teorias de política comparativa

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Teorias de Poltica Comparativa CHILCOTE, Ronald H. 11/08/2014A cincia social americana caracteriza-se como liberal e pratica, com viso histrica precria e confiana tecnolgica. Segue a ideia de que a America ocupa um lugar excepcional na historia. John Gunnel argumentou que a historia real politica americana comea com seus fundadores, como John Burgess, que eram racistas e imperialistas, tendo inclusive os Rockfeller como patrocinadores do Conselho de Pesquisa de Ciencia Social e da Universidade de Chicago. Nos anos 80, a disciplina estava dividida entre defensores da escolha politica, econometristas polticos, humanistas e tericos polticos radicais, segundo Gabriel Almond. Ele separava tais cientistas polticos entre dimenses ideolgicas (esquerda e direita) e metodolgicas (flexveis e rgidas) e identificava suas inclinaes ideolgicas entre quatro escolas de pensamento. No exremo flexvel temos estudos clnicos descritivos e filosficos polticos que usam evidencias empricas e analises lgicas; no extremo rgido esto os estudos quantitativos, economtricos e matemticos. No lado esquerdo esto os marxistas, os tericos polticos crticos, os dependentistas e os que defendem o socialismo; no lado direito esto os neoconservadores que favorecem a economia de livre mercado, limites sobre o poder do estado e o anticomunismo. Estas diferenas ideolgicas entre discentes e docentes de cincia politica as vezes interferem no desempenho dos estudantes.Distinguir entre o mito e a realidade essencial no estudo da politica. Observadores procuram frequentemente pelas discrepncias e abusos do governo ou grupos de poder privados. Embora uma tal perspectiva possa de fato refletir a realidade, necessrio descobrir evidencias que a suporte. Em geral, interpretaes da politica e da sociedade, especialmente em escritos contemporneos da cincia politica ecomparativa, esto enraizadas em pressuposies prevalescentes, que frequentemente constituem o mito politico. A ideologia pode perpetuar o mito e distorcer a realidade em nossa compreenso de poltica. Alguns cientistas enfatizam que as ideologias tradicionais no so mais relevantes para uma sociedade modernizante e tecnolgica contempornea, eles veem variadas foras politicas que barganham pelo consenso em suas aes.A ideologia tende a penetrar em tudo, no poupando as pessoas que defendem a tese do fim da ideologia, como Daniel Bell, que atribua a existncia da ideologia aos movimentos revolucionrios, em particular por Marx e Hegel, que buscavam a transferncia das ideias para a ao, mas Bell acreditava quando a ideologia se torna um caminho para a ao, passa a ser um beco sem sada. O termo ideologia originalmente referia-se a uma cincia de ideias, a ideologia era um meio de descobrir a verdade e dissipar iluses.. Marx e Karl Manheim deram ao termo um significado diferente, de falsa conscincia. Manheim ainda distingue-a em dois significados: a concepo particular de ideologia, vista como disfarces mais ou menos conscientes da situao real e uma concepo mais inclusiva da ideologia de uma poca ou de um grupo histrico-social concreto, por exemplo, de uma classe, quando no estamos preocupados com as caractersticas e acompposiao da estrutura total da mentalidade desta poca ou grupo. Estes significados tem sido distorcidos pela cincia social contempornea. O termoideologia, usado pejorativamente para descrever regimes totalitrios, propondo que as ideologias se extinguem em um mundo modernizante. As ideologias tendem a remeter-se a metas utpicas, resoluo dos problemas da existncia humana, tendem a ser definidas em termos irrealisticamente otimistas, sejam de livre mercado ou de uma sociedade sem classes. Aqueles que argumentam que as ideologias chegaram a um fim no mundo moderno persistem na crena de que a ordem politica resultante nas naes do Terceiro Mundo no tero instituies democrticas e sero lideradas por novas elites em uma ordem totalitria.A crena no fim da ideologia influenciaram significativamente o estudo comparativo. Joseph LaPalombara criticou muitos escritores que no pareceram estar preocupados com a ideologia ou qualquer conjunto dado de valores, crenas, expectativas ou prescries sobre a sociedade alm daqueles do marxismo ou ideias fortemente sustentadas a respeito do conflito de classes. Argumentou que ao lado do marxismo h outras ideologias dignas de exame. Wright Mills confrontou essa questo afirmando que muitos cientistas sociais no esto conscientes de que seus mtodos e concepes podem ser efetivamente influenciados por Marx e que ningum que no chegue a