suplemento agrogarante formalmente...

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que a garantia mútua vai dinami- zar a agricultura e fomentar inves- timento privado no sector. A Agrogarante parte com uma dotação de seis milhões de euros, num momento em que as outras SGM (Norgarante, Lisgarante e Garval) duplicam o capital para 12 milhões de euros. A garantia de pagamentos a fornecedores e a boa execução dos sistemas de incentivos comunitários são algumas das van- tagens não financeiras associadas à garantia mútua. PÁG. 5 SUPLEMENTO SEGUROS DIRECTOR João Peixoto de Sousa Nº 1158 / 07 Julho 2006 / Semanal / Portugal Continental 2www.vidaeconomica.pt FISCALIDADE TAXA DE IRC BAIXA 1% A nova Proposta de Lei das Fi- nanças Locais poderá significar uma redução até um máximo de 3% da colecta de IRS dos contri- buintes. O limite máximo da derra- ma, que actual- mente é de 2,5% (10% da taxa normal de IRC, 25%) baixa para 1,5%. É atribuída às autarquias uma participação num total de 5% do IRS, com uma participação fixa de 2% e outra variável de 3%. O regime da participação va- riável oferece oportunidade à existência de diferenças de tributação de município para município. Está nas mãos das câmaras municipais proporcio- nar aos contribuintes que no seu território tenham domicí- lio fiscal uma dedução “extra” à colecta de IRS a pagar. Paulino Brilhante Santos, ad- vogado especialista em Direi- to Fiscal da Miranda Correia Amendoeira & Associados, aponta para o risco de carteli- zação de municípios. PÁG. 26 DOSSIER CRÉDITO À HABITAÇÃO AUTORIZAÇÃO Nº 314 DE 2314/97 RCN 9 720972 000037 01158 GOVERNO SACRIFICA NOTARIADO EM NOME DO INVESTIMENTO A eliminação de obrigatoriedade de escritura pública e a alteração nos reconhecimentos de assinaturas são os aspectos da reforma que menos agradam aos notários também para o aumento da inse- gurança jurídica. Em entrevista à revista “Vida Judiciária”, Luís Goes, Adjunto do Secretário de Estado da Justi- ça, explica que “esta reforma não é uma cruzada contra os notá- rios”. Segundo o mesmo responsável, a eliminação de obrigatoriedade de escritura pública e a alteração nos reconhecimentos – aspectos da reforma que menos agradarão aos notários – “inserem-se num pacote que visa melhorar a qua- lidade de vida dos cidadãos e me- lhorar o ambiente dos negócios”. “Só removendo os obstáculos à actividade das empresas o país pode ser mais competitivo e atrair o investimento essencial ao cres- cimento económico”. Luís Goes fala na necessidade de uma mudança de mentalida- des para acabar com a burocracia instalada. (CONT. NA PÁG. 25) A dispensa de escrituras públi- cas é uma dos pontos mais emble- máticos do Programa de Simplifi- cação Administrativa e Legislativa (Simplex). A medida entrou em vigor no dia 30 de Junho e já faz mossa no notariado. Numa primeira reacção, a As- sociação Portuguesa de Notários veio a terreiro explicar que, con- trariamente ao que o Governo de- fende, a constituição de empresas encareceu 245%, crescendo assim para mais do dobro, apontando SEXTOR TÊXTIL PROLONGA FLEXIBILIDADE LABORAL PÁG. 14 Jaime Silva quer mais investimento privado no sector A Agrogarante, sociedade de ga- rantia mútua criada pela SPGM, está pronta para apoiar projectos de investimento de PME ou em- presários em nome individual do sector agro-florestal. A diminuição do risco associado às operações financeiras partici- padas pelas sociedades de garan- tia mútua permite que os bancos alarguem os “plafonds” de crédito às empresas. A garantia mútua facilita também a escolha das me- lhores soluções de financiamento e permite a obtenção de crédito em menos tempo. Jaime Silva, ministro da Agricul- tura, declara à “Vida Económica” GARANTIA MÚTUA ENTRA NA AGRICULTURA ANIT-LAR QUER MANTER GRUPO DE TRABALHO DO SECTOR TÊXTIL PÁG. 6 PROCURA DE CRÉDITO ANTECIPA SUBIDA DAS TAXAS DE JURO PÁG. 7 ESPANHÓIS DA CAPITAL CREDIT ENTRAM EM PORTUGAL PÁG. 9 AUTOMÓVEL AUTO-SUECO QUER TRIPLICAR VENDAS A RETALHO PÁG. 42 Agrogarante formalmente constituída 6 MJ para apoio às PME

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que a garantia mútua vai dinami-zar a agricultura e fomentar inves-timento privado no sector.

A Agrogarante parte com uma dotação de seis milhões de euros, num momento em que as outras SGM (Norgarante, Lisgarante e Garval) duplicam o capital para 12 milhões de euros. A garantia de pagamentos a fornecedores e a boa execução dos sistemas de incentivos comunitários são algumas das van-tagens não financeiras associadas à garantia mútua.

