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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C.) CURITIBA 2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(T.C.C.)

CURITIBA

2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

Fabrício Henrique Godoi Jasinski

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(T.C.C.)

CURITIBA

2008

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Reitor Prof. Luiz Guilherme Rangel dos Santos

Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel dos Santos

Pró-Reitoria Acadêmica Profª. Carmem Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Profª. Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

Pró-Reitora de Promoção Humana Profª. Maria de Lourdes Rangel Santos

Secretário Geral Prof. João Henrique Faryniuk

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profª. Ana Laura Angeli

CAMPUS PROFº. SYDNEI LIMA SANTOS (Barigüi) Rua: Prof. Sydnei A. Rangel Santos, 238 – Santo Inácio CEP: 82010-330 Fone: (41) 3331-7700

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Fabrício Henrique Godoi Jasinski

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Profª Msc. Taís Marchand Rocha

Moreira

Orientador Profissional: Prof. Dr. Alex Maiorka

CURITIBA 2008

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de

Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio , no qual são descritas

as atividades realizadas por Fabrício Henrique Godoi Jasinski durante o período de

04/08 a 04/10/2008, no Laboratório de Nutrição Animal da Universidade Federal do

Paraná – UFPR (Campus de Ciências Agrárias), local do cumprimento do estágio

curricular.

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TERMO DE APROVAÇÃO

Fabrício Henrique Godoi Jasinski

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C.)

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico Veterinário no programa de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 12 de Novembro de 2008.

______________________________________________ Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

________________________________________________ Orientadora: Profª. Msc. Taís Marchand Rocha Moreira

_______________________________________ Prof. Dr. Wellington Hartmann

_______________________________________ Prof. Marcelo Arne Feckinghaus

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Dedico este trabalho a minha família,

minha avó Dalziza, meu avô Darceu e a

“Dona Pina”, que mesmo estando em

algum lugar distante, sempre olharam e

guiaram meus caminhos...

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por permitir com que tenha realizado

mais um de tantos sonhos de minha vida. Por colocar tantas pessoas boas em

minha vida, por me permitir viver com saúde, amor, paz e ao de minha família que

tanto amo. A ela, agradeço do fundo do meu coração pelo apoio e sacrifício

realizados até hoje, para que esta conclusão de graduação pudesse ser

concretizada. Aos meus amigos de faculdade, amigos de festa, amigos de

academia, amigos da vida, amigos de profissão e aos meus colegas Médicos

Veterinários. Estes, que tive a honra de conhecer ao longo do tempo que

participaram da minha formação profissional e intelectual através de uma palavra

amiga, um conselho como profissional mais experiente, um conselho de Médico

Veterinário orientador de estágio, de um parceiro de festas, de jantares e eventos

do ramo, ou simplesmente através de histórias de vida, escutadas com carinho e

guardadas como lição de vida.

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Que teu alimento seja teu remédio. Hipócrates (séc. V a.C.)

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RESUMO

O presente relatório descreve as atividades realizadas e acompanhadas pelo

acadêmico Fabrício Henrique Godoi Jasinski do curso de Medicina Veterinária da

Universidade Tuiuti do Paraná, no Laboratório de Nutrição Animal da Universidade

Federal do Paraná, campus de Ciências Agrárias no município de Curitiba, no

período de 04 de agosto a 04 de outubro de 2008, totalizando 360 horas. Este

trabalho descreve com base na literatura científica, os principais métodos de

análises de alimentos utilizados no laboratório, no período referente.

Palavras Chave: Nutrição Animal, Análise Bromatológica de Alimentos, Método

NIRS, Método Weende, Método Van Soest.

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ABSTRACT

The present relatory describes the activities made by the student of Medicine

Veterinary named Fabricio H. G. J of the Universidade Tuiuti do Paraná, at the

animal’s nutricion lab of the UFPR, inside the Rural’s Science Campus at Curitiba

city, between the space of time of august 4th until October 4th 2008, reaching a total

of 360 hours. This article, based on the scientific literature, describes the mains

methods of analysis of feeds used within the lab, during this period of time mentioned

above.

KeyWords: Animal Nutrition, Analysis of Food Bromatology, Method NIRS, Method

Weende, Method Van Soest.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA - 1 FACHADA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA

UFPR..............................................................................................

16

FIGURA - 2 RECEPÇÃO DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA

UFPR..............................................................................................

18

FIGURA - 3 SECRETARIA DO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA DA

UFPR..............................................................................................

18

FIGURA - 4 SALA DA ADMINISTRAÇÃO DO LABORATÓRIO DE

NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.....................................................

19

FIGURA - 5 SALA DE PESAGEM DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

19

FIGURA - 6 LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO DA UFPR................................... 20

FIGURA - 7 SALA DAS ESTUFAS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

21

FIGURA - 8 SALA DE PROTEÍNAS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

22

FIGURA - 9 CAPELA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA

UFPR..............................................................................................

22

FIGURA - 10 SALA DE MOAGEM DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

23

FIGURA - 11 MOINHO WILLEY E FRITSCH, RESPECTIVAMENTE, DO

LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR....................

24

FIGURA - 12 SALA DE ANÁLISE DE ALIMENTOS POR INFRAVERMELHO –

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NIRS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.... 24

FIGURA - 13 SALA DE CALORÍMETRO E FOTÔMETRO DE CHAMA DO

LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR....................

25

FIGURA - 14 FLUXOGRAMA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL

DA UFPR........................................................................................

28

FIGURA - 15 ESTUFAS 65ºC DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL

DA UFPR........................................................................................

32

FIGURA - 16 BALANÇA ANALÍTICA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

33

FIGURA - 17 ESTUFAS DE 105ºC DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

34

FIGURA - 18 CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA SECA............ 35

FIGURA - 19 CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE TOTAL......... 36

FIGURA - 20 CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE...................... 37

FIGURA - 21 PROCESSO DE DIGESTÃO PELO MÉTODO DE KJELDAHL

NO DIGESTOR DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL

DA UFPR.......................................................................................

40

FIGURA - 22 REAÇÕES DO PROCESSO DE DIGESTÃO NO MÉTODO DE

KJELDAHL.....................................................................................

40

FIGURA - 23 PROCESSO DE DESTILAÇÃO PELO MÉTODO DE KJELDAHL

NO DESTILADOR DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL

DA UFPR........................................................................................

41

FIGURA - 24 PROCESSO DE CAPTAÇÃO DO BORATO DE AMÔNIO PELO

MÉTODO DE KJELDAHL NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

42

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FIGURA - 25 REAÇÕES DO PROCESSO DE DESTILAÇÃO NO MÉTODO

DE KJELDAHL...............................................................................

43

FIGURA - 26 FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA BRUTA

PELO MÉTODO DE KJELDAHL....................................................

43

FIGURA - 27 EXTRATOR DE SOXHLET DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

47

FIGURA - 28 FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE EXTRATO ETÉREO..... 48

FIGURA - 29 FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE RESÍDUO MINERAL..... 50

FIGURA - 30 FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE FIBRA BRUTA.............. 52

FIGURA - 31 FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE FDN............................... 55

FIGURA - 32 FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE FDA............................... 56

FIGURA - 33 FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE LIGNINA........................ 60

FIGURA - 34 CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DE CELULOSE................... 61

FIGURA - 35 REAÇÃO DE TITULAÇÃO COM EDTA......................................... 63

FIGURA - 36 FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO.................... 67

FIGURA - 37 CÁLCULOS PARA DETERMINAÇÕ DE MAGNÉSIO................... 70

FIGURA - 38 BOMBA CALORIMÉTRICA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO

ANIMAL DA UFPR.........................................................................

73

FIGURA - 39 CÁPSULAS METÁLICAS DA BOMBA CALORIMÉTRICA DO

LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR....................

74

FIGURA - 40 NIRS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.... 78

FIGURA - 41 EQUAÇÃO DE UMA ANÁLISE ATRAVÉS DO NIRS DO

LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR....................

79

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LISTA DE QUADROS

QUADRO - 1 DEMONSTRATIVO DAS ANÁLISES QUÍMICAS REALIZADAS NO

PERÍODO DE AGOSTO E SETEMBRO DE 2008 NO LABORATÓRIO

DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR..........................................................

27

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................15

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO.................... ....................................16

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS......................... ..........................................26

3.1 FLUXOGRAMA DE RECEBIMENTO E ENCAMINHAMENTO DAS

AMOSTRAS PARA ANÁLISES.......................................................................28

4 REVISÃO DE LITERATURA............................ ...............................................29

4.1 TÉCNICAS DE COLETA E ENVIO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE..........29

4.2 ANÁLISE BROMATOLÓGICA PELO MÉTODO DE WEENDE......................29

4.2.1 Análise de Umidade da Amostra................................................................29

4.2.2 Determinação de Proteína Bruta................................................................37

4.2.3 Determinação de Extrato Etéreo................................................................44

4.2.4 Determinação de Resíduo Mineral (Cinzas)..............................................48

4.2.5 Determinação de Fibra Bruta.....................................................................50

4.3 MÉTODO DE VAN SOEST............................................................................53

4.4 .1 Determinação da Fibra em Detergente Neutro (FDN) ................................53

4.3.2 Determinação da Fibra em Detergente Ácido (FDA).................................55

4.3.3 Determinação de Lignina...........................................................................57

4.3.4 Determinação de Celulose.........................................................................60

4.4 DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO.......................................................................61

4.5 DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO...................................................................64

4.6 DETERMINAÇÃO DE MAGNÉSIO.................................................................68

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4.7 DETERMINAÇÃO DE SÓDIO E POTÁSSIO.................................................70

4.8 DETERMINAÇÃO DE ENERGIA BRUTA......................................................72

4.9 DETERMINAÇÃO DO PH..............................................................................75

4.10 DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ.....................................................................76

4.11 ANÁLISES ATRAVÉS DO MÉTODO INFRAVERMELHO - NIRS................77

5 DISCUSSÃO...................................................................................................84

6 CONCLUSÃO........................................ ..........................................................87

7 REFERÊNCIAS...............................................................................................88

1

2

3

4

5

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6 INTRODUÇÃO

Este relatório de estágio curricular tem a finalidade de descrever as

atividades desenvolvidas durante o período de estágio, realizado no Laboratório de

Nutrição Animal da Universidade Federal do Paraná – UFPR no período de 04 de

agosto a 04 de outubro de 2008, cumprindo um total de 360 horas. Este período teve

orientação profissional do coordenador do Laboratório de Nutrição Animal,

Zootecnista e Professor Drº. Alex Maiorka, responsável também pelas disciplinas de

Nutrição Animal, Nutrição de Animais Não-Ruminantes e Nutrição de Cães e Gatos

do curso de Zootecnia, Nutrição de Cães e Gatos do curso de Medicina Veterinária e

Nutrição e Alimentação Animal do curso de Agronomia, todos da Universidade

Federal do Paraná. Já a orientação acadêmica, pela Médica Veterinária e

Professora MSC. Taís Marchand Rocha Moreira, responsável pelas disciplinas de

Clínica Médica de Pequenos Animais I e II e Semiologia Veterinária do curso de

Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

O estágio realizado permitiu empregar os conhecimentos adquiridos ao

longo do curso de graduação, além de proporcionar melhor entendimento e

empregabilidade da teoria aprendida em sala de aula na rotina profissional.

O Laboratório atende as atividades de ensino nos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia além de

auxiliar em pesquisas desenvolvidas na área de Ciências Agrárias e prestar serviços para terceiros, onde realiza atividades de análises

de rações, subprodutos, resíduos e suplementos minerais utilizados na alimentação animal.

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2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O Laboratório de Nutrição Animal (Figura 1) iniciou suas atividades em 1964, com o objetivo de auxiliar as aulas práticas

dos cursos de Agronomia, Zootecnia e Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná.

FIGURA 1 – FACHADA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

Em 18 de dezembro de 1995, devido a uma cooperação internacional com algumas empresas e entidades, houve a

implantação do serviço de Análise de Alimentos pelo Método Infra-Vermelho NIRS, conquistando uma sala própria para tal atividade.

Em abril de 2008, foi realizada uma ampliação e reestruturação do Laboratório de Nutrição Animal, que resultou na formação de duas

novas salas, uma para a Secretaria do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Paraná e outra para o Setor

Administrativo do Laboratório de Nutrição Animal.

