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PREFEITURA DE SÃO ROQUE DO CANAÃ SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA – PRAD 1ª FASE DEZ/2014

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PREFEITURA DE SÃO ROQUE DO CANAÃ

SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA – PRAD

1ª FASE

DEZ/2014

SUMÁRIO

1. Introdução

2. Caracterização do Município de São Roque do Canaã

2.1 Limites Municipais

2.2 Cobertura Florestal, levantamento florístico e faunístico

2.3 Hidrografia

2.4 Solos

2.5 Topografia

2.6 Declividade

2.7 Orientação do terreno

2.8 Rodovias e Estradas

2.9 Temperatura e Balanço Hídrico

2.10 Levantamento Socioeconômico

2.11 Aspectos Demográficos

3. Caracterização das áreas

3.1 Localização

3.2 Caracterização do Meio Antrópico

3.3 Caracterização do Entorno das Áreas Contaminadas por meio de

Imagens Aéreas

4. Elaboração de Aceiros como Medida Preventiva contra Incêndios

5. Resíduos Coletados e Destinação Final

5.1 Resíduos Sólidos de Saúde (RSS)

5.2 Resíduos de Construção Civil (RCC)

5.3 Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

5.4 Frequência de Coleta

6. Medidas de Recuperação

7. Responsável pela Execução e Elaboração do PRAD

7.1 Profissionais Habilitados envolvidos na Elaboração do PRAD-RSU

8. Referencias Bibliográficas

1

2

2

2

4

5

5

5

5

6

6

6

12

14

15

18

18

21

24

24

24

25

25

25

31

31

32

1

1. Introdução

A disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos representa um

grave passivo ambiental para a maioria dos municípios brasileiros,

configurando-se, inclusive, como um problema ambiental e de saúde pública

(FEAM, 2010), contrariando a Constituição Federal de 1988, Cap. VI, Art.225,

onde estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,

atribuindo ao Poder Público, e também à coletividade, o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Os resíduos lançados em lixões acarretam problemas, como a

proliferação de vetores de doenças, geração de gases e odores desagradáveis,

poluição das águas superficiais e subterrâneas, além do total descontrole

quanto aos tipos de resíduos recebidos nestes locais, incluindo resíduos de

saúde e industriais.

No entanto, de forma a solucionar os problemas de disposição

inadequada de resíduos sólidos e promover a recuperação ambiental dos

antigos lixões, foi sancionada Lei Federal n.12305/2010, que estabelece a

Política Nacional de Resíduos Sólidos, atribuindo ao governo municipal a

responsabilidade de promover a paralisação das atividades nos lixões e

providenciar a recuperação ambiental das áreas que foram degradadas pela

disposição inadequada dos resíduos sólidos.

Por esse motivo, apresentamos uma proposta de recuperação de duas

áreas anteriormente utilizadas como lixões, localizadas em São Roque do

Canaã/ES.

2

2. Caracterização do Município de São Roque do Canaã

2.1 Limites Municipais

O Município de São Roque do Canaã está localizado na região noroeste,

cujos municípios vizinhos são Itaguaçu ao oeste, João Neiva ao leste, Colatina

ao norte e Santa Teresa ao Sul, conforme Mapa 1 em Anexo. Possui uma área

de 328 km² e está a 120 km de Vitória. Segundo Censo 2010 São Roque do

Canaã possui um total de 11287 habitantes, e está distribuído em 27

comunidades (Mapa 2 em Anexo).

2.2 Cobertura Florestal, levantamento florístico e faunístico

O município de São Roque do Canaã está totalmente inserido no Bioma

Mata Atlântica, caracterizado por apresentar florestas com alta biodiversidade.

Após um século de intensas produções agropecuárias, baseadas na

monocultura do café, pecuária bovina extensiva e intenso ciclo madeireiro,

associado com o início do ciclo industrial a partir do final da década de trinta,

com o surgimento de olarias e alambiques para produção de aguardente de

cana, as florestas do Município se transformaram em fragmentos isolados que

funcionam como ilhas de matas cercadas por habitáts não florestados. O Mapa

3, mostra o mapeamento dos fragmentos florestais encontrados em São Roque

do Canaã. Foram observados 1096 fragmentos florestais, correspondendo a

um total de 17,6% de cobertura florestal no município, sendo que destes 742

fragmentos possuem área inferior a 3 ha (Gráfico 1), correspondendo a 67,7%

do total dos fragmentos (Gráfico 2) e 91,8% possuem área inferior a 15 ha.

