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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS FRANCINY ROZO RELATÓRIO DE ANÁLISE ESTRATÉGICA BASEADO NA METODOLOGIA DO BALANCED SCORECARD BSC São José 2014

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Page 1: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FRANCINY ROZO

RELATÓRIO DE ANÁLISE ESTRATÉGICA BASEADO NA METODOLOGIA DO

BALANCED SCORECARD – BSC

São José

2014

Page 2: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FRANCINY ROZO

RELATÓRIO DE ANÁLISE ESTRATÉGICA BASEADO NA METODOLOGIA DO

BALANCED SCORECARD – BSC

Trabalho elaborado para a disciplina de Estágio III do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José - USJ. Orientador: Prof.ª Stela Bueno

São José

2014

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ROZO, Franciny. Relatório de analise estratégica baseado na metodologia

do Roz 893r Balanced Scorecard - BSC. / Franciny Rozo. Florianópolis (SC), 2014.

73p. ; 30cm.

Orientado por: Prof. Stela Bueno Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) apresentado a Fundação Educacional de São José, Centro Universitário Municipal de São José, Curso de Ciências Contábeis. 1. Contabilidade. 2. Governança Corporativa - BSC. I. Titulo. CDD: 330 CDU: 657

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FRANCINY ROZO

RELATÓRIO DE ANÁLISE ESTRATÉGICA BASEADO NA METODOLOGIA DO

BALANCED SCORECARD – BSC

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito Parcial para obtenção do

grau de bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São

José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

Banca Examinadora:

Orientadora ___________________________________________

Prof. Stela Bueno.

Avaliador: ___________________________________________

Prof. Prof. Isair Sell, MSc.

Avaliador: ___________________________________________

Prof. Carlos Alberto Freitas, MSc.

São José, 24 de Junho de 2014.

Page 5: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

DEDICATÓRIA

Dedico а Deus, por proporcionar a vida, meu mentor e guia, que me ampara nos momentos aflições e angústia, ао mеυ pai Marco A. Rozo, que não mediu

esforços para me tornar um pessoa melhor intelectualmente e moralmente, minha mãe Edna Rozo que dedicou sua vida ao próximo, ao meu namorado que se

mostrou verdadeiro companheiro, aos demais familiares e amigos que se abstiveram de minha presença por um bem maior e aos meus professores que se dispuseram a

disseminar seus conhecimentos.

Page 6: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus que me deu a oportunidade a vida terrena, a oportunidade de adquirir conhecimento e evoluir intelectualmente, não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos dessa vida.

A esta universidade, e o corpo docente, que me proporcionaram conhecimento, o desenvolvimento do caráter е da educação no processo de formação profissional. E principalmente aos professores que diretamente se dedicaram a mim, os quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos.

À minha orientadora Prof. Stela Bueno, pelo suporte no pouco tempo qυе lhe coube, pelos seus incentivos, apoio е confiança.

As amigas Marina, Camila e Juliana que se dispuseram a me ajudar no momento mais crítico, que acreditaram ser possível o desenvolvimento e entrega deste trabalho.

Ao mеυ pai Marco A. Rozo pelas palavras de incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço e pelos seus esforços em todos esses anos de vida para me tornar uma pessoa melhor.

A minha mãe Edna Rozo e avós Ribeiro e Lídio que em seus últimos anos de vida me ensinaram na dificuldade ser uma pessoa mais forte.

Obrigada aos meus amigos, irmãos, cunhada, sogra, sobrinhas e afilhados, que nos momentos da minha ausência dedicados ао estudo superior, sempre fizeram entender qυе о futuro é feito а partir da constante dedicação no presente.

Meus agradecimentos аоs amigos e companheiros que fizeram parte da minha formação е qυе vão continuar presentes em minha vida como eternos amigos.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о mеυ muito obrigada!

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Seja senhor da sua vontade e escrevo da sua consciência. Aristóteles

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RESUMO

O objetivo central do estudo é apresentar a implantação da metodologia do Balanced Scorecard como ferramenta de gestão estratégica na empresa CSC – Central de Serviços Compartilhados S/A, que buscou estruturar a empresa de maneira a atender as solicitações dos seus acionistas e empreendimentos-cliente de uma gestão plena dos negócios. O trabalho procurar enfocar a construção de um referencial teórico para fundamentar a aplicação da metodologia do Balanced Scorecard adotada como principal ferramenta para o relatório de análise estratégica. A principal fonte de dados se tornou o profissional da contabilidade que possui a competência para administrar as informações e gerenciá-las de maneira a contribuir para a gestão estratégica da organização, com o suporte do sistema de informações gerenciais A metodologia utilizada para esse trabalho teve uma abordagem predominante qualitativa. A técnica adotada foi o estudo de caso, e a ferramenta aplicada foi a entrevista; os dados foram coletados e analisado na empresa escolhida. O estudo apresentar a aplicação da teoria adotando um exemplo prático de como se estrutura a ferramenta do BSC no seu processo de implantação caracterizando as etapas de planejamento, execução e controle. Portanto o estudo possibilita a reflexão, em um primeiro momento, sobre o novo perfil do profissional da contabilidade às exigências do mercado atual frente as novas tecnologias e a busca por agregar novos conhecimentos para manter-se com diferencial competitivo no mercado. Um segundo momento possibilita a reflexão sobre o fato que a metodologia do Balanced Scorecard requer dados extraídos da contabilidade para quantificar os objetivos estratégicos. PALAVRAS-CHAVES: BSC. Balanced Scorecard. Planejamento Estratégico. Contabilidade Gerencial. SIG. Governança Corporativa.

Page 9: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO....................................................................................... 10

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................ 12

1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 12

1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12

2 METODOLOGIA ................................................................................................. 14

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 14

2.2 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS .................................................................... 15

2.3 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................................... 16

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 17

3.1 CONTABILIDADE ............................................................................................... 17

3.2 CONTABILIDADE GERENCIAL ......................................................................... 18

3.3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ............................................................................. 20

3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS (SIG) .......................................... 21

3.5 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .................................................................... 22

3.6 GOVERNANÇA COORPORATIVA ..................................................................... 24

3.6.1 Os Princípios da Governança Corporativa ................................................. 26

3.6.2 Adesão às Práticas de Governança Corporativa ....................................... 26

4 BALANCED SCORECARD ................................................................................ 27

4.1 OBJETIVO DO BSC ........................................................................................... 28

4.2 OS QUATROS PROCESSOS DO BALANCED SCORECARD .......................... 30

4.3 PERSPECTIVAS DO BSC .................................................................................. 31

4.3.1 Financeira ...................................................................................................... 33

4.3.2 Clientes .......................................................................................................... 35

4.3.3 Processos internos....................................................................................... 37

4.3.4 Aprendizado e Crescimento ........................................................................ 38

Page 10: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

4.4 MAPA ESTRATÉGICO E A RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO .......................... 39

4.4.1 Criação de valor para a empresa ................................................................. 41

4.5 PAINEL DE CONTROLE/CONTRIBUIÇÃO ........................................................ 41

4.6 INDICADORES DE DESEMPENHO ................................................................... 41

4.7 PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO ....................................................................... 42

5 O BALANCED SCORECARD E A CONTABILIDADE GERENCIAL ................ 43

6 ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 45

6.1 CSC ENERGIA ................................................................................................... 45

6.1.1 O Negócio ...................................................................................................... 46

6.1.2 Benefícios ...................................................................................................... 46

6.1.3 A Equipe ........................................................................................................ 46

6.1.4 Modelo de gestão ......................................................................................... 46

6.1.5 Estruturas de Processos .............................................................................. 47

6.1.6 Contratação e Faturamento ......................................................................... 47

6.1.7 Governança ................................................................................................... 47

6.1.8 Processo Decisório ...................................................................................... 48

6.1.9 Informações Gerenciais ............................................................................... 48

6.2 CSC ENERGIA E O BALANCED SCORECARD ................................................ 48

6.3 A ESTRUTURA DO RAE .................................................................................... 49

6.3.1 Mapa estratégico e a relação de causa e efeito ......................................... 49

6.3.2 Painel de Controle ........................................................................................ 51

6.3.2.1 Indicadores Chaves .................................................................................... 53

6.3.3 Painel de Contribuição ................................................................................. 61

6.3.4 Controles internos ........................................................................................ 64

6.4 RESULTADOS PARA EMPRESA E SEUS ACIONISTAS .................................. 64

6.5 RESULTADOS PARA CONTABILIDADE ........................................................... 65

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 66

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 67

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10

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta a implantação da metodologia do BSC ao relatório de

análise estratégica através do estudo de caso na empresa CSC – Central de

Serviços Compartilhados S/A seguindo os pressupostos da Contabilidade. A opção

por trabalhar na CSC foi a oportunidade de acompanhar o processo de

implementação da metodologia. Via de regra a ferramenta do BSC utiliza as

informações da contabilidade, este trabalho propõe apresentar argumentos que de

suporte para que em algum momento essa metodologia do BSC passe a se integrar

como recurso da contabilidade.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A Contabilidade, sendo umas das ciências mais antigas, veio acompanhando

o desenvolvimento do mundo e se aperfeiçoando na sua essência de conhecer,

controlar e mensurar o patrimônio, transformando os fatos do cotidiano das

organizações em informações que auxiliam os gestores nas tomadas de decisão.

Manter-se atualizado é condição para permanência do profissional da

contabilidade no mercado de trabalho, portanto, se faz necessário agregar

conhecimentos que lhe permita manter-se com um diferencial competitivo da área.

Da mesma forma que para o profissional contador, as empresas precisam

desenvolver mecanismos que respondam, de forma eficiente, as exigências

competitivas do mercado atual. Estas não estão baseadas somente nos resultados

financeiros, estão voltados, inclusive, para a criação de valores futuros, onde a

organização possa se manter mais tempo no mercado com resultados positivos ao

mesmo tempo em que se diferencia dos seus concorrentes.

É importante, para uma empresa que se propõe ser competitiva, investir em

sistemas de informação que lhe permita atingir metas e objetivos. Uma boa visão

estratégica e um bom acompanhamento da informação mantém a empresa em um

rol mais competitivo.

