TJ debate 20 anos da Constituição

No dia 5 de outubro, a Constituição Federal completa 20 anos. Para celebrara data, o TJ realizou, no mês passado, um seminário com o tema O Poder Judiciárionos 20 anos da Constituição Cidadã. Dentre as várias palestras, o ex-presidente doSTF, ministro Carlos Velloso, fez um resgate histórico do papel do Judiciário aolongo das constituições brasileiras. O debate sobre itens importantes e avanços daConstituição pode ser conferido neste TJMG Informativo.

(Páginas 6 e 7).

BH - OUTUBRO - 2008ANO 14 - NÚMERO 132

PPuubblliiccaaççããoo ddaa SSeeccrreettaarriiaa ddoo TTrriibbuunnaallddee JJuussttiiççaa ddoo EEssttaaddoo ddee MMiinnaass GGeerraaiiss

E X P E D I E N T E

Participe

Interessados em divulgar notíciasnas próximas edições do TJMGInformativo devem encaminhar omaterial à Ascom pelo e-mailinformativo.ascom@tjmg.jus.br.

Tribunal dde JJustiça ddo EEstado dde MMinas GGeraisPresidente: Sérgio Antônio de Resende;1º VVice-PPresidente: Cláudio Costa; 2º VVice-PPresidente: Reynaldo Ximenes Carneiro;3º VVice-PPresidente: Jarbas Ladeira; Corregedor-GGeral: José Francisco Bueno;Superintendentes dde CComunicação: AlexandreVictor de Carvalho, Antônio Armando dos Anjos;Secretário EEspecial dda PPresidência: Luiz CarlosElói; Secretária ddo PPresidente: Sidneia Simões;Assessor dde CComunicação IInstitucional: RonaldoRibeiro; Gerente dde IImprensa: Wilson Menezes;Editoras ee JJornalistas RResponsáveis: Ione Bernadete Dias - RG n° 1929/MG e PatríciaMelillo - RG n° MG 04592/JP; Revisão: IoneBernadete, Patrícia Melillo e Daniel Oliveira;Design GGráfico: Shirley Moraes, Úrsula Baião;Ilustração: Daniel Fantini; Fotolito ee IImpressão:Lastro Editora Ltda. Ascom TTJMG: Rua Goiás, 253 - 1º andar -Centro - Belo Horizonte - MG CEP 30190-030Tel.: 31 3237-6551 Fax: 31 3226-2715E-mail: ascom@tjmg.jus.brAscom TTJMG/Unidade FFrancisco SSales:31 3289-2520Ascom FFórum BBH: 31 3330-2123Tiragem: 20 mil exemplares

E D I T O R I A L

Mais dois magistrados foram promovidos a desembargador do Tribunalde Justiça de Minas Gerais neste semestre. Electra Maria de Almeida Benevides,natural de Almenara/MG, e Eduardo César Fortuna Grion, de Niterói/RJ, foramempossados no cargo de desembargador no dia 25 de agosto, em solenidade rea-lizada no Salão do I Tribunal do Júri do Fórum Lafayette. A nova desembargadoraintegra a 10ª Câmara Cível e o desembargador Eduardo César é integrante da 3ªCâmara Criminal.

Posse de desembargadores

ma proteção, é o juiz de direito, de todos conheci-do na pequena comunidade.” Neste mês de outubro, em que se comemora o Diado Servidor, além da oportunidade de comemo-ração das conquistas obtidas, torna-se importanteuma reflexão sobre o papel das instituições públi-cas. Cada vez mais, o enfoque tem sido a profis-sionalização e o aprimoramento constante. A sociedade tem cobrado eficiência do serviçopúblico e tem demonstrado intolerância com osdesacertos, principalmente os relacionados àmorosidade, no caso do Judiciário.

Tem ocorrido intensa divulgação sobre asmaiores causas da lentidão das decisões judiciais,entre elas a própria legislação permissiva e odesrespeito ao pacto federativo, tornando a JustiçaEstadual mera passagem para os tribunais deBrasília.

Os problemas estruturais e crônicos precisamde soluções grandiosas, fora do alcance daquelesque estão envolvidos, cotidianamente, naprestação jurisdicional. No dia-a-dia, é possível quecada um faça a sua parte, da melhor maneira pos-sível.

Como disse Dom Serafim, confirmando aimportância de todos aqueles que ajudam a solu-cionar conflitos: “A minúcia das leis não traz abeleza da justiça.” A verdadeira beleza está nasmãos de quem faz a justiça.

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“Não existe justiça fora do coração dohomem iluminado por sua fé.” Essa frase foi pro-nunciada pelo cardeal Dom Serafim Fernandes deAraújo, na missa de posse do novo presidente,desembargador Sérgio Antônio de Resende, noúltimo dia 4 de setembro. Essas palavras associamjustiça ao amor e também à luz da fé. Realmente,esses são ingredientes imprescindíveis à missãodos magistrados e servidores.

Sem afeto e dedicação, tudo fica sem gosto,“sem sal”, como se diz popularmente. É precisoatribuir sentido ao trabalho, renovando o compro-misso a cada etapa que se inicia.

Para que a atual gestão tenha bons resulta-dos, é necessário o esforço de todos. Somentecom o empenho de cada um será possível realizaro máximo possível, dentro das possibilidades e,até mesmo, superando adversidades.

