tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

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INSTITUTO PIAGET Campus Universitário de Viseu Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares (I.S.E.I.T) / Viseu Decreto de lei N° 211/96 de 18 de Novembro

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Page 1: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

INSTITUTO PIAGET

Campus Universitário de ViseuInstituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares (I.S.E.I.T) / Viseu

Decreto de lei N° 211/96 de 18 de Novembro

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Viseu, 6 de Janeiro de 2010

Técnicas de modificação do comportamento

Docente: António Vinhal

Discentes: Liliana Ferreira Márcia Correia

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Tópicos a desenvolver:

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“A Psicologia é o corpo de ciência que estuda o comportamento. Comportamento é aquilo que fazem todos os seres animados. A Psicologia relacionada com o ser humano estuda aquilo que os humanos fazem e dizem e, a partir dessa constantação, infere ou imagina o que eles pensam ou sentem. Com base na análise destas observações e inferências, prevê, com maior ou menor rigor, o comportamento que as pessoas poderão vir a adoptar em determinadas circunstâncias com rigor e objectividade, existem técnicas que conseguem alterar a maneira de ser e actuar dos indivíduos em questão.”

(Noronha et Noronha, 1999, pp.7)

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Enquadramento teórico

“ Ao longo da nossa vida, são muitos os comportamentos que desejamos modificar quer em nós próprios, quer nos outros. Porém, o tempo de que dispomos para esta tarefa tão importante não é muito, agora que entramos no séc. XXI e no novo milénio, repleto de desenvolvimento científico e tecnológico”.

Noronha et Noronha, 1999, pp. 7

“A terapia comportamental (TC), um termo que empregaremos como sinónimo de modificação do comportamento, tem um passado amplo, porém uma história curta.”

Vicente et Caballo, 2002, pp. 4

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Definição de terapia comportamental (TC)

“… a TC é um enfoque enraizado, mas não improgressivo, na metodologia das ciências comportamentais e com uma forte, mas não exclusiva, predileção para alguma forma de teoria de aprendizagem E-R.”

Vicente et Caballo, 2002, pp. 11

A terapia comportamental baseia-se nas teorias sobre o comportamento que se desenvolveram a partir do início do século XX e que na década de 50 teve grande repercussão através obra de Skinner.O desenvolvimento da teoria comportamental permitiu o conhecimento a respeito das leisgerais do comportamento tornando-o mais previsível. Tal conhecimento é o ponto no qual a terapia comportamental se apoia para o desenvolvimento de sua prática clínica. Nesse sentido, é essencial o conhecimento a respeito de termos e conceitos relativos a esta abordagem.

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Dentro da perspectiva comportamental existem dois tipos de comportamento: o conhecido como “comportamento respondente” (denominado assim por responder a um estímulo específico como os comportamentos reflexos, por exemplo) que tem carácter involuntário e o “comportamento operante” que tem caráter voluntário.

O comportamento operante é aquele que modifica o ambiente, estando sujeito a alterações a

partir das conseqüências de sua atuação sobre o ambiente. Ou seja, as probabilidades futuras de um

operante ocorrer novamente está na dependência das conseqüências que foram geradas por ele

(Skinner,1953).

Além do conhecimento sobre as formas de comportamento, o conceito de “condicionamento”

desempenha papel fundamental dentro desta abordagem. Este conceito traz a idéia de que os

comportamentos são mutáveis, ou seja, que a partir de mudanças nas condições do ambiente podem

ser alterados. Alguns fatores estão envolvidos no condicionamento operante: presença de

reforçadores ou de situações aversivas (Lotufo Neto, 1993a; Lettner, 1998).

Mediante uma conseqüência reforçadora a probabilidade de que um operante ocorra novamente

é aumentada. O padrão de reforçamento também é um fator que influencia na freqüência em

que ocorre um comportamento operante. O reforço pode ser contínuo ou seja, ocorrer sempre

após determinada resposta ou intermitente onde acontece de acordo com uma determinada periodicidade.

O comportamento tende a ocorrer numa freqüência maior quando está vinculado a um

esquema de reforçamento intermitente (Skinner,1953).

