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KAY FARACO DE SOUZA
PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL
CORONARIANA EM PROFESSORES DA ÁREA DA SAÚDE DA UNISUL - CAMPUS
TUBARÃO
Tubarão, 2005
KAY FARACO DE SOUZA
PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL
CORONARIANA EM PROFESSORES DA ÁREA DA SAÚDE DA UNISUL - CAMPUS
TUBARÃO
Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado ao curso de Fisioterapia como requisito à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Orientadora Profª. Esp. Michelle Cardoso Machado
Tubarão, 2005
KAY FARACO DE SOUZA
PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL
CORONARIANA EM PROFESSORES DA ÁREA DA SAÚDE DA UNISUL - CAMPUS
TUBARÃO
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina
Tubarão, 27 de junho de 2005.
Profª. Michelle Cardoso Machado Universidade do Sul de Santa Catarina
Prof. Esp. Dayane Montemezzo Universidade do Sul de Santa Catarina
Prof. Esp. Fernando Massingnam Universidade do Sul de Santa Catarina
AGRADECIMENTOS
Existe neste mundo uma pessoa que Deus reservou para
mim e que é “a outra metade de minha alma” . Bem no
íntimo da minha alma, sei onde essa pessoa se encontra
neste momento. Onde quer que eu esteja, a força magnética
do amor nos aproximará infalivelmente e então,
concretizaremos um reencontro harmonioso e abençoado
por todos, essa pessoa é a minha querida avó Sheila Kay
Faraco da Fonseca, a quem dedico todas as minhas vitórias,
como a conclusão desse curso.
Agradeço a Deus por haver criado possibilidade de
conhecer tantas pessoas maravilhosas, que cruzou o meu
destino e só acrescentaram para a minha formação como
pessoa e como profissional, são elas: minha orientadora
Michelle Cardoso, professor Fernando Mendes Massignan,
minhas amigas Simone Wronski e Cíntia Borges, minhas
primas Luiza Hubner e Juliana Rosas.
E, não posso esquecer, do meu querido tio Cássio Faraco
que me ajudou a realizar muitos sonhos.
Meus pais, José Roberto e Adriana, e a minha tia Mara que
tanto me ajudaram.
RESUMO
Dentre as afecções cardiovasculares a que mais ocasiona complicações e óbitos é a doença arterial coronariana (DAC), por possuir etiologia multifatorial, portanto o reconhecimento dos fatores de risco se tornam primordial para a prevenção e controle do aparecimento do DAC., Este trabalho tem como objetivo discutir a relação dos fatores de risco para o desenvolvimento da DAC, com intuito de apontar os principais fatores de risco que prevalecem entre os professores que atuam na área da saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – campus Tubarão/SC. Para isso foi aplicado um questionário com perguntas fechadas. A amostra foi constituída de 57 professores de idade variando entre 20 a 60 anos, sendo considerados como fator de exclusão os professores com faixa etária de 20 a 25 anos e que não atua na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Campus Tubarão/SC, sendo avaliados quanto a história familiar de doença cardiovascular, ingesta alcoólica, inatividade, excesso de peso, dislipidemias, distúrbio do sono, hipertensão, tabagismo e aumento dos níveis de glicemia. Concluímos que os fatores encontrados no presente estudo foram: histórico famili ar (65%), ingestão bebida alcoólica (63%), inatividade (40%), excesso de peso (38%), dislipidemis (16%), distúrbio do sono (10%), hipertensão (12%), tabagista (5%) aumento do nível glicemico (2%). Enfatiza-se nesse estudo que a importância do reconhecimento do controle e prevenção dos fatores de risco poderão desencadear o aparecimento do DAC. Palavras-chave: doença arterial coronariana, fatores de risco.
ABSTRACT
Within the cardiovascular affections, the one that causes complications and death is the desease of the coronary arterial (DAC) because it has multifarious etiologies, thus recognizing these factors of risk becomes of great importance for the prevention and the control of the DAC. The objective of this work is to present the factors of risk that cause the development of DAC. For this we aim to point the main factors of risk existing among the professors that teach in the health area of Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Campus of Tubarão Santa Catarina – Brazil. To be able to accomplish this objective, a questionary with objective questions was applied. The sample was of interviews with 57 professors aged varying between 20 to 60 years old, being considered as exclusion factor the teachers with age group from 20 to 25 years and that don't act in the University of the South of Santa Catarina (UNISUL), Campus Tubarão/SC. It was evaluated their family history concerning cardiovascular diseases, alcoholic ingestion, sedentary life, over weight, cholesterol, sleeping problems, hypertension, tabaccoism and high levels of glucemia. In conclusion, the main factors found in this study were: family history with cardiovas diseases (65%), alcoholic ingestion (63%), sedentary life (40%), over weight (38%), cholesterol (16%), sleeping problems (16%), hypertension (16%), tabaccoism (5%), high levels of glucemia (2%). These factors may provoke the coronary arterial disease (DAC). This work emphasizes the importance of knowing how to control and also to prevent the factors of risk in the development of the DAC. Key words: coronary ar terial disease, factors of r isk
L ISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Variações entre as idades dos professores que participaram da pesquisa................36
Gráfico 2 – Porcentagem do peso corporal entre os professores que participaram da
pesquisa....................................................................................................................37
Gráfico 3 – História famili ar de alguma doença cardiovascular entre os professores que
participaram da pesquisa..........................................................................................38
Gráfico 4 – Distúrbio no sono entre os professores que participaram da pesquisa....................39
Gráfico 5 – Tabagismo entre os professores que participaram da pesquisa...............................40
Gráfico 6 – Consumo de bebidas alcoólicas entre os professores que participaram da
pesquisa....................................................................................................................41
Gráfico 7 – Referente a prática de atividade física entre os professores que participaram da
pesquisa....................................................................................................................42
Gráfico 8 – Alterações nos níveis de colesterol entre os professores que participaram da
pesquisa....................................................................................................................43
Gráfico 9 – Alterações entre os níveis de glicemia entre os professores que participaram da
pesquisa....................................................................................................................44
Gráfico 10 – Alterações na pressão arterial entre os professores que participaram da
pesquisa....................................................................................................................45
Gráfico 12 – Porcentagem dos professores que relataram associação dos três fatores mais
freqüentes.................................................................................................................47
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................10
2 HISTÓRIA DA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA.............................................14
2.1 Epidemiologia...................................................................................................................15
2.2 Manifestações clínicas da DAC.......................................................................................16
2.3 Métodos e diagnósticos para DAC..................................................................................17
2.4 Doença ar ter ial coronar iana e fatores de r isco..............................................................17
2.5 Hipertensão ar ter ial.........................................................................................................18
2.6 Dislipidemia........................................................................................................................19
2.7 Diabetes Melli tus................................................................................................................20
2.8 Obesidade............................................................................................................................21
2.9 Tabagismo...........................................................................................................................22
2.10 Alcoolismo.........................................................................................................................23
2.11 Fatores genéticos...............................................................................................................24
2.12 Estresse..............................................................................................................................25
2.13 Inatividade.........................................................................................................................25
2.14 Fatores de risco na prevenção pr imár ia e secundár ia..................................................27
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...................................................................................29
3.1 Tipo de pesquisa...............................................................................................................29
3.2 População e amostra.........................................................................................................29
3.3 Instrumentos util izados para a coleta de dados.............................................................31
3.4 Procedimentos util izados para coleta de dados.............................................................32
3.4.1 Período da coleta..............................................................................................................32
3.4.2 Entrevista..........................................................................................................................33
3.5 Procedimentos para análise e interpretação dos dados................................................33
4 RESULTADOS, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.................................35
4.1 Cursos da área da saúde que par ticiparam da pesquisa...............................................35
4.2 Variação entre as idades..................................................................................................36
4.3 Fatores de r iscos para doenças ar ter iais coronar ianas relatados pelos professores da
área da saúde.....................................................................................................................37
4.4 Relação entre os fatores de risco para doença ar ter ial coronar iana...........................47
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................49
REFERÊNCIAS........................................................................................................................51
APÊNDICES.............................................................................................................................57
APÊNDICE A – Questionário...................................................................................................58
ANEXOS....................................................................................................................................63
ANEXO A – Termo de compromisso........................................................................................64
10
1 INTRODUÇÃO
A doença arterial coronariana (DAC) constitui uma das principais doenças que
aflige a população atual, situa-se em primeiro lugar na morbidade e mortalidade ocorrentes nas
grandes cidades, manifestam-se com freqüência em indivíduos profissionais, o que representa
fator negativo no desenvolvimento social de um país.
A DAC possui uma especial atenção por parte dos cardiologistas que num esforço
conjunto, investigam as causas de seu aparecimento, como também os meios para sua
prevenção. A arteriosclerose, sua causa principal é resultante do desenvolvimento conjugado
de diversos fatores, chamados fatores de risco.
