrado que há também evidências experimentais de que uma grande maioria de outros sistemas enzimático essenciais para a normal homeostase, são atacados e já demonstrado que todos esses sistemas possuem grupos SH como um fator comum da inativação. Enzimas não possuidoras de grupos –SH especial para a sua atividade não são inativadas por arsenicais trivalentes. Na descarboxilação do ácido pirúvico o arsênico trivalente interfere no processo inibindo o ácido lipóico que é o responsável pela conversão do piruvato a acetil CoA. Como consequência, tem-se um acúmulo de ácido pirúvico no sangue e alteração na formação de Acetil CoA, resultando em alterações ao nível do sistema nervoso central. O arsênico trivalente atua no Ciclo de Krebs na formação de succinil CoA por inibição também do ácido

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Page 1: Trabalho de Toxicologia

Trabalho de Toxicologia

ARSENICO

Ciclo de Intoxicação

O arsênico associado às intoxicações faz parte do Meio Ambiente, estando presente no solo, água, ar e alimentos. A produção de cobre, chumbo e alguns outros metais dá origem ao arsênico como subproduto, calculando-se a produção mundial em 60.000 toneladas ao ano. As concentrações de arsênico presentes na água de consumo humano, geralmente são inferiores a 10 mcg/L. Estimou-se que as concentrações médias de arsênico no ar ambiental sejam inferiores a 0,01 mcg/m3 e resultam em absorção diária aproximada de 0,2 mcg. Em populações não expostas ao arsênico por razões de trabalho, as principais fontes de exposição são atribuídas à água e aos alimentos, sendo o último quando provenientes do mar geralmente apresentam elevados níveis de arsênico, como mariscos, salmão e atum.

Mecanismo de Ação

Os efeitos tóxicos do envenenamento arsenical trivalente pode ser explicado por um ataque ao sistema responsável pela descarboxilação oxidativa dos ácidos cetônicos, especialmente o ácido pirúvico, deve ser lembrado que há também evidências experimentais de que uma grande maioria de outros sistemas enzimático essenciais para a normal homeostase, são atacados e já demonstrado que todos esses sistemas possuem grupos SH como um fator comum da inativação. Enzimas não possuidoras de grupos –SH especial para a sua atividade não são inativadas por arsenicais trivalentes. Na descarboxilação do ácido pirúvico o arsênico trivalente interfere no processo inibindo o ácido lipóico que é o responsável pela conversão do piruvato a acetil CoA. Como consequência, tem-se um acúmulo de ácido pirúvico no sangue e alteração na formação de Acetil CoA, resultando em alterações ao nível do sistema nervoso central. O arsênico trivalente atua no Ciclo de Krebs na formação de succinil CoA por inibição também do ácido lipóico, co-fator no complexo da desidrogenase alfa-cetoglutárica.

A forma pentavalente do arsênico inibe por sua parte a respiração celular, interferindo sobre o mecanismo da fosforilação oxidativa, pois a gliceraldeído fosfato desidrogenase possui grupo –SH no centro ativo da enzima. Este sistema enzimático atua na segunda etapa da glicólise que inclui os passos de oxirredução e fosforilação em que o ATP é produzido.

Toxicocinética

Os sais solúveis de arsênico são absorvidos por todas as mucosas e locais de administração parenteral. A quase totalidade do arsênico absorvido se localiza inicialmente na fração eritrocitária do sangue. O elemento deixa rapidamente a corrente sanguínea, é depositado nos tecidos armazenando-se principalmente no fígado, rins e pulmões. É depositado nos cabelos, sendo que esta deposição ocorre cerca de duas semanas após a administração, permanecendo neste local durante anos. É também depositado nos ossos onde fica retido por longos períodos. O arsênico é biotransformado por processos oxidativos resultando na forma As+5, a qual é excretada na urina em proporções maiores que a correspondente forma reduzida. O trióxido de

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arsênico sofre reações de metilação com a formação de compostos de baixa toxicidade (ácido metilarsônico e ácido dimetilarsiníco). O arsênico é vagarosamente excretado na urina e nas fezes. Depois de sua administração parenteral, uma proporção maior é excretada pelo rim, do que após a ingestão oral. A excreção começa dentro de 2 a 8 horas, mas pode levar 10 dias para a eliminação completa depois de uma dose única.

CHUMBO

Ciclo de Intoxicação

A contaminação dos alimentos produzidos próximos às regiões industrializadas é afetada pelas características das indústrias existentes. Essas características dizem respeito, principalmente, à utilização do chumbo e de seus compostos. À medida que se afasta das fontes de contaminação, as concentrações de chumbo nos alimentos diminuem. Os organismos que vivem no ambiente aquático captam e acumulam o chumbo existente anágua e no sedimento. A carga de contaminante existente nos vegetais é gerada pela captação do metal pelas raízes e pela deposição no vegetal de matéria finamente particulado. O chumbo pode também ser incorporado aos alimentos durante os processos de industrialização, ou no preparo doméstico, especialmente quando são utilizados utensílios de cerâmica, chumbo-cristal ou metálicos. Os alimentos de origem animal apresentam níveis variáveis de chumbo, entretanto nos ossos eles são mais elevados. Quando as carnes com ossos são assadas evidencia-se pequena migração de chumbo. Entretanto, quando ela é cozida, principalmente com vinhos, constata-se uma maior liberação deste metal.

Mecanismo de Ação