Robert Kaplan e David Norton pensado nisso criaram uma ferramenta,

primeiramente, de mensuração de informações por indicadores financeiros e não-

Page 12: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

11

financeiros e, posteriormente, como ferramenta de gestão estratégica dentro de

perspectivas que alcançam todos os níveis de uma empresa, ou seja, o estratégico,

tático e operacional, onde pode ser analisado o desempenho passado, atual e

futuro.

A metodologia do Balanced Scorecard propõe o equilíbrio balanceado entre

os valores financeiros e os valores intangíveis, onde o desempenho financeiro é

monitorado ao mesmo tempo em que se acompanha o progresso na construção da

capacidade e na aquisição dos ativos intangíveis necessários para o crescimento

futuro.

O Balanced Scorecard – BSC, a partir de uma visão integrada e balanceada

da organização, tem por objetivo descrever, implementar e gerenciar estratégia em

todos os níveis de uma empresa através do alinhamento de objetivos, iniciativas e

indicadores da estratégia da organização (KAPLAN; NORTON, 1997, p. 8).

A proposta é traduzir a missão e a estratégia da empresa a todos os níveis da

organização, onde cada um possa compreender seu papel e saiba o que fazer e de

que maneira suas ações podem impactar no desempenho da organização, e no

atingimento dos objetivos traçados na estratégia. Para o nível gerencial o BSC se

torna uma ferramenta de controle de desempenho da organização, auxilia no

controle das atividade e na tomada de decisões.

O tema a ser apresentado nesse trabalho se refere a implementação da

metodologia do Balanced Scorecard – BSC, no relatório de análise estratégica para

empresas do segmento de usinas hidroelétricas.

A contabilidade gerencial aliada ao sistema de informação, a aplicação das

melhores práticas de governança corporativa e a utilização da metodologia

estratégica do Balanced Scorecard, trouxe uma solução prévia para essa questão,

capaz de proporcionar agilidade nas informações permitindo a visualização dos

diferentes níveis organizacionais.

Para obter bons resultados recomenda-se o acompanhamento dos processos

que englobam a geração de missão, valores, objetivos, indicadores, perspectivas,

clientes, pessoas, colaboradores, mercado interno e externo. O acompanhamento

eficaz de todos esses processos tende a proporcionar um excelente resultado,

conseguindo alcançar o objetivo final.

A problemática desse trabalho está em: Como otimizar as informações em

uma única ferramenta baseada na metodologia do BSC?

Page 13: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

12

Para atender a necessidade de uma gestão plena do nível estratégico, foi

tomada a decisão de implantar a metodologia Balanced Scorecard no relatório de

análise estratégica, substituindo diversas planilhas em um único sistema.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Este trabalho se propõe a apresentar a implantação do Balanced Scorecard

como principal ferramenta de gestão estratégica.

1.2.2 Objetivos específicos

Identificar como se deu o processo de implantação da metodologia do

Balanced Scorecard.

Construir uma referência conceitual sobre as disciplinas utilizadas como

base para aplicação do método BSC na empresa.

Descrever as etapas de planejamento, execução e controle da metodologia

do BSC.

Apresentar os resultados preliminares e a visão dos principais

interessados.

1.3 JUSTIFICATIVA

Considerando

A solicitação de maior controle e de uma gestão plena, por partes dos

acionista e gestores das entidades administradas pela empresa.

A dificuldade de acesso e a complexidade das informações para o controle

e tomada de decisão.

A necessidade de reestruturação do processo de gestão da empresa,

A rotina utilizada, composta de várias planilhas, com diversas informações,

em diversos âmbitos principalmente contábeis e financeiros.

Page 14: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

13

A opção da empresa em implantar o BSC como ferramenta para viabilizar

a gestão plena do negócio.

A extração das informações da contabilidade

A possibilidade de atuação de um profissional da contabilidade na equipe

Justifica-se, a realização desse estudo de caso para apresentar uma solução

prévia as considerações apresentadas.

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14

2 METODOLOGIA

A metodologia em uma pesquisa científica apresenta o caminho e as práticas

utilizadas para apresentação teórica do estudo realizado pelo pesquisador em

resposta ao objeto de estudo proposto.

Conforme Silva e Menezes (2000, p. 22):

Pesquisa científica seria, portanto, a realização concreta de uma investigação planejada e desenvolvida de acordo com as normas consagradas pela metodologia cientifica. Metodologia cientifica entendida como um conjunto de etapas ordenadas dispostas que devem ser vencidas na investigação de um fenômeno.

As diretrizes em que o estudo será seguindo estão determinadas na

metodologia do trabalho cientifico, auxiliando a quem lê compreender os métodos

aplicados.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

O presente projeto tem por objetivo apresentar todo o processo de

implementação do relatório de análise estratégica da empresa CSC – Central de

Serviços Compartilhado S.A, propondo, o tema, o problema, os objetivos, a

justificativa, a fundamentação teórica, metodologia, coleta e análise dos dados e

delimitação do tema.

Seguindo os critérios de classificação da pesquisa proposto por Gil (1999), a

natureza do trabalho será pesquisa básica, a abordagem do problema predominante

qualitativa, de forma descritiva, terá o embasamento teórico coletado através de

pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e o estudo de caso através da análise

prática dos conceitos teóricos e entrevista.

Segundo Silva e Menezes (2005, p. 20) a pesquisa de natureza básica

“objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação

prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. Complementado, Simon

(1979) entende por "pesquisa básica" aquela que acumula conhecimentos e

Page 16: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

15

informações que podem eventualmente levar a resultados acadêmicos ou aplicados

importantes, mas sem fazê-lo diretamente.”

A predominância da abordagem qualitativa deve-se ao fato que os dados

coleados não se definiram exatamente por números. Para Silva e Menezes (2005, p.

20) a pesquisa qualitativa é:

A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave.

A pesquisa qualitativa traduz o que não pode ser mensurado, considerando a

particularidade de cada estudo, onde o pesquisador deve observa-lo mais de perto,

tendo uma participação mais efetiva.

Para GIL (2008, p. 28) a pesquisa de forma descritiva tem como objetivo a:

Descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

A pesquisa descritiva aborda um tema já conhecido, mas sua contribuição

está em uma nova perspectiva sobre a realidade existente.

Uma das técnicas aplicadas nesse projeto é o estudo de caso. Yin (2001, p.

32) define “um estudo de caso é uma observação empírica que investiga um

fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente

quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”

O estudo de caso é uma técnica investigativa de uma situação ou algo

especifico, que busca encontrar as características e o que há de essencial no objeto

estudado. O estudo de caso ajuda também na busca de novas teorias e questões

que serviram como base para futuras investigações.

2.2 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados apresentados serão coletados a partir de documentos extraídos da

empresa estudada, da entrevista realizada com o diretor que implementou o projeto.

Page 17: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

16

A análise dos dados se dará através do confronto entre os conceitos teóricos e a

prática realizada pela empresa.

2.3 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO

A delimitação do estudo estará com base nos objetivos específicos

apresentado no trabalho, ou seja, no processo de implementação, seus principais

indicadores de desempenho e os resultados preliminares.

A pesquisa limita-se a um único estudo de caso, da CSC – Central de

Serviços Compartilhados S.A., empresa prestadora de serviços focada no setor de

energia elétrica. Outros estudos podem ser desenvolvidos e aprofundados.

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17

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica apresenta a ideia de outros autores sobre os

aspectos teóricos da pesquisa aplicado nesse estudo. De acordo com Mello (2006,

p. 86), “deve servir de base para a análise e interpretação dos dados coletados na

fase de elaboração do relatório final”.

3.1 CONTABILIDADE

A Contabilidade é umas das ciências sociais mais antigas do mundo, que

surgiu da necessidade de conhecer, mensurar e controlar o patrimônio, termo que

era utilizado para as heranças recebidas pelos filhos.

Com o aumento do seu patrimônio ou de suas posses o homem passou a se

preocupar em saber o valor do que possuía, como poderia aumentar e negociar com

os outros. Para gravar e gerar essas informações apenas a memória não era o

suficiente, então houve a necessidade de criar os registros, acredita-se que os

primeiros registros contábeis surgiram com a escrita.

A partir disso o mundo veio evoluindo a cada século, com o surgimento da

industrialização, do comércio e o aumento das riquezas a Contabilidade veio se

aperfeiçoando para atender as necessidades de seus usuários, e nos últimos

tempos para atender o fisco, principalmente no Brasil, com as obrigações

acessórias. Com a modernização e globalização as informações ficaram mais fáceis

de serem registradas e acessadas, o que tornou o trabalho do contador menos

operacional e mais gerencial

Para compreender melhor o papel da Contabilidade, alguns autores a

conceituam.

Barros (2002, p. 01) a define como:

(…) uma ciência social que estuda e pratica as funções de controle e de registro relativas aos atos e fatos da Administração e da Economia. Mais especificamente, trata-se do estudo e do controle do patrimônio das entidades (empresas). Isso é feito por meio dos registros contábeis dos fatos e das respectivas demonstrações dos resultados produzidos.

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18

O objetivo da contabilidade está na criação de um banco de dados onde as

informações possam ser extraídas dos registros e atenderem a todos os usuários ou

apenas a empresa. Para Sérgio de Iudícibus, o objetivo da Contabilidade "repousa

mais na construção de um 'arquivo básico de informação contábil', que possa ser

utilizado, de forma flexível, por vários usuários, cada um com ênfases diferentes,

porém, extraídos todos os informes do arquivo básico ou 'data-base' estabelecido

pela Contabilidade. (IUDÍCIBUS 2000, p. 19).

A Contabilidade então é detentora de diversas informações que atendem a

mais de um tipo de usuário. Em uma de suas deliberações a CVM – Comissão de

Valores Mobiliários explicita de forma generalista quais são informações que a

Contabilidade produz, CVM nº 29/86:

A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.

