teoria do equilíbrio a guerra interna entre os poderes

21
A TEORIA DO EQUILIBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES -

Upload: cirineu-costa

Post on 11-Jan-2017

9 views

Category:

Leadership & Management


1 download

TRANSCRIPT

A TEORIA DO EQUILI BRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES -

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 1

1. INTRODUÇÃO

O equilíbrio entre os Poderes internos de cada País e o resultado deste

equilíbrio na estabilidade interna e na sua ação no contexto internacional

dentro do jogo de poder entre as nações deve ser tratado de uma forma

especial.

O atual cenário político brasileiro nos leva a fazer uma reflexão sobre a

aplicação desta Teoria no jogo de forças atuantes no nosso País.

A luta ideológica entre capitalistas e comunistas denominada Guerra Fria fez

surgir no nosso país, o maior e o mais importante estrategicamente no Teatro

de Operações do Atlântico Sul rusgas e conflitos causados por interferências

externas nos problemas nacionais da época. Por um lado os Estados Unidos

e seus aliados procuravam manter suas áreas de influência e do outro lado a

antiga União Soviética, China e Cuba tentavam ampliar suas zonas de

atuação fomentando a tomada do poder pela força e através da revolução no

continente americano, africano e asiático. A injeção de recursos financeiros

para grupos armados, a oferta de cursos de guerrilha e métodos de combate

foram amplamente utilizados pelos países do bloco comunista objetivando a

tomada de poder em diversos países. O resultado foi a instabilidade causada

por atentados terroristas, a guerrilha urbana e rural, os sequestros de

empresários, os assaltos a bancos e os ataques a quarteis.

A luta armada pela tomada do Poder no Brasil foi deflagrada após reuniões

ocorridas sob o comando de forças da antiga União Soviética e do antigo

regime Comunista da China Nacionalista (A Internacional Socialista). Cuba,

uma cabeça de ponte comunista incrustada na América Central foi utilizada

como base para treinamento de forças de combate e formação de líderes

para uma Revolução Popular que visava implantar o regime em todos os

países latino-americanos em um confronto aberto com os Estados Unidos da

América.

No Brasil foram aliciados para este projeto de poder jovens estudantes

secundaristas e universitários, líderes camponeses, sindicalistas,

descontentes e pessoas comuns que foram doutrinadas e aceitaram a teoria

de que um Governo Ditatorial de Esquerda resolveria os problemas

econômicos, estruturais e sociais do nosso país.

2. OS FATOS HISTÓRICOS OCORRIDOS E SUAS CONSEQUENCIAS

No Brasil, em 1930, a Aliança Liberal tomou o Poder através de um golpe

militar. Washington Luiz foi deposto apesar de já ter um substituto eleito (Júlio

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 2

Prestes). Getúlio Vargas assumiu o cargo de Presidente. O golpe

denominado Revolução de 1930 instaura a ditadura e se autodenominou

"Governo Provisório".

Instalado no poder Vargas fecha o Congresso Nacional (Senado Federal e

Câmara dos Deputados), destitui as Assembleias Estaduais e Câmaras

Municipais, anula a Constituição vigente de 1891. Promove rápida

substituição de vereadores, prefeitos, governadores e deputados por

delegados de polícia e interventores militares. A censura, as perseguições

políticas, torturas, prisões e mortes passaram a fazer parte do cotidiano

brasileiro. Getúlio Vargas não era militar e no seu governo foram criados os

primeiros órgãos de repressão política (DOPS).

Em 1932 foi engendrada a Revolução Constitucionalista, encabeçada pelos

paulistas, auxiliados pelas dissidências políticas da própria Aliança Liberal

que, naquele momento, já solicitava a convocação de urna Assembleia

Nacional Constituinte para o retorno ao Estado de Direito com a promulgação

de nova Constituição. O governo provisório de Getúlio Vargas ignorou os

apelos constitucionais. Esta grande parcela do grupo político e militar que

colocou Vargas no poder revoltou-se contra a continuada "provisoriedade" do

Governo, provocando um racha dentro da Aliança Liberal e a Revolução

Constitucionalista de 32, que pode até ser encarada como uma guerra civil.

O fascismo já havia dominado a Itália em 1922 e o nazismo a Alemanha em

1933 e a Áustria em 1934. Segundo as decisões da Internacional

Comunista de 1935 as alas esquerdistas de todo o mundo deveriam

aproximar-se dos partidos democráticos de classe média e formar uma Frente

Popular para enfrentar a maré de vitorias nazifascista e direitista. Desta

forma, os Socialistas, os Comunistas (estalinistas e trotskistas), os

Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se para chegar e inverter a

tendência mundial favorável aos regimes direitistas. Aqui também nasceu a

orientação para a deflagração da Intentona Comunista de 1935, ocorrida

no Brasil.

A América Latina figurava como ente secundário diante dos propósitos da

Internacional Comunista, mas Brasil e Chile, em virtude de suas posições

estrategicamente colocadas de frente ao Atlântico e ao Pacífico, passaram a

ser vistos como países importantes para que ali se estimulasse a nova linha

política adotada pelo Movimento Comunista Internacional (MCI).

O Brasil vivia o Governo Getúlio Vargas, colocado no poder através de um

golpe de estado após o fim da política do “café-com-leite” entre São Paulo e

Minas Gerais. A proposta de modernização do país apresentada por Getúlio

viria por via autoritária, sem consultas eleitorais. Tendo em vista a deposição

do candidato proposto por São Paulo e a colocação de um governo

autoritário, os paulistas se rebelaram e promoveram a Revolução

Constitucionalista de 1932 que resultou em violentos combates e mortes de

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 3

ambos os lados. Getúlio venceu e colocou o Partido Comunista na

ilegalidade.

Em março de 1935 foi criada no Brasil a Aliança Nacional Libertadora (ANL),

presidida pelo líder comunista Luís Carlos Prestes e inspirada no modelo das

frentes populares que surgiram na Europa para impedir o avanço do nazi-

fascismo, seguindo a orientação da Internacional Comunista. A ANL

defendia propostas nacionalistas e tinha como bandeira a luta pela reforma

agrária e a implantação do regime comunista no Brasil. Os setores mais

esclarecidos da sociedade brasileira não aprovavam as atividades

desenvolvidas pelos comunistas tais como a infiltração, a propaganda e o

aliciamento. Nosso país não estava preparado para uma revolução

comunista, mas os dirigentes da Internacional Comunista não levaram tal

fato em consideração. O Komintern exigiu uma ação imediata, aproveitando

o ambiente da Guerra Civil Espanhola. O grupo chefiado por Luís Carlos

Prestes tinha a missão de implantar no Brasil uma ditadura comunista.

