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evacuação

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  • CONDIES DE EVACUAO EM MUSEUS

    PAULO MOREIRA GOMES DA COSTA

    Dissertao submetida para satisfao parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAO EM CONSTRUES

    Orientador: Professor Doutor Joo Lopes Porto

    JANEIRO DE 2011

  • MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2010/2011 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Tel. +351-22-508 1901

    Fax +351-22-508 1446 [email protected]

    Editado por

    FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Rua Dr. Roberto Frias 4200-465 PORTO Portugal Tel. +351-22-508 1400 Fax +351-22-508 1440

    [email protected] http://www.fe.up.pt

    Reprodues parciais deste documento sero autorizadas na condio que seja mencionado o Autor e feita referncia a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2010/2011 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2011.

    As opinies e informaes includas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respectivo Autor, no podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relao a erros ou omisses que possam existir.

    Este documento foi produzido a partir de verso electrnica fornecida pelo respectivo Autor.

  • Condies de Evacuao em Museus

    minha Famlia

  • Condies de Evacuao em Museus

    i

    AGRADECIMENTOS Para a realizao deste trabalho, foi sem dvida, necessrio o apoio de pessoas e entidades, pelo qual o meu agradecimento inequvoco, e fundamental.

    Comeo por agradecer ao Sr. Professor Joo Lopes Porto, pela orientao deste trabalho, e como consequncia a disponibilidade na partilha do seu conhecimento, em meu benefcio, permitindo desta forma a concluso do trabalho.

    Cmara Municipal de Barcelos, pela ajuda, compreenso e cedncia de material relacionada com Museus, especificamente com o Museu de Olaria.

    minha esposa, filha, pais e irmo pelo enorme incentivo, apoio, compreenso e carinho em todos os momentos.

  • Condies de Evacuao em Museus

    iii

    RESUMO Esta dissertao tem como objectivo analisar e caracterizar as condies de evacuao em edifcio da utilizao tipo Museus, evidenciando a sua problemtica, dada a capacidade de concentrao de visitantes neste tipo de edifcios.

    Desta forma, inicialmente procurou-se retratar a sua histria e evoluo, desde o aparecimento dos primeiros museus at actualidade.

    Seguidamente, considerou-se a problemtica das condies de evacuao, dado o tipo de edifcio, onde esto implementados os Museus.

    Posteriormente enumerou-se um conjunto de regras, descritas na regulamentao, de forma a criar e melhorar as condies de evacuao neste tipo de equipamento cultural.

    Apresentaram-se de seguida, as condies de evacuao em Museus.

    No sentido de evidenciar situaes reais, foi analisada a evacuao no Museu de Olaria de Barcelos, enquadrando-a na sua histria e analisando as suas condies de evacuao.

    Por ltimo, apresentaram-se as concluses finais.

    O verso da pgina de Resumo fica em branco.

    PALAVRAS-CHAVE: INCNDIO, MUSEUS, REGULAMENTO, EFECTIVO, EVACUAO.

  • Condies de Evacuao em Museus

    v

    ABSTRACT Through my dissertation I intend to analyze and characterize the means of egress as part of the safety design in big scale buildings, i.e. museums, aiming at pinpointing its deficiencies, in light of their high occupancy loads. To that extent, I started by briefly explaining the history of museums, their origins and evolution since its inception to modern days. I then assessed the egress strategy weaknesses in big scale buildings, using museums as a case study typology. Subsequently, I listed a set of rules outlined in the regulation standards, towards improving the conditions for its adequate means of egress. In the end, I presented the constraints that can affect the egress strategy in museums. I used for that the Barcelos Ceramics Museum as a case study, by looking at its history and testing the buildings egress systems. Finally, I unveiled the final conclusions.

    The back of the Abstract page is left blank.

    Keywords: Fire, Museums, Regulations, Effective, Egress.

  • Condies de Evacuao em Museus

    vii

    NDICE GERAL

    AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... i

    RESUMO ................................................................................................................................. iii

    ABSTRACT ...............................................................................................................................................v

    1. INTRODUO ....................................................................................................................1

    2. HISTRIA E ENQUADRAMENTO DOS MUSEUS .........................3 2.1. INTRODUO ....................................................................................................................................3 2.2. ORIGEM E EVOLUO DOS MUSEUS ...............................................................................................4 2.3. CARACTERIZAO DOS MUSEUS ....................................................................................................7 2.3.1. MUSEUS DE ANTROPOLOGIA ..............................................................................................................8

    2.3.2. MUSEUS DE ARQUEOLGICOS ...........................................................................................................8

    2.3.3. MUSEUS DE ARTE .............................................................................................................................9

    2.3.4. MUSEUS DE BIOGRFICOS ...............................................................................................................12

    2.3.5. MUSEUS DE CINCIAS .....................................................................................................................12

    2.3.6. MUSEUS DE DESIGN ........................................................................................................................13

    2.3.7. MUSEUS ESCOLARES ......................................................................................................................14

    2.3.8. MUSEUS ETNOLGICOS...................................................................................................................15

    2.3.9. MUSEUS DE GEOLOGIA ....................................................................................................................15

    2.3.10. MUSEUS DE HISTRIA ...................................................................................................................16

    2.3.11. MUSEUS DE HISTRIA NATURAL .....................................................................................................16

    2.3.12. MUSEUS MILITARES.......................................................................................................................17

    2.3.13. MUSEUS DOS TRANSPORTES .........................................................................................................18

    3. SEGURANA CONTRA INCNDIO NOS MUSEUS ...................19 3.1. INTRODUO ..................................................................................................................................19 3.2 PROTECO CONTRA INCNDIOS ..................................................................................................19 3.2.1. PROTECO PASSIVA......................................................................................................................19

    3.2.2. PROTECO ACTIVA........................................................................................................................20

    3.2.2.1. Sistemas de deteco, alarme e alerta.....................................................................................20

    3.2.2.2. Meios de Interveno ................................................................................................................21

  • Condies de Evacuao em Museus

    viii

    3.2.2.3. Sistemas de controlo de fumo.................................................................................................. 24

    3.2.2.4. Sinalizao de segurana e sistemas de iluminao de emergncia...................................... 25

    3.3. MEDIDAS DE AUTOPROTECO ................................................................................................... 31

    4. EVACUAO NOS MUSEUS........................................................................... 33 4.1. INTRODUO ................................................................................................................................. 33 4.1.1. OBJECTIVOS .................................................................................................................................. 33

    4.1.2. IMPORTNCIA E COMPREENSO DA EVACUAO EM CASO DE INCNDIO S.......................................... 33

    4.2. CONDIES GERAIS DE EVACUAO .......................................................................................... 35 4.2.1. CRITRIOS DE SEGURANA ............................................................................................................. 35

    4.2.2. UTILIZAES TIPO.......................................................................................................................... 35

    4.2.3. LOCAIS DE RISCO ........................................................................................................................... 36

    4.2.4. CATEGORIAS DE RISCO................................................................................................................... 37

    4.2.5. CALCULO DO EFETIVO..................................................................................................................... 39

    4.3. DIMENSIONAMENTO, DISTRIBUIO E LOCALIZAO DAS SADAS DE EVACUAO................. 40 4.3.1. OBJECTIVO .................................................................................................................................... 40

    4.3.2. NMERO DE SAIDAS ....................................................................................................................... 41

    4.4. DISTRIBUIO, LARGURA DAS SAIDAS E DOS CAMINHOS DE EVACUAO ............................... 41 4.5. VIAS HORIZONTAIS DE EVACUAO ............................................................................................ 43 4.6. VIAS VERTICAIS DE EVACUAO ................................................................................................. 44 4.7. CARACTERSTICAS DAS PORTAS ................................................................................................. 49 4.7.1. CARACTERSTICAS DAS PORTAS DOTADAS DE DISPOSITIVO SELECTOR DE FECHO............................... 52

    4.7.1.1. Exemplo de classificao de um selector de fecho.................................................................. 53

    4.7.1.2. Exemplos de etiquetas de informao de um selector de fecho ............................................. 53

    4.8. CMARA CORTA-FOGO ................................................................................................................ 55 4.9. ZONAS DE REFGIO ...................................................................................................................... 56

    5. CARACTERIZAO, HISTRIA E EVOLUO DO MUSEU DE OLARIA DE BARCELOS ............................................................. 59 5.1. HISTRIA DO MUSEU DE OLARIA DE BARCELOS ......................................................................... 59 5.2. COLECO .................................................................................................................................... 60 5.3. IMPORTNCIA DO MUSEU PARA A CIDADE ................................................................................... 61 5.4. MISSO E VOCAO ..................................................................................................................... 61

  • Condies de Evacuao em Museus

    ix

    5.5. DIRECTRIZES DO MUSEU ................................................................................................. 61 5.6. EVOLUO, RECUPERAO, AMPLIAO E VALORIZAO DO MUSEU DE OLARIA ..................62 5.7. CARACTERIZAO ESPACIAL DO MUSEU .....................................................................................65 5.8. DESCRIO DAS FUNES POR ESPAO.....................................................................................69 5.8.1. SALA DA LOJA AO PBLICO ..............................................................................................................69

    5.8.2. SALA DA RESERVA ..........................................................................................................................69

    5.8.3. SALA DE DOCUMENTAO ...............................................................................................................70

    5.8.4. SALA DE TRABALHO (RESTAURO E DESENHO) ...................................................................................70 5.8.5. ESPAOS PEDAGGICOS.................................................................................................................70

    5.8.6. AUDITRIO .....................................................................................................................................71

    5.9. ACTIVIDADE DO MUSEU DE OLARIA ..............................................................................................71