A visão da Contabilidade apenas como geradora de informações aos

usuários, está equivocada, pois a contabilidade é uma ferramenta fundamental para

a gestão de uma organização. Segundo Marion (2005, p. 01)

A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.

As definições de Contabilidade elaboradas pela CVM e por Marion dão

introdução ao papel da contabilidade gerencial, que por sua vez tende a atender as

necessidades dos usuários internos das organizações para a tomada de decisões

baseadas no planejamento estratégico, que busca atingir os objetivos, missão e

valores definidos pelas empresas em sua constituição.

3.2 CONTABILIDADE GERENCIAL

Analisa e interpreta de maneira mais analítica os dados produzidos por toda a

Contabilidade, Iudícibus (1998, p.15) se refere:

Page 20: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

19

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços, etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

Ainda para Iudícibus (1998, p. 21), a Contabilidade Gerencial é todo

procedimento, técnica, informação ou relatório contábil feito ‘sob medida’ para que a

administração os utilize na tomada de decisões entre alternativas conflitantes, ou na

avaliação de desempenho.

As citações acima explicitam que a contabilidade gerencial não é uma matéria

única, mas um conjunto de técnicas contábeis associadas ao objetivo principal que é

transformar os dados extraídos do sistema de informação contábil gerencial em

informações úteis e relevantes para o auxílio dos gestores no planejamento, controle

e na tomada de decisão das rotinas da organização presentes e futuras.

Moscove, Simkin e Bagranoff (2002, p. 28) destacam que Contabilidade de

custos, orçamento e estudo de sistemas são três componentes de um sistema

contábil gerencial de uma companhia e resumem os aspectos que caracterizam a

Contabilidade Gerencial:

a) focaliza o fornecimento de informações contábeis para clientes internos,

como a administração, mais do que para investidores externos e credores;

b) as informações são mais voltadas para as perspectivas futuras;

c) as informações não são reguladas por princípios contábeis geralmente

aceitos, nem sua apresentação é obrigatória;

d) os relatórios incluem tanto dados não monetários quanto financeiros;

e) é influenciada por muitas disciplinas (de negócios e outras), como

economia, ciências comportamentais e métodos quantitativos;

f) as informações são flexíveis e frequentemente envolvem relatórios não

rotineiros.

Fica evidente no estudo da Contabilidade Gerencial que seus autores não

possuem uma visão única quanto a sua abrangência e a delimitação do tema, por

estar interligada a outras disciplinas como Contabilidade Financeira, Contabilidade

de Custos, Análise das Demonstrações Contábeis, Administração, Economia,

Estatística, Matemática e ainda com a área de recursos humanos.

Page 21: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

20

São inúmeras as informações produzidas pela Contabilidade; para o auxílio e

controle dessas informações se faz necessário o uso da tecnologia de informação,

ou seja, um sistema de informação capaz de armazenar e produzir as informações

assim que forem solicitadas.

3.3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Um Sistema de Informação (SI) é um sistema cujo elemento principal é a

informação. Seu objetivo é armazenar, tratar e fornecer informações de modo a

apoiar as funções ou processos de uma organização.

Gil (1999, p. 14), define que:

(...) os sistemas de informação compreendem um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma sequência lógica para o processamento dos dados e a correspondente tradução em informações.

Por existir necessidade de multidisciplinaridade das informações é importante

gerir de maneira apropriada os dados extraídos. Para Oliveira (1992, p. 77), “a

informação auxilia no processo decisório, pois quando devidamente estruturada é de

crucial importância para a empresa, associa os diversos subsistemas e capacita a

empresa a impetrar seus objetivos”.

Na visão de Pereira e Fonseca (1997, p. 241):

(...) os sistemas de informação (management information systms) são mecanismos de apoio à gestão, desenvolvidos com base na tecnologia de informação e com suporte da informática para atuar como condutores das informações que visam facilitar, agilizar e otimizar o processo decisório nas organizações.

O sistema de informação hoje utiliza-se de novas tecnologias da informática,

porém, surgiu baseado em técnicas de arquivamento e recuperação de informações

de grandes arquivos

Existem alguns tipos de sistema de informação, mas para compor o objetivo

desse trabalho, será enfatizado o sistema de informações gerencias.

Page 22: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

21

3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS (SIG)

O Sistema de Informações Gerenciais (SIG) é a transformação dos dados da

empresa em informações otimizadas e com um maior grau de confiabilidade, para o

processo de tomada de decisão.

O Sistema de Informações Gerenciais para Batista (2004, p. 22):

É o conjunto de tecnologias que disponibilizam os meios necessários à operação do processamento dos dados disponíveis. É um sistema voltado para a coleta, armazenagem, recuperação e processamento de informações usadas ou desejadas por um ou mais executivos no desempenho de suas atividades. É o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa proporcionam a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados.

A utilização de um sistema de informações proporciona diversos benefícios a

organização, Oliveira (2002, p. 54) elenca alguns desses benefícios que os SGI

podem trazer para as organizações:

Redução de custos das operações;

Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e

rápidos, com menor esforço.

Melhoria na produtividade, tanto setorial quanto global;

Melhoria nos serviços realizados e oferecidos;

Melhoria na tomada de decisões, por meio do fornecimento de informações

mais rápidas e precisas;

Estímulo de maior interação entre os tomadores de decisão;

Fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões;

Melhoria na estrutura organizacional, por facilitar o fluxo de informações;

Melhoria na estrutura de poder, propiciando maior poder para aqueles que

entendem e controlam o sistema;

Redução do grau de concentração de decisões na empresa;

Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos

previstos, a partir das constantes mutações nos fatores ambientais;

Otimização na prestação de seus serviços aos clientes;

Melhor interação com seus fornecedores;

Melhoria nas atitudes e atividades dos funcionários da empresa;

Page 23: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

22

Aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas;

Redução dos custos operacionais;

Redução da mão-de-obra burocrática;

Redução dos níveis hierárquicos.

A administração do sistema de informações gerenciais deve ter como

principal responsável a contabilidade da organização. Conforme afirma Cardoso

(1990, p. 6), a Contabilidade possui todas as condições para ser o núcleo do

Sistema de Informações Gerenciais das empresas, mesmo se processada de forma

terceirizada. Sua estrutura deve se concentrar na geração de vários tipos de

informação para serem utilizadas nas diversas decisões econômicas.

As informações gerenciais devem ser aplicadas também ao planejamento de

longo prazo da organização. O desenvolvimento de um planejamento estratégico irá

contribuir para a análise dessas informações sob as perspectivas de toda a

organização, conseguindo assim traçar os objetivos para o futuro.

3.5 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento estratégico é um artifício utilizado há muitos anos em nossa

civilização, desde os tempos em que haviam muitas guerras e batalhas para a

conquista de novas terras e reinados. O mesmo vem ocorrendo nos tempos de hoje,

na competição de mercado.

Drucker (1977) define Planejamento Estratégico como um processo contínuo,

sistemático, organizado e capaz de prever o futuro, de maneira a tomar decisões

que minimizem riscos.

O planejamento estratégico está voltado para os objetivos de longo prazo da

organização, nas ações e estratégias que serão utilizados para alcança-los,

envolvendo assim toda a organização.

Para Oliveira (2009, p. 17) planejamento estratégico:

É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos – não controláveis – e atuando de forma inovadora e diferenciada.

Page 24: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

23

No planejamento estratégico são desenvolvido diretrizes que irão auxiliar a

organização a compreender-se melhor, e enxergar as perspectivas futuras em uma

linha de tempo onde seus objetivos estarão definidos em prazos, facilitando o

controle e gestão para o alcance dos mesmos.

O desenvolvimento do planejamento estratégico nas empresas fortifica a

organização. Na visão de Oliveira (2009, p. 18) As empresas de forma geral utilizam

o planejamento estratégico para:

Contrabalançar as incertezas, desenvolvendo planos alternativo;

Concentrar a atenção nos resultados esperados, representados pelos

objetivos, desafios e metas;

Otimizar o modelo de gestão da empresa;

Facilitar o controle, a avaliação e o aprimoramento dos resultados;

Otimizar o processo de identificação de oportunidades no mercado; e

Consolidar a vantagem competitiva da empresa.

São inúmeras as vantagens que o planejamento estratégico proporciona a

organização, mas deve ser acompanhado por outras medidas a fim de abranger os

níveis organizacionais tático e operacional.

Oliveira (2009, p. 17) alerta que o planejamento estratégico, sozinho não é

suficiente, quando os objetivos são de longo prazo, pois não existem ações

imediatas que operacionalizem o planejamento estratégico. A falta desses aspectos

é suprida através do desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e

operacionais de forma integrada.

Oliveira (2009) conceitua tático e operacional:

Planejamento Tático é uma metodologia que busca otimizar o resultado

de uma determinada área e não a empresa como um todo. É desenvolvido pelo

níveis organizacionais intermediários, que buscam utilizar de maneira eficiente os

recursos disponíveis para a consolidação dos objetivos fixados.

Planejamento Operacional é a formalização, principalmente através de

documentos escritos, onde especifica os métodos de desenvolvimento, implantação

e resultados a serem alcançados pelas áreas funcionais da empresa, com foco

básico nas atividades do dia-a-dia, normalmente são elaborados pelos níveis

organizacionais inferiores.

Page 25: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

24

Com os constantes processos de mudança nas organizações o nível

estratégico sofre mais alterações, que podem provocar mudanças nos níveis tático e

operacionais. Nesses casos o planejamento deve ser revisto e, se necessário, deve

ser modicado para obter melhores resultados.

Há várias metodologias que podem ser aplicados na elaboração e

implementação do planejamento estratégico. Lorange e Vancil (1976, p. 75)

lembram que não existe uma metodologia universal de planejamento estratégico por

que as empresas diferem em tamanhos, em tipos de operações, em forma de

organização em filosofia e em estilo administrativo.

Nesse trabalho será utilizado a metodologia do Balanced Scorecard – BSC

desenvolvida por Robert Kaplan e David Norton em 1992, que tem por objeto a

medição e gestão de desempenho.