Moscou enviou ordens para que o PCB agisse o mais rápido possível. Luís

Carlos Prestes concordou com o desencadeamento do movimento armado

que vitimou centenas de civis e militares. O financiamento da revolução foi

bancado por Moscou e as remessas de dinheiro eram destinadas a Celestino

Paraventi, amigo de Prestes no Café Paraventi, na Rua Barão de Itapetininga,

em São Paulo.

O movimento denominado depois Intentona Comunista, deveria explodir

simultaneamente no Rio, Rio Grande do Norte e Pernambuco onde as células

comunistas estavam mais bem organizadas. O movimento começou

antecipadamente, por erro interno, no dia 23 de novembro de 1935 na cidade

de Natal. Em Pernambuco, o movimento teve início dia 24 de novembro, pela

manhã, quando um sargento, comandando um grupo de civis, invadiu a

Cadeia Pública e roubou o armamento dos policiais. Esse foi o mais

sangrento de todos os levantes da Intentona Comunista sendo o número de

vítimas estimado em torno de 720 pessoas só em Recife.

Em 26 de novembro, o presidente Vargas, ciente da gravidade da situação,

decretou o estado de sítio em todo o País, após autorização do Congresso

Nacional. No Rio de Janeiro o movimento eclodiu no dia 27 de novembro às

duas horas da madrugada na Escola de Aviação no Campo dos Afonsos. No

Rio de Janeiro, o 3º Regimento de Infantaria (3ºRI) da Praia Vermelha

possuía uma forte célula comunista entre os oficiais e praças da unidade e, às

duas horas da manhã os amotinados começaram a agir. O tiroteio foi intenso

e muitos militares foram mortos ainda dormindo. Às 13 horas do mesmo dia

os amotinados se renderam. Derrotados, mudaram o estilo, a técnica e a

forma de atuar, mas não se afastaram do desejo de implantar no Brasil um

governo marxista-leninista.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 4

O fim da II Guerra Mundial com a rendição dos países do Eixo na Europa e

com a rendição do Japão após ser vitimado por duas Bombas Atômicas

(armamento usado pela primeira vez numa guerra) não trouxe o fim da

tragédia. Havia aproximadamente 20 milhões de pessoas deslocadas de suas

origens e demandavam questões de repatriamento. A economia da Europa

estava arrasada e os países de Leste Europeu que se livraram do domínio

alemão ficaram sob o domínio de regimes totalitários de esquerda, dominados

pela Rússia.

O Mundo se transforma numa esfera bipolar entre Estados Unidos de um

lado e a União Soviética do outro lado.

Nasceram dois países: República Federal da Alemanha (Ocidental) e a

República Democrática Alemã (Leste). Nascia a Guerra Fria.

Guerra Fria foi a denominação dada ao período histórico de disputas entre os

Estados Unidos e a União Soviética a partir do fim da Segunda Guerra

Mundial, em 1945 até a extinção da União Soviética em 1991.

A Guerra Fria teve um viés político, militar, tecnológico, econômico, social e

ideológico entre as duas nações. Foi denominada Fria pelo fato de não ter

havido um confronto direto de tropas, pois era inviável a vitória de uma das

partes em um conflito nuclear. A corrida armamentista foi um dos maiores

objetivos da primeira metade da Guerra Fria.

O confronto ideológico não podia ser resolvido pela via tradicional da guerra

aberta e direta. Então as duas nações passaram a disputar influência política,

econômica e ideológica em todo o mundo. A Guerra Fria teve fim com a ruína

do mundo socialista, uma vez que a URSS estava destruída economicamente

devido aos gastos com armamentos e com a queda do Muro de Berlim em

1989.

São símbolos da Guerra Fria: o Muro de Berlim que dividiu a cidade em duas,

a divisão da Alemanha em dois países, a criação da OTAN - Organização do

Tratado do Atlântico Norte, a criação do Pacto de Varsóvia pela URSS,

unindo forças da Europa Oriental.

Foi consequência da Guerra Fria: a divisão da Coreia, Guerra do Vietnã e

Guerra do Afeganistão.

A Guerra Fria teve também subprodutos e destes podemos destacar:

A Revolução Cubana - embora Cuba tenha se tornado independente em

1902, a ilha sempre ficou sob o domínio econômico dos Estados Unidos. A

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 5

ditadura de Fulgêncio Batista foi apoiada pelos americanos em 1952. Em

1959 a capital Havana caiu sob o domínio da guerrilha de Fidel e Che

Guevara, tendo sido instalado um governo revolucionário. Houve ampla

nacionalização de empresas dos Estados Unidos instaladas em Cuba. Em

represália os EUA decretam em 1962 o bloqueio comercial (que ainda está

vigente). Fidel aproximou-se do eixo URSS-China e transformou Cuba no

único país socialista da América e um centro de treinamento para a

disseminação da guerrilha de esquerda nos países latino-americanos (um dos

objetivos da Guerra Fria). Fidel Castro, por problemas de saúde, transferiu

seu poder para o irmão Raul Castro que iniciou reformas tímidas para evitar o

colapso total da economia cubana. Com a morte de Fidel em 2016 espera-se

que as reformas econômicas se acelerem na ilha para que seja possível um

desenvolvimento social com melhorias para a população.

O Movimento Guerrilheiro Boliviano - teve a participação direta de

combatentes estrangeiros vindos de Cuba e da Rússia. Por sua parceria

política e ideológica com URSS e China, Cuba era o principal foco de temores

dos Governos da América do Sul. Líder da Revolução Cubana, o argentino

Che Guevara participou ativamente da guerrilha na Bolívia utilizando o

codinome de Ramón. Sua participação foi confirmada em agosto de 1967 e

ele seria morto pelas forças bolivianas dois meses depois.

A Guerrilha de Esquerda Argentina - Enrique Gorriarán Merlo é considerado

um dos maiores terroristas do continente. Hoje, cumprindo prisão perpetua

em Buenos Aires, ele diz que o caminho é a democracia, contrariamente à

ditadura de esquerda que defendia. Ele responde pelo ataque ao quartel de

La Tablada, em janeiro de 1989, durante o mandato de Raúl Alfonsín, o

primeiro presidente eleito no país depois do regime militar (1976-1983).

O Movimento Tupamaro no Uruguai - o nome veio de Tupac Amaru III, um

cacique peruano, líder de um confronto contra os espanhóis no século XVIII.