Determinados fatores de risco têm sido associados ao desenvolvimento de doença
arterial coronariana (DAC). Dentre eles estão o tabagismo, alcoolismo, diabetes mellitus,
hipertensão arterial, dislipidemia, inatividade, hereditariedade, estresse e obesidade; em geral a
população desconhece os fatores de risco que podem, através de suas associações
desenvolverem um risco para o aparecimento de doença arterial coronariana.
Diversos estudos vêm confirmando a importância dos fatores de risco na patologia
das doenças cardiovasculares. Entre eles, o de maior relevância, foi um estudo prospectivo de
investigação de prevalência, incidência e precursores da doença arterial coronariana, realizado
na cidade de Framinghan (EUA) a partir de 1948, considerando um marco, contribuindo
substancialmente para o entendimento de todas as causas de doença arterial coronariana,
sugerindo que ela pode ser evitada, pois importantes fatores de risco são modificáveis, tais
11
como hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, dislipidemia (KANNEL; McGEE, 1979).
O estudo de Framinghan compreendeu uma população de 5.143 indivíduos, que
foram acompanhados por um período de até 14 anos, onde eram observadas, sua alimentação,
estilo de vida e inatividade. Foram detectados 392 casos de doença arterial coronariana e 91%
deles apresentavam hipertensão arterial, antecedendo o surgimento de DAC.
Pelo fato da DAC constituir uma doença multifatorial, as medidas preventivas
quando precocemente iniciada possuem grande importância, pois muitos de seus fatores
causais decorrem de hábitos de vida já existentes. Mudanças no estilo de vida podem ajudar na
prevenção primária de doenças coronarianas.
A correção e o controle rigoroso dos principais fatores de risco coronário, como
hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes e tabagismo, é fundamental. Essas medidas
envolvem mudanças no estilo de vida, e freqüentemente é necessário um apoio especializado
no combate ao estresse. A literatura especializada sobre o assunto tem demonstrado que a
intervenção rigorosa na correção dos fatores de risco se associa à diminuição de mortalidade.
De acordo com o exposto esta pesquisa pretende investigar: “Qual a prevalência de
fatores de risco para o desenvolvimento da doença arterial coronariana presentes em
professores que trabalham na área da saúde da UNISUL no campus de Tubarão?”
Os fatores de risco têm como característica um elemento endógeno ou exógeno que
se associa a maior probabil idade de desenvolvimento de uma enfermidade. As medidas
preventivas dependem do reconhecimento precoce dos fatores de risco, sendo necessário
definir a importância de cada um e sua associação entre eles.
Apesar do avanço da medicina e da tecnologia, que preparou o caminho para o
aparecimento de tratamentos eficazes, a falta de informação sobre os fatores de risco para DAC
continua contribuindo como o alto índice de mortalidade de mortalidade, pois o
desenvolvimento de doenças coronarianas não escolhe o indivíduo pela sua raça, profissão ou
nível socioeconômico, seu aparecimento é gradual e começa a se desenvolver em jovens e pode
12
instalar-se desde a adolescência.
Dentre os fatores de risco que predispõem as pessoas às doenças coronarianas
estão: estilo de vida (aumento da ingestão de gordura saturada, inatividade, tabagismo,
hipertensão arterial, dislipidemias, intolerância a glicose, resistência a insulina) e história
famili ar de doença cardiovascular, obesidade, alcoolismo e estresse.
No contexto de Saúde Pública, as verificações desses fatores nos auxiliam a
descrever a distribuição de uma enfermidade futura numa população e não a predizer a saúde
de uma pessoa em particular. Observa-se e estima-se que os impactos das modificações no
estilo de vida possam produzir maiores efeitos na prevenção da doença arterial coronariana.
É importante lembrar que os dados do SUS de 2005 da Região Sul tiveram uma
taxa de mortalidade especifica por doença do sistema circulatório de 5.387 indivíduos,
referente a março de 2005. Em abril deste mesmo ano, a mesma região apresentou 381 óbitos.
O Estado de Santa Catarina teve taxa de mortalidade por doenças cardíacas de 45,60 enquanto
o Rio de Janeiro 73,53, Rio Grande do Sul 75,78 indivíduos (BRASIL, 2005).
De acordo com o mesmo autor, no Estado de Santa Catarina, mais precisamente o
município de Tubarão, que compreende 421.970 habitantes, no mês de março de 2005, tiveram
40 internações pelo SUS por doença do aparelho circulatório onde indivíduos foram o óbito,
enquanto no mês de abril de 2005, onde também foi constatado 40,18 internações pela mesma
doença e tiveram uma taxa de cinco indivíduos com mortalidade hospitalar.
No sentido de investigar a prevalência de fatores de risco para o desenvolvimento
de DAC em professores da área da saúde campus Tubarão – UNISUL, é baseada a justificativa
dessa pesquisa.
O presente trabalho tem como objetivo geral verificar a prevalência dos fatores de
risco para doença arterial coronariana em professores da área da saúde da UNISUL campus
Tubarão, e como objetivos específicos: verificar a prevalência de algum fator de risco
específico para doença arterial coronariana em professores da UNISUL – Tubarão; identificar
13
os hábitos de vida relacionados ao desenvolvimento da DAC em professores da área da saúde
UNISUL; demonstrar o nível de conhecimento dos fatores de risco para DAC nos professores
da área da saúde campus Tubarão – UNISUL.
Esta pesquisa caracteriza-se como tipo descritiva, aplicada em 57 professores da
área da saúde do campus de Tubarão – UNISUL.
O referente trabalho será descrito em cinco capítulos, sendo este o primeiro
capítulo; o segundo tratará de uma revisão de literatura sobre os temas abordados para a
realização desse trabalho; o terceiro capítulo relatará o método científico aplicado; o quarto
capítulo discutirá os resultados encontrados na pesquisa e o último capítulo apresenta as
considerações finais do trabalho.
14
2 HISTÓRIA DA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
Tradicionalmente considera-se doença aterosclerótica (DA) como uma doença
típica de meia idade. A doença arterial coronariana (DAC), sua forma mais freqüente e letal,
atinge um índice significante a partir dos 45 anos em homens e dos 55 anos em mulheres.
Porém, o processo aterosclerótico inicia-se décadas antes do surgimento de suas manifestações
clínicas como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença vascular
periférica (RABELO et al, 1999).
A doença da artéria coronária não é necessariamente acompanhada por evidências
morfológicas ou clínicas da doença cardíaca. Entretanto, quando um grau suficiente de
isquemia miocárdica é produzido, interferindo com o metabolismo e o desempenho do coração,
as manifestações aparecem, o resultado é a doença arterial coronariana. Os efeitos da DAC
incluem angina no peito, fibrose miocárdica, insuficiência cardíaca congestiva, hipertrofia e
dilatação cardíaca e morte súbita (CONSOLIM-COLOMBO; ATALA, 2004).
Doenças coronarianas são freqüentemente causadas por placa aterosclerótica ou por
uma de suas complicações, particularmente a trombose (OLIVEIRA; ZANETTI, 2005).
Segundo Bennett e Goldman (2001, p. 189),
As lesões arteriais começam com estrias gordurosas, muitas vezes precocemente na vida. Estudos feitos em adolescentes e adultos jovens que morreram devido a acidente e outros problemas que não a doença coronariana mostram estrias gordurosas precoces, e tais alterações têm-se correlacionado com fatores de risco tradicional de
15
doença arterial coronariana. Essas estrias gordurosas podem evoluir para lesões elevadas que podem, progressivamente, ocluir a luz da artéria.
A placa aterosclerótica pode permanecer estável por muito tempo, ou, subitamente,
sofrer instabili dade com rupturas, maior adesão de plaquetas e formação de trombos
volumosos, inclusive com oclusão completa da artéria. No aparecimento de lesões estão
implicados os chamados fatores de risco como aumento do colesterol, tabagismo, hipertensão
arterial e diabetes melli tus, freqüentemente associado à hipertensão arterial e obesidade. Outros
fatores de risco seriam a inatividade, obesidade, história familiar de coronariopatia e estresse
(ADIB, 1999).
2.1 Epidemiologia
Cerca de 500.000 pessoas morrem de doença coronariana nos Estados Unidos a
cada ano, o que torna a causa líder de morte. Suas principais manifestações são angina do
peito, infarto do miocárdio e morte súbita cardíaca. Esta última é a primeira e única
manifestação de doença arterial coronariana em aproximadamente 18% dos pacientes com
doença coronariana ocorrendo a uma taxa de 0,8 por 10.000 a cada dois anos em homens
saudáveis com 45 anos de idade, ou menos de 6,0 por 10.000 em homens entre 65 e 74 anos de
idade, de acordo com dados do Framinghan Heart Study (GOLDMAN; BRAUNWALD,
2000).
As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte nas principais
capitais brasileiras. Demonstrou, em um estudo retrospectivo (englobando o quadriênio de
1984-1987 e faixa etária de 45 a 65 anos), que a causa de morte para o sexo masculino nas
cidades brasileiras apresenta valores elevados para o conjunto das doenças do coração, como,
16
hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio, tanto para
homens como para mulheres, com taxa de mortalidade igual ou superior à registrada nos
Estados Unidos e em países Europeus (LOTUFO, 1998).