3

Gráfico 1 - Distribuição dos fragmentos florestais em função da área.

Gráfico 2 – Classificação em porcentagem do tamanho dos fragmentos florestais.

Os únicos levantamentos florísticos realizados em São Roque do Canaã,

foram elaborados por Freitas Júnior et al. (2009) e Esgario et al. (2009), e

seguem em anexo.

Em São Roque do Canaã não há levantamentos de fauna, sendo o único

estudo conhecido realizado por Monico et al. (2014).

742

135

66 4815

5414 6 16

0

100

200

300

400

500

600

700

800

3 6 9 12 15 30 45 60 180

de

Fra

gmen

tos

Área (ha)

67.7

12.3

6.0

4.41.4

4.9

1.3 0.5 1.5

0 - 3 ha

3,1 - 6 ha

6,1 - 9 ha

9,1 - 12 ha

12,1 - 15 ha

15,1 - 30 ha

30,1 - 45 ha

45,1 - 60 ha

> 60,1 ha

4

2.3 Hidrografia

Como pode ser visualizado no Mapa 4, o Município possui três grandes

rios, que são: Rio Santa Julia; Rio Santa Maria do Doce e Rio Mutum ou

Boapaba. Além de contar com córregos muito importantes como: Córrego

Jacutinga, Córrego Palmital, Córrego Misterioso, Córrego Tancredo, Córrego

Seco, Córrego São Bento, Córrego Picadão, Córrego Santa Rosa, Córrego São

Jacinto, entre outros. Nosso principal curso d’água é o Rio Santa Maria do

Doce, este nasce nas terras altas do município de Santa Teresa, a mil metros

de altitude, na Serra do Gelo, divisa com o município de Santa Maria de Jetibá.

O Santa Maria do Doce percorre 85 km, desde sua nascente principal, até sua

foz no Rio Doce há 40 m de altitude, no centro de Colatina. A área da Sub-

bacia do Rio Santa Maria do Doce (Imagem 1) compreende um total de 995,30

km², dividida nos municípios de Santa Teresa, São Roque do Canaã e

Colatina.

Imagem 1 – Localização e divisão política da Sub-bacia do Rio Santa Maria do

Doce (retirado de Campanharo, 2010).

5

2.4 Solos

Segundo o Mapa 5, obtido da EMBRAPA-SOLOS, o município possui 2

tipos de solos, um denominado “Latossolo vermelho-amarelo álico” localizado

em quase todo o território municipal, e o outro denominado “Latossolo

vermelho-amarelo álico e distrófico” presente com maior proporção no extremo

sul do município.

2.5 Topografia

A localização da maior parte do território de São Roque do Canaã

mantém o predomínio de terras de baixas altitudes, justificado por estar

presente na porção final da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria do

Doce. Estas terras baixas são responsáveis pelas variedades climáticas

quentes, controladas por algumas massas de ar e outros fatores. Observa-se

que o município possui uma alta amplitude altimétrica, com altitudes variando

desde 70 metros até 1100 metros, como pode ser visualizado no Mapa 6 em

Anexo. As porções mais elevadas estão localizadas na porção leste do

município e na porção sudoeste, apresentando relevo fortemente ondulado.

2.6 Declividade

O Município possui declividades que o caracterizam como tendo um

relevo fortemente ondulado (20 a 45% de declividade), correspondendo a 30,78

% do total, como pode ser visualizado no Mapa 7. As regiões com declividades

superiores a 75% somaram menos que 1% do território total.

2.7 Orientação do terreno

Conforme o Mapa 8, a maior parte das terras de São Roque do Canaã

estão voltadas para a porção nordeste, correspondendo a 15% do total. Cerca

de 9% do território analisado possui face voltada para o sul, isto indica que

nestas regiões a incidência direta de iluminação natural é escassa ou nula.

