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Tecnologia em Processos gerenciais Gestão AmbientAl Evolução das QuEstõEs ambiEntais

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Tecnologia em Processos gerenciaisGestão AmbientAl

Evolução das QuEstõEs ambiEntais

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1Gestão AmbientAl Evolução das QuEstõEs ambiEntais

ObjetivOs da Unidade de aprendizagemAo final da aula o aluno deverá ser capaz de identificar os principais eventos mundiais acerca das questões ambientais e os diferentes pontos de vista sobre o desenvolvimento e crescimento econômico. Compre-ender as relações existentes entre crescimento popu-lacional e recursos naturais.

COmpetênCiasIdentificar os diferentes posicionamentos ambientais ao longo do tempo e os seus respectivos conceitos.

HabilidadesDiferenciar os conceitos de desenvolvimento sustentá-vel e desenvolvimento humano sustentável.

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APRESENTAÇÃO

Nesta unidade você compreenderá o papel da espécie humana na biosfera e, assim, o surgimento da tecnos-fera e sociosfera. Além disso, identificará, através de diversos exemplos, as principais causas da problemá-tica ambiental atual, principalmente, através da assi-milação dos conceitos de recursos naturais e as suas limitações. Esta unidade apresentará também os con-ceitos de custos ambientais provocados pelas revolu-ções industriais e, no trecho final, revelará os impactos negativos causados aos recursos naturais em função do crescimento populacional.

PARA COMEÇAR

Olá, turma! Para iniciar esta disciplina iremos tratar da evolução das questões ambientais no Brasil e no mundo. Deste modo, você conseguirá montar uma sequência cronológica que irá favorecer a sua interpre-tação sobre os principais acontecimentos ambientais.

A partir de sua evolução, a espécie humana desen-volveu técnicas para transformar o espaço natural em espaço geográfico (espaço natural transformado pelas ações humanas). Essa tecnologia fez com que o homem dominasse o espaço terrestre, alterando os espaços de outras formas de vida.

O homem era mais um integrante da biosfera, no entanto, a partir do desenvolvimento tecnológico pas-sou a ser a espécie dominante, que utiliza os recursos naturais exaustivamente, que explora os diferentes espaços terrestres, e que, sobretudo, provoca a dete-rioração da qualidade ambiental no planeta. Vale res-saltar que a espécie humana desenvolveu na biosfera a chamada tecnosfera e sociosfera. Na figura 1 abaixo observa-se as interações entre os sistemas:

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sociosfera tecnosfera

biosfera

litosfera

hidrosfera

atmosfera

ecosfera

humanidade

Na figura 1, percebe-se uma complexa relação entre biosfera, tec-nosfera e sociosfera. A biosfera recebe a energia solar. As plantas e algas absorvem essa energia sendo transformada pela fotossíntese em energia química contida na estrutura vegetal formada – recursos renováveis. Existem ainda, os não renováveis como combustíveis fós-seis: petróleo, carvão e gás natural. Os recursos renováveis e os não renováveis são levados ao nosso subsistema econômico (tecnosfera e sociosfera), onde são transformados em bens e serviços, como os alimentos, transportes etc. No entanto, no momento que ocorre esta transformação e consumo, geramos resíduos e muita poluição!

Atualmente o ser humano vive em uma complexa teia de rela-ções e interações diante de três sistemas: a biosfera, a tecnosfera e a sociosfera.

A Biosfera é o espaço da vida que envolve o planeta Terra.A Tecnosfera abrange as estruturas constituídas pelo trabalho

humano no espaço da biosfera.A Sociosfera corresponde a um sistema artificial de instituições

desenvolvido pelo ser humano.

AtençãoKarl Marx disse: “O objeto geral de trabalho do homem é a terra. O homem deve se comportar na natureza como um elemento da natureza. Assim como os demais animais, o homem interfere na natureza, mas, diferentemente dos animais, ele pode antecipar suas ações sobre o meio ambiente de forma consciente”. (apud DALLEMOLE, 2003).

Figura 1. Interação

entre os sistemas.

Fonte: Adaptado

de Juliana Augusta

Verona, 2010.

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FuNdAMENTOS

O artigo de Dallemole (2003) que trata sobre vantagens comparativas e degradação ambiental apresenta vários aspectos no que se refere as relações do homem com o meio ambiente. Destacam-se alguns tre-chos importantes a seguir.

