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TIC no Ensino Superior

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  • MATERIAL DIDTICO

    AS TIC APLICADAS NO ENSINO SUPERIOR

    U N I V E R S I DA D E

    CANDIDO MENDES

    CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA N 1.282 DO DIA 26/10/2010

    Impresso e

    Editorao

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    SUMRIO UNIDADE 1 - INTRODUO .............................................................................................................................. 04

    UNIDADE 2 - AS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO (TIC) APLICADAS NO ENSINO SUPERIOR .......................................................................... 05

    UNIDADE 3 - O USO DAS TIC E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS: a Internet e o ensino superior ............................................................................................................................................................................ 16

    UNIDADE 4 - AS TIC E O FAZER DOCENTE NA MODALIDADE EAD............................................................. 22

    UNIDADE 5 - O ENSINO SUPERIOR E A MEDIAO PEDAGGICA ATRAVS DAS TIC ............................ 26

    UNIDADE 6 - USO DAS TIC NAS LICENCIATURAS: publicaes acerca do tema ....................................... 45

    REFERNCIAS ................................................................................................................................................... 62

    ANEXOS...................................................................................................................................................... 71

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    OBJETIVOS DA DISCIPLINA

    A utilizao das tecnologias da informao e comunicao (TIC), no

    sistema educativo, deve visar um horizonte de atuao dos professores que no se

    limita a simples melhoria da eficcia do ensino tradicional ou mera utilizao

    tecnolgica escolar atravs dos meios informticos. As TIC tm um papel profundo

    na educao.

    Em sendo, a criao desta disciplina objetiva:

    Entender os novos paradigmas educacionais que emergem dessa sociedade

    da informao e da comunicao, bem como, da necessidade de exercer

    uma cidadania participativa, crtica e interveniente;

    Analisar as novas concepes acerca da natureza dos saberes, valorizando

    o trabalho cooperativo;

    Descrever as novas vivncias e prticas no ensino superior, atravs do

    desenvolvimento de interfaces entre as instituies de ensino e os grandes

    centros de pesquisa do mundo, atravs da utilizao da rede mundial de

    computadores: a Internet;

    Analisar a aplicao das TIC nos cursos de licenciatura;

    Debater sobre as novas investigaes cientficas em desenvolvimento no

    ensino superior, a partir do uso das TIC.

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    UNIDADE 1 INTRODUO

    Contemporaneamente, a realidade est centrada em um modelo de

    comunicao descentralizado e plural, que permite modificar e recompor as

    mensagens por interveno dos mais diferentes meios tecnolgicos, bem como, dos

    diversos atores do processo educacional. Essa nova realidade exige dos

    professores uma reviso dos processos de autoria que utiliza para construir

    conhecimento e dos alunos uma mudana no modo de construir o conhecimento.

    Neste cenrio, torna-se fundamental o intercmbio entre alunos e professores, de

    modo que ambos aprendam e ensinem.

    Em sendo, necessrio que se estabelea uma relao de mo dupla, em

    que o professor v construindo, de forma dinmica, o processo de aprendizagem e o

    seu fazer pedaggico, enquanto o aluno elabora e concretiza seu prprio

    conhecimento.

    Para tanto, tornar possvel a transformao de informaes em

    conhecimento, atravs das Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC), exige

    grande investimento em alternativas pedaggicas, alm de esforos no sentido de

    despertar o aluno para a mudana no processo de ensino e aprendizagem, levando-

    o a desafiar a sua inteligncia e incentivando as relaes interpessoais e o dilogo

    entre todos: professores e alunos; alunos e alunos; alunos, professores e instituio;

    professores e professores.

    Pretendemos oferecer a perspectiva para essas discusses, preparamos

    este material, objetivando analisar a aplicao das TIC no Ensino Superior, a partir

    do debate acerca do uso dessas tecnologias na educao e os novos paradigmas

    trazidos e criados por este novo fazer pedaggico.

    Esperamos proporcionar o debate e a busca de novas alternativas para a

    construo do conhecimento, atravs da utilizao das ferramentas possibilitadas

    pelas TIC e, em sendo, contribuir para o desenvolvimento educacional do pas.

    Bons estudos,

    Professora Msc. Nuplia Lopes

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    UNIDADE 2 AS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO (TIC) APLICADAS NO ENSINO SUPERIOR

    Vivemos tempos de total quebra de paradigmas, em todos os setores da

    vida humana. Tecnologicamente, jamais tivemos to providos de tantas ferramentas

    que nos permitem quase tudo. Entre essas ferramentas, existem aquelas que,

    apesar de no terem sido desenvolvidas para este fim, tornaram-se ferramentas

    educacionais, fundamentais para o crescimento e desenvolvimento educacional de

    diversos pases, em especial, o Brasil.

    E porque o Brasil, em especial?

    Devido nossa condio de continentalidade, que torna as distncias

    enormes e, com isso, alijam algumas pessoas do mercado educacional.

    No entanto, com o advento das Tecnologias de Informao e Comunicao

    TIC, essas questes de ordem geogrfica tenderam a se minimizarem, haja vista

    que o uso das TIC permite uma aproximao, antes impossvel, entre o aluno e a

    instituio educacional.

    Em sendo, faz-se necessrio conhecer essas tecnologias e sua aplicao,

    principalmente, no ensino superior.

    Iniciaremos, ento, com os conceitos e o histrico do que vem a ser as TIC.

    2.1 - TIC: conceito e histrico

    TIC a sigla que se afere expresso Tecnologias de Informao e

    Comunicao, como j pudemos perceber, desde o ttulo dessa unidade, sendo este

    o nome dado s ferramentas que permitem a melhoria nas comunicaes e

    distribuio das informaes entre todos e para todos. Entre elas, podemos destacar

    as ferramentas computacionais, como o prprio computador, a Internet e todas as

    possibilidades que ambos oferecem; o telefone e suas diversas verses; o rdio; a

    TV; os satlites; etc.

    Todavia, nem sempre foi essa a expresso utilizada para definir essas

    tecnologias. Nos anos de 1980, por exemplo, o que encontramos na literatura sobre

    este tema a sigla NTI de Novas Tecnologias da Informao, por serem, naquele

    momento, novas, e tambm porque ainda prevalecia a clara distino entre aquilo

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    que se denominava informao grupal, feita atravs do rdio e da TV,

    denominados ento, mass media, e outra rea, denominada Novas Tecnologias

    ligada rea da Informtica. (LVY, 2002).

    Porm, com o advento da rede mundial de computadores, a web ou Internet

    que, de acordo com Primo (2007), veio estabelecer uma ligao entre estas duas

    reas, o que fez surgir a denominao Novas Tecnologias de Informao e

    Comunicao, as NTIC, que envolviam em seu mago de influncia, todos os

    conceitos acerca do tratamento da informao digital, no importando qual fosse o

    aspecto abordado, podendo ser um texto, um som, uma imagem, um vdeo, ou outro

    tipo que viesse a ser desenvolvido.

    Recentemente, conforme Primo (2009), o N de Novas foi retirado da sigla,

    ficando, somente TIC, para designar as redes informticas e suas variveis, bem

    como, todo e qualquer tipo de interao mediada, seja pelo computador, rdio, TV,

    satlite ou celular.

    Em sendo, as TIC podem ser denominadas como um conjunto de

    conhecimentos, advindos de ferramentas e programas informacionais, sua criao,

    desenvolvimento e utilizao, quer seja, a nvel pessoal, empresarial ou institucional,

    destacando-se o computador, posto que, essa , sem dvida, a melhor ferramenta

    de interao entre o homem e a mquina e entre o homem e o homem (PRIMO,

    2009).

    No obstante, uma das principais caractersticas das TIC, consiste no fato

    de que, um nico meio eletrnico de comunicao, o computador, conectado rede

    mundial de computadores, suporta e acessa todo tipo de informao digitalizada ou

    que seja possvel digitalizar, o que inclui desde os mais simples documentos de

    texto, at as mais complexas anlises matemticas e financeiras, passando por todo

    o tipo de imagens, udios, vdeos, etc. (LVY, 2002).

    Assim, podemos considerar as TIC como sendo elementos de concepo e

    suporte de todo e qualquer tipo de comunicao individual, empresarial, institucional

    e social, em diversificados ramos de atividades que vo, desde o simples

    arquivamento de dados at a utilizao de complexos programas de Office

    Automation, bem como o uso de correios eletrnicos, publicidades, ou possibilidades

    de trabalho, estudo e ensino a distncia, entre outros.

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    Muitos ainda confundem Informtica com TIC, porm elas diferem, e muito.

    A Informtica tida como a cincia do tratamento lgico de conjuntos de dados, que

    de acordo com Souza (2003, p. 27), utiliza um conjunto de tcnicas e equipamentos

    que possibilitam a sua transformao em informaes (processamento) e

    consequente armazenamento e transmisso. J as TIC, contabilizam estes e outros

    equipamentos, bem como, todas as cincias envoltas direta ou indiretamente na

    comunicao e na confeco e distribuio de informaes de toda ordem.

    Contemporaneamente, podemos afirmar que as TIC estejam presentes em

    quase todas as atividades do nosso cotidiano, seja em um contexto pessoal ou

    profissional, direta ou indiretamente, posto que, utilizamos a todo momento,

    componentes e ferramentas ligadas s TIC, como por exemplo, os telefones

    celulares, os GPS, a TV, o rdio, a Internet, entre tantos outros, e, para os mais

    variados meios e atividades, desde o lazer, at o trabalho, passando pelos esportes

    e pela sade.

    consenso entre as instituies e tericos, que as reas demonstradas na

    figura a seguir, fazem parte do que se denomina: rea das TIC:

    Ilustrao 1 representao esquematizada das reas da TIC.