Após as melhorias na estrutura e nos serviços do Laboratório de Nutrição Animal, houve o atendimento externo à

Universidade Federal do Paraná, realizado a empresas particulares e outros, adquirindo com isso, não só um caráter acadêmico, mas

também comercial. Por meio destes serviços prestados comercialmente, o Laboratório de Nutrição Animal tem conseguido adquirir

novos equipamentos, realizar melhorias em suas dependências e maquinários e melhorar cada vez mais a qualidade das atividades

realizadas.

O atendimento é realizado de segunda à sexta-feira, em horário comercial e as atividades internas laboratoriais e

administrativas, dependendo do fluxo ou da urgência de algumas análises.

O Laboratório de Nutrição Animal da UFPR, localizado no Campus de

Ciências Agrárias, na Rua dos Funcionários 1540 no município de Curitiba-PR,

conta com uma recepção, onde atende os clientes e recebe os materiais e amostras

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de diversos locais (Figura 2); uma sala do Departamento de Zootecnia, que é

responsável por toda a parte burocrática do laboratório e do curso de Zootecnia da

UFPR (Figura 3); uma sala administrativa, onde são realizados os cálculos e laudos

das análises realizadas no laboratório (Figura 4); uma sala onde são realizadas as

pesagens de todas as amostras a serem analisadas (Figura 5);

FIGURA 2 – RECEPÇÃO DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

FIGURA 3 – SECRETARIA DO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA DA UFPR.

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c

FIGURA 4 – SALA DA ADMINISTRAÇÃO DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

FIGURA 5 – SALA DE PESAGEM DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

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O laboratório consiste no local onde a grande maioria das atividades é

realizada, onde são guardadas as vidrarias utilizadas, pesagem dos materiais e

outros (Figura 6); uma sala de estufas (Figura 7), onde estão localizadas as estufas

de 65ºC, estufas 105ºC e as muflas 600ºC.

FIGURA 6 – LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO DA UFPR.

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FIGURA 7 – SALA DAS ESTUFAS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

Uma sala é dedicada para a realização da análise de proteínas (Figura 8),

onde encontramos um digestor e destilador, usados na determinação de proteína

pelo método de Kjeldahl; e uma capela (Figura 9), que tem a função de exaustão,

onde é realizada a grande maioria dos procedimentos que envolvam a utilização de

ácidos voláteis tóxicos ao ser humano.

FIGURA 8 – SALA DE PROTEÍNAS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

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FIGURA 9 – CAPELA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

Uma sala a parte é exclusiva para a moagem das amostras a serem

utilizadas e analisadas pelo laboratório (Figura 10), onde encontramos um moinho

tipo Willey, dotado de peneira de 1 mm de diâmetro e outro moinho tipo Fritsch

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(Figura 11) com peneira de 0.5mm. Outra sala, conquistada em 1995 junto a

entidades internacionais, já citado anteriormente, possui o equipamento responsável

pela análise de alimentos pelo método infravermelho – NIRS (Near-Infrared

Absorptions) conforme ilustra a Figura 12; e por último, a sala onde estão

localizados o calorímetro, o fotômetro de chama (Figura 13), as centrifugas e outros.

FIGURA 10 – SALA DE MOAGEM DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

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FIGURA 11 – MOINHO WILLEY E FRITSCH, RESPECTIVAMENTE, DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

FIGURA 12 – SALA DE ANÁLISE DE ALIMENTOS POR

INFRAVERMELHO – NIRS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

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FIGURA 13 – SALA DE CALORÍMETRO E FOTÔMETRO DE CHAMA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

O Laboratório de Nutrição Animal possui em sua equipe de funcionários o

Sr. Ruy de Lara Ramos, Economista, Secretário do Departamento de Zootecnia da

UFPR; o Sr. Aldo Slavieiro, técnico de laboratório; a Sra. Msc. Cleusa Marcon de

Brito, Zootecnista; o Sr. Hair Ferrarini, Químico; o Msc. Dr. Marcelo França, Médico

Veterinário responsável pela emissão dos laudos das análises e o Prof. Dr. Alex

Maiorka, Coordenador do Laboratório de Nutrição Animal da UFPR.

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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Entre as principais atividades desenvolvidas no local de estágio, podemos

citar o recebimento e identificação de amostras e separação e encaminhamento

destas para análises químicas. Das análises realizadas, destacam-se: determinação

de cálcio, fósforo, magnésio e densidade; Método de Weende: umidade, extrativo

não-nitrogenado, fibra bruta, extrato etéreo, resíduo mineral, proteína bruta e energia

bruta; Método de Van Soest: determinação de fibra detergente neutro – FDN,

detergente ácido - FDA, hemicelulose, lignina, celulose, cinzas, ph, acidez titulável,

determinação de nitrogênio amoniacal e atividade ureática; e outras.

As atividades realizadas dentro do laboratório foram acompanhadas em sua

grande maioria, porém alguns procedimentos tiveram maior frequência na rotina,

como podemos citar: determinação de fibra bruta e determinação de proteína bruta.

Durante o período de estágio, foram realizadas aproximadamente 3.450

análises químicas, as quais são detalhadas no Quadro 1, dispostas de acordo com o

mês em que foram realizadas.

QUADRO 1 – DEMONSTRATIVO DAS ANÁLISES QUÍMICAS REALIZADAS NO PERÍODO DE AGOSTO E SETEMBRO DE 2008 NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

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ANÁLISES PELO MÉTODO QUÍMICO Agosto/08 Setembro/08

Umidade 238 211

Proteína Bruta 233 209

Extrato Etéreo 224 200

Resíduo Mineral 197 192

Fibra Bruta 100 143

Cálcio 177 188

Fósforo 175 183

Magnésio 2 10

Sódio 51 81

Potássio 0 62

Fibra Detergente Ácida 29 86

Fibra Detergente Neutra 29 86

Lignina 25 63

N-FDA 1 2

N-FDN 0 1

Proteína Solúvel KOH 28 22

Urease 21 11

Índice de Acidez 48 33

Índice de Peróxido 21 24

pH 0 1

Peso Específico (densidade) 13 2

Nitrogênio Não-Protéico 0 3

TOTAL MENSAL 1612 1813

3.1 FLUXOGRAMA DE RECEBIMENTO E ENCAMINHAMENTO DAS AMOSTRAS

PARA ANÁLISES.

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Assim que a amostra de um produto de origem animal ou vegetal, por

exemplo, chega ao Laboratório de Nutrição Animal da UFPR, esta é acondicionada a

uma embalagem plástica limpa, que receberá uma etiqueta com um número que

será a sua identificação durante as análises. Este número contém todas as

informações sobre a amostra, como: responsável pela amostragem, empresa

remetente, tipo de material enviado, análises solicitadas, e outros.

De forma bastante sucinta, podemos demonstrar o fluxograma do

Laboratório de Nutrição Animal da UFPR através da Figura 14:

FIGURA 14 – FLUXOGRAMA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

Recebimento de Amostras

Materiais acima de 25% de umidade vão para a estufa a 65ºC

Análise Química ou NIRS

Emissão de Resultados

Outros materiais vão para estufa a 105ºC e em seguida para moagem

Cobrança Via Correio

Identificação e Registro das Amostras

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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 TÉCNICAS DE COLETA E ENVIO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

A técnica da coleta de amostras, segundo Silva e Queiroz (2005), tem por

finalidade obter amostra perfeitamente representativa da média do material a ser

analisado. Torna-se, portanto, essencial todo o cuidado na coleta destas amostras,

sem o que se obtêm resultados viciados. Os erros cometidos durante a amostragem

não poderão ser retificados ou compensados, por mais cuidadosas que venham a

serem as futuras análises.

Do material que se pretende fazer estudo, devem-se retirar numerosas

amostras parciais, colhidas em diferentes pontos. Desta amostra, depois de

homogeneizada, podem ser retiradas amostras parciais antes que sejam enviadas

ao laboratório (SILVA e QUEIROZ, 2005).

4.2 ANÁLISE BROMATOLÓGICA PELO MÉTODO DE WEENDE

4.2.1 Análise de Umidade da Amostra

Define-se como umidade a perda de peso que as amostras apresentam

quando aquecidas à temperatura de 100-105°C, até pe so constante

(LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

A determinação da Matéria Seca, de acordo com Silva e Queiroz (2005), é o

ponto de partida da análise dos alimentos. É de grande importância, uma vez que a

preservação do alimento pode depender do teor de umidade presente no material;

além disso, quando se compara o valor nutritivo de dois ou mais alimentos, é

necessário levar em consideração os respectivos teores de matéria seca. No

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entanto, se desejado comparar o resultado de análises realizadas em diferentes

épocas, locais ou regiões, sempre se faz comparação em base de matéria seca, isto

é, como se o alimento contivesse 100% de matéria seca.

A água contida nos alimentos encontra-se nas seguintes formas: livre, de

estrutura e de constituição. A água livre é aquela que não está ligada a nenhuma

estrutura molecular da célula, isto é, encontra-se em estado livre e é relativamente

fácil de ser eliminada. Constitui a maior fração de água existente nos alimentos

(SILVA e QUEIROZ, 2005).

Segundo Valentini (1998), os métodos para determinação da umidade de

grãos são classificados em diretos e indiretos. Nos métodos diretos a água é retirada

do produto, geralmente por processo de aquecimento, e o teor de umidade é

calculado pela diferença de peso das amostras no início e ao final do processo. Esta

diferença corresponde à quantidade de água retirada. Devido à sua maior

confiabilidade os métodos diretos são empregados como padrão para a aferição de

outros procedimentos. Enquadram-se nesta categoria os métodos de estufa,

destilação, infravermelho e Karl Fisher.

Segundo Valentini et al. (1998), nos métodos indiretos, o teor de umidade é

estimado em função das propriedades elétricas do produto em uma determinada

condição. Os dois princípios empregados são o da resistência elétrica e o da

capacitância. São métodos práticos e rápidos mas estão sujeitos a erros decorrentes

da variação das propriedades físicas do produto, da temperatura ou da distribuição

da umidade no interior do grão. A aferição de equipamentos de determinação

indireta de umidade é feita em relação ao método padrão de estufa.

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No Brasil, o método oficial para determinação de umidade é o de estufa a

105oC ±3o C durante 24 horas, estabelecido pelo Ministério da Agricultura

(VALENTINI et al., 1998).

No processo de determinação direta, vários estágios de secagem são

realizados, onde a amostra é encaminhada de acordo com as análises e aferições

pretendidas.

Na visão de Silva e Queiroz (2005), a amostra seca ao ar (ASA) refere-se a

uma amostra que foi seca ao ar sem ajuda de estufa ou outro dispositivo secante.

Em ambiente com umidade relativa menor que 60%, a maioria das amostras secas

ao ar conterá em torno de 90% de matéria seca.

A amostra pré-seca ou parcialmente seca refere-se á matéria seca inicial de

uma amostra que foi seca em estufa, normalmente a 55 a 60ºC (Figura 15), ou em

um forno de microondas a menos da secagem total (SILVA e QUEIROZ, 2005).

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FIGURA 15 – ESTUFAS 65ºC DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

A pré-secagem ou secagem parcial é necessária quando a amostra possui

geralmente alto teor de umidade ou baixa matéria seca, como: gramíneas, silagens

e etc. Normalmente é feita de 55 a 60ºC, para evitar a perda de outros nutrientes,

principalmente compostos nitrogenados, ou causar danos à proteína. A amostra

deve ser equilibrada à temperatura ambiente por duas ou quatro horas antes de se

determinar a matéria seca, com a finalidade de minimizar alterações da umidade que

podem ocorrer durante o processo de moagem e de armazenamento. A secagem à

temperatura baixa (menos de 60ºC) não remove toda a água da amostra, portanto, a

pré-secagem não representa a matéria seca total da amostra. Esta perda de água

que tem de ser computada no cálculo da umidade total; portanto, o material, antes

de ser colocado na estufa, deve ser pesado em balança analítica adequada (Figura

16), com precisão de 0,1 mg (estufa) e 0,01 mg (forno de microondas) (SILVA e

QUEIROZ, 2005).

