trabalho a entregar 2 etapa

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Escola de Engenharia da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia

PRIMEIRO RELATRIO PARCIAL

Grupo: A1 Tutor: Adalberto Carvalho de Rezende Autores Jber de Oliveira Fernandes Izabela Vicente Torres Rodrigo Luiz Mendes Gonalves Rozensky Joseph Tlio Marcondes Moreira

Belo Horizonte, 08 de Novembro de 20111 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG

Contedondice de Figuras:.......................................................................................................................................... 4 1.INTRODUO ............................................................................................................................................ 8 2.OBJETIVOS ................................................................................................................................................. 9 3. DIAGNSTICO DA REA.......................................................................................................................... 10 3.1. MEIO FSICO..................................................................................................................................... 10 3.1.1. Delimitao da bacia hidrogrfica, rea superficial e coordenada UTM. ................................ 10 3.1.2. Geologia/Geomorfologia .......................................................................................................... 11 3.1.3. Relevo e Solo ............................................................................................................................ 13 3.1.4. Hidrogeologia e hidrografia...................................................................................................... 15 3.1.5. Climatologia .............................................................................................................................. 16 3.1.6. Cobertura vegetal ..................................................................................................................... 20 3.1.7. Riscos e inundaes.................................................................................................................. 22 3.1.8. reas de restries construtivas .............................................................................................. 24 3.2 Meio Bitico ..................................................................................................................................... 25 3.2.1 Situao das reas vegetadas........................................................................................................26 3.2.2 Qualidade das guas.....................................................................................................................28 3.2.3 Principais alteraes no meio bitico...........................................................................................29 3.2.4 Critrios para as reas de restrio construtiva............................................................................30 3.2.5 Mapa bsico das reas de restrio de ocupao urbana............................................................31 3.3. MEIO ANTRPICO............................................................................................................................ 31 3.3.1. Indicadores socioeconmicos .................................................................................................. 32 3.3.2 Infraestrutura de servios pblicos ........................................................................................... 45 4. PLANEJAMENTO FSICO-TERRITORIAL .................................................................................................... 54 4.1. DIAGNOSTICO ATUAL DA BACIA DO CRREGO DO PASTINHO ....................................................... 54 4.1.1. Histrico da ocupao .............................................................................................................. 54 4.1.2. rea de influncia direta .......................................................................................................... 55 4.1.3. Caracterizao da rea do planejamento................................................................................. 55 4.1.4. Carncias devido ao atual modelo de ocupao ...................................................................... 56 2 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG4.1.5. Impactos causados pela ocupao atual .................................................................................. 57 4.2. DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO FSICO-TERRITORIAL ............................................................ 57 4.2.1 Vocao econmica ................................................................................................................... 57 4.2.2. Diretrizes bsicas do planejamento ......................................................................................... 57 4.2.2.1 Zona de Especial Interesse Social (ZEIS-2)...............................................................................58 4.2.2.2. Zona de Adensamento Preferencial (ZAP)..............................................................................59 4.2.2.3. Zona Adensada.......................................................................................................................59 4.2.2.4 Zona de Proteo Ambiental (ZPAM).....................................................................................60 4.2.2.5 Zona Preferencial 1 (ZP-1).....................................................................................................60 4.2.2.6 Zona Preferencial 2 (ZP-2).......................................................................................................61 4.2.3. Medidas Mitigadoras................................................................................................................ 61 5. ESTUDOS DEMOGFICOS ....................................................................................................................... 63 5.1. Experincia de desenvolvimento e crescimento de reas .............................................................. 63 5.2.Diretrizes para os estudos demogrficos ......................................................................................... 64 5.2.1. Estimativa da populao de saturao..................................................................................... 64 5.2.2. Modelo de crescimento adotado ............................................................................................. 66 5.2.3. Projeo populacional .............................................................................................................. 67 6.Sistema de Transporte ............................................................................................................................ 69 6.1 Introduo ........................................................................................................................................ 69 6.2 Diagnstico Sistema de transportes ................................................................................................. 69 6.2.1 Sistema de transporte atual ...................................................................................................... 69 6.2.2Pontos Crticos............................................................................................................................ 70 6.2.3 Problemas, impactos e externalidades ..................................................................................... 72 6.2.4 Polticas Tarifrias......................................................................................................................76 6.2.5 Rotas e Acessos Principais.........................................................................................................77 6.2.6 Polticas de integrao fsica......................................................................................................78 6.2.7 Delimitao dos Equipamentos interiores Bacia....................................................................79 6.3 Diretrizes para o Sistema de Transportes ........................................................................................ 80 6.3.1 Sistema virio principal ............................................................................................................. 80 6.3.2 Circulao viria ...................................................................................................................... 81 3 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG6.3.3 Clculo da Demanda do Sistema de Transporte na Bacia...85 6.3.4 Transporte de carga86 6.3.5 Segurana Viria..87 6.3.6 Impactos Ambientais.87 7. Abastecimento de gua .......................................................................................................................... 88 7.1 Diagnstico do sistema de abastecimento de gua atual ................................................................ 88 7.2. Diretrizes para o Abastecimento de gua: ...................................................................................... 89 7.2.1. Demanda de gua..................................................................................................................... 89 7.2.2. Escolha do manancial ............................................................................................................... 91 8. Esgotamento Sanitrio ........................................................................................................................... 92 8.1. Diagnstico da infraestrutura atual de esgotamento sanitrio ...................................................... 92 8.1.2. Usos da gua do futuro corpo receptor e possiveis reas para locao da ETE ...................... 94 8.1.5 Previso da Vazo de esgotos....................................................................................................97 9. Referncias Bibliogrficas..................................................................................................................... 100

ndice de Figuras:Figura 1:Delimitao da bacia hidrogrfica do Crre Pastinho .................................................................. 11 Figura 2: Mapa geolgico-geomorfologico de Belo Horizonte .................................................................. 12 Figura 3:Mapa hipsomtrico da bacia do Crrego do Pastinho ................................................................. 13 Figura 4:Rua Engenheiro de Dentro, prxima da Escola Infantil Estrada do Sol, no Bairro Alto dos Caiaras ...................................................................................................................................................... 14 Figura 5:Fundo de vale na Rua R. Campos Altos, Altos do Caiaras........................................................... 14 Figura 6: Fotos do terreno sem cobertura vegetal em estado de degradao .......................................... 15 Figura 7: Mapa de potencial aqfero de Belo Horizonte .......................................................................... 16 Figura 8: Temperatura de BH ..................................................................................................................... 17 Figura 9: Alturas de precipitao acumulada anual em BH entre 1989 a 1999 ......................................... 18 4 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMGFigura 10:Precipitao em Belo Horizonte ................................................................................................. 18 Figura 11: Umidade relativa do ar em BH .................................................................................................. 19 Figura 12: Precipitao em BH ................................................................................................................... 19 Figura 13:Mapa de direo e intensidade mdia de ventos ...................................................................... 20 Figura 14: rea com cobertura vegetal ...................................................................................................... 22 Figura 15:"Carta" de reas de inundao da regional Noroeste de BH ..................................................... 23 Figura 16:rea de restrio construtiva no Alto do Caiaras ..................................................................... 24 Figura 17: Mapa de declividade da Bacia do Crrego do Pastinho ............................................................ 25 Figura 18:Determinao dos tipos de reas verdes em Belo Horizonte ........ Error! Bookmark not defined. Figura 19: Delimitao da Bacia do Crrego Pastinho margeada em verde. . Error! Bookmark not defined. Figura 20:Parque Municipal Maria do Socorro Moreira. ............................... Error! Bookmark not defined. Figura 21: Mapa da qualidade das guas das Bacias e Sub-Bacias de Belo Horizonte, com enfoque na Bacia do Crrego Pastinho e suas Sub-Bacias. ............................................... Error! Bookmark not defined. Figura 22:Comparao da rea afetada do Parque Lagoa do Nado com outras parques de BH .......... Error! Bookmark not defined. Figura 23:Enfoque nas regies de preservao ambiental que abrangem a mata, crregos e nascentes (em verde/ZPAM) e na regio destinada ao aeroporto e azul (ZP-1). ........... Error! Bookmark not defined. Figura 24: Nascentes numeradas e separadas da regio florestada. ............. Error! Bookmark not defined. Figura 25: Unidades Administrativas de Belo Horizonte Fonte PBH ....................................................... 32 Figura 26:Diviso da bacia do Crrego Pastinho ........................................................................................ 34 Figura 27: Distribuio por idade de homens e mulheres na Regional Noroeste Fonte IBGE ................ 36 Figura 28: Distribuio de renda dos homens na Regional Noroeste Fonte IBGE .................................. 37 Figura 29: Distribuio de renda das mulheres na Regional Noroeste Fonte IBGE ................................ 38 Figura 30: Quantidade de domiclios por nmero de moradores na Regional Noroeste .......................... 39 Figura 31: Casos de leishmaniose visceral e letalidade, Belo Horizonte, 1994 a 2009 .............................. 42 Figura 32: Estratificao das reas de risco para LVH Incidncia acumulada - 2007/2009 ....................... 43 Figura 33: Casos confirmados de Dengue em Belo Horizonte, 1996 a 2009 ............................................. 43 Figura 34: Incidncia de dengue por Sub-bacias ........................................................................................ 44 5 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMGFigura 35: Taxa de internao por diarreia da populao de 0 a 5 anos ................................................... 45 Figura 36: Rede de abastecimento da Bacia do Pastinho. ......................................................................... 47 Figura 37:Diagnstico do esgotamento sanitrio da Bacia do Pastinho .................................................... 48 Figura 38:Localizao das Estaes de Tratamento de Esgotos................................................................. 49 Figura 39:Poos de monitoramento de corpos receptores de Belo Horizonte (COPASA 2008) ................ 49 Figura 40: Atendimento por coleta de lixo domiciliar da Bacia do Pastinho ............................................. 50 Figura 41: Frequncia de coleta de resduos slidos domiciliares. ............................................................ 51 Figura 42: ndice de Salubridade Ambiental da Bacia do Pastinho; Fonte: PBH ........................................ 52 Figura 43:Priorizao de investimentos em infraestrutura sanitria na Bacia do Pastinho ...................... 53 Figura 44: Zoneamento para a rea de planejamento ............................................................................... 58 Figura 45: Potncial atenuador do som pelos cintures verdes ................................................................ 62 Figura 46: Crescimento da populao de Belo Horizonte de 1900 a 2010 ................................................ 64 Figura 47: Curvas caractersticas dos mtodos de crescimento populacional: (a) geomtrica, (b) logstica, (c) aritmtica e (d) regresso multiplicativa............................................................................................... 66 Figura 48: Projeo populacional da bacia do Crrego do Pastinho. Fonte: Grupo A1 ............................. 68 Figura 49: Mapa com principais vias de acesso ......................................................................................... 70 Figura 50: rea de abrangncia da Avenida Dom Pedro II......................................................................... 70 Figura 51: Flutuao horria na Av. Pedro II com Elevado Castelo Branco ............................................... 71 Figura 52: Flutuao horria na Av. Pedro II com Avenida Carlos Luz ....................................................... 71 Figura 53: Localizao dos acidentes na Avenida Pedro II ......................................................................... 72 Figura 54: Evoluo da frota de automveis e motocicletas em Belo Horizonte ...................................... 73 Figura 55: Taxas de Mobilidade (Modos Motorizados).............................................................................. 74 Figura 56: Tempo mdio de viagem por faixa de renda ............................................................................ 75 Figura 57: Esboo do sistema virio principal ............................................................................................ 80 Figura 58: Seo transversal Via Arterial.................................................................................................... 81 Figura 59: Seo transversal Via Coletora .................................................................................................. 82 Figura 60: Seo transversal Via Local ....................................................................................................... 82 6 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMGFigura 61:Veculo Leve Sobre Trilos - VLT................................................................................................... 83 Figura 62:Trens Urbanos - Metr ............................................................................................................... 84 Figura 63: Ciclovias ..................................................................................................................................... 84 Figura 64: Sistema de captao e utilizao de guas cinzas e pluviais ..................................................... 92 Figura 65: Localizao dos principais fundos de vale da bacia do Crrego do Pastinho ........................... 93 Figura 66: Evoluo das vazes mdias tratadas pela ETE Arrudas Fonte : http://www.mzweb.com.br/copasa/web/arquivos/Apresentacao_COPASA_Day%20_ETE_Arrudas.pdf) .................................................................................................................................................................... 94 Figura 67:Sistema individual de coleta de esgoto ...................................................................................... 96 Figura 68: Sistema coletivo de coleta de esgoto ........................................................................................ 96