    5.9.1. PROGRAMA PARA INSTITUIES ESCOLARES ....................................................................................72

    5.9.2. PROGRAMA PARA SENIORES ............................................................................................................73

    5.9.3. PROGRAMA PARA AMIGUINHOS DO MUSEU .....................................................................................73

    5.9.4. PROGRAMA PARA FINS-DE-SEMANA..................................................................................................73

    5.9.5. PROGRAMA PARA FRIAS NO MUSEU ................................................................................................74

    5.10. ORGANIZAO DAS EQUIPAS DE SEGURANA ..........................................................................74 5.10.1. DIRECTOR DE EMERGNCIA ...........................................................................................................74

    5.10.2. RESPONSVEL DE SEGURANA......................................................................................................74

    5.10.3. RESPONSVEL DE INTERVENO ...................................................................................................75

    5.10.4. RESPONSVEL DA EVACUAO......................................................................................................75

    5.10.5. EQUIPAS DE INTERVENO............................................................................................................75

    5.10.6 EQUIPAS DE EVACUAO................................................................................................................75

    6. ANLISE DAS CONDIES DE EVACUAO MUSEU DE OLARIA................................................................................................................................77 6.1. INTRODUO .................................................................................................................. 77 6.2. LOCALIZAO ................................................................................................................ 77 6.3. CARACTERIZAO E DESCRIO DO EDIFICIO/FRACO ................................................... 77 6.3.1. CARACTERIZAO DO EDIFCIO ........................................................................................................77

    6.3.1.1. Projecto Inicial ...........................................................................................................................78 6.3.1.2. Projecto da Ampliao e Reestruturao..................................................................................80 6.3.2. ANLISE DOS ESPAOS DO EDIFCIO.................................................................................................83

  • Condies de Evacuao em Museus

    x

    6.4. CLASSIFICAO DO EDIFICIO E IDENTIFICAO DOS LOCAIS DE RISCO ............................... 85 6.4.1. CLASSIFICAO DO EDIFICIO .......................................................................................................... 85

    6.4.2. IDENTIFICAO DOS LOCAIS DE RISCO E EFECTIVO ........................................................................... 85

    6.4.3. ISOLAMENTO E PROTECO DE LOCAIS DE RISCO ............................................................................. 87

    6.5. CLCULO DO EFECTIVO................................................................................................... 87 6.6. CATEGORIA DO RISCO ..................................................................................................... 88 6.7. CONDIES GERAIS DE EVACUAO - ANLISE ................................................................ 88 6.7.1. ANLISE DA COMPARTIMENTAO ................................................................................................... 88

    6.7.2. ISOLAMENTO E PROTECO DA COMPARTIMENTAO....................................................................... 90

    6.7.3. VERIFICAO DA COMPARTIMENTAO CORTA-FOGO ....................................................................... 90

    6.7.4. ANLISE DO N. DE SADAS E LARGURAS NO 2, 3 E 4 PISO ............................................................. 90

    6.7.5. ANLISE DO N. DE SADAS E LARGURAS NO 1 E 2 PISO ................................................................... 91

    6.7.6. VERIFICAO DO NMERO DE SADAS E LARGURAS EXISTENTES NO 2, 3 E 4 PISO ........................... 92

    6.7.7. VERIFICAO DO NMERO DE SADAS E LARGURAS EXISTENTES NO 1 E 2 PISO ................................ 96

    6.7.8. ANLISE DAS DISTNCIAS PARA O EXTERIOR .................................................................................. 100

    6.8. PROPOSTA DE MELHORIAS DAS CONDIES DE EVACUAO ........................................... 101 6.8.1. IMPLEMENTAO DA 1 PROPOSTA DE MELHORIA .......................................................................... 101

    7. CONCLUSO ................................................................................................................. 107 7.1. SNTESE DO ESTUDO EFECTUADO.............................................................................................. 107 7.2. NOTAS FINAIS .............................................................................................................................. 108

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................................ 109

    ANEXOS ANEXOS 1 PLANTAS DE ARQUITECTURA

    ANEXOS 2 PLANTAS DE EVACUAO (EDIFCIO EXISTENTE)

  • Condies de Evacuao em Museus

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    NDICE DE FIGURAS

    Fig. 2.1. Museu de Arte Natural, EUA .....................................................................................................3

    Fig. 2.2. Zeus............................................................................................................................................4

    Fig. 2.3. Mnemosine.................................................................................................................................4

    Fig. 2.4. Antigo Teatro Romano em Alexandria, Grcia 2 .......................................................................4

    Fig. 2.5. Museu do Britnico, Inglaterra ...................................................................................................5

    Fig. 2.6. Museu do Louvre, Frana ..........................................................................................................5

    Fig. 2.7. Museu do Prado, Espanha.........................................................................................................6

    Fig. 2.8. Museu Mauritshuis, Holanda......................................................................................................6

    Fig. 2.9. Museu Metropolitano de Arte, Nova York ..................................................................................6

    Fig. 2.10. Museu Soares dos Reis ...........................................................................................................7

    Fig. 2.11. Museu de Antropologia de Vancouver, Canad ......................................................................8

    Fig. 2.12. Totems e Casas Haida das primeiras naes, expostos no Museu........................................8

    Fig. 2.13. Museu Arqueolgico Nacional de Atenas ................................................................................9

    Fig. 2.14. Kurs, do perodo arcaico, procedente de Tebas....................................................................9

    Fig. 2.15. Diadumenos, atleta grego, seclo V a.C....................................................................................9

    Fig. 2.16. MoMa em Nova Iorque, EUA .................................................................................................10

    Fig. 2.17. Museu do Prado, Madrid, Espanha........................................................................................10

    Fig. 2.18. Museu do Louvre, Paris, Frana ............................................................................................11

    Fig. 2.19. Guggenheim Museum............................................................................................................11

    Fig. 2.20. Casa-Museu Guerra Junqueiro, Porto, Portugal....................................................................12

    Fig. 2.21. Museu de Cincias de Londres, UK.......................................................................................13

    Fig. 2.22. Reconstruo da molcula o DNA .........................................................................................13

    Fig. 2.23. Museu Victoria e Albert, South Kensington, Londres, UK .....................................................14

    Fig. 2.24. Sala do Museu escolar de Marrazes, Leiria, Portugal ...........................................................14

    Fig. 2.25. Museu Etnolgico de Berlim, Alemanha ................................................................................15

    Fig. 2.26. Mascara Tatanua ...................................................................................................................15

    Fig. 2.27. Mscara morturia colombiana..............................................................................................15

    Fig. 2.28. Museu Geolgico de Lisboa, Lisboa, Portugal ......................................................................16

    Fig. 2.29. Museu Britnico, Londres, UK ...............................................................................................16

    Fig. 2.30. Museu Americano de Histria Natural, EUA..........................................................................17

    Fig. 2.31. Imperial War Museum, UK .....................................................................................................17

  • Condies de Evacuao em Museus

    xii

    Fig. 2.32. Museu de Transportes e Comunicaes do Porto, Porto, Portugal...................................... 18

    Fig. 3.1. Sistemas de deteco automticos de incndio (SADI) ......................................................... 21 Fig. 3.2. Classificao dos extintores .................................................................................................... 21

    Fig. 3.3. Localizao/distncia dos extintores ...................................................................................... 22

    Fig. 3.4. Posio correcta do extintor .................................................................................................... 23

    Fig. 3.5. Bocas de incndios tipo carretel.............................................................................................. 24

    Fig. 3.6. Tipo de sinalizao existente em caminhos de evacuao .................................................... 25

    Fig. 3.7. Informao numa s face ........................................................................................................ 26

    Fig. 3.8. Informao dupla face ............................................................................................................. 26

    Fig. 3.9. Informao 45........................................................................................................................ 26

    Fig. 3.10 Sinalizao de caminhos........................................................................................................ 27

    Fig. 3.11 Diferentes tipos de sinalizao de caminhos ......................................................................... 27

    Fig. 3.12 Diferentes tipos de sinalizao de portas corta-fogo ............................................................. 29

    Fig. 3.13 Diferentes tipos de sinalizao panormicos ......................................................................... 29

    Fig. 3.14 Diferentes tipos de sinalizao para zonas de refgio........................................................... 29

    Fig. 3.15 Diferentes tipos de sinalizao com identificao de extintores ............................................ 30

    Fig. 3.16 Diferentes tipos de sinalizao com identificao de bocas-de-incndio, e uso de diferentes tipos de equipamentos .......................................................................................................................... 30

    Fig. 4.1. Fases do TNE.......................................................................................................................... 34

    Fig. 4.2. Sadas de um estabelecimento comercial. A No ponto X, as sadas A e B no so independentes; B No ponto Y, as sadas A, B e C no so independentes ...................................... 42

    Fig. 4.3. Distncia a percorrer numa via at atingir uma sada. A Sem impasse; B Com impasse ............................................................................................................................................................... 43

    Fig. 4.4. Descontinuidade das escadas no nvel da sada para o exterior. A Uma nica caixa de escadas; B Duas caixas de escadas.................................................................................................. 45

    Fig. 4.5. Caractersticas de uma escadas que faz parte dos caminhos de evacuao com 1 UP ....... 46

    Fig. 4.6. Requisitos de isolamento de uma escada enclausurada........................................................ 48

    Fig. 4.7. Exemplo de proteco das Caixas de elevador em funo da altura do edifcio ................... 49

    Fig. 4.8. Efeitos da abertura de porta em caminhos de evacuao. A Em circulaes horizontais. B No acesso as escadas........................................................................................................................... 50

    Fig. 4.9 Porta de vai e vem de um caminhos de evacuao............................................................. 50

