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  • SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

    Maria Sueli Mendona

    Educao Profissional e a Metodologia por Competncias

    Curitiba, 2012.

  • MARIA SUELI MENDONA

    EDUCAO PROFISSIONAL E A METODOLOGIA POR COMPETNCIAS

    ORIENTADORA: Prof Maria Odette Bettega

    CURITIBA

    2012.

    Trabalho de concluso de curso

    apresentado ao SENAC/PR como

    requisito parcial para obteno de ttulo

    de especialista em Docncia do Ensino

    Profissional.

  • MEDONA, Maria Sueli.

    Educao Profissional e a Metodologia por Competncia / Maria

    Sueli Mendona. 2012. 39 f.

    Orientador: Maria Odette Bettega

    Monografia do Curso de Especializao EAD - SENAC

    Nacional, 2012.

    1. Educao Profissional. 2. Competncia. 3. Planejamento.

  • MARIA SUELI MENDONA

    Educao Profissional e a Metodologia por Competncias

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao SENAC/PR como requisito parcial

    para obteno de ttulo de especialista em Docncia do Ensino Profissional.

    ________________________________

    Banca examinadora

    ________________________________

    Banca examinadora

    _________________________________

    Prof Maria Odette Bettega

    Orientadora

  • O que eu ouo, eu esqueo; O que eu vejo, eu lembro;

    O que eu fao, eu aprendo.

    Prof. Silvio Botom, 2004 (UFSC)

  • RESUMO

    Este trabalho discorre sobre educao profissional e a metodologia por competncias, sendo discutido o conceito de competncia dentro da educao profissional, sendo abordado teoricamente e na aplicao de quatro laboratrios nos cursos de aprendizagem. Foi analisada a ao-reflexo-ao do docente baseado no sete passos metodolgicos propostos pelo curso que so: planejar e mediar, contextualizar e mobilizar, definir e organizar, coordenar e acompanhar, anlise e avaliao, acesso a outras referncias e por fim sntese e aplicao da situao de aprendizagem. Aps a elaborao do PTD partiu-se para aplicao dos laboratrios que foram aplicados em turmas diferentes podendo nesse prazo fazer as modificaes necessrias. A metodologia do trabalho trata-se de pesquisa-ao pois, foi planejado e colocado em prtica buscando observar na prtica os conceitos aplicados no planejamento de cada laboratrio. Aps a aplicao dos laboratrios o trabalho foi dividido em quatro captulos sendo a parte terica sobre educao profissional e conceito de competncias, os laboratrios e o PTD.

    Palavras chaves: Educao Profissional. Competncia. Planejamento.

  • ABSTRACT

    This academic work discourses about professional education and the competences

    method, discussing the concept of competence inside the professional education,

    approaching this concept theoretically and by the application of four laboratories in

    the learning courses. The professors action-reflection-action was analyzed, based

    on seven methodological steps proposed by the course, which are: planning and

    mediate, contextualize and mobilize, define and organize, coordinate and follow,

    analysis and evaluation, access to other references and, finally, synthesis and

    application of the learning situation. After the PTD formulation, began the laboratories

    application, which were administrated in different classes. The necessary

    modifications could be done during this time. The work methodology is about

    research-action, once it was planned and put into practice with the intention to

    observe, in practice, the concepts applied in each laboratorys planning. After the

    application of the laboratories, the work was divided in four chapters, being the

    theoretical part about professional education and concept of competences, the

    laboratories and the PTD.

    Key words: Professional Education; Competence; Planning.

  • SUMRIO

    1. INTRODUO .......................................................................................................................... 9

    2. HISTRICO E EVOLUO DA EDUCAO PROFISSIONAL ..................................... 11

    2.1 Educao profissional no Brasil ................................................................................................ 13

    2.2 APRENDIZAGENS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETNCIAS NA

    EDUCAO PROFISSIONAL.......................................................................................................... 16

    3. AS LIES DA EXPERINCIA VIVIDA OU A PRTICA FEITA TEORIA ...................... 19

    4.1 Laboratrio I ................................................................................................................................. 19

    4.1.1 Aprendizado no laboratrio I ................................................................................................... 22

    4.2 Laboratrio II ............................................................................................................................... 22

    4.2.1 Aprendizado do laboratrio II ................................................................................................. 24

    4.3 Laboratrio III .............................................................................................................................. 25

    4.3.1 Aprendizado do laboratrio III ................................................................................................ 27

    4.4 Laboratrio IV ............................................................................................................................... 27

    4.4.1 Aprendizado do laboratrio IV ................................................................................................ 29

    4. O PLANO DE TRABALHO DOCENTE (PTD) E SUAS SITUAES DE

    APRENDIZAGEM ............................................................................................................................... 30

    6. CONSIDERAES FINAIS .................................................................................................. 38

    7. REFERNCIAS ...................................................................................................................... 39

  • 9

    1. INTRODUO

    O interesse em adquirir o conhecimento da educao se deu a partir do ano

    de 1997 quando comecei a trabalhar numa faculdade no setor de ps-graduao

    como auxiliar de secretaria e isso mudou minha vida por completo. Nesse perodo

    eu no tinha concludo o ensino mdio, pois, tinha largado os estudos aos 16 anos

    por dificuldades em conciliar trabalho e estudo. Foi nesse trabalho que percebi o que

    a educao podia fazer na vida de algum e ali decidi recuperar o tempo e voltar

    meus estudos e, nessa mesma faculdade decidi voltar a estudar e cursei

    Administrao de Empresas me formei em 2004 ento fui para Portugal participar do

    Mestrado em Cincias Empresariais onde cursei alguns crditos, mas no conclu,

    retornei ao Brasil e cursei ps-graduao em Metodologia do Ensino Superior, nesse

    perodo tive minha primeira experincia com sala de aula no Curso de Direito como

    professora de Metodologia de Pesquisa.

    Conheci a educao profissional em 2006 quando entrei no SENAC/GO para

    atuar na aprendizagem e ento descobri o meu amor pela educao profissional e

    vindo para Curitiba cursei ainda Ps-Graduao em Gesto Estratgica de Produo

    na UTFPR e atualmente cursando Docncia para Educao Profissional no SENAC.

    Atuo como instrutora no SENAC/PR desde 2008, nos cursos de

    Aprendizagem, Cabeleireiro, Podologia e Radiologia. Quando o SENAC introduziu

    nessa nova metodologia por competncias para mim foi uma surpresa agradvel

    pois, percebi que j trabalhava dentro do conceito de tornar significativa a

    aprendizagem para o aluno e foi uma experincia muito boa.

    Hoje percebo a importncia dessa metodologia e a diferena quando se

    prepara uma aula baseada nessa viso. O curso de ps-graduao veio para ajudar

    a compreender melhor e preparar melhor o ambiente escolar (sala de aula) para que

    o aluno possa apropriar das competncias necessrias sua formao.

    O processo de ao-reflexo-ao nos faz avaliar at que ponto nossa ao

    eficiente e o que pode ser melhorado. A auto avaliao necessria bem como,

    pode ser enriquecedor os conhecimentos oportunizado pelo curso.