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1.INTRODUOAs cidades (ou partes delas) podem ser descritas basicamente como um aglomerado de pessoas que exercem atividades diferenciadas em espaos tambm diferenciados. H na cidade bairros, ruas, locais com predominncia de atividades comerciais, locais com predominncia de atividades industriais, espaos onde se concentram pessoas de mesma raa, classe social, etc. (FERRARI,Curso de Planejamento Municipal Integrada). Porm como a localizao desses espaos definida? Com o passar dos anos pode-se concluir que o processo de ocupao e urbanizao de regies deve ser cuidadosamente planejado, quando isso no feito, ou seja, quando ocorre uma ocupao desordenada no local, problemas como a falta de infraestrutura viria, de abastecimento, saneamento, falta de segurana, sade, condies dignas de moradia, entre outros problemas aparecem com grande frequncia ameaando assim a vida das pessoas que fazem parte do ambiente urbano. Para elaborar um bom planejamento de urbanizao de uma respectiva rea, deve-se fazer uma coesa e coerente analise das necessidades e potencialidades da mesma, a fim de se levar em considerao todos os fatores essenciais em sua formao. Tais princpios devem ser pautados em leis vigentes na rea a ser estudada, como: o Plano Diretor, a Lei de Uso e Ocupao dos Solos, o Cdigo de Obras da cidade e o Cdigo Florestal.

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2.OBJETIVOSTendo em vista a necessidade de se elaborar o planejamento da ocupao de uma determinada regio at ento hipoteticamente desocupada-, esse trabalho vem propor diretrizes para a urbanizao de uma rea integrante da cidade de Belo Horizonte. A rea de planejamento a bacia do Crrego do Pastinho localizada na regio noroeste da cidade. Atualmente fazem parte dessa rea os bairros Padre Eustquio, Carlos Prates, Monsenhor Messias, Jardim Montanhs, Caiara Adelaide, Alto dos Caiaras, Pedro II, Bonfim, parte dos bairros Santo Andr e Lagoinha, parte das favelas Pedreira Prado Lopes e a Vila Senhor dos Passos. A ocupao dessa regio se iniciou no ano de 1918 e em alguns locais da bacia essa ocupao foi desordenada o que trouxe alguns prejuzos para a regio como ser descrito com mais detalhes neste trabalho. As principais zonas de influncia da regio so os aglomerados: vila So Jos, Pedreira Prado Lopes; a Vila Senhor dos Passos, a regio central de Belo Horizonte, o bairro Corao Eucarstico, Dom Cabral e Caiara. As principais vias que circundam a regio so o anel rodovirio, a Av. Contorno e a Av. Tereza Cristina. Estas reas sero assumidas no decorrer do planejamento como j existentes e suas caractersticas e influncias sobre a Bacia do Crrego Pastinho sero consideradas. Este trabalho tem por objetivo levantar dados histricos referentes ao meio fsico, antrpico e bitico da bacia do crrego do Pastinho, identificar a situao atual da regio no que diz respeito aos sistemas de abastecimento de gua, coleta de esgoto e gua pluvial, transportes e coleta de lixo, propor uma nova ocupao para a regio a ser iniciada a partir de 2015 e fazer os estudos demogrficos pertinentes. Ditar diretrizes para um planejamento urbano que levam em conta o bem estar da populao, a preservao do meio ambiente e a sustentabilidade tambm fazem parte desse trabalho. As principais leis que norteiam as diretrizes propostas nesse trabalho so o Plano Diretor de Belo Horizonte, a lei de uso e ocupao do solo de Belo Horizonte (lei 9959/2010), o cdigo de obras da cidade e o cdigo Florestal. As diretrizes propostas nesse trabalho buscam propor uma ocupao na regio de forma a melhorar a qualidade de vida urbana e garantir o bem-estar dos muncipes, promover uma distribuio adequada da populao de acordo com as atividades urbanas instaladas na bacia e nas regies de influncia, preservar e proteger o meio ambiente, descentralizar as atividades urbanas e promover uma distribuio justa dos custos e dos benefcios decorrentes dos investimentos em toda a regio. Alm disso, importante assegurar o atendimento das necessidades de sade, educao, esporte, desenvolvimento social, transportes, abastecimento, saneamento, coleta de lixo, lazer, turismo, etc. Onde toda a populao possa usufruir de forma socialmente justa e sustentvel todos os recursos disponveis na regio.

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3. DIAGNSTICO DA REA3.1. MEIO FSICO3.1.1. Delimitao da bacia hidrogrfica, rea superficial e coordenada UTM.Uma bacia hidrogrfica uma unidade fisiogrfica, limitada por divisores topogrficos, que recolhe a precipitao, age como um reservatrio de gua e sedimentos, defluindo-os em uma seo fluvial, denominada exutrio (Lo e Valter, 2005). Os divisores topogrficos ou divisores de gua so os pontos mais elevados do terreno que separam a gua (ou drenagem) da chuva entre duas bacias adjacentes. A bacia do Crrego do Pastinho possui aproximadamente uma rea de 542,24 ha, equivalente a 5,4224 km , e circunda os bairros Alto dos Caiaras, Caiaras Adelaide, Monsenhor Messias, Pedro II, Jardim Montanhs, Bonfim, Carlos Prates, Padre Eustquio, parte dos bairros Santo Andr e Lagoinha, parte das favelas Pedreira Prado Lopes e vila Senhor dos Passos. Sua rede de drenagem formada pelo crrego do Pastinho, localizado em baixo da Avenida Dom Pedro II, e pelos seus tributrios, a saber: os crregos do Par de Minas, da Avenida do Canal e da Avenida Presidente Carlos Luz. A delimitao da bacia, foi criado a partir da ferramenta do Google Mapas, encontra-se na figura 1. A linha delimitando a bacia a representao do traado de todos os pontos divisores de guas convergindo a drenagem de precipitao para o Crrego do Pastinho. O ponto mais alto dos divisores topogrficos est a uma cota aproximadamente de 940 m. Ao longo dessa linha so fixados alguns pontos e que suas respectivas coordenadas UTM longitude e latitude so indicadas na tabela 1. Essas coordenadas foram obtidas por imagem de via satlite pelo Google Earth. E as distribuies de bacias e sub-bacias de Belo Horizonte (BH) esto apresentadas na figura 2, com destaque do crrego estudado. A totalidade (100%) do curso de gua do Crrego Pastinho encontra-se impermeabilizado por intervenes antrpica, transformando a Avenida Dom Pedro II em uma avenida sanitria. A altitude do Crrego Pastinho na sua nascente cruzamento do Anel Rodovirio com o final da Avenida Dom Pedro II- de (aproximadamente) de 890 m chegando ao exutrio foz no Ribeiro Arrudas- que mais baixo da bacia, de (aproximadamente) 845 m. Com essas informaes, calcula-se que a amplitude da bacia corresponde a 45 m.

