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TENDÊNCIAS DE HARDWARE E SOFTWARE PARA A EDUCAÇÃO Edis Mafra Lapolli Irineu Manoel de Souza José Francisco Bernardes Nery Ernesto Kessler RESUMO O tema tendências de hardware e software para a educação tem sido ampla literatura científica ligada à tecnologia de informação e da comunic A partir de uma perspectiva evolutiva das experiências de ensino, no exercí trabalho, discute-se as principais tendências de hardware e software vo A metodologia aplicada neste trabalho foi primeiramente efetuar principais publicações científicas a respeito do tema e posteriormente explicitar nossa experiência em sala de aula na educação básica e nas universidades. Nos resultados alcançados constata-se que as TICs contribuem diretamente no processo de ensino aprendizagem e na gestão do ensino e do conhecimento, só que de maneira comparando-se com o desenvolvimento tecnológico ocorrido principalmente 80. Palavras-chave: Hardware; Software; Tecnologia da Informação e da Comunicação; Educação. 1. INTRODUÇÃO Sabe-se que as tecnologias cognitivas comunicacionais são grandes agent nas experiências de ensino, no exercício do pensamento e no trabalho. O que refletem sobre a relação entre estas tecnologias e a cult experiência de uma mudança acelerada, mas cujos contornos são difíceis casual que surja, na comunicação, as análises concebidas em termos de im esforço do pensamento em discernir o dinamismo de uma força: apreende-s acelerada que desdobra múltiplos modos de seraos homens, cabendo a eles intervir, direcionando ou limitando, sobre o que podem ser (PARENTE e VAZ, 2006). Sabe-se que as escolas brasileiras possuem suas diferenças, tanto por r por classe social, política e econômica, dependendo do tamanho da escol aluno e do tipo de ensino. O costume de se referir à nossa cultura como “Era da informação” é já a tecnologias de comunicação são um dos agentes maiores de mudança porém, é o que torna extremamente complexa a tarefa de pensar o que é u primeiro lugar, os conceitos oriundos dessas tecnologias info passam a definir a atividade de todo e qualquer conhecimento, o que ass uma presença da comunicação em todos os campos do saber human acelerado de transformações na tecnologia e o sentimento de que estamos transformação provoca incertezas e dificuldades quanto ao que d velocidade torna rapidamente obsoletos os conteúdos ensinados e obriga no exercício da profissão. Da mesma forma, a transdisciplinaridade, destino e problema. A transdisciplinaridade foi proposta inicialmente c Conference ICBL2007 May

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TENDÊNCIAS DE HARDWARE E SOFTWARE PARA A EDUCAÇÃO

Edis Mafra LapolliIrineu Manoel de Souza

José Francisco BernardesNery Ernesto Kessler

RESUMO

O tema tendências de hardware e software para a educação tem sido amplamente discutido na literatura científica ligada à tecnologia de informação e da comunicação - TIC. A partir de uma perspectiva evolutiva das experiências de ensino, no exercício do pensamento e no trabalho, discute-se as principais tendências de hardware e software voltadas para a educação. A metodologia aplicada neste trabalho foi primeiramente efetuar um levantamento das principais publicações científicas a respeito do tema e posteriormente explicitar nossa experiência em sala de aula na educação básica e nas universidades. Nos resultados alcançados constata-se que as TICs contribuem diretamente no processo de ensino aprendizagem e na gestão do ensino e do conhecimento, só que de maneira ainda modesta, comparando-se com o desenvolvimento tecnológico ocorrido principalmente após a década de 80.

Palavras-chave: Hardware; Software; Tecnologia da Informação e da Comunicação; Educação.

1. INTRODUÇÃOSabe-se que as tecnologias cognitivas comunicacionais são grandes agentes de transformação nas experiências de ensino, no exercício do pensamento e no trabalho. Os campos de saber que refletem sobre a relação entre estas tecnologias e a cultura são influenciados pela experiência de uma mudança acelerada, mas cujos contornos são difíceis de precisar. Não é casual que surja, na comunicação, as análises concebidas em termos de impacto. Trata-se do esforço do pensamento em discernir o dinamismo de uma força: apreende-se uma mudança acelerada que desdobra múltiplos modos de ser aos homens, cabendo a eles intervir, direcionando ou limitando, sobre o que podem ser (PARENTE e VAZ, 2006).Sabe-se que as escolas brasileiras possuem suas diferenças, tanto por região geográfica, como por classe social, política e econômica, dependendo do tamanho da escola, da quantidade de aluno e do tipo de ensino.O costume de se referir à nossa cultura como “Era da informação” é já a admissão de que as tecnologias de comunicação são um dos agentes maiores de mudança social. Essa posição, porém, é o que torna extremamente complexa a tarefa de pensar o que é uma formação. Em primeiro lugar, os conceitos oriundos dessas tecnologias – informação, rede, interface –passam a definir a atividade de todo e qualquer conhecimento, o que assegura imediatamente uma presença da comunicação em todos os campos do saber humano. Também o ritmo acelerado de transformações na tecnologia e o sentimento de que estamos apenas no início da transformação provoca incertezas e dificuldades quanto ao que deve ser ensinado, pois a velocidade torna rapidamente obsoletos os conteúdos ensinados e obriga à mudança constante no exercício da profissão. Da mesma forma, a transdisciplinaridade, antes método, torna-se destino e problema. A transdisciplinaridade foi proposta inicialmente como alternativa a uma

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segmentação exagerada dos campos de conhecimento e das profissões associadas.O ritmo acelerado das transformações dificulta estimar o futuro de uma profissão e, assim, o que precisa ser ensinado. Problema de identidade, certamente: questão de fronteiras e virtualidade. Onde começa e termina o aprendizado e o exercício da profissão? Qual é o seu futuro?(PARENTE e VAZ, 2006; GADOTTI, 2000).