    E como no poderia deixar de ser, elas esto presentes na educao, em

    todos os nveis de ensino, porm, principalmente no Ensino Superior e, mais ainda

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    na Educao a Distncia (EAD). Conforme Silva (2006), nesse modelo educacional,

    encontramos diversas disciplinas que utilizam as TIC como ferramentas, ou, at

    mesmo, com disciplinas na rea das TIC, contemplando a utilizao e vantagens na

    utilizao dos meios permitidos e possibilitados por elas, para a melhoria da

    educao e, principalmente, aumentando o seu alcance, chegando assim, queles

    que, em tempos idos, estariam alijados do processo educacional, por conta das

    distncias geogrficas constantes de um pas continental como o Brasil e tantos

    outros.

    Assim, o uso das TIC penetrou nas escolas, permitindo um maior e melhor

    aproveitamento do tempo e do espao, na busca pela otimizao da capacidade de

    aprender e ensinar.

    No obstante, alguns questionam se a utilizao massiva de computadores

    limitaria a capacidade de raciocnio do indivduo?

    Pensamos que esse mais um dos muitos mitos que cercam a

    informatizao, posto que, a utilizao de computadores e da Internet permitem que

    o homem reduza ou, at mesmo, abandone de vez, as tarefas mais repetitivas,

    podendo, enfim, dedicar-se completamente s atividades que exijam maior ndice de

    criatividade (SILVA, 2006).

    Sendo assim, podemos afirmar que, a utilizao de processadores de texto e

    folhas de clculo, de programas educativos e a prpria Internet, permitem, no a

    limitao da capacidade de raciocnio, mas sim possibilitam a conquista de novos

    conhecimentos e de desenvolvimento pessoal e profissional.

    Nesse contexto de utilizao das TIC, ganhou fora e se desenvolveu, nas

    ltimas dcadas, o ensino parcial ou totalmente a distncia, que at ento, era feito

    atravs de envio postal, rdio e TV. Com o advento do computador e

    desenvolvimento das tecnologias permitidas por ele, desenvolveu-se a Educao a

    Distncia (EAD), tambm chamada e-learning, modelo totalmente a distncia e

    atravs das TIC, como veremos a seguir.

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    2.2 - Educao a Distncia (e-learning) no Ensino Superior

    A Educao a Distncia (EAD) ou e-learning, denomina e representa uma

    grande variedade de modelos de ensino que tm como referencial comum, entre si,

    a separao fsica entre professores e alunos. Assim, os vrios modelos de

    Educao a Distncia so construdos com base em diversos componentes,

    imprescindveis para o desenvolvimento do processo instrucional, a saber: a forma

    de apresentao do contedo; a interao mediada entre o aluno e o programa, com

    as suas vantagens, dificuldades e recursos; a aplicao prtica daquilo que

    ofertado; e a avaliao de todo esse processo educativo. Para Primo (2009), cada

    modelo de ensino, ento, usa as vrias benesses proporcionadas pela tecnologia

    desenvolvida no momento para fazer a mediao dessa separao fsica, atravs da

    utilizao dos seus mais variados meios, objetivando incluir todos, ou pelo menos,

    parte destes componentes.

    Em sendo, o e-learning utiliza-se dos meios mais modernos,

    tecnologicamente falando, para atingir um maior nmero de alunos, principalmente,

    os adultos, dando a eles uma segunda chance de educao superior. Isso porque, a

    EAD ultrapassa os limites e as desvantagens da falta de tempo, da distncia, da

    impossibilidade fsica, bem como, permite a atualizao das bases de conhecimento

    dos trabalhadores nos seus respectivos locais de trabalho (LOPES, 2010).

    Cabe aqui, uma pequena anlise dos resultados obtidos com a falta da

    presena fsica do professor, tradicional no ensino presencial. Neste contexto,

    pesquisas realizadas pelos autores Lopes e Carro (2009) e demais autoridades no

    assunto, comparando o ensino a distncia com os tradicionais mtodos de ensino

    presencial ou semipresencial, indicam que ensinar e estudar a distncia pode ser to

    efetivo e qualificado como o ensino tradicional, desde que, os mtodos e estratgias

    usadas sejam apropriados ao ensino, haja vista que, dentro da perspectiva de

    utilizao das TIC, existe uma interao professor-aluno e aluno-aluno, mediada por

    essas TIC, principalmente o computador e a Internet, no que se refere s

    possibilidades de perguntas e respostas, dvidas e esclarecimentos (PRIMO, 2009)

    e (SILVA, 2006).

    Em sendo, os diversos modelos de ensino superior a distncia atendem s

    necessidades dos provveis alunos dessa modalidade, nas suas mais variadas

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    necessidades e perfis. Para tanto, utiliza-se dos mais variados mtodos de ensino

    que, diferem entre si, no s nos tipos de tecnologia utilizados, mas, tambm no

    formato de controle da disponibilizao do conhecimento. Assim, em alguns modelos

    de ensino, analisados a seguir, a aprendizagem tradicional, partindo de um

    controle inicial, feito pelo professor, como o caso de um ambiente de ensino

    realizado em uma sala de aula, independente da tecnologia utilizada como

    mediadora: o computador; a Internet; os satlites para vdeo-conferncias e vdeo-

    aulas; o rdio; a TV; etc. em outra perspectiva, mesmo utilizando de todas as

    ferramentas listadas anteriormente, o controle feito pelo aluno e, neste caso, exige

    autoestudo e autodisciplina.

    2.3 A Utilizao das TIC no Ensino Superior

    Dentre as muitas possibilidades de utilizao das TIC pelas instituies de

    Ensino Superior para o desenvolvimento educacional, relacionaremos algumas j

    bastante aplicadas e com resultados passveis de anlise.

    2.3.1 O Ensino mediado por computador

    O Ensino mediado por Computador surgiu na dcada de 1950 a partir da

    criao de programas lineares, atravs da utilizao do computador. Consisti na

    utilizao de um programa de computador que apresentava ao aluno um texto que o

    auxiliava no passo-a-passo em direo ao objetivo e comportamento esperado.

    Esses programas tinham, como inspirao, as teorias psicolgicas, da poca. Essas

    teorias argumentavam que, se a concorrncia de um operant for seguida por um

    estmulo ou reforo, a sua intensidade aumentada. Ou seja, se o aluno

    incentivado atravs de um texto contendo orientaes de como se proceder, ele se

    sentir mais seguro e confiante, tendo ento, as suas perspectivas potencializadas,

    permitindo um maior e melhor aproveitamento na aprendizagem. (SILVA, 2006).

    Esse mesmo modelo utilizado ainda hoje, por muitas instituies, como por

    exemplo, a Fundao Getlio Vargas (FGVonline, 2011), na oferta de cursos a

    distncia. Neste caso, o aluno responde baseado no que est nos textos,

    documentos e vdeos ofertados, anteriormente, s questes propostas. Porm, nem

    sempre foi assim. No incio da utilizao desse modelo, o aluno respondia a partir do

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    que sabia, por tentativa e erro. Em seguida, o programa respondia se estava certo

    ou errado. Por conveno, determinou-se que essa sequncia de passos se

    chamaria: programa linear.

    Assim, nesse modelo, o aluno vai evoluindo ao longo do curso, a partir do

    acerto das questes e, em sendo, cada grupo de respostas corretas acende o aluno

    a outro nvel do curso, at a sua concluso final. Nesta fase, chegou-se concluso

    de que se poderiam usar as respostas dadas pelo aluno para controlar a informao

    a ser apresentada em possveis fases posteriores.

    Nesse contexto, os alunos poderiam realizar uma aprendizagem mais

    completa e dinmica e, ainda, personalizada, pois estariam tentando resolver

    problemas com uma dificuldade apropriada ao seu nvel de conhecimento, em vez

    de seguirem uma sequncia, predeterminada, rgida e sistemtica. Alm disso, como

    fator positivo, estes programas possuam um feedback imediato e corretivo, atravs

    das respostas dos alunos, podendo assim, adaptar o ensino s respostas recebidas,

    criando uma motivao maior no aluno.

    Posteriormente, a este modelo de ensino, foram acrescentadas, novas

    possibilidades em algumas reas especficas, como a Matemtica e a aritmtica,

    graas possibilidade do prprio sistema gerar o seu material de ensino. Para tanto,

    bastava fornecer, a estes sistemas, algumas estratgias gerais de ensino, para que

    eles produzissem uma mirade de possveis interaes com um nmero infinitamente

    grande de opes de ensino. Alm disso, estes sistemas podiam, tambm, alterar o

    grau de dificuldade de uma certa tarefa ou exerccio. A esses sistemas deu-se o

    nome de geradores. (SILVA, 2006).

    Porm, e, apesar de todas as melhorias e avanos nesta rea, atravs do

    aumento do feedback e do grau de individualizao oferecido, continuava-se a

    verificar, o que se pode chamar de: o empobrecimento do conhecimento contido

    nestes sistemas. Isto porque, em sistemas geradores verifica-se uma defasagem

    entre os processos internos do programa e os processo cognitivos do aluno (regras

    e tabelas).

    De acordo com Kass (1987, p. 56), nenhum destes sistemas conseguia um

    conhecimento do domnio semelhante ao de um humano, tampouco conseguiam

    responder s questes do aluno, como as de por que e como. Ou seja, questes

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    relativas aos porqus e ao como fazer alguma atividade, no obtinham respostas,

    posto que, as mesmas somente referiam-se ao que estava posto, sem explicar como

    foi realizado.