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Figura 1:Delimitao da bacia hidrogrfica do Crre Pastinho

Fonte: Imagem do Google Mapa (adaptada com as marcaes) Tabela 1: Coordenadas UTM relacionados aos pontos indicados na delimitao da baciaCoordenadas UTM Ponto A B C D E F G H I J K L M N O P Q Latitude 1954'41.67"S 1954'40.63"S 1954'39.97"S 1954'34.22"S 1954'30.30"S 1954'27.33"S 1954'16.27"S 1954'22.22"S 1954'18.06"S 1954'23.64"S 1954'10.84"S 1954'06.00"S 1954'11.65"S 1953'52.83"S 1954'15.87"S 1954'13.27"S 1954'07.59"S Longitude 4359'35.31"O 4359'36.68"O 4359'38.18"O 4359'26.69"O 4359'25.66"O 4359'25.00"O 4359'13.68"O 4359'00.95"O 4358'49.55"O 4358'41.21"O 4358'38.71"O 4358'29.17"O 4358'13.17"O 4358'04.02"O 4357'53.89"O 4357'23.04"O 4357'16.81"O Ponto R S T U V W X Y Z A1 B1 C1 D1 E1 F1 G1 H1 Coordenadas UTM Latitude 1954'01.16"S 1954'09.01"S 1954'09.01"S 1954'43.44"S 1954'40.90"S 1954'46.74"S 1955'00.45"S 1954'50.68"S 1954'40.71"S 1954'54.78"S 1954'51.84"S 1954'53.71"S 1955'00.06"S 1955'00.20"S 1955'53.07"S 1954'46.41"S 1954'43.48"S Longitude 4356'55.12"O 4356'53.88"O 4356'50.40"O 4356'46.98"O 4356'30.05"O 4356'43.03"O 4356'56.51"O 4357'30.39"O 4357'44.49"O 4358'22.69"O 4358'47.11"O 4359'24.29"O 4359'33.01"O 4359'38.64"O 4359'35.72"O 4359'34.95"O 4359'36.86"O

Fonte : Grupo A1

3.1.2. Geologia/GeomorfologiaQuanto geologia e geomorfologia do municpio, o municpio de Belo Horizonte possui trs grupos geolgicos, o grupo Piracicaba com formao fecho do funil, o grupo Sabar e o Complexo de Belo Horizonte; sendo que o ltimo grupo tem ao seu domnio, aproximadamente

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Escola de Engenharia da UFMG 70% do territrio de BH, principalmente a parte norte da calha do Ribeiro Arrudas, onde predominam as rochas gnissico-migmatticas. A geomorfologia do domnio do Complexo de Belo Horizonte faz parte da unidade de Depresso de BH. Seu relevo caracterizado por espiges, colinas do topo do plano a arqueado e encostas policonvexas de declividade variadas, nos flancos dessas feies e nas transies (Belo Horizonte, 1995). De acordo com o mapa geolgico-geomofologico de Belo Horizonte, a rea da bacia do Crrego do Pastinho se encontra sob o domnio do Complexo de Belo Horizonte, conforme representado na figura 2, portanto, este possui as caractersticas desse grupo geolgico.

Figura 2: Mapa geolgico-geomorfologico de Belo Horizonte

Fonte: Plano diretor de Belo Horizonte (1995), p.20

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3.1.3. Relevo e SoloDe acordo com Belo Horizonte 1995, As caractersticas deste domnio so a diversidade litolgica e o relevo acidentado que encontra expresso mxima na serra do Curral, limite sul do municpio. Engloba uma sucesso de camadas de rochas de composio variada, representada por itabiritos, dolomitos, quartzitos, filitos e xistos diversos, de direo geral nordeste-sudeste e mergulho para o sudeste. O mapa hipsomtrico da bacia do Crrego do Pastinho elaborado com base na planta topogrfica da bacia disponvel no site da disciplina para a realizao deste trabalho, foi gerado no software ArcGis. De acordo com o mapa apresentado na figura 3, a bacia se encontra entre 845m a 940m a cima do nvel do mar, possui uma geografia diversificada, com morros e baixadas.

Figura 3:Mapa hipsomtrico da bacia do Crrego do Pastinho

Fonte: Grupo A113 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG As figuras 4 e 5 mostram um pouco o perfil montanhoso da bacia. A figura 4 ilustra um ponto elevado da bacia mirando para o fundo do vale, situado uma altitude de aproximadamente 935m. A figura 5 ilustra um fundo de vale mirando para um ponto mais elevado.

Figura 4:Rua Engenheiro de Dentro, prxima da Escola Infantil Estrada do Sol, no Bairro Alto dos Caiaras

Fonte: Grupo A1

Figura 5:Fundo de vale na Rua R. Campos Altos, Altos do Caiaras

Fonte: Grupo A114 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG A figura 6 apresenta uma rea de solo sem cobertura vegetal que est sendo degradado devido aos processos erosivos.

Figura 6: Fotos do terreno sem cobertura vegetal em estado de degradao

Fonte: Grupo A1

3.1.4. Hidrogeologia e hidrografiaPara a realizao da Avenida sanitria- Dom Pedro II- seguindo o mesmo traado geomtrico, o Crrego do Pastinho teve seus leitos canalizados. Devido essa transformao o ciclo hidrolgico prejudicado, pois a gua no se infiltra no solo e, conseqentemente, no chega aos lenis freticos. A infiltrao tem um papel importante para a regulao da quantidade de gua dos crregos (rios, etc.) e proporcionando o escoamento da gua infiltrada aos oceanos. Sem a infiltrao, a gua fica retida na superfcie e quando os volumes dessa gua acrescentando os lixos ultrapassam a capacidade da galeria do Crrego, sempre ocorrero inundaes no ponto mais baixo da Avenida Dom Pedro II, na poca de grandes chuvas. prejudicado tambm o fluxo da gua, pois sem obstculos naturais, a gua fluir mais rpida, seguindo seu percurso reto em canais. O termo aqfero definido como uma formao geolgica saturada que pode armazenar e transmitir quantidades significativas de gua sob gradientes hidrulicos naturais ou como uma formao geolgica que pode armazenar e transmitir gua a taxas suficientemente rpidas para fornecer quantidades razoveis para poos (Lo e Valter, 2005). Na figura 7 encontra-se a mapa do potencial aqfero do Belo Horizonte, com destaque da na rea de estudo que se encontra na regio de potencial mdia, conforme indicado no mapa.

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Figura 7: Mapa de potencial aqfero de Belo Horizonte

Fonte: Portal da prefeitura de Belo Horizonte

3.1.5. ClimatologiaPara um melhor conhecimento da Bacia de estudo, a climatologia foi estudado com nfase na temperatura, na precipitao, na umidade, na evaporao e nos ventos dominantes. Devido falta de informaes especficas relacionada da regio em estudo, em relao aos itens mencionados anteriormente, nossos estudos foram baseados para o municpio de Belo Horizonte. O clima de Belo Horizonte classificado como tropical de altitude (Cwa, segundo Koppen), caracterstica devido sua altitude mdia de cerca de 900 metros acima do nvel do mar. O inverno predominantemente frio e seco e o vero quente e chuvoso.16 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG a) Temperatura A temperatura amena durante o ano, variando em mdia de 13C a 28C sendo a mdia anual de 21C. O ms de julho geralmente mais frio, com uma temperatura mdia de 18.9C; e o ms mais quente fevereiro, com uma temperatura mdia de 23.9C. H relatos de temperaturas mnimas iguais ou abaixo de 1C foram registradas em julho de 1894, acompanhado de forte geado, mas o dia considerado como mais frio da cidade foi de 2.2C, observado no dia 11 de julho de 1910. A figura 8 apresenta um grfico de temperaturas mdia, mnima e mxima desde 1920 a 1999. Nesse grfico a temperatura mnima observada de 2.5C em 1920. J a temperatura mxima registra foi 36.9C em 1987.

Figura 8: Temperatura de BH

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia 5 Distrito de Meteorologia. b) Precipitao A precipitao em BH pode ser dividida em dois perodos, o perodo chuvoso - Outubro a Maro e o perodo seco Abril a Agosto. O maior acumulado de chuva observado em 24 horas no municpio foi de 184.2 mm, no dia 14 de fevereiro de 1978. A mdia anual de chuvas aproximadamente de 1500 mm, no perodo chuvoso. As tempestades de granizo no so comuns na cidade, mas uma das mais devastadoras ocorreu em 17 de setembro de 2008, ocasionando diversos danos em automveis e residncias e ferindo algumas pessoas.17 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG A figura 9 retrata um grfico de alturas de precipitao acumulada anual versus anos, registrado na Estao Usina de Gs. A figura 10 representada um grfico da precipitao em BH.

Figura 9: Alturas de precipitao acumulada anual em BH entre 1989 a 1999

Fonte: Grupo A1

Figura 10:Precipitao em Belo Horizonte

Fonte: INMET18 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG c) Umidade A umidade relativa do ar, fisicamente, definida como a razo da quantidade de vapor de gua presente numa poro atmosfera (presso parcial) com a quantidade mxima de vapor que a atmosfera pode suportar a uma determinada temperatura (presso de vapor). A figura 11 representa um grfico da umidade do ar do municpio entre um intervalo de 1961 a 1990. A umidade do ar mais elevada acontece no ms de janeiro (perodo chuvoso) e a umidade mais baixa em agosto (perodo seco).

Figura 11: Umidade relativa do ar em BH

Fonte: INMET d) Evaporao A evaporao em Belo Horizonte segue uma linha contrria da umidade do ar, pois quando a umidade do ar mais elevada- meses de janeiro e de dezembro- a evaporao passa a ser mnima. Valores de evaporao elevada so registrados em perodo seco baixa umidade. A partir das informaes da figura 12, a evaporao mxima aproximadamente de 135 mm e a mnima de 85 mm.

Figura 12: Precipitao em BH

Fonte: INMET19 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG e) Ventos dominantes A figura 13 apresenta as direes e intensidade mdia dos ventos a partir das informaes obtidas no campo no perodo de 03 a 18 de maro de 2009.

Figura 13:Mapa de direo e intensidade mdia de ventos

Fonte: Assis, 2010

3.1.6. Cobertura vegetalQuanto s reas verdes, a bacia do Crrego do Pastinho apresenta uma ocupao arborizada muito baixa, em comparao com outras regies do municpio. Devido grande ocupao antrpica nos bairros fica difcil ter espao para o verde. A baixa cobertura vegetal da bacia pode representar muito bem toda a regio noroeste, como mostrado na tabela 2, apresentando as relaes rea verde/habitante de diversas regies administrativas em que I.A.P.A o ndice de rea verde por habitantes considerando-se apenas as reas legalmente preservadas, e, I.A.V.T o ndice de reas verde por habitantes considerando-se o total existente na regio.

20 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG Tabela 2: ndice rea verde/habitante por regional administrativa de BH- MG Fonte: Secretaria Municipal do Meio AmbienteRegional Barreiro Nordeste Noroeste Pampulha Centro-Sul Leste Oeste Venda Nova Norte Total Pop. 1991 (hab.) 219.873 248.406 338.753 106.330 249.862 251.119 249.059 198.475 153.821 2.015.698 I.A.P.A. (m2/hab.) 5,28 2,50 0,35 5,35 26,14 11,88 2,77 0,11 8,70 7,01 I.A.V.T. (m2/hab.) 24,47 8,73 3,63 17,54 27,83 16,10 6,92 5,50 12,47 13,68

A figura 14 mostra uma das poucas reas vegetadas (desconsiderando as rvores localizadas nas ruas e nas avenidas). Essa foto foi retirada no cruzamento da linha divisor de gua da bacia com a Avenida Presidente Carlos Luz.