2. A EDUCAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Segundo estudos de Gadotti (2000), a educação tradicional, iniciada na idade antiga, destinada a uma pequena minoria, ainda sobrevive. Já a educação nova, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das metodologias de ensino. Tanto a educação tradicional quanto a educação nova têm em comum a concepção da educação como um processo de desenvolvimento pessoal individual.A educação na sociedade do conhecimento está pautada no conceito de aprender fazendo, oque representa uma evolução nas práticas pedagógicas. Pode-se afirmar que mesmo considerando-se ainda a existência de muitos desníveis entre regiões e países, entre o Norte e o Sul, entre países periféricos e hegemônicos, entre países globalizadores e globalizados, de fato, a educação no século XX tornou-se permanente e social.A criação em 1945 da UNESCO, agência da ONU, com responsabilidade específica pela educação e a inclusão da educação na Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento assinado por todos os países membros da ONU em 1948 representou, de fato, um marco para a educação internacionalizada.Nesse contexto é criada a Pedagogia Comparada, que divulga inovações dos países mais desenvolvidos. Com efeito, os sistemas educacionais passaram a contar com uma estrutura básica muito parecida.Contudo, é oportuno ressaltar que o capital é um sistema global, mundializado, transnacionalizado e internacionalizado, mas o mundo do trabalho e da educação ainda se mantém predominantemente nacional e isto é um grande limite para a ação dos trabalhadores e educadores (ANTUNES, 2005). O avanço tecnológico, sem dúvidas, representou profundas mudanças nas estruturas educacionais. Daí a necessidade de uma educação permanente, que permita a continuidade dos estudos, e, portanto de acesso às informações.Essa nova realidade tecnológica exige uma redefinição do que se faz nos diversos níveis e modalidades educacionais.Ressalta-se, entretanto, que as conseqüências da evolução das novas tecnologias, centradas na comunicação de massa, na difusão do conhecimento, ainda não se fez sentir plenamente no ensino, pelo menos na maioria das nações, mas a aprendizagem a distância, sobretudo a baseada na Internet, parece ser a grande novidade educacional neste início de novo milênio. A educação opera com a linguagem escrita e a nossa cultura atual dominante vive impregnada por uma nova linguagem, a da televisão e a da informática, particularmente a linguagem da Internet. A cultura do papel representa talvez o maior obstáculo ao uso intensivo da Internet, em particular da educação a distância com base na Internet.Os sistemas educacionais ainda não conseguiram avaliar suficientemente o impacto da comunicação audiovisual e da informática, seja para informar, seja para bitolar ou controlar as mentes. Ainda trabalha-se muito com recursos tradicionais que não oferecem grande estímulo para as crianças e jovens. É preciso mudar profundamente os métodos de ensino para reservar ao cérebro humano o que lhe é peculiar, a capacidade de pensar, em vez de desenvolver a memória. A função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a pensar criticamente. Para isso

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é preciso dominar mais metodologias e linguagens, inclusive a linguagem eletrônica(GADOTTI, 2000).