PÁG. 5

SUPLEMENTO SEGUROS

DIRECTORJoão Peixoto de Sousa

Nº 1158 / 07 Julho 2006 / Semanal / Portugal Continental 2€

www.vidaeconomica.pt

FISCALIDADETAXA DE IRC BAIXA 1%

A nova Proposta de Lei das Fi-nanças Locais poderá significar uma redução até um máximo de 3% da colecta de IRS dos c o n t r i -buintes . O limite máx imo da derra-ma, que a c t u a l -mente é de 2,5% (10% da taxa normal de IRC, 25%) baixa para 1,5%. É atribuída às autarquias uma participação num total de 5% do IRS, com uma participação fixa de 2% e outra variável de 3%. O regime da participação va-riável oferece oportunidade à existência de diferenças de tributação de município para município. Está nas mãos das câmaras municipais proporcio-nar aos contribuintes que no seu território tenham domicí-lio fiscal uma dedução “extra” à colecta de IRS a pagar.Paulino Brilhante Santos, ad-vogado especialista em Direi-to Fiscal da Miranda Correia Amendoeira & Associados, aponta para o risco de carteli-zação de municípios.

PÁG. 26

DOSSIER CRÉDITO À HABITAÇÃO

AUTORIZAÇÃO Nº 314 DE 2314/97 RCN9 720972 000037

0 1 1 5 8

GOVERNO SACRIFICA NOTARIADO EM NOME DO

INVESTIMENTOA eliminação de obrigatoriedade de escritura pública e a alteração nos reconhecimentos de assinaturas são os aspectos da reforma que menos agradam aos notários

também para o aumento da inse-gurança jurídica.

Em entrevista à revista “Vida Judiciária”, Luís Goes, Adjunto do Secretário de Estado da Justi-ça, explica que “esta reforma não é uma cruzada contra os notá-rios”.

Segundo o mesmo responsável, a eliminação de obrigatoriedade de escritura pública e a alteração nos reconhecimentos – aspectos da reforma que menos agradarão aos notários – “inserem-se num

pacote que visa melhorar a qua-lidade de vida dos cidadãos e me-lhorar o ambiente dos negócios”.

“Só removendo os obstáculos à actividade das empresas o país pode ser mais competitivo e atrair o investimento essencial ao cres-cimento económico”.

Luís Goes fala na necessidade de uma mudança de mentalida-des para acabar com a burocracia instalada.

(CONT. NA PÁG. 25)

A dispensa de escrituras públi-cas é uma dos pontos mais emble-máticos do Programa de Simplifi-cação Administrativa e Legislativa (Simplex). A medida entrou em vigor no dia 30 de Junho e já faz mossa no notariado.

Numa primeira reacção, a As-sociação Portuguesa de Notários veio a terreiro explicar que, con-trariamente ao que o Governo de-fende, a constituição de empresas encareceu 245%, crescendo assim para mais do dobro, apontando

SEXTOR TÊXTIL PROLONGA FLEXIBILIDADE LABORAL

PÁG. 14

Jaime Silva quer mais investimento privado no sector

A Agrogarante, sociedade de ga-rantia mútua criada pela SPGM, está pronta para apoiar projectos de investimento de PME ou em-presários em nome individual do sector agro-florestal.

A diminuição do risco associado às operações financeiras partici-padas pelas sociedades de garan-tia mútua permite que os bancos alarguem os “plafonds” de crédito às empresas. A garantia mútua facilita também a escolha das me-lhores soluções de financiamento e permite a obtenção de crédito em menos tempo.

Jaime Silva, ministro da Agricul-tura, declara à “Vida Económica”

GARANTIA MÚTUA ENTRA NA AGRICULTURA

ANIT-LAR QUER MANTER GRUPO DE TRABALHO DO SECTOR TÊXTIL

PÁG. 6

PROCURA DE CRÉDITO ANTECIPA SUBIDA DAS TAXAS DE JURO

PÁG. 7

ESPANHÓIS DA CAPITAL CREDIT ENTRAM EM PORTUGAL

PÁG. 9

AUTOMÓVELAUTO-SUECO QUER TRIPLICAR VENDAS A RETALHO

PÁG. 42

Agrogarante formalmente constituída

6 MJpara apoio às PME

Page 2: SUPLEMENTO Agrogarante formalmente SEGUROSbasededados.vidaeconomica.pt/users/0/39/pdf_ve:ve_ed1158...SUPLEMENTO SEGUROS DIRECTOR João Peixoto de Sousa Nº 1158 / 07 Julho 2006 / Semanal

ESTE POVO!

Há um velho Portugal ao lado de um Portugal novoperto de cada um de nós

Afi nal este povo a que pertenço tem alguma coisa no interior do seu interior (António Lobo Antunes) que o conduz, ainda, a feitos ex-traordinários!