No discurso de posse, o desembargadorSérgio Resende deixou claro que o seu maioranseio é estruturar a Justiça de Primeira Instância,enaltecendo o trabalho do juiz e do servidor, com oespírito voltado para o jurisdicionado.

São palavras do presidente: “Quem profere asentença de condenação, quem assina o mandadode prisão, quem resolve os conflitos e, por óbvio,sempre desagrada uma das partes, quem vai àscompras, quem leva o filho à escola, quem com-parece diariamente ao fórum, sempre sem nenhu-

Uma nova etapa

Rossona de Souza

I N S T I T U C I O N A L

Renata Ferrer

Judiciário com Qualidade

O u t u b r o / 2 0 0 8 03

A busca por uma Justiça célere, efi-ciente, bem administrada e que correspon-da aos anseios do cidadão ganhou, nosúltimos anos, uma ferramenta importante,derivada de parâmetros da iniciativa priva-da: o Sistema de Gestão pela Qualidade.

Tendo em vista a necessidade de difu-são da cultura da qualidade, o Tribunalrealizou recentemente o seminário Quali-dade no Judiciário – Certificação ISO9001:2000, promovido pela Gerência deFormação Permanente (Gefop) da EscolaJudicial Desembargador Edésio Fernandes(Ejef) e coordenado pelo desembargadorMarcelo Guimarães Rodrigues, da 11ªCâmara Cível.

O sucesso do evento pode ser com-provado pelas 321 inscrições, apenas emBelo Horizonte. Além disso, estiveram pre-sentes dezenas de autoridades convidadase magistrados mineiros e de outros Es-tados, além de servidores, assessores eadvogados. Participaram como palestran-tes, dentre outros, o vice-governador do

Estado, Antônio Augusto Junho Anastasia,e os ministros do Supremo Tribunal FederalRicardo Lewandowski e Cármen LúciaAntunes Rocha.

De acordo com o coordenador doevento, desembargador Marcelo Rodri-gues, a metodologia da gestão pela quali-dade é mundialmente reconhecida como amelhor solução para os problemas rela-cionados à morosidade do Judiciário. “Agestão pela qualidade amplia a visibilidadedo Judiciário à sociedade, aumentando atransparência em virtude da disponibili-dade de indicadores estatísticos precisos econfiáveis, ponte na mudança da culturaburocrática para uma cultura gerencial pau-tada em resultados e destinada aoscidadãos”, afirmou.

No seminário, o ministro Lewandowskicontou que os esforços de qualificação de

seu gabinete foram motivados principal-mente pela sobrecarga de trabalho doJudiciário. O ministro destacou que, comações baseadas na Certificação ISO9001:2000, seu gabinete já alcançou resul-tados palpáveis, como a redução do acervoprocessual de 12.500 para 6.500 proces-sos.

A ISO 9001 é uma norma internacionalpara sistemas de Gestão pela Qualidade,presente em 170 países. A certificação éconferida pela ISO (International Orga-nization for Standardization – OrganizaçãoInternacional para Padronização), com sedena Suíça, por meio de entidades credenci-adas em cada país. O Brasil conta com9.014 organizações, instituições ou depar-tamentos certificados. Para conseguir acertificação ISO 9001, a instituição deve seajustar a padrões de qualidade e passar porauditorias externas.

No TJMG, já tiveram início os procedi-mentos para a certificação ISO 9001 dosgabinetes dos desembargadores MarceloGuimarães Rodrigues e Albergaria Costa, etambém do Cartório da 11ª Câmara Cível.“A idéia é motivar magistrados e servidoresa se preocuparem com a gestão pela qua-lidade. O ideal é que cada setor do Tribunalconsiga a certificação”, acredita o desem-bargador.

O desembargador Marcelo Rodrigues (ao centro)coordenou o evento

A gestão pela quali-dade amplia a visibili-dade do Judiciário à

sociedade, aumentando atransparência em virtudeda disponibilidade de indi-cadores estatísticos pre-cisos e confiáveis” ‘

Renata Mendes

Premiação

Rachel Barreto

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TJ inaugura novosendereços eletrônicos

gia de criptografia com uso de chavespúblicas. A cadeia de segurança assegura aintegridade de conteúdo, evitando ataques,validando os dados e garantindo a origemdas informações.

Mas Denilson alerta que a segurançana internet é um objetivo a ser perseguidoconstantemente, com serviços de pre-venção e detecção. “Para garantir a integri-dade do site, temos que verificar os furosde segurança todos os dias, implementarnovos dispositivos o tempo todo, é um tra-balho contínuo”.

Os usuários que têm contas de e-maildo TJMG não precisarão se recadastrar,pois a mudança será automática. Hoje, aoacessar o webmail, já é possível recebermensagens enviadas com a terminaçãojus.br. A partir de janeiro, os e-mails queforem enviados também passarão a exibir anova terminação. Apenas os usuários dosoftware Outlook Express terão que recon-figurar suas contas, mas é uma mudançano programa, não no próprio e-mail.

A partir de setembro, o servidor de e-mail do Tribunal vai acrescentar, automati-camente, um aviso no rodapé de todas asmensagens enviadas, informando a futuratroca de endereço. Dessa forma, espera-seque, até janeiro, todos já estejam habitua-dos aos novos endereços, evitando pos-síveis transtornos.

