metodologia científica livro arquivo. para fins de tcc
DESCRIPTION
arquivo livro sobre metodologia cietíficaTRANSCRIPT
-
Metodologia
Cient ca
Auro de Jesus RodriguesAutor
Hortncia de Abreu GonalvesMaria Balbina de Carvalho Menezes
Maria de Ftima NascimentoCo-Autores
2 Edio
-
Jouberto Ucha de MendonaReitor
Amlia Maria Cerqueira UchaVice-Reitora
Jouberto Ucha de Mendona JuniorPr-Reitoria Administrativa - PROAD
Ihanmark Damasceno dos SantosPr-Reitoria Acadmica - PROAC
Domingos Svio Alcntara MachadoPr-Reitoria Adjunta de Graduao - PAGR
Temisson Jos dos SantosPr-Reitoria Adjunta de Ps-Graduao
e Pesquisa - PAPGP
Gilton Kennedy Sousa FragaPr-Reitoria Adjunta de Assuntos Comunitrios e Extenso - PAACE
Jane Luci Ornelas FreireGerente do Ncleo de Educao a Distncia - Nead
Andrea Karla Ferreira NunesCoordenadora Pedaggica de Projetos - Nead
Lucas Cerqueira do ValeCoordenador de Tecnologias Educacionais - Nead
Equipe de Elaborao e Produo de Contedos
Miditicos: Alexandre Meneses Chagas (assessor)Adelson Tavares de Santana - IlustradorAncjo Santana Resende - CorretorAncelmo Santana dos Santos - DiagramadorClaudivan da Silva Santana - DiagramadorEdivan Santos Guimares - DiagramadorGeov da Silva Borges Junior - IlustradorMarcia Maria da Silva Santos - CorretoraMonique Lara Farias Alves - WebdesignPedro Antonio Dantas P. Nou - WebdesignRebecca Wanderley N. Agra Silva - DesignWalmir Oliveira Santos Jnior - Ilustrador
Redao:Ncleo de Educao a Distncia - NeadAv. Murilo Dantas, 300 - FarolndiaPrdio da Reitoria - Sala 40CEP: 49.032-490 - Aracaju / SETel.: (79) 3218-2186E-mail: [email protected]: www.ead.unit.br
Impresso:Grfica GutembergTelefone: (79) 3218-2154E-mail: [email protected]: www.unit.br
Copyright Universidade Tiradentes
R696m Rodrigues, Auro de Jesus. Metodologia cientfica. / Auro de Jesus
Rodrigues. 2. ed. Aracaju : UNIT, 2009. 160 p. : il.
Inclui bibliografia
1. Metodologia cientfica - Educao a distncia. I. Universidade Tiradentes (UNIT). Ncleo de Educao a Distncia. II. Ttulo.
CDU: 001.891
-
Prezado(a) estudante,
A modernidade anda cada vez mais atrelada ao tempo, e a educao
no pode ficar para trs. Prova disso so as nossas disciplinas on-line, que
possibilitam a voc estudar com o maior conforto e comodidade possvel,
sem perder a qualidade do contedo.
Por meio do nosso programa de disciplinas on-line voc pode ter
acesso ao conhecimento de forma rpida, prtica e eficiente, como deve
ser a sua forma de comunicao e interao com o mundo na modernida-
de. Fruns on-line, chats, podcasts, livespace, vdeos, MSN, tudo vlido
para o seu aprendizado.
Mesmo com tantas opes, a Universidade Tiradentes optou por
criar a coleo de livros Srie Bibliogrfica Unit como
mais uma opo de acesso ao conhecimento. Escrita por
nossos professores, a obra contm todo o contedo da
disciplina que voc est cursando na modalidade EAD e
representa, sobretudo, a nossa preocupao em garantir
o seu acesso ao conhecimento, onde quer que
voc esteja.
Desejo a voc bom
aprendizado e muito sucesso!
Professor Jouberto Ucha de Mendona
Reitor da Universidade Tiradentes
Apresentao
a por
do da
AD e
rantir
-
Prefcio
Atividade que prope aquisio sistemtica de conhecimento sob a
natureza biolgica, social e tecnologia. Esta uma das inmeras definies
de cincia disponveis na literatura que comumente encontramos em nossa
rotina de trabalho. Inicio minhas palavras com essa definio porque esta
obra trata de apresentar fundamentos, instrumentos e tcnicas norteadoras
para a busca da gerao do conhecimento.
Este livro resultado de anos de experincia profissional do autor
em sala de aula de cursos de graduao na Universidade Tiradentes e de
meditao em busca de trazer tona a discusso e importncia da pesquisa
em sala de aula. Pesquisa esta como mecanismo indutor da gerao do
conhecimento e da formao diferencial do aluno com um perfil menos
receptor de informaes prontas, mas com capacidade de questionar e
formar seus prprios conceitos acerca dos contedos abordados durante
sua formao profissional.
O diferencial deste livro est em sua apresentao estruturada em
quatro temas independentes, que podem ser lidos de maneira autnoma
e na ordem que melhor atender s necessidades do leitor, sem perder
a compreenso conjunta da obra. Destinado aos alunos de cursos de
graduao, o autor disponibiliza esse trabalho com um perfil de manual
que guiar e preparar o leitor a estruturar um projeto de pesquisa, inserido
em um ambiente altamente privilegiado de produo do conhecimento e
preparando-os para o futuro com uma viso muito mais crtica.
Os objetivos deste livro sero atingidos quando o leitor chegar
concluso de que a atividade de pesquisa no privilgio de gnios
ou grandes intelectuais, mas sim de todos aqueles com disposio de
sistematizar a busca de solues, inditas ou aperfeioadas, de problemas
de interesse da sociedade. Deixo registrado meu contentamento por
escrever essas poucas palavras, por convite do autor, e desejo bom
proveito a todos os leitores.
Prof. Dr. Temisson Jos dos Santos
Pr-Reitor Adjunto de Ps-Graduao e Pesquisa
-
Sumrio
Parte 1: Procedimentos Didticos,
Acadmicos e Cientficos .........................................11
Tema 1 - Metodologia Cientfica e tcnicas de estudo..131.1 Finalidade e importncia .............................................. 13
1.2 Organizao dos estudos ............................................. 15
1.3 Tcnicas de sublinhar e esquema ............................... 22
1.4 Resumo, resenha e fichamento ................................... 25
Tema 2 - Trabalhos acadmico-cientficos .....................452.1 Pesquisa cientfica/tica e Pesquisa ............................ 45
2.2 Pesquisa bibliogrfica e normas de referncias,
citaes e notas de rodap ......................................... 51
2.3 Artigo e Relatrio tcnico-cientfico ............................ 58
2.4 Monografia e Seminrio .............................................. 84
Parte 2: Cincia, Cientificidade e Mtodo Cientfico ...........89
Tema 3 - Conhecimento, Cincia e Mtodo ...................913.1 O Conhecimento .......................................................... 91
3.2 A Cincia ....................................................................... 97
3.3 Mtodos de abordagens ............................................ 106
3.4 Mtodos de procedimentos ....................................... 112
Tema 4 - Elaborao do Projeto de Pesquisa ..............1154.1 Tema e problema de pesquisa ................................... 115
4.2 Questes, hipteses e objetivos de pesquisa ........... 123
4.3 Tcnicas de coleta de dados ..................................... 124
4.4 Estrutura do projeto de pesquisa .............................. 133
Referncias ............................................................................153
-
Concepo da Disciplina
Ementa
Finalidade da Metodologia Cientfica. Importncia da metodologia
no mbito das cincias. Metodologia de estudos. O conhecimento e suas
formas. Os mtodos cientficos. A pesquisa enquanto instrumento de ao
reflexiva, crtica e tica. Tipos, nveis, etapas e planejamento da pesquisa
cientfica. Procedimentos materiais e tcnicos da pesquisa cientfica.
Diretrizes bsicas para elaborao de trabalhos didticos, acadmicos e
cientficos. Normas tcnicas da ABNT para referncias, citaes e notas
de rodap.
Objetivos
Apresentar informaes necessrias sobre o conhecimento e suas
diversas abordagens, enfocando a importncia, as caracteristicas e os
mtodos do conhecimento cientfico;
Compreender a importncia da pesquisa cientfica e sua relevncia
social, operacional, contempornea e cientfica;
Entender os mtodos cientficos, tipos, caractersticas e finalidades
no mbito da cincia;
Proporcionar conhecimentos tericos, tcnicos e instrumentais
que possibilitem a execuo prtica da pesquisa cientfica;
Desenvolver o pensar crtico, sistemtico e analtico, possibilitando
o interesse pela pesquisa e a soluo de problemas relativos investigao
cientfica.
-
Orientao para Estudo
A disciplina prope orient-lo em seus procedimentos de estudo e
na produo de trabalhos cientficos, possibilitando que voc desenvolva
em seus trabalhos pesquisas, o rigor metodolgico e esprito crtico
necessrios ao estudo.
Tendo em visa que a experincia de estudar a distncia algo novo,
importante que voc observe algumas orientaes:
Cuide do seu tempo de estudo! Defina um horrio regular para
acessar todo o contedo da sua disciplina disponvel neste material
impresso e no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Organize-se
de tal forma para que voc possa dedicar tempo suficiente para leitura e
reflexo;
Esforce-se para alcanar os objetivos propostos na disciplina;
Utilize-se dos recursos tcnicos e humanos que esto ao seu
dispor para buscar esclarecimentos e para aprofundar as suas reflexes.
Estamos nos referindo ao contato permanente com o professor e com
os colegas a partir dos fruns, chats e encontros presencias. Alm dos
recursos disponveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA.
Para que sua trajetria no curso ocorra de forma tranquila, voc
deve realizar as atividades propostas e estar sempre em contato com o
professor, alm de acessar o AVA.
Para se estudar num curso a distncia deve-se ter a clareza que a
rea da Educao a Distncia pauta-se na autonomia, responsabilidade,
cooperao e colaborao por parte dos envolvidos, o que requer uma
nova postura do aluno e uma nova forma de concepo de educao.
Por isso, voc contar com o apoio das equipes pedaggicas e
tcnicas envolvidas na operacionalizao do curso, alm dos recursos
tecnolgicos que contribuiro na mediao entre voc e o professor.
-
PARTE 1
PARTE 1
-
1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo1.1 FINALIDADE E IMPORTNCIA
Para iniciarmos nosso curso necessrio refletirmos:
Qual a importncia de se estudar Metodologia Cientfica? O que ela acrescenta em sua formao acadmica e profissional?