Além de se conhecerem e desenvolverem perspectivas futuras para si com o

planejamento estratégico, as empresas precisam atender a novas exigências do

mercado para que sejam respeitadas e vistas com outros olhos. As organizações

que buscam ser conceituadas estão utilizando das boas práticas de governança

corporativa, que será tratada no próximo item.

3.6 GOVERNANÇA COORPORATIVA

A maneira como uma empresa é conduzida, seus princípios e a transparência

em seus negócios, passam a imagem de credibilidade e confiabilidade para o

mercado e seus clientes. A governança corporativa surgiu com o intuito de criar

laços de confiabilidade com uma corporação de negócios e seus agentes

interessados direta ou indiretamente.

O termo governança corporativa não tem um conceito bem definido, alguns

autores e entidades define o conceito como:

Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC:

Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo as práticas e os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a

Page 26: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

25

finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade.

A CVM – Comissão de Valores Mobiliários define que Governança

Corporativa:

É o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como os investidores e credores, facilitando o acesso ao capital.

Para a OCDE – Organização para a Cooperação Econômica e

Desenvolvimento, a governança corporativa cuida da estrutura institucional e política

das corporações — desde o início do empreendimento, passando por suas

estruturas de governança, direito societário e privatização, até a saída do mercado e

a insolvência. A integridade das corporações, instituições financeiras e mercados é

especialmente importante para a saúde de nossas economias e sua estabilidade.

Adriana Andrade e José Paschoal Rossetti (2007) em seu livro Governança

Corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências, conceituam como um

conjunto de princípios, propósitos, processos e práticas que rege o sistema de poder

(controle) e os mecanismos de gestão (direção) das empresas, abrangendo:

Propósitos dos proprietários;

Sistema de relações proprietários-conselho-direção;

Maximização do retorno total dos proprietários, minimizando oportunismos

conflitantes com este fim;

Sistema de informações relevantes e de prestação de contas às partes

interessadas nos resultados corporativos;

Sistema guardião dos ativos tangíveis e intangíveis da cia.

As práticas de governança corporativa hoje são reconhecidas mundialmente,

órgãos com a IBGC e OCDE, criaram princípios, códigos e regras de maneira geral

que conduzem as melhores práticas, porém não há um modelo universal de práticas

da governança corporativa, pois diversos fatores como cultural e institucional das

nações que diversificam as práticas em cada organização.

Page 27: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

26

3.6.1 Os Princípios da Governança Corporativa

Apesar de haver diversos conceitos e práticas, há um entendimento comum

entre eles, onde se pode destacar 4 pilares que definem os princípios básicos de

governança corporativa:

Disclosure/Transparência – Garantir a transparência das informações,

não restringindo-se ao desempenho econômico-financeiro, mas também a fatores

(inclusive intangíveis) que dão as diretrizes a ação gerencial e que conduz à criação

de valores.

Fairness/Equidade – Visa o tratamento justo entre todos os sócios e

demais interessadas (stakeholders). Evitando que haja atitudes ou políticas

discriminatórias entre os mesmos.

Accountability/Prestação de Contas – Presta contas sobre todos os atos

realizados, fundamentado principalmente nas melhores práticas de contabilidade e

auditoria.

Compliance/Responsabilidade legais – Atende as conformidades das

normas reguladoras.

3.6.2 Adesão às Práticas de Governança Corporativa

Hoje a adesão das práticas de governança corporativa traz credibilidade e

confiabilidade às empresas. No Estados Unidos foi criado a Lei Sarbanes-Oxley,

(SOX) em 2002, com a intenção de prevenir fraudes e riscos aos negócios, criando

mecanismos para evitar ou identificar fraudes como auditorias, criação de comitês

para supervisionar as atividades e operações, garantindo mais transparência na

gestão das empresa e gerando mais segurança a investidores no mercado de

capitais norte-americanos.

No Brasil a Bovespa criou regras diferenciadas de governança corporativa,

com o objetivo de estimular o interesse dos investidores e a valorização das

empresas, mas não são obrigatórias. Houve reformulação da lei das sociedades

anônimas que seguem os padrões internacionais e a CVM também laçou uma

cartilhas com as melhores práticas de governança.

A adesão as práticas de governança corporativa apesar de serem

burocráticas e muitas vezes onerosas, abrem portas e muitos benefícios as

empresas que buscam espaço no mercado de capitais interno e internacionais.

Page 28: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

27

4 BALANCED SCORECARD

Em 1990, o Instituto Norton, unidade de desenvolvimento e pesquisa da

KPMG, patrocinou um estudo denominado “Measuring Performance in the

Organization of the Future”, que teve por objetivo avaliar até que ponto os executivos

se sentiam seguros com os métodos de avaliação de desempenho existentes na

época. O resultado foi um grande descontentamento, pois além de estar baseado

quase totalmente em dados financeiros, ainda não mostravam ações em andamento

nas empresas. (NORTON; KAPLAN, 1997).

A partir dos resultados da pesquisa, David Norton e Robert Kaplan

desenvolveram o Balanced Scorecard com a intenção de melhorar a performance

organizacional, diferente dos métodos tradicionais conhecidos na época.

O BSC foi desenvolvido, inicialmente, para ser um sistema de avaliação de desempenho organizacional adequado ao novo contexto mundial, em que os ativos intangíveis se tornaram tão ou mais importantes que os tangíveis. Contudo, sua estrutura possibilitou que as empresas o utilizassem, também, para a obtenção do alinhamento das unidades de negócio, unidades de serviço (marketing, recursos humanos e tecnologia da informação), equipes e pessoas com a estratégia organizacional. (GALES; PONTE, 2006, apud KAPLAN; NORTON, 2000).

O Balanced Scorecard trouxe uma nova maneira de enxergar o negócio das

empresas, alinhando e organizando sua estratégia, criando um processo de

estruturação e controle contínuo, visualizando o passado e criando objetivos futuros.

Segundo Kaplan e Norton (2001) o BSC é uma metodologia que auxilia os

gestores a desenvolverem uma estratégia do princípio até fim e depois fazerem com

que cada um na organização, esteja disposto a implementá-la. Pois cada um

compreenderá qual o seu papel e como seu trabalho irá contribuir com a estratégia

da empresa.

Além de traduzir a estratégia da organização aos seus colaboradores, o

Balanced Scorecard é uma ferramenta que auxilia no controle e gerenciamento das

unidades de negócio para seus dirigentes, acionistas, cotistas, os stekeholdes.

O Balanced Scorecard completa as medidas financeiras de desempenho

passado com medidas dos vetores que impulsionam o desempenho futuro,

auxiliando as empresas frente às mudanças do meio ambiente onde os ativos

Page 29: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

28

intangíveis da organização ganharam maior importância como fonte de vantagem

competitiva no final do século XX (KAPLAN; NORTON, 2001, p. 88)

Os indicadores do BSC devem traduzir a estratégia da empresa e ao mesmo

tempo deve auxiliar qualquer um na organização a compreender e atingir as

prioridades dos objetivos estratégicas. Dessa maneira as empresas serão capazes

de não apenas criar estratégias, mas conseguir implementá-las com o apoio de seus

colaboradores.

4.1 OBJETIVO DO BSC

Transformar a missão e as estratégias da empresa em um conjunto de

indicadores de desempenho, estes alinham a estratégia a ações operacionais que

traduzem para seus colaboradores com o intuito de alcançar as metas comuns.

Kaplan e Norton, (1997, p. 24-25; 44):

O balanced scorecard é uma ferramenta que materializa a visão e a estratégia da empresa por meio de um mapa coerente com objetivos e medidas de desempenho, organizados segundo quatro perspectivas diferentes: financeira, do cliente, dos processos internos e do aprendizado e crescimento. Tais medidas devem ser interligadas para comunicar um pequeno número de temas estratégicos amplos, como o crescimento da empresa, a redução de riscos ou o aumento de produtividade.

O BSC alinha o planejamento estratégico as operações da organização,

traduzindo assim a estratégia a todos os níveis organizacionais.

A estrutura do BSC apresenta as quatro perspectivas de maneira balanceada:

Page 30: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

29

Figura 1 - Estrutura do Balanced Scorecard.

Fonte: Kaplan & Norton, (1997, p. 10)

Page 31: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

30

Na estrutura do Balanced Scorecard criada por Norton e Kaplan, as questões

mostram o que deve ser analisado em cada perspectiva, compreender por onde se

deve iniciar e como fazer para conseguir atingir o objetivo de cada uma.

4.2 OS QUATROS PROCESSOS DO BALANCED SCORECARD

Kaplan e Norton (1996) definem quatro processos gerenciais para

implementação do BSC, conforme ilustra a Figura.

Figura 2 - Os quatros processos do Balanced Scorecard

Fonte: Adaptação Kaplan & Norton (2000)

Tradução da visão da estratégia: ajuda a construir um consenso em torno

da visão e da estratégia da organização. Padoveze (2009, p. 594) adverte que “as

diretrizes estratégicas devem ser traduzidas de forma fácil em termos operacionais e

oferecer orientação útil para as ações dos gestores”. O resultado deste processo é a

tradução da estratégia em termos operacionais a partir de um conjunto de objetivos

Page 32: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

31

e indicadores que estarão ligados, por relações de causa e efeito, as diferentes

perspectivas de negócio, que direcionam o sucesso a longo prazo.

Comunicação e comprometimento consiste em comunicar a estratégia

no sentido vertical e horizontal da estrutura organizacional. “O scorecards

proporcionam aos gestores uma forma de assegurar que todos os níveis

organizacionais entendam as estratégias de longo prazo e que tanto os objetivos

departamentais quanto os individuais estão alinhados entre si.” Padoveze (2009, p.

594)

Planejamento do negócio consiste em integrar os planos comerciais e

financeiros. Padoveze (2009, p. 594) diz que “é nessa etapa que a estratégia e

inciativas das empresas são transformadas em indicadores para os planos dos

gestores divisionais, bem como formar uma base para alocar os recursos e

estabelecer prioridades”.