    Durante o curso foi elaborado o Plano de Trabalho Docente e aplicando

    durante quatro laboratrios nos cursos de Aprendizagem no mdulo

  • 10

    Empregabilidade Empreendedorismo com durao de 20 horas. Em cada laboratrio

    foi observado o que seria necessrio mudar, aperfeioar ou mesmo manter.

    Dentre os objetivos gerais e especficos do trabalho esto em:

    Retratar a educao profissional e a metodologia do trabalho docente

    baseado em apropriao de competncias.

    Colocar em prtica a atuao docente baseada na metodologia de

    competncias e na ao-reflexo-ao do docente.

    Apresentar o PTD elaborado durante o curso;

    Demonstrar os resultados obtidos na aplicao dos laboratrios;

    Relatar a experincias e conhecimentos adquiridos na aplicao dos

    sete passos metodolgicos.

    O trabalho est organizado em quatro captulos sendo o primeiro uma

    abordagem sobre a educao profissional, o segundo, ensino baseado nas

    competncias, terceiro captulo relata as experincias vividas nos quatro laboratrios

    aplicados durante o curso e por fim o quarto captulo que aborda do plano de

    trabalho docente desenvolvido durante o curso.

  • 11

    2. HISTRICO E EVOLUO DA EDUCAO PROFISSIONAL

    A educao profissional faz parte da histria da humanidade desde o

    homem da idade mdia, quando era transferida atravs da observao, pela prtica

    e repetio. Esses conhecimentos iam desde as tcnicas de fabricao, utilizao

    de ferramentas, armas de caa e outros artefatos desenvolvidos pelo ser humano

    para uso no cotidiano. Manfredi (2002, p. 33) ressalta que essa prtica se tratava de

    sobrevivncia, afirmando que [...] uma atividade social central para garantir a

    sobrevivncia de homens e mulheres e para a organizao e o funcionamento das

    sociedades. Observa-se que de acordo com as afirmaes do mesmo autor,

    educao profissional estava ligada a duas questes primordiais garantia de

    sobrevivncia e a organizao da sociedade da poca (MANFREDI, 2002, p. 33) o

    que mostra a importncia dessa modalidade de ensino nesse perodo.

    Durante muito tempo a educao profissional foi chamada de projeto

    burgus de educao ou seja, havia uma forte concepo de que a formao

    profissional era para as massas devido a necessidade do [...] capital de reproduzir a

    fora de trabalho como mercadoria. (RAMOS, 2006, p. 31). Para a autora nessa

    poca a educao clssica e cientfica era para formao dos donos do capital, ou

    seja, das elites dirigentes que dominavam as fbricas e necessitavam da mo de

    obra enquanto a educao profissional era para os trabalhadores.

    Mas, essa formao oferecida aos trabalhadores tinha uma viso menos

    focada ao aprendizado das tcnicas de trabalho e mais a disciplina dos mesmos,

    Ramos (2006, p. 32) ressalta que:

    [...] as tarefas podiam ser rapidamente aprendidas no prprio posto de trabalho. Ao trabalhador que efetivamente operava as mquinas, adicionavam-se ajudantes, na sua maioria, crianas. a perspectiva de estas ltimas virem a ser os futuros trabalhadores adultos que incita a instalao de escolas destinadas menos ao ensinamento das tcnicas de trabalho do que a adaptar essas crianas rotina e ao ritmo de trabalho com disciplina e docilidade.

    A educao nesse perodo assegurava o mnimo possvel de instruo s

    crianas da classe trabalhadora, porm esse projeto no sobreviveu durante muito

    tempo, o avano da indstria e das relaes capitalistas de produo que exigia um

    tipo diferente de trabalhador que, alm de resignado ainda era preciso form-lo para

  • 12

    aceitar as condies de trabalho impostas pelos donos do capital, pretendia-se

    formar as crianas desde cedo a fim de mold-las para se tornarem os adultos

    trabalhadores nas geraes seguintes conforme o modelo proposto na poca, a

    autora chama essa preparao de binmio disciplina/doutrina.

    Mas, esse modelo foi passando por mudanas conforme a sociedade ia

    mudando, uma universalizao de tcnicas bsicas que envolviam as indstrias de

    diferentes ramos fez nascer uma necessidade de conhecimentos e destrezas para

    que os trabalhadores pudessem desenvolver-se em qualquer local de trabalho ou

    mesmo fora dele e isso se deu por causa da sociedade que na poca se

    industrializava e urbaniza rapidamente.

    Observa-se a que o conhecimento profissional no podia mais ocorrer

    diretamente ou simplesmente no posto de trabalho, sendo necessria a organizao

    de escolas tcnicas.

    A educao profissional no mundo comea a ganhar a devida importncia e

    tratamento profissional na Inglaterra sendo seguida pela Espanha e Estados Unidos,

    tendo a seguinte evoluo:

    Quadro I Evoluo da educao profissional na Inglaterra.

    Universidade de

    Manchester

    Inglaterra 1824

    Instituto de Cincia e

    Tecnologia UMIST

    Inglaterra 1824

    Escola de Engenharia

    Industrial de Barcelona

    Espanha 1851

    Instituto de Tecnologia de

    Massachussets MIT

    Estados Unidos 1865

    Fonte: Ensaio: aval. pol. pbl. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 59, p. 207-228, abr./jun. 2008.

    A viso de educao profissional passa a significar no mais o ato de

    disciplina, mas de oferecer ao trabalhador o domnio de um ofcio.

  • 13

    A emergncia das profisses modernas se constitui, ento, em consequncia da diviso fabril e social do trabalho, hierarquizadas de acordo com as classes sociais a que se destinam operrios fabris ou tcnicos, engenheiros, cientistas, e assim por diante. Esse o pice da diviso entre trabalho manual e intelectual que se verifica tanto na sociedade quanto no interior da fbrica. (RAMOS, 2006 p. 34)

    Essa classificao das profisses tem como parmetro para diviso a sua

    complexidade, que est diretamente relacionada ao nvel de escolaridade

    necessrio para exercer determinada profisso, a partir dai se adotado um modelo

    de formao baseado no modelo taylorista-fordista de organizao da produo.

    Ento a formao do trabalhador pode ser feita de duas formas: ensino formal e

    escolar (formao dos tcnicos) ou por centros de formao das empresas

    (formao dos operrios qualificados).

    2.1 Educao profissional no Brasil

    No Brasil o movimento em prol da educao profissional acontece nos

    colgios sob o comando dos jesutas, eram as chamadas escolas-oficina e tinham

    seus processos de qualificao dos trabalhadores baseada na economia de

    subsistncia e tambm ao incremento da atividade extrativa de minrio no Estado de

    Minas-Gerais.