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FIGURA 16 – BALANÇA ANALÍTICA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

A secagem definitiva ou matéria seca total é usada para amostras de

forragem que foram submetidas à pré-secagem (aproximadamente 90% de matéria

seca) ou com baixo conteúdo de substâncias voláteis: fenos, rações fareladas, grãos

de cereais e etc. Deve ser feita de preferência em estufa com circulação forçada de

ar a 135ºC, 100ºC ou 105ºC (Figura 17), ou no forno de microondas, com no mínimo

600 watts, com plataforma giratória de preferência. O seu tempo é variável: em

média de duas horas a 135ºC, 24 horas a 100ºC e 16 horas a 105ºC, ou no forno de

microondas, dependendo da umidade e da carga que se coloca na estufa ou no

forno de microondas, ou seja, o tempo suficiente para que o material apresente peso

constante. Os termos secagem definitiva, matéria seca total ou matéria seca

referem-se a uma amostra que tem toda sua umidade removida. Esta perda de água

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verificada é a umidade total; portanto, o material antes de ser colocado na estufa,

deve ser pesado em balança analítica adequada, com precisão de 0,1 g (estufa) e

0,01 g (forno de microondas) (SILVA e QUEIROZ, 2005).

FIGURA 17 – ESTUFAS DE 105ºC DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

A matéria seca parcial (pré-secagem) ou total (secagem definitiva) é

determinada gravimetricamente com o resíduo remanescente após a secagem

(SILVA e QUEIROZ, 2005).

Após a realização dos processos de secagem, utiliza-se os dados obtidos

nas formulações a seguir, para conferir uma porcentagem de umidade em relação a

amostra inicial analisada (Figura 18).

FIGURA 18 – CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA SECA.

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(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

O resultado obtido do cálculo acima é a porcentagem de matéria seca a

105ºC, devendo-se calcular a quantidade de matéria seca total e depois a

porcentagem de umidade total para chegarmos ao valor final de porcentagem da

umidade na amostra analisada (Figura 19).

FIGURA 19 – CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE TOTAL.

(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

Na determinação de umidade pelo processo direto, recomenda ser utilizada

em análises de forragens fermentadas (silagens) que contenham altos conteúdos de

substâncias voláteis. Estas substâncias têm baixo ponto de vaporização e são

perdidas quando as amostras são secas na estufa. O princípio básico é de que a

água é desprendida (destilada) da amostra e capturada sob a camada de tolueno

(SILVA e QUEIROZ, 2005).

De acordo com Silva e Queiroz (2005), este procedimento consiste na

destilação da amostra com tolueno em aparelho especial, que consta de um balão,

% da matéria seca a 105º C= Peso do cadinho+amostra – cadinho vazio x 100

Peso inicial da amostra

Porcentagem de Matéria Seca Total = amostra seca a 105ºC X amostra seca a 65ºC

100

Porcentagem de Umidade Total = 100 - % Porcentagem de Matéria Seca Total

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onde se coloca a amostra em contato com o tolueno, um condensador e o tubo

receptor, o qual possui uma escala graduada para medição do volume de água

desprendida da amostra. A amostra passa por uma trituração grosseira, no caso de

forrageira, e pesam-se, aproximadamente, de 5 a 10g, ou seja, quantidade suficiente

para fornecer 4 a 8 ml de água. Adiciona-se, em seguida, uma quantidade de

tolueno suficiente para cobrir a amostra dentro do balão de 250 ml (75 ml de tolueno

são suficientes). Iniciam-se o aquecimento e a destilação lentamente (duas

gotas/segundo), até que a maior parte de água passe para o tubo graduado através

de evaporação e condensação; nesse momento, aumentam-se o aquecimento e a

velocidade de destilação (quatro gotas/segundo). Depois de ter sido retirada toda a

água do material, lava-se o condensador, internamente, com tolueno, e continua-se

o aquecimento forte por mais alguns minutos. O tempo necessário para completar o

processo é de, aproximadamente, uma hora. Deixa-se o tubo receptor esfriar até a

temperatura ambiente, para depois fazer a leitura final do volume de água. O

processo está sujeito a erros, uma vez que não é muito fácil distinguir a exata

separação da camada de água e do tolueno, que é também evaporado e

condensado dentro do tubo condensador graduado. Para melhor acurácia, a água

destilada da amostra deve ser analisada para substâncias voláteis que podem ser

co-destiladas junto com a água. Com os valores da análise, utilizam-se as fórmulas

da Figura 20, para determinar a umidade.

FIGURA 20 – CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE.

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Peso da amostra= z Leitura no tubo receptor= y

% de umidade= Y x 100= J % Z % matéria seca= 100,00 – J = ....... %

(Fonte: UFPR, 1997).

4.2.2 Determinação de Proteína Bruta

As proteínas são de fundamental importância na alimentação animal,

porquanto estão intimamente relacionadas com os processos vitais das células e,

conseqüentemente, do organismo (ANDRIGUETTO et al., 2002)

O termo Proteína Bruta envolve grande grupo de substâncias semelhantes,

porém com funções bem diferentes. Pelo fato de as proteínas terem porcentagem de

nitrogênio quase constante, em torno de 16%, para determinar sua quantidade,

utiliza-se um fator de conversão para transformar o resultado da análise de

nitrogênio em proteína bruta (SILVA e QUEIROZ, 2005).

A determinação de nitrogênio (N) é de grande importância para análise do

teor de proteína bruta em alimentos, para análise de solos e em ensaios de perda de

N por volatilização de adubos nitrogenados. O método mais tradicional de análise de

nitrogênio é o método de Kjeldahl, cujo princípio consiste na digestão da amostra

com ácido sulfúrico, seguida de neutralização com hidróxido de sódio e formação de

amônia (NH3), que é destilada e quantificada por titulação. Trata-se de um método

consagrado, preciso e seletivo, mas que utiliza reagentes corrosivos e gera grande

quantidade de resíduos (BERTOLOTE et al., 2008)

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Inúmeros métodos são citados na literatura especializada para a análise de

proteínas, sendo mais comuns os métodos do Micro-biureto, de Lowry e de

Bradford. Esses métodos apresentam como vantagens a rapidez e economia na

realização das análises, entretanto, deve-se ter cuidado em relação à presença de

compostos que causem interferências nos resultados (PONTES et al., 2002).

Segundo Silva e Queiroz (2005), no método Kjeldahl, pode-se determinar

além do nitrogênio protéico propriamente dito, outros compostos nitrogenados não-

protéicos, como: aminas, amidas, lecitinas, nitrilas e aminoácidos. Ele consiste em

três passos básicos: 1- digestão da amostra em ácido sulfúrico com um catalisador,

que resulta em conversão do nitrogênio em amônia; 2- destilação da amônia em

uma solução receptora; 3- quantificação da amônia por titulação com uma solução

padrão.

As proteínas e outros compostos nitrogenados são decompostos na

presença do ácido sulfúrico concentrado, a quente, com produção de sulfato de

amônio. O sulfato de potássio ou sódio é adicionado a fim de aumentar o ponto de

ebulição do ácido sulfúrico, apressando a digestão. Outros compostos, como sulfato

de cobre, selênio e etc., também ajudam na digestão da matéria orgânica (SILVA e

QUEIROZ, 2005).

O sulfato de amônio resultante, na presença da solução concentrada de

hidróxido de sódio, libera amônia, que é recebida na solução de ácido bórico,

titulada com ácido sulfúrico ou clorídrico de título conhecido; assim, determina-se o

teor de nitrogênio da amostra. Para o cálculo da proteína bruta, basta multiplicar o

resultado pelo fator 6,25 (SILVA e QUEIROZ, 2005).

Na determinação da proteína bruta, para realização do processo de

digestão, deve-se pesar aproximadamente 3g da amostra seca, num balão kjeldahl

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(800ml), adicionar aproximadamente 2g de mistura catalisadora e 4ml de H2SO4

concentrado. Levam-se os balões para aquecimento em chapa elétrica durante

aproximadamente 40min ou tempo suficiente para que o carbono contido na matéria

orgânica seja oxidada e o CO2 se desprender (Figura 21). O tempo final da digestão

é observado através de uma coloração verde clara na solução. Espera-se esfriar e

dilui-se com aproximadamente 400 ml de H2O destilada (UFPR, 1997).

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FIGURA 21 - PROCESSO DE DIGESTÃO PELO MÉTODO DE KJELDAHL NO DIGESTOR DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

As reações ocorridas neste processo são detalhadas na Figura 22.

FIGURA 22 – REAÇÕES DO PROCESSO DE DIGESTÃO NO MÉTODO

DE KJELDAHL.

Matéria Orgânica H2SO4 SO2 + CO2 + H2O + R – NH2

R – NH2 + H2O H2SO4 R – OH + NH3

O O R – C + H2O [H+] R – C + NH3 NH2 OH

2 NH3 + H2SO4 (NH4)2 SO4

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(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006). O processo de destilação é feito por arraste a vapor. Adiciona-se em um

Becker 50 ml de ácido bórico com indicador. Adicionar no balão, 100 ml de solução

de NaOH 50% e colocar no circuito fechado de destilação (Figura 23).

FIGURA 23 – PROCESSO DE DESTILAÇÃO PELO MÉTODO DE KJELDAHL NO DESTILADOR DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

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Proceder a destilação recolhendo no Becker ± 200ml do destilado (Figura

24). Titula-se este borato ácido de amônio com uma solução de ácido sulfúrico a

0,1N (fatorado) até a viragem de verde para rosa.

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FIGURA 24 – PROCESSO DE CAPTAÇÃO DO BORATO DE AMÔNIO PELO MÉTODO DE KJELDAHL NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

As reações ocorridas processo no processo de destilação são detalhadas na

Figura 25.

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FIGURA 25 – REAÇÕES DO PROCESSO DE DESTILAÇÃO NO MÉTODO DE KJELDAHL.

(NH4)2 SO4 + NaOH 2 NH4OH + Na2SO4

NH4OH NH3 + H2O

NH3 + H3BO3 NH4H2BO3

(cor vermelha) Borato Ácido de Amônio (cor verde)

(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

Tendo o valor gasto de ácido sulfúrico na titulação, utiliza-se a formula da

Figura 26 para determinação da proteína bruta na amostra analisada.

FIGURA 26 – FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNA BRUTA PELO MÉTODO DE KJELDAHL.

(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

4.2.3 Determinação de Extrato Etéreo

PB% = VAC x FC x 6,25 x 0,0014 x 100 peso da amostra (g) VAC = volume do ácido gasto (0,1N) FC = fator de correção do ácido 6,25 = fator de transformação do nitrogênio em proteína 0,0014 = peso equivalente de nitrogênio

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Segundo Silva e Queiroz (2005), as gorduras ou lipídios são substâncias

insolúveis em água, mas solúveis em éter, clorofórmio, benzeno e em outros

solventes orgânicos chamamos extratores. O grupo inclui as gorduras e muitos

outros compostos intimamente ligados ou associados, como fosfatídeos, esteróis

(colesterol), clorofila, óleos voláteis, resina, pigmentos, etc.

O termo extrato etéreo figura todas as substâncias solúveis nos solventes

das gorduras. O conjunto todo forma um complexo heterogêneo onde figuram, além

das graxas verdadeiras, glicerídios, cerebrosídios, caroteno, resinas, clorofila, etc.

(MARCHA ANALITICA LNA UFPR, 2006).

Uma grama de lipídios fornece 9,3 quilocalorias de energia bruta, geralmente

de alta digestibilidade. Constitui-se assim, as gorduras, um recurso amplamente

utilizado na alimentação animal para equilibrar a energia de dietas (rações) que

necessitem elevado teor energético (ANDRIGUETTO et al., 2002).

Silva e Queiroz (2005), afirmam que a gordura constitui a fração mais

energética dos alimentos e, como os carboidratos, é composta de carbono (C),

hidrogênio (H) e oxigênio (O). Entretanto, a proporção dos dois primeiros (C e H) é

bem maior nas gorduras que nos carboidratos.

Os alimentos com maior teor de gordura têm valores mais altos de NDT,

pelo fato de a gordura fornecer 2,25kcal mais energia do que os carboidratos (SILVA

e QUEIROZ, 2005).

Silva e Queiroz (2005) dizem que a riqueza em gordura pode influenciar o

armazenamento de alguns produtos, uma vez que a gordura dos alimentos constitui

uma fração bastante instável, pois alimentos ricos em tal substância rancificam-se

facilmente. Os alimentos rancificados perdem grande quantidade de certos

nutrientes essenciais, como as pró-vitaminas A e D, o caroteno, o complexo B etc., e

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alguns ácidos graxos podem sofrer destruição oxidativa. O processo de rancificação

poderá chegar a ponto de grande aquecimento e à combustão do material.