21 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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Figura 14: rea com cobertura vegetal

Fonte: Grupo A1

3.1.7. Riscos e inundaesA grande ocupao antrpica, ou em outras palavras, o aumento da urbanizao acarreta uma reduo considervel da infiltrao da gua para o lenol fretico. Uma vez incapaz de infiltrar a gua pluvial escoa para os fundos de vales acarretando inundaes repetitivas durante os perodos chuvosos. Alm disso, a canalizao dos crregos, a retificao dos cursos naturais de gua e o lanamento de lixos os quais obstruem a passagem da gua nas galerias, so passveis de ocasionar transbordamentos e alagamentos. A ocorrncia de tal fenmeno muito freqente nas avenidas sanitrias, como a Avenida Dom Pedro II. Para compreender melhor a gravidade dos efeitos de inundao, apresentado na tabela 3 exemplos de ocorrncias de alagamentos e transbordamentos a partir dos dados fornecidos pela coordenadoria da defesa civil municipal de Belo Horizonte. Com base nesta, a regio na qual pertence a bacia em estudo, apresenta uma queda considervel entre as ocorrncias durante o perodo 1995-1998 a 1999-2008 em que reduziram de 158 a 31 ocorrncias.

22 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG Tabela 3: Ocorrncias de inundaes e alagamento em Belo Horizonte

Figura 15:"Carta" de reas de inundao da regional Noroeste de BH

Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte23 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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3.1.8. reas de restries construtivasNo que diz respeito s reas de restries construtivas, define-se como rea de restries ambientais os terrenos que apresentam s seguintes caractersticas: 1- Terrenos com declividade superior ou igual a 45%. 2- Terrenos que apresentam uma declividade entre 30 a 45% no sero considerados como reas de restrio construtiva desde que estejam acompanhados por profissionais e devem ser autorizados pelos rgos responsveis, devido aos riscos oriundos da declividade. 3- Terrenos alagadios e sujeitos s inundaes. 4- Terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo sade. 5- Terrenos onde as condies geolgicas no aconselham a edificao. 6- Em reas de proteo ambiental. Os terrenos com declividade entre 30 a 45% ou superior a 45% podem ser identificados no mapa de declividade, apresentada na figura 17. O mapa de declividade da bacia do Crrego do Pastinho foi elaborado com base na planta topogrfica da bacia disponvel no site da disciplina TIM-1 juntamente com a utilizao do software ArcGis. A figura 16 mostra uma foto de construes em uma rea de restrio construtiva.

Figura 16:rea de restrio construtiva no Alto do Caiaras

Fonte: Grupo A124 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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Figura 17: Mapa de declividade da Bacia do Crrego do Pastinho

Fonte:Grupo A1

3.2 Meio BiticoUtilizada de forma inteligente a manuteno de biomas originais na concepo das cidades pode ser muito benfica para a populao. Definidas como de Unidades/reas Conservao, as reas de mata virgem embelezam a cidade e criam um elevado potencial turstico e de lazer que contribuem para o bem estar geral da populao local. Ainda, as reas verdes em meio a malha urbana contribuem para diminuir a eroso, diminuindo as chances de deslizamento(ao firmar o solo com suas razes) e de enchentes ao aumentar a infiltrao natural de gua pelo solo. Essas reas em meio ou prximas a construes so definidas como Unidades/reas de Proteo, que possuem cobertura florestal significativa total ou parcial(virgem ou no) delimitadas por parques ou praas, ou reas Vegetadas (canteiros, campos gramados, rvores em meio a calada, etc). No caso das bacias hidrogrficas a qualidade das guas um ndice importante que determina o quanto que a bacia est sendo solicitada em relao a emisso de esgotos, se existe despejo ilegal e se ainda existe potencial recreativo da regio em relao ao curso natural das guas. A seguir faremos uma anlise da situao do Meio bitico, da condio e qualidade de suas reas verdes e cursos dgua.

25 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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3.2.1 Situao das reas vegetadas O setor Noroeste, que compreende a bacia do Pastinho em estudo, uma das regies mais pobres em reas Vegetadas e Protegidas de Belo Horizonte conforme ilustrado pela tabela abaixo: Tabela 4: Taixa de rea vegetada e protegida por habitante.

Fazendo a correlao da tabela com o mapa das reas verdes de Belo Horizonte e localizando a bacia, encontramos apenas uma considervel regio verde ao lado do Aeroporto Carlos Prates.

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Figura 20: Determinao dos tipos de reas verdes em Belo Horizonte Fonte: www.pbh.gov.br

Figura 21: Delimitao da Bacia do Crrego Pastinho margeada em verde. Fonte: www.pbh.gov.br Embora originalmente a regio que compreende hoje a cidade de Belo Horizonte tivesse sua camada florestal composta por Cerrado e Mata Atlntica, vemos hoje poucos resqucios destas camadas vegetais. Na regio de estudo do Crrego Pastinho, por exemplo, encontra-se apenas um parque municipal, denominado Parque Municipal Maria do Socorro Moreira, que mesmo tendo seu zoneamento definido como uma ZPAM (Zona de Proteo Ambiental), no possu nenhum exemplar da mata virgem original do Cerrado que esta regio possuia. Ainda, pelas novas tramitaes de leis referentes nova definio das reas verdes, unidades de proteo e conservao, este Parque poder ser definido como um simples parque de lazer.27 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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Figura 22:Parque Municipal Maria do Socorro Moreira. Localizao: Av. Ita 402 marginal da BR 262, ao lado do Aeroporto Carlos Prates. REA: 97.570 m PERMETRO: 2.689 m Fonte: Google Earth. Tem-se, da definio de sua camada vegetal, a seguinte anlise: A vegetao predominante de pasto e ornamental. A cobertura vegetal esparsa situando-se entre 20 e 40%, sendo pouco significativa. As poucas rvores plantadas so retiradas pelos freqentadores. A fauna local relatada pelos funcionrios, representada por poucas aves antrpicas (pardal, pretinho e pomba), devido a ausncia de suporte alimentar da vegetao e de gua. O parque conta com 2 quadras, pista de Cooper e quadra de futebol. 3.2.2 Qualidade das guas Diferentemente da rea verde delimitada na bacia, a qualidade da gua desta uma das melhores de todo o municpio de Belo Horizonte. Isto ocorre devido ao lanamento reduzido de efluentes nos cursos dgua. Embora esta seja uma boa notcia, a boa qualidade das guas mal aproveitada pois no foi criada nenhuma regio de lazer, como pequenos lagos artificiais ou trechos abertos ao longo dos veios dgua, o que demonstra um potencial turstico/recreativo ainda inexplorado.

28 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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ESCALA

Figura 23: Mapa da qualidade das guas das Bacias e Sub-Bacias de Belo Horizonte, com enfoque na Bacia do Crrego Pastinho e suas Sub-Bacias. Fonte: www.pbh.gov.br 3.2.3 Principais alteraes no meio bitico comum que com o aumento da densidade da malha urbana concesses sejam feitas e a rea de Parques, Municipais ou Ecolgicos, seja reduzida para novas configuraes. Para exemplificar temos o exemplo do Parque Lagoa do Nado, um parque ecolgico, tericamente protegido pelas normas de zoneamento ZPAM, que vem correndo o risco de perder 13.100 metros quadrados de rea pela ampliao da Pedro I. O parque conta com mata nativa original, como diz o relatrio: Pesquisadores da UFMG identificaram no PMFLN 127 espcies de rvores entre exticas (25%) e nativas (75%) com destaques para o Ip, Aroeira-branca, Urucum, Oiti, Jatob, Jacarand de espinho, Guapuruvu, Barbatimo, Quaresmeira, Jenipapo, Goiaba brava, pequi, etc. Entre os animais, destaca-se o pica-pau, bigu, coruja, frango-d'gua, anu, alma-de-gato, trinca-ferro, mico, gamb, caxinguel, tatu, morcegos, lagartos, cobras, cgados, sapos e insetos.http://lagoadonado.blogspot.com/2009/03/pesquisadores-da-ufmg-identificaram-no.html

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Figura 24. Fonte: Google Maps Entretanto, pelos dados retirados da Fundao de Parques Municipais, o Parque Municipal Maria do Socorro Moreira no teve nenhuma reduo desde 2005 (data de criao da diviso de planejamento do rgo). Deve-se frisar tambm que invases corriqueiras so constantes, embora o levantamento estatstico destas seja dificultado pelas ocorrncias judiciais em curso.

3.2.4 Critrios para as reas de restrio construtiva As reas de restrio construtiva devero ser escolhidas de modo a preservar o meio bitico original, garantindo a integridade da fauna, flora e nascentes que nesta rea se encontrem. A rea escolhida no planejamento englobar o atual Parque Municipal Maria do Socorro Moreira, o entorno do Aeroporto Carlos Prates e os caminhos ao longo dos trechos dgua at as duas nascentes presentes na bacia, separadas do parque, no qual a distncia mnima construtiva destes trechos a ser respeitada, para rios e crregos, de 30 metros, segundo a legislao. Nestas reas consideradas ser proibido a construo de qualquer tipo de obra urbana, lembrando que todas esto definidas pelo zoneamento do tipo ZPAM. Deve-se frisar tambm que as nascentes devero ter no mnimo uma regio circular de cinqenta metros de raio, protegendo-as de qualquer obra ou atividade humana, conforme diz a Lei Federal 4.771/65, alterada pela Lei 7.803/89 e a Medida Provisria n. 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, Consideram-se de preservao permanente, pelo efeito de Lei, as reas situadas nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos dgua, qualquer que seja a sua situao topogrfica, devendo ter um raio mnimo de 50 (cinqenta) metros de largura. Caso as normas prestabelecidas no sejam cumpridas o bioma aqui protegido poder ter suas guas poludas, o que pode contaminar toda a fauna e flora local, alm do risco de eroso e assoreamento do solo, devido a obras que venham a invadir a regio.30 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG 3.2.5 Mapa bsico das reas de restrio de ocupao urbana

Figura 25: Enfoque nas regies de preservao ambiental que abrangem a mata, crregos e nascentes (em verde/ZPAM) e na regio destinada ao aeroporto e azul (ZP-1). Fonte: A1

Figura 26: Nascentes numeradas e separadas da regio florestada. Fonte: A1 Um detalhe importante da figura acima que no deve passar despercebido o contorno circular envolta das nascentes, que garante a proteo destas.