Já estão em operação os novosendereços do Portal do TJMG e dos e-mails do Tribunal, com a terminação jus.brsubstituindo a antiga, gov.br. A mudançasegue a Resolução 41 do ConselhoNacional de Justiça (CNJ), publicada emsetembro de 2007, que estabeleceu dire-trizes para a integração e padronização dossites do Poder Judiciário.

Com relação à padronização, o objeti-vo do CNJ foi instituir uma nomenclaturaclara e intuitiva, para facilitar o acesso docidadão às informações. Assim, por exem-plo, todos os tribunais estaduais passarãoa adotar endereço similar: www.tjuf.jus.br,sendo que, em cada um, as letras uf sãosubstituídas pela sigla do Estado. Estamudança não afetou os endereços doTJMG, que já estavam adequados aopadrão proposto.

Até dezembro, os dois endereços vãofuncionar juntos. A partir de 2 de janeiro de2009, os endereços gov.br serão desativa-

dos, tanto para páginas na internet quantopara e-mails.

A maior novidade trazida pelo jus.br éa segurança, pois o CNJ estabeleceupadrões que precisam ser atendidos antesda alteração.

“Com o advento do processo eletrôni-co, é ainda mais necessário garantir a inte-gridade do Portal. Temos que manter 100%da vigília em todos os sites que passam aintegrar os serviços essenciais da justiça”,afirma o gerente Denilson dos SantosRodrigues, da Gerência de Infra-EstruturaTecnológica (Getec), subordinada àDiretoria Executiva de Informática (Dirfor).

Os endereços jus.br utilizam umpadrão internacional que reduz o risco demanipulação de dados, através de tecnolo-

Mais segurança

Mudanças para os usuários

té dezembro, osdois endereços vãofuncionar juntos. Apartir de 2 de janeiro

de 2009, os endereçosgov.br serão desativados

A

T E C N O L O G I A

Rachel Barreto

geral de saúde e abordam as condições detrabalho e as patologias que podem estar aelas associadas.

Depois dessa primeira etapa, o servidorou magistrado é submetido a uma avaliaçãoclínica. De acordo com a indicação de cadacaso, podem ser solicitados exames com-plementares. O médico da Gersat, EduardoLuiz Nicolau Osório, esclarece que uma daspropostas do exame periódico de saúde éavaliar as condições do ambiente de traba-lho, verificando também suas repercussõesna saúde de cada indivíduo.

A meta do exame, segundo a equipe daGersat, é prevenir o pro-cesso de adoecimentoque, muitas vezes, levaa afastamentos prolon-gados do trabalho. “Apessoa que está bem,trabalha melhor”, lem-

bra Catarina Mafra, coordenadora da Quali-dade de Vida do TJMG em substituição. Elaexplica que para incentivar a adesão de to-dos ao exame periódico, o contato com ma-gistrados e servidores é feito de formapersonalizada. “Fazemos uma sensibilizaçãodos gerentes de cada setor, no sentido defavorecer a liberação e o comparecimentodos servidores”, explica.

Nas comarcas do interior, o exame pe-riódico de saúde é feito pelos médicos res-ponsáveis pelos Pólos Regionais de Saúde,em parceria com os juízes diretores do Foro.O exame tem um alto índice de adesão demagistrados e servidores.

Na capital, o agendamento para a reali-zação do exame periódico é feito pela equi-pe do Serviço Social da Gersat, que faz con-tato por setor. Outras informações sobre oexame podem ser obtidas pelo telefone(31) 3247-8781.

Conhecer a própria saúde e entender deque forma a relação com o trabalho podeinterferir no bem-estar físico e psíquico sãoalguns dos objetivos do exame periódico desaúde. A avaliação é promovida pela Dire-toria Executiva de Recursos Humanos(Dearhu), por meio da Gerência de Saúde noTrabalho (Gersat).

O exame permite que a equipe desaúde identifique e trabalhe na prevenção dedoenças, muitas delas silenciosas. A avali-ação também contribui para que os profis-sionais da Gersat detectem problemas quepossam de alguma forma comprometer aqualidade de vida no trabalho.

Segundo a gerente de Saúdeno Trabalho, em substituição,Daniela Hipólito de Carvalho, emprimeiro lugar, o servidor ou ma-gistrado preenche um questioná-rio. As questões tratam do estado

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G U I A D O S E R V I D O R

Para o médicoEduardo Osório umadas propostas doexame periódico éavaliar as condiçõesdo ambiente detrabalho

De bem com a saúde

A pessoa que está bem,trabalha

melhor”‘

Ross

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Souz

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Edson Junior

O Seminário realizado noTJ marcou o aniversárioda Constiruição

S E M I Á R I O

ele é a maior autonomia do MinistérioPúblico, que se firma como um “quartopoder”, com a função de fiscalizar osdemais. “A tendência no mundo inteiroé que tenhamos cada vez mais umpoder de fiscalização, como a FiscalíaGeneral, prevista na Constituição daVenezuela. No Brasil, esse papel vemsendo exercido com muita competên-cia pelo Ministério Público”, explicaJosé Luiz.