O fundador do Movimento de Liberação Nacional - Tupamaros (MLN-T) foi

Raul Sendic, advogado, revolucionário guerrilheiro e político do Uruguai. Os

integrantes dos Tupamaros eram na sua maioria universitários, técnicos e

profissionais liberais. Com o restabelecimento da democracia em 1985,

alguns representantes dos Tupamaros voltam a assumir cargos políticos. Em

2004, José Mujica e Nora Castro, dois antigos representantes do grupo, foram

eleitos à presidência das duas Câmaras do Congresso. Cinco anos depois,

José Mujica foi eleito presidente do Uruguai. Não havendo ambiente político e

social para a implantação de uma ditadura de esquerda no Uruguai, não

houve outra saída para os Tupamaros do que continuar com o regime

democrático, para o qual não tiveram nenhuma formação.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 6

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia–Exército do Povo

conhecidas como FARC ou FARC-EP é uma organização de inspiração

comunista, autoproclamada guerrilha revolucionária marxista-leninista, que

opera mediante táticas de guerrilha. Lutam pela implantação do socialismo na

Colômbia e defende o direito dos presos colombianos e é um dos

fornecedores de cocaína para o mercado mundial, sua principal fonte de

renda. O Governo atual e a guerrilha assinaram um acordo de paz e espera-

se que o país passe a ter finalmente uma paz na sua área rural e o fim dos

atentados e sequestros que sempre comoveram o povo colombiano.

Apesar de não ser membro do Foro de São Paulo, que congrega partidos de

esquerda da América Latina, as FARC já estiveram presentes em suas

reuniões. O encontro do Foro de São Paulo em La Paz no dia 29 de agosto

de 2014 gerou uma declaração final da qual transcrevemos um trecho:

“Convocamos a todas y todos a la batalla que constituyen las próximas

elecciones presidenciales en Bolivia, Brasil y Uruguay en el mes de octubre

de este año, respaldando y apoyando las respectivas fórmulas electorales de

Evo Morales Ayma y Álvaro García Linera, Dilma Rousseff y Michel Temer y

Tabaré Vázquez y Raúl Sendic. En estas elecciones la disputa es

nuevamente intensa entre izquierda y derecha, y los medios siguen

cumpliendo el papel de principales “partidos de oposición”. Nuestra victoria es

vital para la continuación del proceso de transformaciones económicas,

sociales y políticas en la región latinoamericana y caribenha”.

No Brasil, o retorno das tropas ao país após o término da II Guerra Mundial

trouxe um ambiente de desconforto tendo em vista que as mesmas tinham ido

ao continente europeu lutar contra forças nazifascistas e o país encontrava-se

sob o comando de um regime forte chefiado por Getúlio Vargas. O golpe de

estado foi inevitável e José Linhares, então Presidente do Supremo Tribunal

Federal foi convocado pelas Forças Armadas para exercer a Presidência da

República tendo em vista a deposição do titular Getúlio Vargas. Tomou posse

em 29 de outubro de 1945 no Gabinete do Ministro da Guerra, General Góis

Monteiro e ficou no cargo até 1946. No período seguinte foi eleito Eurico

Gaspar Dutra que governou de 31.01.1946 a 31.01.1951. Getúlio Vargas volta

ao poder, agora eleito pelo voto popular. Toma posse em 31.01.1951, no

Congresso Nacional, em sessão presidida pelo Senhor Fernando de Melo

Viana e suicida-se em 24 de agosto de 1954.

Com a morte de Getúlio tomou posse o seu vice, Café Filho que permaneceu

até 11.11.1955. Finalmente Juscelino Kubitschek de Oliveira foi eleito pelo

voto direto, assumiu o cargo e governou no período de 31.01.1956 a

31.01.1961. Jânio da Silva Quadros sucedeu Juscelino e tomou posse em

31.01.1961, tendo encaminhado pedido de renúncia em 25.08.1961 que foi

aceita pelo Congresso Nacional. O Presidente da Câmara dos Deputados,

Ranieri Mazzilli, assume o poder, como substituto legal, no dia 26.08.1961, no

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 7

Palácio do Planalto tendo em vista que o vice-presidente encontrava-se em

visita à República Popular da China. Segue o país em um período conturbado

com greves e revoltas militares que culminou com o Movimento

Revolucionário de 1964.

O Movimento de 1964 foi construído lentamente a partir de uma base formada

a partir da crescente ameaça de uma revolução comunista prestes a eclodir

no país. Para a construção dessa mentalidade do comunismo os jornais

exerceram um importante papel. Havia uma constante mobilização de

posseiros e campos de treinamento organizados pelas recém-formadas Ligas

Camponesas. O clima de Guerra Fria contribuiu para a construção histórica

do comunismo como um movimento que visava a anarquia, a desordem, a

negação de valores cristãos e o fim do instituto da propriedade privada. As

constantes matérias publicadas nos jornais davam e entender que se não

houvesse uma ação rápida para conter os comunistas a revolução seria uma

questão de tempo. A imprensa muitas vezes supervalorizava atuação dos

movimentos socialista e de esquerda no Brasil, atemorizando a sociedade.

As importantes mobilizações dos comunistas e dos movimentos de esquerda

no Brasil deram-se através das Ligas Camponesas com um projeto

assumidamente socialista e inclusive com ações concretas em prol da

revolução inclusive com a organização de campos de treinamento de

guerrilheiros nas regiões rurais.

A instabilidade política no nosso país vinha desde o suicídio de Getúlio

Vargas e da posse de Juscelino Kubistchek, que só assumiu a presidência

devido ao esforço de militares liderados pelo general Henrique Teixeira Lott.

O presidente Jânio Quadros em um trecho da sua carta de renúncia

escreveu: “Saio com um agradecimento e um apelo. O agradecimento é pelos

companheiros que comigo lutaram e me sustentaram, dentro e fora do

governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em

todos os instantes, proclamo nesta oportunidade.” Os rumores sobre a ligação

do seu vice-presidente João Goulart com o comunismo foram aumentando e

a possibilidade de um golpe de Estado que viesse impedir a posse do Vice

passou a ser mais forte. Argumentava-se ele agia teleguiado pelos interesses

de Moscou e de Pequim. Durante esse período o país viveu uma grande

instabilidade, pois não faltavam grupos políticos que defendessem a ditadura

de direita para conter o comunismo personificado na figura de João Goulart. A

grande imprensa ligada a esses grupos começaram a fomentar a

necessidade histórica de um golpe de Estado para colocar ordem à situação

política do país. Essa posição foi adotada pelo jornal “O Estado de São Paulo”

que publicou vários editoriais pregando abertamente o golpe. Seria melhor

para o Brasil ficar sob um governo forte de direita do que correr o risco de

uma ditadura de esquerda.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 8

Na madrugada do dia 13 se setembro de 1963 ocorreu em Brasília uma

revolta de sargentos da Marinha e Aeronáutica que tomaram as instalações

das corporações e os aeroportos civil e militar de Brasília. A Revolta foi

debelada no dia com a intervenção de forças do Exército.