Os objetivos especficos da Metodologia Cientfica enquanto disci-
plina so:
a) analisar as caractersticas essenciais que permitem distinguir Ci-
ncia de outras formas de conhecer, enfatizando o mtodo cien-
tfico;
b) analisar as condies em que o conhecimento cientificamente
construdo abordando o significado de postulados e atitudes da
Cincia hoje;
c) oportunizar o aluno a comportar-se cientificamente, levantando e
formulando problemas, coletando dados, analisando e interpre-
tando-os e comunicando os resultados;
-
14 Metodologia Cient ca
d) capacitar o aluno para que ele leia criticamente a realidade e pro-
duza conhecimentos;
e) fornecer informaes e referenciais para a montagem formal e
substantiva de trabalhos cientficos: resenhas, monografias, arti-
gos cientficos etc.;
f) fornecer processos facilitadores adaptao do aluno, integran-
do-o universidade, minimizando suas dificuldade e apreenses
quanto s formas de estudar e, conseqentemente, de encontrar
os meios de extrair o maior proveito dos estudos.
Assim, poderamos dizer que a Metodologia Cientfica a disciplina que
confere os caminhos necessrios para o auto-aprendizado em que o aluno o
sujeito do processo, aprendendo a pesquisar e a sistematizar o conhecimento
obtido. Ela baseada na apresentao e exame de diretrizes aptas a
instrumentar o universitrio no que tange ao estudo e ao aprendizado.
A Metodologia Cientfica vem para auxiliar na formao profissional do
estudante uma formao profissional competente, bem como uma formao
scio-poltica, que conduzir o aluno a ler, crtica e analiticamente, o seu
cotidiano. Essa formao profissional competente est relacionada ao crdito
dado ao estudo e elaborao de um projeto de estudo com objetivos e metas
conscientemente definidas, que deve estar implcita a preocupao em aprender
as funes advindas da carreira profissional (BARROS; LEHFELD, 2000).
A disciplina Metodologia Cientfica deve estimular os estudantes para
que busquem motivaes para encontrar respostas s suas dvidas. Se nos
referimos a um curso superior estamos naturalmente nos referindo a uma
Academia de Cincia e, como tal, as respostas aos problemas de aquisio de
conhecimento devem ser buscadas atravs do rigor cientfico e apresentadas
atravs das normas acadmicas vigentes. Dito isto, parece que fica claro que a
disciplina de Metodologia Cientfica no um simples contedo a ser decorado
pelos alunos, para ser verificado num dia de prova; trata-se de fornecer aos
estudantes um instrumental indispensvel para que sejam capazes de atingir
os objetivos da Academia, que so o estudo e a pesquisa em qualquer rea
do conhecimento. Trata-se ento de se aprender fazendo, como sugere os conceitos mais modernos da Educao (BELLO, 2007).
Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo,
indiretamente, a uma Academia de Cincias, j que qualquer Faculdade
-
15Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
nada mais do que o local prprio da busca incessante do saber cientfico.
Neste sentido, esta disciplina tem uma importncia fundamental na
formao do profissional. Se os alunos procuram a Academia para buscar
saber, precisamos entender que Metodologia Cientfica nada mais do
que a disciplina que estuda os caminhos para o saber (BELLO, 2007).Pensando assim, passaremos a estudar as tcnicas, procedimentos e
normas para a elaborao de trabalhos de graduao, como um contedo
importante para orientao e para o desenvolvimento de sua prtica acadmica.
1.2 ORGANIZAO DOS ESTUDOS
Segundo Ruiz (1996), o aluno que acaba de ingressar numa faculdade
precisa ser informado sobre os procedimentos necessrios para tirar o maior
proveito do curso que vai fazer. Tendo em vista, que os contedos trabalhados
no ensino fundamental e mdio diferenciam dos contedos do ensino superior.
Assim, necessrio integrar-se desde o incio no ritmo desta nova etapa de
ascenso no saber, que se chama vida universitria.
Esclarece ainda o autor que, na universidade, o aluno precisa
mudar, especialmente na responsabilidade, na autodisciplina e na forma
de conduzir sua vida de estudos para tirar o maior proveito da excelente
oportunidade de crescimento cultural, que a universidade lhe oferece.
Portanto, voc precisa saber que o curso que escolheu na universidade
desenvolver contedos terico-prticos, necessrios a sua formao
profissional e intelectual, cabendo a voc no s reter esses contedos, mas
transform-los em conhecimentos.
Assim sendo, apresentamos orientaes necessrias para a sua vida
universitria:
a) Ao iniciar o curso preciso que voc tenha muita clareza e
conscincia do objetivo que se pretende alcanar;
b) O processo de aprendizagem na vida universitria requer:
constncia, pacincia e perseverana por parte do aluno;
c) Para que voc obtenha bom proveito dos contedos terico-prticos
do seu curso, necessrio organizar e planejar horrio/atividade,
ou seja, definir horrio para estudo, para dedicao famlia, o
trabalho, o lazer, o repouso etc.;
-
16 Metodologia Cient ca
d) Utilize os procedimentos tcnicos e metodolgicos que lhe
sero oferecidos aplicando-os nas disciplinas presenciais e no
presenciais do seu curso e nos seus estudos;
e) necessrio que freqente as aulas; leve o material de
aprendizagem; organize o tempo previsto reviso das aulas e
provas; realize os trabalhos em grupo ou individual, conforme
solicitao do seu professor; mantenha silncio em sala de aula e
mantenha um clima cordial no relacionamento: professor-aluno;
f) Nas disciplinas no presenciais estabelea horrios para os
estudos; realize os trabalhos solicitados e mantenha sempre
contato com o professor/tutor.
bom lembrar que em virtude de os universitrios brasileiros,
na sua grande maioria, disporem de pouco tempo para seus cursos e
exercerem funes profissionais concomitantes ao curso superior, exige-
se deles organizao sistemtica do pouco tempo disponvel para o estudo
em casa, indispensvel para um melhor aproveitamento do seu curso de
graduao (SEVERINO, 1999, p. 31).
E agora? Como estudar?
Pode-se dizer que estudar ir procura de conhecimento. O objetivo chegar a aprender. Estudar faz com que algum se torne uma pessoa ponderada, aberta, crtica e avaliativa frente a outras opinies. O estudo constitui um fator significativo de aproximao dos homens e das culturas.
Para um bom estudo no necessrio que voc tenha dotes extraordinrios. Basta uma inteligncia normal, o resto completado pela fora de vontade, dedicao e a utilizao de mtodos e tcnicos. Quem de fato quer estudar deve estabelecer uma hierarquia de valores em sua vida.
Estudar um verdadeiro trabalho com suas satisfaes, alegrias, cansaos... Para que seus estudos alcancem maior aproveitamento necessrio que seja acompanhado de tcnicas e mtodos, pois estes podem tornar o estudo mais eficiente e mais produtivo.
necessrio que voc reorganize seu tempo para as atividades de lazer, trabalho e estudo. Disponibilizado tempo para estudo necessrio desenvolver tcnicas para tornar o seu tempo mais produtivo. Para Ruiz (1996, p. 23), o estudante que no conhece outros detalhes sobre leitura,
-
17Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
reviso e fichamento pouco ou nada produzir, mas quem utilizar as tcnicas de leitura, reviso e fichamento, certamente ler boas pginas em dez minutos, descobrir e assinalar a idia principal, as palavras-chave e os pormenores importantes de um texto.
J Severino (1999), afirma que no se trata de estabelecer uma detalhada diviso de horrio de estudo: o essencial aproveitar o tempo disponvel, com uma ordenao de prioridades. Tambm no necessrio discutir as condies de ordem fsica e psquicas que sejam melhores para o estudo, muito dependentes das caractersticas pessoais de cada um, sendo difcil estabelecer regras gerais que acabam caindo numa tipologia artificial.
Neste sentido, apresentamos orientaes gerais para melhorar seus
estudos:
Procure uma boa razo que justifique sua participao no curso em que est matriculado; voc tem um objetivo?
Comece a estudar as coisas mais agradveis e depois as menos agradveis. preciso vencer o limite de no gostar de estudar;
Estude para aprender. Vena suas limitaes. Habitue-se ao estudo.
Tenha sempre uma atitude responsvel e participativa na sua vida universitria e de estudos;
Planeje seu tempo para as atividades de seu curso. Diariamente reserve um espao para seus estudos. Sempre h o que estudar;
Freqentemente, organize o material de estudo; faa as revises dos contedos trabalhados nas aulas presenciais e no presenciais.
Participe! Seja um sujeito ativo!
Procure estudar em local tranqilo, silencioso e privativo; Faa uma distribuio coerente dos contedos que sero estudados
por disciplinas nos horrios reservados para os estudos;
No faa leitura corrida por muito tempo, utilize-se de intervalos de dez ou vinte minutos durante a leitura. Esse intervalo que ser
definido por voc dever ser seguido risca;
Quando voc no entender o assunto estudado pergunte ao seu professor ou professor/tutor;
importante que voc comece a organizar uma biblioteca pessoal e, tambm, freqente a biblioteca da universidade;
-
18 Metodologia Cient ca
Portanto, procure dedicar-se aos estu-dos, pois ser necessrio perseveran-
a, concentrao, interesse, motivao,
confiana, ter mo o material adequado
para o estudo e um ambiente apropriado.
1.2.1 Estudo de Textos
Vejamos.
O estudo de texto implica na aplicao do querer aprender, obter
conhecimentos, preparar-se para anotar informaes para a realizao de
trabalhos acadmicos na universidade. O processo de estudo, para no
ser rduo e desconexo, deve ser feito dentro de uma metodologia.
necessrio saber que todo texto escrito se insere num dilogo
maior. Conforme Severino (1999, p. 49) o texto-linguagem significa o meio
intermedirio pelas quais duas conscincias se comunicam. Ele o cdigo
que cifra a mensagem. Ao escrever um texto, o autor (emissor) codifica sua
mensagem e o leitor (receptor), ao ler um texto, decodifica a mensagem do
autor, para ento pens-la, assimil-la e personaliz-la, compreendendo-a:
assim se completa a comunicao. Portanto, temos:
EMISSSOR MENSAGEM RECEPTOR(Autor) (Texto) (Leitor)
Procure criar bons
hbitos de estudos
Voc sabia que para fa
zer
um bom estudo de tex
to
devemos seguir norm
as
e procedimentos e ut
ili-
zar tcnicas de estudo?
