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TPM – Total Productive Maintenance
ENG 90017 – Manutenção e Confiabilidade
Flávio Fogliatto
Histórico e panorâmica da sistemática
• Surgida no Japão, é considerada evolução natural da
manutenção corretiva (reativa) para a manutenção
preventiva (pró-ativa)
• Incorpora esforços p/ evitar defeitos de qualidade
provocados pelo desgaste e mau funcionamento dos
equipamentos:
– Premissa é que pessoas que utilizam o equipamento
possuem os maiores conhecimentos referente ao mesmo e
devem contribuir nos reparos e modificações
2F. Fogliatto / TPM
Conceitos Básicos
• TPM apóia-se em alguns elementos gerais:
– Mudança cultural, visando otimizar o rendimento geral dos equipamentos
– Estabelecimento de sistema para prevenir perdas associadas aos equipamento e local de trabalho (zero acidentes, zero defeitos de qualidade, zero quebras)
– Implementação envolvendo todos os departamentos
– Envolvimento de todos em atividades de melhoria contínua (Kaizen), desde alta direção até operadores
– Educação e treinamento, visando aprimorar a consciência e competência dos colaboradores
3F. Fogliatto / TPM
Elementos apoiam a busca da perda zero
• Ações mais específicas da manutenção são implementadas para essa finalidade:
– Atividades de manutenção autônoma conduzidas pela produção
– Planejamento das atividades de manutenção, apoiado em procedimentos padronizados para cada equipamento:• Tomam como base tempo de uso ou degradação observada
– Prevenção de falhas já na fase de projeto dos equipamentos, minimizando ou eliminando necessidade de manutenção.
4F. Fogliatto / TPM
PerdasTodos os equipamentos estão sujeitos a perdas
• P/ melhorar rendimento dos equipamentos, é preciso reconhecer, medir e eliminar perdas
• Trata-se de um conceito essencial da TPM, que classifica seis grandes perdas:
– Por quebra devido a falhas do equipamento
– Durante setup e ajustes de linha
– Por pequenas paradas e operação em vazio
– Por redução da velocidade de operação
– Por defeitos de qualidade e retrabalhos e
– Perdas de rendimento
Algumas perdas sãodetalhadas
5F. Fogliatto / TPM
Nomenclaturaalternativa
3. Perdas devido a pequenas paradas ou operação em vazio
• Ocorrem quando o equipamento necessita ser parado por alguns minutos ou trabalha sem carga devido a oscilações no fluxo do processo:
– Costumam exigir intervenção do operador para que a linha volte a produzir normalmente
• Em geral, são classificadas nesta categoria aquelas paradas cuja interrupção dura menos de quatro minutos
6F. Fogliatto / TPM
6. Perdas por queda de rendimento
• Ocorrem cada vez que o processo é interrompido e reiniciado:
– Podem envolver a produção de produtos defeituosos, que podem estar sendo gerados enquanto o equipamento não atinge as condições ideais de operação (pressão, temperatura, concentração, etc.)