6

2.8 Rodovias e Estradas

O Município é cortado por duas importantes rodovias, a ES080, que liga

São Roque do Canaã a Santa Teresa e a Colatina e a ES448 que liga São

Roque do Canaã a Itaguaçú. A maioria dos acessos é formada por estradas

rurais, sendo somente a ES080 e a ES448 com asfaltamento. Está em

andamento a pavimentação asfáltica que lida as Comunidades de Nossa

Senhora do Brasil até a Comunidade de São Francisco de Assis.

2.9 Temperatura e Balanço Hídrico

Segundo a classificação de Köppen, o município de São Roque do

Canaã enquadra-se no Clima Tropical, com inverno quente e seco e verão

quente e chuvoso. As temperaturas médias anuais variam de 18ºC nas regiões

mais altas (Sudoeste e Leste) a 26ºC na região central do Município, conforme

Mapa 10. A precipitação média anual gira em torno de 1200 mm, sendo que a

evapotranspiração real está em torno de 1100 mm, com isso, a disponibilidade

hídrica está em torno de 60 a 160 mm, sendo observados os maiores valores

em toda a porção sul do município, como pode ser visualizado no Mapa 11.

2.10 Levantamento Socioeconômico

O Município possui duas escolas estaduais, sendo a EEEMF David Roldi

e a EEEMF Felício Melotti, e outras sete municipais, sendo: EMEIEF Darly

Nerty Vervloet, EMEI Tia Neida, EMEI São Roque, EMEI Santa Júlia, EMEIEF

Josephir Boschetti, EMEIEF Luiz Mônico, EMEIEF Alto Santa Luzia, além de

uma escola particular, sendo o Centro Educacional Mão Amiga.

Tratando-se de Educação, segundo o Atlas do Desenvolvimento

Humano no Brasil - 2013, a proporção de crianças e jovens frequentando ou

tendo completado determinados ciclos indica a situação da educação entre a

população em idade escolar do município e compõe o IDHM Educação

(Imagem 2). No período de 2000 a 2010, a proporção de crianças de 5 a 6

anos na escola cresceu 21,32% e no de período 1991 e 2000, 231,04%. A

proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino

fundamental cresceu 15,35% entre 2000 e 2010 e 69,07% entre 1991 e 2000.

A proporção de jovens entre 15 e 17 anos com ensino fundamental

7

completo cresceu 52,81% no período de 2000 a 2010 e 103,58% no período de

1991 a 2000. E a proporção de jovens entre 18 e 20 anos com ensino médio

completo cresceu 68,90% entre 2000 e 2010 e 253,78% entre 1991 e 2000.

Em 2010, 73,74% dos alunos entre 6 e 14 anos de São Roque do Canaã

estavam cursando o ensino fundamental regular na série correta para a idade.

Em 2000 eram 70,92% e, em 1991, 48,61%. Entre os jovens de 15 a 17 anos,

51,89% estavam cursando o ensino médio regular sem atraso. Em 2000 eram

31,58% e, em 1991, 12,56%. Entre os alunos de 18 a 24 anos, 13,37%

estavam cursando o ensino superior em 2010, 5,19% em 2000 e 1,41% em

1991. Nota-se que, em 2010, 0,67% das crianças de 6 a 14 anos não

frequentavam a escola, percentual que, entre os jovens de 15 a 17 anos atingia

15,97%.

A escolaridade da população adulta é importante indicador de acesso a

conhecimento e também compõe o IDHM Educação. Em 2010, 35,92% da

população de 18 anos ou mais de idade tinha completado o ensino

fundamental e 23,10% o ensino médio. Em Espírito Santo, 55,23% e 38,68%

respectivamente. Esse indicador carrega uma grande inércia, em função do

peso das gerações mais antigas e de menos escolaridade.

A taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais diminuiu 10,50%

nas últimas duas décadas.

8

9

10

Gráficos 3 - 7 – Representação gráfica dos dados de educação de São Roque

do Canaã.

Imagem 2 – Representação do IDH e IDHM de São Roque do Canaã.