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Ainda com relação ao condicionamento operante, situações que antecedem determinada resposta

e que tenham sido vinculadas a um reforçamento constituem-se em fatores que podem governar

o comportamento do indivíduo. Esta situação denomina-se estímulo discriminativo, pois,

permite que o sujeito consiga discriminar no ambiente as situações que garantem o reforço após a

emissão de determinada resposta. Além desta capacidade de discriminação também é importante o

conhecimento sobre o conceito de generalização: um organismo é capaz de estabelecer diferenças

e semelhanças entre estímulos e a partir disso comportar-se da mesma forma em ambientes diferentes

(Lotufo Neto, 1993a; Rangé,1998a; Bahls, 2003).

No condicionamento operante pode ser utilizado um procedimento conhecido como “modelagem”

que consiste na forma progressiva com que o repertório comportamental de um organismo

vai sendo modificado através de reforçamentos sistemáticos de comportamentos que se assemelham

ao comportamento final ao qual se quer atingir.

Situações ditas aversivas também produzem determinados tipos de comportamentos. A punição,

por exemplo, é uma delas: a punição caracteriza-se pela retirada de um estímulo reforçador

diante de determinada resposta ou pela apresentação de um estímulo aversivo. De acordo com

Skinner (1953) a punição somente produz diminuição de um dado comportamento temporariamente

e nas situações em que o agente punitivo estiver presente. Assim a punição não é eficiente

para a remoção de um comportamento, podendo gerar outros comportamentos indesejados tais

como a agressividade. A utilização do reforço positivo é mais adequada quando se quer promover

uma mudança prolongada e eficaz do repertório comportamental do indivíduo.

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Frente a um estímulo aversivo, o indivíduo pode emitir comportamentos de fuga (evitação do

estímulo na presença deste) ou de esquiva (evitação quando o estímulo aversivo ainda não está presente). Outra situação aversiva é a frustração , que consiste na situação em que o estímulo

reforçador é inacessível ao organismo por fatores de impedimento diversos, dentre eles o fator

tempo ( situações em que o indivíduo precisa esperar para receber o reforço), ou situações de

conflito onde a opção por determinado tipo de reforço implica necessariamente na frustração de

não obter o outro (Rangé, 1998a).

Apresentaram-se aqui alguns dos conceitos pertencentes à abordagem comportamental que

auxiliam na compreensão das leis que regem o comportamento, base teórica para a prática clínica

nesta abordagem.

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Técnicas de modificação do comportamento:• Reforço

• Reforço do comportamento incompativel

• Retirada do reforço

• Puniçao (time out)

• Condicionamento aversivo

• Extinção ou desaprendizagem

• Reaprendizagem

• Sensibilizaçao

• Saciaçao (flooding)

• Moldagem (shaping)

• Auto-reforço

• Modelagem (social learning)

• Facilitaçao

• Psicodrama

• Acumulação de vantagens (token economy)

• Contrato escrito

• Relaxamento

• Auto-hipnose

• Nivel de tolerancia

• Fading

• Encadeamento

• Desensibilização sistemática

• Terapia implosiva (inundaçao)

• Condicionamento encoberto

• Biofeedback

• Generalização

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Reforço

Definição: é a consequência de um comportamento que mostra-se capaz de alterar

a frequência deste comportamento, tornando-o mais provável. Reforços são estímulos

que incentivam um determinado comportamento, em oposição à punição.

Os reforços são divididos em dois tipos: reforço positivo e reforço negativo.

Um reforço positivo aumenta a probabilidade de um comportamento pela presença

(positividade) de uma recompensa (estímulo). Um reforço negativo também aumenta a

probabilidade de um comportamento pela a ausência (retirada) de um estímulo

aversivo (que cause desprazer) após o organismo apresentar o comportamento

pretendido.

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• É a técnica mais simples e uma das melhores;

• Esta técnica raramente se utiliza como exclusividade, uma vez que demora tempo para produzir bons resultados quando o comportamento desejado não ocorre com frequencia;

• Cada vez que reforçarmos o comportamento, mais tendencia vai ter para ser repetido, e vice-versa;

• É uma técnica que tem o inconveniente de exigir muito de quem a utiliza, uma vez que o terapeuta em causa tem que ter uma grande capacidade de objecçao, discriminaçao e bom senso, porque um reforço inoportuno pode trazer comportamentos que não queremos;

• Quem aplicar a técnica do reforço tem que ter em conta os parametros da saciaçao, do reforço vicariante, da identificaçao, das capacidades básicas do destinatário da acção (o “manipulador” ou aquele que se deseja modificar), bem como das aprendizagens imediatas, diferida, maciça e distribuída;

Exemplo:

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Exemplo

Reforço contínuo: aquele que ocorre toda vez que a resposta se manifesta.