3.3. MEIO ANTRPICOO meio antrpico est relacionado com a populao residente na regio e o reflexo de suas aes de um modo geral nas condies atuais. Nesse contexto so avaliadas as condies de infra-estrutura dos servios pblicos e aspectos socioeconmicos. Na parte de infra-estruturas31 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG de servios pblicos podemos destacar fatores como: abastecimento de gua, esgoto, limpeza urbana, sade e educao.

3.3.1. Indicadores socioeconmicos

3.3.1.1. Populao e Densidade demogrficaPara uma melhor caracterizao da rea estudada faz-se necessrio a localizao desta em uma regional administrativa. A partir da anlise da figura 25, podemos concluir que a bacia do Crrego Pastinho est situada na regional Noroeste, que a mais populosa e a mais antiga de Belo Horizonte.

Figura 18: Unidades Administrativas de Belo Horizonte Fonte PBH

32 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG A tabela 5 apresenta dados do Censo Demogrfico realizado pelo IBGE, na qual so apresentadas as populaes e sua taxa de crescimento das Regionais Administrativas e de Belo Horizonte: Tabela 5: Populao residente por Regio Administrativa. Caractersticas Socioeconmicas Populao Populao residente por Regio Administrativa Belo Horizonte - 1991/2000/2010 Populao Regional 1991 Barreiro Centro Sul Leste Nordeste Noroeste Norte Oeste Pampulha Venda Nova 221.072 251.481 250.032 249.693 340.530 154.028 249.350 105.181 198.794 2000 262.194 260.524 254.573 274.060 338.100 193.764 268.124 141.853 245.334 2010 282.552 272.285 249.273 291.110 331.362 212.953 286.118 187.315 262.183 Tax. Cresc. Anual 1991/2000 (%) 1,91 0,39 0,2 1,04 -0,08 2,58 0,81 3,38 2,36 2000/2010 (%) 0,75 0,44 -0,21 0,61 -0,2 0,95 0,65 2,82 0,67

Belo Horizonte

2.020.161

2.238.526

2.375.151

1,16

0,59

Fonte: IBGE Censo Demogrfico

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) a Regional Administrativa Noroeste possui uma populao de 331.362, sendo 177.307 (53,51%) mulheres e 154.055 (46,49%) homens. Podemos observar que houve um decrscimo da populao residente na Regional Noroeste no perodo estudado, de forma contrria tendncia observada nas outras regionais e pelo

33 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG municpio de Belo Horizonte. Ainda de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte a regio possui 38,21 Km, com uma densidade de demogrfica de 8.672,12 hab./Km. De acordo com o Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 2008/2011, a bacia do Crrego Pastinho foi dividida em sub-bacias, que pode ser observado na figura 26. A partir dessa diviso foram determinadas as populaes e densidades demogrficas das sub bacias que compem a bacia do Crrego Pastinho. Os resultados so mostrados na tabela 6.

Figura 19:Diviso da bacia do Crrego Pastinho

Fonte: PBH

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Tabela 6: Populao e densidade demogrfica sub - bacias Crrego Pastinho POPULAO E DENSIDADE DEMOGRFICA SUB-BACIAS CRREGO PASTINHO SUB-BACIA 4111701 4111702 4111703 4111704 4111705 4111706 4111707 4111708 4111709 4111710 4111711 POPULAO (hab.) 4092 3797 3456 7987 7888 5012 2368 5827 2382 2953 1553 DENSIDADE (hab./Km) 6373 6110 10858 13022 10449 8380 8729 12981 9217 5156 4843

BACIA CRREGO PASTINHO

47315

8729

FONTE: PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO DE BELO HORIZONTE 2008/2011

A partir dos dados da tabela 6 verifica-se que a bacia do Crrego Pastinho possui uma populao de 47.315 habitantes, representando 14,28% da populao da Regional Noroeste, com uma densidade demogrfica de 8.729 Hab./Km, valor prximo ao apresentado por toda a regional.

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3.3.1.2. Faixa etriaA populao da regional Noroeste possui predominncia na faixa etria de 19 a 44 anos, equivalente a 68,59%, sendo 47,25% homens e 52,75% mulheres.

Figura 20: Distribuio por idade de homens e mulheres na Regional Noroeste Fonte IBGE

1.3.1.3. RendaDe acordo com o IBGE, classifica-se a populao em classes sociais ou faixas de renda conforme a tabela 7 abaixo. Tabela 7: Classes sociais segundo o IBGE CLASSE A B C D E SALRIOS MNIMOS (S.M) Acima de 20 s.m Entre 10 e 20 s.m Entre 4 e 10 s.m Entre 2 e 4 s.m At 2 s.m

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A faixa salarial que predomina na Populao Economicamente Ativa (PEA) masculina de 5 a 10 salrios mnimos (24,01%), em seguida temos a faixa de 3 a 5 salrios mnimos (17,48%).A partir dos dados da figura 30 e da tabela 7, conclumos que a maior parte dessa populao est situada nas classes C e D respectivamente.

Figura 21: Distribuio de renda dos homens na Regional Noroeste Fonte IBGE

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Escola de Engenharia da UFMG J a Populao Economicamente Ativa (PEA) feminina possui uma faixa salarial predominante de 1 a 5 salrios mnimos (20,12%), enquanto a segunda faixa de a 1 salrio mnimo (19,30%). Logo a maior parte dessa populao se encontra nas classes D e E respectivamente.

Figura 22: Distribuio de renda das mulheres na Regional Noroeste Fonte IBGE

3.3.1.4. DomicliosA Regional Noroeste possui 91.909 domiclios, sendo 70.982 (77,23%) so casas e 20.927 (22,77%) so apartamentos. A figura 32 permite observar que, dentro desse universo, as faixas predominantes so de 3 a 4 moradores. Dentro dessas, destaca se a de maior predominncia a faixa de 4 moradores: 21.588 domiclios, representando 21,49%. Dos responsveis por esses domiclios 65% so homens e quase 24% tem entre 40 e 49 anos.

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Figura 23: Quantidade de domiclios por nmero de moradores na Regional Noroeste

3.3.1.5. EducaoSegundo a Prefeitura de Belo Horizonte, a regional Noroeste possui 23 Escolas Municipais, 8 Unidades Municipais de Educao Infantil, 41 Escolas Estaduais com 15.594 estudantes matriculados. A regio tambm possui 31 Creches conveniadas com a prefeitura, duas universidades particulares, PUC Corao Eucarstico e Centro Universitrio Newton Paiva. Na regio da bacia do Crrego Pastinho, especificamente, esto situadas as seguintes escolas de nvel fundamental e mdio:

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Escola de Engenharia da UFMG Tabela 8: Escolas nvel fundamental e mdio da bacia do Crrego pastinho ESCOLA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR MORAIS ESCOLA ESTADUAL ELISEU LABORNE E VALE ESCOLA ESTADUAL PADRE EUSTQUIO COLGIO SO PASCOAL COLGIO PEDRO II COLGIO FREI ORLANDO ESCOLA ESTADUAL LUCIO DOS SANTOS ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR FRANCISCO BRANT INSTITUTO SAGRADA FAMILIA ESCOLA MUNICIPAL MONSENHOR ARTHUR DE OLIVEIRA TIPO ENDEREO R. CORNLIO CERQUEIRA, 475 AV. PANDI CALGERAS, 0

ESTADUAL

ESTADUAL

ESTADUAL PRIVADA PRIVADA PRIVADA

R. CESRIO ALVIM, 927 R. CANANIA, 387 R. AREADO, 437 R. SABINPOLIS, 50 R. PADRE EUSTQUIO, 16 R. ANTONIO PEIXOTO GUIMARAES, 165 AV. PRESIDENTE CARLOS LUZ, 535

ESTADUAL

ESTADUAL

PRIVADA

MUNICIPAL

R. FORNACIARI, 157

A partir da anlise da tabela 9 podemos observar que regio apresentou uma diminuio no ndice de analfabetismo, acompanhando a diminuio geral observada no municpio de Belo Horizonte e na Regio Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), mas apresentando valores abaixo dos apresentados pelos municpio de Belo Horizonte e pela Regio Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

40 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG Tabela 9: Taxas de Analfabetismo e de baixa escolaridade (menos de 4 anos de estudo) para a populao com mais de 15 anos Desenvolvimento Social Educao Taxas de Analfabetismo e de baixa escolaridade (menos de 4 anos de estudo) para a populao com mais de 15 anos Regies Administrativas de Belo Horizonte - 1991/2000 Regiona l Noroest e 5,67 4,05 7,05 3,8 2,8 4,64 15,43 10,78

Ano

Populao mais de 15 anos analfabeta

BH

RMBH

1991

2000 1991 2000

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Com menos de quatro anos de estudo Com menos de quatro anos de estudo

7,12 5,38 8,61 4,62 3,6 5,51 17,82 12,66

9,27 7,52 10,83 6,27 5,21 7,22 22,76 16,64

Fonte: FJP - Atlas do Desenvolvimento Humano na RM Belo Horizonte.

3.3.1.6. Sade3.3.1.6.1. Hospitais e Centros de atendimento populaoNa rea de sade a regional Noroeste, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), conta com 20 centros de sade e unidades para atendimento de sade mental para adultos e crianas (Cersam Centro de Referncia de Sade Mental, Cersami Centro de Referncia de Sade Mental Infantil e Centro de Convenincia para Idosos). Na Unidade de Planejamento (UP) Padre Eustquio est localizado laboratrio distrital, farmcia distrital e Central de Esterilizao, possuindo ainda atendimento para pr diabticos e o Centro de Reabilitao CREAB. Na regio est localizada o Hospital Municipal Odilon Behrens (rede municipal), o Hospital Alberto Cavalcante (rede estadual), o Complexo de Ateno, Gesto e Educao do SUS, onde esto localizados o Centro de Sade Carlos Prates, o Laboratrio Municipal de Referncia em Anlises Clnicas e Citopatologias, o Centro Municipal de Oftalmologia, o Centro Municipal de41 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG Diagnstico por Imagens, o Centro de Regulao em Alta Complexidade e o Centro de Educao e Sade.

3.3.1.6.2. Diagnstico de controle de vetoresAs atividades de Controle de Zoonoses no Municpio de Belo Horizonte so descritas desde 1943. Com a descentralizao das atividades da Fundao Nacional de Sade, o Municpio assumiu o controle de endemias, dengue e leishmaniose. Na atualidade, essas aes so coordenadas pela Gerncia de controle de Zoonoses (GECOZ) da Secretaria Municipal de Sade (SMSA). a) Leishmaniose Visceral: Em Belo Horizonte, desde a ocorrncia do 1 caso de leishmaniose viceral (LV) humana em 1994, a doena mantm comportamento endmico, com aumento do nmero de casos a partir de 2001. Em 2009 ocorreram 148 casos, o que representa uma diminuio de 8 % em relao ao mesmo perodo de 2008 (161casos); o mesmo no aconteceu com a letalidade da doena, que apresentou um aumento expressivo.