O setor empresarial se destaca em São Roque do Canaã, com ênfase

no setor cerâmico e no setor madeireiro. O Município detém hoje de 8

empresas de fabricação de artefatos de cerâmica vermelha, sendo elas: Elite,

Santa Maria, Arco Íris, São Roque, Imperial, Mundial, Safira e Colibri. As

empresas fabricantes de esquadrias de madeira são: Bassani Madeiras,

11

Esquadrias Portas Capixaba, Ygarapé Madeiras, Esquadrias Santa Maria,

Pamala Madeiras, Esquadrias Progresso, Esquadrias Pau Braisl, Esquadrias

Green Life, Esquadrias Canaã, Madepol Madeiras, Esquadrias Zinger,

Esquadrias Santa Luzia, Esquadrias Líder, Escala Madeiras, Marel Madeiras,

Esquadrias Galon, Distribuidora Belíssima, Fábrica de Toneis São Bento,

Esquadrias Primus, D & S Madeiras.

O setor de produção de cachaça artesanal também apresenta destaque,

sendo formado pelas empresas: São Benedito, Guarany, Peroninha,

Espanhola, Fio de Ouro, Santa Marta, São Vicente, São Dalmácio, Suprema,

São Sebastião, Boschetti & Boschetti, Ouro Cana, Guarani.

Segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil – 2013, a renda

per capita média de São Roque do Canaã cresceu 171,95% nas últimas duas

décadas, passando de R$210,49 em 1991 para R$378,34 em 2000 e R$572,42

em 2010. A taxa média anual de crescimento foi de 79,74% no primeiro período

e 51,30% no segundo. A extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas

com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em reais de agosto de

2010) passou de 20,84% em 1991 para 7,36% em 2000 e para 4,17% em

2010. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,48 em 1991 para

0,47 em 2000 e para 0,43 em 2010. Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da

população de 18 anos ou mais (ou seja, o percentual dessa população que era

economicamente ativa) passou de 66,78% em 2000 para 69,89% em 2010. Ao

mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população

economicamente ativa que estava desocupada) passou de 3,23% em 2000

para 1,52% em 2010, conforme gráfico 8.

12

Gráfico 8 – Percentual da população economicamente ativa em São Roque do Canaã.

2.11 Aspectos Demográficos

O Município possui organizações sociais atuando diretamente no setor

rural, sendo: Associação dos Produtores Rurais de Tancredinho, Associação

dos Produtores Rurais da Agrovila, Associação dos Produtores de Alto Santa

Júlia de Santa Luzia, Associação dos Agricultores do Sagrado Coração de

Jesus, Cooperativa Agropecuária de São Roque do Canaã – COOAPE,

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Roque do Canaã, Cooperativa dos

Produtores de Cachaça do Estado Espírito Santo – UNICANA. O Município

possui duas Associações de Moradores, sendo a Associação de Moradores do

Bairro Nossa Senhora das Graças e Associação dos Moradores da Saúde, e

uma voltada para atividades culturais, a Associação Beneficente e Cultural –

ABC.

Segundo informações do DATASUS (Ministério da Saúde), a população

de São Roque do Canaã está em torno de 11406 habitantes( Quadro 1). Nos

últimos dez anos a população cresceu 7,26 % (Gráfico 9), sendo a maior parte

da população localizada na zona urbana (Quadro 2). Entre 2000 e 2010, a

população de São Roque do Canaã teve uma taxa média de crescimento anual

13

de 1,08%. Na década anterior, de 1991 a 2000, a taxa média de crescimento

anual foi de 0,55%. No Estado, estas taxas foram de 1,01% entre 2000 e 2010

e 1,02% entre 1991 e 2000. No país, foram de 1,01% entre 2000 e 2010 e

1,02% entre 1991 e 2000. A estimativa é de que em 2014 a população de São

Roque do Canaã esteja em 12283 habitantes (IBGE Cidades).

Quadro 1 – Crescimento da população de São Roque do Canaã

2012

11.406,00 hab.

2011

11.341,00 hab.

2010

11.273,00 hab.

2009

10.818,00 hab.

2008

10.786,00 hab.

2007

11.143,00 hab.

2006

11.046,00 hab.

2005

10.948,00 hab.

2004

10.753,00 hab.