7F. Fogliatto / TPM
Literatura reporta perdas adicionais quepodem também ser analisadas
• Durante o acionamento ou desligamento do equipamento
• Por falta de capacitação dos operadores
• Por espera de materiais, ferramentas ou transporte
• Por desorganização das linhas
• Por falhas logísticas
• Por medição e ajustes
• Por desperdício de energia e material
• Por desgaste de moldes, ferramentas e gabaritos
8F. Fogliatto / TPM
Proposta: analisar incidência de perdas em equipamentosusando uma matriz de relações
Rendimento operacional e outros índices da TPM
• TPM utiliza três índices principais para avaliar o efeito das perdas:
– Disponibilidade
– Taxa de velocidade, e
– Taxa de qualidade
• Índices são integrados no principal indicador da TPM, o Índice de Rendimento Operacional Global (IROG)
9F. Fogliatto / TPM
Também conhecido como:OEE = Overall Equipment Effectiveness
Formulário do IROG
• Disponibilidade avalia % do tempo efetivamente utilizado p/ produção, variando de 0 a 1:
– Disponibilidade = Tempo de produção / Tempo programado
• Taxa de velocidade avalia velocidade relativa do equipamento comparada a sua velocidade teórica máxima, variando entre 0 e 1:
– Taxa de velocidade = Tempo de ciclo teórico / Tempo de ciclo real
• Tempo de ciclo teórico = tempo ideal (mínimo) por unidade produzida
• Tempo de ciclo real = Tempo de produção / Total de unidades produzidas
10F. Fogliatto / TPM
IROG
• Taxa de qualidade avalia % de unidades conformes produzidas no período, variando de 0 a 1:
– Taxa de qualidade = Unidades boas produzidas / Total de unidades produzidas
• IROG é o produto simples dos três índices anteriores:
– IROG = Disponibilidade x Taxa de Velocidade x Taxa de Qualidade• Por ser o produto de 3 indicadores no intervalo [0, 1], IROG
apresenta a mesma faixa de variação
11F. Fogliatto / TPM
Diretrizes sobre IROG e seus índicescomponentes
• Caracterizam um bom desempenho dos indicadores:
– Disponibilidade e taxa de velocidade > 0,90
– Taxa de qualidade > 0,99
• Bom desempenho operacional:
– Valores de IROG > 0,85 (i.e. > que desempenho individual dos indic.):• IROG < 0,85 indica equipamentos a serem priorizados nas atividades de análise
e melhoria
• Observações:
– IROG e indicadores são índices relativos, podendo ser calculados para qualquer período de tempo (e.g. mês, semana, ano)
– Em função de seu caráter relativo, IROG pode ser empregado para avaliar equipamento, conjunto de equiptos ou linha de produção
12F. Fogliatto / TPM
Pausa para prática
• Um equipamento deve trabalhar 8 horas por dia durante 22 dias úteis de um determinado mês
• Durante esse período, devido a quebras e ajustes, o mesmo permaneceu parado durante 26,5 horas
• O tempo de ciclo teórico corresponde a cinco peças por minuto:
– Entretanto, durante as horas de funcionamento, neste mês foram produzidas 35.600 peças, sendo que 1050 foram consideradas não conformes
• Utilize esses dados e calcule a disponibilidade, taxa de velocidade, taxa de qualidade e o IROG para este equipamento e período
13F. Fogliatto / TPM
Quebra Zero
• A filosofia da TPM busca a condição de Quebra Zero, isto é, equipamentos operando sem falhas e sem interrupções
• Ações para combater quebras e falhas:
– Manter as condições básicas para a operação do equipamento, relativamente a limpeza, lubrificação e aperto dos componentes
– Operar equipamentos dentro das condições de trabalho estabelecidas
– Recuperar partes desgastadas e degradadas
– Corrigir fragilidades incorporadas no projeto do equipamento
– Capacitar o pessoal operacional e os técnicos de manutenção, de modo que possam perceber, diagnosticar e atuar convenientemente
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OPERADORES
MANUTENÇÃO
ENGENHARIA
RH
F. Fogliatto / TPM
Requisitos para o desenvolvimento da TPM
1. Capacitação dos recursos humanos
2. Implementação de melhorias nos equipamentos
3. Estruturação da manutenção autônoma
4. Estruturação da manutenção planejada e
5. Estruturação para o controle de novos equipamentos
15F. Fogliatto / TPM
1. Capacitação dos recursos humanos
• Ocorre em todos os níveis:
– Gerentes e engenheiros: princípios, conceitos e métodos da TPM, de forma que possam gerenciar o programa