De acordo com Andriguetto et al. (2002), existem ácidos graxos que o

organismo animal não pode sintetizar, que são indispensáveis e devem estar

contidos nos alimentos, estes são os ácidos: linoléico, linolênico e araquidônico. Eles

são encontrados na gordura de linho, de milho, de algodão, de soja, de oliva, na

gema de ovo e igualmente nos vegetais verdes. Quando o ácido linoléico está

presente na dieta, juntamente com a vitamina B6, os mamíferos podem sintetizar o

ácido araquidônico. O ácido linolênico, é precursor, no organismo, de ácidos graxos

de cadeia longa contendo 5 a 6 duplas ligações, mas não do ácido araquidônico. O

ácido linolênico é promotor de crescimento, mas não cura os sintomas dérmicos

provenientes da falta de lipídios. Devido a isso, tende-se a dizer que apenas o ácido

linoléico é essencial.

Além de fornecer energia, ácidos graxos indispensáveis e orientarem a

formação das gorduras de reserva e das produções, as gorduras são necessárias ao

organismo, pois possibilitam a absorção das vitaminas lipossolúveis, como as

vitaminas A, D, E e K, e também atua na função dos esteróides (ANDRIGUETTO et

al., 2002).

O método de determinação de gordura bruta é aplicável na determinação de

gordura bruta de forragens secas ou mistura de alimentos, mas não é adequado

para sementes oleaginosas, rações líquidas ou alimentos que contêm produtos

lácteos (SILVA e QUEIROZ, 2005).

Segundo Silva e Queiroz (2005), gorduras, óleos, pigmentos e outras

substâncias gordurosas solúveis contidas em uma amostra seca serão dissolvidos

através da extração com éter, o qual é, então, evaporado desta solução gordurosa.

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O resíduo resultante é pesado, sendo chamado de extrato etéreo ou gordura bruta.

O éter e as amostras devem estar livres de umidade, para evitar a co-extração de

componentes solúveis em água presentes na amostra, como carboidratos, uréia,

ácido lático, glicerol etc. Se componentes solúveis em água estiverem presentes em

grande quantidade na amostra, eles deverão ser eliminados da amostra antes da

secagem. Baixas temperaturas são usadas na evaporação do éter e remoção da

umidade residual, afim de prevenir a oxidação da gordura. O éter usado no processo

é aquecido até se tornar volátil e, ao condensar-se, circula sobre a amostra em

análise, arrastando toda a fração gordurosa e demais substâncias solúveis em éter.

Este é recuperado em outro recipiente, enquanto a gordura extraída é calculada por

diferença de pesagem.

Para realização do procedimento de extração do extrato etéreo pelo método

Soxhlet (Figura 27), pesa-se 4g de amostra e coloca-se no cartucho de extração,

fechando-o com algodão. O balão receptor é previamente tarado em uma balança

analítica e depois coloca-se o cartucho com a amostra no extrator e ajusta o

condensador do aparelho de extração (UFPR, 1997).

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FIGURA 27 – EXTRATOR DE SOXHLET DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

Adicionar quantidade suficiente de clorofórmio no balão através do

condensador. Deixa extraindo durante pelo menos 6 horas e após completada a

extração, recupera-se o clorofórmio e seca-se o balão em estufa 100/105ºC por 3

horas. Após, retira-se da estufa e coloca-se no dessecador, esperando esfriar a

temperatura ambiente e então em seguida sendo pesado em balança analítica

(UFPR, 1997).

Com os valores obtidos na pesagem do balão vazio e do balão após

extração, já com um extrato etéreo, utiliza-se a fórmula da Figura 28 para se obter a

quantidade de extrato etéreo da amostra analisada (UFPR, 1997).

FIGURA 28 – FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃ

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O DE EXTRATO ETÉREO.

EE = P - P’ x 100 peso amostra (g) P= peso do balão + EE P’= peso do balão vazio

(Fonte: UFPR, 1997).

4.2.4 Determinação de Resíduo Mineral (Cinzas)

Resíduo mineral ou cinzas significa o resíduo da completa combustão do

material (matéria orgânica), em presença do ar (MARCHA ANALÍTICA LNA, 2006).

Segundo Silva e Queiroz (2005), cinza ou resíduo mineral é o produto que

se obtém após o aquecimento de uma amostra à temperatura de 600ºC, ou seja, até

o aquecimento ao rubro, porém não superior a 600ºC, durante quatro horas ou até a

combustão total da matéria orgânica. Se a temperatura da mufla for além de 600ºC,

alguns cátions e ânions são parcial ou totalmente perdidos por volatilização.

A cinza tem pouca significação para a avaliação da matéria mineral, e

apresenta no máximo uma orientação sobre a quantidade aproximada desse

princípio contido na amostra (MARCHA ANALÍTICA LNA, 2006).

Já Silva e Queiroz (2005), afirmam que o teor de cinza pode permitir, às

vezes, uma estimativa da riqueza em cálcio e fósforo do alimento analisado, quando

se trata de produtos como farinha de ossos e produtos de origem marinha. Afirmam

também, que a cinza nos alimentos contém principalmente os seguintes cátions:

cálcio, potássio, sódio, magnésio, ferro, cobre, cobalto e alumínio; e ânions: sulfato,

cloreto, silicato, fosfato, etc.

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As cinzas são determinadas, muitas vezes, apenas para se conhecer o

extrato não-nitrogenado (ENN) e/ou, a matéria orgânica de certas amostras, sem a

preocupação com o teor de minerais (UFPR, 1997).

O procedimento realizado para determinação das cinzas baseia-se em pegar

um cadinho de porcelana e submetê-lo ao aquecimento de 100 a 105°C, durante 3

horas ou em uma mufla a ±300°C por 15 minutos. O ca dinho, assim que retirado da

estufa ou mufla, é resfriado a temperatura ambiente em um dessecador e pesado.

Pesa-se 3 g da amostra que pretende analisar, colocando no cadinho previamente

tarado. É levado à mufla, onde fica 3horas sob aquecendo de 500 à 600ºC. Após

estas 3horas, a cinza deverá ser examinada quanto a sua coloração. Se estiver

branca ou cinza bem clara, o processo está encerrado, porém se o ponto não foi

atingido por tratar-se de material de difícil combustão, procede-se da seguinte forma:

retira-se o cadinho da mufla, esfria-o e adiciona-lhe algumas gotas de água. Seca-se

em uma estufa e submete-o a novo aquecimento na mufla de 550 à 600°C por mais

de uma hora. Após o período de aquecimento, o cadinho é resfriado no dessecador

a temperatura ambiente e em seguida pesado. Com os valores determinados, utiliza-

se a fórmula da Figura 29 para determinar a quantidade de resíduo mineral

(LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

FIGURA 29 – FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE RESÍDUO MINERAL.

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(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

4.2.5 Determinação de Fibra Bruta

A fibra bruta é o resíduo insolúvel dos ácidos e álcalis, ou seja, as frações de

celulose e de lignina insolúvel (UFPR, 1997).

Ela é a parte dos carboidratos resistente ao tratamento sucessivo com ácido

e base diluídos, representando a grande parte da fração dos alimentos (SILVA e

QUEIROZ, 2005).

Segundo Silva e Queiroz (2005), a maior fração de fibra bruta, a celulose, é

bem aproveitada pelos ruminantes, uma vez que os microorganismos do rúmen são

capazes de desdobrá-la, formando ácidos graxos voláteis, que são fonte de energia

para esses animais. Além dos ruminantes, outras espécies também aproveitam a

fibra bruta com maior ou menor eficiência. Ela é também responsável pelo bom

funcionamento dos intestinos, estimulando seus movimentos peristálticos.

A determinação de fibra bruta em alimentos e produtos é de grande

importância, no entanto, trata-se de análise de difícil realização seja qual for o

método utilizado (MOURA, et al.. 2007).

Segundo Moura (2007), o método proposto por Angelucci et al. (1987) se

baseia na determinação do teor de fibra como carboidratos não hidrolisáveis em

meio ácido, utilizando ácido nítrico, ácido tricloroacétrico e solução de ácido acético

a 70%.

% Resid. Mineral = (peso do cadinho+cinza) – peso do cadinho vazio x 100

peso da amostra (g)

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O segundo método, do CIENTEC (1991), tem por objetivo verificar o teor de

fibra através da determinação do resíduo orgânico insolúvel da amostra após uma

digestão ácida e outra alcalina (MOURA, et al.. 2007).

No princípio de determinação da fibra bruta através da hidrólise ácida e

hidrólise básica, a amostra seca e desengordurada é submetida às digestões ácida

(H2SO4 – 1,25%) e básica (NaOH – 1,25%) durante 30 minutos em cada digestão.

O resíduo orgânico é recebido em cadinho de vidro. Calcula-se a fibra bruta pela

diferença de peso do cadinho antes e após a queima do resíduo em mufla, a 500ºC

(SILVA e QUEIROZ, 2005).

Os glicídios no sistema de Weende estão divididos em dois grupos: uma

parte insolúvel chamada de fibra bruta e uma fração solúvel denominada de

extrativos não-nitrogenados (ENN) (LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR,

2006).

Segundo Silva e Queiroz (2005), para digestão ácida, deve-se pesar de 2 a

3 g de amostra seca ao ar a colocar em um béquer de 600 ml. Adicionar 200 ml de

H2SO4 a 1,25%, fervente, e algumas gotas de antiespumante, colocando o béquer

no aparelho digestor. Após o início da ebulição, deixar digerir em refluxo de 30

minutos. Filtrar quantitativamente, sob vácuo, em funil Buchner com tela de náilon,

fazendo lavagens sucessivas com água destilada quente sobre o resíduo até a

neutralização do material, o que é verificado com o papel de tornassol azul.

Para Silva e Queiroz (2005), a digestão básica desta amostra ocorre

transferindo-se quantitativamente o resíduo da tela de náilon para o béquer de 600

ml, usando 200 ml de solução de NaOH a 1,25%, fervente, e algumas gotas de

antiespumante, colocando o béquer no aparelho digestor. Deixa digerir por 30

minutos em refluxo, exatamente após o início da ebulição. Filtra-se

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quantitativamente, sob vácuo, em cadinho filtrante (previamente seco e tarado),

fazendo-se lavagens sucessivas com água destilada quente sobre o resíduo até a

neutralização do material, usando papel de tornassol azul. Lava-se o resíduo com

álcool e posteriormente com acetona, a fim de facilitar a secagem e eliminar

compostos provenientes das digestões. Secam-se os cadinhos filtrantes com

resíduos em estufa a 105ºC (4 a 6 horas). Retira e pesa-os a quente, ou leva-os ao

dessecador para esfriar e equilibrar com o ambiente. Pesa-se e registram-se os

pesos. Em seguida, coloca os cadinhos filtrantes com os resíduos da mufla a 500ºC,

durante duas horas. Desliga a mufla, espera esfriar, leva ao dessecador a fim de

esfriar até o equilíbrio com o ambiente, pesa e registra os pesos. A diferença de

peso, antes e após a queima, fornece o peso da fibra bruta das amostras.

O cálculo realizado para determinar a porcentagem de fibra bruta é

detalhado na Figura 30 (LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

FIGURA 30 – FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE FIBRA BRUTA.

Fibra + Minerais Cinzas Insolúveis

% Fibra Bruta (FB)= fibra + minerais – cinzas insolúveis x 100 peso da amostra (g)

(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

4.3 MÉTODO DE VAN SOEST

O método proposto por VAN SOEST - 1967, que consiste no fracionamento

dos componentes fibrosos, possibilitou maior precisão na estimativa do valor

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nutritivo das forrageiras e, desde então, as análises de fibra em detergente neutro

(FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) passaram a ser rotina freqüente nos

laboratórios de análises de alimentos para ruminantes (BERCHIELLI et al., 2001).

Segundo Silva e Queiroz (2005), o método Van Soest para determinação da

qualidade de forrageiras apresenta vantagens em relação a outros, em virtude de

sua maior precisão, além de fornecer informações sobre importantes componentes:

fibra em detergente ácido, celulose, lignina, cinza, sílica, etc.

4.3.1 Determinação da Fibra em Detergente Neutro (FDN)

A finalidade desta determinação é conhecer os componentes solúveis e

insolúveis dos vegetais em meio detergente neutro (pH 7,0) (MARCHA ANALÍTICA

LNA, 2006).