2003

10.670,00 hab.

2002

10.578,00 hab.

2001

10.499,00 hab.

2000

10.395,00 hab.

1999

9.390,00 hab.

Gráfico 9 – Representação do crescimento populacional de São Roque do

Canaã.

Quadro 2 – Distribuição da população de São Roque do Canaã no meio

urbano e rural

Ano

URBANA RURAL

14

2010

5.584,00 5.689,00

2000

4.446,00 5.949,00

3. Caracterização das áreas

Área 1 – Localidade de São Bento: A área é de propriedade da Srª Idalina

Locatelli, localizada na área urbana de São Roque do Canaã, na Comunidade

de São Bento. A destinação de resíduos sólidos urbanos nesta área iniciou em

1993, período anterior à emancipação política de São Roque do Canaã. Após a

emancipação política, a prefeitura manteve o contrato de locação da área para

destinação final de resíduos até fim do ano de 1999. Após desativação da

operação desta área, o Governo Municipal passou a destinar os resíduos na

área em Córrego Seco. Neste local foram destinados resíduos sólidos urbanos

(classe II B) e resíduos de construção civil.

No local há uma empresa de fabricação de esquadrias de madeira,

estando a 10 m da área na porção sul, não há nenhuma residência próxima

(num raio de 100 m), está a 170 m de distância da Rodovia ES 080, localizada

a 2,7 km da Sede do Município. A área é circundada principalmente por

pastagem, em sua porção norte e oeste, a estrada de acesso à comunidade do

Sítio Recreio e ao Bairro São Roquinho a leste. A área não está em área de

preservação permanente (APP), estando a 133 m de altitude, ocupando uma

área de 1992 m². Os resíduos eram destinados numa área declivosa, a céu

aberto e incinerados, e após a incineração, os resíduos eram cobertos por uma

camada de terra.

O relevo do local é pouco acidentado, formado por solo latossolo

vermelho-amarelo, com escassa vegetação arbórea nativa na vizinhança. Todo

o seu entorno está altamente antropizado, seja pela ação e instalação de

empresas, construção de estradas e rodovias e pelo avanço crescente da

canavicultura e cafeicultura. Por esses motivos, não há fragmentos florestais

capazes de gerar um ecossistema com exemplares da fauna e flora nativos.

15

Área 2 – Localidade de Córrego Seco: A área é de propriedade do Sr.

Antonio Francisco Colli, localizada na área rural de São Roque do Canaã, no

Distrito de Santa Júlia. A área permaneceu em operação durante 7 anos, com

término em outubro de 2006. A partir desta data, todos os resíduos sólidos

urbanos gerados em São Roque do Canaã foram destinados para aterros

sanitários particulares (Ambitec LTDA, em Aracruz/ES).

No local não há residências próximas (num raio de 100 m) e atualmente

o local era utilizado para a atividade de pastagem. A área utilizada para a

disposição de resíduos sólidos possui 3157,2 m², sendo totalmente circundada

por pastagens. O local não se encontra em área de preservação permanente,

não tendo recurso hídrico em suas proximidades com elevação de 211 m.

No local eram destinados apenas resíduos sólidos urbanos (Resíduos

Classe II B), não havendo lançamento de resíduos sólidos de saúde (RSS) e

resíduos de construção civil (RCC).

Os resíduos eram destinados numa área declivosa, a céu aberto e

incinerados, e após a incineração, os resíduos eram cobertos por uma camada

de terra.

O relevo do local é fortemente acidentado, formado por solo latossolo

vermelho-amarelo, com fragmentos de vegetação arbórea nativa próximos,

caracterizada por vegetação semidecidual, formada por solos rasos. Todo o

seu entorno está altamente modificado, principalmente pelo desmatamento

acelerado, substituindo as florestas por pastagens. Por esses motivos, não há

fragmentos florestais capazes de gerar um ecossistema com exemplares da

fauna e flora nativos.

3.1 Localização

Área 1 – Localidade de São Bento

O acesso até o local pode ser realizado através da Rodovia ES 080, no

sentido Santa Teresa X Colatina, seguindo por uma estrada não pavimentada a

esquerda da rodovia, logo após a Igreja de São Bento. Percorrendo 217 m,

16

chega-se ao ponto desativado para aterro de resíduos sólidos urbanos. O local

está sob as coordenadas 325364 E 7815079 N (WGS84).