Uma das principais referências nas tecnologias educacionais, segundo Cysneiros (2006) é o trabalho de Cuban (1986), professor de educação da Stanford University, intitulado Professores e Máquinas: O Uso da Tecnologia na Sala de Aula desde 1920. Cuban estudou a introdução do rádio, filme, TV e computador em escolas norte-americanas, abrangendo a literatura desde o início deste século até meados da década de oitenta. Sua principal conclusão é que o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases, que se inicia com pesquisas mostrando as vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola. Após algum tempo são lançadas políticas públicas de introdução da nova tecnologia nos sistemas escolares, terminando pela adoção limitada por professores, sem a ocorrência de ganhos acadêmicos significativos. Em cada ciclo, uma nova seqüência de estudos aponta prováveis causas do pouco sucesso da inovação, tais como falta de recursos, resistência dos professores, burocracia institucional, equipamentos inadequados. Após algum tempo surge outra tecnologia e o ciclo recomeça, com seus defensores argumentando que foram aprendidas as lições do passado, que os novos recursos tecnológicos são mais poderosos e melhores que os anteriores, podendo realizar coisas novas, conforme demonstram novas pesquisas. E o ciclo fecha-se novamente com uso limitado e ganhos educacionais modestos.No Brasil segundo Cysneiros (2006) percorre-se uma história análoga, certamente mais recheada de insucessos, como demonstram teses e dissertações sobre o tema. Também tivemos uma política de rádio na educação, seguida de outras com grandes investimentos nas televisões educativas em todo o país, sempre acompanhadas de discursos inovadores.No início dos anos oitenta iniciaram-se as primeiras políticas públicas em informática na educação, no contexto mais amplo da reserva de mercado para informática. Nosso primeiro projeto de âmbito nacional priorizou a pesquisa, dotando cinco universidades públicas com verbas do Projeto EDUCOM, que não chegou a atingir muitas escolas, mas produziu um bom contingente de recursos humanos nas instituições beneficiadas. Foram bolsistas de pesquisa que hoje em boa parte são pesquisadores nos vários campos da educação, com trabalhos em informática na educação.Alguns professores experientes percebem que quase nada mudou na sala de aula, porém outros, talvez iludidos por um suposto efeito do computador, vêm vantagens nas novas formas de apresentar o conteúdo, algumas vezes reforçadas por um discurso defendendo o construtivismo ou outros conceitos muitas vezes, pouco ou mal-compreendidos, e inclusive os alunos cansam-se facilmente após o efeito dos modismos os na educação.Um excelente exemplo de inovação conservadora encontra-se em um belo livro de Asimov (1986), exibindo e comentando uma série de cartões produzidos por um desenhista francês no final do século passado, imaginando o que seria a sociedade do ano dois mil. Um dos desenhos representa uma escola deste final de século, com alunos sentados em fileiras com fones de ouvido, recebendo passivamente o conteúdo de livros que estão sendo “moídos” por um ajudante do professor. Há pouco tempo uma foto em uma revista semanal de educação, provando que o desenhista estava certo, ilustrando uma situação semelhante em uma escola paulista de elite, onde os alunos portavam óculos de realidade virtual em lugar de fones de ouvido.Outra distorção, associada ao conceito de inovação conservadora é o que Salomon & Perkins (1996) chamam de Rationale do Monte Everest “porque está lá”, ou seja, a preocupação de professores em usar as tecnologias da informática no maior número possível de disciplinas e de conteúdos, uma vez que tudo hoje é feito com computadores.

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A presença da tecnologia na escola, mesmo com bons softwares, não estimula os professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a adotarem novos modos de aprender. Como ocorre em outras áreas da atividade humana, professores e alunos precisam aprender a tirar vantagens de tais artefatos. Um bisturi a laser não transforma um médico em bom cirurgião, embora um bom cirurgião possa fazer muito mais se dispuser da melhor tecnologia médica, em contextos apropriados.

3. TENDÊNCIAS DE HARDWARE E SOFTWARE NA EDUCAÇÃO

Merece destaque o desenvolvimento de hardware e software nos últimos anos, seja direcionado ao grande público consumidor, como macro tendências, ou a setores diferenciados ou particulares, como micro tendências. Este desenvolvimento e estas tendências podem ser influenciados por fatores econômicos, sociais, políticos, científicos ou pela mídia (CONNOR, 2005). Pastre Oliveira (2004) lembra que em todo o mundo as pessoas se comunicam por meio de conexões a fontes remotas de dados, que estão conectadas às memórias de bancos de dados dispersas geograficamente.Souza e Burnham (2005, p.79) afirmam que "o movimento para criação do conhecimento é caracterizada pelo incentivo à postura colaborativa, por parte dos alunos e professores, durante o processo de criação e compartilhamento do conhecimento". É no modelo de comunicação todos-todos baseado na comunicação bidirecional e na interatividade presente nestas comunicações que prevalece o estímulo e o incentivo à produção colaborativa.Segundo Parente e Vaz (2006) três fatores são importantes para o processo de ensino aprendizagem. São eles: A demanda social por formação; O processo de globalização do mercado e o surgimento de tecnologias de comunicação descentralizadas, interativas e multimídia. Uma tendência que se desenha, resultante da conjunção entre os dois primeiros fatores, é a paulatina desaparição do Estado no ensino deixando ao mercado a tarefa de modelar cursos e carreiras. Outra tendência é a aceleração nas mudanças sociais provocadas pelas novas tecnologias e pela produção exponencial de novas informações, aceleração que torna rapidamente obsoletos os conteúdos ensinados e obriga à diversificação das trajetórias profissionais. Uma profissão pode desaparecer ou ser profundamente transformada em alguns anos. Pode-se propor que o advento de uma nova tecnologia de comunicação implicou sempre, ao longo da história, numa maior individualização da informação.Resolver a demanda através de uma massificação da oferta é, portanto, ir contra a tendênciada flexibilidade e da diversidade da sociedade pós-industrial. Os novos paradigmas da navegação hipertextual, ou seja, o acesso à distância a bases de dados de dimensões planetárias, como a www, que se realizam com as tecnologias digitais e as novas modalidades de aprendizagem cooperativas emergentes no ciberespaço, os grupos de pesquisa e coletivos virtuais, as listas de discussão, e os agentes inteligentes, apontam para uma via emergente de acesso ao conhecimento, ao mesmo tempo massivo e personalizado. Grande parte do acervo cultural da humanidade pode ser acessada na internet, onde o acervo foi massificado, ou seja, colocado a disposição do grande público, mas a forma como o público acessa a informação depende das necessidades de cada um e neste sentido, pose-se falar de uma personalização da navegação (PARENTE e VAZ, 2006).Certos dispositivos tecnológicos de comunicação voltados para o ensino, principalmente para a modalidade a distância segundo Parente e Vaz (2006) foram concebidos para implementar otrabalho em grupo: bases de dados acessados à distância; programas de trabalho em grupo (groupware); listas de discussão; sistemas de mensagem, conferência e encontro eletrônico; hipertextos coletivos; world wide web. Nos novos campi virtuais, os professores e alunos compartilham dos mesmos recursos materiais e informacionais dos quais eles dispõem para, juntos, construírem uma inteligência coletiva. Em muitas situações, os professores aprendem