No dia 13 de Março de 1964 foi marcado um comício do Presidente João

Goulart na Central do Brasil – RJ. Neste ato discursaram várias pessoas,

entre elas José Serra, à época Presidente da UNE, que atacou os

“reacionários” e os “gorilas da direita”. Na ocasião, Jango assinou dois

decretos baseado na Constituição de 1946. O primeiro deles era simbólico e

consistia na desapropriação das refinarias de petróleo que ainda não estavam

nas mãos da Petrobrás e o segundo foi denominado decreto da

SUPRA (Superintendência da Reforma Agrária) onde declarava sujeitas a

desapropriação propriedades subutilizadas, especificando a localização e a

dimensão das que estariam sujeitas à medida. O presidente revelou também

que estava em preparo a reforma urbana. A classe média estava temerosa de

perder seus imóveis para os inquilinos. Outras propostas a serem

encaminhadas ao Congresso previam mudanças nos impostos, concessão de

voto aos analfabetos e aos quadros inferiores das Forças Armadas. A notícia

no “O Estado de São Paulo” do dia 14 de Março de 1964 era: Foi farto o

material subversivo no Comício... As faixas e cartazes que se viam na

assistência diziam que cunhado não é parente, Brizola para Presidente ou

então que as reformas de Jango seriam garantidas a bala.

No dia 19 de Março de 1964 aconteceu em São Paulo a denominada Marcha

em nome de Deus e em Prol da Liberdade com mais de meio milhão de

pessoas. O Movimento teve repercussão também em Minas Gerais. O Gen

Amaury Kruel, comandante do II Exército em nota publicada no dia 01 de abril

disse: O intenso trabalho do Partido Comunista no seio do Exército, Marinha e

Aeronáutica, desenvolvido principalmente no círculo das praças e objetivando

induzi-las à indisciplina, traz em seu bojo um principio de divisão de forças e

reflete enfraquecimento do seu poder reparador, na garantia das instituições.

Os governadores Leonel Brizola do Rio Grande do Sul e Mauro Borges

Teixeira de Goiás conduziram a Frente de Libertação Nacional para mobilizar

forças contra uma possível ofensiva da direita conservadora capitaneada,

sobretudo pela União Democrática Nacional (UDN), que tinha como principal

personagem dessa conspiração, o governador do Estado da Guanabara,

Carlos Lacerda.

Em Goiás o governador preparou a população civil para uma resistência

armada na tentativa de conter o iminente golpe de Estado. A esquerda

organizada tecia severas críticas à UDN e seus aliados por estarem tentando

um golpe de Estado para impedir a posse de João Goulart. No Manifesto à

Nação, documento lançado pelo chefe do executivo goiano, ele argumenta

que pela Constituição em vigor no país qualquer ação conduzida no sentido

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 9

de impedir a posse do vice-presidente João Goulart seria espúria e caberia ao

povo lutar contra ela: “Se os ministros militares ultrapassarem as raias da

legalidade, em que legitimaram suas determinações, estará os subordinados

exonerados do dever de obediência, pois a ordem legal difere da

inconsciência. Se a vontade do povo não for respeitada, se tentarem mistificá-

la e em seu nome ousarem lançar o País na degradação de uma ditadura,

sob a alegação já desmoralizada e a que falta de mérito da originalidade, só

nos resta um caminho fazer o apelo dos grandes momentos e das grandes

crises: a resistência legalista, democrática e patriótica”.

A descoberta dos campos de treinamento guerrilheiro das Ligas

Camponesas no nordeste de Goiás, na cidade de Dianópolis, foi outro evento

que serviu para promover um alarde da atuação dos comunistas no Brasil e

indicavam a real iminência de uma tentativa de levar a cabo uma revolução

socialista, pois o objetivo deste e dos outros campos de treinamento

guerrilheiros idealizado pelas Ligas em outras regiões do Brasil era a

preparação para uma possível tomada do poder, partindo principalmente da

experiência da revolução cubana. Outro fator que agravou a polêmica em

torno da descoberta dos campos de treinamento, foi à descoberta da

participação direta de Cuba, patrocinando em dinheiro o movimento para

que pudessem comprar armas, munição e fornecer treinamento de guerrilha

para membros das Ligas Camponesas que por diversas vezes foram a

Cuba, no intuito de conhecer melhor sua realidade, o que empolgou os

membros desse movimento, pois a realidade em Cuba e o processo

revolucionário neste país tinham algumas semelhanças com a luta dos

camponeses do Brasil: economia agrário-exportadora baseada no latifúndio,

monocultura e relações de trabalho pré-capitalistas no campo.

A ALN - Ação Libertadora Nacional, organização criada por Carlos Marighela

para combater, com armas, o regime militar e implantar uma ditadura de

esquerda foi a organização terrorista que mais desenvolveu ações de

guerrilha urbana e rural. Carlos Eugênio Paz, o Clemente, membro da cúpula

da ALN, em entrevista na Globonews disse que participou de uma decisão

“colegiada”, uma ação para eliminar com companheiro de lutas. A execução

foi feita a tiros no dia 23 de março de 1971 nos Jardins, em São Paulo. O

assassinado fazia parte da cúpula do movimento e, pela quantidade de

informações que tinha e pelo fato de que estava abandonando companheiros

à própria sorte em combates, colocava o movimento em perigo. Márcio Leite

de Toledo, ex-estudante de sociologia, vinte e seis anos de idade, tinha sido

enviado a Cuba para treinar guerrilha. Voltou clandestino ao Brasil. A volta

coincidiu com a morte de dirigentes da ALN, capturados pelos órgãos de

segurança. Márcio se tornou, então, uma espécie de dissidente dentro da

organização e foi assassinado.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 10

Continuando a entrevista, Carlos Eugenio detalha outra decisão extrema

tomada pela ALN: a execução do empresário Henning Albert Boilesen, morto

a tiros no dia 15 de abril de 1971 em São Paulo. Boilesen foi condenado por

um “tribunal revolucionário” da ALN por ter supostamente financiado a

Operação Bandeirante (OBAN), organização criada pelo II Exército em São

Paulo para centralizar o combate à luta armada. Eugênio apertou o gatilho.

Carlos Eugênio Paz (Clemente) assumiu publicamente mais um assassinato.

Perguntou depois pelos amigos desaparecidos e disse: “Evidentemente,

mataram. Mas por que mataram? Onde mataram? Quem matou? Onde está?

Isso nos importa. Porque os livros de História precisam ter estas lacunas

preenchidas. Você não pode entrar na História, causar tudo o que

causamos e, depois, não querer assumir as coisas. Eu assumo!”.

O Movimento Revolucionário de 1964 implantou um Governo Militar

bipartidário e não um sistema de Governo de um partido só como PC

Soviético, o PC Chinês ou o PC Cubano, mas não o conseguiu por muito

tempo e teve que combater partidos e organizações colocadas na

clandestinidade e que partiram para a luta armada. Podemos citar o PCB, o

PC do B, a Ação Popular (AP), a Vanguarda Armada Revolucionária -

Palmares (VAR - Palmares), o MR-8 e a Ação Libertadora Nacional (ALN).