1. a prOblemátiCaA exploração dos recursos naturais tem sido crescente e encontra-se num patamar muito elevado atualmente; principalmente se estes pro-dutos estão destinados ao comércio internacional. Esta situação força para baixo o preço dos bens primários, que possuem, por exemplo no Brasil, um montante de 70% destinado à exportação. A queda dos pre-ços faz com que se busque ampliar a oferta destes produtos a cada ciclo para se obter um montante de recursos semelhantes (GUDYNAS, 2002).

A exportação de commodities do Brasil corresponde a 46,9% das exportações. Isto faz com que o país tenha um alto grau de dependên-cia da exploração ambiental ou do aumento da exploração na medida em que os preços caem e, consequentemente, acumulam o custo da depredação para as gerações futuras (DIAS, 2002).

Já existem alertas em todo o mundo enfocando os fatores negativos da perda da biodiversidade. A perda da diversidade biológica envolve aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos (Idem).

Os principais processos responsáveis pela perda da biodiversidade são:

→ Perda e fragmentação dos habitats; → Introdução de espécies e doenças exóticas; → Exploração excessiva de espécies de plantas e animais; → Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas

de reflorestamento; → Contaminação do solo, água e atmosfera por poluentes; → Mudanças climáticas. As inter-relações das causas de perda de bio-

diversidade com a mudança do clima e o funcionamento dos ecossiste-mas apenas agora começam a ser vislumbradas (DIAS, 2002).

São três os principais motivos que tornam importante que haja preser-vação da biodiversidade:

1. É considerada responsável pelo equilíbrio de todos os ecossistemas; 2. Representa um enorme potencial econômico, em função dos signi-ficativos avanços da biotecnologia e;

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3. Atualmente, [acredita-se] que a biodiversidade esteja se decompondo, principalmente ao observar-se a constante extinção de espécies (Idem).

Todas as economias do mundo passam a estar diante de um dilema cada vez mais atenuante, uma vez que têm de optar entre a preserva-ção de sua biodiversidade ou o comprometimento ainda maior de seus saldos comerciais.

Atualmente, a crescente importância atribuída ao mercado na gestão dos fluxos comerciais, o qual não analisa a exacerbação dos recursos naturais, tem contribuído para um desenvolvimento longe da sustentabi-lidade. Já é possível evidenciar alguns dos prováveis limites à sustentação do atual modelo de desenvolvimento. (MERICO, 1996, p.23)

→ Apropriação humana dos produtos gerados pela fotossíntese: com a possível duplicação da população humana em aproximada-mente 30 anos a apropriação humana poderá chegar a 80% dos pro-dutos gerados pela fotossíntese, não restando energia suficiente para a manutenção dos ecossistemas.

→ Aquecimento global: A intermitente utilização de combustíveis fós-seis libera uma quantidade enorme de CO2, alterando o clima do planeta;

→ A ruptura da camada de ozônio: Isso ocorre em função da libera-ção de CFC na atmosfera. Mais de um milhão de toneladas são jogados na atmosfera todo o ano;

→ A desertificação: Trata-se da erosão acelerada dos solos em fun-ção do negligenciamento (sic) humano e trará, no futuro, perda da pro-dutividade agrícola;

→ A extinção da biodiversidade: Sem ela, simplesmente não existe uma forma de sustentar os processos econômicos e sociais.

Uma grande diferença entre os produtos gerados pela natureza e os gerados pela indústria são os custos de produção. Não há um mer-cado que gere um preço aos produtos naturais; eles têm custo zero (Idem, p.35). Já no mercado internacional muitos destes bens pos-suem um valor significativo, fator este que estimula a sua extração ou produção pelos segmentos da sociedade, pois as perspectivas de lucro eram otimizadas.

A questão torna-se ainda mais complexa se o modelo de desenvolvi-mento permite que estas relações de mercado comandem estas rela-ções entre o Homem e o meio ambiente.

O estímulo proporcionado pelas vantagens comparativas em paí-ses detentores de vastos recursos naturais e, ao mesmo tempo,

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dependentes de bens manufaturados e/ou de luxo, pode acelerar o processo de degradação do meio ambiente.

Têm-se como exemplos muitos países ou regiões que se vale-ram de vantagens oriundas dos recursos naturais para garantir seus fluxos comerciais e causaram significativos problemas ao meio ambiente em particular. Trata-se dos casos que serão pesquisados e analisados para justificar o caráter nocivo das vantagens comparati-vas ao meio ambiente [...].

A leitura do texto acima nos leva a compreender que a busca dos países pelo crescimento econômico desenfreado não levou em conta a limitação dos recursos naturais.

O desenvolvimento tecnológico e a natureza deveriam andar em equilíbrio. No entanto, este avanço tecnológico tentou resolver vários problemas específicos sem levar em conta os impactos negativos na natureza. Quando a o uso da tecnologia está dissociado ao respeito à natureza, os desastres ecológicos sempre acontecem!