O professor afirma, no entanto,que, no aspecto separação/indepen-dência dos poderes, ainda existe umacerta confusão. Ele vê com preocupa-ção o exercício de certo papel políticopor parte do Poder Judiciário, especial-mente pelo Supremo Tribunal Federal(STF) e acredita que isso se deve emparte à omissão do Poder Legislativo.“Quando o Poder Legislativo não cum-pre sua primeira função, que é debateros grandes temas nacionais, e se dedi-ca exclusivamente à instalação deCPIs, que também é sua função, masnão a primordial, nós temos o Execu-tivo e, mais recentemente, o Judiciário,invadindo essa esfera legislativa”, argu-menta José Luiz. “O espaço do debatepolítico é o parlamento; portanto nãocabe ao juiz escolher políticas públicas.

O papel do Judiciário deve ser ode guarda da Constituição e do ordena-mento jurídico.” Para ele, uma das ma-neiras de minimizar o problema seria amudança no modo de serem indicadosos ministros do STF, com a instituiçãode um mandato, talvez de nove anos,com renovações de três em três anos ecom a participação mais ativa da socie-dade na escolha dos ministros.

20 anos da ConstituiçãoEspecialistas avaliam os

A data: 5 de outubro de 1988.O ffato: promulgação da Carta Magnabrasileira.

Depois de 19 anos sob o comandodas emendas constitucionais de 1969,que alteraram significativamente aConstituição de 67, conhecida pormuitos historiadores como Constituiçãodo Terror, (absorvia instrumentos ditato-riais como o AI-5 de 1968 e nela, pre-dominavam o autoritarismo e o arbítriopolítico), entra em cena a ConstituiçãoCidadã, como a denominava o entãopresidente da Assembléia NacionalConstituinte, deputado federal UlyssesGuimarães. Com 250 artigos na partepermanente e 94 nas DisposiçõesTransitórias, a Constituição Federal jásofreu 56 emendas nos seus 20 anosde vigência, completados neste mês deoutubro.

Para marcar o aniversário, o Tribu-nal de Justiça de Minas Gerais (TJMG)promoveu, no mês passado, um semi-nário com o tema “O Poder Judiciárionos 20 Anos da Constituição Cidadã”.Na palestra magna, o ex-presidente doSupremo Tribunal Federal (STF), mi-nistro Carlos Velloso, fez um resgatehistórico do papel do Judiciário aolongo das constituições brasileiras.Para ele, desde a primeira ConstituiçãoRepublicana, de 1891, o papel políticodo Judiciário vem crescendo e setornou ainda mais evidente no texto de

1988. Sobre esse e outros temas liga-dos à Constituição Federal, o TJMGInformativo ouviu o desembargador da3ª Câmara Cível do TJMG, autor do livroDireito Constitucional (Teoria do Estadoe da Constituição), Kildare Carvalho, e oprofessor de Direito Constitucional daFaculdade de Direito da UFMG, JoséLuiz Quadros de Magalhães, ambospalestrantes do seminário.

Para o professor José Luiz, mesmocom a perda de alguns direitos sociais,resultantes das emendas, a Cons-tituição de 88 continua sendo extrema-mente avançada, sobretudo no seupapel na consolidação da jovem demo-cracia brasileira. “Apesar de ter sido bas-tante agredida nesses 20 anos, a nossaConstituição continua muito democráti-ca, especialmente nos mecanismos deproteção aos direitos fundamentais dapessoa”, afirma o professor. “Nós temosuma grande declaração de direitos indi-viduais, sociais, políticos e econômicos.Tivemos avanços importantes tambémna estrutura institucional brasileira,como na consolidação do federalismo,passando a ter o município tambémcomo ente federado.”

Outro ponto positivo ressaltado por

Apesar de tersido muito agredidanesses 20 anos,

a nossa Contituiçãocontinua democrática”‘

Consolidação da democracia

Rossana Souza

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Na opinião do desembargadorKildare Carvalho, a forma de escolhados ministros do STF só deveria seralterada caso o órgão se transformasseem corte constitucional. “A atual formade composição do Supremo é com-patível com o sistema presidencialistade governo e não deve ser alterada, anão ser que o STF se transforme emcorte constitucional, como acontece naEuropa, onde algumas cortes têm com-posição híbrida, sendo parte dos mem-bros indicada pelo Executivo, partepelo Legislativo e parte pelo próprioJudiciário”, argumenta o desembar-gador. Ele não acredita que a indicaçãopelo presidente da República influencieno resultado dos julgamentos no STF.“Pode haver um sentimento de gratidãopor ter sido indicado, mas não creioque haja uma submissão dos ministrosao chefe do Executivo. Tanto que,durante o regime militar, até mesmoministros indicados pelos generaischegaram a votar contra o Governo.”

O desembargador define a Consti-tuição de 1988 como um “marco doEstado Democrático de Direito”, deprincípios e direitos sociais. Para ele, otexto avança na medida em que incor-pora questões como o direito ambien-tal, o direito à paz, os direitos coletivos.“São princípios que a tornam umaConstituição de terceira geração”, ex-plica o magistrado. Kildare Carvalhodestaca a importância que o Poder Ju-diciário tem na garantia da implemen-tação das diretrizes contidas na CartaMagna. “Apesar de a Constituição estarcompletando 20 anos, ainda existeuma certa resistência por parte dealguns, sobretudo na implementaçãodos direitos sociais, como saúde, edu-cação, moradia etc. Assim, cabe mui-tas vezes ao Poder Judiciário assegurarao cidadão esses direitos. Eu costumodizer que o Século XXI é o Século doPoder Judiciário, assim como o XX foido Executivo e o XIX do Legislativo.”