    Em vias disso, desenvolveram-se os programas adaptativos, ou seja,

    capazes de utilizar a informao recolhida durante a interao com o aluno, mediada

    pelo computador, para orientar a escolha dos problemas a serem apresentados. Tais

    sistemas podiam usar de tcnicas bem simples, atravs das quais, fazia-se uma

    estimativa da experincia do aluno.

    Ainda de acordo com Kass (1987, p. 59),

    alguns destes sistemas, mais elaborados, usam uma estrutura de rvore para direcionar o processo de ensino, em que a resposta do aluno a uma dada questo vai decidir qual dos ramos disponveis que nesse nvel vai ser seguido.

    E acrescenta que, de incio, todos os ramos devem ser previstos pelo autor do

    sistema, cobrindo todas as possveis incorrees que o aluno eventualmente possa

    produzir. (Id ib, p. 60).

    Por fim, embora os sistemas adaptativos possam ser considerados melhores

    que os geradores, ambos os sistemas no dispem de conhecimento sobre o

    contedo e sobre a informao fornecida atravs de um formato predeterminado.

    2.2.2 Tutores Inteligentes

    Chamamos de Tutores Inteligentes aqueles sistemas de ensino que tm

    como caracterstica, fundamental, adaptarem-se aos alunos e s suas

    necessidades, bem como, ao seu ritmo de aprendizagem e suas preferncias, no

    obstante, tambm preocupando-se com o nvel de conhecimento desse aluno e suas

    perspectivas educacionais e profissionais.

    Conquanto, devido s limitaes existentes nos sistemas de ensino, esse

    modelo desenvolveu-se para beneficiar, sobremaneira, a rea da Inteligncia

    Artificial, objetivando, principalmente, a prpria representao do conhecimento em

    um sistema inteligente, passvel de dilogo com o usurio final.

    Para tanto, utilizou-se do ajuntamento de vrias disciplinas tais como: a

    Inteligncia Artificial, a Educao, as Cincias do Conhecimento e a Multimdia, para

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    possibilitar a confeco de um mtodo que atenda a tanta diversidade e com muita

    qualidade.

    De acordo com Silva (2006), atravs do uso de Tutores Inteligentes, abriram-

    se novas perspectivas para os mtodos de ensino, principalmente, aqueles

    totalmente a distncia, possibilitando a existncia de um ensino mais flexvel e mais

    polivalente, alm de ser democrtico, ao mesmo tempo em que, o mesmo, requer

    menos assistncia por parte dos administradores do novo conhecimento.

    Assim, o objetivo da existncia dos Tutores Inteligentes foi o de criar um

    sistema que possusse, de acordo com o mesmo autor:

    Informaes sobre o conhecimento atual do aluno e sua evoluo; Conhecimento do domnio que pretende ensinar; Tcnicas de transmisso do conhecimento, armazenado na sua base de conhecimento. Este sistema deve ainda ser capaz de se adaptar a uma dada sesso de ensino, em funo do conhecimento didtico nele contido (SILVA, 2006, p. 48).

    Alm dos objetivos, possvel descrevermos as caractersticas inerentes a

    esse modelo ou tcnica de ensino:

    A adaptao dinmica ao aluno que requer um conhecimento profundo do seu comportamento numa situao de aprendizagem, principalmente na fase de resoluo de problemas; A flexibilidade destes sistemas de ensino permite vrios tipos de aconselhamento, dependendo da sesso ou da fase de evoluo, de modo a prestar ajuda a pedido do aluno ou de forma automtica. Estes podem ser apresentados com diferentes nveis de profundidade; Permite um ensino individualizado, de acordo com as preferncias e ritmo de aprendizagem de cada aluno; Independncia relativamente ao local de ensino ou ambiente de aprendizagem e at da interface usada para comunicar com o aluno. O mesmo conhecimento pode ser representado nas mais variadas formas, dependendo do tipo de aluno; Utilizao de modelos de alunos; A representao do conhecimento faz-se atravs de estruturas prprias, como so exemplo, em certos casos, as usadas nos sistemas periciais. S depois o tutor poder utilizar o conhecimento do domnio contido nestas estruturas; A melhoria na qualidade do ensino e ainda na rapidez de aprendizagem, comparando com mtodos de ensino tradicionais (Estudos efetuados por Carnegie-Mellon (apud ANDERSON, 1993, p. 62), apontam para uma melhoria de 43%).

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    Como vantagens, esses modelos de sistemas permitem a utilizao de

    diversos mecanismos na elaborao de diagnsticos ou para a disseminao de

    experincias de um tutor para um grande nmero de alunos. Tm a vantagem,

    ainda, dos alunos poderem compreender a sequncia lgica de pensamento do

    tutor, alm de apreender o conhecimento, visto que, possvel acompanhar o

    raciocnio do programa.

    Para tanto, deve-se levar em conta os planos e objetivos dos alunos, o seu

    conhecimento prvio sobre o tema do curso, bem como as concepes equivocadas

    que os alunos possam ter sobre questes referentes ao tema proposto ou disciplina.

    Neste contexto, tendo as caractersticas e perfis dos alunos, o tutor inteligente

    poder, de acordo com Silva (2006, p. 78):

    Evitar ensinar algo que o aluno j saiba; Adaptar as explicaes dadas ao nvel de compreenso do aluno; Usar o conhecimento do passado do aluno para melhor interpretar as suas respostas ou pedidos; Detectar incompreenses; Detectar a falta de informaes cruciais para a compreenso do aluno.

    Todavia, os sistemas Tutores Inteligentes continuam sua evoluo, sendo

    que, alguns autores os classificam de acordo com o nvel de conhecimento

    embutido. Alm de exemplos clssicos desenvolvidos no meio acadmico, podemos

    incluir, tambm, na categoria dos Tutores, sistemas que fornecem auxlio ao usurio,

    tais como tutores para linguagens de programao, para lnguas, manuais online,

    etc.

    Em fim, a tecnologia computacional ligada ao desenvolvimento das TIC tem

    mudado o modo de fazer de quase todas as atividades, das cientficas, s de

    negcio, s empresariais e, como no poderia deixar de ser, os contedos e prticas

    educacionais tambm seguiram essa linha ou tendncia de mudana. Nas

    atividades econmicas evidencia-se o uso das TIC, objetivando melhorias

    significativas na produtividade, automatizando atividades rotineiras e, obviamente,

    aumentando os lucros.

    Paralelamente, pensa-se que, caso coloquemos as habilidades cognitivas

    dos professores nos computadores, estes tornar-se-am professores. Ora, ledo

    engano, e, em hiptese alguma, essa analogia em muito simplifica a realidade, posto

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    que, como vimos, mesmo a utilizao de tutores inteligentes, no dispensa a figura

    do professor e sua funo. Isto porque, conforme Demo (2008), o professor a

    tecnologia das tecnologias e, as TIC so somente ferramentas do fazer pedaggico.

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    UNIDADE 3 O USO DAS TIC E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS: a Internet e o ensino

    superior

    Conforme dissemos anteriormente, as TIC so somente ferramentas e, em

    sendo, a aplicao delas nos cursos presenciais, por si s, trazem em seu mago,

    uma revoluo nos paradigmas educacionais atuais, posto que, medida em que,

    possibilitam a integrao e enriquecimento de cursos, disciplinas e materiais

    instrucionais.

    No obstante, preciso concretizar a gesto do conhecimento e, de acordo

    com Freire (2006), aprender a constru-lo coletivamente. Nesse sentido e de acordo

    com pesquisas realizadas na Cornell University,

    a Internet insere novas funcionalidades na transmisso de informaes aos estudantes e fornece a possibilidade de troca de informaes atravs de grupos de discusso. A Internet est revolucionando algumas reas de estudo atravs da ampliao das oportunidades de aprendizado e de formatos alternativos para a transmisso de informaes. (DWYER, BARBIERI, e DOERR, 1995, p. 57).

    Portanto, introduzir as TIC na educao no , simplesmente, um modismo

    modernoso (sic). Esse mito tem provocado uma mudana, somente na ferramenta

    e no no modelo educacional, haja vista que, o professor, ao utilizar o projetor no

    faz nenhuma revoluo se o mesmo utilizado para a exposio de um texto que

    dever ser copiado pelos alunos. Ou seja, o projetor fazendo o papel de quadro

    negro.

    Assim, presencia-se uma subutilizao do potencial destas ferramentas, que

    alm de caras, nesse contexto de utilizao, trazem pouco ou nenhum resultado

    benfico para o desenvolvimento intelectual do aluno.

    Contudo, a concretude de um processo educativo parte da necessidade de

    traduo das mensagens pedaggicas. Em sendo, ao aprofundar no

    desenvolvimento das metodologias e tecnologias pedaggicas, torna-se mais

    efetivo, dentro de uma Instituio de Ensino Superior, a partir da instalao de um

    sistema integrado de gesto educacional, juntamente com uma poltica de

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    investimento para adoo de tecnologias educacionais no sistema de ensino vigente

    definida por um plano de investimento. Para tanto, pesquisas e revises de modelos

    pedaggicos e metodolgicos devem ser realizadas temporalmente, aliadas ao

    desenvolvimento e aplicao de recursos de tecnologia educacional mais atuais e

    menos obsoletos, aplicando, para isso, novas polticas de ensino, colaborao e de

    gesto do conhecimento na instituio de Ensino Superior, catalisando a

    comunidade docente e discente, possibilitando uma inovada experincia no

    processo de ensino e de aprendizagem superior.