Obviamente que esta refl exão é suscitada pelo que tem acontecido no mundo do futebol – não só em campo mas, também, ao redor de inú-meras manifestações de subjectivação da identidade nacional que, um pouco por todo o mundo, explodiram nestes dias de sucesso futebolísti-co. Por via deste, muitos mergulharam nos escaninhos da portugalidade e aí recuperaram um sentido de colectividade que marca dentro e fora das fronteiras nacionais. E que não se poderá deixar voltar atrás, desde logo porque evidencia que, num mundo globalizado, Portugal é um país relevante.

Cumpre, doravante, organizar um pensamento, um universo novo de ideias e de ideais para dar sentido ao que indeclinavelmente somos, mas não queremos ou sabemos, muitas vezes, vivenciar. Trazer ao de cima, pois, tudo o que de bom está no fundo da alma lusitana onde quer que ela viva espalhada pelo mundo.

Com propriedade se poderá, agora, repetir, pois, que há hipóteses fan-tásticas de vida para além do economicismo aprisionado a um qualquer orçamento, de um qualquer governo, de qualquer partido. Porque ainda há uma identidade nacional, nós e laços que existem, escondidos, esquecidos ou escamoteados, mas existem.

O futuro começa no coração dos homens, tal como a ambição.Mais ambição é o que é, hoje, preciso, até porque o modo de ser portu-

guês, que só nos acorda geralmente pela festa ou pela tragédia, evidencia, também, que quando há objectivos, metas e prazos para os alcançar, conse-guimos tanto quanto os melhores dos melhores. A diáspora portuguesa aí está para afastar as dúvidas dos mais cépticos, tanto quanto inúmeras novas empresas, de um novo paradigma económico, em segmentos altamente es-pecializados e avançados tecnologicamente onde bem podem enraizar as nossas esperanças de maior desenvolvimento.

O pior cego é o que não quer ver. Por isso é justo reclamar aos que co-mandam os destinos do país que deixem vir ao de cima a essencialidade da alma lusitana e, até, a inteligência emocional de um povo que é capaz do melhor mesmo atrofi ado por drásticas políticas de tecnocratas sem alma.

Há um velho Portugal ao lado de um Portugal novo perto de cada um de nós. O velho veio, há dias, expresso num inquérito jornalístico sobre os alegadamente mais poderosos portugueses. O novo está a ganhar dimensão no ser e agir de uma sociedade civil e empresarial que rejeita quer o modelo salazarista (ainda presente subliminarmente em tantos!) quer o gonçalvista (ainda com garras afi adas em tantas estruturas sociais, económicas e cul-turais).

Hoje poderemos compreender melhor o sentido do Estado-nação que somos e o valor do Estado de Direito democrático que escolhemos para conviver. Será conveniente, porém, não escamotear que nada disso vale nada se primeiro não estiverem os cidadãos enquanto pessoas com direitos, decerto, mas obrigações cívicas e civis, também, e, sobretudo com vontade de viver, em solidariedade, um destino nacional.

E-mail: [email protected]

EMPRESAS CITADAS

Auchan .................................. 03

General Motors ....................... 03

Capital Credit ......................... 09

MCoutinho ............................. 09

Sonae .................................... 09

Augusto Guimarães & Irmão ..... 10

Camin Global ......................... 10

General Motors ....................... 16

Vodafone ................................ 24

Optimus ................................ 24

EPUL .................................... 28

Veigas & Veigas ...................... 29

CIF ........................................ 29

Jones Lang LaSalle ................. 29

MasterCard ............................ 31

Modelo Continenta .................. 31

Parceiros de Comunicação ....... 31

Danone Portugal ..................... 32

Montepio Geral ....................... 33

Banco do Brasil ...................... 34

Mercer Investment Consultin ... 34

Pictet Funds .......................... 40

Auto-Sueco ............................ 42

SUPLEMENTO APROSE

Actaseguros ............................. II

Liberty Seguros .......................III

Lima-Corretores de Seguros ....... V

Grupo Caixa ............................ VI

Lusitânia ............................... VII

Victoria Seguros ..................... VIII

SUPLEMENTO CRÉDITO À HABITAÇÃO

CGD ...................................... 01

BPI ....................................... 01

Millenniumbcp ....................... 01

Santander Totta ...................... 01

BES ...................................... 01

BPI ....................................... 02

DECO .................................... 02

Barclays ................................ 03

Millenniumbcp ....................... 03

UCI ....................................... 04

Caixa Galicia .......................... 04

ESTRATÉGIA PARA A ENERGIA É TEMA DE CONFERÊNCIA NO PORTO

“Estratégia Nacional para a Energia” é o tema da confe-rência promovida pelo Minis-tério da Economia, que hoje, pelas 14h15, decorre no Por-to, Casa da Música, Sala 2. O encontro, que será aberto pelo ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, e en-cerrado pelo Primeiro-Minis-trio, José Sócrates, abordará os temas “A estratégia em-presarial dos grandes ‘players’ nacionais”, sessão debate mo-derada por António Peres Me-telo, José Marques Gonçalves, CEO GalpEnergia, e António Mexia, CEO EDP; “A energia como alavanca do investimen-to e desenvolvimento da eco-nomia”, com introdução pelo secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação, Antó-nio Castro Guerra; “A energia, a inovação e o mercado de ca-pitais”.