    Os jesutas foram os responsveis pela catequese dos indgenas e

    influenciaram a organizao e construo de escolas voltadas para a elite no Brasil

    Colnia, esses colgios eram focados em formao para a liderana e comando da

    sociedade com base em currculos humansticos, voltados para as famlias ricas e

    senhores de engenho. Em contrapartida o ensino dos ofcios, ou seja, a educao

    profissional estava ligada diretamente aos trabalhos manuais sem nenhum

    conhecimento cientfico aliado a ele. (MANFREDI, 2002)

    Para Cunha (2000, p. 90) o preconceito contra o trabalho manual vem desde

    esse perodo de qualificao do trabalhador para o trabalhador:

    [...] o trabalho manual era destinado aos escravos (ndios e africanos), essa caracterstica contaminava todas as atividades que lhes eram destinadas, as que exigiam esforo fsico ou a utilizao das mos [...]. A est a base do preconceito contra o trabalho manual, inclusive e principalmente daqueles que estavam socialmente mais prximos dos escravos: mestios e brancos pobres.

  • 14

    Para Fontes (1985, apud WERMELINGER; MACHADO; AMANCIO FILHO;

    2007) a educao profissional no Brasil sempre foi direcionada a populao de

    renda baixa, que no tem conhecimento ou desenvolvimento intelectual, sendo as

    escolas tidas como instituies voltadas para aes de caridade (instituies

    piedosas) e no como escolas formadoras de trabalhadores para o sistema de

    produo.

    Essa realidade bem visvel na citao das autoras:

    [...] na cidade do Rio de Janeiro, a educao profissional surgiu sob o argumento de promover a incluso social de uma parcela da populao que no tinha acesso ao mercado de trabalho. Com essa mentalidade foi criada, no final da dcada de 1890, a Escola Correcional, no Bairro de So Cristvo, que se destinava a ensinar algum ofcio a meninos pobres e desvalidos da fortuna. Mediante o preparo profissional desses meninos, atendia-se demanda do crescimento desordenado da populao, em uma poca de profundas transformaes urbansticas que ocorriam na cidade. (WERMELINGER; MACHADO. AMANCIO FILHO,2007, p. 213)

    A realidade comea a ter pequenas alteraes quando o Presidente Nilo

    Peanha, na primeira repblica que prevaleceu 1889 1929, ainda com viso

    assistencialista cria nas capitais a escola de aprendizes e artfices para o ensino

    profissional gratuito ainda voltado para a classe de trabalhadores que no tinham

    acesso educao formal.

    Essa viso assistencialista foi perdendo fora com o crescimento e a

    urbanizao da sociedade da poca, vale observar o quadro a seguir que apresenta

    essa mudana.

  • 15

    Quadro II Evoluo da Educao Profissional.

    Perodo Caracterstica do Pas

    Concepo de Ensino

    Profissional

    Viso Educao Profissional

    Mudanas

    Dcada de 30

    Agroexportador (indstria aucareira seguida pela indstria do caf).

    Ensino elitista (foco: na rea de letras e humanidades)

    Ainda no tinha importncia; ao trabalhador era suficiente baixa escolaridade

    Criao de um projeto industrial para o pas; Constituio de 37 exige a organizao das escolas de aprendizes Dissociao da formao profissional a pessoas de baixa renda.

    Dcada de 40

    Iniciam-se as principais Reformas Educacionais

    Empresas Indstrias mantem cursos profissionais para os Criado o SENAI e SENAC para formao do trabalhador da industrial e do comrcio.

    Organizao e equiparao do Ensino Profissional ao Ensino Secundrio introduzido a orientao educacional nas escolas de formao profissional

    H uma mudana de comportamentos em relao a Educao Profissional

    Dcada de 50

    Reformulao da estrutura educacional

    Promulgao de Leis que do fora a Educao profissional.

    Dcada de 60

    Promulgada a Lei de Diretrizes e Bases para a Educao Lei no. 4.024

    Internacionalizao da economia, com forte participao do Estado e modernizao do Parque Industrial do Pas.

    Tentativa de uma Profissionalizao compulsria pelo ensino mdio;

    H uma necessidade de trabalhadores qualificados e a falta de pessoas e escolas preparadas para essa formao.

    Dcada de 70

    Tendncia tecnicista, o Congresso Nacional aprova e o Governo promulga, em 1971, a Lei n 5.692 (BRASIL, 1971),

    Generalizao da formao profissional;

    Importantssimo para o crescimento do pas;

    Ensino de segundo Grau em nvel de profissionalizao compulsria.

    Fonte: Adaptado de: (WERMELINGER; MACHADO; AMANCIO FILHO; 2007)

    Observa-se pelo quadro um avano considervel na educao profissional

    tano na legislao como nas mudanas na indstria.

  • 16

    2.2 APRENDIZAGENS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETNCIAS

    NA EDUCAO PROFISSIONAL

    Com as mudanas ocorridas no mundo do trabalho a educao no pode

    ficar de lado e, para isso necessrio uma busca constante para alteraes na

    organizao de seus currculos para andar lado a lado com a mudana no trabalho.

    Nos anos 80 comea a emergir dentro das empresas a chamada temtica

    da competncia o que mostrava-se muito confuso segundo Zarifian (2001). Essa

    temtica altera as formas de recrutamento e seleo de trabalhadores que passa a

    ser mais rigorosa ainda, exigindo dos trabalhadores diplomas para garantir

    instrues mnimas exigidas para os cargos. Diante do cenrio de desemprego

    desse perodo observa uma mudana no comportamento dos trabalhadores que

    sentem a necessidade de dar continuidade aos estudos e busca de qualificaes

    que tornem seus currculos mais atrativos para as empresas.

    Nesse cenrio surge ento um novo o modelo de gesto por

    competncias e o mercado de trabalho e consequentemente a educao profissional

    ganham uma nova abordagem.

    Mas o que competncia? Qual o significado desse termo? Zarifian

    (2001, p. 66) afirma que:

    A competncia profissional uma combinao de conhecimentos, de saber-fazer, de experincias e comportamentos que se exerce em um contexto preciso. Ela constatada quando de sua utilizao em situao profissional, a partir da qual passvel de validao. Compete ento empresa a identifica-la, avalia-la e faz-la evoluir.

    Pode-se observar que a competncia est ligada ao indivduo e no no

    seu local de trabalho, e que ela pode ser avaliada e comprovada quando o

    trabalhador a pe em prtica no seu posto de trabalho.

    A competncia pode ser ento definida como a capacidade e

    autonomia de articular o seu conhecimento (saber; saber ser; saber fazer e saber

    conviver).

    Observa-se ainda que a competncia esteja ligada em atitudes

    comportamentais do trabalhador, o autor afirma que o tomar iniciativa o assumir

    responsabilidade diante dos problemas e aes que o posto de trabalho exige.

  • 17

    Ron (2010) relata a mesma perspectiva sobre a necessidade dessa

    nova abordagem do trabalho e consequentemente da educao profissional.

    O surgimento do termo competncias ocorreu, primeiramente, em alguns pases industrializados, sobretudo naqueles que apresentavam maiores problemas em integrar seus sistemas educativo e produtivo. Desta forma, o modelo de competncias surgiu como uma proposta para a educao profissional, idealizado sob influncia do setor produtivo, como uma decorrncia das mudanas no mundo do trabalho que apontavam para a necessidade de um novo perfil do trabalhador. Tornou-se necessrio que esse profissional tivesse maior autonomia, iniciativa e capacidade para resolver problemas e situaes imprevistas. (RON, 2010, p. 3)

    Zarifian (2001, p. 68) apresenta ainda definies sobre os termos

    assumir e tomar iniciativa.