-
19Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
No estudo de um texto voc deve, inicialmente, selecionar o que
ler que pode ser definido a partir dos elementos: ttulo da obra, a data
de publicao, a editora, a orelha, o ndice ou sumrio, a bibliografia, a
introduo ou prefcio.
Logo aps, delimitar a unidade de leitura, ou seja, definir o que ser
lido e que apresente unidade de sentido. A unidade de leitura pode ser
uma obra, um captulo ou qualquer outra subdiviso que apresente uma
unidade de sentido.
Estabelecida a unidade de leitura, voc dever ler vrias vezes o
texto, o suficiente para a sua compreenso. Essas leituras podem ser feitas
atravs de trs etapas ou tipos de anlises de texto:
a) Anlise Textual: primeira etapa de estudo do texto. Corresponde
a uma leitura por alto, global; devendo fazer um levantamento
sobre: a vida, a obra e o pensamento do autor; doutrina e
mtodo utilizado; fatos histricos e autores comentados no texto;
vocabulrio, termos e conceitos utilizados. Faa as anotaes
necessrias;
b) Anlise Temtica: corresponde a uma segunda etapa; busca-se
a compreenso do texto; procura ouvir o autor, apreender, sem
intervir nele. o momento em que dever responder: de que
fala o texto? Como est problematizado? Qual a idia central?
Como esto expostas as argumentaes? Como esto expostas
as demonstraes? Qual a sua concluso? Verifica-se a linha de
raciocnio do autor. Faa as anotaes necessrias. Nesta etapa
pode-se elaborar o resumo indicativo ou informativo;
c) Anlise Interpretativa: terceira etapa de estudo. Deve ler o texto
criticamente com vista interpretao. Procura-se julgar o texto,
analisando originalidade; coerncia dos contedos; lgica de
raciocnio. Analisar se o autor conseguiu atingir os seus objetivos
e foi eficaz nos argumentos e demonstraes em defesa da tese
proposta. Faa as anotaes necessrias. Nesta etapa podem-se
elaborar diversos tipos de resumo como: indicativo, informativo,
crtico e resenha.
-
20 Metodologia Cient ca
Para o melhor aproveitamento no processo de anlise do texto,
necessria a utilizao de algumas tcnicas j consagradas por
especialistas em metodologia, tais como: sublinhar, esquematizar, resumir
e fichamento.
A Organizao da vida de estudos na universidade
Ao dar incio a essa nova etapa de formao escolar, a etapa do ensino
superior, o estudante dar-se- conta de que se encontra diante de exigncias
especficas para a continuidade de sua vida de estudos. Novas posturas
diante de novas tarefas ser-lhe-o logo solicitadas. Da a necessidade de
assumir prontamente essa nova situao e de tomar medidas apropriadas
para enfrent-la. claro que o processo pedaggico-didtico continua,
assim como a aprendizagem que dele decorre. No conjunto, porm, as sua
posturas de estudo devem mudar radicalmente, embora explorando tudo o
que de correto aprendeu em seus estudos anteriores.
Em primeiro lugar, preciso que o estudante se conscientize de
que, doravante, o resultado do processo depende fundamentalmente dele
mesmo. Seja pelo seu prprio desenvolvimento psquico e intelectual, seja
pela prpria natureza do processo educacional desse nvel, as condies
de aprendizagem transformam-se no sentido de exigir do estudante maior
autonomia na efetivao da aprendizagem, maior independncia em relao
aos subsdios da estrutura de ensino e dos recursos institucionais que ainda
continuam sendo oferecidos. O aprofundamento da vida cientfica passa a
exigir do estudante uma postura de auto-atividade didtica que ser, sem
dvida, crtica e rigorosa. Todo o conjunto de recursos que est na base do
ensino superior no pode ir alm de sua funo de fornecer instrumentos
para uma atividade criadora.
Em segundo lugar, convencido da especificidade dessa situao,
deve o estudante empenhar-se num projeto de trabalho altamente
individualizado, apoiado no domnio e na manipulao de uma srie de
instrumentos que devem estar contnua e permanentemente ao alcance
de suas mos. com o auxlio desses instrumentos que o estudante
Texto Complementar 1
-
21Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
se organiza na sua vida de estudo e disciplina sua vida cientfica. Este
material didtico e cientfico serve de base para o estudo pessoal e para
complementao dos elementos adquiridos no decurso do processo
coletivo de aprendizagem em sala de aula. Dado o novo estilo de trabalho
a ser inaugurado pela vida universitria, a assimilao de contedos j
no pode ser feita de maneira passiva e mecnica como costuma ocorrer,
muitas vezes, nos ciclos anteriores. J no basta a presena fsica s aulas
e o cumprimento forado de tarefas mecnicas: preciso dispor de um
material de trabalho especfico sua rea e explor-lo adequadamente.
SEVERINO, Antonio Joaquim. A organizao da vida
de estudos na universidade. In: ______. Metodologia
do trabalho cientfico. 20. ed. rev. e ampl. So Paulo:
Cortez, 1996. p. 25-26.
O que estudar
Nem sempre o estudante mesmo em nvel de ps-graduao
colhe frutos maduros e satisfatrios de seus anos acadmicos, apesar dos
considerveis investimentos financeiros (estudar entre ns caro e ainda
um privilgio de poucos) e dos esforos pessoais empreendidos. No so
poucos os que, uma vez concludo o curso, nem querem se lembrar mais
daqueles livros, provas, professores exigentes e salas de aula abarrotadas.
Consideram o fim dos anos escolares como verdadeira libertao. Temos
aqui as reaes de um estudo mal feito, normalmente porque faltaram
uma boa introduo e um correto acompanhamento na arte de estudar.
Quantos estudantes ainda em pleno perodo escolar no
queimam as pestanas s vsperas de um exame e, no obstante, seus
resultados so exguos? Outros se esforam tanto que sacrificam lazer,
amizade, programas de televiso e convivncia em comunidade religiosa
ou familiar, estudando noite adentro, e mesmo assim tm pouco xito em
provas e trabalhos escolares.
Texto Complementar 2
-
22 Metodologia Cient ca
Uns no sabem como tirar proveito das exposies do professor em
sala de aula, outros vo dormir em cima de livros logo que chegam em
casa. H muitos que no tm a mnima noo de como fazer fichamento,
uma recenso de artigo ou livro, uma monografia e nem de longe sabem
o que fazer com fichas bibliogrficas ou fichas de contedo. Na realidade,
vem no estudo sistemtico uma nova forma de tortura imposta ao aluno
e um peso intil nos anos juvenis. Em parte estas queixas raramente
confessadas explicitamente correspondem realidade dos fatos. Como
acontece em qualquer profisso, quem no domina as ferramentas
de sua rea de especializao facilmente desanima e desiste diante de
esforos sobre-humanos sem resultado notvel. A metodologia cientfica
visa exatamente suprir essa deficincia, ensinando como manejar os
instrumentos adequados ao trabalho de estudo, a fim de torn-lo mais
eficiente, agradvel e significativo.
MATOS, Henrique Cristiano Jos. O que estudar.
In: ______. Aprendendo a estudar: orientaes
metodolgicas para o estudo. Petrpolis, RJ: Vozes,
1994. p. 13-14.
1.3 TCNICAS DE SUBLINHAR E ESQUEMA
1.3.1 Sublinhar
Vejamos.
Conforme Andrade (2001, 25-26), sublinhar a tcnica utilizada para
destacar as idias importantes de um texto, indispensvel para elaborao
de esquemas e resumos. O requisito fundamental para aplicar a tcnica de
sublinhar a compreenso do assunto, pois este o nico processo que
possibilita a identificao das idias principais e secundrias. No devendo
sublinhar pargrafos ou frases inteiras, mas apenas palavras-chave ou
grupo de palavras.
-
23Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
Portanto, voc pode perceber que sublinhar destacar as idias de
um texto, podendo utilizar somente as suas palavras, somente as palavras
do autor ou a juno de suas palavras com as do autor, para elaborao de
um resumo com as palavras sublinhadas.
Destaca ainda a autora, que a tcnica de sublinhar pode ser
desenvolvida a partir dos seguintes procedimentos (ANDRDADE, 2001, p.
25-26):
leitura integral do texto;
esclarecimento de dvidas de vocabulrio, termos tcnicos e
outras;
releitura do texto sublinhando as idias principais, as palavras-
chave e os detalhes mais importantes;
assinalar com simbologias, margem do texto, as passagens mais
significativas;
ler o que foi sublinhado para verificar se h sentido;
reconstruir o texto em forma de esquema ou de resumo, tomando
as palavras sublinhadas como base.
Ah!...
importante que no processo de estudo do texto no se deve
sublinhar na primeira leitura. O sublinhar para facilitar na compreenso
do texto.
-
24 Metodologia Cient ca
1.3.2 Esquema
Vejamos.
De acordo com Ruiz (1996, p.43), o esquema o plano ou a linha
diretriz seguida pelo autor no desenvolvimento de seu escrito; esse plano
identifica um tema e estabelece a trajetria bsica de sua apresentao,
subordinando idias, selecionando fatos e argumentos.
Para o autor a funo do esquema apresentar o tema e hierarquizar
as partes de um todo numa linha diretriz, para torn-lo possvel a uma
viso global. Pelo esquema pode-se atingir o todo numa nica mirada.
Uma nica mirada?
Sim!
Portanto, grosso modo, podemos dizer que o esquema constitui
num esqueleto do texto, apresentando uma hierarquia de idias. Ele
elaborado logo aps o sublinhar e antes da elaborao do resumo.
Segundo Salomon (1977, p. 85), as regras para a elaborao de
esquemas so:
Fidelidade ao texto original: deve conter as idias do autor;
Estrutura lgica do assunto: organizao das idias a partir das mais importantes para as conseqentes;
Adequao ao assunto estudado: o esquema til flexvel. Adapta-se ao tipo de matria que se estuda;
Utilidade de seu emprego: o esquema deve ajudar e no atrapalhar;
Cunho pessoal: cada um faz o esquema de acordo com suas tendncias, hbitos, recursos e experincias pessoais.
-
25Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
Para elaborar o esquema voc pode utilizar simbologias, tais como:
setas, crculos, chaves, linhas, figuras etc., prevalecendo o gosto pessoal e
que facilite a compreenso do assunto.
1.4 RESUMO, RESENHA E FICHAMENTO
1.4.1 Resumos
Vejamos.