BANCA

EMPRESAS

INCUMPRIMENTO NA HABITAÇÃO DIMINUIA taxa de incumprimento no crédito à habitação diminuiu no passado mês de Abril, ao atingir os 1,169 mil milhões de euros. Este valor é o mais baixo desde Agosto do ano passado. No entanto, representa 54% do total do incumprimento de particulares registado em Portugal.

SECTOR TÊXTIL COM FLEXIBILIDADEALÉM DO CÓDIGO DO TRABALHOANIVEC/APIV e FESETE conseguiram um feito “histórico”. O novo contrato colectivo de trabalho para o sector têxtil e vestuário vai bastante além do permitido pelo Código do Trabalho (CT), designadamente quanto a contratos a termo, férias e adaptabilidade dos horários.

CONSTITUIÇÃO DE EMPRESAS PASSA A CUSTAR MAIS DO DOBROCom o Simplex, as escrituras de capital social mínimo, que antes custavam 134 euros, saltaram para os 475 euros, representando um aumento de 254%, informa a Associação Portuguesa de Notários.

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

JUSTIÇA

CAUSAS DO DIA-A-DIA

ANTÓNIO VILARADVOGADO

[email protected]

EDITOR E PROPRIETÁRIO: Vida Económica Editorial SA

REDACÇÃO: Virgílio Ferreira (Chefe de Re-dacção), Guilherme Osswald, Sandra Ribeiro, Susana Marvão, Gabriela Raposo, Bárbara Andrade, Aquiles Pinto, Catarina Jesus, Mar-tim Porto, Rute Barreira e Adérito Bandeira.

SECRETÁRIA DA REDACÇÃO: Lisbeth Ferreira [email protected]

PAGINAÇÃO: Célia César, Mário Almeida, Flá-via Leitão, José Barbosa e Susana Almeida.

CENTRO DE INFORMÁTICA: Paulo AlexandreContactos Porto: Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq. 4049-037 PortoTel.: 223 399 400 • Fax: 222 058 [email protected] Lisboa: Campo Pequeno, 50 - 4º Esq. 1000-081 Lisboa Tel.: 217 815 410 • Fax: 217 815 415

DEPARTAMENTO COMERCIAL:Porto: Teresa Claro e Madalena [email protected]@vidaeconomica.pt

Secretária Comercial: Alzira [email protected]. 223 399 404

Lisboa: Rita DiasE-mail: [email protected]. 217 815 410

EMPRESA CERTIFICADA

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 22.000

4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D. G. C. S. nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN. 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

ASSINATURAS: Maria José Teixeira, Carla [email protected]

IMPRESSÃO: Naveprinter, SA - Porto

DISTRIBUIÇÃO: VASP, Sociedade de Trans-portes e Distribuição, SAMLP: Media Logistics ParkQuinta do Grajal - Venda Seca2739-511 Agualva - CacémE-mail: [email protected].: 214 337 000 - Fax: 214 326 009

P. 2 supl. P. 14

BREVES

P. 26

sexta-feira, 07 Julho de 2006ACTUALIDADE02

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Fonte: INE

Maio 05 Jun./05 Jul./05 Ago./05 Set./05 Out./05 Nov./05 Dez./05 Jan./06 Fev./06 Mar./06 Abr./06 Maio/06

1

1.5

2

2.5

3

3.5

Fonte: Reuters

Milmilhões de euros

Vendas líquidas do grupo Auchan

em Portugal

7,5%Taxa de desemprego

melhorou em Maio

EXPANSIÓN

Caixas espanholas avançam para crédito ao consumoAs caixas de poupança espanholas não querem perder o atractivo mercado do crédito ao consumo, um negócio que, em Espanha, move cerca de 80 mil milhões de euros por ano. Várias entidades estão a desenvolver um projecto para criarem uma grande financeira, o qual poderá incluir dezenas de caixas. A aposta está feita e para dirigir o projectos estão a ser contactados profissionais de outras entidades. Em especial do Citigroup, banco que corre o risco de perder vários executivos essenciais no negócio do financiamento ao consumo. O projecto envolve a reconversão de várias socieda-des no sentido do crédito ao consumo e de todos os seus produtos derivados (...).