Figura 24: Casos de leishmaniose visceral e letalidade, Belo Horizonte, 1994 a 2009

42 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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Figura 25: Estratificao das reas de risco para LVH Incidncia acumulada - 2007/2009

Fonte: PBH A rea correspondente a Bacia do Crrego Pastinho, conforme observado apresenta em sua totalidade incidncia mdia a alta de leishmaniose. b) Dengue A Secretaria Municipal de Sade desenvolve um trabalho permanente de combate dengue durante todo o ano, desde 1998. Em 2009 foram notificados 23.261 casos suspeitos da doena tendo sido confirmados 12.911 casos de residentes na cidade.

Figura 26: Casos confirmados de Dengue em Belo Horizonte, 1996 a 2009

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Figura 27: Incidncia de dengue por Sub-bacias

Fonte: PBH Como observado no mapa acima, a bacia do Crrego Pastinho apresenta trechos diferenciados de casos de dengue (atualizao 2010). A incidncia predominante em toda a rea da bacia. Infelizmente esta ainda oferece condies ideais para a criao do mosquito transmissor dessa doena, como em lotes abandonados e mal limpos, despejo irregular de resduos slidos em crregos, reas pblicas, alm da falta de conscientizao de grande parte da populao. c) Taxa de internao por diarria da populao de 0 a 5 anos. Foi elaborado um estudo sobre a taxa de internao por diarria na populao infantil (0 a 5 anos) de todo o municpio de Belo Horizonte afim de agregar um critrio epidemiolgico anlise, conforme diretrizes da Poltica Nacional de Saneamento. Atravs da anlise deste indicador aferido as condies de saneamento e salubridade que a regio est submetida assim como o impacto gerado na populao residente. Para a bacia do Crrego Pastinho foram encontrados os seguintes resultados:

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Figura 28: Taxa de internao por diarreia da populao de 0 a 5 anos

Fonte: PBH

1.3.1.7. Cultura, esporte e lazerNa regio a populao conta com espaos como o Centro Cultural Padre Eustquio, alm do Centro de Apoio Comunitrio Jardim Montanhs (CAC Jardim Montanhs) e o Centro Comunitrio Serrano (CAC Serrano) que oferecem atividades culturais, esportivas e de lazer comunidade local.

3.3.2 Infraestrutura de servios pblicos

3.3.2.1 Diagnstico do abastecimento de gua:Os sistemas de produo de gua de Belo Horizonte e de sua regio metropolitana, segundo informaes da Copasa, garantem o abastecimento da cidade por no mnimo mais vinte anos. Ampliaes futuras sero necessrias no sistema do rio das Velhas e no rio Manso. Atualmente, a capacidade dos sistemas produtores corresponde a 15330 L/s para a regio metropolitana, sendo que 7889 L/s se destinam a Belo Horizonte.

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Escola de Engenharia da UFMG Tabela 10. Diagnstico dos sistemas produtores para a RMBH e BH.

A bacia do crrego Pastinho, localizada dentro da macro bacia do ribeiro Arrudas, utiliza como sistema produtor de gua de forma majoritria o Sistema da Bacia do Paraopeba e o Sistema Rio das Velhas. Cuja captao se da de forma superficial no Distrito de Bela Fama, no municpio de Nova Lima. Aps tratamento na ETA, a gua reservada em macro reservatrios os quais atendero demanda proveniente da bacia do Pastinho assim como de toda a sua regio a redor. Os reservatrios esto localizados: R-14: Jardim Montanhs ...................................5.500m R-14: Jardim Montanhs recm implantado......11.000m Segundo o Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte, est previsto a implantao de um reservatrio cuja capacidade ser de 10.000 m no Aeroporto Carlos Prates, o qual ir atender a regio da bacia do Pastinho. Como a rea da bacia do crrego Pastinho j se encontra bastante urbanizada, esta j dotada de uma extensa rede de distribuio de gua que abastece a toda regio. Como pode ser observado no mapa abaixo, alm das redes de distribuio, a bacia apresenta trechos de subadutoras.

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Figura 29: Rede de abastecimento da Bacia do Pastinho.

Fonte: PMS (Plano Municipal de Saneamento 2008-2011) PBH

3.3.2.2 Diagnstico do Sistema de Esgotamento Sanitrio:O sistema de esgoto sanitrio existente em Belo Horizonte constitudo de ligaes prediais, redes coletoras, interceptores, estaes elevatrias e estaes de tratamento. Devido preocupao da concepo em traados geomtricos da cidade, a proposta do engenheiro Saturino de Brito, que privilegiava o aspecto sanitrio e baseava o traado no sistema natural de escoamentos de gua foi descartada. Isso tem dificultado a implantao/ampliao, manuteno e o gerenciamento da infraestrutura de esgotamento sanitrio. O sistema de esgotamento da bacia do Pastinho, assim como o de Belo Horizonte composto em quase a sua totalidade por sistema dinmico, do tipo separador absoluto. Tal fato faz com que Belo Horizonte detenha grandes extenses de redes coletoras e interceptadoras, sendo aproximadamente 4.000.000 de metros de tubulaes. Hoje uma das maiores carncias de infraestrutura de saneamento em Belo Horizonte corresponde ao atendimento por interceptao de esgotos sanitrios. Esta carncia se faz presente em sub-bacias pertencentes bacia do crrego Pastinho. Ver mapa abaixo.

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Figura 30:Diagnstico do esgotamento sanitrio da Bacia do Pastinho

Fonte : PBH Como evidenciado no mapa anteriormente, a ausncia de interceptao em vrias regies da bacia como em setores do bairro Padre Eustquio, Jardim Montanhs, Caiara, e Santo Andr, faz com que os efluentes gerados nessas regies no sejam encaminhados diretamente para a ETE-Arrudas, estao de tratamento responsvel pelo tratamento dos efluentes gerados na bacia do Pastinho. Assim os efluentes gerados nessas reas so despejados clandestinamente nos crregos da bacia, contribuindo com a poluio desses cursos dgua.

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Figura 31:Localizao das Estaes de Tratamento de Esgotos

Fonte: COPASA 2008 Para monitorar o grau de poluio e a salubridade dos crregos, a Copasa instalou poos de inspeo em trechos determinados ao longo dos cursos dgua. O poo P-12 monitora a jusante do Crrego do Pastinho, ponto em que desgua no ribeiro Arrudas.

Figura 32:Poos de monitoramento de corpos receptores de Belo Horizonte (COPASA 2008)

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3.3.2.3 Diagnstico da limpeza urbanaEm Belo Horizonte as aes de limpeza urbana so de responsabilidade da Secretaria Municipal de Polticas Urbanas - SMURBE, executadas em parte pela Superintendncia de Limpeza Urbana SLU. Nos ltimos anos, o oramento da limpeza urbana representou aproximadamente 5% do oramento da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e, em 2009, os recursos oramentrios aprovados foram de R$244.364.211,98. De acordo com estudos de caracterizao de resduos slidos domiciliares, entre novembro de 2002 e setembro de 2003, elaborado pela SLU, a gerao mdia per capta apurada para municpio de Belo Horizonte foi de 0,692Kg/hab.xdia. Segundo o Plano de Saneamento Municipal 2008-2011, a bacia do Crrego do Pastinho, assim como toda a regio central de Belo Horizonte possui uma boa cobertura de coleta de lixo domiciliar. Uma vez que essas regies correspondem a reas altamente urbanizadas. No mapa abaixo, percebe-se uma defasagem do sistema de coleta no bairro Senhor dos Passos. Isso se deve a dificuldade de acesso dos equipamentos e mo de obra de coleta nesse local.

Figura 33: Atendimento por coleta de lixo domiciliar da Bacia do Pastinho

Fonte: PMS (Plano Municipal de Saneamento 2008-2011) PBH A SLU dividiu todo o territrio do Municpio em distritos de coleta, visando ampliar e otimizar o atendimento das equipes de coleta e varrio em diferentes regies do mesmo. A maioria50 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG desses distritos tem seu servio de coleta terceirizado a exceo de poucos, onde nos quais realizado pela PBH. (Ver Mapa 8). Os distritos que compem a Bacia do Pastinho so: NO22A, N031B,N023A,N024B,NO20A,N028B,N029B, NO33B ,NO30B. (Ver Mapa Frequncia de coleta de Resduos slidos em anexo).

Legenda:

Figura 34: Frequncia de coleta de resduos slidos domiciliares.

Fonte: SLU Jul/2010 Em anexo segue a tabela de massa de resduos coletados durante o ano de 2010 nos distritos pertencentes Bacia do Pastinho (sublinhados em vermelho) juntamente com a massa coletada de toda a regional Noroeste. (Ver tabela 4.2.5- Regional Noroeste- Massa (t) por distrito de coleta - anexo 9). Segundo o relatrio anual de Atividades de Limpeza Urbana de 2010, em todos esses distritos a SLU a responsvel pela coleta dos resduos domiciliares. Somente no distrito NO30B a coleta terceirizada. Como consta nesta tabela, os distritos da bacia do Pastinho geraram em conjunto 20.626,01 t de resduos slidos em comparao as 86.643,06 t coletados em toda a Regional Noroeste durante o ano de 2010. Representado 23,81% do total. Segundo o mesmo Relatrio, a URPV (unidade de recebimento de pequenos volumes) localizada na Av. Pedro II recebeu durante o ano de 2010 uma massa de 10.283,00 t de diferentes tipos de resduos classificados entre entulhos e outros. Isso representa 23,03% de todo os entulhos recolhidos pelas URPVs distribudas por toda a Regional Noroeste.51 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG No foram encontrados dados e levantamentos respeito da limpeza dos crregos pertencentes Bacia do Pastinho, uma vez que os mesmo so canalizados em toda a sua extenso, o que faz com que sua limpeza no seja to usual.