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ao mesmo tempo em que os estudantes, e como eles.O professor tende a se se tornar um mediador da inteligência coletiva produzida em rede.Implantar uma rede de comunicação de alto desempenho e disponibilizar os dispositivos que permitem a uma comunidade (seja ela acadêmica ou não) ingressar na era da informação não é tudo segundo Parente e Vaz (2006). Uma rede, por si só, não garante que uma comunidade venha a compartilhar seus conhecimentos no sentido de resolver coletivamente seus problemas, em particular no que diz respeito à adequação de seu currículo à demanda de novas competências. É preciso todo um planejamento estratégico que leve o coletivo, a organização ou a instituição a ter consciência de sua missão. Por outro lado, é preciso um bom projeto pedagógico que venha a orientar o processo de cooperação em torno da questão do saber. Nenhum projeto pedagógico pode dar certo se se encara o saber apenas como uma moeda de troca, uma informação a ser vendida, um valor a ser imposto.A aprendizagem colaborativa destaca a participação ativa e a interação, tanto dos alunos como dos professores. O conhecimento é visto como um construtor social ‘e, por isso, o processo educativo é favorecido pela participação social em ambientes que propiciem a interação, a colaboração e a avaliação. Pretende-se que os ambientes de aprendizagem colaborativos sejam ricos em possibilidades e propiciem o crescimento do grupo (PRATA-LINHARES, 2004).Segundo Parente e Vaz (2006) e Stefanelli (2006) relaciona-se algumas das tecnologias em uso ou que podem ser utilizadas nas instituições de ensino:ADSL - Diferentes em cada sentido, e, por essas características, promete facilitar a vida dos usuários de Internet. No downstream (tráfego de dados na direção do usuário), a ADSL atinge de 1,5 a 9 megabits por segundo (Mbps). E no upstream, as taxas vão de 16 a 640 kilobits/segundo (Kbps). É necessário instalar modems ADSL nas duas pontas. Banco de dados - Database. Em termos de Internet, computador que contém um número muito grande de informações, que podem ser acessado pela rede. Datawarehouse - Armazém de dados. É um sistema que guarda e organiza todas as informações que estão espalhadas por vários sistemas dentro de uma empresa. Com ele, os executivos podem obter informações sobre tudo e todos. Browser - Também chamado navegador, é o programa que permite ao usuário ver as páginas da Internet. Campi virtuais: fala-se em campus virtuais para exprimir as universidades virtuais cujo ensino é realizado a distância. Cartas dinâmicas: softwares que nos possibilitam organizar os dados, elementos ou variáveis de uma situação de forma a respeitar a complexidade das interações possíveis entre eles. Por exemplo, o programa GINGO ou Árvores de Conhecimento, criado por Pierre Lévy e Michel Authier no início dos anos 90, nos permitem mapear as competências de um coletivo (instituição, empresa, comunidade, coletivo) de forma dinâmica. CD-R - Sigla de CD-Recordable, ou seja, CD gravável. Discos deste tipo permitem que você grave as informações apenas uma vez, e são lidos pela maioria dos drives de CDs comuns. CD-ROM – É a sigla para Compact Disc -Read Only Memory, disco compacto que armazena texto, imagem, vídeo e som, e que não podem ser regravados. Num único CD-ROM armazena-se aproximadamente 700 MB de dados. CD-RW - Sigla de CD-Rewritable, ou seja, CD regravável. Permite que você grave e apague as informações de um CD quantas vezes quiser. Os drives e discos são mais caros do que os de CD-R e podem não ser lidos por alguns drives de CD comuns. Ciberespaço: é onovo espaço de jogos da humanidade: espaço educativo, científico, político e cognitivo, simbólico, mítico, metafísico. Espaço que se constrói sobre a rede telemática, ou seja, a rede que interconecta as redes de telecomunicação e as memórias informáticas. Computação móvel – Facilidade de movimentação para utilização da informação em qualquer espaço e tempo. Comunicação em rede - Chamada de sociedade pós-industrial, sociedade informática, sociedade do conhecimento, sociedade tecnizada ou sociedade em rede, a nova forma social que estes autores vislumbram sob estas transformações é a de uma sociedade globalizada,

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altamente tecnizada, com a ênfase da produção econômica recaindo sobre o setor de serviços e com utilização intensiva do conhecimento através das inovações tecnológicas oferecidas pela microeletrônica, pela informática e pelas novas tecnologias de comunicação.