INVESTIR

União Europeia quer abrir “hedge funds”A indústria de “hedge funds”, na União Europeia, deverá ser livre de oferecer os seus serviços em diferentes Estados-membros e deparar-se com menos obstáculos quando faz o marketing dos seus produtos aos investidores, de acordo com um relatório da Comissão Europeia. O documento apoia uma indústria que tem sido com alguma frequência alvo dos ataques dos políticos nacionais. Considera que o sector não pode continuar a ser sobrecarregado com regulamentação adicional e chega a pedir o fim das regras actuais que restringem o acesso dos investidores a esses fundos.

FINANCIAL TIMES

Nova aliança no sector automóvel

Há a possibilidade de a General Motors formar uma nova aliança com a Renault e a Nissan. A direcção da Nissan acha que deve continuar as discussões preliminares para analisar uma potencial aliança com o maior construtor automóvel norte-ame-ricano, se este apoiar e aprovar a proposta feita pelos seus accionistas.

TENDÊNCIAS

CARLOS ZORRINHO

O coordenador do Plano Tecnológico tem motivos para estar satisfei-to, mesmo que deva guardar alguma cautela na análise dos núme-ros. É que as vendas de tecnologia ao exterior cresceram cerca de 90% nos primeiros quatro meses do ano. Há uma melhoria conside-rável da balança tecnológica, o que pode ser um sinal de mudança do modelo. No entanto, há que ter em conta que o sistema ainda não está consolidado.

LUÍS AMADO

Sai Freitas do Amaral, transfere-se Luís Amado da Defesa para os Negócios Estrangeiros. A escolha parece ser a mais indicada, já que aquele político tem provas dadas na diplomacia. Mas é a ascensão profissional de Ama-do que marca as alterações no Executivo. Conseguiu apresentar pro-postas claras para o exército, sendo que sai de um ministério difícil com provas dadas.

JOSÉ SÓCRATES

A burocracia, paradoxalmente, colocou em causa o processo de des-burocratização. Depois de ter sido apresentado quase como a solu-ção dos problemas burocráticos que minam o aparelho de Estado, a falta de coordenação e as dificuldades de funcionamento fizeram com que o Simplex se reduzisse à designação, já que em termos práticos se ficou muito aquém das expectativas criadas.

PAULO SUCENA

A Fenprof não tem sabido gerir o conflito que se instalou com a Ministra da Educação. Continua arreigado a questões políticas e aos interesses próprios, com estratégias que mais têm prejudicado os profissionais da educação do que trazido vantagens. O responsável máximo da federação parece perdido e não tem poder de argumen-tação. Talvez fosse altura de a federação olhar para dentro e pensar numa reestruturação profunda.

ECONÓMETRO

FACTOS RELEVANTES

SECTOR ELÉCTRICO E ELECTRÓNICO COM MELHORIA CONTINUADA DAS EXPORTAÇÕES

A indústria eléctrica e electró-nica manteve, no primeiro tri-mestre, a tendência de melhoria nas exportações. No ano passa-do, as expectativas de cresci-mento foram alteradas no senti-do positivo. Em vez da esperada estagnação, o sector registou um crescimento de quatro por cento, sobretudo devido aos úl-timos três meses do ano.

No entanto, a Associação Por-tuguesa das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico (Anime-ee) chama a atenção para a ne-

cessidade de os empresários se prepararem para o facto de esta situação não se dever manter. “Houve na União Europeia um movimento generalizado de me-lhoria económica, centrado na Alemanha, cujas previsões de crescimento foram sendo altera-das no sentido da alta ao longo do ano transacto, mas começa a verificar-se um abrandamento do ritmo. Por outro lado, um sector que ainda possui um peso eleva-do na exportação continua com perspectivas de desaceleração

da actividade.” Neste momento, os pontos fortes são uma expor-tação em melhoria continuada, vendas positivas no mercado na-cional, embora em decréscimo de ritmo, melhoria na taxa de utilização da capacidade produ-tiva, situação financeira positiva e propensão para investir. Os pontos fracos apontados são a degradação das marcas no mer-cado português, uma carteira de encomendas negativa e custos de produção em subida conti-nuada.

CIP DIZ QUE REFORMA DA SEGURANÇA SOCIAL É INSUFICIENTE

A CIP considera que as pro-postas sobre a reforma da Se-gurança Social “são insuficien-temente motivadoras, relativa-mente aos regimes fiscais das contribuições dos trabalhadores e das entidades empregadoras, bem como no que se refere ao regime fiscal dos benefícios”.

Por outro lado, a confederação patronal acha que é necessário reforçar os benefícios fiscais re-lativos aos planos de poupança

individual para a reforma e im-pulsionar os benefícios fiscais quanto à constituição de planos complementares por parte das empresas. Em contrapartida, a CIP vê com bons olhos a in-trodução de um factor de sus-tentabilidade, “que assumirá o papel fundamental no efeito combinado das medidas pro-postas no saldo do subsistema previdencial”. Também valoriza a introdução de um novo inde-

xante para as prestações sociais e aplaude a racionalização das taxas contributivas e o reforço do combate à evasão e cobrança da dívida à Segurança Social. E está de acordo com o reforço das poupanças complementares. Fi-nalmente, a CIP concorda com a total assunção pelo Orçamento de Estado do financiamento das prestações familiares e do finan-ciamento de algumas prestações sociais.