O desembargador Kildare Carvalhoe o professor José Luiz fazem coro aoafirmar que a comparação da CartaMagna do Brasil com a dos EstadosUnidos é inadequada. Para eles, o fatode ser extensa e detalhada faz daConstituição um reflexo do próprioordenamento jurídico brasileiro, muitomais próximo do europeu do que donorte-americano. “Ocorre que, para es-tudarmos a Constituição norte-ameri-

Composição do Supremo

Comparações

Século do Judiciário

cana, precisamos conhecer não só otexto em si, mas toda a jurisprudência apartir dele, porque certamente a inter-pretação do texto constitucional foisendo alterada ao longo desses doisséculos”, afirma o desembargador. Oprofessor concorda. “Por ser pequena ede princípios gerais, a Constituição dosEstados Unidos dá margem a diversasinterpretações. Ao contrário, nossaConstituição é analítica, com cada tematratado de maneira bem específica, oque a torna menos suscetível a interpre-tações divergentes”, explica.

A desembargadora Jane Silva foi uma daspalestrantes

Professores e Juristas discutem as conquistase as dificuldades da Constituição

Rossana Souza

Rossana Souza

protocolo integrado são outras medidas emestudo. A manutenção de um diálogo trans-parente com as entidades sindicais é outroponto defendido por Maria Cecília.

Quanto ao redesenho da PrimeiraInstância, Maria Cecília esclarece que a pro-posta existente será apreciada, primeiro,internamente pela Seplag para então, seremdesenvolvidos os estudos que se fizeremnecessários, buscando envolver diversasáreas do Tribunal. A secretária destaca o em-penho da administração em implantar oredesenho, o que, no entanto, não poderáser feito a curto prazo, dada a escassez derecursos. Nesta gestão também preten-demos colocar em dia as promoções verti-cais de 2006 e 2007 e concluir os estudosreferentes à reformulação do plano de car-reiras, ressalta. A secretária executiva acres-centa, no entanto, que não se pode perderde vista a realidade orçamentária doTribunal.

Com a realização das reuniões setoriaise da revisão das prioridades institucionais,a Seplag espera consolidar o planejamentoestratégico do Tribunal ainda no final do mêsde outubro, conclui Maria Cecília.

08

P L A N E J A M E N T O

Formação e informatização. Essas sãoas duas vertentes a serem contempladaspelo planejamento do TJMG nos próximosanos, avalia a secretária executiva da Secre-taria Executiva de Planejamento e Qualida-de na Gestão Institucional (Seplag), MariaCecília Belo. Segundo a secretária, a maioriadas demandas apresentadas pelas áreasaponta para a necessidade de se investir emformação do quadro funcional e em desen-volvimento tecnológico. Quanto às priori-dades definidas pela nova Presidência doTribunal, Maria Cecília ressalta que a inten-ção é priorizar ações que contribuam para oatendimento das necessidades de funciona-mento da Primeira Instância. Segundo ela, aatuação da Seplag tem como foco promovero alinhamento de ações e proporcionar umclima de participação, diálogo e transparên-cia, com vistas à promoção de um ambientemelhor de trabalho.

Maria Cecília defende maior integraçãoda Seplag com as diversas diretorias execu-tivas, de maneira a atuar como facilitadorada solução dos problemas mais complexos.A secretária antecipou que devem ser man-tidos os projetos já iniciados, como nasáreas de informática e de obras.

Dentre as mudanças previstas, a secre-tária acrescenta que alguns procedimentosdo Planejamento Estratégico deverão serrevistos, para torná-los mais simples e maisadequados à realidade orçamentária. Escla-rece que o planejamento de médio e longoprazos serão estabelecidos dentro de umavisão institucional independente das con-junturas políticas internas, que possibilitema implementação de melhorias sem com-prometimento futuro do equilíbrio orçamen-

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tário e financeiro do Tribunal.Maria Cecília lembra que é preciso tra-

balhar dentro da realidade do orçamento,tendo em vista o comprometimento cres-cente dos gastos de pessoal do PoderJudiciário em relação à evolução da ReceitaCorrente Líquida (RCL) do Estado. Enquantoo limite prudencial estabelecido pela Lei deResponsabilidade Fiscal é de 5,1645% daRCL, o comprometimento da folha aumen-tou de 4,85% em 2005 para 5,06% em 2006e 5,40% em 2007, sendo que a projeçãopara 2009 chega a 5,6%.

A periodiocidade das reuniões do Comi-tê Executivo, integrado pelas diversas dire-torias do Tribunal, também deverá ser altera-da. A previsão é que elas sejam realizadasmensalmente.

Uma das primeiras medidas tomadaspor Maria Cecília ao assumir a Seplag, nomês passado, foi reunir sua equipe internapara conhecer detalhadamente os projetosem andamento na Secretaria Executiva. Osegundo passo foi reunir-se separadamentecom cada uma das diretorias executivas doTribunal, quando foram levantados os princi-pais projetos e suas dificuldades de opera-cionalização. Em seguida, o objetivo é voltara reuni-las, uma a uma, para promover osajustes necessários no orçamento de 2009 eestudar formas alternativas de ampliação dereceitas e diminuição de custos. A revisãodos contratos dos correios e das despesascom locação de imóveis para arquivo sãoalgumas das medidas estudadas.