Podemos definir o resumo como a apresentao concisa e seletiva
do texto estudado, apresentando as principais idias do autor.
Qual a sua finalidade?
Difuso das informaes contidas em livros, monografias, artigos,
relatrios etc.
Para que resumir?
Para compreender melhor o texto. O resumo facilita a anlise, fixao,
integrao e interpretao daquilo que est sendo estudado, alm de uma
melhor preparao para a pesquisa e avaliaes. Podemos acrescentar,
ainda, a possibilidade de melhoria na escrita, reorganizao dos seus
conhecimentos e seleo das partes mais importantes de um texto.
Existem regras para elaborao de resumo?
Sim!
Para que voc elabore um resumo necessrio:
fazer a anlise temtica;
sublinhar o texto;
elaborar o esquema;
redigir o resumo com as principais idias do autor;
confrontar o resumo com o original para ver se nenhuma idia ficou
esquecida.
Existe um nico tipo de resumo?
No!
-
26 Metodologia Cient ca
Vejamos alguns deles:
a) Resumo indicativo ou descritivo: descrevem-se as principais partes
do texto; utiliza frases curtas, sendo necessrio voltar leitura do
texto original, j que uma pequena apresentao condensada do
texto, com suas principais idias; pouco utilizado nas universidades,
mas bastante utilizado pelas editoras. A redao do resumo dever
estar na impessoalidade com espaamento duplo entre linhas. Deve
ser elaborado em pargrafo nico e apresentar a seguinte estrutura:
referncia bibliogrfica e contedo do resumo;
b) Resumo informativo ou analtico: quando apresenta as idias
principais do texto; expe-se finalidade, problema, metodologia,
argumentos, demonstraes, resultados e concluses; um resumo
mais amplo do que o indicativo e que atende suficientemente ao
leitor, no precisando voltar ao texto original para o entendimento do
assunto. No permite opinies e comentrios do autor do resumo.
Bastante utilizado nas universidades. A redao do resumo dever
estar na impessoalidade com espaamento duplo entre linhas. Deve
ser elaborado em pargrafo nico e apresentar a seguinte estrutura:
referncia bibliogrfica, contedo do resumo e palavras-chave;
c) Resumo Crtico: deve apresentar as mesmas informaes do
resumo informativo, todavia, permitem-se opinies e comentrios
do autor do resumo. Assim sendo, necessria a interpretao e
crtica sobre o texto estudado. Estrutura: referncia bibliogrfica,
contedo do resumo;
d) Resenha: segue as mesmas informaes do resumo crtico, todavia,
deve ser colocada na introduo do resumo da biografia do autor
(formao profissional, pressupostos filosficos, livros publicados
etc.). A resenha um resumo crtico mais amplo, podendo, na
elaborao dos comentrios, utilizar-se de opinies de diversas
autoridades cientficas em relao obra do autor estudado. No
deve ser elaborado em pargrafo nico, apresentando a seguinte
estrutura: referncia bibliogrfica e contedo da resenha.
-
27Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
Portanto, para que o estudo de texto
seja produtivo, procure utilizar-se das tc-
nicas de estudo, de sublinhar, esquematizar
e resumir. A escolha do tipo de resumo que
ser realizado sobre um texto depender de
seu objetivo.
Vejamos o exemplo de um pargrafo sublinhado, esquematizado e
resumido (ANDRADE, 2001, p.28-29):
a) Pargrafo sublinhado
ATIVIDADES DOS ESPECIALISTAS EM COMUNICAO
So quatro as atividades principais dos especialistas em comunica-
o: deteco prvia do meio ambiente, correlao das partes da socieda-
de na reao a esse meio, transmisso da herana social de uma gerao
para a seguinte e entretenimento. A deteco prvia consiste na coleta e
distribuio de informaes sobre os acontecimentos do meio ambiente,
tanto fora como dentro de qualquer sociedade particular. At certo ponto,
isso corresponde ao que conhecido como manipulao de notcias. Os
atos de correlao, aqui, incluem a interpretao das informaes sobre o
meio ambiente e a orientao da conduta em reao a esses acontecimen-
tos. Em geral, essa atividade popularmente classificada como editorial
ou propaganda. A transmisso de cultura se faz atravs da comunicao
das informaes, dos valores e normas sociais de uma gerao a outra
ou de membros de um grupo a outros recm-chegados. Comumente,
identificada como atividade educacional. Por fim, o entretenimento com-
preende os atos comunicativos com inteno de distrao, sem qualquer
preocupao com os efeitos instrumentais que eles possam ter. (WRIGHT
Apud SOARES; CAMPOS, 1978, p. 120).
Que tal voc pegar alg
uns
textos e utilizar as tcn
icas
de sublinhar, esquema
tizar
e resumir?
-
28 Metodologia Cient ca
b) Pargrafo esquematizado
ATIVIDADES DOS ESPECIALISTAS EM COMUNICAO
deteco do meio ambiente _________________________ coleta e
distribuio de informaes
= notcias
correlao das partes da sociedade ___________________ interpretao
das informaes na reao a esse meio
= editorial/propaganda
transmisso de cultura ______________________________comunicao
das informaes
= atividade educacional
entretenimento ____________________________________ atos
comunicativos
= distrao
c) Resumo do Pargrafo
So atividades dos especialistas em comunicao: deteco prvia
do meio ambiente, que consiste na coleta e distribuio das informaes, ou
manipulao de notcias. Correlao das partes da sociedade na reao ao
meio, que inclui a interpretao das informaes, pelo editorial e propaganda.
A transmisso da cultura, que se faz atravs da comunicao das informaes,
identificada como atividade educacional. O entretenimento, que se realiza
pelos atos comunicativos, e que procura apenas a distrao.
-
29Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
Que tal sublinhar, esquematizar e resumir os pargrafos abaixo!
1.
Quando um beb nasce, a primeira coisa que todo mundo quer saber
o sexo. Nos primeiros dias de vida a diferena parece mais anatmica,
mas medida em que vai crescendo, o beb comea a se comportar como
menino ou menina. Um problema controvertido saber at que ponto esse
comportamento tem base biolgica ou uma questo de aprendizado. Algumas
feministas insistem em dizer que todas as diferenas comportamentais so
ensinadas e que, deixando-se de lado as discrepncias biolgicas evidentes,
a mulher qual ao homem. Outros dizem que o homem homem e que
mulher mulher e pro razes biolgicas que os dois sexos se parecem, se
comportam e at mesmo se movimentam de modo diferente. Os entendidos
em cintica tm levantado um certo nmero de provas que reforam os
argumentos das feministas (DAVIS, 1979:23).
2.
Houve tempo em que se poderia defender a idia de que uma
pesquisa cientifica era coisa de gnio, portanto algo excepcional e fora de
qualquer restrio de planejamento. Hoje no mais possvel defender essa
idia, nem para a pesquisa cientifica e, muito menos, para a tecnolgica.
Sabe-se que, na histria da Tcnica, intervm comumente as invenes
empreendidas por leigos e curiosos. Depois do estabelecimento da
Tecnologia, essas invenes tornam-se cada vez mais raras, dando lugar
as descobertas, feitas por meio de pesquisas organizadas. Assim, tornou-
se indispensvel um plano de pesquisa que se constitua como programao
dos trabalhos a serem realizados durante a pesquisa. Agora o trabalho no
mais simplesmente mental, como na fase anterior da escolha, compreenso
e conhecimento. necessrio, agora, escrever um Plano de Pesquisa para
fix-lo e torn-lo independente da memria (VARGAS, 19985:202).
3.
Nesse livro (A origem das espcies) o mtodo de pesquisa utilizado
por Darwin esclarece-se. Ele parte da observao da variao das espcies
de animais domesticados e das plantas cultivadas cuja variabilidade muito
maior do que se observa no estado selvagem. Isto porque a seleo feita
-
30 Metodologia Cient ca
pelo homem muito controlada e eficiente e de efeitos acumulados. Pode-
se, assim, observar nitidamente que, numa espcie dada as crias no so
jamais nem idnticas entre si nem aos seus pais. H sempre uma diferena
entre os indivduos. Isto um fato que pode dever induo de uma lei
geral: a lei da variabilidade. Entretanto, , tambm, um fato notvel que as
singularidades inatas dos indivduos so transmitidas por hereditariedade
aos sues descendentes. Assim um criador pode preservar ou acentuar
tais singularidades por acasalamentos efetuados artificialmente. Tambm
desse fato se pode induzir uma lei da hereditariedade. H, portanto, uma
evoluo nas raas dos animais domsticos e plantas cultivadas baseada
numa relao artificialmente dirigida pelo homem (VARGAS, 1985:63-4).
4.
De fato, as descobertas da Fsica no sculo XX tem surpreendido
a todos, revelando as limitaes da linguagem cientifica e levando
a uma profunda reflexo e reviso da concepo humana acerca do
universo. A teoria quntica e a relatividade geral conduzem a uma viso
do mundo bastante prxima s vises dos msticos orientais. O carter
essencialmente emprico do conhecimento mstico parece ser o elemento
fundamental para estabelecer-se o paralelo com o conhecimento cientifico.
As solues, em termos de linguagem, encontradas pelos msticos podem
fornecer uma moldura filosfica consistente para as modernas teorias
cientificas, que expressa numa rgida e sofisticada linguagem matemtica,
parecem ter perdido toda a relao com as experincias sensoriais. No
misticismo oriental sempre fica clara a limitao da linguagem e da lgica.
As interpretaes verbais da realidade so imprecisas e contraditrias. A
teoria quntica e a relatividade apontam na mesma direo: a realidade
transcende a lgica clssica (SZPIGEL, 1990:2).
5.
Ningum desconhece o sacrifcio da quase totalidade de nossos
acadmicos que vo para suas escolas aps uma jornada de oito horas ou
mais de trabalho profissional. Se isso sumamente louvvel, no o exime,
por outro lado, do compromisso de estudar e, portanto, de descobrir tempo
para estudar. preciso descobrir tempo. Tempo para frequentar as aulas
dos diversos cursos, e tempo para estudos particulares. Se procuramos,
-
31Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
o tempo aparecer. E lembremo-nos de que meia hora por dia representa
trs horas e meia por semana, quinze horas por ms e cento e oitenta
horas por ano. E quem no conseguiria descobrir um ou mais espaos de
meias hora em sua jornada? Ou quem no conseguiria fazer aparecerem
esses espaos, se o quisesse realmente? Ou ser que esses espaos no
aparecem porque ns no os procuramos, por medo de encontr-los?