– Supervisores: funcionamento dos equipamentos e partes a serem inspecionadas, para instruir operadores
– Operadores: conceitos básicos de manutenção (tarefas de lubrificação, limpeza e reaperto) e observação de anomalias
– Técnicos de manutenção: técnicas de manutenção, envolvendo conhecimentos especializados de mecânica, elétrica, hidráulica, pneumática e programação
16F. Fogliatto / TPM
2. Implementação de melhorias nos equipamentos
• Deve ser feita analisando o papel do equipamento na linha de produção e os valores de IROG
• Métodos para promover melhorias nos equipamentos:
– Teoria das Restrições (identificação de equipamentos gargalos)
– Método de Análise e Solução de Problemas (MASP)
– Análise P-M (Phenomenon Mechanism):• Busca o entendimento aprofundado do mecanismo que gera a falha,
analisando a correlação entre máquina, matéria prima e método de trabalho, muitas vezes utilizando a técnica dos 5 porquês
– Troca Rápida de Ferramentas
– 5S
– Método Kaizen
17F. Fogliatto / TPM
3. Estruturação da manutenção autônoma
• Consiste no envolvimento dos operadores nas atividades diárias de manutenção, tais como inspeção, limpeza, lubrificação e reapertos:
– Manutenção autônoma permite detectar e tratar pequenas anomalias antes que elas gerem falhas
• Empresas que não possuem o 5S devem adotá-lo em conjunto com a manutenção autônoma:
– 5S estabelece um ambiente de trabalho limpo e organizado, condição essencial para o desenvolvimento da manutenção autônoma
18F. Fogliatto / TPM
4. Estruturação da manutenção planejada
• Conduz à reorganização do departamento de manutenção, contemplando os seguintes itens:
– Missão da manutenção no contexto organizacional
– Tipos de manutenção de responsabilidade do depto
– Formas básicas de organização da manutenção
– Estrutura funcional adotada
– Gestão:• das atividades de manutenção• das peças de reposição• dos custos de manutenção• da lubrificação dos equipamentos
– Apoio de software para a gestão da manutenção
19F. Fogliatto / TPM
5. Estruturação para controle de novos equipamentos
• Refere-se às atividades gerenciais associadas à instalação e posta em marcha dos equipamentos:
– Deve assegurar o desempenho previsto pelo fabricante
– Tarefa deve ser conduzida pela Engenharia e pelo Departamento de Manutenção
20F. Fogliatto / TPM
Detalhamento
Atvidades do controle da instalação e posta em marcha dos equipamentos
• Entender claramente propósitos do equipamento e funções que ele deve desempenhar
• Avaliar e aprovar o investimento necessário e o custo de manufatura associado ao equipamento
• Definir procedimentos a serem observados durante a produção
• Definir o envelope operacional, detalhando ajustes para a produção de diferentes produtos
• Estabelecer equipe de trabalho responsável pelo equipamento
• Definir dados a serem coletados e registrados, de forma a permitir a avaliação do desempenho do equipamento e a realização de eventuais esforços de melhoria
21F. Fogliatto / TPM
Etapas para a implantação da TPM
1. Campanha de lançamento
2. Organização para a implantação
3. Diretrizes e metas
4. Uso do software de gestão da manutenção
5. Capacitação dos colaboradores
6. Início das atividades e melhoria dos equipamentos
7. Controle das intervenções e estoques de reposição
8. Manutenção autônoma
9. Manutenção planejada e
10. Consolidação do programa
22F. Fogliatto / TPM
PREPARAÇÃO
INTRODUÇÃO
IMPLANTAÇÃO
CONSOLIDAÇÃO
Estudo de caso(Tondatto & Fogliatto, 2005)
• Aplicação prática do programa TPM em uma empresa do setor gráfico, sediada no estado do Paraná:
– Processos da empresa caracterizados por grandes equipamentos, cuja manutenção corretiva costuma demandar grandes períodos de tempo
– Principais produtos comercializados pela empresa são cadernos escolares e material didático institucional
23F. Fogliatto / TPM
PREPARAÇÃOEtapas 1 a 5
• Para uma implantação bem sucedida do TPM, todos os funcionários:
– devem compreender o porquê da introdução do programa na empresa e
– estar cientes da necessidade de implantação do programa e das metas a serem atingidas
• Alta administração deve anunciar a decisão de adoção do TPM em uma reunião interna, com participação de todos os diretores:
– Etapa de organização da implantação inicia-se com esse anúncio formal
– Na indústria do estudo de caso, declaração foi realizada através de seminários e reuniões formais onde gerentes e líderes divulgaram o TPM a todos os funcionários
24F. Fogliatto / TPM
Etapa 2 – Organização para implantaçãoEscritório do TPM
• Listaram-se os pilares do TPM (segundo Suzuki, 2003) e associaram-se responsáveis a cada pilar:
• Equipe de implantação ficou formada por 6 profissionais de diferentes áreas
25F. Fogliatto / TPM
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PILARES BÁSICOS
Etapa 3 – Diretrizes e metas
• Estabelecimento das diretrizes básicas e indicação dos objetivos é fundamental para dar sustentabilidade ao programa:
26F. Fogliatto / TPM
Etapa 5: Capacitação
• Temas abordados na capacitação introdutória na indústria em questão:
27F. Fogliatto / TPM
INTRODUÇÃOEtapa 6
• Início formal do programa deve representar um marco nas atividades da empresa:
– Na empresa analisada, início do programa foi anunciado em uma reunião onde foram convidados a participar todos os funcionários, clientes e fornecedores:• Foram expostos novamente o conceito, a filosofia e os objetivos do
TPM
• Alta administração reafirmou o compromisso com a implantação do TPM, destacando políticas e metas a serem alcançadas
28F. Fogliatto / TPM
IMPLANTAÇÃOPassos 7 a 9
• Deve-se iniciar pelos 4 pilares básicos: manutenção autônoma, manutenção planejada, melhorias individuais e capacitação e treinamento
– Pilares são fundamentais para a melhoria imediata das condições dos equipamentos e do nível de conhecimento dos operários e técnicos
• Elaborou-se um cronograma de implantação dos pilares nas diferentes máquinas e equipes
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Cronograma
F. Fogliatto / TPM
30F. Fogliatto / TPM
Pilar da melhoria individual foca naanálise de perdas
• Objetivo é implantar sistemática de melhoria para aumentar a produtividade dos equipamentos
• Melhoria individual é realizada através da promoção de atividades de equipe em pequenos grupos, realizadas no próprio local de trabalho
31F. Fogliatto / TPM
Alguns resultados
• Através de um Diagrama de Pareto, deve-se eliminar sistematicamente as perdas, tratando-as individualmente, como mini projetos:
– Utiliza-se o ciclo PDCA para solução de cada perda e o IROG para verificar a real eficácia do mini projeto
• Equipamento piloto passou por 17 grandes melhorias:
– IROG elevou-se de 28% para 37%
• 6 grupos de melhoria planejaram 50 melhorias significativas em diversos equipamentos e processos
32F. Fogliatto / TPM
Etapa 8Manutenção autônoma
• Padrão de limpeza, lubrificação e inspeção criadopara o equipamento piloto:
33F. Fogliatto / TPM
Etapa 9Manutenção Planejada
• Deve ser implantada com o objetivo de trabalhar em três formas de manutenção: manutenção corretiva, manutenção preventiva e manutenção preditiva
• Deve-se realizar levantamento das falhas reais ou potenciais do equipamento para elaboração do programa de manutenção com base no tempo:
– Anomalias devem ser registradas e identificadas através de fichas TPM
– Identificação facilita a visualização dos problemas atuais do equipamento:• Fichas cor vermelha = anomalia a ser solucionada pelos técnicos de
manutenção• Fichas cor amarela = anomalia a ser resolvida pelos operadores
34F. Fogliatto / TPM
Etapa 9Exemplo
35F. Fogliatto / TPM
Etapa 10 – ConsolidaçãoAlguns resultados
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Descrição completa do estudo de caso constaem artigo disponível para download na página da
disciplina
F. Fogliatto / TPM
Exercício final
• Durante um determinado período, um equipamento deveria trabalhar por 300 horas. Contudo, durante esse período, devido a quebras e ajustes, o mesmo permaneceu parado durante 35,2 horas.
• O tempo de ciclo teórico, informado pelo fabricante do equipamento corresponde a 45 peças por hora. Contudo, durante as horas de funcionamento, neste período, foram produzidas 11.325 peças. Dentre essas peças, 27 foram consideradas não conforme.
• Utilize esses dados e calcule a disponibilidade, taxa de velocidade, taxa de qualidade e o IROG para este equipamento e período.
37F. Fogliatto / TPM