    Quadro III Assumir e tomar iniciativa.

    Assumir a competncia Resultado de um procedimento do prprio indivduo, que concorda em assumir a situao de trabalho e se responsabiliza por ela; Envolve-se e tornar-se sujeito de suas aes.

    Tomar iniciativa Ao que modifica algo que existe que introduz algo novo, que comea alguma coisa, que cria. Dentre alternativas escolher a mais adequada; O ser humano no um rob, dotado de capacidades de imaginao e de inveno.

    Assumir responsabilidade

    Termo usado no sentido de responder por geralmente ligada a objetivos de desempenho: prazo, qualidade, confiabilidade e satisfao do cliente.

    Fonte: Adaptado de ZARIFIAN (2001)

    Pode-se afirmar que a competncia a compreenso prtica de

    situaes embasadas no conhecimento adquirido e transformado conforme vai se

    aumentando as diversidades de situaes vividas pelo indivduo.

    Zarifian (2001) enfatiza a dinmica de aprendizagem necessria para

    exerccios da competncia.

    Entendimento prtico: nesse sentido tem-se a dimenso cognitiva

    e compreensiva. A primeira trata do fazer, um exemplo seria

    consertar um aparelho que est com defeito e a dimenso

  • 18

    compreensiva seria avaliar uma determinada situao, avaliando,

    buscando entender comportamentos e esse entendimento est

    orientado para a ao.

    Que se apoia em conhecimentos adquiridos: est centrado na

    capacidade de mobilizao do conhecimento nas situaes de

    trabalho, sejam elas complexas ou no. Quanto maior a dimenso

    do trabalho maior ser a mobilizao de conhecimentos para essas

    situaes. O conhecimento deve ser questionado, mobilizado e

    utilizados at mesmo para obter novas aprendizagens.

    E os transforma: adequao e modificao do conhecimento em

    situaes reais de trabalho, tudo com iniciativa do trabalhador. Ao

    formalizar novos conhecimentos diante de situaes reais torna-se

    um meio de incentivar o entendimento de situaes e com isso

    sistematiz-lo e difundi-lo.

    Maior diversidade de situaes, mais intensamente ser

    modificada os conhecimentos: aprende-se melhor e mais rpido

    quando se enfrenta situaes variadas. Isso seria tirar o individuo

    da comodidade o que far com que ele esteja aberto

    aprendizagem do novo.

    Mobilizar redes de atores: trata-se do reconhecimento de suas

    limitaes, at que ponto vai suas prprias competncias, e o

    reconhecimento de competncias necessrias a resoluo da

    situao e a busca de uma rede que o auxilie.

    Compartilhar as implicaes de uma situao: esse fator est

    diretamente ligado ao desperdcio de recursos e desempenho ruim

    nas empresas, o que demonstra a importncia do trabalhador

  • 19

    saber compartilhar implicaes de uma situao podendo esse ser

    o ponto de partida para que o mesmo possa progredir.

    Assumir campos de corresponsabilidade: a competncia de

    assumir a responsabilidade pelos objetivos da equipe e ao mesmo

    tempo ter a corresponsabilidade por um item que leva ao alcance o

    do objetivo do grupo.

    Observa-se que competncia muito mais abrangente que a maioria

    imagina ou acredita. Ela requer muito mais do individuo tanto no fazer quanto no

    agir.

    3. AS LIES DA EXPERINCIA VIVIDA OU A PRTICA FEITA TEORIA

    O curso de especializao composto de quatro laboratrios, onde os

    alunos devero colocar em prtica o PTD (Plano de Trabalho Docente),

    desenvolvido ao longo do curso, buscando aplicar todo o planejamento realizado e

    fazendo adaptaes quando necessrio.

    Esses laboratrios tm como objetivo propiciar ao aluno do curso de

    Docncia em Educao Profissional observar e acompanhar seu planejamento

    aprimorando seu aprendizado enquanto docente.

    4.1 Laboratrio I

    O Laboratrio de Prtica I foi desenvolvido no Curso de Aprendizagem em

    Servios de Supermercado, turma 201100784, dentro da disciplina de

    Empregabilidade e Empreendedorismo com carga horria de 20 horas, nas datas

    de 25, 31/10/2011, 01, 07 e 08/10/201.

  • 20

    A turma composta por 25 alunos com idade entre 14 e 18 anos, sendo 33%

    do sexo feminino e 67% masculino, cursando entre 8 srie do Ensino Fundamental

    e 3 ano do Ensino mdio, matriculados no curso em que trabalham como jovens

    aprendizes em supermercados da cidade de Curitiba e Regio Metropolitana.

    No primeiro dia do laboratrio a situao de aprendizagem trabalhada foi a

    elaborao de um plano de carreira profissional: Elaborao do planejamento da

    carreira profissional, observando as mudanas no mercado de trabalho, por meio de

    um cartaz com o desenho da Arvore Profissional.

    Os alunos mostraram comprometimento e interesse com a atividade, alguns

    com dificuldades em saber o que pretende em termos de profisso, onde orientei

    uma autoanlise do que ele pensa em fazer, o que gosta e escolher uma rea ligada

    e, depois da pesquisa ele poderia repensar essa postura diante da escolha da

    profisso.

    Durante a apresentao houve comportamentos diferentes, pois, alguns

    alunos ficaram satisfeitos com o planejamento e observaram que seria mais fcil

    alcanar seus objetivos, outros se mostraram um tanto decepcionados, pois, no

    avaliaram que eram necessrias vrias etapas para atingir o desejo profissional.

    O objetivo da atividade foi alcanado, os alunos aprenderam a elaborar um

    planejamento levando em conta fatores importantes.

    O tempo utilizado ficou dentro do previsto de 60 minutos variando de um

    aluno para outro.

    O segundo momento da aula foi a elaborao da anlise de SWOT com uso

    do laboratrio de informtica. Nessa parte infelizmente no foi possvel trabalhar

    como planejado, mesmo o laboratrio tendo sido reservado com antecedncia no

    momento da aula onde os alunos deveriam elaborar toda pesquisa sobre essa

    profisso, inclusive as competncias necessrias, na internet no foi possvel, pois

    o laboratrio estava com problemas de conexo com a internet.

    Outro fator que mudou toda programao foi que, devido falta de um

    professor em outra turma, fiquei com duas turmas com contedos diferentes em sala

    de aula no segundo horrio, ento solicitei minha turma que fizessem a pesquisa

    em casa e improvisei uma gincana de conhecimentos gerais para as duas turmas.

  • 21

    Nos outros dias todas as atividades transcorreram normalmente, os alunos

    demonstraram bastante interesse em todas elas, pois, viram em todas as propostas

    a aplicabilidade e necessidade para a vida profissional.