compreender a ideia do marxismo pode ser um cientista social capacitado; assim como no o pode ser quem acredite que o marxismo contem a ultima palavra. David Apter acreditava que o estudo da ideologia mais importante do que jamais o foi. A aplicao da cincia as questes humanas est frequentemente associado com o conflito ideolgico. As antigas questes (tais como desigualdade ou o autoritarismo) continuam a ser preocupaes centrais da politica contempornea.Crena numa sociedade maniquesta onde os EUA so o bem e devem manifestar suas tradies civilizadoras entre os povos do mundo, especialmente aqueles dos pases subdesenvolvidos. Ideologia esta sustentada provavelmente pela maioria do estadunidense. As realidades da sociedade tem despertado alguns cientistas polticos para uma conscincia do embasamento mitolgico e das premissas ideolgicas que sustentam a academia. Marvin Surkin argumentou que a cincia social em geral e a ciencia politica em particular estavam tornando-se cada vez mais ideolgicas a servio das instituies dominantes da sociedade americana. O estudo do marxismo nos EUA por vezes causa ansiedade nos estudantes, por tornar insustentvel e contradizer o modo de pensar com o qual cresceram. Mark Kesselman acreditava que a cincia politica marxista fraca nos EUA porque a hegemonia capitalista tem sido bastante segura. A ideologia permeia a poltica em todos os lugares.O pensamento critico leva a criatividade, a novas ideias, a transformao de um sistema. Mesmo o fracasso pode ser transformado em um triunfo, segundo Roberto Mangabeira Unger. Um tanto da passividade devida a manipulao da mdia dominante de direita, que distorce realidades e propaga mitos. Edward Herman e Noam Chomsky afirmaram que a midia funciona tranquilamente como um sistema de propaganda autocensurado no qual os jornalistas so disciplinados para no desviarem-se da ideologia dominante. As universidades americanas falhavam em fazer questionamentos e trabalhar novas ideologias. Os governos esto aptos a manipular a informao e a encobrir, com relativa facilidade, atividades ilegais. Tanto atos da CIA que pioravam o combate as drogas como monitoramento de grupos de esquerda.

Segundo Chomski, os cientistas sociais tornaram-se uma intelectualidade tcnica interessada na estabilidade e na ordem. Renderam seu julgamento independente, negligenciaram o ensino e desfiguraram a academia. As praticas da cincia politica eram defendidas em nome do profissionalismo. Estas praticas incluam a aceitao de uma elite no representativa, a qual militava contra a democracia na profisso; a preservao somente dos pontos de vista dominantes, particularmente os polticos, bem como os metodolgicos; a filiao dos cientistas polticos a instituies que apoiavam a politica dos EUA; e a excluso sistemtica de textos de pesquisa com um vis politico em favor de textos cientficos ou acadmicos. Os campos da sociologia, antropologia, histria, letras, filosofia, psicologia, biologia e economia tiveram formao de grupos radicais para combater essa falta de democracia ideolgica. Passando logo em seguida para a comunidade cientifica, para os comits de estudos africanos, latino-americanos, asiticos e do pacifico.Supoe-se que a universidade seja neutra a respeito das principais questes da sociedade e que se dedica, primariamente, ao ensino e a pesquisa a servio da sociedade, o ensino como mercadoria, que poder ser requisitada pelo Estado. A burocratizao e alienao do conhecimento. Os esforos para estimular a criatividade e o pensamento foram minados pela direita, em ataques contra os professores por impor perspectivas politicamente corretas sobre seus estudantes. Devido ao limite de recursos, muitas universidades tornaram-se dependentes do governo federal para seus fundos de pesquisa, e em troca ofereciam seus Recursos tcnico-intelectuais. Nos anos 60, o Departamento de Defesa dos EUA chegou a financiar projetos nas universidades de Wisconsin, George Washington, Americana, Columbia, Penn State, Washington (Projeto Camelot, 1963), John Hopkins e MIT. Em 1968, o Pentagono distribuiu cerca de $ 40 milhoes para estudos no militares, somente na rea das cincias sociais. Argentina, Brasil, Chile, Peru, Uruguai, Venezuela, Japo e Sucia tiveram pesquisas financiadas em suas universidades. Os subsdios da CIA e de outros rgos governamentais, atravs de editores de Nova Iorque e Washington permitiu a publicao de centenas de outros livros favorveis as politicas e aes dos EUA. CIA e FBI tambm criavam vnculos individuais com acadmicos, muitos deles cientistas polticos, que estavam envolvidos em pesquisas no exterior, para fugir do veto presidencial.