Ex.: Colocar dinheiro na máquina do estacionamento a fim de evitar uma multa de trânsito.

Colocar moedas em uma máquina de vendas automáticas em troca de doces e refrigerantes.

Esquema de razão fixa: reforçamento que ocorre após um determinado número de

respostas.

Ex.: Ser pago de acordo com a produção. Na indústria de vestuário, por exemplo, os trabalhadores

devem receber determinado valor a cada cem peças de roupa costuradas.

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Esquema de razão variável: (reforçamento que ocorre após um determinado número variável de

respostas)

Ex.: Comissões de vendas. É necessário conversar com vários clientes antes de realizar uma

venda, e nunca é possível saber se o próximo cliente é aquele que efetuará a compra. Se a venda

é feita por telefone, é o número de chamadas telefônicas de vendas que você faz, e não o tempo

transcorrido, que determina se seu comportamento será reforçado por uma venda - e esse número

é variável.

Ex.: Jogar em uma máquina caça-níqueis. A máquina está programada para fazer pagamentos

após ter sido realizado um certo número de ações, mas esse número é sempre alterado. Esse tipo

de plano cria um padrão constante de respostas, porque os jogadores sabem que, se jogarem

durante muito tempo, ganharão um prémio.

Esquema de intervalos fixos: (reforçamento da primeira resposta após um período fixo de tempo)

Esquema de intervalos variáveis: (reforçamento da primeira resposta após períodos de tempo

variáveis

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Reforço do comportamento incompatível

Definição: é uma técnica eficaz e económica de aprendizagem e

desaprendizagem; Reforça todos os comportamentos que sejam incompatíveis

com aquele que se deseja eliminar;

É uma técnica de eliminaçao fácil e pouco complicada de um comportamento que

se deseja diminuir. Enquanto de deseja a desaprendizagem de um

comportamento inadequado, fomenta-se a aprendizagem de qualquer outro

adequado e incompatível com o primeiro. A própria incompatibilidade ou

dificuldade de existência simultânea do comportamento que se deseja eliminar

com qualquer outro que se fomenta faz com que o primeiro desapareça, porque

os dois não podem coexistir.

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Exemplo

Pedro 8 anos

Dificuldades motoras

Havia necessidade de lhe proporcionar uma maior firmeza nos movimentos, o que só

conseguia com bastante treino.

Pedro gostava imenso da sua educadora e ficava satisfeito quando ela o elogiava. Isto

significava que o elogio dela lhe concedia reforço.

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Educadora Psicólogo

O psicólogo combinou com a educadora efectuar os treinos necessários

utilizando a sua atenção como reforço. Quando o Pedro tinha de empilhar cubos

uns sobre os outros, ele não conseguia evitar que a sua mão vagueasse pelos

mesmos porque não tinha controlo nos movimentos. Era esse descontrolo que se

desejava eliminar. Durante todo o tempo que a mão estava descontrolada, os

cubos passeavam por cima do tampo da mesa. Por mais que se lhe dissesse que

não deixasse vaguear a mão, não havia possibilidade de a parar. Contudo, o Pedro

conseguia pegar num cubo e colocá-lo num determinado lugar.

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Como isto era incompatível com o descontrolo da mão, o psicólogo combinou com a

educadora que ela o deveria reforçar sempre que ele deixasse a mão quieta, a

pousasse na mesa ou fizesse o mais pequeno gesto de tentar agarrar o cubo. Nestes

momentos o descontrolo da mão diminuía.

A técnica do reforço do comportamento incompatível fez com que o Pedro não

deixasse a mao descontrolada, mas embora esta técnica acabe aqui, ela pode ser

conjugada vantajosamente com outras, como por exemplo, a moldagem.

Com muita dificuldade inicial mas também com muita persistência, o reforço dado

só quando havia controlo da mão, foi fazendo com que a motricidade manual do

Pedro ficasse controlada.