    Na avaliao do laboratrio de prtica I os questionrios foram respondidos

    por 19 (dezenove) alunos dos quais se obteve os seguintes resultados.

    Apenas alguns itens obtiveram No como resposta dentre eles esto:

    Quadro IV Partes do formulrio de avaliao dos discentes.

    Indicadores de desempenho

    Voc acha que o docente...

    Sim

    No

    Por qu?

    Previu recursos didticos adequados e compatveis com as

    atividades?

    18 1 O laboratrio no

    funcionou

    Garantiu que os recursos didticos necessrios s

    atividades previstas estivessem disponveis para a

    realizao das atividades?

    15

    4

    + - pois o laboratrio no

    ajudou muito; no porque a

    net no.

    Funcionou; mas o

    laboratrio no funcionou;

    mas o laboratrio no

    funcionou; laboratrio no

    funcionou; o laboratrio

    no funcionou a internet;

    falha no laboratrio;

    Envolveu os estudantes com perguntas e questionamentos

    que estimularam o raciocnio e a busca autnoma de

    respostas?

    18

    1

    Sim mas, teve aquele que

    no quis participar;

    Manteve-se atento s reaes e sinais dos estudantes

    ajudando-os nas dificuldades que encontraram?

    18

    1

    -

    Fonte: Primria

    Dos comentrios: Sugestes para aprimoramento do curso: - Seja feliz, pois voc timo.

    - Melhor professora para essa matria SUELI.

    - Mais dinmicas!! =D

    - Muito boa e interessante, a mdia foi muito bem usada o que atraiu bastante a ateno sobre a matria.

  • 22

    4.1.1 Aprendizado no laboratrio I

    Um aprendizado importante do curso foi a parte de planejamento docente,

    por mais que na prtica sempre elaborei meus planejamentos, observar o

    embasamento terico para isso muito importante. Elaborar ou desenhar uma

    situao de aprendizagem com um olhar na competncia que o aluno dever

    apropriar me proporcionou buscar um sentido maior para cada atividade proposta,

    cada passo dado dentro da sala de aula.

    Uma das surpresas com relao mediao foi observar que j caminho

    numa direo correta, pois, sempre busquei trazer para sala de aula a experincia,

    os conhecimentos prvios dos alunos, fazer com que meus alunos percebessem a

    utilidade do conhecimento adquirido, e quando eles conseguem isso valorizam ainda

    mais as atividades propostas, pois ele v naquilo utilidade para sua vida, outro

    fator foi fazer com que eles percebessem que todos tm conhecimentos diferentes e

    que so importantes para o grupo.

    Na questo da avaliao o conceito de avaliao por competncia, utilizando

    de critrios diversos realmente um desafio. Ser neutro, avaliar todos da mesma

    forma com os mesmos critrios levando em conta as diferenas e a realidade e

    conhecimento prvio de cada aluno foi para mim o maior desafio.

    O que mais ficou nesse laboratrio foi que:

    O planejamento tem que ser flexvel;

    O professor tem realmente que ter sempre um plano B;

    Estar aberto e preparado para mudar esse planejamento e reconhecer que os

    discentes so diferentes e aprendem de forma diferente.

    4.2 Laboratrio II

    O Laboratrio de Prtica II foi desenvolvido no Curso de Aprendizagem em

    Servios de Supermercado, turma 201101194, disciplina de Empregabilidade e

    Empreendedorismo com carga horria de 20 horas, no perodo de 12 a 26/03/2012.

  • 23

    No segundo laboratrio a turma menor composta por 13 alunos com idade

    entre 16 e 18 anos matriculados no curso e que trabalham como jovens aprendizes

    em supermercados da cidade de Curitiba e Regio Metropolitana.

    A turma tem um perfil mais maduro e sem nenhum imprevisto foi possvel

    aplicar o PTD na ntegra e ficou evidente que as atividades propostas se tornaram

    ainda mais interessante.

    Na elaborao do plano de carreira no houve nenhuma dificuldade, pois

    todos j sabiam o que queriam em termos de profisso, durante a pesquisa das

    competncias e comparao com as prprias a turma mostrou amadurecimento para

    a atividade. Na atividade de currculo foi feito uma anlise do currculo daqueles que

    j o tinham pronto enriquecendo ainda mais a atividade.

    Durante a simulao da entrevista de emprego ouve participao de todos

    os treze alunos para responder e para elaborar perguntas bem interessantes.

    Outra atividade com muito envolvimento foi a pesquisa em jornais e sites de

    empregos e alguns at se cadastraram, pois, j estavam no fim do curso. Durante a

    investigao nos jornais e sites a turma demonstrou preocupao com as exigncias

    do mundo do trabalho o que abrilhantou ainda mais os conhecimentos adquiridos no

    mdulo.

    Todos os trezes alunos preencheram o formulrio de avaliao, apenas um

    item obteve avaliao No, todos os outros foram avaliados como Sim, e os itens

    que obtiveram comentrios so os que se segue:

  • 24

    Quadro V - Partes do formulrio de avaliao dos discentes.

    Indicadores de desempenho

    Voc acha que o docente...

    Sim

    No

    Por qu?

    Procurou desenvolver as competncias previstas

    no Plano de Curso?

    13 - Trabalhou todos

    os temas;

    - Para

    crescimento

    prprio;

    - Trabalhou todos

    os temas;

    Considerou e respeitou os conhecimentos e

    experincias prvias dos estudantes?

    13 - com certeza;

    Fez propostas de atividades interessantes e

    motivadoras?

    13 - A PROF

    FERA. - Foi

    bastante.

    interessante

    Criou propostas alternativas para a recuperao

    das aprendizagens, visando o pleno

    desenvolvimento dos estudantes?

    12 1 No precisou!

    Dos comentrios: Sugestes para aprimoramento do curso:

    - A professora est de parabns, fez tudo o que foi pedido;

    - A professora fera fez tudo, usou vrios recursos, vdeos e etc. para melhor

    entendimento dos alunos.

    - Melhor professora * _ *

    4.2.1 Aprendizado do laboratrio II

    Objetivo do laboratrio II seria aplicar o PTD com as melhorias necessrias

    depois do primeiro laboratrio. No houve modificaes significativas, mesmo tendo

    imprevistos no laboratrio I, no senti necessidade de grandes mudanas entendi

    que poderia manter o PTD na forma que estava e a escolha foi acertada, foi muito

    bom ver que o planejamento estava bom e que podia continuar com ele nesse

    segundo laboratrio.

    No segundo laboratrio a turma era mais madura e mais comprometida com o

    curso e com a responsabilidade de buscarem uma carreira, o que, abrilhantou muito

    mais as atividades que eu havia escolhido. Percebi que a participao da turma se

  • 25

    torna de vital importncia para a construo do conhecimento, pois baseado naquilo

    que eles trazem para a sala de aula enriquecem e complementam os conhecimentos

    apresentados pelo professor e assim todos ganham.

    Quanto ao processo de avaliao diferente da outra turma, essa, composta

    por menos alunos o que facilita a observao e o acompanhamento dos alunos a

    anotao nas fichas de acompanhamentos.