De acordo com a pesquisa realizada nas últimas publicações sobre o tema, através de artigos, revistas e Web, para o entendimento da revolução que está ocorrendo nestas últimas décadas do velho século e primeiras décadas de um novo milênio é importante o conhecimento sobre as novas tecnologias de comunicação e informação, apresentada aqui de forma resumida:Computador amigável - Está sendo desenvolvida uma metodologia que modificará radicalmente a maneira com que o usuário relacionar-se-á com as máquinas e com os sistemas computacionais. O desenvolvimento de objetos e ambientes digitalmente projetados criará uma noção de perspectiva e conforto ao usuário. Comunicação integrada e eficiente -Pesquisadores afirmam que a integração da comunicação entre as instituições educacionais e a sociedade propiciará uma comunicação eficiente e adequada aos diferentes níveis de desenvolvimento tecnológico de cada uma das partes envolvidas no processo de aprendizagem. DSL - Digital de Assinatura. Refere-se aos vários tipos de assinatura, todos compatíveis com o cabeamento regular de cobre. Tipicamente, o DSL é usado para prover conexão contínua de alta velocidade com o provedor de acesso. Há vários tipos de DSL (ADSL, UADSL, etc.) e muitos deles permitem falar ao telefone e usar a Internet ao mesmo tempo. DVD - capacidade de armazenamento é de 7 a 14 vezes maior (no mínimo 4,7 GB), o suficiente para um filme de longa-metragem normal. Uma de suas vantagens é a sua compatibilidade com o CD-ROM. Isso significa que um leitor de DVD lê CDs comuns -musicais ou dados. O novo produto pode substituir as atuais fitas de vídeo, os CDs e os CD-ROMs. DVD+RW - outro padrão, o DVD-RAM, criado pelo DVD Consortium. Este tem capacidade para 2,6 GB em cada face do disco. O DVD+RW resultou de uma cisão no DVD Consortium. Em 1997, Sony, Philips e HP afastaram-se do grupo que estava ultimando o DVD-RAM e apresentaram o outro padrão. No consórcio ficaram companhias como Hitachi, Panasonic e Toshiba. DVD-Áudio - Padrão de gravação de áudio em disco compacto com melhor qualidade de som que a do CD. Trabalha com resolução de 96 kHz, contra 44 kHz do CD. Os críticos dizem que o ganho de qualidade de som dificilmente será percebido, mesmo pelos ouvidos mais refinados. DVD-R - Assim como o CD-R é um DVD que aceita uma única gravação. O resultado deve ser lido nos drives de DVD-ROM. DVD-RAM - Discos deste tipo são regraváveis e oferecem a capacidade de armazenar até 4,7 GB. DVD-RW -Evolução do CD-RW capaz de armazenar até 3,95 GB. Desenvolvida pela Pioneer, grava discos que podem ser lidos pelos DVD-players e drives de DVD-ROM sem modificação. DVD-Vídeo - Formato de vídeo apresentado em discos DVD-ROM. Trata-se do padrão usado nos filmes para DVD-Video players. Esse formato inclui um recurso chamado Content Scrambling System - Sistema de embaralhamento de conteúdo - e destinado a evitar a cópia dos discos. Hardware - Dispositivos que compõem um computador, inclusive a CPU, a memória e os dispositivos de entrada e saída. HD - Também conhecido por winchester, hard disk ou disco rígido, é o espaço físico para o armazenamento de dados de forma mais permanente. Atualmente, encontram-se no mercado HDs com capacidade superior a 20 GB. Hipermídia: a hipermídia é um hipertexto composto de documentos múltiplos contendo sons, imagens, gráficos, textos, etc. A hipermídia é o nome dos hipertextos multimídia. Hipertexto: o hipertexto é um texto não-linear (ele permite uma leitura não seqüencial), interativo (ousuário interage com o texto de forma a determinar seu próprio percurso ou navegação) e dinâmico (cada uma das partes ou módulos do texto podem se modificar durante a navegação ou leitura) sobre suporte informático. Quando o hipertexto contém, além dos textos, imagens e sons, fala-se em hipermídia ou multimídia. Homepage - É a página principal de um Web site. Normalmente a página serve como um índice para o conteúdo restante do site.