Neste local foi realizado o devido cercamento por todo o perímetro da

área. Um portão de metal, fechado por cadeado e corrente foi instalado no local

para coibir a entrada de pessoas não autorizadas. As áreas circundantes não

detêm de animais de criação, como gado, suínos e equinos, portanto não

existe o problema de entrada de animais. Uma placa foi instalada no local com

o intuito de informar sobre a proibição de entrada e/ou permanência de

pessoas no local.

Nesta área não há mais atividade de destinação final de RSU em

operação, estando a atividade paralisada desde o final do ano de 1999.

Imagem 3 – Cercamento da área, junto à estrada de acesso ao local.

17

Imagem 4 – Colocação da placa informativa na área de disposição de

RSU.

Área 2 – Localidade de Córrego Seco

O acesso até o local é pela Rodovia ES448, no sentido ao Distrito de

Santa Júlia. Após o acesso da Igreja de Santa Luzia, percorrer mais 500 m e

seguir pela esquerda, em uma estrada não pavimentada. Seguindo

aproximadamente 1,3 km, passando pela casa do proprietário do terreno,

seguir por um acesso a esquerda, trancado por uma tronqueira. Seguindo pela

estrada, numa pastagem, chegará ao ponto desativado de destinação final de

resíduos sólidos urbanos, sob as coordenadas 321878 E / 7817204 N

(WGS84). O antigo lixão está a 6 km da sede do município.

Neste local foi realizado o devido cercamento por todo o perímetro da

área. Por tratar-se de uma área afastada de núcleos populacionais, não foi

necessário realizar a instalação de portões ou guaritas. A área circundante é

destinada para a formação de pastagem e criação de gado. O cercamento foi

reforçado para impedir a entrada de animais na área utilizada para disposição

final de resíduos.

Uma placa foi instalada no local com o intuito de informar sobre a

proibição de entrada e/ou permanência de pessoas na área. Nesta área não há

18

mais atividade de destinação de RSU em operação, estando a atividade

paralisada desde outubro de 2006.

Imagem 5 – Construção do cercamento em todo o perímetro da área e a

colocação da placa informativa.

3.2 Caracterização do Meio Antrópico

No entorno das áreas a população residente apresenta comportamento

muito distinto. No entorno da área 2, na localidade de Córrego Seco, o total da

população do entorno é de 60 moradores, considerando um raio de 1 km. Todo

o seu entorno é ocupado por plantios de café e pastagens, com escassos

fragmentos florestais. Não há indústrias ou qualquer atividade empresarial em

seu entorno.

No entorno da área 1, na Comunidade de São Bento, localizada na zona

urbana municipal, o total da população do entorno é de 688 moradores. Em seu

entorno estão presentes as empresas: Centro Automotivo Auto Sales,

Esquadrias Líder, Fabrica de Cachaça Suprema, Fábrica de Toneis São Bento

e Esquadrias Green Life. Seu entorno também é cortado pela Rodovia ES 080.

3.3 Caracterização do Entorno das Áreas Contaminadas, por meio de

Imagens Aéreas

19

Imagem 6 – Caracterização do uso do solo da área contaminada localizada na Comunidade de Córrego Seco.

20

IImagem 7 – Caracterização do uso do solo da área contaminada localizada no Bairro São Bento.

21

Não foi possível prever a quantidade de resíduos sólidos urbanos que

foram destinados para as duas áreas, pelos seguintes motivos:

• Somente era recolhido os resíduos domiciliares urbanos, não

tendo coleta na área rural na época de funcionamento das áreas;

• Não foi possível quantificar a população em urbana e rural para o

período de interesse;

• A população nesta época tinha o costume de incinerar seus

resíduos em fundo de quintais, tendo um volume pequeno

destinado para a coleta pública;

4. Elaboração de Aceiros como Medida Preventiva contra Incêndios

A prevenção de incêndios envolve vários aspectos, o primeiro deles

obedecendo a sequência de atividades que nos parece mais lógica, seria a

vigilância da área. O segundo aspecto refere-se às técnicas preventivas,

envolvendo construções, instalações e outras providências no sentido de

impedir ou dificultar a propagação do fogo e facilitar as tarefas de combate.