    O que mais ficou nesse laboratrio II foi que:

    O perfil dos alunos de um curso influencia e muito no planejamento das aulas

    e se o professor tivesse conhecimento deste fato antes do planejamento, com

    certeza o sucesso das atividades previstas para sala de aula poderia ser

    muito melhor.

    Para um planejamento ter sucesso preciso que tanto professor e alunos

    estejam engajados no processo de ensino aprendizagem;

    4.3 Laboratrio III

    O Laboratrio de Prtica III foi desenvolvido no Curso de Aprendizagem em

    Servios de Supermercado, turma 201101250, disciplina de Empregabilidade e

    Empreendedorismo com carga horria de 20 horas, no perodo de 09 17/04/2012

    e 07/05/2012.

    No terceiro laboratrio a turma era composta por 20 alunos com idade entre

    14 e 18 anos, sendo 60% do sexo masculino e 40% sexo feminino, com

    escolaridade da 8 srie do ensino fundamental at alunos do 3 ano do ensino

    mdio, matriculados no curso e que trabalham como jovens aprendizes em

    supermercados da cidade de Curitiba e Regio Metropolitana.

    A turma tem um perfil misto (alunos maduros e alguns imaturos) o PTD no

    sofreu nenhuma alterao, visto que diante dos imprevistos do primeiro e do perfil

    diferenciado da turma no segundo laboratrio na minha concepo era a hora de

    testar o PTD com uma terceira avaliao.

  • 26

    O grande diferencial desse laboratrio que eu j estava atuando nessa

    mesma turma com outros mdulos (matemtica bsica e informtica) ento j havia

    um entrosamento entre mim e os alunos, o que acredito que ajudou muito para o

    sucesso de todas as atividades.

    Dentre as situaes de aprendizagem propostas o que mais houve

    envolvimento foi com a pesquisa da profisso e com a simulao de uma entrevista

    de emprego.

    O instrumento de avaliao foi respondido por 18 (dezoito) alunos, todos

    responderam Sim a todas as questes e segue os comentrios apresentados no

    instrumento:

    Quadro VI Avaliao do Laboratrio III

    Indicadores de desempenho

    Sim

    No

    Por qu?

    Procurou desenvolver as competncias previstas no

    Plano de Curso?

    18 - Sim, muito bom.

    Deixou claro qual a aprendizagem que se queria obter

    com cada atividade proposta?

    18 - A professora explicou

    tudo

    Planejou bem cada situao de aprendizagem? 18 - Um cada uma, foi

    melhor que a outra.

    Garantiu que os recursos didticos necessrios s

    atividades previstas estivessem disponveis para a

    realizao das atividades?

    18 - tudo funcionando

    normal.

    Considerou e respeitou os conhecimentos e experincias

    prvias dos estudantes?

    18 - Tivemos que lembrar

    de tudo que j

    estudamos para planejar

    nossa profisso

    Forneceu referncias tericas e prticas adicionais s

    atividades desenvolvidas?

    18 - Um monte de sites e

    outras coisas.

    Dos comentrios: Sugestes para aprimoramento do curso:

    - Melhor profe. at agora!

  • 27

    - No me ferro mais em entrevista.

    4.3.1 Aprendizado do laboratrio III

    O PTD aplicado no terceiro laboratrio no houve modificaes, e

    permaneceu conforme o planejado para os dois primeiros laboratrios. A avaliao

    dos alunos nos primeiros laboratrios contribuiu para manter o mesmo

    planejamento.

    O processo de avaliao foi tranquilo, pois, tambm se trata de uma turma

    menor e onde j conhecia todos os alunos e os mesmos j conheciam a forma de

    avaliao j antes aplicada em outros mdulos.

    O que mais ficou nesse laboratrio III:

    O planejamento tem que ser flexvel e ser interessante;

    Para um planejamento ter sucesso preciso que tanto professor e alunos

    estejam engajados no processo de ensino aprendizagem;

    As atividades tm que ser interessantes para que os alunos se envolvam;

    Os recursos didticos so de suma importncia.

    4.4 Laboratrio IV

    O laboratrio IV foi aplicado na turma do Curso de Aprendizagem em

    Servios de Comrcio - 201200805 nos dias 04 10 e 11/09 e 22 e 23/10/2012. A

    distncia das datas ocorreu por motivos de doena contagiosa ento foi necessrio

    parar com o laboratrio e recomear em outubro.

    A turma composta por 26 alunos dos quais 23% do sexo masculino e 77%

    do sexo feminino. Desta turma 4% j concluiu ensino mdio e os outros 96% esto

    cursando.

    O PTD permaneceu o mesmo do terceiro laboratrio, mas, nesse pude

    perceber que quando ha um afastamento to grande de datas a turma demonstrou

    nas duas ltimas aulas um desinteresse maior, talvez porque no sabiam que seria

    o retorno da matria e, portanto no tinham o material necessrio, a pesquisa que

  • 28

    havia sido feito nas primeiras aulas alguns j no tinham mais com eles e ento foi

    preciso rever algumas coisas do planejamento.

    Outro ocorrido foi que para a aplicao da situao de aprendizagem:

    simulao de uma entrevista de emprego os alunos alegaram que j tinham feito

    essa atividade em outra disciplina que no abordava esse contedo e foi necessrio

    buscar um plano B para a sala de aula.

    De todas as atividades propostas duas chamaram bastante ateno dos

    alunos, foi a pesquisa realizada na internet sobre a profisso que eles querem

    seguir e elaborao do currculo. Eles se envolveram apresentaram para sala coisas

    interessantes e relataram como uma atividade muito importante nesse momento da

    vida onde 96% esto no ensino mdio prestes, a concluir e decidir os rumos

    profissionais da vida.

    A pesquisa de satisfao foi preenchida por 19 alunos, e o resultado o que

    se segue, est transcrito no quadro apenas os itens onde houve SIM e NO os

    demais itens foram SIM para todas as perguntas, e as sugestes dos alunos esto

    descritas logo abaixo.

    Quadro VII Avaliao do laboratrio IV

    Indicadores de desempenho

    Sim

    N

    o

    Por qu?

    Previu recursos didticos adequados e compatveis com

    as atividades

    18 1 ---

    Planejou bem cada situao de aprendizagem? 19 Com trabalhos

    dinmicos

    Envolveu os estudantes com perguntas e

    questionamentos que estimularam o raciocnio e a busca

    autnoma de respostas?

    18 1 ---

    Utilizou adequadamente ou promoveu o uso adequado

    dos recursos didticos?

    18 1 ---

    Criou propostas alternativas para a recuperao das

    aprendizagens, visando o pleno desenvolvimento dos

    estudantes?

    17 2

  • 29

    Sugestes para aprimoramento do curso:

    - Acho que nada, est tima!

    - Trabalhar ainda mais a parte prtica da publicidade.

    - Precisa colocar mais atividades prticas como jogos.

    - Talvez atividades dinmicas que envolva toda a sala no mesmo trabalho.

    - Dinmica Para dispersar um pouco a cabea.