2.2 Manifestações clínicas da DAC
Estudos de necropsia em crianças e adolescentes, em soldados que participaram das
guerras da Coréia e do Vietnam e em adultos com idade aproximada de 25 anos, vítimas de
morte violenta, indicam claramente que a aterosclerose coronária começa na adolescência e
suas alterações iniciais remontam à infância. No entanto, suas manifestações clínicas só
aparecem na idade adulta, mais freqüentemente, a partir da 4ª década de vida. Conclui-se que a
doença apresenta longo período de evolução silenciosa, antes da manifestação da DAC clínica
assumindo várias formas que incluem: angina estável, insuficiência cardíaca, isquemia
silenciosa, isquemia coronariana aguda, morte súbita (LUZ; FAVARATO, 1999).
Segundo Solimene e Ramires (1996), por fim, convém saliente que na DAC não
existe uma relação precisa entre sintomas anginosos e extensão do comprometimento coronário
ou a função ventricular. Com certa freqüência, encontra-se pacientes com angina recente, com
atividades físicas praticamente normais até o início dos sintomas.
Os pacientes podem apresentar adesão nas artérias coronarianas e não ter sintomas;
de modo geral, não se experimentam os sintomas até que o lumên tenha pelo menos 70% de
oclusão. Portanto, há muitos indivíduos que não estão cientes de suas oclusões subagudas. É
absolutamente necessário que os fatores de risco do indivíduo sejam conhecidos as
intervenções e monitoramento sejam ajustados corretamente (O’SULLIVAN; SCHMITZ,
2004).
17
2.3 Métodos e diagnósticos para DAC
No exame físico na DAC é inocente. Não existem sinais clínicos específicos de
DAC. Podem ser encontrados os sinais de doenças associadas, como hipertensão arterial,
diminuição do pulso periférico (insuficiência vascular cerebral), sopros cardíacos (valvopatia
associadas) sinais de insuficiência cardíaca (miocardiopatia isquêmica) (SOLIMENE, 2004).
Segundo Solimene e Ramires (1996, p. 417-425), “Para o diagnóstico, nos
indivíduos com grande probabilidade de ter a doença, ou seja, com múltiplos fatores de risco,
aconselha-se que o diagnóstico de DAC seja confirmado por pelo menos dois testes não
invasivos, o eletrocardiograma e eletrocardiografia de esforço.”
O teste de esforço tem por objetivo submeter o paciente a estresse físico
programado e personalizado com a finalidade de avaliar a resposta clínica, hemodinâmica,
eletrocardiográfica e metabólica ao esforço. Essa avaliação permite a detecção de isquemia
miocárdica, arritmias cardíacas e distúrbios hemodinâmicos, avaliação da capacidade
funcional, avaliação do diagnóstico e prognóstico das doenças cardiovasculares (CHALELA et
al, 2002).
Segundo Morise (2000, p. 2-4), “O teste de esforço é considerado claramente
apropriado para o diagnóstico de DAC na maioria dos adultos com risco intermediário de
doença coronária.”
2.4 Doença ar ter ial coronar iana e fatores de r isco
A incidência de lesões nas artérias coronarianas é alta, sendo sua evolução parte de
18
um processo evolutivo dos seres humanos que aumenta com a idade do indivíduo. Os fatores
de risco, até agora conhecidos (tabagismo, dislipidemia, hipertensão, diabete e história
famili ar) são associados a um aumento na incidência de doença arterial coronariana (DAC), e
indubitavelmente, estando presente podem acelerar este processo que já ocorre naturalmente
(VITOLA, [200-?]).
A doença arterial coronariana tem sido associada a diversos fatores de risco entre os quais o fumo, a diabete mellit us, hipertensão arterial, dislipidemia, inatividade, obesidade e fatores nutricionais. Embora fatores genéticos sejam de inquestionável valor de expressão da doença cardiovascular, os fatores ambientais interagem e influenciam fortemente a predisposição genética. (MENENDEZ, 1999, p. 2).
Devemos considerar que a exposição a tais fatores também é decorrente de
pobreza, baixos níveis de escolaridade, alimentação inadequada, falta de saneamento básico e
qualidade do ambiente em que o indivíduo vive, situação que levam a maior exposição de
agentes patológicos (OLIVEIRA; ZANETTI, 2005).
2.5 Hipertensão ar ter ial
A hipertensão arterial é definida como uma entidade de etiologia múltipla, de
fisiopatogênia multifatorial e sua presença causa lesões dos chamados órgãos alvo, coração,
cérebro, vasos, rins e retina. Como nas demais patologias clínicas, a investigação diagnóstica
na hipertensão arterial HAS segue a clássica rotina médica de realização do histórico clínico,
exames físicos e a realização de exames subsidiários (ROCHA, 1999).
Como a hipertensão resulta do desequilíbrio na atuação dos diferentes reguladores,
é considerada uma doença multifatorial. Também pode ser considerara uma verdadeira
síndrome naqueles casos em que vem acompanhado de obesidade, alteração no metabolismo
19
lipídico e glicídeo e resistência a insulina (KRIEGER; IRIGOYEN; KRIENGER, 1999).
A associação entre obesidade e hipertensão está bem estabelecida. As
anormalidades sugeridas para explicar a alta suscetibilidade dos obesos em desenvolver
hipertensão compreendem retenção de sódio, desordem dos hormônios salmoduladores,
aumento do volume plasmático e do débito cardíaco, hiperinsulinemia e resistência a insulina,
além do aumento da inatividade simpática (PORTO, 1998).
Indivíduos obesos apresentam maior índice de massa ventricular esquerda, mesmo
sem hipertensão. A hipertensão arterial sistêmica é mais prevalente entre os obesos,
aumentando o risco para doenças coronarianas, principalmente em caso de obesidade
abdominal. Mesmo pequenos incrementos no peso corpóreo conferem aumento da incidência
de hipertensão arterial sistêmica e da mortalidade coronariana. A perda ponderal de 10kg
associa-se à redução de 5mmHg a 20mmHg e mesmo a redução de 1kg no peso é acompanhada
por redução de 1,6mmHg e 1,3mmHg na pressão. A redução de peso acarreta diminuição dos
níveis pressóricos e regressão da hipertrofia ventricular esquerda (CONSOLIM-COLOMBO;
ATALA, 2004).
E, mais ainda, demonstrou que a associação desses fatores de risco com a
hipertensão arterial representam mais que uma simples soma de risco para o DAC. Para o
aumento da pressão arterial, a adição progressiva de fatores de risco como dislipidemia,
diabete, tabagismo e hipertrofia ventricular esquerda nessa ordem determina um risco crescente
de morbidade e mortalidade cardiovascular, de duas até sete vezes para ambos os sexos
(BRANDÃO, 2003).
2.6 Dislipidemia
20
Segundo III Diretrizes Brasileira sobre Dislipidemias (2001), a presença de
dislipidemia está associada à doença aterosclerótica coronariana. A queda de 10% do colesterol
total reduz em cerca de 30% a doença aterosclerótica coronariana. Atualmente, o benefício da
prevenção secundária da doença aterosclerótica coronariana (portadores de aterosclerose,
indivíduos diabéticos e indivíduos de alto risco) pelo tratamento das dislipidemias é
inquestionável. Apesar desse fato, quando se opta por realizar prevenção primária da doença
coronariana em pacientes hipertensos, e quando se tem por objetivo reduzir a mortalidade
cardiovascular às custas de queda de insuficiência cardíaca, os dados obtidos até recentemente
ainda geram conflitos.
A correção das dislipidemias tem sido um dos fatores de maior impacto na evolução da DAC. A dieta e fundamental, mas, isoladamente, somente controla dislipidemia em 10% dos casos e se torna necessário o uso de medicamentos. A redução do LDL-colesterol pelas estatinas continua sendo a principal meta do tratamento das dislipidemias para reduzir o risco de eventos coronarianos (SOLIMENE, 2004, p. 136).
Para Fardy, Yanawentz e Wilson (1998, p. 3000), “os níveis sangüíneos de
colesterol são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doença arterial
coronariana.”
2.7 Diabetes Melli tus
O diabetes interfere no sistema cardiovascular, ocasionando anormalidades
metabólicas e homeostáticas que aceleram o desenvolvimento e a gravidade da aterosclerose e
suas complicações, principalmente a cardiopatia isquêmica (MION; NOBRE, 2002).
De acordo com Rezende, Sampaio e Ishitani (2004, p. 1229), “As aplicações
vasculares e renais associadas ao diabetes mell itus, suscitam a necessidade de investimentos
21
em programas educativos, no sentido de prevenir a doença e evitar suas complicações.”
Oliveira e Zanetti (2005) em seus estudos constataram que antecedentes famil iares
para diabetes mell itus, 15 (48,3%) referiam a doença entre seus familiares, destes, 6 (19,3%)
indicaram a mãe, 3 (9,7%) os irmãos, 3 (9,7%) mãe e irmãos e 2 (6,5%) pais.
