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Page 1: TPM

   MEDICINA - COLUNA DE GINECOLOGIADRA. JULIANA LIMA DE ARAUJO________________________________

TPMTensão Pré-Menstrual

A tensão pré-menstrual (TPM) é um dos problemas mais comuns que afetam as mulheres jovens. Acredita-se que um terço das mulheres, entre 20 e 50 anos, sofram com este problema. Os sintomas geralmente começam de dez a 14 dias antes do início do período menstrual e se agravam progressivamente até a descida da menstruação, podendo em algumas mulheres, persistir até o final da mesma. Isto significa que milhões de mulheres se sentem mal durante metade de cada mês ao longo de sua vida adulta.

Os sintomas da TPM são numerosos e afetam quase todos os sistemas orgânicos. Mais de 150 sintomas já foram documentados, os mais comuns são: irritabilidade, oscilações do humor, hostilidade, dor de cabeça, desmaio, ansiedade, depressão, enxaqueca, tontura, tremor, perda de memória, inchaço abdominal, prisão de ventre, cólica, cistites, dor nas costas, urticária, rinite, asma, alergias, seios inchados e doloridos, dor e inchaço nas articulações, acne, compulsão por açúcar, fadiga, aumento de peso.

As causas da TPM são explicadas por diversas hipóteses, entre elas as alterações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual. Uma das mais prováveis é o desequilíbrio nos níveis de estrogênio e progesterona do corpo. A quantidade desses dois hormônios aumenta durante a segunda metade do ciclo menstrual. Quando adequadamente equilibrados, eles promovem o funcionamento normal do útero, da vagina e dos seios. Os sintomas humorais da TPM ocorrem quando predomina o estrogênio, fazendo a mulher se sentir ansiosa. Caso predomine a progesterona, a mulher tende a se sentir deprimida. O equilíbrio entre esses dois hormônios depende de dois fatores: a quantidade de hormônios produzidos

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pelos ovários, e a eficácia com que o hormônio é decomposto e eliminado pelo fígado e preparado para excreção pelos rins. Tanto a tensão emocional quanto os hábitos nutricionais podem alterar a eficácia deste sistema. Alguns pesquisadores relacionaram os sintomas de ansiedade da TPM com os níveis insuficientes do neurotransmissor serotonina e do triptofano, o aminoácido que produz serotonina diariamente. Quando os níveis de serotonina ou do triptofano estão baixos, podem ocorrer problemas de sono, ansiedade e irritabilidade. Havia uma dúvida quanto aos sintomas emocionais da TPM serem uma conseqüência de um distúrbio psiquiátrico subjacente. Porém, uma pesquisa realizada em 1991 e publicada no boletim norte-americano Annals of Medicine, relatou que mulheres com TPM não apresentavam mais evidências de distúrbios psiquiátricos ou de personalidade do que mulheres sem TPM, durante os períodos livres de sintomas. Alguns fatores aumentam o risco, como a idade, após os 30 anos; a instabilidade do peso corporal; o sedentarismo; história prévia de pré-eclâmpsia; maior número de filhos; mulheres casadas e a existência de tensão emocional significativa em sua vida.

Os sintomas mais comuns de TPM de que se queixam as pacientes podem ser divididos em quatro subgrupos de acordo com o sistema classificatório desenvolvido pelo dr. Guy Abraham, da Universidade da Califórnia, Los Angeles:

• Tipo A (de "ansiedade"): ansiedade, irritabilidade, oscilações de humor. É o mais comum, ocorrendo em cerca de 80% das mulheres. Provavelmente se deve ao desequilíbrio nos níveis de estrogênio e progesterona e aos níveis insuficientes de serotonina e triptofano.

• Tipo C (de "carboidratos" ou "compulsões"): compulsão por açúcar, chocolate, álcool, pão branco, doces e massas; fadiga, dores de cabeça, tremores e tonturas. Observados em cerca de 60% das mulheres, têm várias hipóteses que tentam explicar os mecanismos responsáveis. Entre eles, o de que o corpo da mulher fica mais responsivo a insulina no período pré-menstrual, levando a uma baixa do nível de açúcar no sangue. Com menos glicose circulando, há

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menos açúcar disponível para o cérebro, que sinaliza para o corpo a sua falta, através do maior desejo de comer doces. Essa compulsão é pior quando a mulher está sob stress. Também é pior quando os hábitos nutricionais dela são pobres, com insuficiência de vitamina B, magnésio e cromo na sua dieta.

• Tipo H (de "hiper-hidratação"): inchaço abdominal, ganho de peso, seios doloridos. Cerca de 40% das mulheres com TPM apresentam esses sintomas. Geralmente a sensação subjetiva de inchaço é pior do que o ganho real de peso, que não ultrapassa 1,5 quilos, em média. Há também uma menor freqüência nas micções. São explicados por uma estimulação dos hormônios da hipófise e das supras-renais, além de um desequilíbrio no hormônio chamado prolactina.

• Tipo D (de "depressão"): depressão, confusão, perda de memória. É a forma menos comum de TPM dentre as outras identificadas. Por si só, é observada em apenas 5% das mulheres afetadas. Em conjunto com o tipo A, é encontrada em 20%. É potencialmente o mais sério de todos, por que as mulheres afetadas podem, nos casos mais graves, mostrar tendências suicidas.

A eles se acrescentam dois outros subgrupos muito comuns: acne (espinhas, pele e cabelos oleosos) e dismenorréia (cólicas, náusea e vômitos e dor lombar).

O tratamento da TPM consiste em dieta equilibrada, vitaminas, ácidos graxos essenciais, exercícios físicos, medicamentos anti-depressivos e anticoncepcionais.

A dieta consiste em evitar alimentos que pioram a TPM, como aqueles com altos teores de açúcar refinado, cafeína (café, chá e refrigerantes a base de cola), laticínios, gorduras saturadas (carnes bovina, suína e ovinos), sal, alimentos altamente processados e cheios de aditivos.

Os alimentos que melhoram a TPM são: cereais integrais, leguminosas, sementes e frutos oleoginosos (nozes, amendoim, amêndoas), hortaliças, frutas e óleos de gergelim, de oliva, de milho e de canola.

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As vitaminas A, complexo B, vitamina C, vitamina E, Cálcio, Magnésio, Zinco e Manganês são importantes para a mulher superar a TPM.

Os ácidos graxos essenciais importantes para as mulheres com TPM são o ácido linoléico, da série Ômega 6 e da série Ômega 3, o óleo de prímula e o óleo de linhaça.

Os exercícios aeróbicos e os de relaxamento são os mais benéficos na prevenção e tratamento da TPM.

O tratamento medicamentoso inclui o uso de antidepressivos, como a Sertralina, que deve ser utilizada quinze dias antes da menstruação. O Diserim, que possui efeito diurético e age nos sintomas emocionais. As medicações antiprostaglandinas funcionam bem para o tratamento das cólicas menstruais, iniciam-se aproximadamente cinco dias antes da menstruação; não aliviam os outros sintomas. Recentemente foi lançado um anticoncepcional chamado YAZ, que age muito bem, tanto nos sintomas físicos como nos emocionais. Este será tema de uma próxima coluna.