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Retirada do reforço

Definição: Nesta técnica existe uma gratificação ou uma vantagem que é retirada.

Funciona mais como punição porque elimina uma gratificação que se conseguiria

obter se esta técnica não fosse utilizada. Sabendo como se efectuam a aprendizagem

e desaprendizagem, é importante manter a retirada do reforço com presistência e sem

proporcionar à criança, mesmo que inadvertidamente, qualquer outro tipo de

interacções pessoais que possam reforçar-lhe comportamentos inadequados e

patológicos.

Um comportamento aprendido pode ser desaprendido e, o mais importante, é

dissociá-lo do reforço recebido. Neste caso, a gratificação que é recebida tem de ser

eliminada por completo até o seu comportamento se modificar.

Page 20: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Exemplo

Os especialista aconselham a retirada de um certo tipo de gratifucações ou benefícios a

uma criança que faz birras. Esta falta de gratificação pode fazer com que a criança

aumente ou intensifique o comportamento de birranou oposição. Por este motivo, esta

falta de gratificação pode, por acaso, ser acompanhada de ralhos e admoestações que

geralmente se utilizam. Como não consegue obter o reforço da gratificação que é

retirada com esta técnica, bem como o da atenção subsequente à birra, è provável que

a criança se mostre ainda mais birrenta.

Page 21: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Um comportamento aprendido pode ser desaprendido e, o mais

importante é dissociá-lo do reforço recebido.

Neste caso, a gratificação que é recebida tem de ser eliminada por

completo até o seu comportamento modificar.

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Punição (TIME OUT)

Definição: Estímulo nocivo, geralmente aplicado na experimentação em psicologia comparada

(com animais), com a finalidade de evitar o comportamento indesejável (Noronha, M.).

Refere-se ao procedimento de fazer seguir a um comportamento uma consequência que diminua a sua

força ou probabilidade futura. Assim qualquer acontecimento que diminua a força de um

comportamento ao qual se segue é chamado de acontecimento punitivo.

A única forma de determinar se uma consequência é punitiva é observando os seus efeitos no

comportamento ao qual se segue. Quando se tenta diminuir a força de um comportamento através da

punição é importante assegurarmo-nos de que o agente punitivo seleccionado seja realmente efectivo.

Isto pode ser feito, através de procedimentos usados para o reforço:

• Medir o nível operante do comportamento.

• Fazer seguir ao comportamento um agente punitivo potencial e observar os efeitos no

comportamento.

• Usar um procedimento de verificação científica.

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A maneira mais rápida de diminuir a força de um comportamento é fazer com que

seja seguido de um forte agente punitivo.

No entanto a punição de uma criança por um comportamento indesejado não

garante, necessariamente, que ela irá mostrar um comportamento desejado;

embora possa interromper o acto pelo qual foi punida, pode não apresentar um

comportamento mais desejável em lugar do outro. Se a punição for usada deverá

ser principalmente para interromper um comportamento potencialmente perigoso

ou um comportamento que esteja a impedir a ocorrência dum comportamento

apropriado. Se se utilizar a punição é muito importante assegurar que assim que o

comportamento apropriado ocorra seja reforçado.

Page 24: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Exemplo

Não conseguia deixar de perturbar as aulas

Os pais pediram à professora que lhe batesse quando fosse necessário, mas como a professora não

podia usar esse método, encarregou os pais de tratar do castigo que lhe deviam dar.

Ela escrevia no caderno diário o comportamento que o rapaz tinha tido na sala de aula.

O Daniel vivia com a mãe, de quem não se importava de apanhar uns açoites, mas não gostava que o

pai lhe batesse, nem queria dormir em casa dele. Além disso, devido ao divórcio dos pais, e ao

abandono a que ele ficava votado, a atenção da professora era um reforço muito importante a ser

aplicado no condicionamento.

Atendendo a todos estes factores, ficou decidido que a professora chamaria o Daniel à atenção logo

que ele se portasse mal nas aulas.

Page 25: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Quando o comportamento do Daniel era inaceitável depois da professora o

avisar algumas vezes (time out), ela tossia de uma maneira especial e no

fim da aula, mesmo enquanto tossia escrevia no caderno diário que ele não

se tinha portado bem.