A fibra detergente neutra é usada para dissolver substâncias facilmente

digeridas, como a pectina e o conteúdo celular da planta (proteínas, açúcares e

lipídios), deixando um resíduo fibroso (fibra em detergente neutro – FDN), que são

os principais componentes da parede celular das plantas (celulose, hemilelulose e

lignina), proteína danificada pelo calor e proteína da parede celular. A solução

detergente neutra é também usada para solubilizar proteínas, e o sulfito de sódio,

quando adicionado, ajuda a remover alguns destes compostos nitrogenados (SILVA

e QUEIROZ, 2005).

O conteúdo celular (parte solúvel) é composto basicamente de proteínas

solúveis, açúcares, lipídios, nitrogênio não protéico, pectina, amido e outros

constituintes solúveis em H2O (MARCHA ANALÍTICA LNA, 2006).

Segundo Silva e Queiroz (2005), o propósito da adição do sulfito de sódio na

determinação de FDN é reduzir o nível de proteína e remover resíduos de queratina

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de origem animal. O sulfito quebra as pontes de enxofre e, assim, dissolve várias

proteínas que estão ligadas por meio de pontes de enxofre em sua estrutura.

Amostras com teores de lipídios acima de 10% podem interferir na

determinação de FDN, principalmente se ocorre formação de camada de óleo na

solução, uma vez que os detergentes são mais solúveis na camada de lipídios que

na água. Altos valores de FDN podem ocorrer. A remoção simples de lipídios pode

ser feita através do aquecimento da amostra com etanol (suficiente para cobrir a

amostra) (SILVA e QUEIROZ, 2005).

O procedimento para a análise baseia-se em pesar 0,35g de amostra seca e

moída, em um tubo de ensaio de 100 ml. Adiciona-se 35 ml da solução de

detergente neutra e leva-se os tubos para o bloco digestor, tampando com bolas de

gude e aquecendo-os até a ebulição (125ºC) durante 60 minutos (a contar do início

da ebulição). Após este período de aquecimento, filtra-se o conteúdo em um cadinho

de Gooch previamente tarado, com auxílio de uma bomba de vácuo. Lava-se 2

vezes com água fervente e em seguida 2 vezes com acetona. Leva-se o cadinho

para a estufa a 105ºC, durante 12 horas. Após este período de secagem, é esfriado

em dessecador e em seguida pesado. Com os dados obtidos, utiliza-se a fórmula da

Figura 31, para determinar a quantidade de FDN da amostra analisada (MARCHA

ANALÍTICA LNA, 2006)

FIGURA 31 – FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE FDN.

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% FDN = P - P’ x 100 peso da amostra (g)

P= peso do cadinho + FDN P’= peso do cadinho vazio

%Conteúdo celular = 100 - %FDN

(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

4.3.2 Determinação da Fibra em Detergente Ácido (FDA)

O método da “Fibra em Detergente Ácido” (FDA), desenvolvida por VAN

SOEST – 1967, permite conhecer os constituintes menos solúveis da parede celular,

sendo que posteriormente, poderão ser determinadas: celulose, lignina, nitrogênio

insolúvel em detergente ácido (que representa o nitrogênio lignificado), cinzas

insolúveis em ácido e sílica (LANES et al., 2006).

A fibra em detergente ácido é constituída na sua quase totalidade de

lignocelulose, ou seja, lignina e celulose. Uma solução detergente ácida

“quaternária” é usada para dissolver o conteúdo celular, hemicelulose e minerais

solúveis, deixando um resíduo fibroso constituído de celulose, lignina e proteína

danificada pelo calor e parte da parede celular e minerais insolúveis (cinzas) (SILVA

e QUEIROZ, 2005).

Segundo Silva e Queiroz (2005), a hemicelulose constitui um grupo de

substâncias em que se incluem os polímeros de pentoses (xilose, arabinose etc.) e

certos polímeros de hexoses e ácidos urônicos. Geralmente é menos resistente a

tratamento químico e mais digerível que a celulose, porém menos que os

carboidratos solúveis e o amido.

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Conhecendo-se a porcentagem dos constituintes da parede celular (FDN) e

da FDA do material analisado, é possível calcular a fração de hemicelulose apenas

pela diferença entre aquelas frações (SILVA e QUEIROZ, 2005).

O procedimento para a análise baseia-se em pesar 0,35g de amostra seca e moída,

em um tubo de ensaio de 100 ml. Adiciona-se 35 ml da solução de detergente ácida

e leva-se os tubos para o bloco digestor, tampando com bolas de gude e

aquecendo-os até a ebulição (125ºC) durante 60 minutos (a contar do início da

ebulição). Após este período de aquecimento, filtra-se o conteúdo em um cadinho de

Gooch previamente tarado, com auxílio de uma bomba de vácuo. Lava-se 2 vezes

com água fervente e em seguida 2 vezes com acetona. Leva-se o cadinho para a

estufa a 105ºC, por 12 horas. Após a secagem, é esfriado em dessecador e em

seguida pesado. Com os dados obtidos, utiliza-se a fórmula da Figura 32, para

determinar a quantidade de FDA da amostra analisada (UFPR, 1997).

FIGURA 32 – FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE FDA.

% FDN = P - P’ x 100 peso da amostra (g)

P= peso do cadinho + FDA P’= peso do cadinho vazio

%Conteúdo celular = 100 - %FDN

(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

4.3.3 Determinação de Lignina

De acordo com Silva e Queiroz (2005), o termo lignina é usado para

designar um grupo de substâncias com unidades (básicas) químicas semelhantes. A

estrutura química da lignina é muito complexa e muito bem definida. Silva e Queiroz

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(2005) referem-se a ela como os polímeros 3-metóxi-fenilpropenol e 3-5-dimetóxi-

fenilpropenol, ligados em proporções variadas de produtos, o que dificulta a sua

exata definição.

Na determinação de lignina pelo método de permanganato deve-se levar em

conta certos pigmentos, taninos ou proteínas, que são insolúveis na solução

detergente ácido, mas que são oxidados pelo permanganato (MARCHA ANALÍTICA

LNA, 2006).

Na nutrição animal, a importância da lignina prende-se à sua influência

negativa sobre a digestibilidade de outros nutrientes, evidenciada pelas altas

correlações negativas do teor de lignina com a digestibilidade da matéria seca, da

celulose e da hemicelulose. Esta alta correlação negativa pode ser ocasionada pela

indigestibilidade da lignina por si ou por uma “barreira física” que a lignina indigerida

oferece à digestão dos nutrientes no interior da célula (SILVA E QUEIROZ, 2005).

Segundo FUKUSHIMA et al. (1999), a concentração de lignina nas plantas

forrageiras tem sido constantemente responsabilizada como um dos fatores

limitantes da digestibilidade da planta. Embora as correlações entre teor de lignina e

digestibilidade sugiram esta associação, não são necessariamente provas que a

lignina seja realmente a principal responsável pela menor digestibilidade da matéria

seca. Entretanto, quando se trata de relacionar concentração de lignina com a

digestibilidade das frações fibrosas, que são os sítios onde a lignina exerce o seu

efeito deletério na digestão, os resultados poderão ser melhor evidenciados.

Fukushima et al. (1999), sugeriram que a lignina inibe primordialmente a

digestão da parede celular do que a digestão da totalidade da matéria seca.

A maioria dos vegetais durante o preparo das amostras no laboratório em

temperatura superior a 55ºC poderá elevar o teor aparente de lignina, devido à

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formação do complexo hemicelulose e proteína com lignina. A formação deste

complexo envolve uma reação não enzimática e altamente influenciada pelo teor

inicial de água na amostra (SILVA e QUEIROZ, 2005).

A lignina é determinada a partir da fibra em detergente ácido (celulose,

lignina, cutina, minerais e sílica). Existem dois métodos de determinação: o do ácido

sulfúrico a 72% p\p (lignina “klason”) e o do permanganato de potássio (lignina

“permanganato”). A escolha do método vai depender do tipo de material analisado e

do objetivo dos dados que se quer obter. A vantagem do método de permanganato é

sua maior rapidez, permitir determinar o teor de celulose e de sílica da amostra, ser

menos corrosivo, além de ser menos afetado pelos danos da temperatura durante a

secagem inicial da amostra. Entre as desvantagens cita-se o tamanho das

partículas, rigorosamente inferior a 1 mm, afim de que haja melhor contato entre elas

e os reagentes (SILVA e QUEIROZ, 2005).

A lignina é oxidada por meio de uma solução tamponada de ácido acético e

permanganato de potássio, contendo ferro trivalente e prata monovalente como

catalisadores. Os óxidos de ferro e manganês depositados são dissolvidos numa

solução alcoólica contendo os ácidos oxálico e clorídrico (solução de

desmineralização), deixando no cadinho filtrante apenas celulose e minerais

insolúveis. A lignina é calculada apor diferenças de peso após estes tratamentos,

enquanto a celulose e a cinza insolúvel são determinadas pela perda de peso após

queima em mufla. O resíduo, cinzas insolúveis, é praticamente sílica. A maioria do

material não-silicoso pode ser removida, por lavagens, com ácido bromídrico

concentrado (48%) (SILVA e QUEIROZ, 2005).

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A adição do álcool butil terciário na solução tamponada de permanganato

tem como função, eliminar a resistência de algumas FDA durante a oxidação da

lignina (UFPR, 1997).

Para realização da determinação da lignina de uma amostra, apartir do

método lignina “permanganato”, utiliza-se o cadinho contendo FDA. Adiciona-se 21

ml da solução combinada de permanganato – tampão e com ajuda de um bastão de

vidro, mistura-se a amostra com essa solução. Levar em bandeja esmaltada

contendo água destilada suficiente para chegar ao nível da solução contida no

cadinho, onde ficará durante 90 minutos. A cor púrpura deve estar presente durante

toda a oxidação, não ocorrendo isto, filtrar e trocar por nova solução. Após 90

minutos filtrar e adicionar 21 ml de solução de desmineralização, deixando por 10

minutos e filtrar novamente lavando com etanol 80% e acetona. Deixa secar durante

12 horas em estufa a 105°C, após este período, retira e deixa esfriar a temperatura

ambiente em dessecador, e em seguida é pesado. Com os valores determinados,

utiliza-se a fórmula da Figura 33.

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FIGURA 33 – FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE LIGNINA.

(Fonte: MARCHA ANALÍTICA LNA UFPR, 2006).

4.3.4 Determinação de Celulose

A celulose é um polímero linear com ligação 1,4 entre unidades de glicose. A

determinação da celulose é feita mediante a incineração em mufla durante 3 horas a

500° C (MARCHA ANALÍTICA LNA, 2006).

Para se obter a quantidade de celulose a partir do resíduo da lignina

“permanganato”, leve os cadinhos para mufla à 500ºC, durante três horas, pese a

quente ou resfrie em dessecador até o equilíbrio com o ambiente e registre os

pesos. Calcule a porcentagem de celulose pela diferença nas pesagens antes e

depois da queima. A quantidade de celulose, a partir da lignina “Klason”, é obtida

pela diferença na perda de peso da fibra em detergente ácido, no passo que

acontece a queima em mufla, na determinação da lignina pelo método de lignina

“Klason (SILVA e QUEIROZ, 2005).

Para determinação da celulose, utiliza-se o cálculo da Figura 34.

% LIGNINA = P - P’ x 100

peso amostra em g P = cadinho + FDA P’= cadinho + celulose + cinza + sílica

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FIGURA 34 – CÁLCULO PARA DETERMINAÇÃO DE CELULOSE.

(Fonte: MARCHA ANALÍTICA LNA UFPR, 2006).

4.4 DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO

O cálcio é o elemento mineral mais abundante encontrado no organismo

animal, exercendo funções plásticas e dinâmicas. O teor do organismo se situa entre

1,5 a 2%. Mais do que 90% do cálcio é encontrado no esqueleto, sendo, portanto, os

tecidos moles pobres no mesmo (ANDRIGUETTO et al., 2002).

O cálcio exerce função plástica e dinâmica no organismo. A função plástica

se manifesta pela formação do tecido ósseo-ossificação, onde está estreitamente

ligado ao fósforo e ao magnésio. O osso é constituído de uma matriz protéica sobre

a qual se fixam, por ordem de grandeza, o fósforo tricálcico, o carbonato de cálcio e

o fosfato dissódico, além de microelementos minerais entre outros (ANDRIGUETTO

et al., 2002).