    Fig. 4.10. Porta com barra antipnico ................................................................................................... 51

    Fig. 4.11. Diferentes tipos de dispositivo selector de fecho .................................................................. 51

    Fig. 4.12. Exemplo de classificao de um selector de fecho, segundo a EN1158 ............................. 53

    Fig. 4.13. Filme de marcao CE de um selector de fecho .................................................................. 54

  • Condies de Evacuao em Museus

    xiii

    Fig. 4.14. Filme de marcao CE de um selector de fecho incorporado num sistema com mola recuperadora ..........................................................................................................................................54

    Fig. 4.15. Filme de marcao CE de um selector de fecho incorporado num sistema de mola recuperadora com retentor electromagntico ........................................................................................54

    Fig. 4.16. Cmara corta-fogo entre locais distintos................................................................................55

    Fig. 4.17. Cmara corta-fogo entre vias de comunicao horizontal vertical ........................................56

    Fig. 5.1. Fachada principal do Museu de Olaria ....................................................................................59

    Fig. 5.2. Museu de Olaria .......................................................................................................................60

    Fig. 5.3. Museu de Olaria .......................................................................................................................60

    Fig. 5.4. Peas existentes no Museu de Olaria......................................................................................60

    Fig. 5.5. Exemplo da coleco do Museu ..............................................................................................61

    Fig. 5.6. Programas festivos...................................................................................................................62

    Fig. 5.7. Alado principal do Museu de Olaria .......................................................................................64

    Fig. 5.8. Alado lateral esquerdo do Museu de Olaria ...........................................................................65

    Fig. 5.9. Alado lateral direito do Museu de Olaria ................................................................................65

    Fig. 5.10. Planta do 1 piso ....................................................................................................................66

    Fig. 5.11. Planta do 2 piso ....................................................................................................................67

    Fig. 5.12. Planta do 3 piso ....................................................................................................................67

    Fig. 5.13 Planta do 4 piso .....................................................................................................................68

    Fig. 5.14 Planta da cobertura .................................................................................................................68

    Fig. 5.15. Loja ao pblico .......................................................................................................................69 Fig. 5.16. Peas do Esplio da Reserva ................................................................................................69

    Fig. 5.17. Sala de trabalho e desenho ...................................................................................................70

    Fig. 5.18. Sala de actividades ................................................................................................................70

    Fig. 5.19. Auditrio .................................................................................................................................71

    Fig. 5.20. Diferentes actividades/programas..........................................................................................71

    Fig. 5.21. Localizao dos Programas...................................................................................................73

    Fig. 6.1. Planta do 1 piso (projecto inicial) ............................................................................................78 Fig. 6.2. Planta do 2 piso (projecto inicial) ............................................................................................79 Fig. 6.3. Planta do 3 piso (projecto inicial) ............................................................................................79 Fig. 6.4. Planta do 1 piso ......................................................................................................................80

    Fig. 6.5. Planta do 2 piso ......................................................................................................................81

    Fig. 6.6. Planta do 3 piso ......................................................................................................................82

    Fig. 6.7. Planta do 4 piso ......................................................................................................................82

  • Condies de Evacuao em Museus

    xiv

    Fig. 6.8. Corte cc do edifcio ................................................................................................................. 83

    Fig. 6.9. Corte dd do edifcio................................................................................................................. 83

    Fig. 6.10. Diferena de cota entre o piso de acesso mais elevado e ultimo piso ................................. 88

    Fig. 6.11. Delimitao da transio entre o 1 e o 2 compartimento corta-fogo no 2 piso................. 89

    Fig. 6.12. Planta de evacuao do 4 piso ............................................................................................ 93

    Fig. 6.13. Planta de evacuao do 3 piso ............................................................................................ 94

    Fig. 6.14. Planta de evacuao do 2 piso ............................................................................................ 95

    Fig. 6.15. Planta de evacuao do 1 piso ............................................................................................ 98

    Fig. 6.16. Planta de evacuao do 2 piso ............................................................................................ 99

    Fig. 6.17. Planta do 4 Piso - Proposta de incluso de via vertical de evacuao ............................. 102

    Fig. 6.18. Planta do 3 Piso - Proposta de incluso de via vertical de evacuao ............................. 103

    Fig. 6.19. Planta do 2 Piso - Proposta de incluso de via vertical de evacuao ............................. 104

    Fig. 6.20. Planta do 1 Piso - Proposta de incluso de via vertical de evacuao ............................. 105

  • Condies de Evacuao em Museus

    xv

    NDICE DE QUADROS

    Quadro 3.1. Configurao das instalaes de alarme...........................................................................20

    Quadro 3.2. Procedimentos de manuteno .........................................................................................23

    Quadro 3.3. Medidas de autoproteco.................................................................................................32

    Quadro 4.1. Utilizaes-tipo (RJ-SCIE) .................................................................................................35 Quadro 4.2. Classificao dos locais de risco (RJ-SCIE) ......................................................................36 Quadro 4.3. Classificao da categoria de risco....................................................................................37

    Quadro 4.4. Relao dos parmetros na classificao da Categoria de Risco.....................................38

    Quadro 4.5. ndice de ocupao ............................................................................................................39 Quadro 4.6. ndice de ocupao por unidade de comprimento .............................................................40 Quadro 4.7. Nmero mnimo de sadas por efectivo .............................................................................41

    Quadro 4.8. Largura das UP ..................................................................................................................41

    Quadro 4.9. Largura mnima das sadas em funo d n. de pessoas..................................................42

    Quadro 4.10. Distancias mximas a percorrer.......................................................................................43

    Quadro 4.11. Resistncia ao fogo padro mnima dos elementos da envolvente de vias horizontais de evacuao interiores protegidas ............................................................................................................44

    Quadro 4.12. Proteco dos Acessos a Vias de Evacuao Vertical Protegidas, Localizadas no Piso de Sada para o Exterior ........................................................................................................................47

    Quadro 4.13. Proteco dos Acessos a Vias de Evacuao Vertical Protegidas, No Localizadas no Piso de Sada para o Exterior ................................................................................................................48

    Quadro 4.14. Tabela descritiva em funo da Fora do Selector de Fecho .........................................52

    Quadro 4.15. Caractersticas da cmara corta-fogo..............................................................................55

    Quadro 4.16. Caractersticas das zonas de refgios .............................................................................56

    Quadro 5.1. Descrio dos espaos do 1 Piso.....................................................................................66

    Quadro 5.2. Descrio dos espaos do 2 piso .....................................................................................66

    Quadro 5.3. Descrio dos espaos do 3 piso .....................................................................................67

    Quadro 5.4. Descrio dos espaos do 4 piso .....................................................................................68

    Quadro 6.1. Caracterizao dos espaos do edifcio ............................................................................84

    Quadro 6.2. Classificao dos locais de risco e efectivos em funo da rea e coeficiente de ocupao atribudo.................................................................................................................................86

    Quadro 6.3. N. de sadas e larguras em funo do efectivo e do RJ-SCIE ao nvel do 2, 3 e 4 piso ................................................................................................................................................................90

    Quadro 6.4. N. de sadas e larguras em funo do efectivo e do RJ-SCIE ao nvel do 1 e 2 piso ...91

    Quadro 6.5. N. de sadas e larguras existentes no edifcio, ao nvel do 2, 3 e 4 piso .....................92

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    xvi

    Quadro 6.6. N. de sadas e larguras existentes no edifcio, ao nvel do 1 e 2 piso .......................... 96

    Quadro 6.7. Verificao das distncias desde os locais de risco e as sadas de emergncia........... 100

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    xvii

    SMBOLOS E ABREVIATURAS

    ANPC Autoridade Nacional de Proteco Civil

    IBRAM Instituto Brasileiro de Museus

    CF Corta-fogo

    RGEU Regulamento Geral das Edificaes Urbanas

    RIA Rede de Incndios Armada

    RJ-SCIE Regime Jurdico de Segurana Contra Incndio em Edificios

    RS Responsvel de Segurana

    RS-CIEH Regulamento de Segurana Contra Incndio em Edificios de Habitao

    RT-SCIE Regulamento Tcnico de Segurana Contra Incndio em Edifcios

    SCIE Segurana Contra Incndio em Edifcios

    TDE Tempo Disponvel para Ecvacuar

    TNE Tempo Necessrio para Evacuar

    TS Tempo de Segurana

    UP Unidade de Passagem

    UT Utilizao-tipo

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    1 INTRODUO

    O domnio do fogo foi a maior conquista do ser humano na pr-histria. A partir desta conquista, o homem aprendeu a utilizar a fora do fogo em seu proveito, extraindo a energia dos materiais da natureza ou moldando a natureza em seu benefcio. De igual forma, quando no controlado, o fogo poder proporcionar as maiores catstrofes na nossa sociedade.

    portanto, necessrio conhecer e avaliar os riscos da ecloso de um incndio para combater e controlar a ecloso do fogo, assim como a propagao das suas chamas.

    O risco de incndio torna-se mais ou menos grave, mediante as dimenses do edifcio, os materiais utilizados, a carga armazenada, o nmero de pisos e as utilizaes-tipo do edifcio. Por isso, proposta neste trabalho, e dada a abrangncia do tema segurana contra risco de incndio, a avaliao das condies de evacuao num tipo de edifcios especfico: os museus.

    Neste contexto, ser introduzido a seguir um captulo com a histria, a evoluo e os diferentes tipos de museus, de forma a melhor compreender a Museologia, a importncia deste tipo de edifcios que, dadas as suas caractersticas com capacidade de albergar um enorme nmero de visitantes, confere um papel de extrema importncia ao respectivo estudo da segurana contra incndio. Posteriormente, no captulo 3, ser analisada a actual regulamentao do SCIE.