O Governo Militar cometeu erros e acertos de um Movimento que nasceu da

necessidade, à época, de uma maioria expressiva da sociedade brasileira que

temia um golpe da esquerda marxista-leninista. Pode-se chamar de poder da

burguesia, mas era a maioria e a democracia pressupõe a vontade da

maioria. As Forças Armadas não poderiam deixar que a maioria da

população, contrária a um governo marxista, fosse a ele sujeitada por força

das armas. Para os militares talvez tivesse sido até melhor apoiar uma

revolução da esquerda, pois, em todos os países onde impera a ditadura

marxista-leninista os militares possuíram e ainda possuem papel de

destaque e não estariam na situação de penúria que hoje se encontram.

O Movimento Revolucionário de 1964, hoje denominado Golpe Militar,

terminou com a desordem hierárquica que havia sido implantada pela

esquerda dentro dos quarteis e evitou a instalação de um regime comunista

no país. Implantou uma austeridade fiscal e criou instituições financeiras e de

crédito (Banco Central e BNDES) que até hoje são pilares da nossa

economia. O Governo Militar criou o Sistema Financeiro de Habitação e o

Banco nacional da Habitação que propiciou a oportunidade a muitos

brasileiros de possuir sua casa própria, o sistema PIS-PASEP para dar aos

trabalhadores um rendimento anual a mais, o Estatuto da Terra e a Lei do

Inquilinato disciplinando a relação entre locador e locatário.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 11

O Brasil sofreu um colapso com os choques do petróleo- 1973 e 1979. A

crise mundial do petróleo de 1973, quando a OPEP aumentou

deliberadamente o preço do petróleo e atingiu o governo Geisel de surpresa,

obrigando-o a medidas que visavam a diminuição do consumo de

combustíveis. A crise do petróleo foi desencadeada num processo de

nacionalizações da produção de petróleo e de uma série de conflitos

envolvendo os produtores árabes da OPEP, como a guerra dos Seis Dias

(1967), a guerra do Yom Kipur (1973), a revolução islâmica no Irã (1979) e a

guerra Irã-Iraque (a partir de 1980), além de uma excessiva especulação

financeira. Além do mais havia o contexto da Guerra Fria onde os Russos

influenciavam de maneira forte os governos árabes. Foi decretado o

racionamento de combustíveis e imposto o limite de velocidade de 80 Km/h

nas rodovias. Buscou-se o aumento da prospecção de petróleo através dos

contratos de risco e a busca de fontes alternativas de energia, surgindo o

Programa Nacional do Álcool (Proálcool) sendo o ETANOL hoje nosso

combustível alternativo e exemplo para o resto do mundo. O choque do

petróleo provocou uma retração no mercado financeiro internacional, com

consequências negativas para países em desenvolvimento como o Brasil,

gerou aumento dos juros da dívida externa, períodos com queda do PIB e

expressivo aumento da inflação. O segundo choque ocorreu em 1979,

durante o governo Figueiredo, desacelerando o crescimento e gerando um

quadro recessivo que marcou o período 1981-1983 com uma espiral

inflacionária descontrolada.

Na área da repressão, devido a opção feita pelas esquerdas de engendrar

uma luta armada e pela atuação na clandestinidade com a frequente

utilização de assaltos, assassinatos e sequestros o Estado foi forçado a criar

um aparato baseado nas polícias civil e militar e nos órgãos de informação

das Forças Armadas para o combate, principalmente, da guerrilha urbana.

Após o período de 1968 a 1972 os focos de guerrilha urbana foram perdendo

sua força até serem extintos e a guerrilha rural, principalmente em Xambioá-

Pará foi neutralizada em 1974. O Governo não pode eximir-se de erros

cometidos por seus agentes. Não podemos eximir responsabilidades ou

minimizar erros cometidos, porque erros foram cometidos de ambas as

partes.

A proposta do Presidente Figueiredo de fazer uma transição pacífica do Poder

foi mantida, apesar de muitas forças se oporem ao processo e ao intenso

movimento popular pelas DIRETAS JÁ. Foi mantida a eleição indireta para

Presidente e ao pleito concorreu Paulo Maluf pela situação e Tancredo

Neves pela oposição. Tancredo Neves venceu. Faleceu antes de tomar

posse e assumiu o cargo o seu vice, José Sarney dissidente da ARENA.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 12

Com a aprovação da Lei de Anistia muitos militantes de esquerda retornaram

ao país e retomaram suas atividades econômicas e políticas. A vida partidária

brasileira se diversificou e foram criados dezenas de partidos, muitos deles

com baixa representação popular. Os ativistas de esquerda, agora anistiados,

filiaram-se aos partidos e passaram a ter uma atividade política legal.

O primeiro presidente eleito por votação direta para suceder José Sarney foi

Fernando Collor de Melo que foi alvo de um processo de impedimento e

retirado do poder. Foi condenado e perdeu seus direitos políticos. Atualmente

é um senador da república.

Com a saída de Collor assumiu seu vice Itamar Franco que teve a tarefa de

enfrentar uma economia hiperinflacionada. Foi lançado o Plano Real, um

programa com amplas medidas econômicas. Tinha como objetivo principal o

controle da hiperinflação que assolava o país. Utilizou-se de diversos

instrumentos econômicos e políticos para a redução da inflação que chegou a

46,58% ao mês em junho de 1994. A idealização do projeto, a elaboração das

medidas do governo e a execução das reformas econômica e monetária

contaram com a contribuição de vários economistas, reunidos pelo

então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.

Fernando Henrique foi eleito Presidente e conseguiu modificar a Constituição

para permitir a sua reeleição. A bandeira do PSDB de socialdemocracia

colocava-o como um governo de centro-esquerda mas o PT, coligado com

outras correntes de extrema esquerda não desistiu da conquista do Poder,

conseguindo, após o segundo mandato de Fernando Henrique, eleger Lula,

um sindicalista e presidente do partido PT como Presidente do Brasil e já com

o caminho arrumado para 8 anos de mandato devido a modificação

constitucional realizada pelo seu antecessor.

A tomada de poder pela extrema esquerda liderada pelo PT promoveu um

reaparelhamento de todas as Instituições Públicas Federais, além das

Estaduais e Municipais também fossem comandadas pelo PT ou seus

coligados. Governadores e Prefeitos destes Partidos são obrigados a oferecer

ao Partido uma cota de vagas institucionais para abrigar os correligionários

que estão desempregados devido a mudança de Governadores e/ou Prefeitos

de outros partidos que postulam outra filosofia de trabalho.