Entre os macrominerais, o cálcio destaca-se por ser além de essencial à

estrutura óssea, essencial ao metabolismo corporal, distribuído nos fluidos e tecidos

do corpo. Alguns exemplos da necessidade de cálcio pelas aves referem-se à

formação e manutenção dos ossos, formação da casca do ovo, transmissão de

impulsos nervosos, coagulação sanguínea, contração muscular, ativador de

% CELULOSE = P - P’ x 100 peso amostra em g P= peso do cadinho + celulose + cinza + sílica P’= peso do cadinho + cinza + sílica

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sistemas enzimáticos, coadjuvante na secreção de alguns hormônios, entre outros

(MUNIZ et al., 2007). No sangue, o cálcio se localiza principalmente no plasma,

onde cerca da metade se encontra ligado a proteínas, em forma solúvel

(ANDRIGUETTO et al., 2002).

Segundo Andriguetto et al. (2002), a absorção de cálcio está condicionada à

formação de uma proteína a qual serve de transporte para a absorção do mesmo, e

a formação desta proteína depende da existência de níveis adequados de vitamina

D na dieta. A absorção do cálcio está, em sua maior parte, condicionada à vitamina

D. Outro fator importante é a conveniente relação cálcio : fósforo na dieta, situada

entre 2 : 1, mas variável de 1 : 1 até a relação mais larga, conforme a espécie.

O teor de cálcio nos alimentos é bastante variável, porém, de maneira geral,

os vegetais (forragens) verdes são mais ricos em cálcio do que os grãos de cereais

e seus subprodutos, que podem ser considerados pobres neste elemento

(ANDRIGUETTO et al., 2002).

De acordo com Silva e Queiroz (2005), para determinação do cálcio

inorgânico total, é necessário que o cátion a ser analisado por espectrofotometria de

absorção atômica (EAA) esteja em solução. De maneira geral, são usadas soluções

aquosas. A concentração do elemento a ser determinado (cálcio) deverá absorver

entre 20 e 80% da energia radiante (0,2 a 0,8 de absorvância) disponível no

comprimento de onda analítico a ser usado para os vários elementos, dentro de sua

faixa ótima de trabalho.

A solução a ser preparada para forragens, alimentos e fezes, é a mesma

utilizada para solução mineral (SILVA e QUEIROZ, 2005).

O princípio da determinação de Ca é a titulação com EDTA, que acarreta a

progressiva complexação dos íons Ca++, e por fim o íon metálico é deslocado do

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complexo Ca-Ind e convertido em Ca-EDTA com a liberação do indicador Ind

(UFPR, 1997).

O ponto final é acusado quando pela mudança de coloração do complexo

Ca-Ind para a do corante livre. O complexo Ca-Ind deve ser suficientemente estável,

pois do contrário, em virtude de sua dissociação, não haverá mudança de coloração

nítida. Porém, o complemento Ca-Ind tem de ser menos estável do que o

complemento Ca-EDTA, que para a reação citada possa ocorrer convenientemente

(Figura 35). Finalmente, o indicador deve ser muito sensível em relação ao íon

metálico, para que a mudança de coloração possa ocorrer tão perto quanto possível

do ponto de equivalência. Usa-se a constante de estabilidade (Kf) do complexo Ca-

EDTA = 5,0 x 1010 (MARCHA ANALÍTICA UFPR, 2006).

FIGURA 35 – REAÇÃO DE TITULAÇÃO COM EDTA.

Ca-Ind + EDTA Ca-EDTA + Ind

(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

Para realização de tal análise é necessário a preparação da solução mineral

ou “solução mãe”. A preparação da Solução Mãe baseia-se no uso das cinzas do

Resíduo Mineral. No cadinho contendo as cinzas da análise de Resíduo Mineral,

adiciona-se aproximadamente 10 ml de HCl 50%. Sofre aquecimento brando por 10

minutos, evitando a secagem. Em seguida, este conteúdo, após ser resfriado a

temperatura ambiente, é filtrado em um balão aferido de 250 ml, utilizando um papel

filtro. Lava-se aproximadamente 5 a 6 vezes o cadinho com água destilada, e o

volume do balão é completado com água destilada, até atingir a marca de 250 ml

(MARCHA ANALÍTICA UFPR, 2006).

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Adiciona-se cerca de 40 ml de água destilada + ácido clorídrico concentrado

(+- 5 ml, ou até dissolver todo o CaCO3). Transfere quantitativamente para um balão

volumétrico de 100 ml e completa o volume. Toma-se uma alíquota de 0,5 ml desta

solução e procede-se de maneira idêntica à determinação de cálcio (UFPR, 1997).

Durante o procedimento, pipeta-se alíquotas da solução mineral, contendo

entre 0,08 mg a 1,5 mg de Cálcio em Becker de 250 ml e completar o volume para

aproximadamente 100 ml de água destilada. Coloca-se 3 ml de hidróxido de sódio a

30%, 2ml de trietanolamina 1:1, 2ml de cianeto de sódio a 2% e o indicador (UFPR,

1997).

Titula-se com EDTA 0,1 M (viragem ocorre da coloração vermelha para

azul), anotando o resultado do volume gasto na pasta de entrada da amostra

correspondente (UFPR, 1997).

4.5 DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO

O fósforo, elemento descoberto por Brant em 1669, se caracteriza por sua

instabilidade no meio ambiente quando em contato com o ar, oxidado na forma de

pentóxido de fósforo. Após anos, Boyle em 1694 preparou o ácido fosfórico

dissolvendo o óxido na água. O fósforo na vida animal representa um elemento vital,

motivo no qual é o alvo de maior atenção na formulação de suplementos e rações (O

FÓSFORO..., 1997).

Segundo Butolo (2002), o fósforo é o segundo mineral mais abundante

encontrado no organismo animal. Como componente de células, tecidos e órgãos

dos seres vivos, participa de processos biológicos, bioquímicos e fisiológicos, como

na absorção dos carboidratos, na biossíntese de proteínas, na liberação e transporte

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de energia, na ativação de complexos vitamínicos, no sistema enzimático e sendo

um componente dos ácidos nucléicos (DNA e RNA), é necessário para a

transmissão genética.

Embora seja um elemento essencial para os processos vitais, o fósforo é

relativamente abundante na natureza, pois constitui apenas 0,12% da crosta

terrestre. Os solos das regiões de clima tropical apresentam deficiências de fósforo.

No Brasil, especificamente, 80% dos solos agricultáveis têm baixos teores de

fósforo, conseqüentemente, as pastagens brasileiras fornecem mais do que 0,15%

do fósforo, ou seja, os animais têm a disposição não mais do que 1,5% de fósforo

por kg de matéria seca de capim (BUTOLO, 2002).

Para Andriguetto et al. (2002), cerca de 80% do fósforo no organismo animal

se encontra no tecido ósseo sob a forma de fosfato tricálcico e trimagnesio. É

importante lembrar que os aportes de fósforo para o organismo animal, realizado

pela alimentação, sob forma mineral ou orgânica, liberando fosfatos ao se

hidrolisarem no intestino, sofrem ação de vários fatores antes de serem absorvidos.

O fósforo contido na solução mineral, proveniente de rações, forragens,

tecidos e etc., reagindo com o molibdato de amônio, produz amônio fosfomolibdato.

Este é reduzido pela vitamina C (redutor), que não produz efeito sobre o molibdato

de amônio que não reagiu dentro da solução (SILVA e QUEIROZ, 2005).

Segundo Silva e Queiroz (2005), a quantidade de fósforo é determinada

medindo-se a intensidade de cor azul que é produzida pela formação de

fosfomolibdato. A coloração azul é devida aos óxidos coloidais reduzidos de

molibdato.

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A intensidade da cor desenvolvida pelo fosfomolibdato depende da acidez e

da temperatura da solução. A cor é estável em solução ácida (SILVA e QUEIROZ,

2005).

Para preparo da amostra para realização do procedimento, faz-se uma

solução mineral, pega uma alíquota da solução a ser analisada e a transfere para

um balão de 50 ml. O volume da alíquota vai depender da riqueza (concentração) da

amostra, em fósforo (SILVA e QUEIROZ, 2005).

Acrescente cerca de 20 ml de água destilada, adicione 5 ml da solução ácida

de molibdato de amônio e 2 ml de vitamina C a 2%, recentemente preparada, ou 2

ml de reagente Elon. Complete o volume com água destilada (SILVA e QUEIROZ,

2005).

Segundo Silva e Queiroz (2005), faça a leitura, cinco minutos após

completar os volumes com água destilada, no espectrofotômetro no comprimento de

onda de 725 nm, ajustado para 0% de absorvância (100% transmitância), utilizando

o branco. Obtenha os valores de transmitância, observância ou concentração e faça

os cálculos, tomando como base os valores das leituras das soluções-padrão de

fósforo.

O fósforo pode ser determinado também, pela Determinação Gravimétrica

de Pentóxido de Fósforo (P2O5) pelo Fosfomolibdato de Quinolina (QUIMOCIAC).

Este método baseia-se na precipitação, em meio ácido, do íon ortofosfato como

fosfomolibdato de quinolina. Para realização de análise, deve-se seguir os devidos

procedimentos: pipetar uma alíquota de solução mãe (5 a 50 ml) dependendo da

quantidade presumida de fósforo da amostra; adicionar 60 ml de água destilada;

adicionar 10 ml de ácido nítrico diluído em água na proporção de 1:1 e ferver por 10

minutos e esfriar (marcar o tempo depois do início da fervura). Adicionar reativo de

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quimociac (30 a 50 ml) dependendo da quantidade de fósforo e deixar ferver por 1

minuto. Após esfriar filtrar em cadinho ou funil de placa porosa, previamente seco e

tarado, secar em estufa a 105°C por 3 horas. Esfria r em dessecador e pesar. Com

este resultado, utiliza-se a fórmula da Figura 36, para determinar a quantidade de

fósforo da amostra (UFPR, 1997).

FIGURA 36 – FÓRMULA PARA DETERMINAÇÃO DE

FÓSFORO.

% P2O5 = ____P - P’ x 0,03207 x 100____

diluição amostra em g

% P = __% P2O5 x 62___ 142

P = peso do funil ou cadinho com resíduo

P’= peso do funil ou cadinho vazio

0,03207 = fator de conversão do precipitante P2O5

62= peso molecular do fósforo 142 = peso molecular do P2O5

(Fonte: LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL UFPR, 2006).

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4.6 DETERMINAÇÃO DE MAGNÉSIO

O magnésio representa cerca de 0,05% do peso do corpo. No homem

adulto, encontra-se cerca de 25 g de Mg, sendo 10 a 12 g no tecido ósseo, 10 g ou

menos nos tecidos moles e cerca de 0,5 g nos líquidos do corpo (ANDRIGUETTO et

al., 2002).

De acordo com Andriguetto et al. (2002), o magnésio está relacionado com o

trabalho muscular e nervoso (na excitabilidade neuromuscular os íons K e Na se

comportam como excitantes enquanto que os íons Ca e Mg como depressores; o

excesso de Mg determina uma paralisia periférica, bem como dos centros nervosos;

o Ca é o principal elemento moderador). O magnésio atua ainda na síntese de

proteínas, na utilização da glicose, bem como na transferência dos grupos metil e na

fosforilação oxidativa. É ativador de várias enzimas, principalmente daquelas ligadas

à transferência de fosfato do ATP para um receptor de fósforo. Assim o Mg está

relacionado com o sistema cardiovascular, com o metabolismo dos lipídios, dos

glicídios e das proteínas, com a estrutura óssea, com a função das células nervosas,

além de ser necessário para o crescimento, desenvolvimento e produção dos

animais. Há evidências de que está relacionado também com o processo de

termorregulação.

O magnésio tem seu metabolismo relacionado com a litíase renal e

problemas cardiovasculares, inclusive com calcificação da aorta, depósitos de

lipídeos nas válvulas venticais e na aorta, bem como alterações nas células do

músculo cardíaco. Está evidenciado que o Mg previne a acumulação de colesterol

na corrente circulatória (ANDRIGUETTO et al., 2002).