    No captulo seguinte, faz-se um estudo mais especfico da evacuao em edifcios tipo museu, com a introduo das principais caractersticas que condicionam o movimento das pessoas na evacuao de edifcios, permitindo melhor conhecer a problemtica. Esse conhecimento ajuda-nos a implementar medidas de segurana e a melhorar os nossos edifcios, permitindo no pr em causa a vida das pessoas que utilizam os edifcios, assim como minimizar os riscos de destruio, face ecloso de incndio, quer seja em edifcios construdos de raiz, quer seja na reestruturao de existentes. No captulo 5, que antecede o estudo de um caso em particular, faz-se a apresentao de um edifcio-museu especfico, como ponte para o estudo do caso, onde se faz referncia histria e evoluo do Museu de Olaria, as suas caractersticas e actividades, de forma a melhor conhecer o edifcio, para anlise das condies de evacuao no caso de estudo.

    No captulo 6 faz-se o estudo do caso, e no captulo 7, apresenta-se as concluses finais.

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    2 HISTRIA E

    ENQUADRAMENTO DOS MUSEUS

    2.1 INTRODUO Sempre que se fala em Museus associa-se ao histrico, miticssimo, antiguidade, isto , casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos e intuies que ganham corpo atravs de imagens, cores, sons e formas.

    Os museus so pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes.

    O Museu definido como uma instituio de carcter permanente, administrado para interesse geral, com a finalidade de recolher, conservar, pesquisar e valorizar de diversas maneiras um conjunto de elementos de valor cultural e ambiental, tais como, coleces de objectos artsticos, histricos, cientficos e tcnicos. Em uma perspectiva alargada, o conceito abrange ainda jardins botnicos, zoolgicos, aqurios, planetrios, parques nacionais, stios arqueolgicos e outros. [1] Actualmente e de acordo com a definio aprovada pela 20 Assembleia Geral do Comit Internacional de Museus, em Barcelona, Espanha, a 6 de Julho de 2001, um museu (figura 2.1.) uma instituio permanente, sem fins lucrativos, ao servio da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao pblico e que adquire, conserva, investiga, difunde e expe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educao e deleite da sociedade. (Fonte: IBRAM) [2]

    Fig. 2.1. Museu de Arte Natural, EUA [3]

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    2.2 ORIGEM E EVOLUO DOS MUSEUS A origem da palavra museu est associada Grcia antiga "mouseion". O termo tem origem nas Musas, filhas de Zeus (figura 2.2.) e Mnemosine (figura 2.3.), a divindade da memria, filha de Gaia (o Cu) com rano (a Terra).

    Fig. 2.2. Zeus [4] Fig. 2.3. Mnemosine [5]

    O Mouseion denominava o templo das nove musas, ligadas a diferentes ramos das artes e das cincias. Esses templos no se destinavam a reunir coleces para fruio dos homens; eram locais reservados contemplao e aos estudos cientficos, literrios e artsticos. [6] Um dos primeiros museus foi construdo na Alexandria (figura 2.4.), Egipto, no sculo III a.C por Tolomeo II Filadelfo, o mais apto dos reis da dinastia tolemaica depois de Alexandre Magno. Alexandria transformou-se desta forma na cidade mais preeminente do conhecimento na rea mediterrnea; e o museu tolemaico desempenhou funes de biblioteca acadmica, centro de investigao e retiro contemplativo. [7] Alm de obras de arte, os egpcios coleccionavam diversos tipos de objectos, de instrumentos cirrgicos e astronmicos a peles de animais raros. [8]

    Fig. 2.4. Antigo Teatro Romano em Alexandria, Egipto [9]

    A diversidade era uma maneira de alargar as finalidades do museu, ampliando a discusso e o ensino. O museu dispunha ainda de vrios espaos de usos ligados ao saber, como biblioteca, anfiteatro, observatrio, salas de aula e zoolgico. [8] Atravs da conquista de territrios e da expanso dos domnios imperiais, os romanos foram os grandes coleccionadores da antiguidade, que trouxeram a Roma vasta diversidade de objectos vindos de vrios lugares de todo o mundo.

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    As coleces tinham a funo da demonstrao de fineza, educao e bom gosto[8], especialmente em relao cultura grega.

    O coleccionismo romano, muito alm da demonstrao de cultura e gosto, tinha a inteno de exibir a grandeza do poder romano perante os inimigos conquistados.

    Durante a Idade Mdia o termo Museu foi pouco usado, reaparecendo por volta do sculo XV, quando o coleccionismo se tornou moda por toda a Europa.

    Hoje, o International Council of Museums (ICOM), uma organizao no-governamental criada em 1946, uma organizao internacional de museus e seus profissionais que se compromete com a conservao, continuao e comunicao com a sociedade da herana natural e cultural, presente e futura, tangvel e intangvel. [10] Posteriormente, os museus modernos foram criados no sculo XVII, a partir de doaes de coleces particulares, como a de Grimani a Veneza. Mas, o primeiro museu, como os conhecemos hoje, surgiu a partir da doao da coleco de John Tradescant, feita por Elias Ashmole Universidade de Oxford, conhecido como Ashmolean Museum.

    O segundo museu pblico foi criado em 1759, por obra do parlamento ingls, na aquisio da coleco de Hans Sloane (1660-1753), que deu origem ao Museu Britnico (figura 2.5.).

    Fig. 2.5. Museu Britnico, Inglaterra [11]

    O primeiro museu pblico s foi criado, na Frana, pelo Governo Revolucionrio, em 1793: o Museu do Louvre, com coleces acessveis a todos, com finalidade recreativa e cultural (figura 2.6.).

    Fig. 2.6. Museu do Louvre, Frana [12]

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    No Sc. XIX surgem muitos dos mais importantes museus em todo o mundo, a partir de coleces particulares que se tornam pblicas: Museu do Prado-Espanha (figura 2.7.) e Museu Mauritshuis-Holanda (figura 2.8.).

    Fig. 2.7. Museu do Prado, Espanha [13]

    Fig. 2.8. Museu Mauritshuis. Holanda [14]

    Somente em 1870, nos Estados Unidos, fundado o Museu Metropolitano de Arte, em Nova York (figura 2.9.).

    Fig. 2.9. Museu Metropolitano de Arte, Nova York, EUA [15]

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    Um dos primeiros museus do pas, o Museu de Soares dos Reis foi fundado em 1833 pelo rei D. Pedro IV. Em 1940 passa a ocupar o Palcio dos Carrancas, moradia particular dos finais do sculo XVIII, mais tarde adquirida pela famlia real para sua residncia quando de visita ao norte do pas.

    A exposio permanente do Museu mostra a significativa coleco de pintura e escultura portuguesa dos sculos XIX e XX e no 2 piso, em salas reminiscentes da primitiva funo do palcio, expem-se artes decorativas, nomeadamente faiana, porcelana, vidros, ourivesaria, joalharia, txteis e mobilirio. Nos jardins pode visitar-se a exposio de lapidria com exemplares do sculo XVI ao XIX (figura 2.10.).

    Fig. 2.10. Museu Soares dos Reis [16]

    2.3 CARACTERIZAO DOS MUSEUS A diversidade de Museus existentes pelo mundo, resulta das diferentes formas de arte, medida que os museus se especializaram por reas de conhecimento, e por perodos histricos, tais como: [17]

    Museus de Antropologia;

    Museus de Arqueologia;

    Museus de Arte;

    Museus Biogrficos;

    Museus de Cincias;

    Museus de Design;

    Museus Escolares;

    Museus de Etnologia;

    Museus de Geologia;

    Museus de Histria;

    Museus de Histria Natural;

    Museus Militares;

    Museus de Transportes.

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    2.3.1 MUSEUS DE ANTROPOLOGIA

    Antropologia (do grego , transl. anthropos, "homem", e , logos, "razo"/"pensamento") a cincia que tem como objeto o estudo sobre o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimenses. A diviso clssica da Antropologia distingue a Antropologia Cultural da Antropologia Biolgica. Cada uma destas, em sua construo, abrigou diversas correntes de pensamento.

    Um dos mais famosos Museus desta especialidade o Museu de Antropologia na Universidade da Colmbia Britnica, perto de Vancouver; um museu canadiano. Para alm de ser uma famosa atraco turstica, tambm um museu de aprendizagem e de pesquisa (figura 2.11.).

    Fig. 2.11. Museu de Antropologia de Vancouver, Canad [18]

    Totems e as Casas Haida das primeiras naes, so duas das peas que vivenciam a antropologia e que esto expostas no Museu (figura 2.12.).

    Fig. 2.12. Totems e Casas Haida das primeiras naes, expostos no museu [18]

    2.3.2 MUSEUS ARQUEOLGICOS

    A palavra arqueologia vem do grego: archaios, velho ou antigo e logos, cincia.

    Arqueologia a disciplina cientfica que estuda as culturas e os modos de vida do passado, a partir da anlise de vestgios materiais. uma cincia social, isto , que estuda as sociedades, podendo ser tanto as que ainda existem, quanto as j extintas, atravs de seus restos materiais, sejam estes mveis (como por exemplo um objecto de arte), ou objectos imveis (como o caso das estruturas arquitectnicas). Incluem-se tambm no seu campo de estudos as intervenes feitas pelo homem no meio ambiente.