Assim, dentre as técnicas de maior viabilidade destacamos a construção de

aceiros.

Os aceiros são barreiras ou obstáculos construídos com o intuito de

deter a propagação de incêndios. A construção de aceiros ao longo das divisas

é de importância fundamental para evitar que incêndios vindos de fora causem

danos à área de interesse. A largura deve ser de 10 m, sendo assim, uma

dimensão adequada para proteção das áreas (Imagens 8 e 9). Na área do

aceiro não deverá ter qualquer vegetação ou qualquer material combustível,

devendo ser constantemente limpo.

22

Imagem 8 – Visualização do aceiro na área contaminada localizada na Comunidade de Córrego Seco.

23

Imagem 9 – Visualização do aceiro na área contaminada localizada no Bairro São Bento.

24

5. Resíduos Coletados e Destinação Final

5.1 Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

Os RSU são encaminhados para um aterro sanitário localizado em

Colatina, através de um contrato de prestação de serviços de recebimento e

disposição final de RSU, que celebram o Município de São Roque do Canaã e

o Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental – SANEAR,

sob o n° 021/2014. Estima-se uma média estimada de 4,9 Toneladas/dia e

124,6 Toneladas/mês.

5.2 Frequência de Coleta

Toda a área urbana é atendida pelo programa municipal de coleta de

resíduos, incluindo os Bairros Centro, São Roquinho, Vila Verde, São Bento,

Cinco Casinhas, Francisco Torezani, Santa Luzia e São Jacinto, sendo

somente o Bairro São Jacinto com coleta realizada duas vezes por semana; no

restante dos Bairros a coleta é realizada diariamente, a partir das 18:00h.

A área rural também é beneficiada pelo serviço de coleta pública de

resíduos sólidos urbanos, tendo um quadro de horários diferenciado, conforme

Quadro 2. As demais comunidades rurais são atendidas de forma quinzenal,

sendo as Comunidades de Alto Santa Júlia, Misterioso, São Pedro, Santa

Rosa, Brasileirinho, Sagrado Coração de Jesus, Cabeceira de São Jacinto e

Militon.

Quadro 2 – Cronograma de Coleta de Resíduos de São Roque do Canaã

Quadro de horários de coleta de resíduos na zona rural

Localidades Dias da Semana

São Jacinto Segunda e Sexta

Nossa Senhora da Saúde Segunda

Agrovila Segunda

São Sebastião Terça

Tancredo Quarta

Tancredinho Quarta

Santa Júlia Quarta

São Francisco de Assis Quinta

São Dalmácio Sexta

25

5.3 Resíduos Sólidos de Saúde (RSS)

Todos os RSS são recolhidos pelo Consórcio Intermunicipal de

Resíduos Sólidos do Norte do Estado do Espírito Santo (CIRSNEES). Toda a

coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos são de

responsabilidade do Consórcio através do Contrato n° 034/2014, celebrado

com a Prefeitura de São Roque do Canaã/ES. Os resíduos são encaminhados

para a autoclavagem, conforme Resolução CONAMA n° 358/2005 e RDC

ANVISA n° 306/2004. Estima-se uma geração de 320 kg/mês.

5.4 Resíduos de Construção Civil (RCC)

Todos os RCC são encaminhados para um aterro licenciado pelo IEMA,

através da LS n°, localizado na Comunidade de São Bento. Estima-se uma

geração de 100 m³/mês.

6 Medidas de Recuperação

Todos os resíduos já foram removidos das áreas, não tendo resíduos

aparentes ou a céu aberto. Todavia, as técnicas de recuperação das áreas

serão embasadas nos estudos de caracterização de volume de resíduos,

presença de gases e análise de água subterrânea, por meio de sondagens e

outras práticas. No entanto, a drenagem da área será fundamental, pelo fato de

coibir o desencadeamento de processos erosivos e a percolação de

contaminantes para as camadas mais profundas do solo, caso existam.