    Isto porque, quase consenso entre os educadores que pesquisaram a

    relao entre a cognio e o aprendizado, tais como Freire (2006) e Feuerstein

    (1985), quanto importncia da interao social no desenvolvimento intelectual do

    ser humano, que apesar de ser um ser aprendente, o faz muito mais em

    comunidade que s. Nesse quesito, Freire enfatizou o papel da comunidade na

    construo do conhecimento, atravs de um processo scio-histrico. No obstante,

    o ser humano possua potenciais inatos de conhecimento e cognio, as funes

    psicolgicas superiores decorrem, em sua maior parte, de um processo de

    aprendizagem e desenvolvimento social. (LOPES, 2010).

    Conquanto, utilizar as TIC no Ensino superior uma tarefa fcil se

    comparada mudana dos processos de ensino, tarefa mais complexa e difcil de

    promover nos meios educacionais. Isto porque, para promover as mudanas

    necessrias Educao, deve-se concentrar esforos nos sujeitos mais importantes

    desse processo: os professores.

    3.1 - O uso das TIC e a competncia no ensinar

    No novidade a existncia de inmeros cursos na modalidade EAD, por

    todo o Brasil e em inmeras instituies.

    Conquanto, a legislao sobre a EAD traz uma definio que vai alm da

    simples entrega de contedos mediada pelas TIC (LOPES, 2009).

    Ao analisarmos o Decreto 5.622/2005, que regulamenta a educao a

    distncia no Brasil, vemos a caracterizao dessa modalidade educacional como

    aquela em que a mediao didticopedaggica nos processos de ensino e

    aprendizagem ocorre com a utilizao das TIC, com estudantes e professores

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    desenvolvendo atividades educativas em lugares e tempos diversos. Em seu

    pargrafo primeiro, o decreto determina ainda que a educao a distncia organiza-

    se segundo metodologia, gesto e avaliao peculiares (MEC, 2009).

    No obstante, o MEC iguala os ttulos de todos os modelos educacionais,

    seja presencial, semipresencial ou a distncia. Portanto, permitida uma enorme

    variedade na organizao metodolgica e na avaliao de cursos na modalidade

    EAD.

    Todavia, as necessidades de planejamento e organizao de atividades

    educacionais, mediadas pelas TIC, so totalmente diferentes. A utilizao de

    diferentes tecnologias em cursos presenciais, requerem novas habilidades e

    estratgias dos docentes para a apresentao de suas aulas (SILVA, 2006). J nos

    cursos oferecidos pela modalidade EAD, o aluno aprende a desenvolver

    competncias, habilidades e hbitos de estudo, preparando-se para a vida

    profissional, no tempo e local que lhe so adequados (MEC, 2003). As diversas

    atividades so geridas por professores e tutores, mediante estudos dirigidos como

    chats, fruns, aulas e palestras, via videoconferncias, webcasts ou podcasts,

    mescladas a aulas presenciais. H tambm uso de materiais didticos elaborados e

    veiculados atravs dos diversos meios de comunicao. (LOPES, 2009).

    Ou seja, a presena do professor no suprimida. Ao contrrio,

    fundamental nesta modalidade de ensino e seus conhecimentos podem ser

    aprimorados, isto porque, fora a exigncia de todas as competncias didticas, o

    professor deve dominar as TIC e ser capaz de se comunicar, atravs delas, atuando

    mais como um facilitador da aprendizagem, orientador acadmico e estimulador da

    interao coletiva, do que meramente, um desafiador de temas ou expositor de

    contedos.

    necessrio afirmar que, nenhuma tecnologia ir resolver os problemas da

    educao, pois, o aprendizado depende muito mais da forma como a tecnologia

    aplicada e da metodologia de ensino do curso, do que do tipo de tecnologia utilizada.

    (LVY, 2004).

    Em sendo, percebemos que as formas de interao e suporte aos alunos,

    atravs da tutoria, tambm, so elementos essenciais e, em certos casos,

    determinantes para o sucesso do aluno e do curso. Para tanto, a montagem de uma

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    equipe formada por pessoas que entendam de tecnologia e de pedagogia, com

    especializaes nessas reas e que trabalhem uniformemente, sem dvida,

    garantiro resultados positivos e um melhor desempenho dos alunos. E para a

    instituio, o ganho est na minimizao da evaso, a partir da tomada de tais

    cuidados.

    Todavia, a utilizao da Internet como uma ferramenta em potencial, para a

    educao e para a sociedade do conhecimento, estimula e fomenta o

    desenvolvimento de novos cursos e a modernizao e atualizao dos j existentes.

    Estas mudanas supem grandes desafios para as instituies e para os

    professores, pois, esses novos paradigmas educacionais e pedaggicos, trazem

    consigo a necessidade de se desvelar novas posies e metodologias didticas e

    pedaggicas, cujas ferramentas tecnolgicas so inseridas nesse contexto, devido a

    presses sociais, polticas e comerciais.

    Portanto, faz-se necessrio a pesquisa e o estudo acerca destas

    ferramentas e sua utilizao na educao, haja vista que, as mesmas impactam o

    processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, necessrio quantificar o

    quanto e como estas j foram assimiladas nos processos de interao dos alunos,

    dentro e fora do ambiente acadmico e suas reais consequncias.

    Na verdade, por terem sido criados dentro de um mundo tecnologicamente

    moderno, os alunos de hoje chegam ao Ensino Superior com altas expectativas em

    relao tecnologia moderna e o uso delas, atravs das TIC. Isto porque, eles

    consideram essa tecnologia atual como possveis veculos para a interao social,

    educacional e profissional, que ocorre atravs de MSN, celulares, smartfones, wikis,

    blogs, pois, grande parte deles tem seu prprio notebook e esto conectados rede

    mundial de computadores (Internet ou web).

    Assim, torna-se imprescindvel o estudo acerca do desenvolvimento do

    aluno no processo de aprendizagem atravs das TIC e, em especial, responder a

    questes sobre, quais os procedimentos mais adequados para o uso instrumental

    das TIC, com destaque para a Internet, ou seja, analisar e avaliar os valores

    didticos mais relevantes a serem adotados e aplicados, os cuidados e limites que

    essas aplicaes tm no processo de aprendizagem e sua receptividade por parte

    do aluno.

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    Para tanto, capacitar os professores fundamental, porm, no significa

    simplesmente promover treinamentos com relao ao uso das TIC, mas, orientar e

    capacitar no sentido da conduo de um processo, articulado, de mudana de

    mentalidade perante a educao. No somente operar a mquina. , antes de

    tudo, entender as possibilidades que ela traz para a educao.

    Ora, deve haver, portanto, uma mudana do currculo e dos contedos das

    disciplinas, alm de uma mudana dos materiais a serem trabalhados, haja vista, a

    mudana nas ferramentas, posto que, as mesmas (TIC) devem ser utilizadas como

    recursos que auxiliem na construo de conhecimento.

    Na prtica, as formas de aplicao podem vir atravs da oferta de modelos

    educativos, pelas prprias instituies de ensino ou, do desenvolvimento de projetos

    colaborativos entre alunos e professores ou, atividades planejadas sobre

    determinados temas, ou ainda, modificaes na aplicao dos contedos didticos

    de uma disciplina.

    Na prtica, os alunos podem elaborar seus trabalhos utilizando softwares de

    simulao, das prprias instituies ou qualquer um do pacote MS-Office,

    associados a recursos da web 2.0 (ex: blogs e wikis) ou at mesmo jogos com

    simulaes, como o second life. Para buscar informaes podem utilizar os diversos

    recursos disponveis online, a saber: a Internet; bibliotecas virtuais; bancos de

    dados; listas de discusso; vdeo-aulas; teleaulas; fruns; chats; webcast,

    diretamente no iPod; etc.

    E no estamos falando somente de cursos a distncia. A utilizao das TIC

    aplicadas a cursos presenciais possibilita o simular, praticar ou vivenciar situaes

    fundamentais para a compreenso e construo de um conhecimento ou modelo a

    ser aplicado e assimilado. Para tanto, essas tecnologias educacionais a serem

    utilizadas em cursos presenciais ou a distncia, devem ser planejadas com

    propsitos diversos para cada pblico e cada tipo ou metodologia de ensino.

    Posto que, ao lado das TIC, transformaes socioeconmicas, polticas e

    culturais das ltimas duas dcadas, colocam em xeque a estabilidade e concretude

    dos currculos e das prioridades educacionais, bem como, os estilos de pedagogia e

    andragogia e a prpria institucionalizao do ensino (quem detm o poder de

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    ensinar e validar a aprendizagem), impelindo-nos a uma nova lgica de ensino.

    (LITTO, 1997; KENSKI, 1998).

    Assim, ao utilizarem mais ou menos ferramentas tecnolgicas, bem como, a

    disponibilizao das mesmas para o aluno, em mais ou menos nmeros, as

    instituies estaro obtendo, ou no, o reconhecimento pblico, no que tange

    modernidade, transmitindo uma imagem de vanguarda e qualidade de ensino

    ofertado por ela.

    Isto posto, presenciamos uma intensa revoluo, nos paradigmas

    educacionais atuais, que poder levar a uma evoluo na metodologia do ensino

    superior presencial, caracterizando-se, portanto, numa oportunidade mpar para as

    instituies de ensino e os professores repensarem a prtica pedaggica.

    No obstante, a proposta pedaggica que se faz neste novo ambiente de

    aprendizagem, objetiva a promoo da autonomia e a reflexo crtica de todos os

    sujeitos do processo educativo. Afinal, ensinar e aprender utilizando TIC, exige

    pacincia e preparo de professores e alunos, posto que, os objetivos pedaggicos

    devem estar associados a uma lista de mtodos agregados a atividades presenciais,

    bem como, aos possveis mtodos associados a atividades a distncia.