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    Como exemplo, apresenta-se o Museu Arqueolgico Nacional de Atenas (em Grego, ), que alberga muitos dos objectos arqueolgicos mais importantes encontrados na Grcia desde a pr-historia at antiguidade. Considera-se um dos grandes museus do mundo, e contm a coleco mais rica de objectos da antiga Grcia que se pode encontrar em todo mundo. Est situado no centro de Atenas, no bairro de Eksarhia, concretamente entre as ruas piro, Bouboulinas e Tositsas, conquanto sua entrada se encontra localizada na Avenida Patission, adjacente ao tambm edifcio histrico que alberga a Universidade Politcnica Nacional de Atenas (figura 2.13.). [19]

    Fig. 2.13. Museu Arqueolgico Nacional de Atenas, Grcia [19] Apresentam-se de seguida peas existentes no Museu Arqueolgico Nacional de Atenas, como exemplo de objectos de arqueologia (figuras 2.14. e 2.15.).

    Fig. 2.14. Kurs, do perodo arcaico, procedente de Tebas. [19]

    Fig. 2.15. Diadumenos, atleta grego, sculo V a.C.. [19]

    2.3.3 MUSEUS DE ARTE

    A palavra Arte (Latim Ars, significando tcnica e/ou habilidade) geralmente entendida como a actividade humana ligada a manifestaes de ordem esttica, feita por artistas a partir de percepo, emoes e ideias, com o objetivo de estimular essas instncias de conscincia em um ou mais espectadores, dando um significado nico e diferente para cada arte. [20]

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    O Museu de Arte Moderna (Museum of Modern Art), mais conhecido como MoMA, um museu da cidade de Nova Iorque, fundado no ano de 1929 como uma instituio educacional. Actualmente um dos mais famosos e importantes museus de arte moderna do Mundo

    A rica e variada coleco do MoMa constitui uma das maiores vistas panormicas sobre a arte moderna. Inicialmente, o museu mantinha 8 pinturas e um desenho. Hoje conserva no edifcio mais de 150.000 pinturas, esculturas, desenhos, modelos arquitecturais, imagens, fotografias e peas de design. Para alm disso, contm uma livraria e arquivo com cerca de 305.000 livros e ficheiros de mais de 70.000 artistas (figura 2.16.).

    Fig. 2.16. MoMa em Nova Iorque, EUA [21]

    O Museu do Prado o mais importante museu de Espanha e um dos mais importantes do Mundo. Apresentando belas e preciosas obras de arte. O museu localiza-se em Madrid e foi mandado construir por Carlos III. As obras de construo prolongaram-se por muitos anos, tendo sido inaugurado somente no reinado de Fernando VII (figura 2.17.).

    Fig. 2.17. Museu do Prado, Madrid, Espanha [13]

    O Louvre, em Frana, um dos mais antigos, famosos e mais visitados museus do mundo. Localiza-se no centro de Paris, entre o rio Sena e a Rue de Rivoli. O seu ptio central, ocupado agora pela pirmide de vidro, encontra-se na linha central dos Champs-lyses.

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    A sua histria remonta ao sculo XII: na altura foi construdo um castelo para Filipe Augusto (Filipe II). Em 1546, Francisco I, grande coleccionador de arte, demoliu o velho castelo e construiu uma residncia real. O Louvre deixou de ser residncia dos monarcas quando Lus XIV se mudou para o Palcio de Versalhes, em 1682. A ideia de transformar o Louvre em museu nacional surgiu no sculo XVIII. Em 1793 o governo revolucionrio abriu ao pblico o Museu Central de Artes neste espao. [22]

    onde actualmente se encontra a Mona Lisa, a Vitria de Samotrcia, a Vnus de Milo, enormes coleces de artefactos do Egipto antigo, da civilizao greco-romana, artes decorativas e aplicadas, e numerosas obras-primas dos grandes artistas da Europa como Ticiano, Rembrandt, Michelangelo, Goya e Rubens, numa das maiores mostras do mundo da arte e cultura humanas. Encontram-se nela representados todos os perodos da arte europeia at ao Impressionismo (figura 2.18). [23]

    Fig. 2.18. Museu do Louvre, Paris, Frana [23]

    O Museu Solomon R. Guggenheim outro dos que abriga uma rica coleco de arte moderna e contempornea e , ele mesmo, uma obra-prima, criada por Frank Lloyd Wright e finalizada em 1959 (figura 2.19.).

    Fig. 2.19. Guggenheim Museum, EUA [24]

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    2.3.4 MUSEUS BIOGRFICOS

    Nesta categoria incluem-se museus, fundaes e memoriais:

    Dedicados preservao da memria pessoal de um ou mais indivduos, com acervos de objectos pessoais ou de outros itens que tenham relao directa com a trajectria pessoal de determinado indivduo ou famlia, ainda que possam ter sido ampliados para incluir seces de obras de arte, itens de cincia ou outras especialidades, desde que preservem um ncleo de referncia memorial. Nestes casos mistos convm inserir categorias adicionais no artigo, indicando as outras especialidades do museu;

    De acervo fechado (sem expanso posterior) que se tenham formado, no com objectos pessoais, mas com a coleco privada (de arte, cincia, arqueologia, histria, ecltica, etc) de alguma pessoa ou famlia e preservem e divulguem privilegiadamente a sua associao com a memria de tais indivduos;

    Que preservem a produo cultural individual de algum artista plstico, escritor, msico ou outro criador.

    Instituies que levem o nome de seu fundador ou de outra pessoa apenas como homenagem no devem ser includas nesta categoria.

    A Casa-Museu Guerra Junqueiro, tambm conhecida por casa Dr. Domingos Barbosa, mandada construir pelo Cnego Magistral da S Dr. Domingos Barbosa, um centro cultural construdo em memria do famoso poeta e escritor Guerra Junqueiro, localizado no Porto, em Portugal (figura 2.20.).[25]

    Fig. 2.20. Casa-Museu Guerra Junqueiro, Porto, Portugal [25]

    2.3.5 MUSEUS DE CINCIAS

    A etimologia da palavra cincia vem do latim scientia ("conhecimento"), o mesmo do verbo scire ("saber") que designa a origem da faculdade mental do conhecimento. [26] Os Museus de Cincias tem como objectivo contribuir para a generalizao da cultura cientfica e a sensibilizao para a importncia da Cincia, bem como fomentar a utilizao quotidiana do mtodo cientfico.

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    O Museu de Cincias de Londres um dos museus mais conceituados no mundo (figura 2.21).

    Fig. 2.21. Museu de Cincias de Londres, UK [27]

    Actualmente, o Museu de Cincias de Londres contm cerca de 300.000 objectos, entre os que destacam: a mais antiga locomotora que existe ou o fogueto de Stephenson; a reconstruo da molcula do DNA feita por Francis Crick e James Watson (figura 2.22); e alguns dos motores a vapor mais recentes. [27]

    Fig. 2.22. Reconstruo da molcula o DNA [27]

    2.3.6 MUSEUS DE DESIGN

    Um dos museus que melhor evidncia o design o Victoria and Albert Museum (frequentemente abreviado para V&A; em portugus, Museu Vitria e Alberto); um museu de Londres, talvez o maior museu de artes decorativas e design, dispondo de uma coleco permanente superior a 4,5 milhes de objectos (figura 2.23). Foi fundado em 1852 como museu do Sul de Kensington; e desde essa data o V&A tem crescido e prev aumentar ainda o espao actual. As suas coleces mostram 5.000 anos de arte, desde os tempos antigos at ao presente. [28]

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    Fig. 2.23. Museu Victoria e Albert, South Kensington, Londres, UK [28]

    2.3.7 MUSEUS ESCOLARES

    O Museu Escolar Marrazes, um bom exemplo dos Museus Escolares localizados em Portugal.

    o resultado de um trabalho pedaggico produzido por professores do primeiro ciclo do ensino bsico de Marrazes durante o ano lectivo de 1992/1993, com o ttulo "A Escola atravs dos tempos", que consistiu na recolha de materiais relativos ao universo escolar. O projecto foi liderado pelas professoras Ftima Salgueiros e Maria dos Santos. Os materiais reunidos foram expostos numa sala da escola de Marrazes em 1994.

    Devido s dificuldades inerentes obteno de um espao prprio para expor os materiais, a junta de freguesia local decidiu abraar o projecto e, a 16 de Maio de 1997, o museu abriu as suas portas num edifcio social local.

    Possui mobilirio, brinquedos, utenslios escolares e livros dos sculos XIX e XX. As dcadas de trinta e quarenta do sculo XX so as melhores representadas na coleco.

    O museu possui oito salas temticas, que so as seguintes: geologia, artesanato e carpintaria, aula, mocidade portuguesa, brinquedo tradicional, livros anteriores a Castilho, final da monarquia, 1 repblica e ditadura, e sala de exposies temporrias (figura 2.24).

    Fig. 2.24. Sala do Museu escolar de Marrazes, Leiria, Portugal [29]

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    2.3.8 MUSEUS ETNOLGICOS

    A Etnologia a cincia que estuda os fatos e documentos levantados pela etnografia no mbito da antropologia cultural e social, buscando uma apreciao analtica e comparativa das culturas.

    O Museu Etnolgico (Ethnologisches Museum) um museu contm as Coleces Estatais de Berlim, na Alemanha. A coleco de fonogramas do Museu Etnolgico foi declarada Patrimnio Mundial pela UNESCO. Possui um enorme acervo de cerca de 500 mil itens, entre objectos, fotografias e documentos de carcter etnolgico e etnogrfico de vrias regies, com nfase nas culturas pr-industriais extra-europeias, sendo o maior em seu gnero em todo o mundo (figura 2.25).