Unificar os critérios de regionalização,ampliar a atuação do fórum permanente cri-ado entre a Corregedoria e a Ordem dosAdvogados do Brasil e rever a questão do

A equipe da Seplag visa traduzir em planejamento asdemandas do TJMG

Rena

ta M

ende

s

Planejamentoestratégico vai definir prioridades

Transparência e diálogo

Integração

Redesenho

Nanci Andrade

Nesta gestão,pretendemoscolocar em dia

as promoções verticaisde 2006 e 2007” ‘

TJMG IInformativo - Assumira PPresidência ddo TTJMG ssignificaenfrentar mmuitos ddesafios, nne-cessidades ee pproblemas. QQuecaracterísticas ddeve tter oo mmagis-trado qque aassume ttal ffunção?

SR - Penso que é funda-mental manter um diálogo fran-co e aberto com magistrados eservidores, ouvir as necessida-des e estabelecer as priorida-

E N T R E V I S T A D e s e m b a r g a d o r S é r g i o A n t ô n i o d e R e s e n d e

Vanderleia Rosa

O novo presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais,desembargador Sérgio Antônio de Resende, é conhecido peloseu jeito amistoso, espontâneo e alegre. É esse clima deentusiasmo que ele pretende levar para todo o Judiciáriodepois de anunciar que um de seus anseios é estruturar aJustiça de primeiro grau. Natural de Sacramento, odesembargador Sérgio Resende ingressou na magistratura em1966. Foi juiz das comarcas de Poço Fundo, Nova Ponte,Cássia, São Sebastião do Paraíso, Divinópolis e BeloHorizonte, além de ter atuado como juiz substituto nascomarcas de Machado, Ibiraci, Cláudio e Santo Antônio doMonte. Foi promovido, por merecimento, ao extinto Tribunalde Alçada em 1988. Em 1994, tomou posse comodesembargador. Entre 2004 e 2006, exerceu o cargo de 2ºvice-presidente do TJMG e superintendente da Escola JudicialDesembargador Edésio Fernandes (Ejef). Nesta entrevista, elereforça a idéia de que não gosta de fazer promessas, mas estápronto para fazer o melhor pelo Judiciário.

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des. Tenho afirmado que nãoquero fazer promessas, porque,se prometemos, precisamoscumprir, mas vou me empenharpara fazer o melhor possível,com o espírito voltado para ojurisdicionado.

TJMG IInformativo - Quaisas pprioridades ddesta GGestão?

SR - Estruturar a Justiça de

Primeira Instância é um dosmeus maiores anseios. OTJMG, em pesquisa do Supre-mo Tribunal Federal, ficou entreos três mais eficientes doBrasil. Esse sucesso, em razãoda estrutura da 2ª Instância,precisa ser levado à 1ª Instânciaque, melhor aparelhada, teráplenas condições de atenderaos anseios da sociedade.

TJMG IInformativo - Os ppro-jetos ee pprogramas ssociais ((Con-ciliação/Novos RRumos //PAI-PPJ)do TTribunal dde JJustiça vvêm dde-monstrando rresultados ppositi-vos. HHá pprevisão ppara iimple-mentação dde nnovos pprojetose/ou aaprimoramento ddos jjáexistentes?

SR - Essas iniciativas têmrepresentado um grande bene-fício para a sociedade e para aimagem do Judiciário de Minas.Sendo assim, elas serão manti-das e ampliadas na medida dopossível. Novas idéias tambémserão acolhidas. Aliás, iremosincentivar a participação de to-dos nesse sentido.

TJMG IInformativo - Comoequilibrar aas ddecisões dda PPresi-dência dde fforma aa ccontemplaros sseus ppúblicos iinterno eeexterno?

SR - Creio que, se o tra-balho é bem feito e tem um altograu de reconhecimento pelasociedade, consequentemente,teremos magistrados e servido-res realizados e felizes comsuas atividades. É preciso con-

O presidenteSérgio Resendedeclara queestá prontopara fazer omelhor

A meta é estruturar a Justiça de Primeira

Instância

siderar também que pessoasmais motivadas trabalham deforma mais eficiente. Sendo as-sim, é necessário ter boas con-dições e um bom ambiente detrabalho dentro da instituição –e precisamos estar atentos a is-so -, para que os efeitos sejamsentidos pela comunidade. E asatisfação da sociedade alimen-ta o desejo de fazer melhor.

TJMG IInformativo - Como ooSr. aavalia oo ppapel dda ccomunica-ção ddentro dde uuma iinstituiçãocomo oo TTJMG, aaté ppouco ttempoconsiderada ddistante dda ppopula-ção?

SR - A comunicação é fun-damental tanto interna quantoexternamente e será mais efe-tiva quanto mais ela for autên-tica, pontual e puder anunciarboas notícias ou, pelos menos,boas iniciativas e boas inten-ções, visando ao necessárioaprimoramento da instituição.

TJMG IInformativo - Comoserá cconduzida aa cconstrução ddanova ssede ddo TTJMG?

SR - Como disse ao tomarposse, as obras seguirão seucronograma. A construção já foiiniciada e não interessa à socie-dade e ao serviço público aparalisação de uma obra, - aprópria legislação vigente étaxativa no sentido dessa ne-cessária continuidade. No en-tanto, não é a prioridade destagestão e não irei sacrificaroutras necessidades em funçãoda nova sede.

Renata Mendes

rece uma gama de atividades aos me-nores infratores que facilitam sua rein-tegração à sociedade.