O Daniel sabia que a tosse era um indicativo de que a professora ia

informar os pais que ele não se tinha portado bem. Logo que chegava a

casa, a mãe levava-o a casa do pai que lhe dava uns bons açoites e o

obrigava a dormir lá nos dias seguintes.

Page 26: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

O comportamento do Daniel começou a modificar-se para melhor ao fim de duas semanas, mas piorou na

terceira, e nessa ocasião foi obrigado a dormir dias em casa do pai.

Nas semanas seguintes o seu comportamento melhorou.

Dormir em casa do pai e apanhar uns açoites dele, deu resultado como ínicio da modificação definitiva do seu

comportamento de perturbar as aulas.

Contudo, era necessário utilizar outras medidas para manter esse comportamento.

A professora, aproveitava todas as oportunidades para elogiar o Daniel quando ele se portava bem nas aulas.

Também nunca se esquecia de tossir de maneira especial quando ele não se portava bem nas aulas. Deste modo,

ao fim de 8 semanas, a tosse especial da professora fez com que o Daniel começasse a portar-se bem logo que a

ouvisse.

A professora reforçava-o logo para que o seu comportamento correcto se mative-se.

Se a professora não utilizasse a tosse como sinal condicional, seria mais difícil manter a modificação do

comportamento do Daniel.

Page 27: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Condicionamento aversivo

Definição: É uma técnica baseada na puniçao que deve ser evitada sempre que possível ou

quando houver qualquer outra alternativa aceitável, mesmo que de eficácia reduzida.

Nesta técnica, o comportamento indesejável é punido associando-o a um sinal condicional como o

condicionamento clássico.

Page 28: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Exemplo

Castigado

A simples visão do copo faz lembrar que o choque está eminente.

Para evitar o choque o indivíduo não pega no copo e deixa de

beber.

Depois de várias vezes ter apanhado o choque, o indivíduo deixa

o seu vício, mas, como a causa desse vício não ficou removida,

nem resolvida pode criar outro tipo de vício, às vezes mais

aceitável do que o alcóol mais igualmente alienante para o

próprio.

Page 29: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Extinção ou desaprendizagem

Definição: Processo de remoção de reforço até que o comportamento retorne a níveis baixos

(Sprinthall).

A aprendizagem efectuada quer através de gratificação quer com o evitamento da punição, não

dura permanentemente sem qualquer tipo de reforço posterior. Há um momento em que ela se

extingue. Também se chama isso desaprendizagem ou descondicionamento.

Extinçao: é o desaparecimento de qualquer coisa que existiu e refere-se, neste caso, aos

comportamentos existentes. Para que a extinção se processe, é imprescindivel que o

comportamento aprendido passe a não beneficiar, consistentemente, de qualquer tipo de

reforço, isto é, que não obtenha qualquer tipo de satisfaçao. Caso contrário, de cada vez

que exista um reforço esporádico, o mesmo funciona como de razão variável ou aleatório,

aumentando a aprendizagem ou fazendo elevar o pico da extinção a valores muito altos.

Page 30: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Um princípio básico da aprendizagem é que se um comportamento não for reforçado será extinto

lentamente. A frequência de um comportamento que foi seguido por reforço diminuirá se este for

retirado. É quase como um processo de esquecimento. A técnica da extinção é não reforçar a resposta

ou acção até esta chegar a níveis operantes. O facto de se impedir a resposta não leva à extinção. É

necessário que haja resposta e que esta não seja reforçada.No início do processo de extinção os

comportamentos desadequados aumentam até se começarem a extinguir pouco a pouco.

As técnicas de extinção só resultam quando:

• o se consegue identificar o que está a reforçar o comportamento da criança;

• o se pode eliminar esse reforço

• o se permanece fiel ao programa de extinção.

A extinção de comportamentos indesejados pode ser conseguida em conjunto com reforço de

comportamento incompatível - reforço de todo e qualquer comportamento que é incompatível com

aquele que se deseja eliminar (Noronha, M.)

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Desensibilização

Definição: é uma técnica utilizada na eliminação de medos, obsessões, tiques, ideias e

comportamentos inadequados e indesejáveis, sendo, por isso, uma técnica terapêutica

progressiva, suave e demorada e uma desabituação progressiva que tanto se pode fazer

na imaginação como ao vivo.