AtençãoTecnologia e natureza precisam coexistir pacificamente. E isso só é possível se houver equilíbrio entre avanço tecnológico e pro-teção ambiental!

1.1. EXEMPLOS DE DANOS AMBIENTAIS NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

1. O clorofluorcarbono (CFC) é um bom exemplo de avanço tecnológico que causou efeito nocivo. Em 1929, quando foi descoberto, passou a substituir a amônia e foi considerado fantástico na época, pois era inco-lor, insípido, inodoro, não era tóxico nem inflamável e não reagia com nenhuma outra substância. E, justamente por não reagir com nenhuma outra substância, passou a ser usado também como gás propelente em sprays. No entanto, algumas décadas mais tarde, descobriu-se que ao atingir a alta atmosfera, a molécula de clorofluorcarbono era quebrada pela radiação ultravioleta e liberava um átomo de cloro, que por sua vez provocava a destruição catalítica da camada de ozônio — que pro-tege a Terra das radiações ultravioleta B. Cada átomo de cloro destrói até cem mil moléculas de ozônio até ser neutralizado;2. Algumas ilustrações a seguir demonstram os desastres ambientais causados pelas ações humanas:

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1.2. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E OS CUSTOS AMBIENTAISDesde o início da Revolução Industrial e até pouco tempo atrás, o meio ambiente era considerado como um bem livre que qualquer pessoa tinha o direito de usar conforme sua vontade. Se consideramos os altos custos que a poluição acarreta para a sociedade, como os danos causados à saúde das populações, vemos que o meio ambiente não pode ser considerado um bem livre.

Empresários de todo o mundo estão sob grande pressão para ado-tar políticas ambientalistas e incorporá-las ao seu planejamento estra-tégico como uma matéria de rotina. A figura 4 abaixo mostra alguns

Figura 3. Visão

geral de uma

paisagem degradada

por atividade de

mineração, com

desmatamento,

exposição do solo

à erosão e ameaça

à sobrevivência

de determinadas

espécies.

Figura 2.

Contaminação da

água subterrânea e do

solo em área industrial

e urbana, causada

pela disposição

incorreta de grandes

quantidades de

resíduos sólidos

e esgotos. Fonte:

adaptado de <http://

www.igc.usp.br/

index.php?id=303>.

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aspectos importantes que vêm fazendo com que os responsáveis pelas organizações passem a se preocupar mais com o meio ambiente.

indústria

redução derecursos naturais

crescimentopopulacional

efeito estufapoluição das águas

contaminaçãoda terra

poluiçãoatmosférica

destruição dacamada de ozônio

mudanças tecnológicas

clientes

mudanças sociais

mercado competitivo opinião pública

legislação

Diante deste novo quadro, as empresas assumem uma importância fundamental, devendo substituir qualquer postura reativa, em relação às questões ambientais, por uma postura proativa. É importante que o meio empresarial passe a se preocupar cada vez mais com a preserva-ção ambiental e a prevenção da poluição!

1.3. CRESCIMENTO POPULACIONAL E RECURSOS NATURAIS

“Hoje em dia, o ser humano apenas tem ante si três grandes problemas que foram ironicamente provocados por ele próprio: a superpovoação, o desapa-recimento dos recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Triunfar sobre estes problemas, vistos sermos nós a sua causa, deveria ser a nossa mais profunda motivação.” (Jacques Yves Cousteau – 1910-1997)

A população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6 bilhões no ano 2000. Esse resultado destaca o impacto causado no consumo dos recursos naturais. Atualmente, a taxa de crescimento está em 1,3% ao ano, a população aumenta em 78 milhões de pessoas. Desses 6 bilhões,

Figura 4. Relação dos

impactos ambientais

e as empresas.

Fonte: Adaptado

de Campos (1996).

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somente 20% pertencem aos países desenvolvidos, sendo os 80% per-tencentes aos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (pos-suem altas taxas de crescimento populacional). Estima-se que em 2050 somente 13% da população pertença aos países desenvolvidos.

Questão primordial deve ser feita. Será que os recursos naturais têm a capacidade de suporte que exige este crescimento populacional?