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Para Andriguetto et al. (2002), na deficiência de magnésio, observa-se

também disritmia e trombose, bem como mudanças estruturais nas mitocôndrias do

músculo cardíaco. O magnésio está estreitamente ligado ao metabolismo e a

excreção do cálcio e do fósforo, daí sua deficiência provocar a formação de cálculos

renais.

A mais conhecida manifestação de carência de magnésio nos animais

domésticos é a “tetania das pastagens”. A mesma é caracterizada por um baixo

nível de magnésio sérico, hiperirritabilidade, tetania e convulsões. Ocorre

principalmente nos animais mantidos em pastagens novas (início do ciclo

vegetativo), com o crescimento rápido e geralmente naquelas com altos níveis de

nitrogênio e potássio. A tetania das pastagens pode surgir em poucos dias em gado

adulto, que recebe suprimento inadequado de magnésio, pois estes não podem

mobilizar o magnésio estocado no tecido ósseo, tão eficientemente quanto os

animais jovens, nos quais o quadro clínico somente se instala após longo intervalo

(ANDRIGUETTO et al., 2002).

Para determinação de magnésio da amostra analisada, faz-se a titulação

direta do íon magnésio com EDTA, onde usa-se o Negro de Eriocromo T como

indicador. A solução é ajustada a pH 10 com uma mistura tampão de amônia-cloreto

de amônio. O volume gasto na titulação é equivalente a quantidade de íons Ca e

Mg; sendo que os íons Ca são complexados antes dos íons de Mg, devido a

estabilidade do complexo com EDTA (UFPR, 1997).

Para saber o volume equivalente para o magnésio, basta subtrair o volume

de Ca+ Mg do volume gasto na determinação de Cálcio. A constante de estabilidade

do complexo Mg-EDTA é 4,9 x 108 (UFPR, 1997).

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Para realização de tal procedimento, pipeta-se alíquotas de 5 ml da solução

mineral em Becker de 250ml, e completa-se o volume com 100 ml de água destilada

(UFPR, 1997).

Adiciona-se 5 ml de solução tampão e o indicador (+- 3 gotas). Titula-se com

EDTA 0,1M, sendo a viragem realizada da cor vermelho-vinho para azul. Atingindo

esta coloração, anota-se o valor do volume gasto na titulação na pasta de resultados

da analise, seguindo-se dos cálculos da Figura 37 para determinar a quantidade de

magnésio na amostra analisada (UFPR, 1997).

FIGURA 37 – CÁLCULOS PARA DETERMINAÇÕ DE MAGNÉSIO.

% Mg = _(v’ v) x M x F x 24,312 x Fd_ x 100 p.a.

v’ = volume de EDTA gasto na titulação de Ca+Mg

v = Volume de EDTA gasto na titulação de Ca

p.a. = peso da amostra em mg

M = molaridade do EDTA

F = fator de correção do EDTA

24,312 = equivalente grama do magnésio

Fd = fator de diluição da solução mineral.

(Fonte: MARCHA ANALÍTICA LNA UFPR, 2006).

4.7 DETERMINAÇÃO DE SÓDIO E POTÁSSIO

Em alimentação é difícil estudar o sódio e o cloro separadamente, mesmo

porque a suplementação é feita através do sal comum. Quando este é retirado da

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dieta, o sódio aparece como primeiro limitante, porque o nível de sódio, na maioria

dos ingredientes para rações, é mais baixo do que aquele de cloro. Conjuntamente o

cloro e o sódio intervêm no equilíbrio da pressão osmótica (ANDRIGUETTO et al.,

2002).

O sódio constitui a maior parte das bases do soro sanguíneo, encontrando-

se principalmente nos líquidos extracelulares (ANDRIGUETTO et al., 2002).

O sódio, juntamente com o potássio, estão envolvidos na homeostasia dos

fluídos e eletrólitos do organismo. O cloro é necessário para a ativação enzimática

que leva à formação adreno-corticotrópicos e a alta concentração de potássio no

plasma, induz à liberação da aldosterona. Assim, quando se quebra a relação

sódio/potássio, com excesso de potássio, o cloro intervém para a regularização da

mesma (ANDRIGUETTO et al., 2002).

De acordo com Adriguetto et al. (2002), o potássio se encontra no organismo

animal principalmente sob forma mineral, como cloreto de potássio, representando

0,25% do peso do corpo. Juntamente com o sódio, que ocorre em maior

concentração no líquido extracelular, o potássio ocorre principalmente dentro das

células, tornando possível a osmose e o normal equilíbrio da água. O potássio, além

das funções comuns referentes ao sódio, também está relacionado nas células com

a glicólise, formação do glicogênio, bem como com a síntese e a utilização das

proteínas. Ele está ligado à função enzimática celular.

A carência em potássio conduz a distúrbios do crescimento, distúrbios da

ovulação, oligospermia e esterilidade (ANDRIGUETTO et al., 2002).

A fotometria de chama é a mais simples das técnicas analíticas baseadas

em espectroscopia atômica e é utilizada largamente em análises clínicas e controle

de qualidade de alimentos, além de inúmeras outras aplicações, para averiguar a

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quantidade de íons de metais alcalinos e alcalino-terrosos, como o sódio. Nesse

caso, a amostra contendo cátions metálicos é inserida em uma chama e analisada

pela quantidade de radiação emitida pelas espécies atômicas ou iônicas excitadas.

Esses elementos emitem radiação eletromagnética na região do visível em uma

chama argás combustível (GLP), que opera em uma temperatura entre 1700 e 1900º

C. A fotometria de chama é, portanto, uma alternativa instrumental de baixo custo

para determinação de Na+ e outros em diferentes tipos de amostras (NOBREGA et

al., 2004).

4.8 DETERMINAÇÃO DE ENERGIA BRUTA

De acordo com Andriguetto et al.(2002), a energia de um alimento é medida

em calorias, bem como as necessidades energéticas dos animais são,

evidentemente, expressas em calorias. Em nutrição animal a medida de aferição é a

quilocaloria, ou grande caloria, expressa pelos símbolos Cal ou kcal e significa a

quantidade de calor necessária para elevar 1ºC, a massa de 1L de água na

temperatura de 14,5ºC. Esta medida é feita na bomba calorimétrica de oxigênio ou

calorímetro a oxigênio de Parr.

A energia bruta refere-se à quantidade de calor liberado (kcal/kg ou kcal/g)

de determinada amostra, quando esta é completamente oxidada em ambiente rico

em oxigênio (25 a 30 atm de oxigênio) (SILVA e QUEIROZ, 2005).

A energia bruta dos alimentos, por si, tem pouca aplicação, porém é o ponto

de partida para se determinarem outras medidas energéticas dos alimentos: energia

digestível, metabolizável, etc. (SILVA e QUEIROZ, 2005).

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O aparelho usado na determinação da energia bruta dos alimentos é a

bomba calorimétrica (calorímetro adiabático de Parr) (Figura 38), a qual consiste,

basicamente, em cilindro metálico hermeticamente fechado (Figura 39), onde a

amostra é colocada em recipiente próprio com 25 a 30 atm de oxigênio (SILVA e

QUEIROZ, 2005).

FIGURA 38 – BOMBA CALORIMÉTRICA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

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FIGURA 39 – CÁPSULAS METÁLICAS DA BOMBA CALORIMÉTRICA DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

Segundo Silva e Queiroz (2005), a combustão é feita através de um circuito

elétrico que determina a queima de um fusível, que se encontra em contato com a

amostra, liberando uma faísca elétrica para início da combustão. Visto que a bomba

calorimétrica é mergulhada num recipiente com 2L de água destilada em condições

adiabáticas, a combustão da amostra provoca a elevação da temperatura da água

na qual a bomba se acha imersa.

Medindo a elevação da água em condições adiabáticas e conhecendo o

equivalente hidrotérmico da bomba, calcula-se a energia bruta da amostra (SILVA e

QUEIROZ, 2005).

Para realização da análise, pese de 0,5 a 1 g de amostra seca ao ar,

dependendo do tipo de material a ser analisado. Coloque a cápsula com a amostra

no eletrodo e instale o fusível metálico entre os elétrodos da bomba. O fusível deve

ter contato com a amostra, mas não deve tocar na cápsula. Feche bem a tampa da

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bomba e a válvula de liberação de gases. Adapte a válvula de entrada de gases ao

balão de oxigênio e adicione, lentamente, o oxigênio até atingir 25 a 30 atm.

Coloque 2.000 ml de água destilada no recipiente oval do calorímetro, fazendo em

seguida a imersão da bomba. A temperatura da água deve estar entre valores

mensuráveis nos termômetros. Ligue o eletrodo que se comunica à fonte de energia

e feche o circuito. Ligue e registre a temperatura final após esta se mantiver estável

durante 3 minutos, a intervalos de 1 minuto. Desligue a máquina e retire o recipiente

da água. Retire o excesso de pressão da bomba, abrindo a válvula; remova os

resíduos do fusível metálico que não tenham sido completamente oxidados e meça-

os. Titule usando-se solução de carbonato de sódio padronizada e metilorange como

indicador para determinar a quantidade de ácido formado pela oxidação. Cada ml de

solução de Na2CO3 gasto na titulação corresponde a uma caloria (SILVA e

QUEIROZ, 2005).

4.9 DETERMINAÇÃO DO PH

O pH ou potencial hidrogeniônico é um valor de grande importância para as

silagens. Ele nos informa sobre a qualidade destas pois está ligado diretamente com

o teor de ácido lático e butírico produzido durante a fermentação (UFPR, 1997).

De acordo com Silva e Queiroz (2005), a silagem é o produto da forragem

verde, depois de fermentada, na ausência do oxigênio. O armazenamento é

processado em silos, depois de a forragem ter sido convenientemente picada e

compactada.

A fermentação é conseqüência da atividade bacteriana, a qual produz,

dentre outros, os ácidos lático e acético durante a fermentação do material ensilado.

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A forragem ensilada continua, ainda, em fermentação durante um tempo,

dependendo da maior ou menos quantidade de oxigênio presente no silo após a

compactação (SILVA e QUEIROZ, 2005).

O pHmetro é o equipamento utilizado para a medida do pH em

alimentos. Ele é constituído de dois eletrodos, um de referência e um de medida, e

um galvanômetro ligado a uma escala de unidades de pH. Esta escala é geralmente

entre pH 1 e 14 (CARVALHO, 2008).

Para determinação do pH, pega-se um Becker de 250 ml, onde é pesado 9 g

de silagem fresca e adiciona-se 60 ml de água deionizada. Deve ser deixado em

repouso por 30 minutos e ocasionalmente ser agitado com um bastão de vidro.

Logo após, faz-se a leitura do pH em potenciômetro calibrado com solução tampão

4,0 e 7,0 (UFPR, 1997).

4.10 DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ

A importância de se determinar a acidez titulável baseia-se no fato de o pH

hidrogeniônico não guardar perfeita correlação com o teor de ácido lático da silagem

(SILVA e QUEIROZ, 2005).

Durante a ensilagem, às vezes são adicionadas: uréia, calcário e outros

aditivos, que acabam por interagir no valor do pH (UFPR, 1997).

Para determinação da acidez, utiliza-se o becker com a amostra adicionado

de água destilada, já utilizado na determinação do pH. A titulação é feita com uma

solução de NaOH 0,1 N; até pH 7,0. Anota-se o volume gasto e o resultado é

expresso através desse volume de NaOH 0,1 N utilizado na titulação (UFPR, 1997).

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4.11 ANÁLISES ATRAVÉS DO MÉTODO INFRAVERMELHO - NIRS

O princípio de análise NIRS consiste na absorção da luz infravermelha

proximal (1100 a 2500 nm) por compostos orgânicos. O método se baseia no fato de

que cada um dos principais componentes das forragens tem características de

absorção específicas, onde há vibrações das ligações hidrogenadas induzidas pelo

calor nos grupos funcionais das moléculas (TEORIA GERAL..., 2006).

O espectrômetro NIR (Near Infrared Reflectance) ou NIT (Near Infrared

Transmitance) é um equipamento de alta precisão que efetua análises de alimentos

e outras amostras orgânicas (e algumas inorgânicas) através do princípio de

emissão de radiação eletromagnética. A energia radiante do infravermelho (IV) é

empregada para caracterizar substâncias orgânicas. O espectrômetro NIR (Figura

40) se baseia na aplicação da matemática à química analítica (quimiometria), sendo

a técnica, uma integração da espectroscopia, estatística e computação de dados

(TEORIA GERAL..., 2006).