    - Dinmica

    - Dinmicas

    - Mais dinmicas

    - Uma atividade dinmica com os alunos

    - Um jogo (dinmicas etc.)

    - No tem que mudar nada est tima esta aula.

    - Jogo interativo

    - Quero a Prof Sueli em todas as disciplinas.

    - Na disciplina de empregabilidade, o desenvolvimento foi timo e para melhorar

    acredito que s tem que ter mais carga horria, assim nosso desenvolvimento

    profissional, pois, quanto mais tempo, mais aprendizado ser transmitido pelo

    professor.

    4.4.1 Aprendizado do laboratrio IV

    O que mais ficou desse laboratrio foi lidar com imprevistos desde doenas

    e ter que interromper o contedo at ter que substitui uma atividade ministrada em

    outra disciplina que no tinha nada haver com o contedo.

    Lidar com esses imprevistos complicado, mas necessrio e isso pode

    influenciar muito no aprendizado do aluno, se o professor se mostrar desmotivado

  • 30

    diante desses fatos os alunos percebem e acabam por ficar ainda mais apticos.

    Esses imprevistos deixam ainda mais claros necessidade de se ter um

    planejamento flexvel, a necessidade de prever formas diferentes de trabalhar um

    mesmo contedo.

    Mesmo sendo adolescentes eles esto ligados nos contedos e em tudo

    aquilo que apresentado pelos professores eles demonstram questionamentos com

    o que no concordam pensar que o aluno faz uma atividade e no faz um link com a

    matria que est sendo trabalhada um erro e isso precisa ser trabalhado com

    cuidado para que o prprio ou professor no seja visto pelo aluno desacreditados.

    Posso afirmar que dos quatro laboratrios esse foi o que mais aprendi.

    4. O PLANO DE TRABALHO DOCENTE (PTD) E SUAS SITUAES DE

    APRENDIZAGEM

    O PTD Plano de Trabalho Docente foi elaborado no decorrer do curso de

    Especializao em Docncia para o Ensino Profissional. O PTD foi planejado para a

    unidade temtica Empregabilidade e Empreendedorismo conforme grade curricular

    do curso, competncias-alvo e seus indicadores. O PTD foi elaborado seguindo os

    sete passos metodolgicos, sendo eles:

    Passo 1 Planejar e mediar

    De acordo com RON (2010, p. 15) Planejar o ensino para o

    desenvolvimento de competncias pressupe utilizao de boas situaes de

    aprendizagem. Podemos observar que o planejamento deve ter como foco principal

    a elaborao de situaes de aprendizagem que foi realizando durante a elaborao

    do PTD.

    Passo 2 - Contextualizao e mobilizao

    Nesse passo buscou organizar a atividade de uma forma que fique clara o

    que se espera com a atividade.

    Passo 3 - Definio e organizar.

  • 31

    Durante esse perodo buscou construir atividades que levasse em conta o

    conhecimento do aluno. Nesse passo analisamos e buscamos a melhor maneira de

    se organizar essa atividade, de uma forma que aborde o contedo e nos servisse

    para mais a frente avaliar o aluno de acordo com o indicador de competncia. E para

    se ter sucesso nesse passo preciso envolver os alunos com atividades que sejam

    interessantes e proporcione conhecimento e, para isso existem atividades

    recomendadas como pesquisa e projetos.

    Passo 4 - Coordenao e acompanhamento

    Aqui foi definido como seria a coordenao e acompanhamento da

    situao de aprendizagem buscando auxiliares os alunos e orienta-los para que

    pudessem alcanar os objetivos propostos.

    Passo 5 - Anlise e avaliao

    Nesse passo centrou-se em definir critrios para avaliar os resultados

    alcanados pelo aluno. necessrio para isso administrar a diferena (classe

    social, idade e nvel escolar) entre os alunos e contemplar a todos com critrios que

    possam atender a necessidade especial de cada um.

    Passo 6 - Acesso a outras referncias

    Buscaram-se nesse momento organizao outras referncias, alm das que

    foram indicadas anteriormente, para que o aluno possa ampliar seus

    conhecimentos.

    Passo 7 Sntese e aplicao

    Aqui foi a explanao dos laboratrios e verificao da funcionalidade do

    PTD e a realizao dos ajustes necessrios.

    A seguir demonstra-se o PTD elaborado no decorrer do curso e que foi

    aplicado nos quatro laboratrios realizados.

  • 32

    PTD - PLANO DE TRABALHO DOCENTE Nome do Curso: Aprendiz em Servios de Comrcio

    Mdulo: Empregabilidade e empreendedorismo

    Carga Horria: 20 horas

    Competncias-alvo (1)

    1. Adaptar-se s contnuas mudanas do mundo do trabalho e nele permanecer, agindo com flexibilidade, criatividade, comprometimento, inovao e proatividade.

    Situao de Aprendizagem (2)

    Referncias Adotadas (3)

    Recursos Didticos (4) Avaliao (5)

    I AULA

    Apresentao pessoal do(a)

    Instrutor(a) e dos alunos.

    Explanao sobre o

    mdulo, carga horria,

    faltas e forma de avaliao

    e entrega da apostila.

    - Iniciar a aula com um

    Brainstorming: emprego

    ideal X emprego de

    sobrevivncia. Solicitar aos

    Laboratrio de

    informtica com Word

    para digitao do

    currculo.

    - Lousa

    - Pincel

    - Multimdia

    - Som

    - Folhas de Flipchart

    - Canetinhas

    - Lpis de cor

    - Laboratrio de

    - Percebe as especificaes do mercado de trabalho, compreendendo a importncia de um comportamento adequado por meio de uma boa comunicao, vesturio apropriado e atitudes corretas.

    - Identifica aspectos de sua vocao, contribuindo para a escolha profissional e realizao pessoal, articulando suas potencialidades com as especificidades do mercado.

    - Elabora um currculo claro e

  • 33

    alunos que um a um v at

    o quadro e escreva

    Profisso que eu mais

    gosto X profisso que eu

    menos gosto.

    -Atividade 01: Arvore

    Profissional

    - Intervalo

    - Apresentao da rvore

    Profissional

    - Apresentao do Vdeo:

    Waldez Luiz Ludwig no J

    Soares

    - Aula expositiva e dialogada sobre o mercado de trabalho, exigncias e competncias necessrias e desenvolvimento da empregabilidade.

    II AULA

    - Levar a turma para o

    Desenho de uma rvore

    onde o aluno

    desenvolve o

    planejamento de

    carreira, tomando como

    base a raiz para o que j

    realizaram, o caule para

    o que est em

    andamento e o que falta

    conseguir e a copa para

    onde querem chegar.

    Uso da internet para

    pesquisarem o perfil e

    as competncias da

    profisso que traaram

    informtica

    - Impressos (anlise de SWOT)

    - Impressos contendo as perguntas mais comuns numa entrevista de emprego.

    - Jornais com anncios de empregos.

    objetivo, com veracidade.

    - Participa de testes de seleo e/ou dinmicas de grupo, aplicando suas potencialidades de forma criativa e dinmica, atendendo s regras estabelecidas, destacando-se em relao aos demais.