É importante lembrar que os dados do SUS 17 (54,8%) desconheciam a presença
de diabetes mellitus na família. A mortalidade de pacientes diabéticos com infarto agudo do
miocárdio é maior que entre os não diabéticos, em decorrência da extensão da área de necrose
e da insuficiência cardíaca (BRASIL, 2005).
A importância da educação em saúde na abordagem desse fator de risco, diabete
mellitus, justifica-se, pois os indivíduos diabéticos apresentam risco quatro a cinco vezes maior
que a população geral de desenvolver insuficiência cardíaca (FRAMINGHAN HEART
STUDY apud OLIVEIRA et al, 1993).
2.8 Obesidade
Na obesidade verifica-se aumento do volume sangüíneo, do débito cardíaco, os
quais devem a expansão do leito vascular no tecido adiposo aumentado. Entretanto, estas
alterações só se tornam evidentes nas obesidades acentuadas. As dislipidemias são freqüentes
na obesidade, aumentando a incidência de lesões ateroscleróticas e suas complicações
(PILEGGI; GASTÃO, 2000).
Ching-San Júnior (2004), afirma que a associação de duas patologias acelera o
processo de lesão glamerular, efeitos sobre sistema nervoso central e cardiovascular somam-se
quando essas patologias estão associadas. A dislipidemia e a obesidade também agravam o
processo lesivo, além de constituírem fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão e
22
diabetes. O risco de evento coronariano é muito maior nos pacientes com essas síndromes
metabólicas.
2.9 Tabagismo
O tabagismo é um importante e reversível fator de risco para doença coronariana
provocando efeitos hemodinâmicos relacionados à ativação do sistema nervoso simpático. Os
vasos coronarianos também são sensíveis a tais efeitos, admitindo-se que a vasoconstrição
possa promover lesão endotelial, dando início ao desenvolvimento de placas ateroscleróticas ou
à progressão de trombose local. Além disso, o monóxido de carbono (CO), um dos
constituintes da fumaça do cigarro, ocasiona redução do conteúdo de oxigênio sangüíneo, o
que pode ser um adjuvante para o desenvolvimento da isquemia miocárdica (CAIRES; VAZ;
PASTORE, 2001).
O tabagismo é comprovadamente um fator de risco não só para câncer de pulmão,
enfisema e bronquite, como também para doença coronariana, cerebral e vascular periférica.
Essa associação é observada em vários países, em grupos étnicos bastante diversificados, em
ambos os sexos e em todas as faixas etárias adultas. Além disso, o risco aumenta com o
aumento de maços-ano. Esse risco aumentado cai rapidamente quando as pessoas param de
fumar. No caso da coronariopatia, aproximadamente 40% do aumento de risco desaparece após
cinco anos de interrupção do hábito, embora vários anos a mais sejam necessários para que
sejam atingidos os níveis da pessoa que nunca fumou (PLUM; BENNETT, 1997).
Conforme Vale (apud TIMERMAM; MACHADO, 2001, p. 99),
Considerado como um dos fatores de risco dito maiores para DAC, é o único totalmente modificável. Portanto, todo empenho deve ser feito no sentido de buscar a
23
interrupção do ato de fumar. Dentre alguns efeitos adversos do tabagismo temos alterações das lipoproteínas, aumento na freqüência cardíaca e na pressão arterial, incremento na ativação e agregação plaquetária, elevação do fibrinogênio e disfunção endotelial.
2.10 Alcoolismo
De acordo com Wad e Scolt (1980), o alcoolismo devido ao álcool etíli co pode ser
ou agudo ou crônico. No alcoolismo agudo a morte é devida freqüentemente a alguma
complicação da intoxicação, tal como trauma ou sufocação e não ao alcoolismo per si.
Contudo, quando o nível de álcool sangüíneo é suficientemente alto, a causa da morte pode ser
depressão do sistema nervoso central. O estômago apresenta a mucosa hiperemiada com
pequenas hemorragias perequimais ou erosões. O cérebro é edemaciado e o líquor parece estar
em excesso. O alcoolismo crônico está associado com várias alterações patológicas. Um dos
achados mais constantes e o aumento ou acentuada degeneração gordurosa do fígado. Cirrose
portal do fígado está presente em 5 a 8% dos viciados em álcool, e 50% a 60% de pacientes
com cirrose têm uma história de alcoolismo. É certo que o alcoolismo é um fator em muitos
casos de cirrose, embora a relação não seja direta. Muitos alcoólatras sofrem de cirrose,
embora a relação não seja direta. Muitos alcoólatras sofrem de deficiências nutricionais, um
possível fator nas alterações hepáticas e uma outra complicação, a neurite periférica. A
resistência às infecções parece estar reduzida. Alterações retrógradas no miocárdio têm sido
atribuídas aos efeitos diretos do álcool (cardiomiopatia alcoólica).
Segundo Oliveira (1978, p. 146),
Em relação aos controles, tem-se impressão de que o maior consumo de álcool está relacionado com maior mortalidade de causa coronariana, os indivíduos que ingerem álcool mais intensamente são aqueles que mais fumam. Fica a impressão final que o
24
álcool é uma variável com potencial de risco coronariano, em parte independente, em parte ligada ao tabagismo.
Segundo Oliveira e Zanetti (2005), o alcoolismo tem representado um problema de
saúde pública importante, na atualidade, pela sua alta prevalência, que abrange cerca de 10%.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 32,0% dos leitos de diversos hospitais foram ocupados
por pacientes que apresentam doenças decorrentes do abuso de bebida alcoólica.
2.11 Fatores genéticos
A história familiar é um fator de risco independente, é muito significante para a
doença coronariana, particularmente entre indivíduos jovens com história de doença prematura
na família. Mutações de genes isolados influenciam o metabolismo lipídico. Os distúrbios
poligênicos complexos consistem em hipertensão, diabete melli tus, contribuindo também para
a aterogênese. Contudo, anormalidades genéticas atualmente identificáveis são parcialmente
responsáveis pelo risco previsto por uma história famil iar positiva de coronariopatia prematura
(BENNETT; GOLDMAN, 2001).
Segundo Luz e Favarato (1999, p. 12), “A doença arterial coronariana é, em termos
relativos, mais grave e de pior prognósticos em jovens, talvez por que nesta faixa etária há
maior prevalência de dois fatores de risco importantes: o tabagismo e a história famili ar para
DAC.”
Para Porto (1998), a história familiar é um fator de risco independente e muito
significante para DAC, particularmente em indivíduos jovens com história da doença
prematura na família.
25
2.12 Estresse
Como conseqüência, os profissionais de saúde são confrontados com novos
problemas, reconhecendo-se somente a sua causa à reatividade ao estresse e definida como
uma resposta física a estímulos externos. Quando a resposta é inapropriada, ela está associada
com atividade neuro-hormonal dramática, que pode resultar em aumento da pressão sangüínea,
aumento da demanda miocárdica de oxigênio, aumento de arritmias cardíacas e aumento de
doença arterial coronariana. Apesar de ser reconhecido como um aspecto necessário e
facilitador em situações e graus apropriados, a reatividade excessiva ao estresse tem sido vista
como causa de exaustão e morte. O estresse pode originar de fatores externos sociais ou
ambientais ou pode ser interno ou autoproduzido (FARDY; YANAWENTZ; WILSON, 1998).
Segundo Eliot (1998), os fatores de estresse de um ambiente devem abranger todos
os estímulos que possam contribuir para deterioração e laceração do corpo, mente e saúde de
um indivíduo, afetando o sistema músculo-esquelético, cardiovascular e sistema respiratório.
Estudos recentes, de acordo com o mesmo autor, afirmam que ao investigarmos as
principais causas para ocorrência do infarto agudo do miocárdio, observaram que 9 (29,0%)
dos pacientes referiam o estresse, 5 (16,1%) não souberam indicá-la , 3 (9,7%) mencionaram
inatividade e 2 (6,5%) indicaram estresse e nervosismo. Esses dados apontam que o estresse foi
a causa referida a mais importante para o desencadeamento de doenças cardiovasculares.
2.13 Inatividade
A inatividade é um fator de risco significativo para o desenvolvimento da doença
26
coronariana, mesmo quando existem outros fatores de risco associados. Em conjunto a
inatividade em si duplica o risco de doença coronariana, um efeito similar em magnitude do
tabagismo ou de pressão alta de colesterol (DAVID; HIEMAN, 1999).
As pesquisas relacionadas à prevenção terapêutica da DAC apontam que mudanças
no estilo de vida podem produzir alterações em sua evolução, a pratica regular de exercícios
físicos tem sido apontada como importante nesse sentido (OLIVEIRA; VANDERLEI, 2002).
A Fisioterapia, ciência que tem como objetivo eliminar ou minimizar as limitações
físicas e sociais imposta a uma pessoa, por afecção aguda ou crônica e que utiliza o exercício
físico como instrumento de trabalho, assume papel fundamental na recuperação de indivíduos
com disfunções do sistema cardiovascular (MION; NOBRE, 2002).