Quem quer descobre, cria tempo, especialmente ns, brasileiros, que
somos, por assim dizer, capazes do impossvel (RUIZ, 1991:22).
Vejamos exemplos de resumos:
a) Resumo indicativo ou descritivo (NBR 6028):
LABBENS, J. Sociologie au Brsil. Social Science information, 1
(2):31-52, July 1962.
Pesquisa da sociologia atual no Brasil. Identificam-se trs correntes
de pensamento, baseadas em modelos histricos, matemticos e
sociolgicos. A diversidade da sociologia brasileira explicada pelo
estado da sociologia em geral e sua situao no pas.
b) Resumo informativo ou analtico (NBR 6028):
LABBENS, J. Sociologie au Brsil. Social Science information, 1 (2):31-52, July 1962.
Pesquisa da sociologia atual no Brasil constata que existe grande
diversidade de pensamento entre os socilogos, podendo-se
distinguir trs tendncias principais: a) a corrente histrica, que
busca na histria e cincias auxiliares a explicao dos fenmenos
sociais. Os expoentes desta corrente so Tavares Bastos, Anbal
Falco, Euclides da Cunha, Alberto Torres, Oliveira Viana e Gilberto
Freire; b) a corrente terica, que se inspira diretamente nas cincias
naturais e que pretende conferir sociologia um mesmo status,
realiza suas pesquisas, sobretudo em modelos matemticos e
epistemolgicos. So autores representativos Pontes de Miranda e
-
32 Metodologia Cient ca
Mrio Luiz; c) entre 1930 e 1940, apareceu uma nova tendncia que
tornou a sociologia no Brasil uma cincia realmente autnoma, com
objetivos definidos sistematicamente, mtodos particulares e uma
teoria sociolgica prpria. Esta corrente denominada corrente
sociolgica, e os principais nomes a ela associados so Fernando
de Azevedo, Emlio Willems e Florestan Fernandes. A diversidade
da sociologia brasileira explicada pelo estado da sociologia em
geral e sua situao no pas; d) a ausncia de uma razovel tradio
cientfica no domnio da sociologia e as presses por outros crculos
no tm permitido aos socilogos estabelecer um sistema prprio
de controle social capaz de impor um modelo comum de ao.
Apesar da possibilidade de reunir uma documentao copiosa, no
h mtodos padres para relacionar e interpretar os dados.
Palavras-chave: Pesquisa da sociologia. Corrente de pensamento:
histrica, terica e sociolgica.
c) Resumo crtico (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 72-73):
LAKATOS, Eva Maria. O trabalho temporrio: nova forma de relaes
sociais no trabalho. So Paulo: Escola de Sociologia e Poltica de
So Paulo, 1979. 2. v. (Tese de Livre-Docncia).
Traa um panorama do trabalho temporrio nos dias atuais, nos
municpios de So Paulo, ABC e Rio de Janeiro, relacionando as razes
histricas, sociais e econmicas que levaram ao seu aparecimento
e desenvolvimento. Divide-se em duas partes. Na primeira,
geral, tem-se a retrospectiva do trabalho temporrio. Partindo do
surgimento da produo industrial, traa um panorama da evoluo
dos sistemas de trabalho. Dessa maneira so enfocados, do ponto
de vista sociolgico, as relaes de produo atravs dos tempos.
Esse quadro histrico fornece a base para a compreenso dos
fatores sociais e econmicos que levaram existncia do trabalho
temporrio tal como conhecido hoje no contexto urbano. A parte
terica permite tambm visualizar a realidade scio-econmica
-
33Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
do trabalhador temporrio, conduzindo, em seqncia lgica, as
pesquisas de campo apresentadas na segunda parte do trabalho. A
parte essencial consiste em uma pesquisa realizada em trs nveis:
o trabalhador temporrio, as agncias de mo-de-obra temporria e
as empresas que a utilizam. Ao abordar os trs elementos atuantes
no processo, a pesquisa cerca o problema e faz um levantamento
profundo do mesmo. As tcnicas utilizadas para a seleo da amostra
e coleta de dados so rigorosamente corretas do ponto de vista
metodolgico, o que d confiabilidade. As tabelas apresentadas
confirmam ou refutam as hipteses levantadas, permitindo que, a
cada passo, se acompanhe o raciocnio que leva concluso do
trabalho [...]. Esse material permite que se conhea em detalhes e se
possa reproduzir o processo de investigao realizado.
d) Resenha
GIL, Antnio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. So Paulo: Atlas, 1996.
Antnio Carlos Gil bacharel em Cincias Polticas e Sociais, licenciado
em Cincias Sociais e em Pedagogia, Mestre e Doutor em Cincias Sociais
pela Fundao Escola de Sociologia e Poltica de So Paulo. professor de
Mtodos e Tcnicas de Pesquisa no Instituto Municipal de Ensino Superior de
So Caetano do Sul. autor do livro Mtodos e tcnicas de pesquisa social.
Nessa obra, primeiramente, o autor apresenta aos iniciantes, de
maneira simples e acessvel, os elementos necessrios para a elaborao
de projetos de pesquisa. Em segundo lugar, busca garantir ao profissional
de pesquisa, bem como aos estudantes dos nveis mais avanados,
inclusive dos cursos de ps-graduao, condies para a organizao
de conhecimentos dispersos, obtidos ao longo da vida acadmica ou do
contato direto com a prtica de pesquisa.
O livro de carter eminentemente prtico, j que esclarece acerca
dos procedimentos a serem adotados para elaborao de projetos
referentes aos mais diversos tipos de pesquisa, como pesquisa bibliogrfica,
pesquisa documental, pesquisa ex-post-facto, levantamento, estudo de
caso, pesquisa-ao e pesquisa participante [...]
-
34 Metodologia Cient ca
O livro est longe de ser um receiturio, procura ao longo de seus
captulos, tratar das mais diversas implicaes tericas que envolvem o
processo de criao cientfica.
1.4.2 Fichamento
Vejamos.
Na finalizao do estudo de um texto, necessrio que se faa
a documentao das informaes que podem ser feitas atravs do
fichamento.
O fichamento consiste na transcrio de informaes em fichas.
A funo do fichamento colocar disposio do pesquisador,
de forma organizada e seletiva, um conjunto de informaes de obras j
consultadas, imprescindveis para a elaborao de trabalhos acadmicos.
O fichamento uma tcnica que propicia economia de tempo e qualidade
no estudo e na pesquisa, uma maneira de guardar o essencial de um texto, de
maneira que tenha essas informaes anotadas, sempre que precisar.
As fichas podem ser organizadas por autor, por obra ou por
assunto.
mais comum que o fichamento seja feito em fichas, mas com o
desenvolvimento tecnolgico e o aparecimento da informtica, com sua
capacidade de guarda e armazenamento de informaes, pode ser feito no
computador, em arquivos, disquetes ou CDs. O armazenamento em arquivos
no computador facilita no processo de elaborao dos trabalhos acadmicos.
O fichamento depende de seu objetivo. Assim sendo, pode ser
feita numa ficha a anotao de uma referncia bibliogrfica de um livro; a
elaborao de um esquema; a transcrio de um pargrafo de um texto;
a apreciao de uma obra; a elaborao de um resumo etc. No caso do
resumo, devem-se seguir os procedimentos de elaborao dos mesmos.
As informaes transcritas podem ser colocadas em um nico lado
ou nos dois lados da ficha, desde que permita a visualizao e organizao
das informaes. um critrio particular e depende do indivduo ou de
quem a solicita. Quando o fichamento for feito em mais de uma ficha,
recomenda-se colocar a numerao, ao alto, direita, apenas na frente de
cada ficha.
-
35Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
Os tamanhos das fichas so:
PEQUENO 7,5 X 12,5 cm
MDIO 10,5 X 15,5 cm
GRANDE 12,5 X 20,5 cm
Exemplo de modelo de ficha com um resumo indicativo:
FRENTE DA FICHA (TAMANHO GRANDE 12,5 X 20,5 cm)
RUIZ, Joo lvaro. Mtodo, Economia e Efi cincia nos Estudos. In;______. Metodologia Cientfi ca: guia para efi cincia
nos estudos. So Paulo: Atlas, 1996. cap. 1, p. 19-33.
Aprender a aprender na faculdade - quem ingressa numa faculdade precisa tirar o mximo proveito do curso
que vai fazer. Tempo para estudar o primeiro passo para estudar consiste em reorganizar a vida de maneira
a abrir espaos para o estudo e planejar o seu tempo. Para descobrir tempo - a maneira mais prtica de descobrir o tempo
consiste em tomar uma folha de papel, anotar os diversos dias da semana, os diversos afazeres e os possveis espaos ociosos.
Programar a utilizao do tempo programar a utilizao dos espaos/horas que possam ser reservadas para o estudo.
Horrio de preparao para aula de posse do material de estudo o estudante dever ler previamente a matria que ser
desenvolvida durante a aula. Horrio das revises das aulas necessrio fazer revises, a imediata que se faz da aula
anterior e as globalizadoras corresponde anlise e sntese. O grande tempo de todo estudante o grande tempo so as aulas.
Como aproveitar o tempo das aulas - preciso freqenta-las, levar consigo material adequado ao trabalho do dia, guardar
-
36 Metodologia Cient ca
VERSO DA FICHA
silncio exterior para no distrair os outros e silencio interior no distraindo a si prprio, cordialidade de relacionamento:
professor e aluno. Como aproveitar o tempo em reunies de grupos o estudo em equipe muito proveitoso sob todos
os aspectos.
Aluna do 1 perodo do Curso de Geografi a Noturno, turma 96A:
Maria Maciel Santos
Procedimentos gerais para a elaborao do resumo informativo,
crtico e resenha digitada em editor de texto:
- papel branco, formato ofcio A4 (21 cm x 29,7 cm);
- as margens da folha devem ter 3 cm (esquerda e superior) e 2 cm
(direita e inferior);
- digitao na cor preta, em tamanho 12, nas fontes Times New
Roman ou Arial;
- redao com impessoalidade, objetividade, clareza e conciso;
- nico pargrafo (resumo informativo e crtico), com pargrafos
(resenha);
- espaamento simples na referncia bibliogrfica;
- espaamento 2 duplos, entre a referncia bibliogrfica e o contedo
do resumo;
- espaamento duplo no contedo do resumo (Texto);
- espaamento 2 duplos, entre o texto e as palavras-chave (resumo
informativo);
-
37Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
- as Palavras-chave, separadas entre si por ponto e finalizadas
tambm por ponto;
- colocar capa e folha de rosto: ver modelo;
- a organizao da referncia bibliogrfica de acordo com as normas
da ABNT NBR 6023.