    Em fim, a chave para o sucesso da instituio, dos professores e dos alunos,

    no uso das TIC no ensino superior, a infraestrutura do curso no mbito pedaggico

    (desenho do curso, apresentao, formas de interao e ambiente de aprendizagem

    e a qualidade do material didtico).

    E alm do Ensino Superior, j que aprender tornou-se uma atividade a ser

    prolongada por toda a vida, preciso buscar desenvolver ambientes que permitam a

    criao, construo e compartilhamento de experincias entre todos os envolvidos

    neste processo, a fim de criar comunidades de aprendizagem que permeiem e

    conectem as teorias do mundo acadmico com a prtica do mundo profissional.

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    UNIDADE 4 - AS TIC E O FAZER DOCENTE NA MODALIDADE EAD

    O mundo tem tido mudanas fantsticas em todas as formas e setores da

    sociedade. No setor educacional, no poderia ser diferente. A atividade do

    trabalhador docente, frente a este fenmeno de mudana generalizada, de

    globalizao do capital e suas estratgias de explorao econmica, poltica e

    cultural, vem sofrendo as mesmas mudanas, em todas as suas esferas.

    No obstante, a esfera de maior mudana , sem dvida, a Educao a

    Distncia, alavancado pelo desenvolvimento das TIC. Portanto, faz-se mister,

    verificar como essas tecnologias atuam sobre o processo educativo e as condies

    de trabalho docente nessa modalidade de ensino.

    O presente texto baseia-se numa pesquisa feita em instituio privada de

    Ensino Superior (IES) de Minas Gerais, bem como, na comparao com outras IES,

    de todo o territrio nacional.

    nesse sentido que as instituies pesquisadas se encontram num campo e

    situao, oportunos, para a anlise das novas configuraes das relaes entre

    capital e trabalho no setor educacional, particularmente no que concerne anlise

    dos seus efeitos para o processo de trabalho docente.

    Em sendo, o que h de diferente nesse processo o fato de que as TIC so

    tecnologias capazes de transformar esta dimenso imaterial da fora de trabalho do

    docente, em matria prima, em insumo do processo de produo. Ou seja, na

    modalidade EAD, os softwares se apropriam da informao e do conhecimento do

    trabalhador docente, atravs de aulas gravadas, procedimentos didticos diversos,

    entre outros, transformando o modo de trabalho docente.

    Isto porque, a mesma aula preparada por um professor, no modelo vdeo-

    aula, pode ser assistida por um nmero ilimitado de estudantes, tanto em tempo real

    como atravs de uma biblioteca digital, onde as aulas ficam armazenadas, para

    uso exclusivo dos alunos da Instituio qual pertenam, podendo ser acessadas a

    qualquer momento, desde que dentro do calendrio escolar estabelecido pela

    Instituio e dentro das especificidades de cada curso.

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    Podem, tambm, dependendo da instituio, baixar do you tube, acessar no

    site da instituio, etc, ou seja, o trabalho do professor perde a possibilidade de

    quantificao e, o valor se perde, posto que, no h um nmero determinado de

    turmas nem de alunos, para garantir o valor real e justo do trabalho docente.

    (SIMPRO, 2011).

    Com isso, eliminam-se uma infinidade de postos de trabalho, bem como, um

    mesmo professor ou tutor, orienta uma infinidade de alunos. De acordo com

    Freyssenet (1989) a eliminao desses postos de trabalho, tem a ver com o

    desenvolvimento da automao sob a produo capitalista, a qual torna possvel a

    padronizao das normas de produo nas tarefas produtivas mediante a

    incorporao, e consequente substituio, das atividades complexas na e pela

    maquinaria. (p. 59). Neste contexto, a utilizao das TIC, na educao, levou ao

    limite esta questo ao agregar uma dimenso organizacional em seu maquinrio,

    estendendo esses efeitos para as atividades de gerncia, coordenao e educao.

    (WOLFF, 2004).

    No obstante, no processo de EAD, a utilizao das TIC, como meio de

    automao e de produo de matria prima para a transmisso do conhecimento,

    apropria-se e reproduz, por meio de gravaes do contedo atravs da elaborao

    de vdeo-aula, das funes docentes que, assim, passam a ser subordinadas ao

    manuseio do aparato tecnolgico. Alm da diminuio de mo-de-obra acima

    mencionada, a consequncia deste tipo de automao foi uma simplificao e

    desvalorizao do trabalho vivo e ao vivo do docente, o que nos remete anlise de

    Marx sobre os efeitos da aplicao capitalista da maquinaria nos processos

    produtivos, sejam quais foram, at mesmos da produo do conhecimento:

    Quando a mquina passa a manejar a ferramenta, o valor de troca da fora de trabalho desaparece ao desvanecer seu valor de uso. O trabalhador posto fora do mercado como o papel-moeda retirado da circulao. A parte da classe trabalhadora que a maquinaria transforma em populao suprflua, no mais imediatamente necessria auto-expanso do capital, segue uma das pontas de um dilema inarredvel: ou sucumbe na luta desigual dos velhos ofcios e das antigas manufaturas contra a produo mecanizada, ou inunda todos os ramos industriais mais acessveis, abarrotando o mercado de trabalho e fazendo o preo da fora de trabalho cair abaixo do seu valor (MARX, 1985, p. 492-3).

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    Assim, nas instituies de Ensino Superior, onde ocorre a implantao da

    metodologia da EAD, numa primeira fase, os professores especialistas so

    demandados para elaborar e concluir contedos. J numa segunda fase, quando

    esses contedos foram selecionados e definidos como parmetros para conceber os

    programas didticos, tal demanda tende a diminuir significativamente, haja vista a

    sua incorporao no sistema, reduzindo o montante de habilidades docentes

    requeridas. A partir de ento qualquer um pode tutoriar, orientar e at coordenar o

    processo educativo.

    Nesse sentido, Freyssenet (1989) aponta como prprio da introduo do

    automatismo na produo o fenmeno da inverso da requalificao (p. 109).

    Posto que, se em um primeiro momento, exigem-se novas e especficas

    qualificaes para lidar com as TIC, concluda esta etapa, o trabalho torna-se to

    simplificado, que quase descaracteriza o fazer docente.

    No obstante, ocorre um redirecionamento das capacidades especficas,

    exigidas para o trabalho docente, redefinido em termos de polivalncia no manejo

    das TIC nos moldes do trabalho operrio, em detrimento do trabalho artesanal, de

    pesquisa e reflexo, prprio da elaborao de aulas e de todo o trabalho docente.

    Surge ento o piloto da ferramenta em lugar do professor.

    Isto porque, em uma modalidade de ensino cujo alvo principal a

    quantidade de alunos em detrimento da qualidade do ensino, tal padronizao e

    simplificao das atividades docentes, representa uma estratgia de ampliao do

    nmero de alunos por professor (se que se pode chamar este profissional de

    professor). Nesse sentido, padroniza-se at a correo dos trabalhos e, assim,

    qualquer um corrige (sic). Ou seja, a qualidade to defendida na educao fica em

    terceiro ou quarto plano.

    Essa valorao da quantidade em detrimento da especializao analisada

    por Coriat (1976) que a denomina como a chave do sistema taylorista: a

    expropriao do saber-fazer pela padronizao dos procedimentos de trabalho. Isto,

    claro, em novas bases metodolgicas, tendo em vista que, remete-se a uma

    dimenso de padronizao das capacidades cognitivas do trabalho do professor. E

    em sendo, a reduo do saber complexo exigido para docncia, aos seus elementos

    mais simplistas, detona o que conferia autonomia sobre os procedimentos do

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    trabalho docente, com graves consequncias sua criatividade e, at mesmo, uma

    falsa identificao desse fazer e da prpria profisso.

    Em outras reas, provavelmente, seria denominado: exerccio ilegal da

    profisso. De resto, essa simplificao permite dispensar o trabalhador docente ou

    troc-los base de salrios inferiores; o que apresentado como um incentivo por

    um coordenador do EAD, ao afirmar que so oferecidas oportunidades a novos

    profissionais ou a antigos, que sero, ento, incentivados a buscarem qualificao

    nestas reas.

    Contudo, embora o modo operatrio seja imposto ao tutor eletrnico e ao

    professor especialista, o processo de expropriao do conhecimento no se esgota.

    Em sendo, Bianchetti (2001) afirma que, para os trabalhadores envolvidos

    nesse processo, se no explicitam seu saberes, objetivando-os em criaes, no

    so contratados ou so demitidos; se os explicitam, sero expropriados em seus

    saberes. (p. 189).

    Conquanto, este o novo quadro paradigmtico da profisso docente,

    travestida de novas formas de organizao do trabalho onde se mesclam velhos

    padres e a otimizao das potencialidades das TIC, relegando aos trabalhadores

    docentes a vil tarefa de cumprirem funes prescritas, que so saberes tcitos

    objetivados em softwares e dar respostas singulares frente a eventos imprevistos

    (BIANCHETTI, 2001, p.195).

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    UNIDADE 5 - O ENSINO SUPERIOR E A MEDIAO PEDAGGICA ATRAVS DAS TIC

    O desenvolvimento de diversas teorias pedaggicas que coloca o aluno no

    cerne da ao e da prtica educativa, valorizando o processo de construo do

    conhecimento, pede um novo professor, um mediador da aprendizagem.

    Tambm chamada de mediao pedaggica, essa prtica j vem sendo

    valorizada, desde o final do sculo XX, atravs dos estudos de Gutierrez e Prieto

    (1994). Tais autores definem como mediao pedaggica o tratamento de

    contedos e formas de expresso dos diferentes temas, a fim de tornar possvel o

    ato educativo (p. 08). Ou seja, a mediao uma ponte entre as reas do saber, a

    prtica humana e os aprendizes, os interlocutores e os participantes num processo

    educativo (idem).