    Fig. 2.25. Museu Etnolgico de Berlim, Alemanha [30]

    Apresentam-se a seguir, algumas das peas existentes no Museu, tais como a mascara Tatanua (figura 2.26) e a mscara morturia colombiana (figura 2.27):

    Fig. 2.26. Mascara Tatanua [30] Fig. 2.27. Mscara morturia colombiana [30]

    2.3.9 MUSEUS DE GEOLOGIA

    Um dos Museus temticos da Geologia o Museu Geolgico de Lisboa, que foi constitudo em 1857, quando foi criada a Comisso Geolgica, a partir de exemplares colhidos pelos pioneiros da Geologia portuguesa como: Carlos Ribeiro, Nery Delgado, Pereira da Costa, Paul Choffat, entre outros. A Comisso ficou instalada no edifcio do antigo convento de Jesus, na Rua da Academia das Cincias, 19 - 2, em Lisboa.

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    Alm do seu significativo valor cientfico, o Museu Geolgico de Lisboa tem grande interesse histrico e museolgico, uma vez que foram nas suas instalaes que nasceram a Geologia e a Arqueologia portuguesa. Nas suas grandes salas, o mobilirio a elas adaptado e o modelo expositivo do sculo XIX, conferem-lhe um carcter nico e raro na Europa, de importncia patrimonial reconhecida (figura 2.28). As coleces de Paleontologia, Estratigrafia, Arqueologia e Mineralogia so porventura as mais representativas de Portugal e de grande interesse cientfico, estando disponveis a investigadores, nacionais e estrangeiros. [31]

    Fig. 2.28. Museu Geolgico de Lisboa, Lisboa, Portugal [31]

    2.3.10 MUSEUS DE HISTRIA

    um tipo de Museu, muito procurado, tal como os museus de histria natural. O Museu Britnico (British Museum) um exemplo disso, localizando-se em Londres; foi fundado em 7 de Junho de 1753. A sua coleco permanente inclui peas como a Pedra de Roseta e os frisos do Partenon de Atenas, conhecidos como a coleco de mrmores de Elgin, trazidos ao museu por Lord Elgin (figura 2.29). [32]

    Fig. 2.29. Museu Britnico, Londres, UK [32]

    2.3.11 MUSEUS DE HISTRIA NATURAL

    Uma dos museus mais emblemticos de Histria Natural o Museu Americano de Histria Natural (American Museum of Natural History, em ingls), localizado em Nova Iorque e fundado em 1869. especialmente reconhecido pela sua vasta coleco de fsseis, incluindo de espcies de Dinossauros. Uma das grandes atraces do museu uma coleco de esqueletos de dinossauro, tendo mais de 30

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    milhes de fsseis e artefactos espalhados por 42 salas de exibio. Um barossauro de aproximadamente 15 m d as boas vindas aos visitantes na entrada (figura 2.30). [33]

    Fig. 2.30. Museu Americano de Histria Natural, EUA [33]

    2.3.12 MUSEU MILITAR

    Um dos exemplos de museus militares o Imperial War Museum; um museu britnico, localizado em Londres e fundado em 1917 em memria das guerras em que esteve envolvido o Imprio Britnico, das quais guarda milhares de artefactos como veculos militares, armas de todos os tipos, avies de combate, livros, fotografias, documentos, vesturio e uma coleco de arte do sculo XX e anteriores, dedicadas guerra.

    O museu parcialmente subvencionado pelo governo, mas tambm recebe financiamentos da iniciativa privada. Fundado durante a I Guerra Mundial, em homenagem queles que haviam morrido nela, e aos que ainda lutavam. Ocupa hoje a sua segunda sede no bairro de Lambeth, em Londres, onde antes funcionava o Hospital Real de Bethlem, construdo em estilo clssico, depois que um incndio destruiu sua sede original em 1936 (figura 2.31). [34]

    Fig. 2.31. Imperial War Museum, Londres, UK

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    2.3.13 MUSEU DOS TRANSPORTES

    No menos interessantes so os museus de transportes, tais como o Museu de Transportes e Comunicaes do Porto, inserido no edifcio da Alfndega Nova (figura 2.32), que tem como objectivo mostrar a histria dos transportes e meios de comunicao.

    Como exposio permanente podemos ver "O Automvel no Espao e no Tempo", alm de outras. Realizam-se tambm mostras temporrias, assim como feiras de carcter promocional e comercial. [35]

    Fig. 2.32. Museu de Transportes e Comunicaes do Porto, Porto, Portugal [35]

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    3 SEGURANA CONTRA INCNDIO

    3.1 INTRODUO Todos os edifcios e recintos, face legislao em vigor, devero cumprir as condies tcnicas gerais e especficas da segurana contra incndio em edifcios, referidas no RJ-SCIE e no RT-SCIE, no que se refere s condies exteriores comuns, s condies de comportamento ao fogo, isolamento e proteco, s condies de evacuao, s condies das instalaes tcnicas, s condies dos equipamentos e sistemas de segurana e s condies de autoproteco [36]. Assim sendo, propem-se neste captulo, referir os diferentes tipos de proteco contra incndio que devem ser tomados em considerao nos edifcios tipo Museu.

    3.2 PROTECO CONTRA INCNDIO 3.2.1 PROTECO PASSIVA

    No que se refere proteco passiva de um edifcio, ela est directamente relacionada com o modo como o edifcio foi estudado, organizado, como se comporta face a um possvel de risco de incndio, reduzindo a propagao do fogo, de forma a melhor permitir uma evacuao rpida e segura.

    Assim sendo, sempre que se pretende construir de raiz um edifcio, ou adaptar um edifcio existente numa dada utilizao-tipo, sendo no presente caso, em Museus, importante estudar, de forma pormenorizada, todas as condies de segurana, tais como:

    As sadas de evacuao;

    As vias verticais de evacuao;

    As vias horizontais de evacuao;

    A resistncia ao fogo dos elementos;

    A reaco ao fogo dos materiais;

    O estudo da colocao de aberturas nas fachadas e coberturas, para ventilao natural, assim como cantes para confinar o fumos e conduzi-los para o exterior.

    Para uma evacuao ordeira, livre de pnicos e de desordens, um edifcio dever possuir condies de evacuao bem dimensionadas, visveis, de forma a transmitir um estado de segurana e calma nos seus utilizadores.

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    3.2.2 PROTECO ACTIVA

    Para proteger contra eventuais incndios necessrio adoptar medidas que impeam a propagao e avano dos incndios, minimizando as suas consequncias, quer a nvel humano, quer matrial e patrimonial.

    O tempo crucial, no combate a incndios; no entanto, agir rapidamente implica possuir uma organizao eficaz, e possuir meios de deteco, defesa e combate adequados.

    No universo de medidas de segurana, temos:

    Sistemas de deteco, alarme, e alerta;

    Meios de interveno;

    Sistemas de controlo de fumo;

    Sinalizao de segurana e sistemas de iluminao de emergncia.

    3.2.2.1. Sistemas de deteco, alarme e alerta

    Todos os edifcios devem ser dotados de instalaes que permitam detectar o foco de ecloso precocemente, para que o tempo necessrio para a evacuao seja o menor possvel, face ao tempo disponvel de evacuao.

    Desta forma e de acordo com o quadro n. 3.1 (Quadro XXXVI do RT-SCIE), os edifcios devem ser configurados consoante a Utilizao Tipo e o Categoria de Risco.

    Quadro n. 3.1. Configurao das instalaes de alarme [36]

    Os Museus devem ser configurados segundo o RT-SCIE, art.128, em funo da categoria de risco, isto : caso seja da 1 categoria de risco, deve ser da 1 configurao; e caso seja da 2, 3 ou 4 categoria de risco, deve ser da 3 configurao.

    Os equipamentos de segurana mais teis na deteco de focos de incndio so os sistemas de deteco automticos de incndio (SADI), (figura 3.1), compostas: por Centrais de deteco de incndio

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    analgicas ou endereveis; detectores fumos, detectores temperatura, detectores combinados (temperatura/fumos), botoneiras de quebrar ou de presso, etc.

    Fig. 3.1. Sistemas de deteco automticos de incndio (SADI) [37]

    3.2.2.2. Meios de Interveno

    De acordo com o RT-SCIE, os edifcios devem dispor no seu interior de meios prprios de interveno que permitam a actuao imediata sobre focos de incndio pelos seus ocupantes e que facilitem aos bombeiros o lanamento rpido das operaes de socorro. [36] Os principais meios existentes de extino a aplicar no interior dos edifcios so:

    Extintores portteis e mveis (figura 3.2), redes de incndios armadas, para primeira interveno;

    Redes secas ou hmidas, para a segunda interveno.

    Fig. 3.2. Classificao dos extintores [38]

    A utilizao de extintores portteis e mveis obrigatria em todas as utilizaes tipo, com excepo da utilizao tipo I, da 1 e 2 categoria de risco, sendo que a distncia mxima a percorrer entre a sada

  • Condies de Evacuao em Museus

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    de um local de risco para os caminhos de evacuao at ao extintor mais prximo no deve ser superior a 15m (figura 3.3).

    Fig. 3.3. Localizao/distncia dos extintores [38]

    Os extintores devem ser dimensionados, face legislao em vigor, na razo de: [36] 18 lts. de agente extintor padro (gua) por 500 m2 ou fraco, de rea de pavimento do piso

    em que se situem;

    Um por cada 200m2 de pavimento do piso ou fraco, com um mnimo de dois por piso.

    O agente extintor pode ser, consoante a sua utilizao: [39] P qumico

    Dixido de carbono CO2

    Espumas

    gua

    Todos os extintores devem ser devidamente distribudos e fixados a uma altura no superior a 1,20m do pavimento (figura 3.4), que permita visualizar e identificar de imediato, localizando-se nos seguintes espaos:

    Comunicaes horizontais ou, em alternativa, no interior das cmaras corta-fogo se existirem;

    No interior dos grandes espaos e junto s suas sadas.