Feedback e aprendizado é a revisão dos processos anteriores, para

verificar se os mesmos foram alcançados e se estão alinhados, caso não estejam,

esse é o momento de avaliar e, se necessário, efetuar mudanças fundamentais na

própria estratégia.

4.3 PERSPECTIVAS DO BSC

As perspectivas do BSC estabelece o equilíbrio, o balanceamento, que ocorre

justamente por medidas voltadas para interior da empresa que são os processos

internos, aprendizagem e crescimento, e ao exterior, como os acionistas e cliente.

A figura 3 apresenta um detalhamento dos objetivos das quatros perspectivas

do Balanced Scorecard.

Page 33: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

32

Figura 3 - Detalhes das quatro perspectivas do Balanced Scorecard

Fonte: Walter Kuroda (2002).

Page 34: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

33

4.3.1 Financeira

A perspectiva financeira, de um modo geral, analisa os indicadores que

mostra as condições financeiras em que a empresa se encontra e as perspectivas

futuras.

A perspectiva financeira considera o quanto a empresa cria valor. Medidas financeiras são concebíveis para acompanhar um aspecto vital à organização e estabelecer uma métrica de sucesso, uma vez que, para empresas privadas, o sucesso está sempre associado a bons indicadores financeiros. Medidas típicas incluem rentabilidade, crescimento e valor para o acionista. (FERNANDES, 2006; 19-20)

A perspectiva financeira está ligada com as demais perspectivas propostas,

pois clientes satisfeitos, processos alinhados e colaboradores integrados as metas

da empresas, tendem a criar um ciclo de bons resultados.

Para Kaplan 3 Norton (1997, p. 49) “os objetivos financeiros servem de foco

para as outras perspectivas do BSC. Qualquer medida deve fazer parte de uma

cadeia de relações de causa e efeito que culminam com a melhoria do desempenho

financeiro”.

Kaplan e Norton (1997, p. 50-52) simplificam as estratégias genéricas

financeiras em três fases, com objetivos financeiros bem diferentes entre elas:

Crescimento: as empresas em crescimento encontram-se nos estágios

iniciais de seus ciclos de vida. Possuem produtos e serviços com significativo

potencial de crescimento. Para aproveitar esse potencial, devem comprometer

recursos consideráveis, a fim de desenvolver e aperfeiçoar novos produtos e

serviços; construir e ampliar instalações de produção; gerar capacidades

operacionais; investir em sistemas, infraestrutura e rede de distribuição e alimentar e

desenvolver o relacionamento com os clientes. As empresas que se encontram

nesta fase podem até operar com fluxos de caixa negativos e baixas taxas de

retorno sobre o capital investido. Os objetivos financeiros globais para as empresas

na fase de crescimento serão os percentuais de crescimento da receita e de

aumento de vendas para determinados mercados, grupos de clientes e regiões.

Sustentação: espera-se que essas empresas mantenham a participação

de mercado e, talvez, consigam aumentá-la um pouco a cada ano. Os projetos de

investimento serão direcionados mais para aliviar estrangulamentos, ampliar a

capacidade e buscar a melhoria contínua, em lugar dos longos investimentos de

Page 35: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

34

retorno a longo prazo e da opção de expansão feitos na fase de crescimento. A

maioria das empresas na fase de sustentação estabelece objetivos financeiros

relacionados à lucratividade.

Colheita: em empresas em colheita não se justificam mais investimentos

significativos, apenas o suficiente para manter equipamentos e capacidades, não

para ampliar ou gerar novas capacidades. Qualquer projeto de investimento deve ter

período de retorno definido e curto. A meta principal é maximizar o fluxo de caixa em

benefício da empresa.

O desenvolvimento do Balanced Scorecard, portanto, deve ter início com um

intenso diálogo entre o executivo principal da unidade de negócio e o diretor

financeiro da empresa sobre a categoria financeira e os objetivos específicos da

unidade. Esse diálogo identificará o papel da unidade de negócios dentro do portfólio

da empresa (KAPLAN; NORTON, 1997, p. 52).

Page 36: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

35

Figura 4 - Indicadores para medição dos temas estratégicos financeiros

Fonte: Kaplan & Norton (1997, p. 55)

Kaplan e Norton (1997, p. 55) sugerem os indicadores mais comuns para

cada uma das nove possibilidades.

4.3.2 Clientes

A perspectiva cliente está associada à satisfação do cliente com o produto ou

serviço oferecido. Segundo Fernandes (2006, p. 20)

A perspectiva dos clientes ocupa-se dos mercados e clientes que a organização se propõe a atender. Medidas próprias dessa perspectiva incluem satisfação dos clientes, retenção de clientes, aquisição de novos clientes, lucratividade dos clientes e participação de mercado.

Page 37: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

36

Manter a lealdade de um cliente e sua satisfação tende a gerar menos gastos

a empresa. Para Clark, (2002, p. 30) “Clientes leais são mais fáceis de reter,

portanto, requerem menos gastos com marketing; resistem mais a buscar e tentar

produtos concorrentes; podem pagar preços-prêmios; reduzem custo de aquisição

pela divulgação boca a boca”.

É essencial, portanto, manter o foco no respeito pelo valor da satisfação do

cliente, mas, utilizar do conhecimento de coletar, analisar e utilizar as informações

dos clientes e do mercado como uma maneira de melhorar o desempenho dos

negócios.

Kaplan e Norton (1997) apresentam um modelo genérico do resultado do

valor para o cliente.

Figura 5 - Modelo genérico da proposta de valor

Fonte: Adaptação Kaplan & Norton (1997, p. 79)

Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 77) o grupo de medidas essenciais de

resultados dos clientes deriva das propostas de valor e é comum a todos os tipos de

empresa.

Page 38: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

37

Figura 6 - Perspectiva do cliente – medidas essenciais

Fonte: Adaptação Kaplan & Norton (1997, p. 72)

É importante manter o foco nos clientes, ao definir a estratégia deve indicar

quem são os clientes e como a organização cria valor para eles, ou qual imagem

que a organização quer que seus clientes tenham dela.

4.3.3 Processos internos

Os processos internos estão voltados para as atividades correlatas da

organização, para as engrenagens que dão sustentação a operacionalização da

empresa.

De acordo com Kaplan e Norton (1997, p. 97),

Para a perspectiva dos processos internos da empresa, os executivos identificam os processos mais críticos para a realização dos objetivos dos clientes e acionistas. As empresas costumam desenvolver objetivos e medidas para essa perspectiva depois de formular objetivos e medidas para a perspectiva financeira e do cliente. Essa sequência permite que as empresas focalizem as métricas dos processos internos nos processos que conduzirão aos objetivos dos clientes e acionistas.

Para o Balanced Scorecard, recomenda-se a criação de cadeia de valor

completa dos processos internos com o processo de inovação, processos de

operações e serviço de pós-venda, que complementem o valor proporcionado ao

cliente pelos produtos ou serviços oferecidos pela empresa.

Page 39: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

38

Na figura 7 podemos visualizar o modelo de valor para os processos internos

sugeridos por Kaplan e Norton (1997, p. 102)

Figura 7 - Modelo da cadeia de valor para os processos internos

Fonte: Kaplan & Norton (1997, p. 102)

Os objetivos e medidas para a perspectiva dos processos internos derivam de

estratégia voltadas para atender expectativas dos acionistas e clientes-alvo. Essa

análise sequencial, de cima para abaixo, costuma revelar processos de negócios

inteiramente novos nos quais a empresa deverá buscar a excelência. (KAPLAN E

NORTON, 1997, p. 99).

4.3.4 Aprendizado e Crescimento

A quarta e última perspectiva do Balanced Scorecard segundo Kaplan e

Norton (1997, p. 131):

Desenvolve objetivos e medidas para orientar o aprendizado e o crescimento organizacional. Os objetivos estabelecidos nas perspectivas financeiras, do cliente e dos processos internos revelam onde a empresa deve se destacar para obter um desempenho excepcional. Os objetivos da perspectiva de aprendizado e crescimento oferecem a infraestrutura que possibilita a consecução de objetivos ambiciosos nas outras três perspectivas. Os objetivos da perspectiva de aprendizado e crescimento são os vetores de resultados excelentes nas três primeiras perspectivas do scorecard.

A perspectiva de aprendizagem e crescimento, busca identificar que a

infraestrutura que a empresa deve construir para gerar o crescimento e melhoria

para atender as demais perspectivas. Inicialmente, Kaplan e Norton (1996) incluem

na perspectiva:

Page 40: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

39

a) capacitação dos empregados;

b) sistema de informações de capacitações;

c) motivação, empowerment e alinhamento.

Figura 8 - A Estrutura de Medição do Aprendizado e Crescimento

Fonte: Adaptação Kaplan & Norton (1997, p. 135).

Kaplan e Norton (1997) acrescentam que as empresas traçam objetivos para

todos os seus colaboradores extraídos de uma base comum, composta por três

medidas de resultados: satisfação, retenção e produtividade dos funcionários. A

satisfação dos funcionários geralmente é considerada o vetor das outras duas

medidas, ou seja, aquilo que impulsiona as medidas de retenção e produtividade.

4.4 MAPA ESTRATÉGICO E A RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO

O mapa estratégico é uma ferramenta que irá relacionar as 4 perspectiva do

Balanced Scorecard de maneira a criar uma relação de causa e efeito entre elas,

relacionando as ações aos resultados pretendidos na estratégia.

Kaplan e Norton (2004, p. 57) definem:

Page 41: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

40

O mapa estratégico como a representação visual da estratégia, mostrando numa única página como os objetivos nas quatro perspectivas se integram e combinam para descrever a estratégia. Cada empresa adapta o mapa estratégico ao seu conjunto específico de objetivos estratégicos.

O mapa estratégico busca facilitar a representação visual das relações de

causa e efeito entre os objetivos da estratégia de uma organização. A relação de

causa e efeito pode ser expressa por uma sequência de afirmativas do tipo “se-

então” (KAPLAN e NORTON, 1997), conforme figura 9.