Segundo Castro et al (2004, p. 221), “A inatividade vem sendo apontado como
fator de risco para doença cardiovascular. Adicionalmente estudos epidemiológicos mostram
que atividade física moderada pode modular os níveis pressóricos.”
A inatividade física foi demonstrada uma associação entre um estilo de vida menos
ativo e um risco aumentado para coronariopatia em diversos estudos longitudinais e
transversais em grupos tão diversos como os trabalhadores do tráfego de Londres, estivadores e
universitários nos Estados Unidos. Tradicionalmente, esse fator de risco era considerado de
importância menor e, certamente, menos poderoso do que os três já mencionados. Entretanto,
revisões recentes das evidências científicas existentes motivaram a classificação atual desse
fator de risco como um dos quatro principais fatores de risco modificáveis para coronariopatia.
Conseqüentemente, as recomendações, quanto a um estilo de vida ativo e o reconhecimento da
importância desse fator não só para a saúde como para a prevenção de doenças tornam-se mais
consistentes (PLUM; BENNETT, 1997).
Evitar a inatividade resulta na redução do risco para o desenvolvimento de
intercorrências como DAC, AVC, infarto agudo do miocárdio e complicações circulatórias
(NETO; MANOEL, 2004).
27
O exercício físico, mesmo em grau moderado, apresenta efeito protetor sobre a
doença cardiovascular. Em estudo retrospectivo, por exemplo, homens que praticam atividade
física apresentam redução de 23% de mortalidade em relação a homens sedentários. A melhor
destas taxas através da prática de exercícios é equivalente e sinérgica a práticas como cessar de
fumar, controle do risco e da mortalidade da DAC (PIEGAS et al, 2003).
2.14 Fatores de risco na prevenção pr imár ia e secundár ia
A prevenção primária significa prevenir a doença arterial coronariana em pessoas
saudáveis, enquanto a prevenção secundária refere-se a prevenir a recorrência de DAC e morte
em pacientes com DAC existente. A principal diferença entre a prevenção primária é que os
índices de eventos são muito maiores na prevenção secundária, aproximadamente 10 vezes
mais, e a proporção de morbidade e mortalidade decorrentes de DAC é muito mais alta.
Esses fatores simples têm implicações clínicas. Primeiro, o benefício em curto
prazo da intervenção em um dado paciente é muito maior, em termos absoluto, que na
prevenção secundária (BENNETT; GOLDMAN, 2001).
Portanto, deve ser levada em consideração a atenção especial para pacientes sob risco de insuficiência cardíaca, por meio de prevenção, diagnóstico precoce e atuação efetiva, incluindo medidas de saúde pública, sobre os fatores de risco, para que, dessa maneira, se possa efetivamente mudar o perfil das curvas de incidência e de mortalidade da DAC. (CONSOLIM-COLOMBO; ATALA, 2004, p. 63).
A partir desses estudos realizados nos Estados Unidos e em outros países, foi
elaborada uma lista consistente dos chamados fatores de risco para o desenvolvimento
subseqüente de doença cardiovascular. Esses fatores de risco podem ser agrupados em duas
categorias amplas: não-modificáveis (como idade, sexo masculino e história familiar de
28
cardiopatia prematura) e potencialmente modificáveis (como tabagismo, hipertensão arterial,
níveis elevados de colesterol sangüíneo, diabetes, como excesso de peso, inatividade e fatores
psicológicos). Esses fatores podem ser utili zados para identificar com clareza os indivíduos que
correm um risco especial de desenvolver doença cardiovascular (PLUM; BENNETT, 1997).
29
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Segundo Gil (1994, p. 70), “delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa
em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação, quanto a prevenção de
análise e interpretação dos dados.”
3.1 Tipo de pesquisa
A pesquisa realizada caracterizou-se como descritiva, que conforme Rudio (1998,
p. 56): “ [...] está interessado em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los,
classificá-los e interpretá-los.”
Com relação ao motivo primordial deste tipo de pesquisa, Gil (1994, p. 46) destaca:
“ [...] a descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou então, o
estabelecimento de relações entre variáveis.”
3.2 População e amostra
30
O total da amostra constitui 57 professores, que foram entrevistados pela autora,
sendo sorteados aleatoriamente, nos oito cursos da área da saúde da UNISUL, campus
Tubarão/SC.
Segundo Gil (1994, p. 93), “ [...] a amostragem aleatória simples consiste em
atribuir a cada elemento da população em número único para depois selecionar alguns desses
elementos de forma casual.”
Desta forma foram entrevistados 57 professores da área da saúde, dos quais 35%
pertencem ao curso de medicina, 24% pertencem ao curso de enfermagem, 22% pertencem ao
curso de fisioterapia, 8% ao curso de farmácia, 5% ao curso de psicologia, 5% ao curso de
odontologia e 1% ao curso de biologia.
A amostra foi constituída (TRIOLA, 1999, p. 161) de 57 professores com 10% de
erro amostral e 90% de nível de confiança, para esse cálculo foi utilizado a fórmula n =
onde:
– n = 57, é o tamanho da amostra;
– z = û, 64 é o valor tabelado do correspondente a um nível de confiança de 90%;
– p = q = 0,50, corresponde ao percentual de uma pré-amostra hipotética onde supõe que 50%
tinham tipo de risco;
– N = 392 e o tamanho da população;
– E = 10% e o erro máximo aceitável para a pesquisa,
então: =
= = x 57
z2 p q N e2 (N-1) + z2 p q
1,642 x 0,50 x 0,50 x 362 0,102 x 392 + 1,642 x 0,50 x 0,50
243,4088 3,61 + 0,6724
243,4088 4,2824
31
3.3 Instrumentos util izados para a coleta de dados
Os fatores de risco considerados nesse estudo foram: história familiar, bebidas
alcoólicas, inatividade, excesso de peso, aumento dos níveis de colesterol, distúrbio do sono,
hipertensão, tabagismo, aumento de glicemia.
Os critérios util izados foram:
– para inclusão: professores que atuam na área da saúde na Universidade do Sul de Santa
Catarina (UNISUL), Campus Tubarão/SC;
– para exclusão: professores com faixa etária de 20 a 25 anos e que não atuam na área da
saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Campus Tubarão/SC.
Os instrumentos util izados para coleta de dados foram o Termo de Consentimento
e entrevistas.
O termo de consentimento seguiu o modelo fornecido pela Universidade (anexo A).
O questionário foi elaborado pela autora da pesquisa após leitura e conhecimento
das questões relevantes para o objetivo desta pesquisa (apêndice A).
Um primeiro questionário foi preparado e avaliado por dez professores da área da
saúde da UNISUL, Campus Tubarão/SC, onde foram colocadas sugestões e críticas quanto aos
itens pesquisados.
Após análise das informações notificadas no primeiro questionário, um novo
questionário foi elaborado segundo as informações concluídas. Com instrumento de pesquisa
em mãos, a autora se dirigiu a profissionais da área da saúde em Tubarão/SC que realizaram a
validação simples das questões a serem aplicadas.
O questionário é composto de questões fechadas a respeito dos fatores de risco para
desenvolvimento da doença arterial coronariana (DAC), como idade, gênero, pressão arterial
sistêmica, história famili ar de DAC, estresse, tabagismo, ingesta de álcool, dislipidemia,
32
inatividade e diabetes.
Itens como estresse foram avaliados segundo o nível de tensão percebido pelo
entrevistado e pela qualidade de sono deste.
A dislipidemia foi avaliada segundo conhecimento dos níveis de colesterol, através
de exames laboratoriais e da dieta alimentar.
O tabagismo, história famil iar, hipertensão, diabetes, distúrbio do sono e
dislipidemia, o aumento do peso foram avaliados com perguntas diretas ou fechadas, ingesta
alcoólica quanto à freqüência, exercícios físicos quanto ao tempo e freqüência.
3.4 Procedimentos util izados para coleta de dados
3.4.1 Período da coleta
A coleta de dados foi executada durante os meses de abril e maio do corrente ano,
no período vespertino.
A pesquisadora se dirigiu à Unidade Hospitalar de Ensino da UNISUL, localizada
no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) em Tubarão/SC e aos blocos pedagógicos e
da saúde, onde são ministradas as aulas e realizadas as atividades práticas dos cursos da saúde
da UNISUL, campus Tubarão/SC.
O procedimento inicial foi a apresentação da pesquisadora, seguida pela explicação
dos propósitos da pesquisa, apresentação do questionário a ser respondido, assim como o
esclarecimento sobre tempo em minutos que a entrevista duraria, ou seja, cerca de 15 minutos.
Os professores foram convidados a participar voluntariamente da pesquisa, em casos
33
afirmativos, assinaram o Termo de Consentimento Informado e esclarecido, sendo garantido o
sigilo absoluto quanto à identidade dos entrevistados.
Após a assinatura do termo, o questionário foi aplicado aos professores no Hospital
Nossa Senhora da Conceição, nos intervalos das aulas no bloco pedagógico da área da saúde no
hospital e na UNISUL.