3.3.2.4. ndice de Salubridade Ambiental - ISAObjetivando um estudo mais detalhado, que permitisse avaliaes comparativas das diversas realidades da situao de salubridade ambiental no municpio de Belo Horizonte, foi elaborado um ndice que abrangesse indicadores e outros ndices setoriais que quantificam a cobertura por servios de saneamento das diversas unidades territoriais do Municpio. O ndice de Salubridade Ambiental ISA foi construdo a partir do somatrio ponderado de ndices setoriais referentes aos cinco aspectos tradicionalmente identificados como componentes do saneamento ambiental- abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, resduos slidos, drenagem urbana e controle de vetores.

Figura 35: ndice de Salubridade Ambiental da Bacia do Pastinho; Fonte: PBH

52 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG O ISA da bacia do Crrego Pastinho possui um valor de 0,945, o que faz com que ocupe a posio 75 na ordem de prioridade das 88 bacias que compem o territrio de Belo Horizonte. Quanto maior o valor do ISA, melhores so as condies de infraestrutura sanitria da regio por conseguinte menores so as carncias dessa regio. A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte atravs do Plano Municipal de Saneamento elaborou um ranking de priorizao para investimentos das diversas sub-bacias que compem o municpio.

Figura 36:Priorizao de investimentos em infraestrutura sanitria na Bacia do Pastinho

Fonte: PMS (Plano Municipal de Saneamento 2008-2011) PBH

A nota de priorizao varia de 0 a 100 e envolve os seguintes ndices:

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Escola de Engenharia da UFMG As sub-bacias que compem a bacia do Crrego Pastinho, como mostrado no mapa acima esto localizadas nas posies 134,151,117,188,189,191,199,202,203,217,225 no ranking de 256 sub-bacias. Assim como o ISA, quanto maior a colocao da regio menor a priorizao de investimentos da prefeitura, ou seja menores so as carncias da regio em infraestrutura e saneamento. Com base em todos esses dados, a Bacia do Crrego do Pastinho ocupa a posio de 71 das 98 bacias elementares que constituem todo o territrio metropolitano de Belo Horizonte. Tabela 11. Priorizao de investimentos

Fonte: PMS (Plano Municipal de Saneamento 2008-2011) PBH Em comparao aos ndices de Belo Horizonte, a bacia do Crrego Pastinho apresenta valores de indicadores maiores que os do Municpio. Pois esta regio intensamente urbanizada possui uma boa infraestrutura de servios pblicos e de saneamento quando comparada com as demais regies de Belo Horizonte.

4. PLANEJAMENTO FSICO-TERRITORIAL4.1. DIAGNOSTICO ATUAL DA BACIA DO CRREGO DO PASTINHO4.1.1. Histrico da ocupaoA ocupao populacional da Bacia do Crrego do Pastinho comeou em 1918 em sua poro leste, por volta de 1935, todo o leste e parte da regio central da bacia j haviam sido ocupados. A partir de 1950, a populao de toda a cidade de Belo Horizonte aumentou passando de 350000 para 690000 habitantes. Na regio do crrego do pastinho no foi diferente, a populao teve um grande aumento, nessa poca os loteamentos clandestinos na regio tambm aumentaram. A ocupao total do local em questo se deu por volta do ano de 1977 como mostra o mapa 01 em anexo no final desse trabalho. Em Belo Horizonte a primeira lei com objetivo de regulamentar a ocupao e uso do solo foi promulgada em 1976 (Lei 2662/76). Em 1996 entra em vigor uma nova lei, a 7166, segundo a qual a maior parte do territrio da bacia do crrego do Pastinho era classificada como ZAP Zona de Adensamento preferencial e outras regies como ZAR-2 (zona de adensamento restrito), como mostra o mapa de zoneamento 02 em anexo no final desse trabalho.54 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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Com o passar dos anos a lei passou por duas revises, sendo a primeira em 2000, que deu origem a lei 8137. Uma nova modificao ocorreu em 2010, dando origem a lei 9959. essa a lei que dita as diretrizes para a ocupao do solo atualmente em toda a cidade de Belo Horizonte.

4.1.2. rea de influncia diretaFazem parte da rea de influncia direta os aglomerados Vila So Jos, a Pedreira Prado Lopes e a vila Senhor dos Passos. As ocupaes nesses locais so predominantemente de edificaes residenciais de baixa renda, poucas edificaes de uso comercial ou pblico como escolas, hospitais, etc.. A ocupao nesses locais ocorreu de forma bastante desordenada e por isso at hoje essas regies so carentes de infraestrutura viria, segurana, transportes, coleta de lixo, etc. De acordo com a legislao atual, essas reas de influncia direta so classificadas como ZEI1 Zona Especial de Interesse Social como o caso da vila So Jos (mapa 03), Pedreira Prado Lopes e a vila Senhor dos Passos (mapa 04). Os bairros Corao Eucarstico, Dom Cabral e Caiara, so classificados da mesma forma que na lei 7166/96. Destaca-se no bairro Corao Eucarstico um dos campi da PUC MG (Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais), alm disso o bairro possui uma atividade comercial bem diversificada com vrios bares, restaurantes, lojas, bancos, etc. O bairro Caiara um bairro predominantemente residencial com pontos de atividade comercial tambm muito fortes como o caso do shopping Del Rey e o Carrefour Pampulha. A regio tambm conta com vrias escolas (Professor Francisco Brant, Monsenhor Artur de Oliveira, Frei Orlando, Caio Nelson de Sena, Colgio Berlaar So Pascoal, Instituto Sagrada Famlia e uma unidade da faculdade Newton Paiva) alm de um Parque Ecolgico de Lazer. De acordo com a lei de uso e ocupao do solo de Belo Horizonte a nica modificao na rea foi o aumento da ZE zona especial, como pode ser visto comparando-se os mapas 02 e 05 em anexo. Tambm faz parte da rea de influencia da bacia a regio central de Belo Horizonte, classificada pela legislao como ZHIP - Zona Hipercentral e com atividades predominantemente comercial, pblicas (prefeitura, hospitais, etc.) e prestao de servios.

4.1.3. Caracterizao da rea do planejamentoA classificao do uso e ocupao do solo atualmente na regio encontra-se no mapa 05 em anexo. Percebe-se nos mapas que a regio dos bairros Padre Eustquio e Carlos Prates so consideradas uma ZA (zona adensada) e o restante das reas no sofreram alteraes com relao ao zoneamento. Na bacia do crrego do Pastinho a distribuio do comrcio se d geralmente ao longo das principais vias, sendo incomum um ponto de concentrao especfico. As principais avenidas55 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG com esse tipo de ocupao so a Av. Pedro II com um comrcio muito voltado para o setor automobilstico, as ruas Padre Eustquio, Par de Minas entre outras. No h locais onde se destacam atividades industriais. Ao redor dessas ruas e em todos os bairros da bacia se destaca a ocupao residencial unifamiliar ou residencial multifamiliar. Porm os edifcios residenciais da regio, salvo algumas excees, so de porte pequeno e no ultrapassam os 5 andares. O bairro Padre Eustquio, por exemplo, um local em que os grandes prdios residenciais comearam a surgir a pouco tempo, como mostra o mapa 06 que destaca as reas com edifcios no ano de 1999. Nessa poca apenas alguns quarteires haviam prdios com 3 andares ou mais. Toda a regio possui postos de sade, escolas, feiras livres e um comrcio autossuficiente, com uma rede de bancos, farmcias, lojas, restaurantes, bares, etc. bem ampla, j o bairro Carlos Prates no possui um comrcio muito forte por isso as pessoas procuram por servios e produtos nos estabelecimentos situados na Rua Padre Eustquio localizada na divisa entro os bairro. Sua ocupao marcada principalmente por edificaes de padro mdio a alto. O mapa 06 mostra os locais que passaram por um processo de verticalizao nos bairros que fazem parte da rea de influencia (bairros Minas Brasil e Corao Eucarstico).

4.1.4. Carncias devido ao atual modelo de ocupaoAs principais carncias identificadas na regio observadas atravs de visitas tcnicas feitas na rea da bacia e atravs de entrevistas feitas com moradores foram: 1 - Falta de locais com rea verde como parques, jardins pblicos, reas de preservao, etc.. As reas existentes so poucas e pequenas limitado muitas vezes aos canteiros centrais de ruas, praas, passeios, etc. 2 - Falta de locais destinados ao lazer e cultura da populao como teatros, quadras, espaos de recreao, etc. Os espaos desse tipo existentes no so bem distribudos pela regio. 3 Vrios locais da regio no possuem locais de funcionamento noturno e policiamento o que torna vrios pontos da regio violentos e palco de crimes como trfico, prostituio, etc. 4 As principais avenidas da regio ficam sobrecarregadas em horrios de pico gerando engarrafamentos em vrias vias da bacia. 5 Falta de planejamento e de infraestrutura do que diz respeito aos meios de transportes pblicos e alternativos na regio, como inexistncia de ciclovias, falta de pista exclusiva para nibus, dificuldade para implantar sistemas de transporte sobre trilhos como metr, etc.

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4.1.5. Impactos causados pela ocupao atualDevido ocupao da bacia a vegetao nativa foi destruda, no havendo mais vestgios do ecossistema que existia na regio. O clima tambm sofreu grandes mudanas, os crregos que fazem parte da bacia foram canalizados, e em funo disso vrios ecossistemas desapareceram, essas canalizaes juntamente com a excessiva impermeabilizao do solo, fizeram surgir vrios pontos de alagamento na regio. O adensamento excessivo da bacia e das regies de influncia causou uma sobrecarga nos sistemas de transportes, nos horrios considerados de pico e os nibus andam lotados e as principais vias que passam pela regio ficam congestionadas. Como o traado das vias no foi escolhido de maneira a priorizar o transporte pblico, as pessoas que dependem desse tipo de servio so cada vez mais prejudicadas. Outro impacto causado, devido ao modelo de ocupao da regio, foi a diminuio da qualidade do ar, com a falta de locais arborizados e o constante aumento das fontes de poluio da atmosfera. O ar na regio vem piorando sua qualidade. A prostituio tambm um problema na regio, ligado ao modelo de ocupao adotado e mais ainda, configurando-se como uma das principais reas de prostituio de Belo horizonte. Isso acontece pois o local onde ocorre a prostituio, a Av. Pedro II, tem praticamente todo o seu comrcio encerrado no perodo da noite, a falta de policiamento na regio e a falta de movimentao de pessoas faz rea se tornar atrativa para esse tipo de prtica.