Para organizao das referncias consultar o site: http://www.unit.
br/normasacademicas.asp (Normas para referncias, citaes e notas de
rodap).
Apresentamos, abaixo, os aspectos grficos e tamanhos de fonte
(indicados por T.F.) para elaborao do resumo.
-
38 Metodologia Cient ca
a) capa
-
39Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
b) folha de rosto
-
40 Metodologia Cient ca
c) resumo informativo (texto - observe os aspectos grficos)
-
41Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
d) resenha (texto - observe os aspectos grficos)
-
42 Metodologia Cient ca
Vocabulrio e leitura eficiente
Muita gente l mal porque no tem bom vocabulrio e no tem
bom vocabulrio porque l mal, o que se torna um crculo vicioso que
deve converter-se em crculo virtuoso, para todo aquele que aspira
atingir nvel de crescimento cultural.
O domnio cada vez mais amplo do vocabulrio enriquece nossa
possibilidade de compreenso e concorre para aumentar a velocidade na
leitura.
Mas como aumentar nosso vocabulrio? Decorando algum
dicionrio? Quem o fez em seu tempo de estudante, em eras que no
voltam mais, confessa que o trabalho era penoso; entretanto, acaba
agradecendo aos professores exigentes de seu tempo. Mas o melhor
recurso para aumentar o prprio vocabulrio , sem dvida, a leitura.
Como proceder ante uma palavra de sentido desconhecido, ou
que assume sentido novo em determinado contexto? Morgan e muitos
outros recomendam a imediata consulta aos dicionrios: A primeira
coisa procur-la num dicionrio. Por nossa parte, sugerimos que se
experimente no interromper a leitura ante um termo de sentido des-
conhecido; no raro, a seqncia do texto deixar bem claro o sentido
da palavra desconhecida; anote, pois, a palavra desconhecida em um
papel avulso, e continue a ler. Ao final de um captulo, apanhe o dicion-
rio para esclarecer todas as palavras anotadas como desconhecidas e
verifique o sentido que melhor se coaduna com o respectivo contexto.
Assim, durante a segunda leitura, em que se sublinham as idias princi-
pais e os pormenores importantes, todos os termos estaro claros e in-
corporados a nosso vocabulrio. Adote a sugesto da consulta imediata
ou a sugesto de no interromper a leitura cada vez que encontrar uma
palavra desconhecida. O fundamental que no se deve perder a opor-
tunidade de enriquecer o prprio vocabulrio pela preguia da busca de
palavras novas em algum dicionrio. Por certo, estaramos prejudican-
do a compreenso do texto e impedindo o prprio crescimento cultural.
Texto Complementar 3
-
43Tema 1 Metodologia Cient ca e tcnicas de estudo
Que dicionrio consultar? No se entende um estudante de nvel
superior que no tenha um bom dicionrio comum da lngua materna.
Mas h certas palavras que, embora incorporadas linguagem vulgar,
conservam ou assumem sentido especfico, definido pelas diversas
cincias, como botnica, a biologia, a medicina, a filosofia, e assim por
diante. Outras palavras no constam nos dicionrios comuns, mas to-
somente nos dicionrios de maior porte ou em dicionrios tcnicos das
diversas reas. O estudante deve adquirir um bom dicionrio dentro
de sua rea de especializao. Entretanto, as faculdades mantm
bibliotecas ricas em fontes de consulta, com grande variedade de
dicionrios e enciclopdias disposio de seus alunos. No preciso
que cada um compre enciclopdias carssimas para usar uma vez ou
outra; com o dinheiro de uma enciclopdia de generalidades monta-
se uma preciosa estante com obras da prpria especialidade, inclusive
com dicionrios tcnicos; e isto parece ser mais til.
RUIZ, Joo lvaro. Vocabulrio e leitura eficiente. In:
______. Metodologia Cientfica: guia para eficincia
nos estudos. 4. ed. So Paulo: Atlas, 1996. p. 41-42.
-
44 Metodologia Cient ca
-
2 Trabalhos acadmico-cient cos2.1 PESQUISA CIENTFICA/TICA E PESQUISA
2.1.1 Pesquisa cientfica
Vejamos.
A metodologia a maneira concreta de realizar a busca do
conhecimento desejado de forma racional e eficiente. Nesse contexto,
essa busca de conhecimento pode ser realizada atravs da pesquisa.
Segundo Andrade (2001, p. 121), a pesquisa pode ser definida como
um conjunto de procedimentos sistemticos baseado no raciocnio lgico que
tem o objetivo de encontrar solues para problemas propostos, mediante a
utilizao de mtodos cientficos.
O xito de uma pesquisa depende de certas qualidades intelectuais
e sociais do pesquisador, tais como (GIL, 1991, p. 20):
- Conhecimento do assunto a ser pesquisado;
- Curiosidade;
- Criatividade;
- Integridade intelectual;
-
46 Metodologia Cient ca
- Atitude auto-corretiva;
- Sensibilidade social;
- Imaginao disciplinada;
- Perseverana e pacincia;
- Confiana na experincia;
- tica.
Podemos ento apresentar a voc algumas caractersticas da pesquisa.
Quanto natureza, a pesquisa pode constituir-se em:
a) trabalho cientfico original: quando uma pesquisa realizada pela
primeira vez, trazendo novos conhecimentos para a comunidade
cientfica e para a sociedade;
b) resumo de assuntos: quando a pretenso no trazer novos
conhecimentos, mas a prtica metodolgica da pesquisa atravs de
trabalhos publicados por outros autores. Neste tipo de pesquisa o
objetivo reunir, analisar e discutir conhecimentos e informaes
de trabalhos j existentes.
Quanto aos meios para obteno das informaes temos:
a) Pesquisa documental: quando so utilizados documentos
que ainda no receberam tratamento analtico, ou seja, quando a
pesquisa realizada a partir de fontes primrias;
b) Pesquisa bibliogrfica: quando realizada a partir de fontes
secundrias, ou seja, a pesquisa desenvolvida atravs de material
j elaborado: livros e artigos cientficos;
c) Pesquisa de campo: quando realizada a partir de informaes
obtidas em campo, onde os fenmenos ocorrem em situao
natural;
d) Pesquisa de laboratrio: quando as informaes so obtidas em labo-
ratrio, buscando-se produzir ou reproduzir o fenmeno estudado, em
condies de controle.
-
47Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
Quanto aos objetivos da pesquisa, pode-se classific-las em:
a) Pesquisa exploratria: constitui-se numa pesquisa preliminar, cujo
principal objetivo buscar informaes sobre determinado assunto
ou descobrir um tema para estudo. Atravs da pesquisa exploratria
podemos, tambm, delimitar um tema, definir os objetivos ou formular
as hipteses de uma pesquisa. Ela considerada por alguns autores
como um estudo inicial para realizao de outro tipo de pesquisa;
b) Pesquisa descritiva: realizada para descrever fenmenos ou o
estabelecimento de relaes entre variveis. Procura-se observar, registrar,
analisar e interpretar os fenmenos utilizando-se de tcnicas padronizadas
de coleta de dados como o questionrio e a observao sistemtica;
c) Pesquisa explicativa: um tipo de pesquisa mais complexa, pois
procura um conhecimento mais profundo sobre o fenmeno estudado.
O principal objetivo identificar os fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrncia dos fenmenos, procurando explicar
a razo, o porqu das coisas. A pesquisa explicativa nas cincias
naturais caracteriza-se pela utilizao do mtodo experimental e
observacional nas cincias sociais.
Quanto abordagem na pesquisa, pode-se classific-las em:
a) pesquisa quantitativa: quando a abordagem est relacionada
quantificao de dados obtidos mediante pesquisa. Utiliza-se na
pesquisa de recursos e tcnicas estatsticas como: percentagem,
mdia, moda, mediana, desvio padro, coeficiente de correlao,
anlise de regresso etc.;
b) pesquisa qualitativa: quando no emprega procedimentos es-
tatsticos na abordagem da pesquisa. utilizada para investigar um
determinado problema de pesquisa, cujos procedimentos estatsti-
cos no podem alcanar devido complexidade do problema como:
opinies, comportamentos, atitudes dos indivduos ou grupo.
Conforme o enfoque nas diversas reas das cincias, h diferentes
classificaes de pesquisa. No h um nico referencial. A bibliografia sobre
Metodologia Cientfica apresenta grande nmero de tipos de pesquisa.
-
48 Metodologia Cient ca
Quanto obteno de informaes, Gil (1991, p. 45-62), apresenta a
seguinte classificao:
a) pesquisa bibliogrfica: quando desenvolvida a partir de
material j publicado, constitudo principalmente de livros, artigos
de peridicos e atualmente de material disponibilizado na Internet;
b) pesquisa documental: quando elaborada a partir de materiais que
no receberam tratamento analtico;
c) pesquisa experimental: quando se determina um objeto de
estudo, selecionam-se as variveis que seriam capazes de influenci-
lo, definem-se as formas de controle e de observao dos efeitos
que a varivel produz no objeto;
d) pesquisa ex-post-facto: quando o experimento se realiza depois
dos fatos; neste tipo de pesquisa so utilizados como experimentos
situaes que se desenvolveram naturalmente e trabalha-se depois
sobre elas como se estivessem submetidas a controles;
e) levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogao direta
das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer e, mediante
anlise quantitativa, obtm-se as concluses dos dados coletados;
f) estudo de caso: quando envolve o estudo profundo, detalhado
e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita
o seu amplo conhecimento;
g) pesquisa-ao: quando concebida e realizada em estreita
associao com a resoluo de um problema coletivo. Os
pesquisadores e participantes representativos da situao ou do
problema esto envolvidos de modo cooperativo ou participativo;
supe uma forma de ao planejada, de carter social, educacional
etc.;
h) pesquisa participante: quando se desenvolve a partir da interao
entre pesquisadores e membros das situaes investigadas; envolve
posies valorativas principalmente quando o estudo est voltado
para a investigao junto a grupos desfavorecidos, tais como:
operrios, camponeses, ndios etc.
-
49Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
importante ressaltar que h diferentes formas de
classificaes de pesquisa. No h um nico
referencial. A bibliografia sobre pesquisa cientfica
apresenta grande nmero de classificaes.