    Nesse sentido, destacamos o papel do interlocutor, neste caso, o professor,

    como personagem principal na busca e na construo do sentido da educao. Em

    sendo, os mesmos autores, acima citados, tm como norte do sucesso educacional,

    os modelos de aprendizagem voltados para o sentido educativo e, no somente para

    o ensino, onde, de acordo com eles, a mediao pedaggica procura abrir caminho

    para novas relaes do estudante: com os materiais, com o prprio contexto, com

    outros textos, com seus colegas de aprendizagem, includo o docente, consigo

    mesmo e com seu futuro (GUTIERREZ e PRIETO, 1994, p.9).

    Assim, a mediao pedaggica demanda do professor abertura para o novo,

    flexibilidade, atitude reflexiva e crtica sobre sua prtica pedaggica, principalmente,

    em tempos de TIC. Sobre este aspecto, Shn (2000) destaca a relevncia da prtica

    reflexiva na formao de educadores, com base em trs ideias centrais: o

    conhecimento na prtica, a reflexo da prtica e a reflexo sobre a prtica. A

    primeira trata do conhecimento utilizado para soluo de problemas no cotidiano das

    organizaes educacionais. Ou seja, no momento propcio, o educador faz uma

    reflexo da ao, ou seja, concretiza a segunda ideia. Se tal reflexo se d a

    posteriori, o educador reflete sobre a ao, isto , realiza a terceira ideia.

    Isto posto, entende-se que a reflexo sobre a prtica envolve o ato de

    compreender, interpretar e criar novas solues para aes j concretizadas. A

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    reflexo da prtica representa o saber fazer; e a reflexo sobre a prtica representa

    o saber compreender.

    No obstante, quando os ambientes de aprendizagem, mediados pelas TIC,

    dinamizam as relaes entre professor e aluno, surgem situaes propcias para o

    desenvolvimento de estratgias de mediao que envolvem pesquisa e do

    significado aprendizagem, no todo. Assim, a mediao pedaggica pode se valer

    do ciclo que envolve o fazer, o refletir, o depurar e o fazer novamente.

    Porm, esta no a nica abordagem acerca da mediao pedaggica.

    Masetto (2000) apresenta outra concepo visualizando-a como a atitude do

    professor no sentido de facilitar e incentivar a aprendizagem atravs das TIC,

    mesmo que longe. Assim, constri-se uma espcie de ponte mvel entre o aluno e a

    aprendizagem.

    Nesse sentido, Masetto (2000) entende que a mediao deve orientar-se por

    princpios educacionais e se concretizar com apoio de constantes recriaes de

    estratgias de ensino-aprendizagem, tendo nas TIC fortes aliadas para desenvolver

    suas propostas.

    Em sendo, para o professor do sculo XXI, atuar como mediador pedaggico

    em ambientes virtuais de aprendizagem no uma tarefa simples, mas necessria,

    posto que, exige competncias e habilidades que devem possibilitar:

    a compreenso de que o sujeito da ao educativa o aluno e o foco a

    aprendizagem;

    a construo de uma comunidade de aprendizagem, baseada na confiana e no

    esprito de colaborao e apoio mtuo;

    a proposio de estratgias cooperativas de aprendizagem; estabelecer uma

    relao dialgica com os alunos, evidenciando conhecimento da rea,

    criatividade, empatia, abertura ao novo;

    a oferta de um feedback, de forma gil;

    o incentivo ao trabalho autnomo, o desenvolvimento da reflexo e da crtica e a

    resoluo de problemas.

    Portanto, as competncias exigidas so aquelas que potencializam a ao

    pedaggica, de modo que alunos e professores aprendam a executar novas tarefas,

    ressignificando as antigas, produzindo, assim, seus conhecimentos.

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    Em sendo, podemos afirmar que as TIC promovem uma rede de

    comunicao na sociedade e na escola, permitindo a circulao do conhecimento e

    sua construo, independente do espao e tempo, haja vista que, as TIC devem

    deixar de ser apenas uma ajuda didtica ou ferramenta, para se transformar em

    mediao cultural, estabelecendo novas relaes com o conhecimento.

    Todavia, o uso das TIC significa um novo modo de produzir conhecimento,

    associado a um novo modo de comunicar, que converte a informao em

    conhecimento. Neste nterim, enquanto a mediao tecnolgica da comunicao

    deixa de ser meramente instrumental, torna-se mais densa e converte-se em

    mediao estrutural. Neste contexto, a cultura muda de lugar, tornando-se muito

    mais proeminente na sociedade. Neste movimento se expandem as diversidades

    culturais e a riqueza das naes.

    No mago dessa transformao surgem novas formas de aprender que no

    se atrelam mais racionalidade horizontal e linear dualista, no momento em que

    usufruem de uma pluralidade de racionalidades que tomam como fundamentos as

    abstraes e os smbolos. Nesse sentido, ao apropriar-se das TIC, a educao

    passa a utilizar, em conjunto, os sons, as imagens, o texto escrito e o hipertexto,

    acabando por produzir novos modos de fazer e pensar, que ligam razo e emoo.

    Isto, porque, a estrutura em rede da internet, aumenta e enriquece a forma

    de se obter informaes e construir conhecimentos, bem como, provoca o dilogo

    entre os navegantes desse novo mundo paralelo e virtual que, de acordo com Lvy

    (2004) na Internet emergiu e se faz constante, uma nova inteligncia, dita coletiva,

    fruto de diversificadas e inesperadas relaes humanas que fomentaram novas

    formas de pensar. Da a questo: qual o papel do professor nesse contexto?

    Na perspectiva de Amaral (2008), o processo de aprendizado individual

    intencional e passa por quatro etapas:

    conscientizao da necessidade de mudar;

    compreenso do que preciso mudar;

    ao para a mudana; e

    anlise dos resultados alcanados.

    Em sendo e, de acordo com a viso do autor, cabe ao professor, prever seus

    desafios e ameaas e fazer com que os aprendizes sejam flexveis e geis no trato

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    com a incerteza. Todavia, aquele papel de transmissor de conhecimentos que, por

    sculos, bastou ao professor, hoje, no se interliga com a disseminao do conceito

    de aprendizagem, sendo fruto da ao do sujeito sobre o objeto de estudo (PIAGET,

    1973) e das relaes sociais vividas no contexto de uma dada cultura (VYGOTSKY,

    1984).

    Enfim, de acordo com as abordagens, McLuhan (1964, p. 37) fecha com

    chave de ouro o debate, ao afirmar que, ningum informa ningum; o indivduo

    informa-se. [...] O processo de compreender, persuadir, ensinar no depende das

    habilidades do agente, mas da atividade do paciente [...].

    Portanto, no basta, como supem os devotos da comunicao de massa,

    saturar o ambiente de informao, pois, se o aluno no estiver mobilizado para

    receb-la, como se a informao no existisse.

    Assim, conjugando a dialtica da educao com a perspectiva do que se ir

    ensinar e aprender, com quem ensina e aprende, a funo do professor se encerra

    na mediao da aprendizagem, ou seja, o professor auxilia o educando a superar

    suas dificuldades, dado que o campo da aprendizagem nada mais do que a

    combinao entre o que precisa ser aprendido e quem precisa aprender.

    Em sendo, a mediao pedaggica assume seu papel de instigar o aluno

    para aprender, articulando as condies mais adequadas para essa aprendizagem,

    intervindo quando necessrio, e orientando nas formas de conduo do pensamento

    reflexivo de modo a consolidar a autonomia crtica desse aluno. Assim a mediao

    se projeta para a formao do sujeito capaz de pensar com independncia crtica,

    mas no obstante, com coerncia e atitude assertiva.

    Para tanto, compete ao professor formador, como mediador da

    aprendizagem, fomentar o debate e a reflexo crtica, observando atentamente a

    participao dos alunos nas atividades e a forma como buscam a soluo dos

    problemas propostos. Dessa maneira, torna-se mister, intervir no momento

    adequado, porm, tomando-se o cuidado de no interromper os processos de

    interao entre os alunos e a sua criao individual ou coletiva.

    No entanto, muitas dificuldades so percebidas e devem ser destacadas, a

    saber:

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    a resistncia em refletir e rever as prticas educacionais usualmente utilizadas, aliceradas na sala de aula tradicional;

    a aquisio de contedos, em detrimento de outros saberes, relacionados ao fazer (prtica) e ao ser (atitudes);

    a repetio automtica dos conhecimentos (memorizao), limitadora da expresso criativa e autoral; e

    a fragmentao do processo ensino-aprendizagem, estruturado a partir de disciplinas isoladas, que no leva em conta a interdisciplinaridade, com srias implicaes para o processo de criao. (trecho adaptado, MACHADO, 2002, p 27).

    E acrescentarmos a essa resistncia a forte tendncia da cultura da

    oralidade ao contrrio do desenvolvimento da escrita e, da possibilidade de

    materializar o pensamento e a construo de processos de autoria, o fato complica-

    se. Isto porque, na sociedade contempornea, no basta saber ler, escrever e

    contar, preciso ter alta competncia em leitura e escrita, posto que, estar

    margem do mundo digital, em especial da oportunidade de poder pensar mediada

    por plataformas informacionais, constitui, hoje, outra face do analfabetismo: o

    chamado analfabetismo funcional.

    Hoje, a Internet materializou-se como um novo caminho que leva

    informao e comunicao, criando, com isso, um novo paradigma educacional,

    posto que, ela consegue aglomerar e fundir a telefonia, a radiodifuso, os sistemas

    televisivos, a mdia impressa e tantas outras formas de comunicao, fazendo com

    que, a informao circule democraticamente, por todos os meios e por todos os

    lugares.