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    Fig. 3.4. Posio correcta do extintor [38] Os extintores devem ser instalados em todos os locais de risco C e F, sendo que as cozinhas e os laboratrios considerados com risco C devem ser dotados de mantas ignfugas, em complemento dos extintores.

    Todas as exigncias estabelecidas em regulamento devero ser verificadas em local e inspeccionadas com regularidade.

    De acordo com o quadro n. 3.2, face o tipo de extintor, podemos verificar, o tempo de vida necessrio para a sua manuteno, a manuteno adicional, ou reviso na empresa e recarga se for necessria, ensaio de presso, e a prpria vida til do extintor (quadro 3.2).

    Quadro 3.2. Procedimentos de manuteno [38]

    Tipo de Extintor Manuteno (1) Manuteno Adicional (2) ou

    Reviso na Empresa e recarga se for Necessria (3)

    Ensaio de Presso

    Vida til (4) do Extintor

    gua, base de gua e espuma 1 Ano Aos 5, aos 10 e aos 15 anos - 20 Anos

    P 1 Ano Aos 5, aos 10 e aos 15 anos - 20 Anos

    CO2 1 Ano Todos aos 10 Anos 10 Anos 30 Anos

    Nota1: A manuteno deve ser efectuada em intervalos de 12 meses. admissvel uma tolerncia de quatro semanas, antes ou depois desse intervalo.

    Nota 2:A substituio das peas no respeita estes intervalos, sendo substitudas sempre que necessrios.

    Nota 3: Caso o tempo de vida til do agente extintor tenha sido excedido, ou o seu estado assim o aconselhe.

    Nota 4: Em nenhum caso, a vida til de um extintor pode exceder os 20 anos, excepto os extintores de CO2 e cartuchos de gs propulsor, que devem ser submetidos at trs provas hidrulicas, mas no excedendo os 30 anos.

    Alm dos extintores moveis e portteis, temos ainda, com meios de primeira interveno e de acordo com o artigo 164, a utilizao de redes de incndios armadas, equipadas de bocas-de-incndio do tipo carretel (figura 3.5), devidamente distribudas e sinalizadas.

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    As redes de incndios armadas com bocas-de-incndio tipo carretel, na utilizao-tipo X (Museus), so obrigatrias a partir da 3 categoria de risco, ou em locais que possam receber mais de 200 pessoas.

    Fig. 3.5. Bocas de incndios tipo carretel [40]

    As bocas-de-incndio devem estar dispostas da seguinte forma: [36] O comprimento das mangueiras utilizadas permita atingir, no mnimo, por uma agulheta,

    uma distncia no superior a 5m de todos os pontos do espao a proteger;

    As distncias entre as bocas no sejam superiores ao dobro do comprimento das mangueiras utilizadas;

    Exista uma boca-de-incndio nos caminhos horizontais, a uma distncia inferior a 3 m do respectivo vo de transio;

    Exista uma boca-de-incndio junto sada de locais que possam receber mais de 200 pessoas.

    Dever ser garantida uma presso dinmica mnima de 250 kPa e um caudal mnimo de 1,5l/s em cada boca-de-incndio em funcionamento, considerando metade das bocas abertas at um mximo exigvel de 4 bocas.

    As bocas de incndios da rede hmida, com mangueira tipo teatro, no so utilizadas nas utilizaes tipo X (Museus). No caso de edifcios da 3 ou 4 categoria de risco, as condies de presso e de caudal devero ser asseguradas por um depsito privativo, associado a grupos sobrepressores.

    3.2.2.3. Sistemas de controlo de fumo

    Os edifcios devem ser dotados de condies que permitam libertar para o exterior os fumos e gases provenientes de um incndio, permitindo manter as condies de visibilidade dos ocupantes, principalmente nas vias de evacuao.

    A desenfumagem pode ser passiva, quando se trata de tiragem trmica natural; e activa, quando feita atravs de meios mecnicos.

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    De acordo com o RT-SCIE, apresentam-se alguns espaos que devem ser dotados de instalaes de controlo de fumo: [36]

    Vias verticais e horizontais de acordo com RJ-SCIE;

    Cmaras corta-fogo;

    Locais de risco B com efectivo superior a 500 pessoas;

    Locais de risco C com volume superior a 600 m3, ou carga de incndios modificada superior a 20000MJ, ou potncia instalada dos seus equipamentos elctricos e electromecnicos superiores a 250KW, ou alimentados a gs superior a 70 KW.

    3.2.2.4. Sinalizao de segurana e sistemas de iluminao de emergncia

    Todos os edifcios devero estar dotados de sinalizao de emergncia, com blocos autnomos de iluminao que garantam um nvel luminoso adequado, bem como a informao necessria para o apoio evacuao.

    As placas de sinalizao (figura 3.6) indicam informao de proibio, perigo, emergncia e meios de interveno, de acordo com o seu formato e cor, devendo o material ser rgido e fotoluminescente.

    Fig. 3.6. Tipo de sinalizao existente em caminhos de evacuao [40]

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    Do ponto de vista da visibilidade, as placas podem ser:

    Paralelas s paredes com informao numa s face, conforme a figura 3.7.

    Fig. 3.7. Informao numa s face [40] Perpendiculares s mesmas paredes ou suspensas do tecto, com informao em dupla face,

    conforme a figura 3.8.

    Fig. 3.8. Informao dupla face [40]

    Fazer um ngulo de 45 com a parede, com informao nas duas faces exteriores, conforme a figura 3.9.

    Fig. 3.9. Informao 45 [40]

    Nos museus, dever garantir-se a existncia dessa sinalizao, com as seguintes caractersticas: [36] Em locais de permanncia, devem ser claramente distinguvel de qualquer ponto desse

    local, cuja linha de observao relativamente placa faa um ngulo superior a 45 com a parede onde se localiza o objecto, elemento ou equipamento;

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    Toda a sinalizao referente s indicaes de evacuao, e localizao de meios de interveno, alarme e alerta, quando colocada nas vias de evacuao, deve estar na perpendicular ao sentido das fugas possveis nessas vias;

    Deve ser visvel uma placa indicadora da sada ou de sentido da evacuao, pelo menos, a partir de qualquer ponto susceptvel de ocupao;

    Nas vias verticais de evacuao, devero ser montadas placas, pelo menos, no patamar de acesso, indicando o nmero do andar ou a sada, se for caso, e no patamar intermdio, indicando o sentido da evacuao.

    Desta forma, considera-se que um percurso de evacuao est devidamente sinalizado (figura 3.10) quando se consegue identificar, desde qualquer ponto, o percurso necessrio at chegar sada mais prxima em segurana.

    Fig. 3.10 Sinalizao de caminhos [40]

    Apresenta-se de seguida a sinaltica mais utilizada em caminhos de evacuao (figura 3.11).

    Fig. 3.11 Diferentes tipos de sinalizao de caminhos. [40]

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    Fig. 3.11 Diferentes tipos de sinalizao de caminhos (CONT.) [40]

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    De igual modo, dever ser sinalizado o modo de abertura das portas com barras antipnico (figura 3.12).

    Fig. 3.12 Diferentes tipos de sinalizao de portas corta-fogo [40]

    Na sinalizao, as placas panormicas permitem a visibilidade da informao em todos os sentidos (figura 3.13).

    Fig. 3.13 Diferentes tipos de sinalizao panormicos [40]

    No que se refere a sinalizao para zonas de refgio, apresentam-se tambm alguns dos mais usados (figura 3.14):

    Fig. 3.14 Diferentes tipos de sinalizao para zonas de refgio [40]

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    Sobre os extintores dever ser colocado placa sinaltica, referindo o tipo de extintor existente e o seu correcto modo de uso (figura 3.15)

    Fig. 3.15 Diferentes tipos de sinalizao com identificao de extintores [40]

    A sinaltica serve tambm para identificar diferentes tipos de equipamento como bocas-de-incndio, mangueiras de combate ao fogo, botes de alarme, assim como informao sobre a utilizao em caso de incndio dos equipamentos existentes no edifcio (figura 3.16).

    Fig. 3.16 Diferentes tipos de sinalizao com identificao de bocas-de-incndio, e uso de diferentes tipos de equipamentos. [40]

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    Fig. 3.16 Diferentes tipos de sinalizao com identificao de bocas-de-incndio, e uso de diferentes tipos de equipamentos (CONT.) [40]

    3.3 MEDIDAS DE AUTOPROTECO As medidas de organizao e gesto de segurana, designadas por medidas de autoproteco, so obrigatrias, de acordo com o RT-SCIE, em todos os edifcios, estabelecimentos e recintos, no decurso da explorao da sua actividade, em funo da utilizao-tipo e da sua categoria de risco, e baseiam-se nas seguintes medidas [36]:

    Medidas preventivas, que tomam a forma de procedimentos de preveno ou planos de preveno, conforme a categoria de risco;

    Medidas de interveno em caso de incndio, que tomam a forma de procedimentos de emergncia ou de planos de emergncia interno, conforme a categoria de risco;

    Registo de segurana, onde devem constar os relatrios de vistoria ou inspeco, e relao de todas as aces de manuteno e ocorrncias directa ou indirecta relacionadas com SCIE;

    Formao em SCIE, sob a forma de aces destinadas a todos os funcionrios e colaboradores das entidades exploradas, ou de formao especifica, destinada aos delegados de segurana e outros elementos que lidam com situaes de maior risco de incndios;

    Simulacros, para teste do plano de emergncia interno e treino dos ocupantes, com vista a criao de rotinas de comportamento e aperfeioamento de procedimentos.