Figura 9 - Relação de causa e efeito "se-então"

Fonte: Adaptação de Kaplan e Norton (1997)

É através desta cadeia de relações causa e efeito que os progressos

específicos de uma ação criam os resultados pretendidos. Oferece uma linguagem

simples e de fácil entendimento para todos, pretendendo descrever a visão de futuro

da organização, possibilitando que os colaboradores dessa organização lidem com a

incerteza (FILHO; 2005, p. 212).

Page 42: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

41

A principal finalidade do mapa estratégico é descrever, de forma dinâmica,

como a organização irá criar valor ao longo do tempo; ou seja, estabelece a união

entre as atividades de formulação e de implementação da estratégia, demonstrando

como esta deve ser cumprida.

Para Costa (2006, p.12) “É mediante o mapa estratégico que a alta

administração monitora o cumprimento da estratégia”.

4.4.1 Criação de valor para a empresa

A relação de causa e efeito mostra como os ativos intangíveis se transformam

em resultados tangíveis. A utilização de indicadores quantitativos, mas não-

financeiros, possibilita a descrição e medição do processo de criação de valor.

Kaplan e Norton (2004) afirmam que o mapa estratégico equilibra forças

contraditórias, gerando valor para a empresa, pois alinha seus objetivos e torna os

ativos intangíveis em tangíveis, uma vez que traduz quais são esses ativos e como

estão interligados.

4.5 PAINEL DE CONTROLE/CONTRIBUIÇÃO

O painel de controle é o desdobramento do mapa estratégico que transforma

os objetivos estratégicos (definidos de forma qualitativa) em informações ou

indicadores quantitativos que expressam em forma numérica as metas a serem

alcançadas em cada objetivo.

O Painel de Contribuição irá definir os indicadores de desempenho de cada

unidade de negócio, onde irá permitir visualizar e identificar, de forma clara e direta,

os objetivos, as metas e as iniciativas que cada unidade do negócio desenvolve para

o alcance dos objetivos definidos no mapa estratégico.

4.6 INDICADORES DE DESEMPENHO

Os indicadores de desempenho também conhecido por KPI - Key

Performance Indicator são métricas ajudam a medir o nível de desempenho de um

processo ou de uma organização, permitem acompanhar se as metas e objetivos

Page 43: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

42

estabelecidas estão sendo alcançadas. Os indicadores são normalmente

representados através de cálculos, taxas ou índices percentuais proveniente da

combinação de algumas métricas.

4.7 PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO

Kaplan e Norton (1997) sugerem que a implantação do BSC seja realizada

em torno de 16 semana e divididas em quatro etapas e 10 tarefas:

Etapa 1: Arquitetura do programa de medição

o Tarefa 1 - Escolha da unidade organizacional

o Tarefa 2 - Identificação das relações entre a unidade e a corporação

Etapa 2: Definição dos objetivos estratégicos

o Tarefa 3 - Entrevistas da primeira etapa

o Tarefa 4 - Sessão de síntese

o Tarefa 5 - Workshop executivo: primeira etapa

Etapa 3: Escolha dos indicadores estratégicos

o Tarefa 6 - Reuniões dos subgrupos

o Tarefa 7 - Workshop executivo: segunda etapa

Etapa 4: Elaboração do plano de implementação

o Tarefa 8 - Desenvolvimento do plano de implementação

o Tarefa 9 - Workshop executivo: terceira etapa

o Tarefa 10 - Finalização do plano de implementação

Page 44: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

43

5 O BALANCED SCORECARD E A CONTABILIDADE GERENCIAL

O Balanced Scorecard é uma alternativa para complementar os sistemas da

contabilidade gerencial, que na sua maioria são na perspectiva financeira. Para

atender as exigências do mercado atual a contabilidade tem o desafio de agregar

outras perspectivas, abrangendo e aprofundando mais as informações que fornece.

A contabilidade é encarregada da avaliação, mensuração, demonstração e

informação dos fatos econômicos e cotidianos das organizações, mas deve também

contemplar por exemplo como está o nível de satisfação dos clientes, a

produtividade dos processos internos e treinamento de funcionários, que são

situações que influenciam direta e indiretamente nos resultados econômicos da

entidade. O Balanced Scorecard auxiliará contabilidade a atender todas essas

questões gerenciais das empresas.

Para Kaplan (2001, p. 125), os sistemas de contabilidade, movidos pelos

procedimentos e pelo ciclo do sistema de relatórios financeiros da organização, são

demasiadamente tardios, agregados e distorcidos para terem relevância para as

decisões de planejamento e controle dos gestores. Para isso, espera-se que a

contabilidade adapte-se as mudanças, auxiliando os gestores nos processos de

planejamento, execução e controle.

O Balanced Scorecard é uma ferramenta gerencial, que contempla medidas

financeiros e não financeiros relacionados através da relação de causa e efeito dos

objetivos e pela estratégia da organização dentro das quatros perspectivas. O BSC

integra os indicadores financeiros a um sistema gerencial mais equilibrado que

relaciona o desempenho operacional de curto prazo e o objetivos estratégicos de

longo prazo.

A utilização do Balanced Scorecard como ferramenta de comunicação e

alinhamento da estratégia de uma organização, para Campos (1998, p. 31)

explicitou uma série deficiência nos sistemas gerenciais tradicionais, qual seja, a

inabilidade para ligar a estratégia em longo prazo da empresa com as suas ações

em curto prazo.

A estratégia definida no mapa estratégico força os gestores a refletirem sobre

as relações de causa e efeito entre objetivos financeiros e os objetivos das outras

perspectivas, pois todas estão sendo representas. As quatro perspectivas em

Page 45: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

44

apenas um relatório torna o Balanced Scorecard um ferramenta adequada para a

alta administração, pois permite uma visão global sobre o desempenho da

organização, dando suporte à tomada de decisão.

O Balanced Scorecard vincula a estratégia à operação, agregando forças as

informações contidas nos relatórios da contabilidade gerencial, proporcionando um

relatório conciso que atende as necessidades da alta administração.

Kaplan e Johnson (1991, p.4) afirmam que "um excelente sistema de

contabilidade gerencial não vai sozinho garantir o sucesso nos mercados de hoje

(...). Mas um sistema de contabilidade gerencial ineficaz pode minar o

desenvolvimento de produtos, o aprimoramento de processos e os esforços de

marketing. Onde um sistema de contabilidade gerencial prevalece, o melhor

resultado ocorre quando os administradores entendem a irrelevância do sistema e

se desviam dele criando sistemas de informação personalizados". Ou seja, uma boa

contabilidade gerencial não é receita para o sucesso, mas um pré-requisito.

Page 46: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

45

6 ESTUDO DE CASO

As mudanças tecnológicas no cenário atual estão apresentando um novo

perfil do profissional da contabilidade, onde passa a atuar como administrador das

informações. Kaplan e Norton (1997, p. 31) afirmam que o profissional contador

deve atuar participando da formulação de sua estratégia e assegurando o

desenvolvimento e execução dos controles.

Seguindo esse preceito e a participação no processo, optou-se por apresentar

como a CSC Energia transformou as informações gerenciais em um único relatório

de análise estratégica, com a finalidade de se obter uma gestão plena dos

empreendimentos-clientes. Esse estudo de caso tem a intenção de apresentar um

exemplo prático da implementação do Balanced Scorecard utilizando as informações

gerenciais da contabilidade.

6.1 CSC ENERGIA

A CSC – Central de Serviços Compartilhados é uma empresa de prestação

de serviços focada no setor de energia elétrica, com qualificação e experiência

comprovadas no atendimento a clientes como Energética Barra Grande, Campos

Novos Energia, Machadinho Energética e Consórcio Empresarial Salto Pilão, cujos

sócios são grandes grupos empresariais, como Alcoa, Votorantim, CPFL, Camargo

Corrêa, Vale, DMEE e CEEE.

Sua atuação é pautada pela excelência dos serviços prestados, na

sustentabilidade de suas ações e na redução de custos, asseguradas mediante a

conjugação de três competências essenciais:

Equipe capacitada com sólidos conhecimentos do setor elétrico;

Ética e transparência na prestação dos serviços;

Especialização e escala operacional.

Seu slogam “Compartilhando ideias e soluções inovadoras e eficazes que

agregam valor para o cliente”.

Page 47: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

46

6.1.1 O Negócio

Os Serviços Compartilhados podem ser definidos como uma estratégia

colaborativa, na qual um conjunto de funções do negócio é concentrado em uma

empresa autônoma, dotada de uma estrutura gerencial criada especificamente para

promover a eficiência, a geração de valores, a economia de custo e a prestação de

serviços qualificados aos empreendimentos-clientes.

A empresa adotou medidas inovadoras e eficazes em um amplo escopo de

atuação, que inclui serviços nas áreas financeira, contábil, administrativa, gestão de

pessoal, meio ambiente, pesquisa e desenvolvimento, aquisições, operação e

manutenção e outras.

6.1.2 Benefícios

Redução de custos operacionais;

Adoção de um modelo por processos, com maior eficiência.

Flexibilidade para o empreendimento-cliente focar no desenvolvimento

estratégico de seu negócio;

Incremento dos mecanismos de governança corporativa e compliance,

reduzindo riscos;

Aumento do poder de negociação e maior atratividade com os

fornecedores;

Confiabilidade, maior previsibilidade e melhores resultados;

Gestão integrada de projetos socioambientais, gerando economia de

escala, padronização e eficiência.

6.1.3 A Equipe

A qualidade da prestação de serviços da CSC está diretamente relacionada

com a qualificação, experiência profissional e motivação da equipe. Os talentos

individuais que formam a equipe de colaboradores da CSC constituem o diferencial

competitivo, garantindo o pleno atendimento às expectativas de seus clientes.

6.1.4 Modelo de gestão

A CSC adota um modelo de gestão que preconiza três premissas:

Page 48: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

47

Simplicidade, flexibilidade e transparência: critérios simplificados e flexíveis

para a contratação, medição e faturamento dos serviços;

Perspectiva de gestão por valor: processos geridos com o objetivo de criar

valor para CSC e seus clientes;

Comparabilidade e eficiência: processos padronizados que facilitam a

gestão operacional, a comparação com o mercado e a busca da eficiência.

