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Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Primeira Câmara Cível 1 Apelação Cível nº: 0119092-15.2010.8.19.0002 Apelante: RUBEM SILVA JUNIOR Advogado: Antônio José Ribeiro de Carvalho Apelado: ESTADO DO RIO DE JANEIRO Relator: Desembargador ANDRÉ RIBEIRO. MANDADO DE SEGURANÇA. APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. CABO DA POLÍCIA MILITAR. PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DO DIREITO À PROMOÇÃO PARA TERCEIRO SARGENTO. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SEGUNDO OS ARTIGOS 130, INCISO III E 131,§4° DA LEI 443/81, ALTERADA PELA LEI 2109/1993, BEM COMO O DECRETO 22.169/96, QUE REGULAMENTA A PROMOÇÃO DE PRAÇAS NA POLÍCIA MILITAR E NO CORPO DE BOMBEIROS, A CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO, PARA EFEITO DE PROMOÇÃO, É AQUELE PRESTADO EXCLUSIVAMENE À POLÍCIA MILITAR DO RJ OU ÀS CORPORAÇÕES ÀS QUAIS ELA SUCEDEU. AUSÊNCIA DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS MÍNIMOS NECESSÁRIOS À PROMOÇÃO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. CONFIRMAÇÃO. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. ART. 557 CAPUT DO CPC. DECISÃO MONOCRÁTICA RUBEM SILVA JUNIOR impetrou Mandado de Segurança contra ato proferido pelo Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro que, em processo administrativo, indeferiu o pleito do autor à promoção ao cargo de 3° sargento, tendo alegado, em síntese, que ingressou na instituição em 1999 através do Curso de Formação de Soldados, sendo que antes do seu ingresso, averbou tempo de serviço

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Poder Judiciário

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Vigésima Primeira Câmara Cível

1

Apelação Cível nº: 0119092-15.2010.8.19.0002

Apelante: RUBEM SILVA JUNIOR

Advogado: Antônio José Ribeiro de Carvalho

Apelado: ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Relator: Desembargador ANDRÉ RIBEIRO.

MANDADO DE SEGURANÇA. APELAÇÃO CÍVEL.

ADMINISTRATIVO. CABO DA POLÍCIA MILITAR.

PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DO DIREITO À

PROMOÇÃO PARA TERCEIRO SARGENTO. AUSÊNCIA

DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SEGUNDO OS

ARTIGOS 130, INCISO III E 131,§4° DA LEI 443/81,

ALTERADA PELA LEI 2109/1993, BEM COMO O

DECRETO 22.169/96, QUE REGULAMENTA A

PROMOÇÃO DE PRAÇAS NA POLÍCIA MILITAR E NO

CORPO DE BOMBEIROS, A CONTAGEM DO TEMPO

DE SERVIÇO, PARA EFEITO DE PROMOÇÃO, É

AQUELE PRESTADO EXCLUSIVAMENE À POLÍCIA

MILITAR DO RJ OU ÀS CORPORAÇÕES ÀS QUAIS ELA

SUCEDEU. AUSÊNCIA DE CUMPRIMENTO DOS

REQUISITOS MÍNIMOS NECESSÁRIOS À PROMOÇÃO.

SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. CONFIRMAÇÃO.

RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. ART. 557

CAPUT DO CPC.

DECISÃO MONOCRÁTICA

RUBEM SILVA JUNIOR impetrou Mandado de

Segurança contra ato proferido pelo Comandante Geral da Polícia Militar

do Estado do Rio de Janeiro que, em processo administrativo, indeferiu o

pleito do autor à promoção ao cargo de 3° sargento, tendo alegado, em

síntese, que ingressou na instituição em 1999 através do Curso de Formação

de Soldados, sendo que antes do seu ingresso, averbou tempo de serviço

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prestado às Forças Armadas (Exército) no total de 04 anos. Aduziu que não

obstante ter completado 15 anos de efetivo serviço, seu requerimento

administrativo para a promoção à 3° Sargento foi negado, sob a alegação de

contrariedade do disposto no art. 131, §4° da Lei 443/81.