    - Interpreta os diferentes tipos de anncios de emprego, estabelecendo um comparativo sobre suas potencialidades e as especificidades do mercado.

    - Identifica as mudanas ocorridas no mercado de trabalho, mantendo-se em constante aperfeioamento.

    - Identifica os desafios do contexto do trabalho, e implementa aes geradoras de competncias pessoais.

    - Desenvolve aes empreendedoras, percebendo alternativas e lidando com as dificuldades, sem perder o foco no seu objetivo final.

  • 34

    laboratrio de Informtica

    para pesquisarem na

    internet o perfil,

    competncias necessrias

    profisso que eles

    traaram o caminho na

    rvore Profissional.

    Aula expositiva e dialogada

    sobre Anlise de Swot.

    Atividade 02: Elaborar na

    lousa uma Anlise de

    SWOT Coletiva

    ressaltando nossas foras e

    descobrindo nossas

    fraquezas enquanto e

    grupo.

    Intervalo

    Atividade 03: Anlise de

    SWOT Individual.

    III AULA

    Aula expositiva e dialogada

    na rvore profissional.

    Impresso para

    elaborarem anlise das

    competncias pessoais

    (pontos fortes e pontos

    fracos).

    Uso do laboratrio para

    digitao do currculo,

    seguindo as exigncias

    e normas para tal.

  • 35

    sobre Currculo e entrevista de emprego, apresentao pessoal para entrevista, testes e dinmicas de grupos. Apresentao dos vdeos: Dicas de Entrevista e currculo campeo.

    - Levar a turma para o

    laboratrio de Informtica

    para elaborao de um

    currculo, que dever ser

    enviado via e-mail para a

    instrutora.

    IV AULA

    Atividade 04: Jogo da

    Entrevista -

    - Ser feito um circulo na

    sala e distribudo aos

    alunos algumas perguntas

    mais comuns em

    entrevistas de emprego. O

    Impresso com as

    principais perguntas que

    so feitas em

    entrevistas de emprego,

    simulando uma situao

    real de entrevista.

    Verificar as

    competncias descritas

  • 36

    aluno escolhe um colega e

    elabora a pergunta e o

    aluno escolhido dever

    responder como se

    estivesse numa entrevista.

    E a instrutora dever

    analisar a resposta

    apresentada e acrescentar

    como deveria ser o

    posicionamento do aluno

    que respondeu.

    Atividade 05: os alunos

    devero buscar em

    anncios de jornais as

    vagas disponveis que

    sejam interessantes e que

    combinem com seus

    currculos, observar as

    competncias exigidas para

    a vaga e comparar

    anotadas na anlise de

    SWOT.

    na Anlise de SWOT

    com as exigidas no

    mercado de trabalho

    comparando com os

    dados do currculo para

    que seja possvel

    observar o que falta e a

    necessidade de

    aperfeioamento.

  • 37

    Durante a elaborao do PTD nessa metodologia pude observar que o

    planejamento de aula por competncia bem mais complexo que se imagina e que

    o educador deve refletir sobre seu trabalho o tempo todo e buscar alternativas que

    enriquecem seu trabalho, buscar literatura que possa embasar sua prtica e lhe

    orientar com novas metodologias e estratgias que realmente atendam ao ensino

    por competncia.

    Acima de tudo necessrio que ele conhea o projeto do curso, seus

    objetivos os indicadores de competncia, pois, nisso tudo que estar embasado seu

    planejamento.

  • 38

    6. CONSIDERAES FINAIS

    Durante todo o curso as dvidas foram muitas, as dificuldades enfrentadas

    para desenhar uma situao de aprendizagem foram difceis de superar, em alguns

    momentos a impresso que se tinha era de que o trabalho no evolua e no

    resultaria em algo significativo. Essas dificuldades foram superadas e observou-se

    ao longo do planejamento que a nomenclatura poderia at ser nova, a forma de

    escrever talvez diferente, mas os passos j eram aplicados no dia a dia enquanto

    docente e, isso trouxe um sentimento de satisfao ao perceber que j caminhava

    no rumo certo.

    Durante a aplicao percebeu-se a importncia de um bom planejamento,

    pois, com o PTD sendo cumprido risca e tendo como socorrer aos imprevistos o

    outro aprendizado importante que o planejamento deve ser flexvel, pois, os alunos

    so diferentes possuem perfis diferentes e conhecimentos diferentes ento o

    planejamento deve ser adequado a cada perfil o que s se percebe em sala de aula

    depois dele pronto.

    A organizao do planejamento, baseado nos sete passos, mostrou-se

    eficaz alm de facilitar o trabalho do docente servindo como um mapa para

    organizar seu trabalho enquanto educador e isso pde ser verificado na avaliao do

    trabalho realizado pelos discentes que se mostraram satisfeitos com o planejamento

    dos contedos e das situaes de aprendizagem.

    Aps o curso pude perceber a diferena na minha atuao profissional no

    que diz respeito ao planejamento, uma das primeiras coisas a vir em mente o

    desenho da situao de aprendizagem onde pude notar uma das modificaes mais

    importantes do meu trabalho e isso tem sido muito relevante na minha prtica, desde

    a escolha dos recursos at as atividades que realmente envolva a aprendizagem por

    competncia.

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    7. REFERNCIAS

    CUNHA, L. A. O ensino industrial-manufatureiro no Brasil. Revista Brasileira de Educao, So Paulo, v.14, p. 89-107, maio/ago. 2000. DAHLMAN, C.J. A Economia do conhecimento: implicaes para o Brasil. In: VELLOSO, J.P.R. O Brasil e a economia do conhecimento. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 2002. MANFREDI, S. M. Educao profissional no Brasil. So Paulo: Cortez, 2002.

    RAMOS, Marise Nogueira; A pedagogia das competncias: autonomia ou adaptao? 3 ed. So Paulo: Cortez, 2006. RON, R. R. D. Planejamento de Ensino e avaliao da aprendizagem para cursos estruturados com base em competncias. Revista Eletrnica de Educao e Tecnologia do SENAI-SP. ISSN: 1981-8270. v.4, n.8, mar. 2010. Disponvel em: http://revistaeletronica.sp.senai.br/index.php/seer/article/viewFile/121/74 SOUZA, P. R. A revoluo gerenciada: educao no Brasil, 1995-2002. So Paulo: Prentice Hall, 2005. TAKAHASHI, A. R. W; AMORIM, Wilson Aparecido Costa de; Reformulao e expanso dos cursos superiores de tecnologia no Brasil: as dificuldades da retomada da educao profissional. Ensaio: aval. pol. pbl. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 59, p. 207-228, abr./jun. 2008

    WERMELINGER, Mnica; MACHADO, Maria Helena; AMNCIO FILHO, Antenor. Polticas de educao profissional: referncias e perspectivas. Disponvel em: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v15n55/a03v1555.pdf ZARIFIAN, Philippe. Objetivo competncia: por uma nova lgica. So Paulo: Atlas, 2001.