4.2. DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO FSICO-TERRITORIAL4.2.1 Vocao econmicaA rea de 542,24 ha correspondente bacia do Crrego Pastinho ter uma vocao econmica voltada em toda a sua extenso para o turismo comercial. Uma vez que Belo Horizonte prima ser uma cidade multicultural e estimuladora de atividades tursticas, prova disso a reestruturao de todo o permetro da Praa da Liberdade em um complexo de atividades culturais. Alm disso, o Municpio vem se preparando para atender as necessidades infra estruturais de megaeventos globais como a Copa do Mundo FIFA de futebol e os Jogos Olmpicos.

4.2.2. Diretrizes bsicas do planejamentoA bacia do Crrego Pastinho ser parcelada em seis zonas dentre elas: ZPAM, ZP-2, ZP1, ZEIS-2, ZA e ZAP.

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Figura 37: Zoneamento para a rea de planejamento

Fonte: Grupo A1 Em todo o zoneamento a infraestrutura e organizao do espao social sero altamente qualificadas e eficientes a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida para todos os frequentadores e os 30441 habitantes que vivero no interior da Bacia do Crrego do Pastinho (segundo o estudo demogrfico realizado).

4.2.2.1 Zona de Especial Interesse Social (ZEIS-2)A Zona de Especial Interesse Social (ZEIS 2) destinada a programas habitacionais do governo (Minha casa, minha vida) para a populao de baixa renda, afim de estimular o crescimento da cidade legal em detrimento da cidade clandestina e estimular a ampliao da oferta de servios e equipamentos urbanos. Os aspectos observados para a definio do zoneamento so a influncia externa de comunidades carentes como a Pedreira Prado Lopes e Alto dos Passos. Tambm levou-se em conta a proximidade da rea em relao ao centro de Belo Horizonte, visando assim facilitar o acesso da populao de baixa renda ao mercado de trabalho na regio central e a regio comercial a ser desenvolvida na bacia. Por se tratar de uma rea com uma populao carente, problemas relacionados a transporte devero observados, tendo em vista que a populao dependente do sistema pblico de transporte. Outro problema que poder ser observado a carncia espaos destinados para a prtica de esportes, lazer e cultura, principalmente com relao s crianas e adolescentes. Com uma rea de 26,62 ha, o zoneamento ter uma populao de saturao de 3993 habitantes com uma densidade demogrfica de 150 hab./h. Para a Zona de Especial Interesse Social (ZEIS-2) temos as seguintes definies: O coeficiente de aproveitamento mnimo 0,1; O coeficiente de aproveitamento bsico de 1; O coeficiente mximo poder chegar a 2,5 de acordo com o Plano de Urbanizao;58 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

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4.2.2.2. Zona de Adensamento Preferencial (ZAP)A Zona de Adensamento Preferencial (ZAP) destinada a regies passveis de adensamento em decorrncia de condies favorveis de infra- estrutura e de topografia. A rea ser destinada ocupao de residncias multifamiliares e unifamiliares juntamente com toda infraestrutura de organismos pblicos (escolas, hospitais, creches, centro de lazer, sedes administrativas) e particulares. Devido proximidade com a Zona de Especial Interesse Social (ZEIS 2), esta populao mais carente ter um acesso mais rpido aos organismos pblicos Levando se em conta a grande movimentao de pessoas na rea, devido a presena de rgos pblicos e particulares, problemas relacionados ao transito podero estar presentes no cotidiano do zoneamento. Com uma rea de 59.46 ha, a regio ter uma populao de saturao de 7135.2 habitantes e uma densidade demogrfica de 120 hab./ha. Para a Zona de Adensamento Preferencial (ZEIS-2) temos as seguintes definies: Coeficiente de aproveitamento bsico de 1,5; Coeficiente de aproveitamento mximo de 2,0; Quota de terreno por unidade habitacional igual a 40 m/un; Altura mxima na divisa igual a 5,0m.

4.2.2.3. Zona AdensadaSo regies onde o adensamento deve ser contido, por apresentar alta densidade demogrfica e intensa utilizao da infra-estrutura urbana, de que resultam, sobretudo, problemas de fluidez do trfego, principalmente nos corredores virios. A regio sofre influncia externa devido presena da Avenida Presidente Carlos Luz, e do Shopping Del Rey. A rea ser destinada domiclios para a populao de alta e mdia renda e pontos destinados para cultura, lazer e esportes, com o objetivo de atrair o turismo e fontes de renda para a rea. Problemas relacionados fluidez do trfego devero ser observados neste zoneamento. Com uma rea de 59.53 ha, o zoneamento ter uma populao de saturao de 5953 habitantes com uma densidade de demogrfica de 100 hab./ha. Para a Zona Adensada (ZA) temos as seguintes definies: Coeficiente de aproveitamento bsico de 1,4; Coeficiente de aproveitamento mximo de 1,8; Quota de terreno por unidade habitacional igual a 40 m/un.59 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG Altura mxima na divisa igual a 5,0m

4.2.2.4 Zona de Proteo Ambiental (ZPAM)A regio escolhida para delimitar a rea circundante ao aeroporto dever manter a Mata Virgem original do tipo Cerrado e no possuir nenhum tipo de construo urbana, somente o reservatrio de gua da COPASA. Trilhas internas e pequenos estabelecimentos destinados ao turismo ecolgico para recreao e educao tambm estaro presentes. O zoneamento escolhido aqui ser do tipo ZPAM e dever abranger 148.38 ha. Este tipo de zoneamento impede a modificao ou reduo da rea preservada escolhida, garantindo a preservao da fauna, flora e das nascentes da bacia por tempo indeterminado. A populao local lucra com essa regio pois a mesma leva ao aumento do ecoturismo regional, que tem impacto direto sobre o setor comercial, alm de servir como elemento paisagstico e de lazer para aqueles que moram nas suas proximidades. A conscientizao ambiental tambm torna-se mais presente nas regies que possuem exemplares naturais, garantindo a preservao desses biomas por iniciativa da prpria populao. Um problema a ser levantado no caso o aquecimento, as vezes vagaroso, do setor comercial e do ecoturismo regional, pois caso no haja um acompanhamento do governo, ambos podem ser inviabilizados. O detalhe legal da ZPAM vem a seguir: ZPAM: So regies destinadas a preservao e recuperao de ecossistemas provenientes de matas virgens originais ou da reposio destas. Este zoneamento possui as seguintes diretrizes: I - garantir espao para a manuteno da diversidade das espcies e propiciar refgio fauna; II - proteger as nascentes e as cabeceiras de cursos d'gua; III - evitar riscos geolgicos. Coeficiente de aproveitamento bsico: 0,05 Coeficiente de aproveitamento mximo: Taxa de permeabilizao: 95%

4.2.2.5 Zona Preferencial 1 (ZP-1)A regio escolhida para limitar o aeroporto tambm no dever possuir nenhum tipo de construo alm daquelas que faam parte do complexo do aeroporto. Sendo este tratado como patrimnio paisagstico pelo zoneamento ZP-1 possuindo rea de 25.58 ha. O aeroporto, juntamente com o parque ecologico a ser delimitado pela ZPAM, ser um elemento catalizador do potencial turstico regional e muito influenciar na expanso de um comrcio voltado para produtos de origem natural que remetam ao prprio parque. Sendo assim, o aeroporto ir ajudar a populao local fornecendo empregos (no aeroporto e no comrcio local). A problemtica aqui seria a segurana no embarque e desembarque de turstas e a possvel poluio sonora.

60 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG ZP-1: regies predominantemente desocupadas, de proteo ambiental, e preservao do patrimnio histrico, cultural, arqueolgico ou paisagstico ou em que haja risco geolgico, nas quais a ocupao permitida mediante condies especiais; Coeficiente de aproveitamento bsico: 0,3 Coeficiente de aproveitamento mximo: Taxa de permeabilizao: 70%

4.2.2.6 Zona Preferencial 2 (ZP-2)As regies que margeiam a rea comercial devero ser do tipo ZP-2(rea de 222,67ha), de baixo coeficiente de aproveitamento e edificaes de at 5 andares no mximo. O objetivo aqui manter o carter turstico da regio, j que uma zona extremamente adensada e/ou com construes muito elevadas poderiam descaracterizar o local. As regies com este tipo de zoneamento sero responsveis por abrigar orgos de servios administrativos, escolas, hospitais, alm de ter que suprir a demanda por cultura e lazer da regio, possuindo teatros, museus, galerias, bares, praas e centros de convenes. Por esta caracterstica v-se o potencial bomio regional, que pode trazer consigo problemas como excesso de barulho durante as madrugadas, motoristas alcolizados, etc. A escolha por manter um baixo coeficiente de aproveitamento, embora positiva por um ponto de vista turstico/comercial, pode tambm ser responsvel pela segregao socioeconmica de seus moradores. Isto ocorreria naturalmente, pois uma rea pouco adensada, com sub-centro comercial e ponto turstico prximos, levaria consigo um custo de vida acima da mdia. ZP-2, regies predominantemente ocupadas, de proteo ambiental, histrica, cultural, arqueolgica, ou paisagstica ou em que existam condies topogrficas ou geolgicas desfavorveis, onde devem ser mantidos baixos ndices de densidade demogrfica; Coeficiente de aproveitamento bsico: 1,0 Coeficiente de aproveitamento mximo: Taxa de permeabilizao: 30%

4.2.3. Medidas Mitigadorasa) Zona de Especial Interesse Social (ZEIS 2) Desenvolver um sistema de transporte pblico que atenda demanda vinda da populao mais carente, criando sistemas integrados que tornem mais rpido o acesso s reas de grande movimentao; Criao de programas sociais que estimulem a presena das crianas e adolescentes nas escolas. Atividades extra-classe podero ser desenvolvidas, principalmente na rea de esportes; Preparao dos jovens carentes atravs de cursos profissionalizantes, criando assim possibilidades para estes entrarem no mercado de trabalho. b) Zona de Adensamento Preferencial (ZAP) e Zona de Adensamento (ZA) Criao de um sistema virio que suporte a grande demanda d rea;61 Trabalho Integralizador Multidisciplinar 01 TIM 01

Escola de Engenharia da UFMG Desestimular o uso do transporte individual, priorizando o transporte pblico coletivo no sistema virio, racionalizando os sistemas, ampliando sua participao na distribuio das viagens e reduzindo seus custos; Promover a integrao dos diversos modos de transporte, considerando a demanda, e a reduo das externalidades negativas do sistema de mobilidade, criando dessa forma, um transporte multimodal que articule os vrios modos de transporte, deforma a tornar mais rpidas e eficazes as operaes de transbordo. Criao de organismos pblicos que atenda