3.4.2 Entrevista
A entrevista foi realizada pela autora no bloco da saúde da UNISUL, campus
Tubarão/SC e na unidade hospitalar de ensino do HNSC. Os professores eram abordados nas
salas de aula, laboratórios e clínica escola ao fim ou início das aulas. Durante a entrevista
permaneciam no local apenas a pesquisadora e o entrevistado.
A autora da pesquisa, após assinatura do Termo de Consentimento, realizava a
leitura das questões e anotava as respostas dadas pelo entrevistado.
Caso o entrevistado não compreendesse a questão, a entrevistadora repetia toda a
questão até que o entrevistado estivesse apto a responder.
A leitura das questões assim como as anotações das respostas foram realizadas de
forma imparcial e garantindo-se o sigilo absoluto dos dados obtidos.
3.5 Procedimentos para análise e interpretação dos dados
Os dados foram analisados e interpretados com o objetivo de verificar se há
34
prevalência de algum fator de risco específico para DAC em professores dos cursos da área
biológica e da saúde da UNISUL, campus Tubarão, conforme a estatística descritiva simples e
apresentados na forma de gráficos.
35
4 RESULTADOS, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Os dados serão apresentados neste capítulo em forma de tabelas e gráficos de pizza,
para uma melhor visualização dos mesmos. Os dados foram tabulados após a coleta de todos os
questionários. Os fatores de risco foram apresentados de acordo com suas freqüências e
relacionados entre si.
4.1 Cursos da área da saúde que par ticiparam da pesquisa
A pesquisa englobou todos os cursos da área da saúde, sendo realizada com 57
professores, dos quais 35% pertencem ao curso de medicina, 24% pertencem ao curso de
enfermagem, 22% pertencem ao curso de fisioterapia, 8% ao curso de farmácia, 5% ao curso
de psicologia, 5% ao curso de odontologia e 1% ao curso de biologia. Estes dados podem ser
melhor visualizados no tabela 1.
36
Tabela 1 – Cursos da área da saúde em que os professores par ticiparam da pesquisa
Cursos Percentagem Medicina.............................................................................................. 35 Enfermagem......................................................................................... 24 Fisioterapia........................................................................................... 22 Farmácia............................................................................................... 8 Psicologia............................................................................................. 5 Odontologia.......................................................................................... 5 Biologia................................................................................................ 2 Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
4.2 Variação entre as idades
63%
26%
11%
20 a 30 anos
30 a 45 anos
45 a 60 anos
Gráfico 1 – Variações entre as idades dos professores que participaram da pesquisa.
Para melhor registrarmos as idades, foram formados três grupos: um grupo de
indivíduos com idade entre 20 e 30 anos, representado por 26% da população. Um segundo
grupo, com idade entre 30 e 45 anos, apresentou o maior número de professores entrevistados,
compreendendo 63% da amostra. O terceiro e último grupo, formado por indivíduos com idade
entre 45 e 60 anos, teve uma pequena representatividade, ou seja, 11% do total de
entrevistados, conforme podemos observar no gráfico 1.
37
4.3 Fatores de r iscos para doenças arter iais coronar ianas relatados pelos professores da
área da saúde
Feldman et al (2004) definem como “ fator de risco” um elemento ou característica
que se associa à maior probabilidade de desenvolver determinada enfermidade, tendo uma
importância crescente no campo das doenças crônicas não transmissíveis. Estas, geralmente,
apresentam etiologia multifatorial e o conhecimento insipiente sobre os mecanismos
etiológicos e fisiopatológicos dificulta uma intervenção sistemática e coerente em saúde
pública.
Mion e Nobre (1999 apud FELDMAN et al, 2004) afirmam que as patologias
cardiovasculares ocorrem em todas as camadas sociais, em todas as faixas etárias e em todos os
níveis sócio-econômicos, porém são mais freqüentes (75% a 80% dos casos) nos portadores de
melhores condições socioeconômica ou doenças pré-existentes.
61%
39%
Peso adequado
Acima do peso
Gráfico 2 – Porcentagem do peso corporal entre os professores que participaram da pesquisa. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
De acordo com o gráfico 2, em relação ao peso corporal, foi verificado que 61%
dos professores estão com o peso adequado, e que 39% estão acima do peso corporal
adequado.
Feldman et al (2004) descreve que a importância da obesidade como fator de risco
38
para doenças cardiovasculares têm se tornado cada dia mais evidente, e este fato adquire mais
importância se considerarmos que sua prevalência vem aumentando muito. Admite-se ainda
haver uma relação positiva entre a obesidade, sobretudo central, do tipo andróide, e a doença
arterial coronariana.
Estudos epidemiológicos demonstraram que cerca de 35% dos americanos são
obesos. No Brasil, o aumento da prevalência desse distúrbio foi da ordem de 53%,
comparando-se o censo de 1974/75 ao de 1989 (FELDMAN et al, 2004).
Entre hipertensão e obesidade existe uma relação bem estabelecida: as pessoas
obesas têm três vezes mais probabilidade de desenvolver hipertensão. O mecanismo
possivelmente envolvido tem sido atribuído, em parte à resistência à insulina e
conseqüentemente hiperinsulinemia compensatória, mais freqüentemente presente em
indivíduos com obesidade abdominal e visceral (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 1993). Admite-se
que o ganho de peso durante a fase “adulto jovem” pode ser um dos mais importantes
determinantes de fator de risco para doenças cardiovasculares (ALEXANDER, 2001).
A redução do peso corporal promove mudanças significativas nas alterações
hemodinâmicas, por vezes com redução da pressão arterial sistêmica média, por redução do
débito cardíaco e não da resistência vascular sistêmica, redução da pressão média da artéria
pulmonar e redução do consumo de oxigênio (FELDMAN et al, 2004).
65%
35%
Possuem
Não possuem
Gráfico 3 – História familiar de alguma doença cardiovascular entre os professores que participaram da pesquisa.
Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
39
Castro et al (2004) em um estudo descritivo, descreveu o perfil do risco de doenças
cardiovasculares em acadêmicos e médicos do Hospital das Clínicas da Universidade do
Paraná, observaram que 82% da amostra tinham história familiar de alguma doença
cardiovascular.
Este dado também foi observado na presente pesquisa, conforme demonstra o
gráfico 3, onde 65% dos participantes relataram história famili ar positiva para alguma doença
cardiovascular. Sendo que apenas 35% negaram casos de doença cardiovascular na família.
Para Feldman et al (2004) a história familiar é um fator de risco independente e
muito significante para a doença coronariana, particularmente entre indivíduos com história de
doença prematura na família.
16%
84%
Não possuem
Possuem
Gráfico 4 – Distúrbio no sono entre os professores que participaram da pesquisa. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
De acordo com o gráfico 4, os professores da área da saúde entrevistados relataram
em 84% dos questionários que não possuem distúrbio no sono e 16% assinalaram que sim,
como mostra o gráfico 8.
Quanto ao distúrbio do sono, há alguns anos, mesmo os cientistas desconheciam a
importância em analisar a qualidade deste item. Os pesquisadores consideravam que alterações
neste sentido poderiam tratar de uma mera fase passageira de fadiga do cérebro. Entretanto, as
pesquisas feitas nos últimos decênios têm mostrado resultados cada vez mais surpreendentes,
40
revelando ser o sono uma das fases mais nobres do dia, pois é nesta fase que se efetuam
importante etapa da aprendizagem, da criatividade, do equilíbrio emocional etapa da
aprendizagem, da criatividade, do equilíbrio emocional, etc. (SOUZA, [200-?]).
Algumas pessoas apresentam distúrbios de sono por fatores orgânicos, como pela
falta de substâncias químicas, que participam dos circuitos neurais controladores. Sabe-se que a
falta de serotonina leva à insônia e a falta de noradrenalina a suprimir o sono paradoxal
(sonho). Essas deficiências podem também ser muitas vezes provocada por ausência de
enzimas conversoras ou substâncias precursoras (SOUZA, [200-?]).
Para Oliveira e Zaneti (2005) dentre os vários fatores que são atribuídos como
causa de doenças arteriais coronarianas estão o estresse e o padrão do sono. Os mesmos autores
investigaram 31 indivíduos que sofreram infarto agudo do miocárdio e perceberam que 29%
referiram sofrer de estresse.
14%
5%
81% Não fumantes
Ex-fumantes
Fumantes
Gráfico 5 – Tabagismo entre os professores que participaram da pesquisa. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
Como demonstra o gráfico 5, 81% dos professores não são fumantes, 14% são ex-
fumantes e 5% admitiu ser fumante
O tabagismo é um importante e reversível fator de risco para doença coronariana,
pois provoca efeitos hemodinâmicos relacionados à ativação do sistema nervoso simpático. Os
vasos coronarianos também são sensíveis a tais efeitos, admitindo-se que a vasoconstrição
41
crônica possa promover lesão endotelial, dando início ao desenvolvimento de placas
ateroscleróticas ou à progressão de trombose local. Além disso, o monóxido de carbono (CO),
um dos constituintes da fumaça do cigarro, ocasiona redução do conteúdo de oxigênio
sangüíneo, o que pode ser um adjuvante para o desenvolvimento de isquemia miocárdica
(FELDMAN et al, 2004).