Segundo a WWF o consumo humano já supera em 25% a capacidade de recuperação dos recursos naturais. O tamanho da população mundial é um dos fatores que influenciam essa equação. Do ponto de vista de dis-ponibilidade dos recursos naturais, o Brasil tem uma situação confortável: em tese, poderia até dobrar a população atual sem ultrapassar a capa-cidade de seus recursos naturais. Como podemos observar na Figura 5 abaixo, que evidencia o índice da área global necessária para sustentar uma pessoa segundo a Optimum Population Trust da Inglaterra:

A Optimum Population Trust calcula a população máxima de cada país a partir da qual os recursos naturais começam a ser consumidos mais rapidamente do que sua capacidade de reposição.

* Pegada ecológica da WWF (2002) – índice da área global necessária para sustentar uma pessoa

limite sustentável

2,4 ha 4,1 ha 9,7 ha

No Brasil atual, o impacto ambiental é de 2,4 hectares per capita*

384milhões

220milhões

95milhões

população máxima sustentável

Se o Brasil atingir o nível de impacto da Suíça, de 4,1 hectaresper capita*

Se o Brasil atingir o nível de impacto americano, de9,7 hectaresper capita*

Lógico que essa é uma situação transitória, pois o impacto sobre o ambiente é medido menos pelo número e mais pelo padrão de con-sumo das pessoas. Porém, modo predador com que o Brasil trata suas florestas é explicado pela necessidade de alimentar uma população mundial numerosa. A distribuição desigual da população também

Figura 5. Impactos

nos Recursos

Naturais a partir

do crescimento

populacional.

Fonte: Adaptado

de SCHELP, 2008.

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contribui para os danos ambientais. A maior parte dos brasileiros vive nas proximidades do litoral. O resultado é que, pressionada desde que o primeiro português pisou no continente, a Mata Atlântica perdeu 93% de sua cobertura florestal nos últimos 500 anos.

A ONU prevê que a população mundial só entrará em retração em 2050, ao atingir 9,2 bilhões de habitantes, um aumento de cerca de 37% em relação aos 6,7 bilhões atuais. Até lá, a renda per capita dos países em desenvolvimento deve crescer ao ritmo de 3% ao ano. Cada ponto percentual de melhoria na economia desses países tem seu preço em recursos naturais.

A saída de milhões de pessoas da pobreza, que é bem-vinda, pode ter efeito devastador para o planeta.

Segundo o demógrafo estadunidense Paul Ehrlich, autor do livro A Bomba Populacional: “A Terra só tem capacidade para suportar 2 bilhões de pessoas com um padrão de consumo equivalente ao de um país rico”.

E como se classificam os recursos naturais? Abaixo segue a Figura 6 que destaca esta classificação:

recursos naturais

não renováveis

minerais não energéticos

fósforo cálcio etc

minerais energéticos

combustíveis fósseis urânio

água

renováveis

arbiomassavento

É importante destacar sobre os recursos naturais deveriam satisfazer três condições:

1. Taxa de uso de recursos renováveis não exceda as suas taxas de regeneração;2. Taxa de uso de recursos não renováveis não exceda a taxas nas quais substitutos renováveis sustentáveis sejam desenvolvidos;3. Taxa de emissão de poluentes não exceda a capacidade assimilativa do meio ambiente.

Figura 6.

Classificação dos

recursos naturais.

Fonte: Adaptado de

Braga et al. (2002).

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2. evOlUÇÃO das QUestÕes ambientaisNo final dos anos 1960, os países industrializados estavam começando a perceber o impacto negativo das suas tecnologias: lagos e rios polu-ídos, florestas sendo destruídas pela chuva ácida, poluição do ar nas grandes cidades (vale ressaltar que estas questões serão abordadas com maior detalhamento nos capítulos 3, 4 e 5). A população afetada por esses problemas começou a se organizar em grupos de protesto, que exigiam o controle da poluição, a conservação e a proteção da natureza. A atuação das ONGs, o aumento da conscientização sobre os problemas ambientais e as reclamações da Suécia, que estava sofrendo as consequências da chuva ácida proveniente das emissões da Inglaterra e da Alemanha contribuíram decisivamente para que as Nações Unidas decidissem no final da década de 1960, durante sua Assembleia Geral, convocar a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Homem. Essa Conferência foi realizada entre 5 e 16 de junho de 1972, em Estocolmo, na Suécia.

2.1. O CLUBE DE ROMA E O CRESCIMENTO ZERO Em 1968, é fundado o Clube de Roma que agregou cem empresários, políticos, cientistas sociais, preocupados com as consequências do modelo de desenvolvimento predatório adotado pelos países ricos do ocidente e que rapidamente se espalhava por todo o globo terrestre.