1,5milhões de euros

Salário anual do seleccionador

Scolari

Fonte: INE

VOLUME DE NEGÓCIOS NA INDÚSTRIA SOBE (variação homóloga em %)

VENDAS NO RETALHO TENDEM A DESCER(variação média em 12 meses, %)

REVISTA DE IMPRENSA

PSI 20 COM AMPLAS VARIAÇÕES NO TEMPO(% em termos homólogos)

sexta-feira, 07 Julho de 2006ACTUALIDADE04

Maio 05 Maio 06

-2

0

2

4

6

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10

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16

2000 2001 2002 2003 2004 2005

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Garantia mútua entra na agricultura com seis milhões de eurosCobertura entre 50% e 80% do capital financiado permite aos bancos a libertação de “plafonds” de crédito adicionais, aumentando o negócio junto das PME.

Bancos vão poder conceder mais crédito

A garantia mútua entrou no sector agro-florestal. A consti-tuição da Agrogarante permitirá que os agricultores, em especial, as micro e pequenas empresas do sector, acedam mais facilmente ao crédito bancário.

Com a Agrogarante, com sede em Coimbra, passam a existir quatro sociedades de garantia mútua no país. As outras são a Norgarante (Porto), a Lisgarante (Lisboa), estas duas resultantes da cisão da SPGM, e a Garval (San-tarém), criada por iniciativa de associações empresariais.

A celeridade e a melhor escolha das operações de financiamento junto das instituições financei-ras, a eliminação ou redução de garantias reais ou pessoais dos só-cios e o apoio na montagem das operações de financiamento com recurso a produtos mais sofistica-dos, como a emissão das obriga-ções, são as principais vantagens para as empresas apoiadas pela garantia mútua. Relativamente à banca, porque reduz o risco fi-nanceiro das operações e não está obrigada a provisionar o montan-te garantido pelas SGM, podem libertar “plafonds” de crédito adi-cionais, aumentando assim o seu negócio junto das PME.

As SGM asseguram também o cumprimento das obrigações assumidas pelas empresas junto de instituições não financeiras, nomeadamente ao nível do bom pagamento a fornecedores e dos sistemas de incentivos, como o programa Agro.

A Agrogarante pode ser contac-tada através da linha de informa-ção gratuita 800 244 245.

Garantia mútua diminui riscos financeirosO montante máximo garantido pela Agrogarante, nesta fase inicial, será de 500 mil euros por empresa ou grupo de em-presas, no caso de financia-mentos bancários, e de 740 mil euros no caso de garantias técnicas, de boa execução ou outras, não financeiras.Em regra, a garantia mútua co-bre entre 50% e 80% do ca-pital financiado (empréstimos bancários, leasing, factoring ou contratos similares).Para beneficiar da garantia mú-tua, a empresa tem que se tor-nar accionista da SGM. A par-ticipação no capital social é, nesta fase, de 3% do valor da garantia emitida, sendo adqui-rida a um accionista promotor ou a outro mutualista. Após ex-tinção ou caducidade da garan-tia, o mutualista pode vender as suas acções pelo seu valor nominal (um euro) à própria SGM ou a outra empresa.

Portugal está contra a proposta comunitáriade reforma do sector vitivinícola

Seguir a proposta comunitária de re-forma do sector vitininícola - que passa por incentivar os produtores

menos competitivos a deixarem de pro-duzir e arrancarem as suas vinhas numa extensão de 400 mil hectares, abolindo os actuais regimes de destilação do álcool de consumo, de apoio ao armanezamento privado do vinho e de ajudas à utilização do mosto – é, neste momento, inaceitável para Jaime Silva

“A posição de Portugal é de tranquili-dade. O princípio orientador da reforma é um princípio de qualidade e de equilí-

brio entre a oferta e a procura. Portugal está numa situação aceitável. Temos se-guido um bom caminho, nomeadamente ao nível da dinâmica dos empresários do sector, que souberam reconverter a vinha no sentido de melhorarem a qualidade da produção e, inclusivamente, aumentar a exportação. Se estamos nesta dinâmica, vamos acentuá-la no próximo QCA”, afir-mou à “Vida Económica” Jaime Silva, que esteve presente na conferência “A compe-titividade na agricultura e os instrumentos de engenharia financeira”, recentemente organizado no Porto pela SPGM.

que necessitam de aguardente. Portanto, nós não podemos, de um dia para o outro, acabar com essa destilação, porque depois teríamos um problema de aguardente para produzir os nossos vinhos de qualidade”, considerou ainda o ministro.