‘“A atuação do Ciaap reduziu bas-tante a criminalidade infantil na re-gião”, destacou Ronaldo de Oliveira,diretor geral da entidade. A comarcade Patrocínio abrange também osmunicípios de Cruzeiro da Fortaleza,Serra do Salitre e Guimarânia, quesomam, com Patrocínio, aproximada-mente 110 mil habitantes.

Além de uma escola estadual re-gular de 1º e 2º graus, que funcionadentro do Ciaap, os internos contamcom aulas de informática, esportes,música, marcenaria, artesanato, edu-cação em saúde, oficinas terapêuti-cas, palestras e horticultura.

"O Ciaap me ajudou a recuperarmuitas coisas que eu já fiz e está meajudando a largar as drogas e a pararde brigar". Esse depoimento foi dadopor um adolescente que cumpremedida sócio-educativa de internaçãoprovisória no Centro de Integração eApoio ao Adolescente (Ciaap) dePatrocínio.

O Centro foi criado em 2001, pelaentão juíza da Vara da Infância eJuventude da cidade, Flávia Birchal deMoura (hoje titular do JuizadoEspecial Criminal de Belo Horizonte),juntamente com um grupo de pes-soas da comunidade, diante do núme-ro crescente de casos de furto, roubo,uso de drogas e até homicídios envol-vendo adolescentes.

Com uma equipe multidisciplinarque inclui psicólogo, assistente so-cial, pedagogo, enfermeiro, assistentede enfermagem, educador físico eprofessor de informática, o Ciaap ofe-

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Marcos Xavier

Atividades profissionalizantes fazemparte da rotina no Ciaap

I N T E R I O R

Atividades

A atuação doCiaap reduziubastante acriminalidade

infantil na região”‘Entidade apóia

Divulgação

menor infrator em Patrocínio

O Ciaap é mantido pela Secre-taria de Estado de Defesa Social econta com o apoio do Poder Judiciáriolocal, além de ter parceria com váriasentidades. Alunos do Centro Universitário do Cerrado de Patrocínio(Unicerp), através de convênio, es-tagiam no Ciaap. Há quatro meses,alunos do curso de Fisioterapia dauniversidade participam do projetoAcolher, que promove para os in-ternos palestras educativas e de moti-vação, orientações posturais e ergo-nômicas, alongamentos e dinâmicasde reflexão.

Há também uma parceria com oServiço Nacional da Indústria (Senai),que recebe adolescentes do Ciaappara fazerem os cursos oferecidos,desde que apresentem os pré-requisi-tos necessários. A entidade recebeainda doações de várias empresas,como a Cooperativa dos ProdutoresRurais de Patrocínio, que doa leite aosinternos.

A desembargadora Cláudia Maia,da 13ª Câmara Cível do TJMG, visitoua entidade recentemente e ficou im-pressionada com a readaptação dosmenores. “O Ciaap é muito organizadoe bem instalado e vê-se que todostrabalham ali com amor”, destacou.

dadão, o sistema faz a distribuição automá-tica para as varas regionais dos casos defamília envolvendo moradores do Barreiro.

Para o juiz Luiz Carlos de AzevedoCorrêa Júnior, o trabalho no local vem seconsolidando, mostrando que a experiência

regional é vitoriosa. “Ainstalação das varasregionais é inédita noEstado e a tendênciaé que a distribuiçãode processos só au-mente no local”, opinaLuiz Carlos.

O juiz explicaque a Comissão quedisciplina a Organiza-ção e Divisão Judiciá-

rias estuda agora a possibilidade de ampliara competência das varas do Barreiro. Naprática, isso permitiria que outros tipos deações, hoje restritas às varas do FórumLafayette, pudessem tramitar no local.

O juiz que atua no Fórum Regionaldesde a sua instalação, Wilson AlmeidaBenevides, lembra que o Barreiro, tem emtorno de 400 mil habitantes e atividade

Os três anos de inauguração do FórumRegional do Barreiro foram comemoradoscom a visita, no dia 9 de setembro, do cor-regedor-geral de Justiça, desembargadorJosé Francisco Bueno. A visita serviu nãoapenas para que o corregedor-geral conhe-cesse as dependências das varas regionais.O magistrado teve também a oportunidadede comprovar a procura crescente dosmoradores do Barreiro pelo Judiciáriomineiro. Ao final, o corregedor-geral foi homenageado.

Durante a visita, além docorregedor-geral, também fo-ram homenageados o juiz-auxi-liar da Corregedoria-Geral deJustiça e diretor do Foro dacapital, Luiz Carlos de AzevedoCorrêa Júnior, também diretordo Fórum do Barreiro, e o de-putado estadual Célio Moreira.A homenagem foi feita pelosservidores e magistrados que trabalham nolocal.

Atualmente, o Fórum Regional do Bar-reiro tem três varas, onde é possível ajuizardiversos tipos de ações cíveis. O local temcompetência exclusiva para os feitos defamília. Ou seja, no caso das ações cíveisem geral, os moradores podem escolher sedesejam ingressar na Justiça indo ao FórumLafayette ou ao Fórum Regional. No entan-to, nos casos de família, o cidadão neces-sariamente só pode recorrer às varasregionais. Assim, para facilitar a vida do ci-

Francis Rose

Descentralização

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I N S T I T U C I O N A L

Durante a visita do corregedor, o juiz Luiz Carlos deAzevedo falou sobre a experiência das varas regionais

Rossana Souza

Fórum do Barreiro completa três anos

Experiência vitoriosa

econômica intensa. “A criação de varasregionais partiu da constatação do Tribunalde que não é possível ter uma unidade juris-dicional que funcione em um só local. Adescentralização da Justiça traz muitas van-tagens”, afirma. Entre elas, está a possibili-dade de o cidadão ter acesso a um serviçoque está mais perto de sua casa, sendodesnecessário o deslocamento até o BarroPreto, o que diminui o fluxo de pessoas nasimediações do Fórum Lafayette. A vararegional também aproxima a Justiça da po-pulação.