Em 1971, o Clube encomenda um estudo sobre a situação do Planeta. Como resultado é publicado no ano seguinte, um relatório que leva o nome de Limites do Crescimento, que recomenda crescimento zero da atividade econômica e da população, como forma de garantir a con-tinuidade da existência da espécie humana do Planeta. Tal documento é duramente criticado, principalmente porque congelava desigualda-des e não previa mudanças nos padrões de produção e consumo ado-tados pela sociedade, nem tampouco propunha uma redistribuição de riquezas entre os países e as diferentes camadas da população.

2.2. ESTOCOLMO 72: I CONfERêNCIA DAS NAÇõES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E O HOMEMEm 1972 aconteceu a Conferência das Nações Unidas, em Estocolmo, debatendo o tema “Crescimento Econômico e Meio Ambiente”, com a presença de 113 países. Esta Conferência é considerada um marco político internacional para o surgimento de políticas de gerenciamento ambiental. Ali foram propostos novos conceitos como o do Ecodesen-volvimento; uma nova visão das relações entre o meio ambiente e o

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desenvolvimento; e elaborados importantes programas como o das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

A Conferência também constituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 5 de junho de cada ano. A partir dela, a atenção mundial foi direcionada para as questões ambientais, espe-cialmente para a degradação ambiental e a poluição planetária.

A posição do Brasil em relação às questões ambientais colocadas pela conferência, apoiada pelos demais países do chamado Terceiro Mundo, foi bastante clara: o crescimento econômico não deveria ser sacrificado em nome de um ambiente mais puro. Sugeriram que os países desenvolvidos deveriam pagar pelos esforços de despoluição. Além disso, o Brasil discordou da relação direta entre crescimento populacional e exaustão dos recursos naturais, opondo-se fortemente às propostas de medidas de controle de natalidade.

2.2.1. UM POUqUINHO SOBRE O ECODESENVOLVIMENTOIgnacy Sachs formulou os princípios básicos desta nova visão do desen-volvimento. Ela integrou basicamente seis aspectos, que deveriam guiar os caminhos do desenvolvimento:

1. A satisfação das necessidades básicas;2. A solidariedade com as gerações futuras; 3. A participação da população envolvida; 4. A preservação dos recursos naturais e do meio ambiente em geral; 5. A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas; e6. Programas de educação.

A teoria do ecodesenvolvimento referiu-se inicialmente às regiões rurais da África, Ásia e América Latina; ela ganhou cada vez mais uma visão das inter-relações globais entre subdesenvolvimento e superdesenvol-vimento. Uma crítica da sociedade industrial e consequentemente uma crítica da modernização industrial como método do desenvolvimento das regiões periféricas viraram parte integrante da concepção do eco-desenvolvimento. Podemos constatar que os debates sobre o ecode-senvolvimento prepararam a adoção posterior do desenvolvimento sustentável. Sachs usa hoje, frequentemente, os conceitos ecodesenvol-vimento e desenvolvimento sustentável como sinônimos.

Com o avanço tecnológico da década de 1980, o aperfeiçoamento dos métodos de diagnóstico dos problemas ambientais e o impulso observado pelo movimento ecológico, a questão central voltou-se para

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a sobrevivência da espécie humana no planeta. A partir deste momento era preciso agir de forma responsável em relação ao meio ambiente, de modo a garantir os recursos naturais necessários à sobrevivência das futuras gerações. Nascia a partir dessa ideia o conceito de Desen-volvimento Sustentável.

2.3. RELATÓRIO BRUNDTLAND: O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTáVELDurante toda a década de 1980 a humanidade buscou conhecimentos e acordos para propor uma nova sociedade, de caráter local e global.

Em 1983, por decisão da Assembleia Geral da ONU, foi criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente Desenvolvimento – CMMAD. Presidida pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brun-dtland, tinha como objetivo analisar a interface entre a questão ambien-tal e o desenvolvimento e propor um plano de ações. Essa Comissão, chamada de Comissão Brundtland, circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em 1987, com um relatório chamado “Nosso Futuro Comum”. E é nesse relatório que se encontra a definição de desenvolvimento sustentável mais aceita e difundida em todo o Planeta: “Desenvolvi-mento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”. Segundo a Comissão, o desafio era tra-zer as considerações ambientais para o centro das tomadas de deci-sões econômicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos níveis: local, regional e global.

Segundo a Comissão Brundtland, o conceito de desenvolvimento sustentável apresentava deficiências porque:

→ Não envolvia limites absolutos, mas sim limitações impostas pelo estágio atual da tecnologia e da organização social sobre os recur-sos ambientais, e limitações impostas pela capacidade de a biosfera absorver os efeitos das atividades humanas;

→ Seu relatório não oferecia um plano detalhado de ação, apenas sinalizava um caminho para que os povos do mundo pudessem ampliar suas formas de cooperação em busca do desenvolvimento sustentável.