Conforme salientou Jaime Silva, “exis-tem alguns perigos, mas nós vamos enfren-tá-los com qualidade, negociando. Não nos podemos esquecer que esta reforma – a proposta ainda não está feita - só será concluída no fim deste ano/início do pró-ximo e poderá ser uma proposta que caia na Presidência portuguesa. O que significa também que nós vamos ter responsabili-dades acrescidas. Teremos que ter também uma atitude mais de ‘low-profile’ em todo o processo de negociação, defendendo ob-viamente os nossos interesses nos corredo-res”, conclui.

VIRGÍLIO [email protected]

O excesso de produção de vinho e a consequente queima é um problema da União Europeia com o qual Portugal não se identifica. O que cá se produz é de boa qualidade e a aguardente é essencial à produção de qualidade dos vinhos licorosos portugueses. Esta é a posição manifestada à “Vida Económica” por Jaime Silva, ministro da Agricultura.

“Vamos enfrentar esta reforma com al-guma tranquilidade, sabendo que ela tam-bém tem outro tipo de desafios. A União Europeia tem um problema de desequilí-brio grave – que não é o caso português - nalguns Estados-membros, em que, de facto, se produz muito vinho que tem de ser destilado porque não tem escoamento no mercado. E a União Europeia tem que resolver esse problema. Não é tipicamen-te um problema nosso”, voltou a frisar o ministro.

Atitude discreta no processo de negociação

Para Jaime Silva, o desafio é claro: “Sa-bermos não deixar que essa proposta da União Europeia – o arranque de 400 mil hectares – se generalize no nosso país por-que esse não é o nosso problema”.

“Nós necessitamos de álcool de boca por-que temos a produção dos vinhos licorosos

sexta-feira, 07 Julho de 2006 05ACTUALIDADE

Vida Económica – Com a Agrogarante, a garantia mútua tem uma palavra a dizer no sec-tor agro-florestal?

José António de Barros – Tem. A partir de agora, este sector pas-sa a estar também abrangido pela garantia mútua com uma socie-dade, que vai desenvolver produ-tos específicos para o sector.

VE - Quais são os parceiros envolvidos?

JAB - Nesta sociedade estão, logo à partida, envolvidos no ca-pital o IFADAP e todos os gran-des bancos: a CCA, a CGD, o BPI, o BCP, o BES. Além disso, vamos também desenvolver par-cerias com as associações empre-sariais do sector.

VE – Como vão fazer chegar a informação às empresas?

JAB – Através de uma rede de parcerias. Vamos utilizar inicial-mente o IFADAP e a sua rede de balcões para fazer a divulgação,

Presidente da SPGM afirma

“Sector agro-florestal exige cautelas redobradas”

Ministro da Agricultura considera

“Aumentar o investimento privado é fundamental”

Vida Económica- Como ava-lia a presença da garantia mú-tua no sector da agricultura?

Jaime Silva - Penso que é funda-mental e vem ao encontro da nova política portuguesa para a Agricul-tura. Ou seja, a partir do momen-to em que elegemos a competitivi-dade como eixo fundamental para os próximos sete anos na aplicação dos fundos comunitários, tudo o que é inovação financeira para atrair investimento privado na agricultura é fundamental.

VE – Quer dizer, acabar com o proteccionismo?

JS - A agricultura, no que diz respeito à competitividade, tem que ser tratada como qualquer ou-tro sector da actividade económica. E a partir do momento em que a agricultura tem mais riscos, porque tem o factor clima, que as outras actividades não têm, o Agrogaran-te constitui um dos instrumentos que pode reduzir esse risco, com os apoios públicos e atraindo mais in-

mas depois vamos entrar nas co-operativas e nas associações de produtores para aí fazer também a distribuição boca a boca do pro-duto.

VE – Porquê criar uma SGM especificamente para o sector agro-florestal?

JAB - Isto foi criado por mérito do gestor do programa Agro. Até agora, nunca tinha existido uma medida de engenharia financeira para o sector da agricultura. Isto é uma novidade completa, que surge neste quadro comunitário (III QCA), com a criação de um programa duma medida 2, que é exactamente a medida de enge-nharia financeira.

VE - A Agrogarante leva “now-how”?

JAB - Leva, na medida em que é a SPGM que está a montar a obra grande, que assegurou a toda a tramitação de dossiers junto do Banco de Portugal e ela própria vai fazer o “coaching” desta actividade nos primeiros anos de vida.

VE - Qual é o montante de capital inicial?

JAB - Seis milhões de euros.

VE - Será suficiente?JAB - É. As sociedades actuais,

as outras sociedades da esfera da economia, tiveram até agora um capital de seis milhões cada uma, embora este mês estejam a dupli-car todas para 12 milhões de eu-ros. Admito que, dentro de dois a três anos, a Agrogarante também tenha necessidade de duplicar os seus capitais.

vestimentos, capitais fora do mun-do da agricultura que podem ser aplicados no sector agrícola.