Segundo Lakatos e Marconi (1999, p. 21), o
critrio para a classificao dos tipos de pesquisa
depende do enfoque dado pelo autor e de
interesses, condies, campos, metodologia,
situaes, objetivos, objetos de estudo etc.
Os tipos de pesquisa nas diversas classificaes
no so estanques. Uma mesma pesquisa pode
estar, ao mesmo tempo, enquadrada em vrias
classificaes, desde que obedea aos requisitos inerentes a cada tipo.
Portanto, um pesquisador pode utilizar-se no estudo de um problema, por
exemplo: a pesquisa bibliogrfica, a pesquisa documental, a pesquisa de
campo, a pesquisa descritiva e a abordagem quantitativa.
Para a realizao de uma pesquisa cientfica de fundamental
importncia a utilizao de mtodos cientficos e tcnicas de pesquisa.
2.1.2 tica e Pesquisa
Pela Resoluo 196/96 de 10 de outubro de 1996 que estabelece
as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres
humanos no Brasil, o Ministrio da Sade (MS) via Conselho Nacional de
Sade (CSN) e Comisso Nacional de tica em Pesquisa (CONEP) criou os
Comits de tica e Pesquisa (CEPs) nas instituies que a realizam em todo
o pas, objetivando avaliar e autorizar projetos de pesquisa que envolva
seres humanos, possibilitando ao mesmo tempo uma ao consultiva e
educativa ao fomentar uma reflexo analtica e crtica em torno da tica
nas cincias (BRASIL, 1996).
Para tanto, foram estabelecidos princpios ticos que visaram o
reconhecimento de valores e direitos, levando em conta a no maleficncia,
a beneficncia, a autonomia e a justia, com o intuito de preservar a dignidade
humana. Nessa perspectiva a referida resoluo determinou, ainda, a
garantia da responsabilidade do pesquisador, patrocinador e instituio em
dar assistncia integral s complicaes e danos provenientes dos riscos
-
50 Metodologia Cient ca
da pesquisa, inclusive indenizatrios, cumprindo assim uma destinao
social e humanitria, com vantagens significativas e reduo do nus em
termos gerais e em especial no que se refere aos grupos vulnerveis.
Com o intuito de estabelecer critrios para o uso de seres humanos na
pesquisa cientfica, criou tambm um mecanismo pautado na participao
e aceitao voluntria dos termos da pesquisa, na forma de consentimento
informado em que o pesquisado por si ou seu representante, sabendo
da natureza da mesma, conseqncias e riscos, aceita o tratamento
proposto ou experimentao, especificando seus dados de identificao
e a manifestao legal da sua concordncia em participar como sujeito
da pesquisa. Constando ainda o seu grau de participao, bem como as
provveis dificuldades diretas e indiretas que possam ocorrer durante a
sua realizao, sob a denominao de Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
Cabe ao responsvel pela pesquisa suspend-la imediatamente, caso
perceba a possibilidade de risco ou dano sade do sujeito envolvido,
previsto ou no no referido termo, o qual, juntamente com o projeto de
pesquisa proposto, deve ser enviado ao CEP, para apreciao e julgamento
tico para somente, aps aprovao, ser colocado em prtica.
Com isso, o uso de seres humanos na pesquisa ficou obrigado ao
cumprimento dessa resoluo com a implantao dos CEPs em todo o
territrio nacional, visando o atendimento a pesquisadores e a submisso
de projetos de pesquisa nas diversas reas do conhecimento, atuando
tanto na forma interdisciplinar quanto na transdisciplinar, considerando os
valores e os preceitos ticos necessrios, alm de avaliar a documentao
prevista ao seu desenvolvimento com o objetivo de proteger e adequar o
bem-estar dos indivduos pesquisados.
Alm disso, em 05 de agosto de 1997, o Plenrio do Conselho
Nacional de Sade, amparado pela Lei no. 8.080 de 19 de setembro de
1990 e pela Lei 8.142 de 28 de dezembro desse mesmo ano, aprovou a
Resoluo CSN251/97 estabelecendo as normas de pesquisa envolvendo
seres humanos quanto ao uso de novos frmacos, medicamentos, vacinas
e testes diagnsticos (BRASIL, 1997).
Desse modo, a tica na pesquisa cientfica ampliou suas fronteiras
aos vrios campos do saber pautando-se tanto no contexto da biotica
(tica aplicada ao campo mdico e biolgico), quanto no da diversidade
-
51Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
cultural da sociedade global, considerando, ainda, o Cdigo de tica e
os direitos humanos consolidados nas Cincias Humanas, bem como os
cuidados necessrios publicao dos resultados obtidos com a pesquisa,
principalmente com o intuito de evitar concluses constrangedoras e/ou
humilhantes que possam de algum modo gerar conflitos ou trazer prejuzos
e inconvenientes aos sujeitos pesquisados.
2.2 PESQUISA BIBLIOGRFICA E NORMAS DE REFERNCIAS, CITAES E NOTAS DE RODAP
2.2.1 Pesquisa bibliogrfica
Caro aluno, tendo em vista ser a pesquisa bibliogrfica uma atividade
de aprendizagem, produo e aprimoramento do conhecimento e, bastante
solicitada por professores, resolvemos prestar maiores explicaes a
respeito dos procedimentos metodolgicos para a sua elaborao.
A pesquisa bibliogrfica realizada com o objetivo de explicar
um problema atravs de referenciais escritos. Pode constituir-se como
um trabalho em si mesmo ou como parte da pesquisa descritiva ou
experimental. Tambm de grande importncia no processo de elaborao
e composio de monografias.
Para a sua elaborao devemos percorre as seguintes fases:
Escolha do tema
Poder ser da escolha do aluno ou indicado pelo professor, devendo levar
em considerao o tempo disponvel para realizao da pesquisa, disponibilidade
de material para consulta, interesse pelo assunto a ser trabalhado, relevncia
para o aprendizado, rea de conhecimento e/ou sociedade.
Delimitao do tema
O tema no poder ficar aberto ou vago. Dever ser escolhido um
aspecto do tema para ser trabalhado. Assim sendo, na delimitao do
tema necessrio definir sua extenso, profundidade e tipo de enfoque
(biolgico, pedaggico, estatstico etc.). Tambm, dever delimit-lo no
tempo e no espao.
-
52 Metodologia Cient ca
Exemplo: Tema: Evaso escolar
Delimitao do tema: A evaso escolar no ensino fundamental, no
municpio de Aracaju, na dcada de 1970.
Plano de trabalho
Antes de iniciar a pesquisa, necessria a elaborao do plano de
trabalho, que poder ser provisrio. Nele dever constar o direcionamento da
pesquisa, apresentando os tpicos dos assuntos que sero trabalhados.
Coleta de dados
Escolhido e delimitado o tema e elaborado o plano de trabalho, ini-
cia-se a coleta de dados atravs das fontes secundrias que so fontes de
segunda mo como: livros, revistas etc. Tambm, dependendo da comple-
xidade do tema, poder utilizar-se de fontes primrias que so fontes de
primeira mo, tais como: autobiografias, dirios, materiais estatsticos etc. A
maioria dessas fontes encontra-se nas bibliotecas e, tambm, na internet.
Localizao das informaesDe posse do material coletado, o aluno dever localizar as informaes
pertinentes ao assunto que ser trabalhado, atravs das leituras:
a) leitura de reconhecimento: realizada para a seleo do material que ser estudado, ocorre no momento da coleta dos dados;b) leitura seletiva: constitui-se numa primeira leitura rpida do contedo buscando uma viso geral do texto para saber se realmente atende ao assunto;c) leitura analtica: realizada para uma maior compreenso do texto, des-cobrindo sua lgica interna e estruturao. Buscam-se, tambm, as idias, argumentaes e demonstraes apresentadas pelo autor do texto;d) leitura interpretativa: o objetivo avaliar e julgar o contedo do texto e buscar, tambm, as informaes que podero contribuir para a pesquisa.
Documentao dos dadosNo momento da seleo e leitura do material necessrio que o aluno
faa a documentao do mesmo que pode ser feita atravs do fichamento que tem como funo colocar disposio do pesquisador uma srie de informaes distribudas numa gama enorme de obras j consultadas.
-
53Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
Seleo do materialUma vez documentados os dados, o aluno dever agora selecionar
os contedos das fichas que sero utilizados na elaborao da redao do trabalho.
Redao do trabalhoGeralmente, na graduao, a redao do trabalho iniciada pelo
desenvolvimento, seguida pelas demais partes, sendo necessrio que, ao final da redao, seja feita uma leitura para verificar a ocorrncia de algum erro de redao e estrutura lgica do contedo.
RefernciasNo final do trabalho devero constar as referncias bibliogrficas
que foram utilizadas seguindo as normas da ABNT- NBR 6023 (http://www.unit.br/normasacademicas.asp).
Estrutura do Trabalho de Graduao
Mas como realiz-lo?
Vejamos.
A estrutura que vamos apresentar indicada para o trabalho de
pequeno porte que poder ser solicitado por professores no decorrer do
curso, tal como a pesquisa bibliogrfica.
Estrutura:
a) A capa deve conter: nome da instituio, o curso, a disciplina, o
professor da disciplina, ttulo, subttulo (se houver), nome do autor,
local e ano da concluso do trabalho;
b) O sumrio deve apresentar as partes que compem o trabalho,
com as respectivas numeraes das pginas.
c) A introduo a parte inicial do texto, devendo apresentar o
assunto, a delimitao do tema, os objetivos, a justificativa e os
procedimentos metodolgicos;
O prazer de ver um trabalho bem estru
turado.
-
54 Metodologia Cient ca
d) O desenvolvimento compreende o contedo com idias,
argumentaes e demonstraes, estruturadas de forma lgica;
e) A concluso deve ser breve, apresentando a sntese dos resultados.
No deve conter nenhum elemento novo no discutido na parte do
desenvolvimento;
f) Nas referncias so indicadas as fontes consultadas e referenciadas
no corpo do trabalho. Segue a norma da ABNT-NBR 6023 (UNIT:
http://www.unit.br/normasacademicas.asp);
g) O apndice e/ou anexo (se houver) corresponde a documentos
complementares que servem de fundamentao, comprovao ou mesmo
ilustram o trabalho. Os apndices correspondem ao material elaborado
pelo autor do relatrio, j os anexos so materiais de autoria de terceiros.