O modelo de gestão está totalmente suportado pelo ERP Protheus – TOTVS,

com módulos integrados que conferem eficácia à gestão, rastreabilidade e

conformidade aos dados transacionados. Essa especialização permite oferecer

serviços de alta qualidade a custos reduzidos, graças à maior eficiência operacional

e aos expressivos ganhos de escala.

6.1.5 Estruturas de Processos

A atuação está estruturada por processos. Os processos se subdividem em

subprocessos e atividades, sendo nesse último o nível que a ação é executada e

onde estão estabelecidas as métricas e as metas que regulam a prestação de

serviços pela CSC. As atividades estão descritas e especificadas nos SLAs (Service

Level Agreement), que são parte integrante do contrato de prestação de serviços.

6.1.6 Contratação e Faturamento

A construção de processos autônomos, geridos de forma integrada, é um dos

diferenciais da estrutura desenvolvida pela CSC. Um de seus benefícios é a

possibilidade de o empreendimento-cliente contratar os serviços parcialmente ou em

sua totalidade, e pagar apenas pelos serviços efetivamente demandado.

6.1.7 Governança

A equipe da CSC atua de forma integrada com executivos e colaboradores do

empreendimento-cliente. A relação contratual é formalizada de modo simples e

objetivo. Integram o contrato de prestação de serviços os SLAs (Service Level

Agreement), que descrevem as atividades, as atribuições e responsabilidades, os

produtos a serem entregues, os parâmetros de controle e o nível decisório a ser

observado.

Page 49: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

48

6.1.8 Processo Decisório

O processo decisório é flexível e pode ser customizado para atender aos

critérios de governança corporativa definidos pelo empreendimento-cliente. As

decisões são compartilhadas e suportadas pelas ferramentas:

Workflow do ERP Microsiga integrado com o Outlook Microsoft ou similar;

Sistema eletrônico de pagamentos (CNAB – FEBRABAN) integrado com o

ERP Microsiga;

Gerenciador Eletrônico de Documentos (GED).

A utilização ordenada desses sistemas de suporte, todos desenvolvidos em

plataforma digital, permite que os fluxos decisórios sejam desenhados e operados

remotamente, garantindo agilidade e eficácia às rotinas operacionais, mantendo as

decisões relevantes e estratégicas, a identidade e a representatividade institucional

com o empreendimento-cliente.

6.1.9 Informações Gerenciais

Todas as informações relevantes para a gestão do negócio e de seus

processos operacionais são encaminhadas mensalmente para os empreendimentos-

clientes em formato digital, compondo uma plataforma de Business Intelligence – BI.

Dela fazem parte o Relatório de Análise Estratégica (RAE), elaborado segundo a

metodologia do Balanced Scorecard (BSC), que apresenta objetivos, indicadores de

desempenho, metas e resultados alcançados para as várias dimensões do negócio.

Além disso, contratos, SLAs, faturas mensais e resultados dos parâmetros de

controle operacional são disponibilizados no site da CSC, por meio de acesso

restrito.

6.2 CSC ENERGIA E O BALANCED SCORECARD

Para atender necessidade das demandas solicitados por seus acionistas e

empreendimentos-clientes, o Diretor executivo da CSC Energia Tarcísio Andrade

Neves, Graduado em Engenharia Elétrica pela PUC de Minas Gerais, possui MBA

em Gestão de Negócios e Finanças pelo IBMEC MG, teve como desafio reestruturar

a empresa de forma a obter uma gestão plena do negócio. O mesmo possui

Page 50: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

49

experiência e sólidos fundamentos em gestão estratégica, societária e governança

corporativa, em sua carreira profissional conduziu diferentes projetos de

transformação empresarial envolvendo a revisão dos processos, estruturas

organizacionais e modelos de gestão.

No início de 2010 deu-se início ao projeto de implantação do BSC, seguindo

as 10 etapas sugeridas por Kaplan e Norton descritas na fundamentação teórica, o

processo se desenvolveu de maneira rápida e eficiente, e no final de 2010 o

Relatório de Análise Estratégica (RAE), assim definido pela organização, estava

formulado em plataforma digital de Business Intelligence (BI) possibilitando o acesso

remoto das informações aos empreendimentos-clientes, onde apresentava os

objetivos, os indicadores de desempenho, as metas definidas no planejamento

estratégico e os primeiros resultados alcançados para as várias dimensões do

negócio.

A partir desta data o RAE passou a ser encaminhado mensalmente até o 5º

dia útil do mês aos empreendimentos-clientes, que podem avaliar e acompanhar seu

desempenho no seu passado e as perspectivas futuras.

6.3 A ESTRUTURA DO RAE

O relatório de análise estratégica é desenvolvido pela CSC para seus

empreendimentos-clientes, está composto conforme a metodologia do BSC; é

apresentado de cima para baixo, iniciando pelo mapa estratégico, seguido do painel

de controle e por último o painel de contribuição.

6.3.1 Mapa estratégico e a relação de causa e efeito

O Mapa estratégico apresenta, em uma única página, os objetivos

estratégicos divididos nas quatros perspectivas, de maneira qualitativa e traduz a

estratégia e os objetivos da empresa, criando a relação de causa e efeitos. Cada

objetivo apresentado é sinalização pelas bolinhas que apresentam cores que

traduzem se a estratégia está sendo alcançada.

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50

Figura 10 - Mapa Estratégico

Fonte: CSC Energia (2014)

Page 52: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

51

Para compor o mapa estratégico, foram definidos 14 objetivos estratégicos

para cada empreendimento, divididos nas quatros perspectivas, as setas

apresentam a relação de causa e efeito.

Os objetivos em cada perspectiva representam para os empreendimentos:

Perspectiva financeira – os objetivos estão voltados a criação de valor ao

acionista;

Perspectiva cliente – está relacionada a imagem da organização diante das

comunidades e do meio-ambiente em torno do empreendimento, pois é necessário

reparar os danos causados na construção das usinas e nas respectivas atividades

operacionais;

Perspectiva dos processos internos – estão relacionadas com as atividades

das usinas, que é o processo de geração de energia x os custo de produção, e os

encargos atrelados as atividade como carga tributária, juros, multas e penalidades; e

Perspectiva aprendizado e crescimento – está voltado ao ambiente interno,

ao desenvolvimento das pessoas e seus desempenhos.

6.3.2 Painel de Controle

O painel de controle é o desdobramento do mapa estratégico, é possível

observar que os objetivos apresentados no mapa estratégico estão desdobrados em

18 indicadores-chaves de desempenhos, distribuídos nas quatros perspectiva, que

demonstram quantitativamente as metas e realização dos objetivos.

A empresa optou por apresentar os indicadores-chaves como cokpits em

formado de marcadores, que significa na sua tradução como “cabine do piloto”, onde

como um piloto é possível visualizar, acompanhar e controlar todos os instrumentos

para a navegação, nesse caso, todos os indicadores que compõe os objetivos

estratégicos.

Page 53: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

52

Figura 11 - Painel de Controle

Fonte: CSC Energia (2014)

Ao visualizar qualquer um desses indicadores-chaves, será apresentado em

uma nova tela com todas as informações referente aquele indicador, seu nome, sua

Page 54: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

53

descrição, seu objetivo de contribuição e a representação dos dados em um gráfico.

Para cada indicador, haverá um responsável, que deverá:

Figura 12 – OPEX Gerenciável

Fonte: CSC Energia (2014)

Apresentar a análise de desempenho, e se necessário, a recomendação para

atingir o objetivo esperado.

O gráfico demonstra a relação do passado com o futuro, apresenta as

metas/planejado para o ano corrente e o acumulado para dois anos futuros, o

acumulado realizado dos dois anos passados, o realizado de cada competência do

ano vigente e a melhor estimativa para os demais meses.

6.3.2.1 Indicadores Chaves

A. Indicadores-chaves de desempenho

Os indicadores-chaves do painel de controle são os desdobramentos dos

objetivos estratégicos em informações numéricas. Serão apresentados os principais

indicadores que envolvem os dados extraídos dos relatórios desenvolvidos pela

contabilidade gerencial, que representam 60% dos indicados do painel de controle.

Page 55: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

54

B. Indicadores-chaves perspectiva financeira

WACC – Mede o custo médio ponderado de capital

o Objetivo: Otimizar o custo de capital

Figura 13 - WACC

Fonte: CSC Energia (2014)

A terminologia vem do inglês WACC – “Weighted Average Cost Of Capital”

que em português significa Custo Médio Ponderado do Capital. A fórmula para

cálculo:

WACC = Custo do Capital de Terceiros Líquido de Imposto x Participação do

Capital de Terceiros + Custo do Capital Próprio x Participação do Capital Próprio

Para análise do custo de capital próprio foi utilizado a taxa nominal de juros

CDI (Certificados de Depósito Interbancário) como custo de oportunidade dos

acionistas. Esse indicador deve acompanhar a estimativa prevista do CDI do ano.

Margem operacional ajustada – Mede a relação entre o lucro operacional

bruto (EBITDA) e a receita líquida ajustada em uma janela móvel de 12 meses.

o Objetivo: aumenta a margem operacional

Page 56: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

55

Figura 14 - Margem operacional ajustada

Fonte: CSC Energia (2014)

Assim como o WACC o EBITDA é um o termo inglês “Earnings Before

Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, e sua tradução "Lucros antes de

juros, impostos, depreciação e amortização". Nesse caso para a análise da receita

líquida foi utilizado o preço da energia de referência, pois a empresa utiliza os

preços mínimos. A DRE abaixo apresenta as contas que são utilizadas para o

cálculo da margem operacional.

Figura 15 - DRE

Fonte: elaborado pela autora (2014)

Page 57: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

56

EVA Ajustado – Valor econômico ajustado

o Objetivo: maximizar o valor para o acionista de forma sustentável

Figura 16 - EVA Ajustado

Fonte: CSC Energia (2014)

O EVA também é uma terminologia inglesa – Economic Value Added, que

possui o mesmo significado na sua tradução “Valor Econômico Ajustado”. Mede o

valor financeiro obtido nos últimos 12 meses pelo retorno acima do custo do capital.