    Alm disso, a Internet possibilita a manifestao daqueles que outrora

    apenas recebiam a comunicao emitida pela mdia, haja vista, as rebelies que

    esto ocorrendo, em 2011, em todo o mundo rabe, alavancadas pela rede mundial

    de computadores. Agora, o cidado comum tambm pode midiatizar o conhecimento

    e utiliz-lo a seu favor e a favor do seu povo e da humanidade.

    Contudo, ao mesmo tempo em que as TIC permitem a mediao do

    conhecimento, elas tambm aumentam as dificuldades, pois, antes de utiliz-las,

    preciso sab-lo e, para tal, exige-se muito daqueles que no nasceram com elas,

    como o caso dos adolescentes. Se estamos falando de ensino superior, no

    podemos esquecer daqueles que no tiveram oportunidade de estudar no tempo

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    correto e, em vista disso, esto fora desse contexto das novas tecnologias, que,

    nesse caso, ao invs de ajudarem, elas criam problemas a serem sanados.

    Portanto, no devemos pensar que as TIC so a soluo para todos os

    problemas, posto que, como BELLONI (2001), as caractersticas essenciais das TIC,

    tais como, a simulao, a virtualidade, a acessibilidade superabundncia e

    extrema diversidade de informaes e tantas outras perspectivas, so novas e

    demandam concepes metodolgicas diferentes das tradicionais.

    Em sendo e de acordo com Negrotponte (2005), pensar em mediao

    multimiditica do conhecimento implica em se ter noo das mudanas necessrias

    para se passar de um meio para outro, dizendo a mesma coisa de maneiras

    diversas, invocando um ou outro dos sentidos humanos. como se a mquina

    dialogasse com o usurio e possibilitasse mltiplas formas de explicitao de um

    mesmo contedo, at o seu entendimento (NEGROPONTE, 2005). A passagem de

    um meio para outro, chamada aqui de mediao multimiditica ou midiatizao,

    pode incluir filmes, histrias em quadrinhos, textos mais complexos, exerccios

    interativos, utilizao da Internet, entre outras possibilidades:

    Dentre os recursos educacionais oferecidos pelas novas tecnologias de comunicao, a multimdia aparece como a forma mais completa de organizar as informaes e combin-las de forma no seqencial. O sistema permite criar e manter conjuntos de textos, fotografias, filmes, animao, voz ou msica, conectados em forma de rede, na qual cada n contm um trecho de informaes e cada elo entre dois ns representa um relacionamento entre a informao neles contida. O monitoramento por computador de toda essa gama de materiais possvel pelas diferentes formas de organizao de documentos, representando as necessidades de distintos pblicos a que se destinam. A grande vantagem em relao aos sistemas lineares de organizao a facilidade que tem o usurio de folhear os diversos documentos e navegar entre os elementos da rede. Usando as ligaes de multimdia, podemos configurar nosso conhecimento em um conjunto coerente e conjugar idias que melhor representem a realidade. (NOGUEIRA, 1993, p.40).

    Assim, parece que esse crescimento e desenvolvimento das TIC criaram o

    que THOMPSON (1999) chamou de uma historicidade mediada, posto que, o que

    era passado se torna dependente dos diversos formatos de mediao em crescente

    expanso no presente.

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    Portanto, possvel afirmar que, a informao chega a todos e a todo

    momento, sem barreiras e no momento que ocorrem, porm, isso no significa

    conhecimento. Contudo, Thompson afirma que,

    dizer que a apropriao das mensagens da mdia se tornou um meio de autoformao no mundo moderno no dizer que ele o nico meio: claramente no . H professores e alunos, entre pares, que continuaro a desempenhar um papel fundamental na formao pessoal e social. Os primeiros processos de socializao na famlia e na escola so, de muitas maneiras, decisivos para o subseqente desenvolvimento do indivduo e de sua autoconscincia. Mas no devemos perder de vista o fato de que, num mundo cada vez mais bombardeado por produtos das indstrias da mdia, uma nova e maior arena foi criada para o processo de autoformao. uma arena livre das limitaes espao-temporais da interao face a face e, dado o alcance da televiso em sua expanso global, se torna cada vez mais acessvel aos indivduos em todo o mundo (THOMPSON, 1998, p.46).

    Concordamos com o autor, posto que, ter acesso informao no o

    mesmo que construir conhecimento, haja vista que, a comunicao e a informao

    esto a e, chegam a todos da mesma forma, porm, a construo do conhecimento

    depende da bagagem trazida pelo sujeito receptor, e, neste caso, no h

    democracia ou igualdade. Cada um cada um.

    Em sendo, a teoria de THOMPSON (1998) tambm ressalta que ao alterar a

    compreenso de lugar e passado, o desenvolvimento das mdias modificou o sentido

    de pertencimento dos indivduos, que passam a ser cosmopolitas ou cidados do

    mundo.

    Porm possvel contestar essa afirmao do autor, haja vista que, mesmo

    com as possibilidades de redes e comunidades mundiais, sem barreiras geogrficas

    ou culturais, os indivduos se juntam em comunidades que lhe so prximas,

    peculiares, reconhecveis e culturalmente prximas quilo em que ele acredita e .

    Portanto, voltamos ao mesmo passado e lugar (agora virtual) das

    possibilidades de anlise do conceito de pertencimento. Os lugares anteriormente

    remotos esto agora ligados a redes globais e com o desenvolvimento das TIC, a

    velocidade da comunicao se torna virtualmente instantnea. O mundo se parece

    um lugar cada vez menor.

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    Porm, a educao no comunga da mesma singularidade. Isto porque, o

    acesso a esses recursos miditicos, pertence a poucos privilegiados e, em sendo, a

    educao no atinge a todos e nem permite o alcance de um grande nmero de

    pessoas e grupos ao conhecimento. Portanto, a utilizao das TIC como recursos

    didticos, que tiveram incio com o ensino por correspondncia, programas de rdio

    e TV, at a propagao da Internet, permitem a construo do conhecimento pela

    mediao multimiditica, somente para aqueles que tm acesso a elas.

    Nesse sentido, Moran (2003) destaca que essa construo do conhecimento

    pelo processo multimiditico,

    mais livre, menos rgida, com conexes mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organizao do racional. Uma organizao provisria, que se modifica com facilidade, que cria convergncias e divergncias instantneas, que precisa de processamento mltiplo instantneo e de resposta imediata. (p. 19).

    Nesta mesma linha de percepo Lvy (2006) acrescenta que a Internet

    subverte a clssica noo da comunicao de massa em que h um emissor da

    mensagem e um receptor apenas e amplia as possibilidades de mediao

    multimiditica do conhecimento.

    Ou seja, com a Internet, esse processo de conhecimento e de ensino-

    aprendizagem acaba fazendo parte de um sistema de trocas onde os sujeitos

    aprendero entre si e produziro uma concorrncia dos diferentes pontos de vista.

    Prova disso so os movimentos que esto ocorrendo no Oriente Mdio, j citados

    anteriormente.

    No obstante, alm do conhecimento assistemtico, a escola, como local de

    ensino sistemtico, deve adaptar-se s TIC, como ferramentas de ensino, muito

    alm de somente ferramentas de escrita, confrontado com um desenvolvimento sem

    precedentes, que leva cada vez mais a um aumento de sua utilizao na busca pelo

    conhecimento e sua construo.

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    Nesse aspecto, Peters (2001) admite que,

    aqui no se trata apenas de uma inovao tcnica, mas, sim, de uma srie de desenvolvimentos simultneos, que atualmente convergem e assim se potenciam: primeiro, o desenvolvimento do computador com sua possibilidade de armazenar informaes e a possibilidade de cham-las novamente tela, num piscar de olhos, ou de oferecer programas de ensino interativos; segundo, o melhoramento da telecomunicao, que pe disposio tecnologias mais desenvolvidas de udio e vdeo, bem como de maior desempenho; terceiro, o desenvolvimento da tecnologia da multimdia, que revoluciona tanto a produo quanto a apresentao de seus programas polivalentes por meio do uso do computador; e, quarto, a criao de grandes, e abrangentes bancos de dados e sua ligao com redes globais de computadores de vrios pases. (PETERS, 2001, p.229).

    Considera-se ento que, a utilizao das TIC como mediadoras do ensino

    superior um fato e, como tal, no h o que se discutir sobre a questo acerca da

    sua utilizao ou no. Deve-se discutir o processo de comunicao entre o docente

    e o discente, nesta nova era paradigmtica do conhecimento e da sua aquisio.

    5.1 A comunicao docente em tempos de TIC

    A comunicao docente fundamental, no processo de ensino

    aprendizagem. Porm, para comearmos essa discusso, faremos uso das

    percepes de Bordenave (1998) acerca do que vem a ser comunicao: um

    processo natural, uma arte, uma tecnologia, um sistema e uma cincia social.

    Em sendo, a comunicao docente uma tecnologia, pois, o professor

    tido, por Demo (2010) como a tecnologia das tecnologias. Nesse aspecto,

    entendemos que a comunicao torna-se um instrumento legitimador das estruturas

    sociais, ao mesmo tempo em que se torna uma fora contestadora e

    transformadora. Nesse sentido, o processo de comunicao pode ser instrumento de

    expresso pessoal ou grupal, bem como, de relacionamento pacfico entre as

    pessoas e grupos, no obstante, tornar-se- um recurso de opresso psicolgica e

    moral, quando utilizado incorretamente e para tal.