Sustentando ter preenchido os requisitos necessários à

promoção pleiteada e a violação de seu direito líquido e certo, requereu a

concessão liminar da medida para determinar que a autoridade coatora

proceda à promoção do impetrante à graduação superior de 3º Sargento, sob

pena de multa diária de R$500,00, e, no mérito, a procedência do pedido

para, confirmada a ordem, reconhecer o direito do impetrante ao

recebimento retroativo das diferenças advindas da promoção, acrescida de

correção e juros, além da condenação ao pagamento de custas e honorários

advocatícios.

Decisão de fls. 26 que indeferiu o pedido liminar.

Informações prestadas pelo Impetrado às fls. 57/59,

alegando a legitimidade e legalidade do ato.

A sentença de fls. 64/67 julgou improcedente o pedido

inicial e denegou a segurança, condenando o impetrante ao pagamento das

custas processuais, ao fundamento de que não atendeu ao requisito

fundamental para o deferimento da promoção pleiteada, na forma do artigo

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3°, §1° do Decreto 22.169/96, alterado pelo Dec. 23.673/97.

O autor interpôs apelação às fls. 70/78, reiterando suas

alegações iniciais, pugnando pelo provimento do recurso.

Contrarrazões ofertadas às fls. 81/85, pela manutenção

da sentença.

É o breve relatório. Passo à decisão.

Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do

recurso.

Conforme narrado nos autos e de acordo com os

documentos apresentados, o impetrante foi admitido na instituição em

15/03/1999, tendo averbado o tempo de serviço de 04 anos em 04 de maio

de 1999.

Com efeito, a Lei 433/81 (ESTATUTO DOS

POLICIAIS-MILITARES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) em seus

artigos 130, inciso III, e art. 131,§4°, ambos acrescidos pela Lei 2109/1993,

dispõe:

Art. 130 - Na apuração do tempo de serviço policial-militar

será feita a distinção entre:

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I - tempo de efetivo serviço; e

II - anos de serviço.

* III - anos ou tempo de efetivo serviço prestado à

Corporação.

* Acrescido pela Lei nº 2109/1993.

Art. 131 - Tempo de efetivo Serviço é o espaço de tempo,

computado dia a dia, entre a data de ingresso e a data-limite

estabelecida para a contagem ou a data do desligamento do

serviço ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.

* § 4º - Para contagem do tempo ou dos anos de efetivo serviço

prestado à Corporação, será computado, exclusivamente, o

tempo de serviço prestado à Polícia Militar do Estado do Rio de

Janeiro ou às Corporações às quais ela sucedeu. (grifei)

* Acrescido pela Lei nº 2109/1993.

Dispõe, ainda, o artigo 129 do mesmo diploma legal:

Art. 129 - Os policiais-militares começam a contar tempo de

serviço na Polícia Militar a partir da data de seu ingresso na

Corporação.

§ 1º - Considera-se como data de ingresso, para fins deste

artigo:

1 - a do ato em que o policial-militar é considerado incluído em

uma Organização Policial-Militar;

2 - a de matrícula em órgão de formação de policiais-militares;

e

3 - a do ato de nomeação.

Entretanto, embora alegue o apelante o preenchimento dos

requisitos que autorizam a sua promoção ao cargo de 3° Sargento, não

restou comprovado o direito líquido e certo que alega ter sido violado pelo

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impetrado. Isto porque, além das disposições legais acima citadas, o

Decreto n° 22.169/96, visando regulamentar as regras previstas no referido

Estatuto, dispõe, especificamente, sobre praças, pelo critério tempo de

serviço, na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Rio de

Janeiro, dentre outras providências, dispondo em seu artigo 3°, inciso II o

seguinte:

Art. 3° - As Praças que satisfizerem às exigências estabelecidas

neste Decreto, e, no que couber, às demais disposições contidas

nos respectivos Regulamentos de Promoções de Praças, e desde

que suas Qualificações de Bombeiro Militar Particular (QBMP)

e Policial Militar Particular (QPMP), ou Especialidades,

possuam as graduações superiores a serem alcançadas,

imediatamente superior, sem preencher vagas:

II - Cabo a 3° Sargento: possuir, 15 (quinze) anos de efetivo

serviço prestado à Corporação, estando classificado, no

mínimo, no comportamento "ÓTIMO" (grifei).