62%
27%
11%
Consomemocasionalmente
Não consomem
Consomemfreqüentemente
Gráfico 6 – Consumo de bebidas alcoólicas entre os professores que participaram da pesquisa. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
Neste estudo, 60% da população relatou consumir bebidas alcoólicas
ocasionalmente, 26% dos professores afirmaram não consumir bebidas alcoólicas e 11%
admitiram consumir freqüentemente, como é verificado no gráfico 6.
De acordo com Chalela et al (2002) dados epidemiológicos indicam que a ingestão
moderada de álcool tem efeito protetor sobre a doença coronariana. Este efeito protetor parece
ser devido a elevação dos níveis séricos de HDL – colesterol.
Porém, Maia et al (2002) descreveram que o uso abusivo do álcool causa uma
ampla variedade de alterações sistêmicas, entre elas cardiopatias. As modificações do
arcabouço colágeno cardíaco têm repercussões funcionais relevantes e podem resultar dos
efeitos tóxicos diretos do álcool e de seus subprodutos sobre as miocélulas ou de lesões na
microcirculação miocárdica.
42
40%
40%
20%
Freqüentemente
Raramente
Inativos
Gráfico 7 – Referente a prática de atividade física entre os professores que participaram da pesquisa. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005,
Dentre os professores avaliados 40% realizam atividade física freqüentemente,
40% raramente e 20% não realizam nenhum tipo de atividade, sendo classificados como
sedentários, como é mostrado no gráfico 7.
A inatividade está presente em 38% dos indivíduos norte-americanos com mais de
18 anos de idade. O risco relativo para o desenvolvimento da hipertensão entre os indivíduos
sedentários é de 30% a 50% (TRIOLA, 1999).
A prática adequada e regular de atividade física tem sido admitida como uma das
mais importantes e eficazes medidas para a prevenção da doença arterial coronariana, para a
preservação da saúde e para a qualidade de vida das pessoas, uma vez que um dos fatores de
risco para doenças coronarianas é o inatividade (BERLIN; COLDITZ, 1990; PASSOS et al,
1999).
O exercício físico previne ou melhora as condições associadas a hiperinsulinemia,
dislipidemia, hipertensão e aterosclerose em homens (PRATLEY, 2000). Aumenta a
sensibilidade à insulina, independente da redução de peso, provavelmente pelo aumento dos
receptores de insulina (PEDERSEN; BEECK-NIELSEN; HENDING, 1980; SOMA et al,
1999) e por aumento da atividade de síntese do glicogênio (MIKINES et al, 1989). Desta forma
um estudo realizado por Piegas et al (2003) demonstrou que indivíduos ativos apresentam um
43
risco de 36% menor de morte por doença arterial coronariana que indivíduos sedentários, e
esse risco será tanto menor quanto maior for a atividade física praticada.
16%
14%
70%Sem alterações
Colesterol aumentado
Não sabem
Gráfico 8 – Alterações nos níveis de colesterol entre os professores que participaram da pesquisa. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
Conforme demonstra o gráfico 8, a maioria dos professores relata que seus níveis
de colesterol encontram-se dentro dos valores de normalidade, o que corresponde a 70% do
total da amostra desta pesquisa; 16% relatam que estes valores estão aumentados segundo os
exames laboratoriais e 14% não sabem, pois não realizam acompanhamento médico.
A concentração de colesterol sérico total é o mais conhecido fator de risco para
doença a coronariana. Dados mais recentes enfatizam as vantagens de se conhecer as
concentrações das frações lipídicas, como a lipoproteína de baixa densidade (LDL), HDL (
lipoproteína de alta densidade) e colesterol total. O aumento dos níveis de séricos, tanto do
colesterol total quanto da lipoproteína de baixa densidade (LDL – colesterol), está associado ao
aumento do risco de doença arterial coronariana (GOODMAN, 2002).
Sabe-se que o perfil li pídico, fundamentalmente o colesterol e suas frações
guardam relação direta com as doenças arteriais coronarianas, demonstrando riscos cada vez
mais elevados quanto maior a colesterolemia, principalmente >200mg/dl, sendo que o mesmo
ocorre com a mortalidade (GRIMM JÚNIOR, 1990; STONE; SACKS; SMITH, 1987). Em
anos recentes, vem sendo demonstrado que o controle da dislipidemia é eficaz no sentido de se
44
diminuir eventos coronarianos, inclusive óbitos, tanto na prevenção primária quanto na
secundária de doença arterial coronariana (SACKS et al, 1996; SHEPERD et al, 1995).
65%
15%
20%
Sem alterações
Com alterações
Não sabem
Gráfico 9 – Alterações entre os níveis de glicemia entre os professores que participaram da pesquisa. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
Dos 57 professores que responderam o questionário, 90% afirmam não
apresentarem alterações nos níveis de glicemia; 8% atestam que apresentam alterações
glicêmicas e 2% relataram não saber se há alguma alteração nos níveis de glicemia, como é
mostrado no gráfico 9.
No Brasil, a taxa de diabetes mellitus na população em geral está em torno de
7,6%, aumentando com a idade. Dentre esta população, 23% está sem tratamento (CENSO
BRASILEIRO DE DIABETES, 1989).
Os níveis elevados de glicemia interferem no sistema cardiovascular, ocasionando
anormalidades metabólicas e homeostáticas que aceleram o desenvolvimento e a gravidade da
aterosclerose e suas complicações, principalmente a cardiopatia isquêmica. A resistência à
insulina, hiperinsulinemia e a intolerância à glicose são fatores que parecem promover o
processo de aterosclerose e seu efeito se dá com maior intensidade nas mulheres. O diabetes
mellitus, tanto insulinodependente quando não insulinodependente, aumenta o risco de doença
arterial coronariana (KANNEL; McGEE, 1979).
Oliveira, Zanetti (2005), investigaram 31 indivíduos que sofreram infarto agudo do
45
miocárdio e perceberam que 48,3% tinham diabetes mellitus.
A principal causa de morte entre os diabéticos é a doença cardiovascular,
perfazendo 80% do total. Destas, a principal responsável é a doença arterial coronariana, que
responde por 75% das causas de óbito nessa população (CDC/NCHS apud TIMERMAM;
MACHADO, 2001).
4%
12%
84% Sem alterações
Hipertensâo
Hipotensão
Gráfico 10 – Alterações na pressão arterial entre os professores que participaram da pesquisa. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
Na amostra deste estudo, foi verificada uma prevalência de 84% dentre os que não
relataram alterações em seus valores de pressão arterial; 12% referiram hipertensão arterial
diagnosticada e 4% assinalaram hipotensão, como é observado no gráfico 10.
Já entendemos que os determinantes da pressão arterial são o débito cardíaco e a
resistência periférica e qualquer alteração em um ou outro, ou em ambos, interfere na
manutenção dos níveis pressóricos normais. A hipertensão é uma doença que afeta milhões de
pessoas em todo o mundo e contribui de maneira expressiva para grande número de mortes
devido ao infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença renal crônica. Apesar de
todos os avanços na área da fisiologia cardiovascular, ainda não se conhecem os determinantes
primários da hipertensão arterial (EDUARDO et al, 1999).
Estima-se que 30 a 40% da variação da pressão arterial em uma população sejam
46
devidos a fatores genéticos (WARD, 1995). A prevalência da hipertensão no Brasil pode
assumir valores entre 11 e 20%, sendo o principal fator de risco para as doenças
cardiovasculares. Para seu tratamento e prevenção, as estratégias não farmacológicas adotadas
estão baseadas na modificação do estilo de vida, tendo como principais recomendações: a
perda de peso, a redução de ingestão de sódio, a manutenção adequada da ingestão de potássio
dietético e o aumento da atividade física (PEREIRA; GALVÃO; ZANELLA, 2005).
A doença coronariana pode estar presente em significativa parcela de pacientes
hipertensos que desenvolvem insuficiência cardíaca. Estima-se que o infarto agudo do
miocárdio está presente em 34% das mulheres e em 52% dos homens de média idade. Outros
riscos cardiovasculares freqüentemente associados à hipertensão arterial sistêmica e a
progressão para a insuficiência cardíaca incluem diabetes mellitus, dislipidemia, obesidade e
tabagismo (CONSOLIM-COLOMBO; ATALA, 2004).
Os fatores de risco para doença arterial coronariana foram tabulados de acordo com
a freqüência em que os mesmos apareciam. Desta forma, observou-se que a história familiar de
alguma doença cardiovascular e a ingestão de bebidas alcoólicas foram os fatores de risco que
prevaleceram sobre os demais itens pesquisados com 65% e 63% respectivamente. A
inatividade foi o terceiro fator de risco mais freqüente aparecendo em 40% da população
pesquisada. Considerando-se toda a mostra, 38% estão acima do peso corporal adequado, 16%
apresentam os níveis de colesterol aumentados, 16% apresentam distúrbio do sono, 12%
apresentam hipertensão arterial, 5% são tabagistas e 2% têm aumento nos níveis de glicemia,
como mostra a tabela 2.