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Informação: etimologicamente, "in-formar" significa dar forma. Durante os anos 40, osengenheiros americanos determinaram uma grandeza física observável denominadainformação. Sua medida se fez a partir de uma unidade elementar, o bit ("binary unit").Segundo eles a informação é a terceira dimensão da matéria. A emergência desta novadimensão, teorizada por C. E. Shannon se acrescenta às já conhecida que são a massa e aenergia.. Nós utilizamos informação no sentido mais amplo e não especializado, a saber, ainformação como forma de conhecimento: teológico, mítico, filosófico, técnico, científico.Inteligência artificial - Estão sendo desenvolvidos sistemas biônicos, robóticos e cognitivos que são importantes para melhorar a atividade humana. O objetivo desses projetos é revigorara inteligência artificial, modelando uma arquitetura cognitiva, com características inteligentes do modo humano de pensar. Internet - Departamento de Defesa dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Durante os anos 70 e 80, cresceu entre o meio acadêmico, quando sua principal aplicação era o correio eletrônico. Com a aparição da World Wide Web em 1993, a Internet se popularizou. Provê transferência de arquivos, login remoto, correio eletrônico, news, navegação na Web e outros serviços. Internet 2 – Segunda geração da Internet que, a princípio, somente será usada por Universidades para aumentar a disponibilidade de dados. É baseada em tecnologia de redes de alta velocidade. Internet Explore (IE) - Programa navegador (browser) da Microsoft. Permite a consulta à WWW. Intranet - Rede corporativa que utiliza a tecnologia e a infra-estrutura de transferência de dados da Internet na comunicação interna da própria empresa ou comunicação com outras empresas.Interface: dispositivo material (hardware) ou lógico (software) que serve de intermediário entre um computador e um periférico, ou entre dois sistemas de natureza diferente. Numa acepção mais ampla, interface é tudo o que promove a tradução, a transformação, a passagem de uma dimensão ou código a outras dimensões ou códigos. Por exemplo, um modem é um dispositivo ou interface que permite realizar a passagem de informação entre dois computadores através da rede telefônica. Modem - um computador sejam enviados, por meio de telefone, através de sua conversão em sinais analógicos de som - o padrão pelo qual podem ser transmitidos por uma linha telefônica. O processo de conversão de sinais binários para analógicos é chamado modulação. Quando o sinal é recebido, um outro modem reverte o processo, o que é chamado demodulação. Mouse Óptico - O novo mouse óptico da Dynapoint, dos EUA, desenvolvido especialmente para apresentação com o Power Point. Pode ser usado a uma distância de até seis metros do laptop. Além disso, o produto tem uma caneta-laser embutida, para que os principais pontos da apresentação possam ser destacados. Outra opção do gênero é o mouse sem fio da A4 Tech, de Taiwan, que funciona sem bateria e nunca precisa ser carregado. Multimídia: sistemas de recuperação de informação de forma multisensorial (imagens e sons) e interativa. Geralmente eles são distribuídos em CD-ROMs. A multimídia é o nome popular dos sistemas hipermídia. Nanotecnologia - Através dos microprocessadores, a tecnologia da informação – TI, cada vez mais controlará automóveis, armamentos militares, robôs, utensílios domésticos. Com foco na microminiaturização, a TI propiciará o crescente uso dos cartões inteligentes e a tendência rumo à sociedade do dinheiro de plástico. Com efeito, a preocupação da TI terá cada vez mais o foco nas pessoas/usuário.Provedor de acesso - Instituição que se liga à Internet para obter conectividade IP e repassá-la a outros indivíduos e instituições, em caráter comercial ou não. O provedor de acesso torna possível ao usuário final a conexão à Internet através de uma ligação telefônica local. Rede: em se tratando de comunicação, existem dois tipos de redes mais conhecidas, as redes de telecomunicação (p. ex. as redes de telefonia e as rede de radiodifusão) e as redes informáticas (p. ex. as redes que interconectam as memórias eletrônicas ou computadores). As redes telemáticas representam a fusão ou hibridização das redes de telecomunicação com as redes informáticas. Hoje, as redes tendem a se integrar cada vez mais. Redes corporativas e planejamento empresarial - Uma nova solução para redes de trabalhos corporativos está

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sendo apresentada pela Avaya-Tenovis, Alemã. O sistema, que foi desenvolvido em plataforma Linux, mas pode ser adaptado para outras tecnologias, podendo ser usado em pequenos escritórios ou em grandes empresas, pois tem capacidade de abrigar 32 mil usuários. Outra novidade é apresentada pela Microsoft alemã, o Microsoft Business Solution Navision, que oferece soluções novas em planejamento, controle, relatórios e gerenciamento de processos empresariais. Scanner - Equipamento periférico que digitaliza imagens e as armazena em forma de arquivos. Serviços on-line – Colabora na troca de informações entre a sociedade educacional. Servidor - É o computador de uma rede responsável por administrar e fornecer programas e informações para os outros computadores conectados, chamados clientes. Sistemas integrados - Em termos de software uma das novidades é o sistema operacional Sun Solaris (concorrente do windows), desenvolvido pelo escritório Alemão da companhia norte-americana Sun Microsystems, que permite usar paralelamente, sem perda significativa de performance, os aplicativos Linux e Solaris. Software - Programas e instruções dadas a um computador. Som e voz - A tecnologia mostra também novidades nos segmentos de som, voz e internet que devem se tornar ferramentas comuns no dia-a-dia de pessoas e empresas nos próximos anos. Uma máquina inteligente o bastante para conversar com uma pessoa, um sistema de reconhecimento de voz que define idade e sexo do interlocutor e uma rádio interativa na qual cada ouvinte define a programação. Tecnologia interativa: tecnologias digitais que permitem a implementação de uma interação entre ousuário e a interface tecnológica utilizada. Por exemplo, os sistemas hipermídias e os sistemas de realidade virtual. Tecnologias da comunicação: numa certa acepção, as tecnologias de comunicação são as mídias elas mesmas: o livro, a fotografia, o cinema, a televisão, a multimídia, etc. Entretanto, a emergência das tecnologias digitais propiciou uma tal hibridização (mistura) entre mídias, que, hoje, fala-se mais em interface e em tecnologias de comunicação do que em mídias estanques. Transdisciplinaridade: uma estratégia de método e de ensino para evitar a excessiva segmentação dos campos de conhecimento, segmentação sustentada na crença em um objeto simples de conhecimento. Propõe então que existe uma dinâmica do todo irredutível à soma de suas partes e que nosso interesse de conhecimento se origina e é sustentado no fascínio de um objeto de conhecimento e não em suas partes. WWW (world wide web): sistema de rede integrado à Internet utilizando uma norma de acesso hipertextual que possibilita a difusão de documentos multimídias. Um documento WWW é denominado de página ou site. Ele é construído por uma codificação muito simples (HTML ou hypertext markup language) que permite a criação de ligações (links) para outras páginas. Esta rede reúne muitos recursos ou ferramentas da Internet graças a um método de endereçamento uniforme (URL). Hoje, a WWW ou W3 tende a se confundir com a própria Internet. Como tantas outras tecnologias que poderiam estar sendo utilizadas em sala de aula.