De modo que, o requisito mínimo exigido para a

promoção, ao contrário do alegado, não havia sido preenchido, já que, à

época do pedido, ainda não havia completado 15 anos de serviço prestado

junto à Corporação. Ademais, ainda que assim não fosse, estaria obstado o

provimento do presente recurso, diante da inexistência de qualquer menção

com relação à avaliação do comportamento funcional (no caso, “ótimo”),

requisito a ser preenchido conjuntamente, nos termos do inciso acima

citado.

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Acerca do tema, segue orientação do Superior Tribunal

de Justiça, senão vejamos:

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº

25.401 - AM (2007/0242845-7) RELATOR :

MINISTRO CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR

CONVOCADO DO TJ/SP) RECORRENTE : JOSÉ

CARLOS INTERAMINENSE ADVOGADO : ANA

ESMELINDA MENEZES DE MELLO RECORRIDO

: ESTADO DO AMAZONAS PROCURADOR :

ABRAHAM NISSIM BENOLIEL E OUTRO (S)

DECISÃO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO

DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR CABO.

PROMOÇÃO AO POSTO DE TERCEIRO

SARGENTO. ALEGAÇÃO DE CUMPRIMENTO DO

TEMPO DE SERVIÇO. AUSÊNCIA DE

DEMONSTRAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS

DEMAIS REQUISITOS PREVISTOS NA

LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. RECURSO

ORDINÁRIO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.

Trata-se de recurso ordinário em mandado de segurança

interposto por José Carlos Interaminense contra

acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do

Amazonas denegatório da segurança, assim ementado

(fls. 197): MANDADO DE SEGURANÇA -

POLICIAL MILITAR DO ESTADO - PEDIDO DE

PROMOÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO -

POSSIBILIDADE NÃO COMPROVADA -

SEGURANÇA NEGADA. I- Policial Militar Estadual

que alega não ter sido promovido por mais que tenha

tempo de serviço que lhe possibilite tal direito II-

Inexistência de direito líquido e certo. II- Segurança

Negada. (sic) Em suas razões de recurso ordinário em

mandado de segurança (fls.234/240), sustenta o

recorrente que tem direito líquido e certo à promoção à

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graduação de terceiro sargento, por tempo de serviço,

de acordo com o art.1000 do Decreto estadual

nº16.40444/1994. (...)O Tribunal a quo denegou a

segurança sob o fundamento de que o impetrante, ora

recorrente, fica impossibilitado de galgar a promoção

de terceiro sargento da polícia militar do Estado do

Amazonas, porque já se encontra na reserva

remunerada, fato que impossibilita a inclusão de seu

nome no quadro de acesso. O militar opôs embargos de

declaração perante o Tribunal a quo, sustentando

contradição no julgado, pois antes de requerer sua

aposentadoria militar no ano de 2001, já contava com

mais de vinte e seis anos de efetivo serviço na polícia

militar, sendo dezoito anos na graduação de cabo. Os

embargos de declaração foram rejeitados (fls. 224/227).

Interposto recurso ordinário em mandado de segurança,

ascenderam os autos ao STJ. (...) O cerne da

controvérsia gira em torno do reconhecimento do

direito líquido e certo à promoção do recorrente, cabo,

à graduação de terceiro sargento, ainda que já esteja na

reserva remunerada. De feito, não basta apenas o

decurso de prazo, sendo necessário que o recorrente

preencha outros requisitos para alcançar a

promoção pretendida. Isto, porque a promoção só

pode ser concedida ao agente que preencher os

requisitos legais, (...) 4. Soldado PM não tem direito

líquido e certo de ser inscrito em seleção interna para

admissão ao Curso de Formação de Sargentos PM, pois

a promoção, no caso, esbarra em vedação legal. (...)

Ante o exposto, nego seguimento ao recurso ordinário

em mandado de segurança. Publique-se. Intimem-se.

Brasília (DF), 29 de março de 2011. MINISTRO

CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR

CONVOCADO DO TJ/SP), Relator: Ministro CELSO

LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO

TJ/SP), Data de Publicação: DJ 05/04/2011).