Com o PT no Governo e com a divisão dos Ministérios, órgãos estatais,

empresas públicas e de economia mista, fundos de pensão, institutos e

fundações, bancos públicos e outras instituições entre os correligionários sem

o devido cuidado de verificar se os ocupantes dos cargos tinham competência

para ocupa-los, foi aberto um amplo campo para a prática de corrupção e

desvio de dinheiro público que tem gerado enormes prejuízos ao nosso País.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 13

Nós, os brasileiros comuns, estamos envergonhados perante o mundo. Onde

quer que um brasileiro vá ele é questionado sobre como é possível

institucionalmente um grupo político solapar o país sem que nenhum outro

poder legalmente constituído tomasse providências para apurar e punir os

responsáveis.

Tivemos quase todo o Ministério do Presidente Lula envolvido em casos de

corrupção. O famoso Valérioduto do Mensalão que irrigou as contas do PT e

de seus correligionários, o processo e a condenação levada a cabo pelo

Ministro do Supremo Joaquim Barbosa que enfrentou com valentia todas as

forças que queriam jogar panos quentes e jogar para debaixo do tapete toda

a bandalheira realizada. Sofreu tanta pressão que foi obrigado a aposentar-se

precocemente.

José Dirceu ex-ministro da Casa Civil do primeiro mandato do governo de

Luiz Inácio Lula da Silva, apontado como o comandante do mensalão, foi

condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa pela compra de votos

de parlamentares. Aos 19 anos por ocasião da Revolução de 1964, era

estudante secundarista na cidade de São Paulo e já participava do

movimento estudantil, filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). José

Dirceu era mais conhecido como "Daniel" e foi preso em 12 Out 68 durante a

realização do 30º Congresso da UNE. Em 05 Set 69, menos de um ano após

sua prisão, foi um dos 15 militantes comunistas banidos para o México, em

troca da vida do embaixador dos EUA, que havia sido sequestrado no dia

anterior, no Rio de Janeiro, pela ALN e pelo MR-8. Com o falso nome de

"Carlos Henrique Gouveia de Mello", José Dirceu radicou-se em Cruzeiro

d'Oeste, no Paraná, onde se casou. Sua família só foi conhecer sua

verdadeira identidade muito tempo depois.

José Genoíno, ex-presidente do PT foi condenado por formação de quadrilha

e corrupção ativa pela compra de votos de parlamentares. Em 1968, aos 22

anos, ingressa no Partido Comunista do Brasil (PC do B) e em 1970 estava

no interior do Pará participando da Guerrilha do Araguaia, na região de

Xambioá, numa das principais ações de guerrilha rural já realizada no nosso

país. José Genoíno utilizava o codinome de "Geraldo" durante as operações.

Genoíno tem um irmão chamado José Nobre Guimarães, deputado federal

cearense mais votado em 2006 que ganhou notoriedade nacional quando um

de seus assessores, José Adalberto Vieira da Silva foi preso em 2005 ao

tentar embarcar em um voo de São Paulo para Fortaleza com R$ 200 mil em

uma mala e US$ 100 mil escondidos na cueca.

Delúbio Soares, antes de ser o tesoureiro do PT, foi também sindicalista e

tesoureiro nacional da CUT. Foi coordenador das campanhas presidenciais

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 14

de Luiz Inácio Lula da Silva em 1989 e 1998. Passou a ser o tesoureiro do PT

em 2000. Foi condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa pela

compra de votos de parlamentares.

João Paulo Cunha, deputado federal (PT-SP) foi condenado por corrupção

passiva, lavagem de dinheiro e peculato (uso de cargo público para prática de

desvios). Sua esposa sacou R$ 50 mil na agência do Banco Rural, dinheiro

que foi pago como propina pelo empresário Marcos Valério (Valérioduto,

Mensalão do PT). Por conta da condenação, o deputado desistiu da sua

candidatura à Prefeitura de Osasco (Grande São Paulo).

Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado por

peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado de ter

desviado recursos de um contrato entre a agência de Marcos Valério e o

banco no montante de R$ 2,9 milhões. Ele teria recebido R$ 326 mil para

beneficiar os publicitários. Além de ex-diretor do BB, Pizzolato é petista desde

a década de 80. Fugiu para a Itália utilizando documentos do seu irmão

falecido e o processo de extradição está em andamento.

Roberto Jefferson, deputado cassado (PTB-RJ) foi o delator inicial do

mensalão, o deputado cassado e atual presidente licenciado do PTB foi

condenado no STF por corrupção passiva. Em fevereiro de 2003 o PTB

elegeu-o o presidente nacional, cargo que ocupou até 17 de junho de 2005,

quando pediu para ser afastado temporariamente porque estava sendo

acusado de envolvimento em irregularidades praticadas na Empresa

Brasileira de Correios e Telégrafos. Recebeu dinheiro para apoiar o governo

do PT. Afirmou na justiça que o valor total do acordo entre PTB e PT era de

R$ 20 milhões, mas que apenas R$ 4,5 milhões foram repassados pelo PT ao

seu partido (dinheiro vindo do Valérioduto).

Valdemar Costa Neto, Deputado Federal (PL-SP) era presidente do PL (atual

PR) e líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados. Foi condenado

por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Recebeu R$ 8,8 milhões para

votar a favor de matérias do interesse do governo federal. Costa Neto e o PL

receberam R$ 10,8 milhões das empresas de Valério (Valérioduto). Recebeu

pena de 7 anos e 10 meses de prisão, além de multa no valor de 1,6 milhão

de reais.

Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (atual PR) foi condenado por corrupção

passiva e lavagem de dinheiro. Foi beneficiado por esquema entre o Banco

Rural e a empresa SMP&B, de Valério. Junto com Valdemar Costa Neto teria

recebido cerca de R$ 11 milhões de propina.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 15

Pedro Corrêa, deputado cassado (PP-PE) foi condenado por corrupção

passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Recebeu, junto com

outros parlamentares, R$ 2,9 milhões para votar a favor de matérias do

interesse do governo federal durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula

da Silva.

João Cláudio Genú, ex-assessor do PP na Câmara Federal foi condenado

por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Foi

beneficiado pelo esquema entre o Banco Rural e a empresa SMP&B, de

Valério. Intermediava pagamentos a deputados do PP. Teria recebido cerca

de R$ 4 milhões de propina.

José Borba, ex-deputado (ex-PMDB-PR) foi condenado por corrupção

passiva. Ele se desfiliou do partido em 2007 e hoje é prefeito de Jandaia do

Sul (PR), pelo PP. Na época, teria sido beneficiado pelo esquema entre o

Banco Rural e a empresa SMP&B e recebido R$ 200 mil para votar a favor de

matérias do interesse do governo.

Romeu Queiroz, ex-deputado (PTB-MG) foi condenado por corrupção

passiva e lavagem de dinheiro. Viabilizou o pagamento de R$ 4,5 milhões

para Roberto Jefferson votar a favor de matérias do interesse do governo

Lula. Teria recebido, em proveito próprio, quantia de R$ 102 mil.