No Fórum Regional do Barreiro, foramdistribuídos 343 processos em junho, o quegarante uma média superior a 100 ações porjuiz. “O que tem dificultado o nosso trabalhoé o fato de que faltam defensores públicospara atender à demanda. Grande parte dapopulação do Barreiro não tem condições decontratar um advogado”, lembra o juiz.Atualmente, dois defensores públicos traba-lham no local.

Os juízes que trabalham nas varas re-gionais – Wilson Almeida Benevides, DelvanBarcelos Júnior e Maura Angélica de OliveiraFerreira – acreditam que a discussão sobreampliar a competência no Barreiro é positi-va. “Poderíamos receber casos envolvendoos registros públicos, como a mudança denomes e os proclamas de casamento, e su-cessões. Também poderíamos atuar no casodas cartas precatórias, ouvindo as pessoasintimadas sem que elas tivessem que sedeslocar até o Fórum Lafayette”, sugerem.

O que tem dificul-tado nosso trabalhoé o fato de que fal-

tam defensores públicospara atender à demanda.”‘

Derivações Sobre o QuintoEnigma é o título da exposiçãodo artista plástico de Belo Hori-zonte, Bernardo Gouveia, quepode ser vista na Galeria de Artedo Fórum Lafayette até o dia 31de outubro.

A exposição apresenta umacópia da pintura Quinto Enigma -produzida em 2005 - que norteiatoda a mostra. A partir dela, es-tão dispostos aquarelas, dese-nhos e pinturas, inspirados naimagem matriz e a ela, ainda, co-nectadas, como sugere a mon-tagem em linha.

Alguns anos atrás, o artistaproduziu uma série com 19 pin-turas, cada uma se referindo aum “enigma” presente no Ré-quiem inacabado do compositor

austríaco Wolfgang AmadeusMozart. Os trabalhos participa-ram de mostra e foram comer-cializados, sem que as destina-ções fossem registradas. ComBernardo, ficaram apenas asimagens digitalizadas.

O Quinto Enigma represen-ta o casamento do sol e da lua,que daria origem à Pedra Filo-sofal, segundo ele. A imagem daobra provocou no artista o ímpe-to de produzir desenhos e aqua-relas a partir da sua observação.

A Galeria de Arte integra oEspaço Cultural Fórum La-fayette, coordenado pela Asses-soria de Comunicação Ins-titucional – Fórum Lafayette,com o apoio da Direção do Foroda comarca de Belo Horizonte.

Rosana Maria

Daniel Oliveira

C U L T U R A

O Quinto Enigma de Bernardo Gouveia

Eutanásia é tema doCineclube TJ

O direito à vida, inerentea todo ser humano, implica odireito de se dispor dela quan-do os anseios de seu detentornão são mais atendidos? Essaé a pergunta levantada porMar adentro (2004), longa dodiretor espanhol AlejandroAmenábar, que será exibidono próximo dia 30 de outubro,no Cineclube TJ.

Baseado na vida do cata-lão Ramón Sampedro, o filmeconta a luta travada por ele du-rante 30 anos nos tribunaisespanhóis para dar fim à suavida. Ainda jovem, Ramón fi-cou tetraplégico após um mer-gulho no mar, ficando encerra-do na cama de seu quarto, de-pendente de seus amigos efamiliares.

O diretor aborda essa his-tória de uma forma poética eexalta os valores da vida queRamón não consegue mais ex-

perimentar, fugindo ao máxi-mo do melodrama. A difícilquestão da eutanásia é ampli-ada pelo retrato dos amigos eadvogados do protagonista,que sofrem com a determi-nação de Ramón em morrer,mas reconhecem sua lucideze seu direito sobre a própriavida.

Javier Bardém foi eleito omelhor ator no Festival deVeneza em 2004. Mar adentroainda ganhou o prêmio espe-cial do júri no festival, ondeiniciou sua carreira de suces-so internacional, recebendomais de 50 prêmios no mundotodo – dentre eles, o Oscar demelhor filme estrangeiro.

A sessão no Cineclube TJé comentada pelo desembar-gador Sérgio Braga, que fazapontamentos relacionando ofilme ao universo do Direito eda Justiça.

Para publicar a sua foto no Click do Leitor envie a imagem e o texto para o e-mailinformativo.ascom@tjmg.jus.br.

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A lagoa de Jacumã fica nas belas dunas da cidade de Natal no RioGrande do Norte. É fascinante a beleza de suas águas, de tom azulado,contrastando com a areia branca das dunas e um pouco mais a frentecom o mar de águas cristalinas. Vale a pena conferir!

Gláucia Oliveira -Oficial de Apoio Judicial/Nova Serrana

Divulgação

Obra de BernadoGouveia

Cena do Mar a Dentro