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Sendo assim, com razão, foi a segurança denegada,

liminarmente, por decisão de fls. 26 e julgado improcedente o pedido, no

mérito, não merecendo qualquer reparo a sentença vergastada, porquanto

não se verificou qualquer violação à direito líquido e certo que tenha sido

praticado pelo agente coator.

Neste sentido, segue orientação jurisprudencial desta

Corte, senão vejamos:

0414411-97.2008.8.19.0001 - APELACAO

1ª Ementa

DES. RICARDO RODRIGUES CARDOZO - Julgamento:

23/03/2012 - DECIMA QUINTA CAMARA CIVEL

BOMBEIRO MILITAR. PROMOÇÃO. REQUISITO.

SERVIÇO ATIVO. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO

ÀS FORÇAS ARMADAS. CONTAGEM PARA

PROMOÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Ação ordinária

onde o autor, 2º sargento da reserva remunerada, alegou

que, por contar mais de 30 (trinta) anos de efetivo serviço,

além de comportamento excepcional, deveria ter sido

promovido a subtenente. Informou que, no momento se sua

entrada para a reserva, contava com 30 (trinta) anos e 07

(sete) dias, e que teve seu pedido administrativo negado sob

o argumento de que não teria realizado o curso de

aperfeiçoamento de sargentos, o qual, no entanto, somente

não foi cursado em razão da não abertura de inscrições para

o período de 2002 até 2006. Requereu, portanto, a

procedência do pedido e a sua consequente promoção ao

posto de 1º sargento, a partir de outubro de 2007. O Decreto

Estadual 22.169/96, em seu artigo 1º, estabelece que, no

Corpo de Bombeiros Militar, as promoções por tempo de

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serviço aproveitarão aos militares integrantes do serviço

ativo. Também o artigo 56 da Lei 880/85 prevê que não

haverá promoção de bombeiro-militar por ocasião de sua

transferência para a reserva remunerada ou reforma. Como

se vê, o requisito principal para fazer jus à promoção é o de

integrar o serviço ativo da respectiva Corporação, sendo

certo que o apelante, quando do ajuizamento da presente

ação, já se encontrava na reserva remunerada. Além disso, o

tempo de serviço prestado às Forças Armadas é computado

para fins de aposentadoria, gratificação por tempo de

serviço (triênio) e licenças; e, de acordo com a norma

especial, que sobrepõe à geral, não presta para a promoção

pretendida. Recurso manifestamente improcedente, nos

termos da decisão do Desembargador Relator.

0284528-92.2011.8.19.0001 – APELACAO

0000265-10.2011.8.19.0067 - APELACAO

DES. PEDRO FREIRE RAGUENET - Julgamento:

08/10/2012 - SEXTA CAMARA CIVEL

Apelação Cível. Administrativo. Policial militar. Pretensão

de cômputo do tempo de serviço prestado às Forças

Armadas para efeito de promoção na carreira, com o

pagamento dos acréscimos legais. Improcedência do

pedido. Inconformismo. Diferenciação entre tempo de

efetivo serviço e tempo de efetivo serviço prestado à

corporação, sendo este último o necessário para a elevação

da graduação. Inteligência dos arts. 57, 58, 130 e 131 da Lei

nº 443/81, o Estatuto da PM. Inexistência de

incompatibilidade com o Decreto nº 22.169/96. Precedentes

desta Corte. Recurso a que se nega provimento liminar, na

forma autorizadora do art. 557, caput, CPC. Sentença que se

mantém.

DES. MAURICIO CALDAS LOPES - Julgamento:

11/10/2013 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL

Policial militar. Promoção com efeitos retroativos.

Pretensão de obter promoções às graduações de 1º Sargento

da PMERJ, a contar de 14.11.2003, e de Subtenente, a

contar de 12.05.2008, com o pagamento das diferenças

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retroativas de soldos e vantagens a que faria jus entre as