    O plano de segurana interno do edifcio, de acordo com o RT-SCIE, constitudo por: [36] Plano de preveno;

    Plano de emergncia;

    Registos de segurana.

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    Desta forma e de acordo com o RT-SCIE, para edifcios com utilizao-tipo X, consoante a Categoria de Risco so exigidas as seguintes medidas de autoproteco (quadro 3.3):

    Quadro 3.3. Medidas de autoproteco [36] 1 Categoria de Risco 2 Categoria de Risco 3 e 4 Categoria de Risco

    Registos de segurana;

    Procedimentos de preveno.

    Registos de segurana;

    Plano de preveno;

    Procedimentos em caso de Emergncia;

    Aces de sensibilizao e formao em SCIE;

    Simulacros.

    Registos de segurana;

    Plano de preveno;

    Planos de emergncia internos;

    Aces de sensibilizao e formao em SCIE;

    Simulacros.

    de referir que todos os edifcios da utilizao tipo X, que contenham obras ou peas de manifesto interesse para o patrimnio histrico ou cultural, devem tomar as seguintes medidas adicionais: [36]

    As medidas de preveno e de actuao devem incluir os procedimentos especficos de preveno e de proteco para garantir a segurana dessas obras ou peas;

    As equipas de segurana devem ter a configurao da regulamentar (art. 200 do RJ-SCIE); proibido fumar ou produzir chama nua em locais onde estejam armazenadas peas de

    patrimnio histrico ou obras de restauro, assim como no permitida utilizao de equipamentos com elementos incandescentes no protegidos e aparelhos produtores de fascas, salvo se forem imprescindveis para a conservao de obras de restauros, adoptando medidas acrescidas.

    Pelo exposto na legislao em vigor, RT-SCIE, para a concretizao das medidas de autoproteco, o responsvel pela segurana estabelece a organizao necessria, recorrendo a funcionrios, trabalhadores das entidades exploradoras ou a terceiros.

    Os elementos nomeados para as equipas de segurana da utilizao-tipo so responsabilizados pelo responsvel de segurana, relativamente ao cumprimento das atribuies que lhes forem cometidas na organizao de segurana de estabelecimento.

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    4 Evacuao nos Museus

    4.1 INTRODUO 4.1.1OBJECTIVO

    Desde sempre, os museus, dada sua capacidade em concentrar um elevado nmero de pessoas/visitantes, emprestam especial importncia, ao estudo da segurana contra incndio, com relevncia para as suas condies de evacuao.

    A utilizao de edifcios histricos, para a vivncia de museus, tambm um problema para a implementao da segurana contra incndio, dados os condicionalismos arquitectnicos (restries na sua reformulao), criando dificuldades na sua utilizao. Assim sendo, de todo necessrio um estudo exaustivo do edifcio face sua arquitectura, a sua capacidade efectiva e sua utilizao, criando restries, bem como, condicionalismos nos movimentos das pessoas no interior, de forma a no pr em causa a segurana dos seus utilizadores, o seu esplio e o prprio edifcio.

    4.1.2. IMPORTNCIA E COMPREENSO DA EVACUAO EM CASO DE INCNDIO

    Sempre que seja necessria a evacuao real das pessoas devido a um condicionalismo num edifcio, significa que o sistema de segurana falhou, isto , em termos de segurana contra incndios deu-se a ecloso. Desta forma, a partir desse momento, h uma condio fundamental, que a preservao da vida humana e, se possvel, posteriormente a defesa do esplio existente no edifcio.

    Aps deflagrar um incndio, a evacuao das medidas mais eficazes e necessrias para garantir a segurana dos ocupantes do edifcio ou recinto. Assim sendo, torna-se necessrio perceber o comportamento da evacuao, isto , a evacuao poder estar relacionada com dois tempos bastante distintos: [41]

    O Tempo Disponvel para Evacuar o edifcio sem que os ocupantes sofram consequncias do incndio (TDE);

    O Tempo Necessrio Para Evacuar o edifcio (TNE).

    Para poder avaliar a segurana da evacuao num edifcio, poderemos definir o Tempo de segurana (TS), como a diferena entre o TDE e o TNE, assumindo que quanto maior for o TS, mais seguro ser o edifcio, maior xito ter a condio de evacuao num dado edifcio.

  • Condies de Evacuao em Museus

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    De acordo com alguns trabalhos na rea da evacuao de edifcios [41] [42], em situaes de emergncia, o TDE pode ser dividido nas seguintes fases (Fig. 4.1):

    Fig. 4.1. Fases do TNE [42]

    Desta forma, podemos verificar que o tempo disponvel para evacuar inicia-se no momento da ecloso e prolonga-se at ao limite do tempo disponvel para evacuar o edifcio. Logo, de todo importante que o edifcio possua meios e equipamento adequados para detectar a ecloso o mais cedo possvel, libertando tempo para o tempo necessrio para evacuar (TNE). Para que a evacuao de um edifcio possua xito, no por si s, suficiente a existncia de adequados equipamentos (ex. detectores pticos de fumo, e/ou termovelocimtricos), isto , para que o tempo necessrio para a evacuao (TNE) se reduza, existem outros factores a ter em considerao, tais como:

    As condies do edifcio (edifcio criado de raiz ou adaptado, distribuio dos espaos); O tipo de ocupao previsto para o edifcio, o nmero de pessoas existentes no edifcio e

    condies fsicas;

    A familiarizao dos ocupantes com o edifcio;

    A existncia de planos e procedimentos de evacuao devidamente visveis e testados (simulacros);

    O comportamento do edifcio ao fogo (no que se refere resistncia ao fogo dos elementos de construo e reaco ao fogo dos materiais);

    Dimensionamento e visibilidade dos caminhos de evacuao horizontal, vertical e das sadas de evacuao em nmero adequado.

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    4.2 CONDIES GERAIS DE EVACUAO 4.2.1CRITRIOS DE SEGURANA

    A utilizao dos espaos exteriores e interiores de um edifcio deve ser estudado e organizado de forma a permitir, em caso de incndio, que todos os seus utilizadores possam, de modo fcil e rpido, alcanar um local seguro no seu exterior.

    Desta forma, todos os edifcios devem dispor de sadas, em nmero e largura suficientes, devidamente distribudas e sinalizadas.

    Todas as vias de evacuao devem ter largura adequada e serem protegidas contra o fumo, fogo e gases de combusto, quando necessrio, assim como a as distncias a percorrem entre elas ou sadas para o exterior devem ser limitadas.

    4.2.2 UTILIZAES TIPO Para a anlise das condies de evacuao, dever ser inicialmente enquadrado o tipo, ou os tipos de utilizao, a que um edifcio vai estar sujeito. De acordo com o RJSCIE, a definio de utilizao-tipo compreende a classificao do uso dominante de qualquer edifcio ou recinto, incluindo os estacionamentos, os diversos tipos de estabelecimentos que recebem pblico, os industriais, oficinas e armazns, em conformidade com o artigo 8 do RJ-SCIE. [43]

    Quadro 4.1. Utilizaes-tipo (RJSCIE) [43] UT Edifcios e Recintos

    I Habitacionais

    II Estacionamentos

    III Administrativos (inclui servios) IV Escolares (includo Creches e Jardins de Infncia) V Hospitalares e lares de idoso

    VI Espectculos e reunies pblicas

    VII Hoteleiros e restaurao

    VIII Comerciais e gares de transportes

    IX Desportivos e de lazer

    X Museus e galerias de Arte

    XI Bibliotecas e arquivos

    XII Industrias, oficinas e armazns

    Todos os edifcios ou recintos com apenas uma utilizao-tipo so denominados de utilizao exclusiva; e quando integrem diversas utilizaes-tipo, denominados de utilizao mista, devendo para tal cumprir as condies tcnicas gerais e especficas definidas para cada utilizao-tipo.

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    4.2.3 LOCAIS DE RISCO

    Aps a classificao da utilizao-tipo, necessrio proceder classificao dos locais de risco existentes no edifcio ou recinto, com a excepo dos espaos interiores de cada fogo (utilizao-tipo I), e das vias horizontais e verticais de evacuao.

    Desta forma, em funo da natureza e risco de incndio que apresentam, os espaos sero classificados de A a F, correspondendo a disposies de segurana diferentes.

    Apresenta-se um quadro (Quadro 4.2), que resume as condies para classificao dos diferentes espaos, regulados pelo artigo 10 do RJ-SCIE.

    Quadro 4.2. Classificao dos locais de risco (RJ-SCIE). Local de

    Risco Descrio Geral Condies

    A Local que no apresenta riscos especiais, no qual se verifiquem simultaneamente as seguintes condies:

    O efectivo menor que 100 pessoas;

    O efectivo de pblico menor que 50 pessoas,

    Mais de 90 % dos ocupantes no se encontrem limitados na mobilidade ou nas capacidades de percepo reaco a um alarme;

    As actividades nele exercidas ou os produtos, materiais e equipamento que contm no envolvam riscos agravados de incndio;

    B

    Efectivo superior a 100 pessoas, e/ou Efectivo de pblico superior a 50 pessoas, no qual se verifiquem simultaneamente as seguintes condies:

    Mais de 90 % dos ocupantes no se encontrem limitados na mobilidade ou nas capacidades de percepo e reaco a um alarme;

    As actividades nele exercidas ou os produtos, materiais e equipamento que contm no envolvam riscos agravados de incndio;

    C

    Local que apresenta riscos agravados de ecloso e de desenvolvimento de incndio devido, quer s actividades nele desenvolvidas, quer s caractersticas dos produtos, materiais ou equipamentos nele existentes, designadamente carga de incndio;

    D Local de um estabelecimento com permanncia destinado a receber:

    Pe