A revolução gerada pela tecnologia informática, comparável à invenção da escrita, imprensa e até do alfabeto. A Internet, e suas eventuais descendentes revolucionará os métodos de ensino - aprendizagem e acesso à informação. A cultura será mais democrática. a Web tem hoje milhões de páginas e de servidores. Existem, ainda, outras fontes de dados na Internet, como a Web oculta, FTP (protocolo de transferência de arquivos), correio eletrônico, grupos de discussão, servidores de lista e Gopher. A quantidade de dados e informação à disposição de todos é, portanto, imensa. Os analfabetos do futuro caracterizariam-se como aqueles que não sabem usar um computador ou quem não “aprendeu a aprender”.Assmann (1999) imagina o diálogo entre as Ciências da vida (Biociências), os estudos sobre o cérebro/mente e as novas tecnologias da informação e comunicação. Propõe uma teoria pedagógica para a unidade entre processos vitais e processos cognitivos; a auto-organização do ser vivo; para se mostrar que aprender é um processo emergente que se auto-organiza; que novos conhecimentos podem ser vistos como níveis emergentes; as organizações aprendentes

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são sistemas dinâmicos; a escola como organização aprendente; a ecologia cognitiva; os nichos vitais do conhecimento; pensamento complexo que não fique preso a causalidades lineares. Pela primeira vez na evolução da humanidade nenhum poder econômico ou político é capaz de controlar ou colonizar inteiramente a explosão dos espaços do conhecimento. A Internet é um exemplo sinalizador do que se pretende dizer com essa hipótese. Decorre de toda a evolução histórica da tecnologia e do posicionamento pedagógico dos pensadores atuais a necessidade de se garantir que as redes de informação, uma das bases da tecnologia moderna, apresentem um fundamento de aprendizado coerente com as concepções pedagógicas. Tal análise crítica e criteriosa é fundamental na avaliação de ferramentas tecnológicas com emprego na educação.O futuro só será promissor se passarmos a defender esse novo paradigma da educação e se a política educacional do país se direcionar para prepará-lo. Educar não é meramente transmitir conhecimento, mas uma ação ampla que visa à formação do aluno com capacidades cognitivas, sociais e afetivas que lhe darão suporte ao longo da vida. Para Moran (2000) "Educar é colaborar para que professores e alunos-nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem... Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais... É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar".As novas tecnologias permitem a interatividade, a participação, a intervenção, a bidirecionalidade e a multidisciplicinaridade. Ampliam a sensorialidade e rompem com a linearidade e com a separação emissor/receptor. É importante estarmos atentos para essa nova tendência, para esse novo receptor e suas necessidades, pois assim poderemos moldar a educação de forma substancial nesse novo modelo do processo ensino-aprendizagem, e fazer da sala de aula um espaço diversificado e não de uniformidade e rotina. A Educação pode ser vista como um processo de descoberta, exploração e de observação, além de eterna construção do conhecimento. Muitas coisas que até há pouco tempo eram sonhos, atualmente, com os avanços tecnológicos existentes, tornam-se realidade.As tendências apontam a Internet como tecnologia adequada para isso, principalmente com as visíveis perspectivas de melhoras devido ao desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação.Assim, de acordo com Silva (2000) "A sala de aula interativa seria o ambiente em que professor interrompe a tradição do falar/ditar, deixando de identificar-se com o contador de histórias, e adota uma postura semelhante a dos designers de software interativo. Ele constrói um conjunto de territórios a serem explorados pelos alunos e disponibiliza co-autoria e múltiplas conexões, permitindo que o aluno também faça por si mesmo. Isto significa muito mais do que ser um conselheiro, uma ponte entre a informação e o entendimento, [...] um estimulador de curiosidade e fonte de dicas para que o aluno viaje sozinho no conhecimento obtido nos livros e nas redes de computador. [...] E a educação pode deixar de ser um produto para se tornar um processo de troca de ações que cria conhecimento e não apenas o reproduz".Observa-se então que as mudanças tecnológicas a educação básica terão de ser voltados mais para a criatividade e para os aspectos vocacionais da criança e o ensino terá que ser personalizado. A educação passa inclusive a ser forma de entretenimento e as crianças aprenderão as disciplinas, como matemática ou história, de forma mais atrativa. Isso mudaria profundamente a filosofia de ensino. No exterior já se cogita que dentro de 10 a 15 anos possam se desenvolver clones educacionais. Esses clones seriam pequenas máquinas (semelhantes aos joguinhos eletrônicos de hoje) com inteligência artificial, adaptadas e programadas conforme a personalidade de cada criança, para direcionar os seus estudos. Com essa mudança a figura do professor continuaria existindo, porém com a função de orientador