Suponhamos que uma pessoa tem medo de um animal. Geralmente, esse medo não se

evidencia a qualquer momento e em quaisquer circunstâncias sem a presença desse

animal ou sem a ideia de que o mesmo está por perto. Existe uma ideia, um tamanho, um

tipo e uma distância que serve de referência para provocar medo no indivíduo fóbico. Por

isso, para a técnica de dessensibilização é necessário construir uma hierarquia de valores

relacinados com os estímulos adversos ou fóbicos.

Page 33: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Exemplo

Jaime

MEDO

Ratos

No seu historial pessoal descobriu-se que:

• Ratos vulgares• Com cerca de 20 cm • A uma distância inferior a 3metros

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Havia que dessensibilizá-lo…

1 metro

50 centrímetros

20 cm

5 cm

2 m

Rato grande, muito perto

Rato muito grande muito perto

Presença de ratos muito grandes

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Reaprendizagem

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Sensibilização

Definição: Consiste em aproximar gradualmente uma pessoa de estímulos, situações ou

acontecimentos novos. Em linguagem vulgar e não técnica dizemos que é uma

familiarização.

Esta tecnica é importante nos estágios profissionais. Se assim não fosse, os médicos, não

seriam capazes de operar os doentes.

Quando a sensibilização é acompanhada de reforço positivo, com estímulos graduais e cada

vez mais complexos ou num determinado sentido, pode funcionar como moldagem, embora

não exista preocupação de expor a pessoa a uma aprendizagem programada.

Page 37: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Exemplo

Ensinamentos teóricos…

Visionamento de fotos, filmes, vídeos…

Capaz de exercer.

Page 38: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Saciação (Flooding)

Definição: com este procedimento conseguimos suprimir uma conduta

baseando-nos na utilização do próprio reforçador que a manteve porque

aumentando de uma forma considerável a administração de reforçamento fazemos

que o reforçador perca o seu valor como tal. Esta técnica, que se designa

também por implosive therapy, é muito mais violenta do que a desensibilização

ao vivo. É uma técnica que provoca reacções muito fortes físicos e emocionais

muito violentos.

Page 39: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Exemplo

Jaime

É uma espécie de punição que uma pessoa tem de aguentar até ficar farta da mesma, soltando no final um suspiro de alívio. Para que não existissem dúvidas de que o Jaime era capaz de a aguentar, teríamos de o manter na mesma situação durante mais algum tempo até criar habituação. Por isso, sem sair do local onde encontrava, o Jaime tinha de se relaxar e reduzir o medo até se habituar à inevitável companhia dos ratos.

Page 40: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Moldagem (Shaping)

Definição: Técnica de condicionamento em que, à medida que as respostas mais simples são

aprendidas, deixam de ser sucessivamente reforçadas para se reforçarem unicamente as mais

complicadas até se obter o comportamento complexo final.

A moldagem é um procedimento que pode ser usado quando um comportamento desejado não ocorre ou

tem nível operante muito baixo. Em alguns casos, se o modificador de comportamento esperasse até que a

criança emitisse certos comportamentos antes de ser reforçada, poderiam passar semanas ou meses sem

que o comportamento desejado fosse observado. A moldagem é feita através de passos distintos:

1º- Definir o comportamento terminal desejado.

2º- Medir o nível operante do comportamento.

3º-Reforçar diferencialmente aproximações sucessivas até que o comportamento terminal desejado

seja obtido.

Page 41: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Exemplo

reforço

Page 42: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Auto-reforço

Definições: Esta técnica exige que a pessoa seja sensata e esteja bastante lúcida para

conseguir “extrair” dos vários acontecimentos que vai vivenciando o reforço de que necessita

a fim de continuar o seu comportamento num sentido positivo. Este tipo de reforço, é

“descoberto” pelo próprio quando as suas acções são positivas, apesar de não existir

qualquer pessoa que aprove ou elogie os seus actos. Este auto-reforço só pode ocorrer em

pessoas com uma maturidade, autonomia e independência bastante acentuadas.

Page 43: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Exemplo

Ou

O professor deve: • Descobrir onde falhou

Isto exige:• Humildade• Objectividade• Autoconfiança

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MODELAGEM (SOCIAL LEARNING)

• A aprendizagem por observaçao ou modelagem baseia-se na teoria de aprendizagem social, por modelo.