Redao, apresentao e aspectos Grficos
Quanto redao, forma de apresentao da folha e disposio do
texto, de fundamental importncia que os trabalhos de graduao, tais
como: a pesquisa bibliogrfica, o relatrio etc. apresentem:
a) redao do trabalho
Dever utilizar a linguagem tcnica, denotativa, objetiva, concisa,
sempre fugindo do vulgar. redao, na impessoalidade, utilizando a 3
pessoa do singular e o uso do pronome impessoal se. Evita-se construir
frases muito longas, repetio de idias, pedantismo, grias e termos
vagos, imprecisos e ambguos.
b) tamanho das folhas
Usa-se o papel branco, formato A4 (21cm x 29,7cm)
c) numerao das pginas
Todas as folhas, a partir da folha de rosto, devero ser contadas, mas
no numeradas. A numerao colocada a partir da primeira folha da parte
textual. Os nmeros devero ser em arbico e localizados no canto superior
-
55Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
da folha, direita em fonte tamanho 10. Os anexos e apndices (se houver),
tambm devem ser numerados.
d) fonte
Times New Roman ou Arial em tamanho 12 para o corpo do trabalho
(texto). As citaes (com mais de 3 linhas), em tamanho 10 ou 11. Para os
ttulos, utilizar tamanho 18; subttulo tamanho 14; item tamanho 12 e para
nota de rodap tamanho 10.
e) espaamento entre as linhas
Dever ser utilizado o espaamento duplo em todo o texto. Nas
citaes com mais de trs linhas utilizar espaamento simples. Entre os
ttulos, sees e o texto utilizar 2 duplos.
f) Captulos e sees
Todos os captulos devero ser iniciados em uma nova folha. O
indicativo numrico de uma seo precede seu ttulo com alinhamento
esquerdo e separado por um espao de caractere.
Os ttulos sero centrados na margem superior esquerda. Os
ttulos sem indicativo numrico devero ser centrados. Os ttulos das
sees primrias devero ser escritos em caixa-alta e negrito. Nas sees
secundrias, caixa-alta apenas na primeira letra de cada palavra sem negrito,
j s tercirias em diante, caixa alta somente na primeira letra sem negrito.
g) margens
A uma apresentao esttica do trabalho devem-se respeitar as
margens: 3 cm (superior e esquerda) e 2 cm (direita e inferior).
A margem para incio de pargrafo dever ser de 2 cm, aps a
margem da pgina.
Normas de referncias, citaes e notas de rodap
Acessar o site da Unit: http://www.unit.br/normasacademicas.asp.
Vejamos o modelo de capa e folha de rosto:
-
56 Metodologia Cient ca
a) capa
-
57Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
b) folha de rosto
-
58 Metodologia Cient ca
2.3 ARTIGO E RELATRIO TCNICO-CIENTFICO
2.3.1 Artigo tcnico-cientfico
O artigo cientfico constitui-se num trabalho escrito que trata sobre um
determinado assunto e que apresenta e discute idias, mtodos, tcnicas e
resultados de trabalhos nas diversas reas do conhecimento cientfico.
O artigo cientfico tem por finalidade a difuso de informaes sobre
pesquisas realizadas, apresentando os resultados alcanados.
Estrutura Formal do Artigo Cientfico
Segue a NBR 6022/2003, ABNT e orientaes da Universidade
Tiradentes.
Elementos:
a) pr-textuais
b) textuais
c) ps-textuais
ESTRUTURA ELEMENTO
Pr-textuais
Ttulo e subttulo (se houver)
Nomes (s) do (s) autor (es)
Nome do orientador
Resumo na lngua do texto
Palavras-chave na lngua do texto
Textuais
Introduo
Desenvolvimento
Concluso
Ps-textuais
Referncias
Apndice (s) (opcional)
Anexo (s) (opcional)
-
59Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
Elementos pr-textuais
importante ressaltar que na primeira folha do artigo cientfico
devem constar somente os elementos pr-textuais e, os mesmos, no
devem ultrapassar esta folha.
Ttulo e subttulo (se houver) do artigo
Deve constar no cabealho da pgina inicial do artigo e na lngua do
texto, centralizado.
Autor
Nome do autor do artigo com iniciais em maisculas e, logo abaixo,
nome do curso de graduao (centralizado). O nome deve ser antecedido
pela palavra: Autor.
Orientador
Nome do orientador com iniciais maisculas e sua titulao, ltimo
grau acadmico (centralizado). O nome deve ser antecedido pela palavra:
Orientador.
Resumo na lngua do texto
O resumo vem logo aps o nome do orientador, apresentando de
forma concisa, clara, objetiva e impessoal o contedo do trabalho (artigo), no
ultrapassando 250 palavras e em pargrafo nico, conforme a NBR 6028, ABNT.
Deve apresentar o objetivo geral, a metodologia, os resultados significativos e
concluses. Deve, antes de iniciar o texto, colocar a palavra: RESUMO.
Palavras-chave na lngua do texto
Devem ser colocadas logo abaixo do resumo. De acordo com a NBR
6022/2003 (ABNT), as palavras-chave devem ser colocadas abaixo do resumo,
antecedidas da expresso PALAVRAS-CHAVE: separadas entre si por ponto e
finalizadas tambm por ponto. O mximo de cinco palavras-chave.
-
60 Metodologia Cient ca
Elementos textuais
Introduo
Deve apresentar a delimitao do assunto, os objetivos (geral
e especficos), as questes norteadoras ou hipteses, a justificativa, a
metodologia utilizada (mtodos, tcnicas e materiais) e outros elementos
necessrios para situar o tema do artigo cientfico.
Desenvolvimento
Exposio e demonstrao, discusso e avaliao dos resultados
do estudo. Apresentando objetividade, impessoalidade, conciso e
clareza. Pode ser dividido em sees e subsees. Os ttulos das sees e
subsees so definidos pelo autor. O desenvolvimento pode ser dividido
em duas partes: a primeira refere-se ao referencial terico, uma pesquisa
bibliogrfica sobre o assunto (elaborar ttulo para este item). A segunda
corresponde parte prtica da pesquisa (pesquisa de campo ou laboratrio),
apresentando a anlise e os resultados do problema pesquisado (elaborar
ttulo para este item).
Concluso
Parte obrigatria e final do texto, devendo ser breve e apresentando
a sntese dos resultados. No deve conter nenhum elemento novo no
discutido na parte do desenvolvimento, atentando-se para um discurso
breve, conciso e convincente quanto qualidade do contedo exposto.
Elementos ps-textuais
Referncias
Corresponde a uma lista das fontes consultadas e referenciadas no
trabalho. Os registros devem obedecer s normas da ABNT, NBR 6023
(atualizada). Na elaborao das referncias indispensvel a honestidade
do autor do trabalho, para no excluir da lista obras que foram utilizadas
-
61Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
no texto e que no lhe pertencem. A lista de referncia deve ser organizada
por sobrenome e em ordem alfabtica.
Apndice (s)
Corresponde a documentos complementares que servem de
fundamentao, comprovao ou mesmo ilustram o trabalho, como:
fotografias, folder, instrumento de entrevista, desenhos, figuras, grficos,
quadros, tabelas, mapas etc., e pertencem ao autor do trabalho. So
identificados por letras maisculas consecutivas, travesso e pelos
respectivos ttulos para identific-los.
Anexo(s)
Corresponde a documentos complementares que servem de
fundamentao, comprovao ou mesmo ilustram o trabalho, como:
fotografias, folder, figuras, grficos, quadros, mapas etc., e pertencem a
terceiros. So identificados por letras maisculas consecutivas, travesso
e pelos respectivos ttulos para identific-los.
Vejamos os aspectos grficos:
-
62 Metodologia Cient ca
a) elementos pr-textuais
-
63Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
b) elementos textuais
-
64 Metodologia Cient ca
-
65Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
-
66 Metodologia Cient ca
-
67Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
-
68 Metodologia Cient ca
c) elementos ps-textuais
-
69Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
-
70 Metodologia Cient ca
2.3.2 Relatrio tcnico-cientfico
Vejamos.
Outro tipo de trabalho acadmico consiste no relatrio.
Podemos definir o relatrio como um documento formal que expe, de
forma lgica e sistemtica, informaes sobre um determinado assunto, devendo
apresentar concluses e/ou recomendaes. O principal objetivo relatar sobre
experincias vivenciadas durante um perodo determinado de aprendizagem.
Existem vrios tipos de relatrios. Quando o relatrio for realizado
para a concluso de curso voc dever utilizar-se dos manuais de concluso
de curso da universidade Tiradentes. Mas, existem relatrios de pequeno
porte que so solicitados pelos professores durante o decorrer do seu
curso, sendo os relatrios mais usuais: viagem; visita tcnica e evento.
A estrutura do relatrio de viagem; visita tcnica e evento apresentam
semelhanas, estando constitudo em:
A capa deve conter: nome da instituio, o curso, a disciplina, o professor da disciplina, ttulo, subttulo (se houver), nome do autor,
local e ano da concluso do relatrio;
A folha de rosto: elemento obrigatrio para identificao do Relatrio, devendo constar o nome do autor; ttulo do trabalho, e
subttulo (se houver); objetivo do trabalho; o nome da instituio a
que submetido; nome do orientador, local (cidade) da instituio
onde deve ser apresentado; ano de depsito (da entrega);
O sumrio deve apresentar as partes que compem o relatrio, acompanhadas da numerao das pginas;
A lista de ilustraes elemento opcional que consiste na relao de ilus-traes, na ordem em que se apresentam no texto, sendo cada item de-
signado por seu nome especfico e acompanhado do respectivo nmero
da pgina. Geralmente, elabora-se lista prpria para cada tipo de ilustrao
(grfico, fotografia, mapa, desenho, fluxograma, organograma e outros);
A lista de tabelas e/ou quadros elemento opcional que consiste na relao das tabelas e/ou quadros, na ordem em que se apresentam
no texto, sendo cada item designado por seu nome especfico e
acompanhado do respectivo nmero da pgina.
-
71Tema 2 Trabalhos acadmico-cient cos
A introduo a parte inicial do texto, devendo apresentar o tema, os objetivos, a justificativa,
os procedimentos metodolgicos, o local e o
perodo de realizao da atividade;
O desenvolvimento compreende o relato e anlise das atividades desenvolvidas e obser-
vadas;
A concluso deve ser breve, apresentando a sntese dos resultados. Poder apresentar sugestes e recomendaes;
Nas referncias so indicadas as fontes consultadas e referenciadas no corpo do trabalho. Segue a norma da ABNT-NBR 6023;
O apndice e/ou anexo (se houver) corresponde a docume