    Contudo, Berlo (1999) define todo esse processo de interao como algo

    benfico desde que, haja o feedback que, para o autor o que de fato vale, posto

    que, em sua anlise, com a qual concordamos, a comunicao somente se efetiva

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    quando h um receptor ativo e atuante, que permite a melhoria dessa comunicao

    e seu acontecimento de fato.

    Nesse aspecto, Berlo (1999) afirma que,

    quando duas pessoas interagem, pem-se no lugar da outra, procuram perceber o mundo como a outra o percebe, tentam predizer como a outra responder. A interao envolve a adoo recproca de papis, o emprego mtuo de capacidades empticas. O objetivo da interao a fuso da pessoa e do outro, a total capacidade de antecipar, de predizer e comportar-se de acordo com as necessidades conjuntas da pessoa e do outro. Podemos definir a interao como o ideal da comunicao, a meta da comunicao humana (BERLO, 1999, p.136).

    Neste nterim, concordamos com os autores (BORDENAVE, 1998 e BERLO,

    1999) quanto ao processo comunicacional, e a importncia do feedback, ao que

    acrescentamos as ideias e afirmaes de Freire (2006), que utiliza a expresso

    comunicar-se como sendo o entendimento de uma filosofia educacional voltada

    para a comunicao entre as pessoas envolvidas no processo educacional e

    inspirada nas experincias culturais. (p. 65).

    Porm, diferente do pensamento freireano, para Niskier (2000, p.388), o

    processo de ensino e aprendizagem, independente da modalidade adotada,

    envolve trs aspectos fundamentais e dois deles intimamente ligados com o

    processo comunicacional, a saber:

    1. as concepes tericas do docente e a relao com a sua prtica; 2. as relaes interpessoais que surgem na aula (presencial ou a distncia); 3. a transmisso (ou midiatizao) dos contedos culturais e a relao com a metodologia educativa. (Idem).

    Portanto, ao tratarmos do processo comunicacional docente entendemos

    que a atuao do profissional da educao transcende ao fato primeiro da realizao

    de aes que permitam prever, ordenar, dirigir, coordenar e controlar todos os

    processos e produtos relacionados, indo alm, atravs da abordagem sistemtica de

    todas as questes que emergem dessa postura e para tanto, lanando mo da

    comunicao.

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    Isto posto, podemos afirmar que a educao continua sendo um processo

    complexo que utiliza meios de comunicao para complementar ou apoiar a ao do

    docente em sua interao com os estudantes. Na educao presencial, o quadro

    negro, o giz, o livro, o projetor, so instrumentos pedaggicos que fazem a ponte

    entre o conhecimento e o aluno.

    No ensino a distncia, a interao se faz, mediada pelas TIC e a

    combinao de suas mais diversas possibilidades. Em vista disso, essencial

    discutirmos a questo das redefinies paradigmticas, no processo educacional,

    haja vista que, os profissionais da educao devero aprender, urgentemente, a

    utilizar as TIC como ferramentas pedaggicas, posto que, o professor precisar

    aprender a midiatizar o conhecimento e trabalhar em conjunto com uma equipe

    multidisciplinar. Ou seja, a atuao do docente tender a passar do processo

    comunicacional baseado no monlogo da sala de aula para o dilogo interativo do

    laboratrio de informtica, sala de bate-papo virtual, frum virtual, email, telefone e

    outras mdias e multimdias. (PRIMO, 2005).

    Para que o professor consiga atingir esses e outros objetivos, precisar

    repensar, continuamente, seu processo de ensino para a otimizao dos momentos

    de troca dialogal com o estudante. Afinal, conforme Moran (2000), ao se participar

    de processos de comunicao dialogais, aprende-se no somente os fatos, mas as

    suas relaes com o todo:

    Se nos movemos num sistema fechado, procuraremos o controle, a segurana, a repetio, o passado, enquanto no sistema aberto buscaremos mais o que poderemos ser, procuraremos novas informaes, novas formas de expressar-nos, de sentir e de agir. Participar de processos abertos de comunicao ajuda a flexibilizar o nosso pensamento, a buscar novos caminhos, a buscar novas opes, a melhorar a nossa auto-estima, a desenvolver a fluncia, a desenvolver o conhecimento sinrgico, a busca do conhecimento integral, da integrao crebro-mente-corpo. (MORAN, 2000, p.153).

    Portanto e em fim, no se est falando em substituio do professor, mas

    sim, em repensar a sua prtica e a sua postura com relao s metodologias de

    ensino utilizadas, at ento, em concomitncia com as novas exigncias do mercado

    educativo mundial.

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    Nesse sentido, a comunicao docente que era voltada, exclusivamente,

    para a oratria do professor, tido como o repassador de informaes, em via de mo

    nica, passa a ser realizada de uma forma guiada por uma via de mo dupla, onde o

    dilogo interativo entre as partes ocorre o tempo todo, que pode inclusive ser

    mediado multimidiaticamente, onde o professor o agente organizador, dinamizador

    orientador da construo do conhecimento atravs do auxlio crtico e criativo na

    seleo das inmeras informaes s quais o aluno submetido cotidianamente.

    (ALVES e NOVA, 2003).

    Podemos ento afirmar que, o papel do professor outro, em tempos de

    TIC. O paradigma educacional e comunicacional mudou. Portanto, exige-se uma

    redefinio do papel do professor para a funo de mediador no ensino e auxlio aos

    alunos para a busca e explorao dos dados existentes nas mdias e multimdias.

    Isto porque, nestes novos tempos, o distanciamento entre docentes e discentes

    findou-se, tornando a educao ainda mais democrtica e participativa,

    possibilitando, de fato a construo do conhecimento.

    5.2 - Geraes de EAD: mdias e multimdias na mediao do conhecimento na

    concepo de Hack (2004)

    De acordo com Hack (2004) em sua tese de doutoramento, atualmente,

    existe uma vasta possibilidade de utilizao das TIC na EAD. So as mltiplas

    mdias disposio dos interlocutores no processo de ensino e aprendizagem.

    Assim, a EAD tem liberado as pessoas da frequncia cotidiana a uma sala de aula,

    pois a educao tem chegado aonde o aluno quiser estudar e quando lhe for mais

    conveniente. Entretanto, para a execuo de uma EAD com qualidade, RUMBLE

    (2000, p.50-51) afirma que as pesquisas demonstram a importncia do feedback

    rpido para os alunos, aspecto j destacado anteriormente como primordial no

    processo comunicacional docente nos cursos a distncia. Para o autor, a presso

    para se adotar TIC na EAD surge, ento, de trs fatores gregrios intimamente

    ligados comunicao necessria entre os interlocutores:

    1. proporcionar o dilogo interativo instantneo;

    2. criar oportunidades para o dilogo e a interatividade;

    3. incrementar a velocidade de troca das mensagens.

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    Rumble (2000, p.46-49) enuncia que o desenvolvimento tecnolgico da EAD

    passou basicamente por quatro fases ou geraes, descritas na sequncia:

    1 Gerao de EAD baseada no meio texto, impresso ou escrito mo. Distingue-

    se principalmente pelo termo educao por correspondncia. A 1 Gerao de EAD

    dispunha de uma indstria grfica relativamente barata, mas apenas pde se

    desenvolver aps o barateamento dos servios postais, principalmente a partir de

    1840, momento em que o transporte ferrovirio trouxe confiabilidade e agilidade ao

    correio. A utilizao do transporte rodovirio e areo foi um incremento do sculo XX

    1 Gerao de EAD, que em alguns pases foi impulsionada para alm dos limites

    da nao. Atualmente os avanos continuam com a revoluo causada pela

    informatizao da indstria grfica e o aumento de tecnologias de impresso nas

    residncias dos usurios, que pode inclusive servir de estmulo a uma futura

    substituio de determinados servios pela impresso eletrnica particular.

    2 Gerao de EAD baseada nos meios televiso e rdio. As leituras ao vivo na

    sala de aula onde se encontrava o professor eram captadas e transmitidas, por meio

    da televiso ou do rdio, a grupos de alunos em uma sala de aula distante. Em

    alguns casos existiam linhas telefnicas disposio do aluno para se comunicar

    com o professor. O grande impulso da 2 Gerao aconteceu no final da dcada de

    1950. Inicialmente as redes de transmisso eram terrestres e a amplitude de

    cobertura dependia de fatores como: potncia dos transmissores; nmero e alcance

    das estaes de repetio; existncia de barreiras fsicas que poderiam causar

    problemas de recepo. Atualmente, os sistemas de transmisso por satlite

    proporcionam uma cobertura geogrfica mais ampla e trouxe um desenvolvimento

    potencial para sistemas internacionais. Os servios de comunicao telefnica,

    associados a essa gerao, necessitam de redes confiveis, sendo a telefonia uma

    rea onde os avanos tecnolgicos tm sido significativos.

    3 Gerao de EAD baseada em uma abordagem multimdia, com textos, udio e

    televiso. Juntou a 1 e a 2 gerao de EAD, com a seguinte peculiaridade: a

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    transmisso tende a ser usada como um meio de apoio ao material impresso. A

    informtica foi incorporada aos processos de ensino na medida em que se

    desenvolvia. Existem contatos presenciais, mas os tutores so vistos como apoio

    para o ensino predominantemente via meios. Os sistemas de 3 gerao contam

    com toda uma gama de tecnologias das mais baratas s mais dispendiosas.

    A forma de trabalhar com cada meio uma considerao importante ao se

    pretender explorar plenamente um ambiente multimdia. Contudo, as tecnologias so

    geralmente flexveis e intercambiveis. Assim, o que pode ser feito com uma

    tecnologia tambm pode ser obtido pelo uso de outra mdia. Algumas questes

    importantes ao selecionar as tecn