Carlos Alberto Rodrigues, ex-deputado (PL-RJ) conhecido na época do

mensalão como Bispo Rodrigues foi condenado por corrupção passiva e

lavagem de dinheiro. Ele recebeu R$ 150 mil para votar em reformas de

interesse do governo federal.

Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB foi condenado por corrupção

passiva e lavagem de dinheiro.

Pedro Henry (PP-MT) deputado federal foi condenado pelo Supremo por

corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Recebeu junto com outros

parlamentares, R$ 2,9 milhões para votar a favor de matérias do interesse do

governo federal.

Quando analisamos fatos tão chocantes ocorridos entre os líderes políticos

dos governos recentes vemos que ficamos à mercê de um bando de

criminosos que tinham como objetivo único assaltar os recursos públicos para

financiar seus objetivos de perpetuação no poder e enriquecimento pessoal.

Às vezes o desequilíbrio das forças é procurado pelos agentes gestores do

macro ambiente estratégico visando o aniquilamento do sistema existente e o

surgimento de um novo sistema, com novas forças, novos agentes e novas

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 16

regras. É a via revolucionária por meio legal, como tem ocorrido na

Venezuela, promulgando um Bolivarianismo que simplesmente irá dividir

pobreza entre sua população.

Dentro do círculo político de uma Nação temos os Poderes Legislativo,

Executivo e Judiciário. Para que o Sistema de Poderes funcione é necessário

que o equilíbrio de forças exista e que o campo abrangencial de cada um seja

preservado mesmo que haja sobreposição em menor ou maior grau,

dependendo do sistema político-administrativo que a Nação adote.

O Poder Político (Legislativo-Executivo-Judiciário), o Poder Econômico e o

Poder Militar são os mais importantes e guardam um inter-relacionamento

estreito e de difícil detecção. Quando um dos Poderes tenta deliberadamente

enfraquecer os outros para se sobrepor e comandar solitariamente os

destinos de um país ficamos à frente de um Golpe de Estado. O Grupo

Dominante que governa o País deve, obrigatoriamente, que submeter-se ao

controle externo para garantir a lisura de seus atos e direcionar suas ações

concordantemente aos desejos de desenvolvimento e progresso de sua

população.

3. O DESEQUILÍBRIO DOS PODERES NO BRASIL

O tabuleiro de Forças existentes no jogo do Poder é complexo e envolve:

-Partidos políticos (Instituições Políticas), os políticos (pessoas físicas),

-Câmara dos Deputados (Poder Legislativo),

-Senado Federal (Poder Legislativo),

-Congresso Nacional (Poder Legislativo - age diferente quando as decisões

são conjuntas),

-Poder Judiciário (Instituição) com todas as suas ramificações e instâncias, os

membros do judiciário (pessoas físicas), o Ministério Público,

-Poder Executivo (Presidente, Vice e Ministérios) e seus membros (pessoas

físicas),

-Poder Econômico (Empresas e empresários),

-Poder Militar (que fica em stand-by),

-Poder Popular (pessoas físicas contribuintes em geral) que quando entra em

ação geralmente é devido ao fato de que o sistema normal entrou em

colapso.

A verdade é que as forças existem e digladiam entre si à procura de uma

oportunidade para manter o comandamento sobre a resultante final das

forças nacionais. Qual será a resultante final da intrigada equação de poder

existente dentro de do nosso País?

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 17

Quando analisamos as Nações dentro de um contexto de paz mundial

podemos inferir sobre a importância do equilíbrio interno de cada uma, pois,

uma Nação onde todas as forças políticas, econômicas e militares estão em

equilíbrio consegue alcançar a prosperidade econômica a uma velocidade

maior, tem uma sociedade mais igualitária e um padrão de IDH mais elevado.

Nosso país possui um regime presidencialista. O Presidente representa

politicamente a nação e é o chefe do Poder Executivo. O Poder Legislativo

com deputados e senadores e o Poder Judiciário com todas as suas Cortes

complementam o Triângulo do Poder. Estes três poderes representam o

Poder do Estado, mas existe um quarto poder, o Poder Militar, representado

pelas forças navais, terrestres e aéreas. Este quarto Poder também faz parte

do tabuleiro político de qualquer Nação e é ferramenta indispensável para que

qualquer Nação tenha voz na Comunidade Internacional.

Quando ocorre desequilíbrio entre os Poderes aparecem distorções que

levam a nação inteira ao nível mais baixo de desenvolvimento ou ao não

reconhecimento internacional. É comum a pujança exagerada do Poder

Executivo que tende a anular os poderes Legislativo e Judiciário, nascendo

então os Ditadores e os Caudilhos.

Se o Poder Legislativo tem mais força ele se torna uma trava nas decisões

governamentais e aprovação de qualquer assunto na Casa passa a acontecer

apenas após exaustivas negociações ou negociatas que trazem prejuízos

para a Nação que nunca mais serão recuperados.

Da mesma forma se é o Poder Judiciário que desponta, o sistema passa a

viver o dilema da judicialização de todas as questões nacionais. O Poder

Judiciário passa a decidir sempre contra o Sistema ou não muito raro deixa

de decidir, colocando os outros poderes reféns do Judiciário. Neste caso

grandes decisões ou grandes projetos deixam de ser concretizados ou então

grandes prejuízos financeiros ou materiais são imputados ao País devido ao

fato de faltar chancela judicial para assuntos de extrema relevância nacional.

Depois que o PT assumiu a chefia do Poder Executivo, membros da extrema

esquerda assumiram cargos do primeiro escalão do governo e passaram a

ser responsáveis por decisões estratégicas para o Brasil. A maioria das

decisões tiveram sempre o viés doutrinário de esquerda e não levou em conta

os interesses prioritários do país.

O Poder Executivo, comandado pelo Presidente Lula e pelo Chefe da Casa

Civil José Dirceu engoliu o Legislativo onde passou a ter maioria absoluta e

pode aprovar e rejeitar quase tudo que quis.

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 18

Podemos relembrar o caso Waldomiro Diniz, ex-presidente da Loterj e ex-

assessor de José Dirceu (Ministro da Casa Civil) flagrado pedindo dinheiro

para campanha de 2002 ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em 2006

integrantes do PT tentavam negociar um dossiê falso que ligava José Serra e

Alckimin (candidatos a Presidência e Governo de SP) ao escândalo das

sanguessugas. O caso ficou conhecido como os aloprados do PT. Hamilton

Lacerda, um dos envolvidos, era assessor de Aloizio Mercadante.