promoções, bem como reparação pelos danos morais ditos

suportados por ter sido preterido e prejudicado nas

respectivas ascensões. Sentença de improcedência. Decreto

nº 22.169/96, alterado pelo Decreto nº 23.673/97,

instrumento normativo das promoções de praças por tempo

de serviço no Corpo de Bombeiros e na Polícia Militar do

Estado do Rio de Janeiro, que previa o direito à promoção

de 2º para 1º Sargento desde que cumprido o interstício

mínimo de 25 (vinte cinco) anos de Corporação. Com as

alterações advindas pelo Decreto nº 43.411/2012, o artigo 3º

do Decreto nº 22.169/96, reduziu o lapso temporal a 20

(vinte) anos de efetivo serviço prestado à Corporação, com

a exigência de "BOM" comportamento do candidato. Autor

que não logrou comprovar o alcance do requisito temporal

em 2001, ao tempo em que concluíra o CAS. Ausência de

prova de que tivesse o autor sido preterido nas pretendidas

ascensões funcionais. Militares apontados como paradigmas

a ostentar situações funcionais distintas das do autor,

promovidos que foram por atos de bravura. Recurso de

manifesta improcedência. Seguimento denegado.

0026993-58.2012.8.19.0001 - APELACAO

DES. BENEDICTO ABICAIR - Julgamento: 16/09/2013 -

SEXTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO

A SUBTENENTE. ART. 3º, III, DECRETO ESTADUAL

Nº 22169/96. TEMPO DE SERVIÇO A SER

COMPUTADO PARA EFEITOS DE PROMOÇÃO É

SOMENTE O PRESTADO NA PRÓPRIA

CORPORAÇÃO. ART. 131, PARÁGRAFO 4º, DA LEI Nº

443/81. SERVIÇO PRESTADO NAS FORÇAS

ARMADAS QUE É CONTADO APENAS PARA

EFEITOS DE TRIÊNIOS, LICENÇA ESPECIAL E

TRANSFERÊNCIA PARA A INATIVIDADE.

PRECEDENTES. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO

RECURSO, NOS TERMOS DO ART. 557, CAPUT, DO

CPC.

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0246943-40.2010.8.19.0001 - APELACAO

DES. MONICA COSTA DI PIERO - Julgamento:

22/08/2013 - OITAVA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. POLICIAL MILITAR QUE

PRETENDE RECONHECIMENTO DO DIREITO À

PROMOÇÃO. SENTENÇA QUE JULGOU

IMPROCEDENTE O PLEITO POR FALTA DE PROVAS

DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS.

IMPROVIMENTO DO RECURSO, TENDO EM VISTA

QUE O AUTOR NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DA

PROVA DO DIREITO ALEGADO. SENTENÇA QUE SE

MANTÉM. 1. A preliminar de prescrição que deve ser

afastada, uma vez que as prestações são de trato sucessivo,

sendo possível a discussão quanto aos vencimentos

recebidos nos cinco anos anteriores ao ajuizamento da

demanda (art. 1º, do Decreto 20.910/32). 2. Pretende o

autor, policial militar, a retroação das datas de promoção

em igualdade de condição com seus colegas de certame

para o Curso de Formação de Cabos de 1989, com os

efeitos patrimoniais decorrentes de tal reconhecimento. 3. O

ato de avaliação funcional compete à própria autoridade

investida, razão pela qual não cabe ao Poder Judiciário,

pautado na observância no princípio da separação dos

poderes, insculpido no art.2º, da CRFB/88, imiscuir-se no

mérito administrativo, deliberando sobre critérios de

conveniência e oportunidade da Administração Pública. 4.

O ato de promoção perseguido pela parte sujeita-se ao

preenchimento de requisitos objetivos (temporais) e

subjetivos (comportamento). 5. Autor/apelante que não

logrou provar o direito alegado, tendo em vista que não

demonstrou o preenchimento dos requisitos legais

necessários à promoção, considerando o ordenamento

jurídico em vigor. 6. Ausência de prova do tempo de

serviço efetivamente prestado e de que obteve

comportamento compatível com a patente perseguida. 7. É

regra salutar do direito processual civil brasileiro (artigo

333, inciso I), que o ônus da prova incumbe ao autor, no

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que se refere ao fato constitutivo do seu direito. 8.

Improcedência dos pedidos que se impõe conforme

reconhecido na sentença. 9. Recurso ao qual se nega

seguimento.

Diante do exposto, na forma do art. 557 caput do CPC,

nego seguimento ao recurso.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2013.

Desembargador ANDRÉ RIBEIRO

Relator