• O eminente psicologo Albert Bandura é um dos principais defensores deste tipo de aprendizagem.

Page 45: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Facilitação

• Pode ser considerada uma técnica de pressão para uma aprendizagem social ou moldagem do comportamento. É o que se utiliza em muitas reuniões políticas e outras onde se necessita de uma maioria que não é muito desejada por todos.

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Psicodrama

• Nesta técnica, que funciona com a modelagem, moldagem e reforço vicariante, torna-se necessário que uma pessoa cujo comportamento se deseja modificar experimente protagonizar o papel que ela própria pretende desempenhar ou que se deseja que se desepenhe. Por este motivo, a pessoa é ajudada, muitas vezes, com a exposição de modelos adequados, sendo reforçada por conseguir desempenhar correctamente o papel pretendido.

Page 47: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Acumulação de vantagem (token economy)

Definição: Esta técnica exige que a pessoa cujo comportamento se deseja

modificar seja capaz de esperar pelo reforço diferido e entenda os bebefícios que

pode ter em economizar as vantagens que vai descobrindo aos poucos ao longo

do tempo. Cada um não consegue aperceber-se, de imediato e com facilidade,

do reforço que as fichas, símbolos ou documentos acumulados podem

proporcionar, no futuro. Por cada comportamento correcto que uma pessoa

executa é reforçada com uma ficha de um determinado valor preestabelecido.

Essa ficha funciona, geralmente, como uma moeda de troca para a aquisição de

bens, serviçoes ou privilégios.

Page 48: tecnicas de modificaçao de comportamento vinhal(1)

Os sistemas de reforço por ficha, quando devidamente aplicados, podem ser extremamente úteis na

manipulação de uma grande amplitude de comportamentos. O sucesso do reforço por ficha é baseado

em diversos pontos demonstrados:

• As fichas não dependem de qualquer condição de privação, uma vez que podem ser trocadas por muitos reforçadores.

• As fichas são concretas, podem ser vistas.

• Podem ser dadas imediatamente após o comportamento desejado, embora o reforçador de troca possa ser fornecido muito tempo mais tarde.

• São entregues durante ou imediatamente a seguir às respostas adequadas.

• Permitem que o reforço seja dividido em pequenos segmentos.

• Requerem provisões para troca, assegurando assim que os reforçadores estejam disponíveis para as crianças.

• Encorajam as crianças a participar no estabelecimento de objectivos. As crianças frequentemente trabalham ou negoceiam o estabelecimento de objectivos e dos valores das fichas para os objectivos desejados.

• Ajudam a definir claramente os objectivos comportamentais a serem atingidos pelo seu uso.

tamanho ou forma das fichas neste sistema de reforço não são restritivos.

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Contrato escrito

• A t´´ecnica ou o artíficio do contrato escrito utiliza-se porque as “promessas” verbais são mais difíceis de cumprir. Esquecem-se com facilidade e até os amigos se zangam muitas vezes por causa desses “esquecimentos”. Baseia-se no provérbio latino “verba volant, scripta manente”, ou na expressao portuguesa “palavras, leva-as o vento”.

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Relaxamento

• A técnica de relaxamento é complemento indispensável de todas as terapias em psicologia. Enquanto a técnica de relaxação muscular de Jacobson exige um treino de mais de 100 sessões, a de Wolpe e Lazarus é muito mais simples e rápida porque se baseia na contracção e relaxação de certos grupos de mésculos, em cerca de 10 sessões de 15 a 20 minutos cada, o que se torna muito mais acessível.

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AUTO-HIPNOSE

• É um auxiliar precioso que ajuda a encurtar a terapia o a melhorar o desempenho individual. Embora seja um pouco mais difícil entrar em auto-hipnose do que em hipnose induzida por um especialista, a prática ajuda imenso. Pode tambem não ser tao profunda como a hipnose, mas é mais do que suficiente para melhorar muitas das dificuldades de que as pessoas se queixam.

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NÍVEL DE TOLERÂNCIA

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Desensibilização sistemática

Definição:

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Generalização

Definição: A generalização refere-se ao facto de um comportamento que foi

reforçado em certas situações ocorrer em situações semelhantes. Sem

generalização teríamos todos de aprender cada nova tarefa desde o princípio,

mas felizmente podemos aplicar o que aprendemos no passado a novas

situações.