Para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, são necessárias mudanças fundamentais em nossa forma de pensar e na maneira como vivemos, produzimos, consumimos etc.

Além da dimensão ambiental, tecnológica e econômica, o desen-volvimento sustentável possui uma dimensão cultural e política. Exige

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a participação democrática de todos na tomada de decisões para as mudanças que são necessárias.

2.4. DESENVOLVIMENTO HUMANO SUSTENTáVEL: DIfERENÇAS ENTRE DESENVOLVIMENTO HUMANO E CRESCIMENTO ECONôMICODurante muito tempo, o pensamento dominante foi que desenvolvi-mento e crescimento econômico seriam a mesma coisa: bastava que uma comunidade produzisse riqueza, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), para ser considerada desenvolvida.

Os fatos e as pesquisas mostraram que o mundo real não é bem assim. Tal tipo de constatação levou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) a propor um novo conceito: o do Desenvolvimento Humano Sustentável (DHS). Sem “reinventar a roda”, resgatando ideias importantes para a humanidade, esse conceito diz que o ser humano é a razão de ser do desenvolvimento, e no ser humano devem estar centrados tanto o processo quanto os resultados inerentes ao desenvolvimento. Desde 1990 o PNUD vem publicando Relatórios de Desenvolvimento Humano (RDHs) que demonstram essa nova forma de se abordar o desenvolvimento.

Neste conceito fica claro que o crescimento econômico não é um fim em si mesmo; é apenas um meio para melhorar as condições de vida existentes numa comunidade!

Por isso, o Desenvolvimento Humano Sustentável enfatiza que:

→ O desenvolvimento é das pessoas, isto é, ocorre pela ampliação das capacidades, oportunidades e potencialidades criativas e dos direi-tos de escolha dos indivíduos, por meio da oferta de nutrição, saúde, educação e de outras condições fundamentais para uma vida digna;

→ O desenvolvimento é para as pessoas, o que significa enfatizar que os benefícios do desenvolvimento e do crescimento econômico devem expressar-se nas vidas das pessoas, ou seja, uma comunidade só pode ser considerada desenvolvida quando o que ela produz é apropriado de forma justa e equitativa por seus cidadãos, isto é, quando a riqueza que ela gera transforma-se em bem-estar para todos os seus habitantes;

→ O desenvolvimento se dá pelas pessoas, ou seja, o desenvolvi-mento deve ser promovido pelas próprias pessoas, mediante sua participação ativa e constante nas decisões que afetam suas vidas. O indivíduo e as comunidades são beneficiários e sujeitos criadores do desenvolvimento e devem ter poder de decisão durante o processo do desenvolvimento — a isso chama-se capacitar as pessoas.

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2.5. ECO 92Em 1988, a 43a Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução 43/196, que propunha realizar, até 1992, uma nova confe-rência sobre temas ambientais.

A convocação foi marcada para junho de 1992, com o objetivo de discutir as conclusões e as propostas do Relatório Brundtland – particu-larmente, o conceito do desenvolvimento sustentável – e comemorar os 20 anos da Conferência de Estocolmo.

O Brasil foi escolhido para sediar essa conferência e decidiu realizá--la na cidade do Rio de Janeiro.

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desen-volvimento – CNUMAD – foi realizada entre 3 e 14 de junho de 1992, e contou com dois eventos principais.

→ A Conferência das Nações Unidas – governamental –, com a presença de 178 países e a participação de 112 Chefes de Estado – 12 a 14 de junho –, resultando na maior conferência desse tipo jamais realizada;

→ O Fórum Global, uma conferência paralela dos setores indepen-dentes – ONGs ambientalistas e ligadas a outros setores do desenvol-vimento, às indústrias, aos povos tradicionais, às mulheres etc.

Os principais resultados da Conferência do Rio de Janeiro foram:

Declaração do Rio de Janeiro/92Resultado da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – ECO-92.

Expressa, em grandes linhas, o compromisso dos países signatários na adoção de ações que permitem reduzir os conflitos entre desenvol-vimento e meio ambiente.

Declaração de Princípios sobre o Uso das FlorestasDocumento aprovado durante a ECO-92 que incorpora o conceito de soberania dos países sobre seus recursos naturais, assim como o direito de manejo dos recursos florestais de acordo com seus objetivos e políticas.