O sistema de drenagem pluvial consiste em obras de engenharia

hidráulicas, o qual sua principal função é a coleta das águas pluviais, que

escoam sobre as áreas contaminadas, e transportá-las para os pontos mais

baixos, por meio de escadas de dissipação de energia. Na área 1, a drenagem

consistirá em direcionar toda a água da estrada de acesso ao local e do ponto

empresarial localizado no fundo do terreno, direcionando para as porções mais

baixas do terreno por meio de canaletas de concreto e da escada de

dissipação. Evitando assim arraste de solo, contaminação por percolação e

erosão pluvial. Abaixo seguem os projetos que compõe a drenagem da área 1

(Imagens A e B).

26

A área 2 possui uma declividade mais acentuada, localizada em um

pequeno vale, com a drenagem direcionada para apenas um local. Neste

ponto, a área contaminada é circundada por pastagens, com poucas árvores

distribuídas pelo local.

27

A

28

B

29

C

30

D

31

7 Responsável pela execução e elaboração do PRAD

Nome: Prefeitura de São Roque do Canaã/ES

C.N.P.J.: 01.612.865/0001-71

Endereço: Rua Lourenço Roldi, n° 88, Bairro São Roquinho, 29665-000, São

Roque do Canaã/ES

Tel.: (27) 3729-1300

e-mail: [email protected]

7.1 Profissionais habilitados envolvidos na elaboração do PRAD_RSU:

Nome: Hugo Roldi Guariz

C.P.F.: 097.167.537-64

Categoria profissional: Engenheiro Florestal

Cargo: Secretário Municipal de Meio Ambiente

Registro de Conselho: CREA-ES 012792/D

Tel: (27) 3729-1544

E-mail: [email protected]

Nome: Moisés Antônio Martinelli

CPF: 681.756.717-34

Categoria profissional: Engenheiro Civil

Cargo: Engenheiro Civil

Registro de Conselho: CREA-ES 3791/D

Tel: (27) 996071593 / 3729.1300

E-mail: [email protected]

Nome: Antônio Braz Corona

CPF: 732.225.427-91

Categoria profissional: Engenheiro Civil

Cargo: Engenheiro Civil

Registro de Conselho: CREA-ES: 5242/D

Tel: (27) 999357399 / (27)3729.1300

E-mail: [email protected]

32

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

CAMPANHARO, W.A. Diagnóstico Físico da Bacia do Rio Santa Maria do

Doce/ES. Monografia, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade

Federal do Espírito Santo. Alegre/ES, 2010.

JUNIOR FREITAS, G.; GALLO, Z.; SOSSAE, F.C.; CASTRO, M.C.A.A.

Levantamento Florístico de Mata Ciliar em Áreas de Extração de Argila no

Município de São Roque do Canaã-ES. Revista Uniara, v.12, n.2, dez. 2009.

ESGARIO, C.P; FONTANA, A. P.; SILVA, A.G. A Flora Vascular Sobre Rocha

no Alto Misterioso, uma Área Prioritária para a Conservação da Mata Atlântica

no Espírito Santo, Sudeste do Brasil. Natureza on line. V 7 (2): 80-91; 2009.

MONICO, A.T.; PELOSO, P.L.V.; CALDARA S.R.L. Anfíbios de brejos e lagoas

de São Roque do Canaã, Espírito Santo: Levantamento faunístico e sumário

ecológico das espécies. In: XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA,

2014. Caderno de Resumos, pag 18, 2014.

IBGE CIDADES, acesso em 19 de setembro de 2014, In site:

http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=320495&search

=espirito-santo|sao-roque-do-canaa|infograficos:-informacoes-completas

DATASUS – Censos, Contagem e projeções intercensitárias, acesso em 19 de

setembro de 2014, in site:

http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0206&VObj=http://tabn

et.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?ibge/cnv/pop

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – 2013, acesso em 19 de

setembro de 2014, In site: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_print/sao-

roque-do-canaa_es

33

FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente. Reabilitação de áreas

degradadas por resíduos sólidos urbanos. Fundação Israel Pinheiro. 36 p.

Belo Horizonte/MG. 2010.