Para cálculo do EVA foi realizado o ajuste no preço da energia de referência e

a simplificação adotada na determinação do custo de capital próprio foi utilizado a

taxa nominal de juros CDI.

EVA = Lucro Operacional após o Imposto de Renda – (Capital Investido x

Custo de Oportunidade)

C. Indicadores-chaves perspectiva Processos internos

OPEX Gerenciáveis: Mede as despesas operacionais

o Objetivo: Aumentar a eficiência operacional

Page 58: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

57

Figura 17 - OPEX Gerenciáveis

Fonte: CSC Energia (2014)

OPEX – OPerational EXpenditure em português são as despesas

operacionais, que são as despesas com pessoal, material, serviços de terceiros e

outros, mais conhecido pela sigla PMSO, em relação à energia assegurada (Mwh).

OPEX não gerenciáveis – Encargos setoriais: Mede as despesas com

encargos setoriais

o Objetivo: Aumentar a eficiência operacional

Figura 18 - OPEX não gerenciáveis

Fonte: CSC Energia (2014)

Page 59: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

58

O OPEX não gerenciáveis mede as despesas com encargos do setor de

energia elétrica definidos pela a agencia reguladora ANEEL – Agência Nacional de

Energia Elétrica. São os valores gastos com os encargos divididos pelo valor do

Mwh que é a taxa de variação da potência consumida de energia gerada com o

tempo.

CAPEX – Mede os gastos com investimentos em relação à energia

assegurada

o Objetivo: Aumentar a eficiência operacional

Figura 19 - CAPEX

Fonte: CSC Energia (2014)

CAPEX é a sigla da expressão inglesa “Capital Expenditure” em português

significa despesas de investimento em bens de capital, que indica o custo gasto na

compra de bens de capital em relação à energia assegurada (Mwh).

Desvio de Liquidez – Mede a diferença entre o caixa orçado e o realizado

o Objetivo: garantir a liquidez financeira

Page 60: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

59

Figura 20 - Desvio de Liquidez

Fonte: CSC Energia (2014)

Calcula a saída de caixa com o que foi planejado.

Carga tributária – Mede a relação dos custos dos impostos em relação à

geração de caixa.

o Objetivos: reduzir a carga tributária e encargos, sob foco dos

acionistas.

Figura 21 - Carga tributária

Fonte: CSC Energia (2014)

Para o cálculo utiliza o custo com a carga tributária em relação ao EBITDA.

Page 61: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

60

Multas e penalidades - Valor acumulado em reais de eventuais multas e

penalidades contabilizadas no ano.

o Objetivo: reduzir os riscos fiscais, trabalhistas, regulatórios e

ambientais.

Figura 22 - Multas e penalidades

Fonte: CSC Energia (2014)

Eficiência de compartilhamento – Mede o ganho percentual verificado

entre o custo da CSC e a posição de custo do empreendimento no período anterior

adesão ao modelo de serviços compartilhados

o Objetivo: Utilizar o modelo de gestão compartilhada como

diferencial competitivo

Figura 23 - Eficiência de compartilhamento

Fonte: CSC Energia (2014)

Page 62: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

61

O cálculo é realizado pelo custo anual (considera o realizado médio

acumulado no ano) em relação ao custo inicial.

Nível de compartilhamento – Mede a relação percentual dentre as

despensas (PMSO gerenciáveis) vinculadas aos processos, atividades e contratos

operados de forma compartilhada em relação às despesas totais.

o Objetivo: Utilizar o modelo de gestão compartilhada como

diferencial competitivo

Figura 24 - Nível de compartilhamento

Fonte: CSC Energia (2014)

6.3.3 Painel de Contribuição

O Painel de Contribuição irá definir os indicadores de desempenho de cada

unidade de negócio, onde irá permitir visualizar e identificar, de forma clara e direta,

os objetivos, metas e as iniciativas que cada unidades do negócio desenvolve para o

alcance dos objetivos definidos no painel de controle pelos indicadores-chaves.

As unidades de negócio dos empreendimentos são:

Administração – Atividades relacionadas ao financeiro, contábil,

administrativo e gestão de pessoal;

Page 63: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

62

Figura 25 - Painel de Contribuição: Administração

Fonte: CSC Energia (2014)

Meio Ambiente – Atividades relacionadas a responsabilidades ambientais,

pesquisa e desenvolvimento;

Figura 26 - Painel de Contribuição: Meio Ambiente

Fonte: CSC Energia (2014)

Operação e Manutenção – Atividades relacionadas às operações de

geração de energia e manutenção de máquinas e equipamentos das usinas

Page 64: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

63

Figura 27 - Painel de contribuição: Operação e Manutenção

Fonte: CSC Energia (2014)

Assim como no painel de controle, é possível visualizar cada indicador, seu

nome, sua descrição, seu objetivo de contribuição e a representação dos dados em

um gráfico.

Fonte: CSC Energia (2014)

Em todo o relatório os indicadores terão a mesma apresentação em gráfico

como a figura 28.

Figura 28 - Custo de O&M

Page 65: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

64

6.3.4 Controles internos

A empresa optou por incluir no RAE - Relatório da Análise Estratégica o

painel de controles internos, apresentando a matriz de risco dos processo, que visa

garantir aos acionistas, de maneira consistente se os objetivos estão em

conformidade com as melhores práticas de governança corporativa (Sox).

Os controles internos estão divididos em 8 processos:

Contabilidade

Financeiro

Recursos Humanos

Infraestrutura

Assessoria Jurídica

Pesquisa e Desenvolvimento,

Aquisições

Gestão Ambiental

6.4 RESULTADOS PARA EMPRESA E SEUS ACIONISTAS

Conforme informado pelo Diretor Executivo da CSC Energia, Sr. Tarcísio a

implementação do relatório de análise estratégica baseado na metodologia do BSC,

superou as expectativas, pois se tornou o principal meio de gestão estratégica,

permitindo a visualização do desempenho organizacional de uma maneira ampla,

mostrando dados do passado e as perspectivas futuras, simplificando assim o

processo de gestão, reduzindo diversas planilhas em um único sistema que garante

a confiabilidade das informações

O RAE, em aproximadamente 4 anos, trouxe mais agilidade para a tomada de

decisão, pois organizou as informações em um único sistema, onde apresenta os

resultados obtidos desde de seu início, que pode ser facilmente visualizado a

qualquer momento pelos principais interessados, não tendo necessidade de fazer

uma solicitação do relatório, aguardar a geração, o envio/recebimento, etc.

Para o Diretor da empresa o sucesso do RAE se deu pelo fato de ser

implementado em um momento de reestruturação e pelo seu porte, que minimizou o

risco na falha de comunicação e garantiu a compreensão por parte de todos os

Page 66: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

65

envolvidos. Em sua opinião, no contexto geral, a maior dificuldade na implantação

BSC é o alinhamento dos objetivos aos processos e o convencimento das pessoas.

6.5 RESULTADOS PARA CONTABILIDADE

Os indicadores extraídos da contabilidade representam cerca de 60% dos

indicadores que compõe o relatório de análise estratégica desenvolvido pela CSC, a

maioria são mensurados a partir dos princípios da contabilidade de custo e

financeira.

Para mensurar a estratégia da organização é necessário transformar as

informações em dados numéricos, e esse foi o papel fundamental da contabilidade

no processo de implantação do Balanced Scorecar, extrair do sistema de informação

gerencial dados que traduzissem a estratégia em números para que a alta

administração pudesse acompanhar o desempenho da organização.

A metodologia do BSC complementou os relatórios da contabilidade gerencial

com indicadores de medidas não-financeiras, ciando valor as ativos intangíveis e o

equilíbrio dentro das quatros perspectiva aos relatório gerenciais, sendo assim, é

possível ter o acompanhamento do desempenho de toda a organização no seu

passado e com medidas dos vetores que desempenham o desenvolvimento futuro.

Page 67: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

66

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implementação do BSC apresentou resultados positivos para a CSC

Energia e para seus empreendimentos-clientes. A análise entre os objetivos e a

implementação do BSC permitiu que fosse possível aos empreendimentos-cliente o

acompanhamento da proposta inicial da CSC Energia na redução de custo e a

maximização de valor aos acionistas. A CSC conseguiu identificar os indicadores-

chave para concentrar esforços e gerar aperfeiçoamentos no seu sistema de gestão.

As dificuldades de implantação consistiram no convencimento das pessoas e

no alinhamento aos processos, mas obteve-se adesão e comprometimento com a

estratégia estabelecida.

Um ponto a ser considerado deve ser a adequação do momento de

implantação, a fim de que não comprometa os resultados desejados.

Esse estudo de caso teve um case de sucesso, porém, recomenda-se uma

análise comparativa mais aprofundada entre outras entidades e o acompanhamento

dos resultados do BSC ao longo do tempo. Há mais perspectivas a serem

exploradas em outros estudos.

Vale ressaltar, que mesmo em organizações que estão colhendo os

resultados dos conceitos do BSC, como no estudo apresentado, deve-se manter os

esforços para a manutenção e mensuração dos indicadores a fim de que o BSC não

se torne mais um documento da empresa, mas sim que continue sendo uma

ferramenta de apoio a gestão estratégica alinhada ao sucesso da organização.

O trabalho manteve-se dentro da limitação proposta de acompanhar o

desenvolvimento do planejamento, execução e controle da implantação do BSC na

empresa.

Os dados coletados no estudo de caso permitiram a constatação de que 60%

dos indicadores são diretamente extraídos da contabilidade, e os demais utilizam

princípios contábeis.

A metodologia do BSC requer dados extraídos da contabilidade para

quantificar os objetivos estratégicos, o acompanhamento da implantação da

metodologia na empresa nos permite propor que o profissional da área contábil

possa, em consonância com seu referencial teórico integrar a metodologia do BSC

como ferramenta da contabilidade.

Page 68: Tcc   relatório de análise estratégica baseado na metodologia do

67

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