47
Tabela 2 - Registro dos fatores de r isco dos professores da área da saúde listados na
ordem de mais freqüência.
Fator de r isco Percentagem História familiar de alguma doença cardiovascular............................. 65 Ingestão de bebidas alcoólicas............................................................. 63 Inatividade........................................................................................ 40 Acima do peso corporal adequado....................................................... 38 Níveis de colesterol aumentados......................................................... 16 Distúrbio do sono................................................................................ 16 Hipertensão arterial............................................................................. 12 Tabagismo............................................................................................ 5 Aumento nos níveis de glicemia.......................................................... 2 Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
4.4 Relação entre os fatores de r isco para doença ar terial coronar iana
60%
40%
Não apresentam
Apresentam
Gráfico 11 – Porcentagem dos professores que relataram associação dos três fatores mais freqüentes. Fonte: pesquisa realizada pela autora, 2005.
Em alguns casos, observou-se que os professores entrevistados marcaram mais de
um dos fatores de risco expostos no questionário. Desta forma, foi possível relacionar aqueles
que apresentam associados os três fatores mais tidos como mais freqüentes nesta pesquisa. São
48
eles: história famil iar de alguma doença cardiovascular, a ingestão de bebidas alcoólicas e a
inatividade. Com isto, verificou-se que quase a metade, ou seja, 40%, têm os três fatores
associados, como demonstra o gráfico 11.
49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos dados apresentados em neste estudo, pode-se verificar que os fatores de
riscos para doença arterial coronariana mais expressivos nos professores da área da saúde da
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), campus Tubarão/SC, foram a história
famili ar positiva e a ingestão de bebidas alcoólicas e o inatividade. A história familiar positiva
apareceu em 63% da amostra pesquisada, sendo considerado um fator freqüente e não
reversível pela li teratura disponível sobre o assunto. A ingesta de bebidas alcoólicas, por sua
vez, é um fator de predisposição para doença arterial coronariana que pode ser modificado
segundo os hábitos de vida. No entanto, no presente estudo, não foi pesquisado exatamente o
grau de consumo de bebidas alcoólicas dentre os entrevistados, assim como os tipos de bebidas
alcoólicas são consumidos por esta população. Desta forma, não é possível classificar se estes
poderiam estar dentre a população com consumo moderado de alguns tipos específicos de
bebidas, o que poderia reduzir o risco de doença arterial coronariana, segundo alguns estudos,
como o de Chalela et al (2002).
Os fatores de risco que a literatura enfoca como sendo os principais na causa das
doenças arteriais coronarianas, não tiveram percentagens tão expressivas entre os professores
como em outras populações encontradas na literatura, tais como: hipertensão, tabagismo, níveis
de colesterol aumentado. Entretanto, fica a dúvida se os baixos índices de hipertensão e
dislipidemia encontrados nesta população deve-se ao controle adequado destes fatores ou ao
50
desconhecimento de alterações existentes pela amostra util izada neste estudo.
Quanto ao baixo índice de indivíduos fumantes, considera-se um fator positivo
nesta população que, aparentemente, tem procurado reduzir ao máximo este fator de risco tanto
para doenças coronarianas, quanto para outras relatadas na li teratura.
Após esta pesquisa, ficam algumas questões: como é feito o consumo de bebidas
alcoólicas por esta população? Seria este um fator de risco digno de uma campanha de
prevenção mais vigorosa? Como esta população tem monitorado os fatores de risco para
eventos coronarianos?
Certamente, fica como sugestão para pesquisas futuras o esclarecimento destas
questões, assim como a entrevista de uma maior amostragem de professores e investigação
destes fatores em populações de outros cursos, campi e universidades. Outra proposta seria
investigar a prevalência de fatores de risco para doença arterial coronariana em acadêmicos dos
cursos de saúde, assim como verificar se há influência direta dos hábitos de vida dos
professores da área sob esta população.
51
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57
APÊNDICES
58
APÊNDICE A - Questionár io
59
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL
Questionár io referente à monografia: Prevalência de fatores de risco para o desenvolvimento de doença arter ial coronar iana em professores da área de saúde campus Tubarão – UNISUL. Or ientanda: Kay Faraco de Souza Or ientadora: Michelle Cardoso Machado
Nome: _____________________________________________________________________
Curso que atua dando aula: ___________________________________________________
Gênero: ( ) feminino ( ) masculino
1 – Qual é a sua faixa etária?
a) ( ) menos de 30 anos
b) ( ) de 30 a 45 anos
c) ( ) de 46 a 60 anos
d) ( ) mais de 60 anos
2 – Como está seu peso atual?
a) ( ) meu peso é adequado e procuro mantê-lo
b) ( ) estou abaixo do peso adequado e acho que poderia me alimentar melhor
c) ( ) estou acima do peso adequado e tenho dificuldade para diminuí-lo
d) ( ) estou muito acima do peso adequado e não consigo manter uma rotina alimentar
adequada
3 – Algum de seus famil iares teve ou tem problema cardíaco?
a) ( ) sim
b) ( ) não
4 – Nos últimos três meses, qual é o seu nível de stress ou tensão?
a) ( ) estou gerenciando bem as pressões do dia-a-dia e procuro relaxar para que a
tensão não se instale
60
b) ( ) de forma geral, lido bem com as pressões do dia-a-dia, mas determinadas
situações fazem com que eu me sinta tenso
c) ( ) estou vivendo várias situações que me levam ao stress
d) ( ) sinto-me extremamente estressado/tenso. Estou no meu limite
5 – Apresenta algum distúrbio do sono?
a) ( ) sim
b) ( ) não
6 – É fumante?
a) ( ) sim
b) ( ) não
7 – Já foi fumante e parou?
a) ( ) sim
b) ( ) não
8 – Faz algum tipo de dieta alimentar?
a) ( ) sim, dieta ________________________________________________________
____________________________________________________________________
b) ( ) não
9 – Possui o hábito de ingerir bebidas alcoólicas?
a) ( ) sim, raramente
b) ( ) sim, ocasionalmente
c) ( ) sim, freqüentemente
d) ( ) sim, diariamente
e) ( ) não
10 – Pratica algum tipo de atividade física regular?
a) ( ) menos que 3x por semana
b) ( ) sim, 3x por semana ou mais
c) ( ) só final de semana
d) ( ) nenhuma
61
11 – Qual o tipo de atividade física realiza?
a) ( ) exercícios aeróbicos
b) ( ) exercícios aeróbicos e musculares
c) ( ) exercícios de relaxamento e alongamento
d) ( ) pouca atividade física semanal, sou inativo
12 – Qual das razões abaixo dificulta a sua pratica de exercícios?
a) ( ) falta temp
b) ( ) falta local
c) ( ) não gosto
d) ( ) limitação física
13 – Sabe se apresenta alteração dos níveis de colesterol?
a) ( ) sim, níveis aumentados
b) ( ) níveis normais
c) ( ) não sei
14 – Realiza alguma medida de controle dos níveis de colesterol?
a) ( ) sim, dieta
b) ( ) sim, medicação
c) ( ) sim, atividade física regular
d) ( ) sim, duas ou mais medidas associadas
e) ( ) nenhuma
15 – Sabe se algum parente apresenta alteração do nível de colesterol?
a) ( ) nenhum
b) ( ) parentes mais distantes
c) ( ) avós ou tios diretos
d) ( ) pais e irmãos
16 – Glicemia?
a) ( ) sim, hiperglicemia
b) ( ) sim, hipoglicemia
c) ( ) sem alterações
62
d) ( ) não sei
17 – Faz controle de glicemia?
a) ( ) sim, dieta
b) ( ) sim, insulina regular
c) ( ) sim, atividade física
d) ( ) sim, dois itens associados
e) ( ) não
18 – Possui alguma parentesco de glicemia?
a) ( ) nenhum
b) ( ) parentes mais diretos
c) ( ) avós ou tios diretos
d) ( ) pais e irmãos
19 – Possui pressão arterial sistêmica alterada?
a) ( ) sim, hipertensão
b) ( ) sim, hipotensão
c) ( ) normal
d) ( ) não
63
ANEXOS
64
ANEXO A – Termo de compromisso
65
Tubarão, _____ de ________________ de 2005.
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
Eu, ______________________________________________________________________,
portador(a) de RG _____________________, autorizo por meio deste documento a publicação
das informações (prontuários, exames, imagens, depoimentos, questionários) colhidas pela
acadêmica do curso de Fisioterapia, Kay Faraco de Souza, com fins puramente didáticos para
confecção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Sendo verdade o referido, isento o aluno
acima citado de quaisquer problemas dos dados colhidos, desde que sejam para fins didáticos.