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FIGURA 40 – NIRS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

Assim, pelo NIRS há condições de prognosticar o conteúdo dos diferentes

componentes nutricionais, através de equações de calibração (Figura 41) para cada

um desses (TEORIA GERAL..., 2006).

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FIGURA 41 – EQUAÇÃO DE UMA ANÁLISE ATRAVÉS DO NIRS DO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO ANIMAL DA UFPR.

O espectro infravermelho foi descoberto em 1800 por Herschel. O

pesquisador verificou que algumas cores de luz conduziam calor em ondas mais

longas do que todas as luzes visíveis e se apresentavam invisíveis aos olhos

humanos, denominando-os raio infravermelho (TEORIA GERAL..., 2006).

A espectroscopia de reflectância no infravermelho próximo (NIRS) teve seus

primeiros relatos em 1939, na Pensilvânia. Comercialmente foi utilizada em 1985.

Em 1988 o método foi aceito oficialmente (TEORIA GERAL..., 2006).

Os compostos orgânicos presentes nos alimentos absorvem energia

eletromagnética na região do IV. Em suas absorções vibracionais, as ligações

covalentes se comportam como se fossem elásticas. O espectro no IV das

moléculas orgânicas tem sido comparado à sua impressão digital (TEORIA

GERAL..., 2006).

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O NIRS se baseia no fato de que as ligações covalentes das substâncias

orgânicas absorvem essa energia, usando-se essa absorção para estimar o número

e tipo de ligações moleculares nas amostras. Em outras palavras, o princípio

mecânico seria o de iluminar uma amostra com luz de comprimento de onda

específico e conhecido da região do infravermelho próximo. A absorção de luz então

é medida por diferenças entre a quantidade de luz emitida pelo NIR e a quantidade

de luz refletida pela amostra, relação através da qual pode-se predizer a sua

composição química, desde que as leituras obtidas possam ser instantânea,

efetivamente comparadas e ajustadas na matriz de um banco de dados

armazenados que calibra o software de logística do equipamento (TEORIA

GERAL..., 2006).

Apresenta como desvantagem funcional a baixa sensibilidade para muitas

bandas sobrepostas, impossibilitando análises estruturais e micro análises. A

sensibilidade limita-se a 0,15% para a maioria dos constituintes dos alimentos. Por

outro lado, a região do NIR apresenta como vantagem a análise quantitativa para

constituintes em maior quantidade. Devido ao baixo sinal das bandas e harmônicas

na região do NIR, amostras sólidas não necessitam ser diluídas, e não são sentidos

os efeitos da não linearidade (TEORIA GERAL..., 2006).

Como a maior parte dos alimentos é opaca, as medidas de refletância são

mais adequadas para a análise do NIRS, entretanto o NIRS pode analisar materiais

líquidos com vários graus de viscosidade e transparência, sendo que, para o último

caso, podem ser utilizadas medidas de transmitância ou transreflectância. Uma vez

que alguma luz é absorvida e a restante refletida, o estudo dessa reflexão pode ser

utilizado para determinar a quantidade absorvida (TEORIA GERAL..., 2006).

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Com a falta de distinção das medidas dos picos do espectro fica difícil

redizer a composição do alimento a partir de modelos matemáticos simples, que

indicam quais os comprimentos de onda correspondentes a cada composto

molecular. Como não existe um modelo matemático para descrever a difusão em

uma amostra contendo uma distribuição heterogênea de substâncias químicas, o

NIRS utiliza o artifício de comparar resultados obtidos por laboratório com os

espectros obtidos por ele. Assim, o NIRS é um método secundário que requer

calibração usando amostras de composição conhecidas e determinadas por uma

técnica química padrão (técnicas primárias) (TEORIA GERAL..., 2006).

Para obter uma calibração de determinado nutriente, como por exemplo, as

proteínas, é necessário um grande número de amostras, isso porque, embora exista

uma relação entre carboidratos e proteína na população de referência, esse

relacionamento não representa a população geral. Ou seja, essa relação pode existir

em um determinado alimento, mas, não existir em outro. Mais além, pode existir em

uma amostra de um alimento e não em outra daquele mesmo alimento. Dessa forma

as amostras utilizadas para calibrar o equipamento e para desenvolver as equações

devem representar muito bem a população a ser predita no futuro. Nesse caso,

utiliza-se um grande número de amostras colhidas em diferentes anos e regiões

geográficas distintas, que caracterizem e reflitam as possíveis mudanças a serem

preditas (alguns autores citam entre 100 e 500 amostras para estabelecer

espectros). Para desenvolver uma calibração, relacionam-se às informações

espectrais com as informações de referência (composição química), definindo o

tratamento matemático dos dados, o segmento do espectro a incluir e o método de

regressão a empregar (TEORIA GERAL..., 2006).

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Na seleção do tratamento matemático final, uma das primeiras fases é

detectar as amostras aberrantes, que não se encaixam ou não correspondem à

calibração. Em silagens, um dos coeficientes mais elevados é para PB e

degradabilidade ruminal potencial (R² = 0,99), enquanto que, para digestibilidade in

vivo, é menor (R² = 0,82) (TEORIA GERAL..., 2006).

A seleção matemática será baseada no valor mais baixo do erro-padrão de

calibração (EPC) e no erro-padrão de validação (EPV), combinados com os valores

de coeficientes de determinação (R2), obtidos nas etapas de validação e calibração

(TEORIA GERAL..., 2006).

Várias técnicas de laboratório são utilizadas para calibrar o NIRS. Como o

NIRS reflete essas metodologias, é obvio que o grau de precisão e de repetibilidade

das mesmas vão afetar largamente o grau de precisão do NIRS. As técnicas

escolhidas devem ser avaliadas por um programa de qualidade analítico rigoroso,

com quantificação do desvio-padrão, coeficiente de variação e repetibilidade média

do erro de cada metodologia. É permitida, segundo o Ministério da Agricultura, uma

repetibilidade média do erro de até 10 % para as metodologias mais simples, como

proteína, fibra, matéria seca, extrato etéreo e cinzas, entretanto, os planos de

controle de qualidade analíticos propostos no momento sugerem menores erros

analíticos, compreendidos entre 2,5 a 5,0% para metodologias de bancada, e

menores ainda para metodologias utilizando instrumentos de precisão como a

espectrofotometria de absorção atômica e a cromatografia. Os reagentes e vidrarias

devem passar por um rigoroso controle de qualidade, e, além disso, devem ser

estabelecidos mapas de controle de contaminação e recuperação de amostras

(TEORIA GERAL..., 2006).

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Na ausência de boas rotinas de análise de forragens, o NIRS pode ser uma

alternativa eficaz se as curvas de calibração forem muito bem realizadas. O autor

obteve boas correlações entre a digestibilidade in vitro de matéria orgânica e a FDN

e FDA prognosticadas pelo NIRS, em silagem de milho (TEORIA GERAL..., 2006).

Trata-se de um método potencialmente preciso, não destrutivo e com

predição de características nutricionalmente relevantes, inclusive de silagens

(TEORIA GERAL..., 2006).

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5 DISCUSSÃO

Os métodos de análises utilizados no Laboratório de Nutrição Animal da

UFPR se baseiam em técnicas já existentes, reconhecidos na literatura científica

mundial. Adaptações a esses métodos são realizados decorrente da ausência de

alguns maquinários, produtos, reagentes ou apenas pelo tipo de material a ser

analisado, que pode exigir uma menor quantidade de reagentes, por exemplo, entre

outros.

Apesar de algumas técnicas sofrerem modificações, tanto em relação a

volume e tipos de reagentes quanto equipamentos utilizados, estas continuam tendo

valor técnico/científico. As adaptações realizadas, antes de serem efetivamente

incorporadas na rotina do Laboratório, são estudadas e avaliadas quanto aos

resultados, se diferem ou não significativamente da técnica original citada pelo autor

criador da análise. Não havendo discordância significativa nestes resultados obtidos,

a adaptação realizada pelo Laboratório de Nutrição Animal acaba possuindo o

mesmo valor científico.

Durante o período de estágio curricular, as atividades realizadas no

Laboratório de Nutrição Animal tinham que seguir um “fluxograma” básico, onde

cada etapa era fundamental para que, no final, o laudo da análise realizada fosse o

mais fidedigno possível em relação a amostra recebida.

O envio das amostras era geralmente realizado por empresas de transporte

como: Correios, Transportadoras e outros; quando não levado pessoalmente ao

laboratório. A amostra deveria estar acondicionada de tal modo que durante o

transporte e manuseio da mesma, não houvesse o risco de ocorrer lesões na

embalagem a ponto de interferir na qualidade do produto. Cuidado também deveria

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ser tomado para que uma amostra não viesse a se misturar com outras, como na

maioria dos casos, onde várias amostras eram encaminhadas em um mesmo

recipiente. Em várias ocasiões pode ser notado o mau acondicionamento do material

a ser analisado, que resultava em uma amostra condenada que não poderia ser

encaminhada para análise, pois seus resultados não seriam representativos à

aqueles pretendidos.

O Laboratório de Nutrição Animal da UFPR sempre orientou os clientes de

como enviar as amostras, para com isso, estar recebendo um material mais

semelhante ao que se deseja realizar a análise e evitar resultados errôneos.

Após a entrada e identificação de uma amostra encaminhada corretamente

ao laboratório, no caso de amostras de forrageiras e/ou silagens, eram pesadas e

encaminhadas para as estufas de 65º para secagem, onde ficavam 72 horas ou até

a amostra ficar quebradiça. Depois de retirada da estufa, era esfriada a temperatura

ambiente (até a umidade da amostra entrar em equilíbrio com a umidade do

ambiente) e pesada novamente, determinando com isso o peso seco da amostra.

A amostra já pré-secada era homogeneizada e encaminhada para moagem,

afim de que se apresente como um pó bastante fino. Alguns cuidados no moedor

eram tomados para que não houvesse contaminação cruzada. Dentre eles podemos

citar: limpeza completa do equipamento, afiação das facas, manutenção do moinho

e outros. Depois de moída, a amostra era transferida para uma embalagem limpa,

previamente identificada e que não deveria permitir a entrada de ar.

Com esta amostra de forrageira e/ou silagem apresentando pouca umidade

e estando com partículas mais finas, recebia o mesmo encaminhamento que as

amostras não-forrageiras, como: suplementos vitamínicos, minerais, rações,

farinhas, farelos e outros. Os encaminhamentos eram feitos de acordo com o tipo de

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análise a ser feita no material, seguindo as técnicas recomendadas em bibliografia

consagrada, e já citada ao longo do trabalho.

Entre as principais análises realizadas durante o estágio curricular, podem

ser destacados os métodos de determinação de fibra bruta, proteína bruta e solução

mineral (no laboratório chamado de “solução mãe”). Estas, eram realizadas quase

diariamente, sem intervenção de quaisquer membros da equipe do Laboratório,

cabendo ao estagiário, total responsabilidade sobre o resultado da análise realizada.

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6 CONCLUSÃO

A análise bromatológica dos alimentos é de extrema importância, pois é a

ferramenta através da qual poderemos assegurar a qualidade de um produto. Tendo

os valores nutricionais de cada ingrediente utilizado na fabricação de uma ração, por

exemplo, poderemos obter um melhor equilíbrio nutricional deste alimento, visando

sempre atender as exigências de cada espécie.

A maioria das técnicas de determinação de ingredientes já é conhecida há

muito tempo, porém, visando um resultado cada vez mais fidedigno a amostra

analisada, nos últimos anos empresas tem desenvolvido aparelhos que acabam por

realizar estas análises sem necessitar da intervenção humana todo o momento.

Estas análises acabam sendo mais confiáveis, pois diminuem o percentual de erro

que antes havia quando a técnica era realizada manualmente por um técnico e

outros.

Podemos ver com isso, que com a cobrança e pressão do mercado

consumidor por produtos cada vez mais saudáveis e garantidos, a ciência tem

buscado aperfeiçoar suas técnicas de análises; possibilitando com isso, determinar

cada vez mais, quaisquer alterações existentes em um ingrediente de uma ração,

por exemplo. Isto permite com que os produtos comercializados tenham maior

segurança quanto aos níveis nutricionais, e em caso de alguma alteração, que esta

seja rapidamente identificada e solucionada.

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