O Mensalão do PT, um esquema de compra de votos de parlamentares em

favor do governo envolveu empresários de comunicação, banqueiros e

Delúbio Soares, tesoureiro do PT. O esquema foi delatado pelo Deputado

Roberto Jefferson. O caso custou a cassação do então Deputado José Dirceu

por quebra de decoro e a sua demissão da Casa Civil. Ele depois condenado

pelo Supremo, dirigido pelo Ministro Joaquim Barbosa, junto com José

Genoíno e Delúbio Soares por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Antônio Palocci teve que renunciar ao cargo de Ministro da Fazenda depois

de ter sido acusado de um esquema de corrupção na Prefeitura de Ribeirão

Preto (chefiada por ele e pelo PT). O caso atual, a Operação Lava-Jato tem

levantado fatos de corrupção que são inimagináveis em qualquer país

decente do mundo. Para se ter uma ideia, o balanço da Petrobrás de 2014

registrou perdas de R$6,194 bilhões devido a atos de corrupção e R$44,636

bilhões por superavaliação dos ativos (obras superfaturadas). O Grupo Nikkei

acabou de anunciar a compra do “Financial Times” por R$4,31 bilhões. Só

com os desvios de corrupção seria possível comprar o mais famoso jornal

econômico do mundo e ainda sobraria a bagatela de R$1,884 bilhões!!!

Com um Poder Executivo lançado em um mar de corrupção e com o ex-

presidente da Câmara Federal (Eduardo Cunha) cassado e preso pela

Operação Lava-Jato e o presidente do Senado (Renan Calheiros) sendo

investigado também na Operação Lava-Jato e afastado da linha sucessória

pelo STF por ter se tornado réu em ação penal, fica difícil para qualquer

agência de avaliação internacional confiar nos poderes constituídos e na sua

capacidade de levar a cabo uma política econômica minimamente decente e

que não quebrem o país. Perderemos nosso grau de investimento e teremos

que pagar taxas de juros abusivas nos empréstimos que viermos a obter para

financiar nossas dívidas e nosso desenvolvimento.

Joaquim Levy foi chamado em 27 de novembro de 2014 para ocupar o cargo

de ministro da Fazenda do Governo Dilma Rousseff, numa tentativa de

acalmar o mercado financeiro e os investidores estrangeiros. Ele integrou os

quadros do Fundo Monetário Internacional, foi vice-presidente do Banco

Interamericano de Desenvolvimento. No governo Fernando Henrique Cardoso

foi secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda,

economista-chefe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 19

secretário do Tesouro Nacional, onde ficou até 2006. Não suportou a pressão

dos grupos populistas do governo que não queriam abandonar a política de

gastança que fez nascer um rombo bilionário nas contas públicas. O desfecho

de tudo foi o impeachment da Presidente Dilma e a posse do Vice Michel

Temer.

4. O REGIME DE EQUILÍBRIO

O estado de equilíbrio é procurado naturalmente nas leis físicas das ciências

naturais. Nas ciências sociais as leis de equilíbrio são mais complicadas, pois

dependem de varáveis de difícil identificação.

Existem países que possuem em seu contexto várias nações agrupadas. São

povos que constituem uma cultura diferenciada e que muitas das vezes estão

agrupados dentro de um País e submetidos a um Governo contra a sua

vontade. São povos que foram divididos por conflitos internacionais, em

consequência de um colonialismo predatório ou então que não possuem um

território próprio.

Podemos citar os Curdos, os Bascos, os Tibetanos, os Palestinos e até

mesmo a Espanha e o Reino Unido possuidores de diversos povos

enquadrados dentro de um só País (Catalunha, Castela, Valência, Escócia,

Irlanda e Inglaterra, por exemplo).

Países que enquadram diversos povos ou nações tem mais dificuldade de

atingir o equilíbrio. Quando existem povos que são minorias subjugadas a

situação fica ainda mais crítica, pois podem ocorrer ações de guerrilha e

subversão que impedem o crescimento e a paz social, infligindo ao País

prejuízos materiais e perdas humanas (vide ações do IRA-Exército

Revolucionário irlandês e o ETA - Euskadi Ta Askatasuna-Pátria Basca e

Liberdade).

Nosso País precisa contar com um Sistema de Governo, com Instituições

sólidas e com uma sociedade bem organizada que consiga enxergar um

pouco além do seu umbigo. São o Governo, as Instituições e a Sociedade

que farão o agrupamento das forças reunindo aquelas que precisam gerar um

vetor de crescimento e desenvolvimento e combatendo as forças nocivas que

produzirão miséria, conflito e destruição caso consigam gerar uma resultante.

País vitorioso é aquele onde as Instituições conseguem administrar as forças

existentes, fazendo com que cada parcela da sociedade ceda em suas

posições para que todos possam avançar e atingir o objetivo principal que é o

desenvolvimento econômico e social que gerará o bem estar para todos.

5. CONCLUSÕES

A TEORIA DO EQUILÍBRIO: A GUERRA INTERNA ENTRE OS PODERES

Prof Cirineu José da Costa - MSc Página 20

O EQUILÍBRIO é necessário para que o País consiga atingir o

desenvolvimento econômico e social que a sociedade tanto deseja e para que

haja a divisão mais justa das riquezas, diminuindo as diferenças sociais.

A visão estratégica do País, sua inserção no contexto internacional, seu

Poder de negociação nos Organismos Internacionais, a delimitação da sua

área de influência e o seu poderio marítimo, terrestre e aéreo são pontos

críticos que a parcela da sociedade que compõe a denominada ELITE

dominante não pode desmerecer. O PT e seus aliados são, hoje, a ELITE

dominante do nosso país e não podem fugir da responsabilidade de conduzir

o país no rumo certo em direção ao desenvolvimento econômico e social.

Com a famigerada política ideológica de esquerda que defende o

estreitamento SUL-SUL o Governo do PT perdeu a oportunidade de assinar o

acordo de comércio da ALCA (Área de Livre Comércio da América) que

abriria o maior mercado consumidor do mundo (Estados Unidos da América)

para o Brasil e facilitaria a transição tão desejada de Pais em

Desenvolvimento para País Desenvolvido. Ao contrário, nosso ex-

presidente foi ao encontro de governos ditatoriais no continente africano

firmando acordos de cooperação que não trouxeram nenhum benefício para o

nosso país e foi mais um canal de saída de nossos parcos recursos

financeiros, oriundos da nossa pesada carga tributária, para financiar

governos corruptos e incompetentes. O acordo de livre comércio com o

Mercado Comum Europeu está emperrado, pois o famigerado MERCOSUL

trava as negociações. Enquanto isso nossos vizinhos como o Chile firmam

acordos comerciais com os Estados Unidos e com países asiáticos, saindo na

frente na difícil batalha do comércio internacional.

É hora de pensar o País como um todo e delinear para onde queremos ir a

curto, médio e longo prazo. Para isso precisamos procurar o EQUILÍBRIO

NACIONAL e estabelecer os objetivos nacionais de curto, médio e longo

prazo que precisamos atingir para chegarmos ao nível no qual possamos ser

chamados de PAÍS DESENVOLVIDO.