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vocacional, mais ou menos no esquema do orientador da pós-graduação de hoje. As salas de aula seriam utilizadas para reuniões em esquema de dinâmicas de grupo.O papel da Informática na Educação é, pois, evitar a mera replicação de situações tradicionais de ensino aprendizagem, propiciando novas abordagens e novos paradigmas educacionais. Nesse contexto, a Escola Moderna será centrada no aluno, orientada à comunidade, enfatizando a colaboração e a comunicação.No Brasil, graças as políticas educacionais apoiadas nas novas tecnologias educacionais, nos últimos anos, de fato, cresceram os níveis de escolaridade de secundário completo, superior e de pós-graduação da População Economicamente Ativa (PEA). O PEA desses níveis cresceu entre 4,5% e 7,8%. Em 1992, um quarto da PEA tinha segundo grau completo. Em 2000, essa fração cresceu para um terço. A extrapolação das estatísticas permite prever que no ano de 2009 metade da PEA terá o segundo grau completo. Portanto, até 2009 o Brasil será um país de maioria do PEA com educação fundamental. Nesse ano, tornar-se-á um país com a maioria da PEA tendo educação secundária completa. Ainda que esses números indiquem que o Brasil ainda esteja muito atrás dos países desenvolvidos na questão da escolaridade básica, é forçoso reconhecer também que, em apenas duas décadas, o crescimento foi muito significativo.O Plano Nacional de Educação (publicado em 2001) prevê que, ao final da década (2010), o número de matriculados no ensino superior seja de 30% da população em idade entre dezoito e 24 anos. As estatísticas dos países da OCDE apresentam números superiores àquela porcentagem, chegando, por exemplo, a 80% na Coréia do Sul. Tomando-se a taxa de crescimento desse número nos anos imediatamente anteriores, podemos extrapolar a data em que o país atingiria a meta dos 30% mencionada no Plano Nacional de Educação: 2009, para o Brasil como um todo. No entanto, para países desenvolvidos, o índice típico de escolaridade superior é de cerca de 50%. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste poderão atingir esse índice por volta de 2012. Apenas em 2039 a Região Norte terá atingido o índice de formar no nível superior 50% dos egressos do nível fundamental. A Região Nordeste somente alcançará esse índice no ano de 2062 (PROJETO BRASIL 3 TEMPOS (B3T). Núcleo de Estudos Estratégicos (NAE) e Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), 2005).Nesse contexto, para acelerar esses indicadores em todas as regiões brasileiras é fundamental o desenvolvimento de hardware e software para a educação. 4. CONCLUSÃOUma das conclusões de uma primeira análise fenomenológica, superficial, segundo estudos de Moran (1997), é que a tecnologia não é neutra, no sentido de que seu uso proporciona novos conhecimentos do objeto, transformando, pela mediação, a experiência intelectual e afetiva do ser humano, individualmente ou em coletividade; possibilitando interferir, manipular, agir mental e ou fisicamente, sob novas formas, pelo acesso a aspectos até então desconhecidos do objeto.Nossa mente é a melhor tecnologia, infinitamente superior em complexidade ao melhor computador, porque pensa, relaciona, sente, intui e pode surpreender. Faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos conosco, com os outros, com a vida. Se somos pessoas abertas, nós as utilizaremos para comunicar-nos mais, para interagir melhor.Se somos pessoas fechadas, desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial. Se somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para aumentar o nosso poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas tecnologias, mas nas nossas mentes.Ensinar com a Internet será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas do ensino. Caso contrário, comenta Moran (1997) e outros autores, servirá somente como um verniz, um paliativo ou uma jogada de marketing para dizer que o nosso ensino é moderno. A profissão fundamental do presente e do futuro é educar para saber compreender, sentir, comunicar-se e agir melhor, integrando a comunicação pessoal, a comunitária e a tecnológica.

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Assim, conclui-se que mesmo tratando-se de uma questão complexa, sabe-se que o desenvolvimento de hardware e software poderá contribuir decisivamente para democratizar e expandir a educação.

8. REFERÊNCIAS

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