Convenção da Diversidade BiológicaConvenção assinada, ratificada e promulgada pelo Brasil, estabele-cendo que o princípio da precaução deve buscar a redução dos danos

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ambientais, mediante comprovação científica acerca do dano para que sejam tomadas medidas cabíveis em relação ao problema.

No que diz respeito ao princípio da precaução, exige apenas ameaça de sensível redução ou perda de diversidade ecológica.

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças ClimáticasConvenção assinada, ratificada e promulgada pelo Brasil. Estabe-lece que o princípio da precaução deve buscar a redução dos danos ambientais, mediante comprovação científica acerca do dano, para que sejam tomadas medidas cabíveis em relação ao problema.

No que diz respeito ao princípio da precaução, exige, em seu artigo 3º, que a ameaça de dano seja séria ou irreversível, além de se mani-festar a respeito dos custos das medidas ambientais. Ver Convenção da Diversidade Biológica, para entender a diferente forma de adotar o princípio da precaução.

Agenda 21Acordo firmado na Rio-92, constituído pela sistematização de um pro-grama de ações para o desenvolvimento sustentável.

Abrangente plano a ser implementado por organizações do sistema das Nações Unidas, por governos e pela sociedade civil em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.

Comissão para o Desenvolvimento SustentávelGrupo funcional do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. Foi criada em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro.

Dentre os diversos assuntos tratados pela comissão, destaca-se a cooperação tecnológica entre iniciativa privada, governo e órgãos de pesquisa e desenvolvimento.

Convenção para o Combate à Desertificação Em vigor desde fins de 1996, é a segunda convenção resultante da Rio ECO-92 – Conferência de Cúpula das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Cento e noventa e um países já aderiram à Convenção.

O compromisso central é a elaboração de um Plano Nacional de Combate à Desertificação por cada país que faça parte da Convenção.

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Gestão Ambiental / UA 01 Evolução das Questões Ambientais 18

ConCeito“Uma comunidade sustentável vive em harmonia com seu meio ambiente e não causa danos a meios ambientes distantes ou a outras comunidades - agora ou no futuro. A qualidade de vida e os interesses das futuras gerações são mais valorizados do que o crescimento econômico ou o consumo imediato.” (Caring for the Earth’ Unep, 1993)

3. legislaÇÃO reFerente aO meiO ambiente nO brasilA legislação relacionada ao meio ambiente no Brasil será apresentada nas demais unidades de aprendizagem referentes a especificidades rela-cionadas aos recursos naturais água, solo, ar, floresta etc. Destacamos aqui duas importantes leis relacionadas ao meio ambiente no Brasil:

Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981Essa lei dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Estabeleceu o Sistema Nacio-nal de Meio Ambiente (Sisnama) e criou o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Além disso, era reconhecida nessa lei a legitimidade do Ministério Público da União para propor ações de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente. Posteriormente a Lei 7.804/89 altera a Lei 6.938/81 e prevê o crime ecológico.

A Lei 6.938, de 31/8/1981, ampliou sensivelmente o conceito de polui-ção, já que expressamente a define como “degradação da qualidade ambiental”, o que inclui não apenas o lançamento de matéria ou energia (poluente) nas águas, no solo ou no ar, mas também qualquer atividade que, direta ou indiretamente, cause os efeitos ali descritos (BRAGA et al., 2002). Deve-se ressaltar que foi a primeira vez que no Brasil estabe-leceu-se uma Política Nacional para as questões relacionadas ao meio ambiente, as quais eram tratadas de forma desarticulada e pontual.

Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de con-dutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

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antena PARAbóliCA

Vocês puderam ver na aula de hoje as causas e as con-sequências do nosso padrão de crescimento e desen-volvimento, o qual se deu a partir de uma exploração predatória do meio ambiente e com desdobramentos muito negativos para a vida em nosso planeta. Viram a evolução das questões ambientais e os principais movimentos de repercussão mundial que vem sur-gindo desde a década de 1960. Essas transformações estão afetando profundamente todos os segmentos da sociedade, incluindo os profissionais de proces-sos gerenciais. Na próxima aula trataremos detalha-damente de um programa de açãoimportante para o meio ambiente: a Agenda 21.

lembre-seTer consciência ambiental é pensar no outro, pensar no coletivo. É possibilitar que o mundo seja ocupado pela população humana por muito mais tempo e de maneira mais saudável.

E AgORA, José?

Agora que você já conhece os principais aconteci-mentos relacionados aos movimentos ambientais, bem como a origem do conceito de desenvolvimento sustentável e sua evolução para desenvolvimento humano sustentável, além da relação existente entre crescimento populacional e recursos naturais, na próxima aula você aprendera sobre um Programa de Ação denominado Agenda 21. Este documento foi importantíssimo para avançar na elaboração de pro-jetos que de fato apliquem ações sustentáveis.

Bons estudos e até lá!

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ATividAdES

Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ini-ciar as atividades da unidade de aprendizagem. Faça a leitura do conteúdo apresentado, reflita sobre as questões apontadas, pois elas vão nortear seu enten-dimento sobre os principais eventos mundiais acerca das questões ambientais e os diferentes pontos de vista sobre o desenvolvimento e crescimento econô-mico. Esperamos que você possa conhecer o histó-rico, a evolução do processo de degradação ambiental que a sociedade contemporânea vem presenciando e compreender o surgimento e a importância desse novo paradigma de gestão, conhecido como gestão ambiental, e a sua inserção nos processos gerenciais.

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Gestão Ambiental / UA 01 Evolução das Questões Ambientais 21

glOSSáRiOBiosfera: é o espaço da vida que envolve o pla-

neta Terra.

Tecnosfera: abrange as estruturas constituídas

pelo trabalho humano.

Sociosfera: é a soma de instituições sociopolí-

ticas, socioeconômicas, socioculturais e da

sociedade e evoluiu ao longo de séculos de

história da humanidade.

Ecodesenvolvimento: se define como um pro-

cesso de transformação do meio com a ajuda

de técnicas ecologicamente responsáveis,

impedindo o desperdício dos recursos natu-

rais e cuidando para que estes sejam empre-

gados na satisfação das necessidades de

todos os membros da sociedade e suas inter-

-relações harmoniosas com a natureza.

Desenvolvimento sustentável: é o desen-

volvimento capaz de suprir as necessida-

des da geração atual, sem comprometer a

capacidade de atender as necessidades das

futuras gerações.

Desenvolvimento humano sustentável: é

um conceito amplo, multidimensional, que

abrange meios e fins; justiça social e desen-

volvimento econômico; bens materiais e o

bem-estar humano; investimento social e a

capacitação das pessoas; atendimento das

necessidades básicas e estabelecimento

de redes de segurança; sustentabilidade

ambiental para as gerações atuais e futuras; e

a garantia dos direitos humanos – civis, polí-

ticos, sociais, econômicos e ambientais.

Agenda 21: é um programa de ação, baseado

num documento de 40 capítulos, que cons-

titui a mais ousada e abrangente tentativa já

realizada de promover, em escala planetária,

um novo padrão de desenvolvimento, conci-

liando métodos de proteção ambiental, jus-

tiça social e eficiência econômica.

Recursos Naturais: “São os mais variados meios

de subsistência que as pessoas obtêm direta-

mente da natureza” (SAHOP, 1978). “O patri-

mônio nacional nas suas várias partes, tanto

os recursos não renováveis, como jazidas

minerais, e os renováveis, como florestas e

meio de produção” (CARVALHO, 1981).

REFERêNCiASbraga, b.; hespanhol, i.; conejo, j.g.l. et al.

Introdução à Engenharia Ambiental. São

Paulo: Prentice Hall, 2002.

brÜseKe, F. j. O problema do Desenvolvimento

Sustentável. Clóvis Cavalcanti (Org.) Desen-

volvimento e Natureza: Estudos para uma

sociedade sustentável. INPSO/FUNDAJ, Bra-

sil. Octubre 1994. p. 262.

caMpos, Lucila Maria de Souza. Um estudo

para definição e identificação dos cus-

tos da qualidade ambiental.  Dissertação

submetida à Universidade Federal de Santa

Catarina para obtenção do grau de mestre

em Engenharia de Produção. Florianópolis-

-SC  , 1996. Disponível: <http://repositorio.

ufsc.br/handle/123456789/76443>. Acesso

em: out. 2014.

carValho, Benjamin de Araújo. Glossário de

saneamento e ecologia. Rio de Janeiro:

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária

e Ambiental, 1981.

dalleMole, d. Vantagens comparativas e

degradação ambiental. Movendo Idéias,

Belém, v. 8, n. 14, p. 54-59, nov. 2003. Dispo-

nível <http://webcache.googleusercontent.

c o m / s e a r c h ? q = c a c h e : E b 9 5 x Y U w P -

IJ:nc-moodle.fgv.br/cursos/centro_rec/

d o c s / v a n t a g e n s _ c o m p a r a t i v a s _

degradacao_ambiental.doc+&cd=1&hl=pt-

BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: out. 2014.

schelp, d. A natureza agradece. Disponível

em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/

noticia/ambiente/conteudo_293406.shtml>.

Acesso em: out. 2014.