VE - É saudável haver mais investimento privado no sector da agricultura?

JS - É fundamental e, para isso, temos que lhe dar atractividade. Para isso, temos que cobrir uma parte do risco que as outras acti-vidades não têm.

É desejável também, e esta inicia-tiva vai nesse sentido, mostrar aos empresários qual é o caminho para a nova agricultura portuguesa.

VIRGÍLIO [email protected]

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tal forma que, muitas vezes, a Comissão Europeia foi obrigada a explicar publicamente as suas decisões e a proceder a altera-ções. “Foram os casos das reco-mendações do Parlamento Eu-ropeu à Comissão, a análise do Regulamento Reach e a pressão sobre a Comissão para a disponi-bilização do estudo sobre a com-petitividade da indústria têxtil e vestuário chinesa.”

Entretanto, uma boa notícia é que o comissário europeu do Comércio se vai deslocar a Por-tugal no próximo mês de Outu-bro. Algo que foi conseguido pela deputada Elisa Ferreira e que não foi capaz o Governo. “Sendo co-nhecidas as posições pró-impor-tadores deste comissário, penso que também deveria ser convida-do o vice-presidente da Comissão e responsável pela pasta da indús-tria. Só o confronto dos titulares destas duas pastas é que vai per-mitir concluir se há apoio para concretizar uma política indus-trial moderna”, concluiu Ribeiro Fontes.

A moda, o design, a inovação, o produto, a tecnologia e a distribuição são aspectos

técnicos que as empresas do sec-tor têxtil e vestuário perseguem. Mas sem a intervenção política na definição de regras niveladoras de um comércio mundial equilibra-do não há quem resista, porque a vantagem é dada a quem adultera as regras económicas, ambientais, sociais e cambiais. Esta a posição de Ribeiro Fontes, secretário-ge-ral da ANIT-Lar, associação re-presentativa dos têxteis-lar, pre-

Luís Ribeiro Fontes, secretário-geral da ANIT-Lar, receia

Grupo de Trabalho do Sector Têxtil pode ser extinto

Produtos alimentares e combustíveis são os principais atractivos

IVA mais alto aumenta compras dos beirões em Espanha

Os consumidores beirões passaram a ir mais vezes a Espanha por motivos

de compras. Em causa está o au-mento da taxa máxima do IVA de 19% para os 21%, que aconteceu em Julho do ano passado. Depois de um ano da subida fiscal, os ha-bitantes das Beiras compram mais no país vizinho, aproveitando a proximidade geográfica. Além dos combustíveis mais baratos, os produtos alimentares, os pro-dutos para o lar, o vestuário e o calçado são os bens mais procura-dos pelos portugueses das Beiras quando se deslocam a Espanha. A conclusão é de um estudo do Ob-servatório do Comércio e Turis-mo e da Associação de Comércio e Serviços da Guarda (ACG), que analisou o impacto do aumento do IVA nos hábitos de compras dos consumidores dos concelhos da Guarda, Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo.

O estudo realizado concluiu que o diferencial entre o IVA portu-guês e o espanhol, taxado a 16%,

tem penalizado os habitantes das classes mais desfavorecidas daque-la região do país. Por isso, é grande a frequência com que se deslocam a Espanha. De acordo com a aná-lise, “52,9% fazem-no pelo menos uma vez por mês, enquanto 20,6% uma vez por semana e 5,3% dos inquiridos a referir que se deslo-cam a Espanha diariamente”. Os habitantes de Almeida atravessam a fronteira com mais assiduidade, devido à proximidade com Vilar Formoso. Seguem-se os habitantes de Figueira Castelo Rodrigo e só depois os da Guarda. O relatório refere, no entanto, que, “apesar de mais distante da fronteira, a percentagem de indivíduos que se deslocam a Espanha é muito sig-nificativa, com 43% a fazerem-no,

Habitantes de Almeida chegam

a deslocar-se diariamente

Os agestes do mercadoainda acreditam que a têxtil é uma indústria de futuro

Os produtos alimentares são os bens mais comprados pelos beirões quando se deslocam a Espanha, depois do aumento do IVA para 21%.

Ribeiro Fontes acusa o poder político de não fazer o suficiente para apoiar a fileira têxtil.

sexta-feira, 07 Julho de 2006ACTUALIDADE06

ocupado com a possibilidade de extinção do grupo de trabalho da Assembleia da República cons-tituído para avaliar das ameaças e dos desafios que decorrem do novo contexto mundial.

É um facto incontestável que, se não forem dados passos mais consistentes por parte do poder político, apesar de a fileira têxtil ter viabilidade na Europa, corre--se o risco do Velho Continente se converter num enorme centro comercial e de serviços e, nesse caso, haverá que avaliar os riscos

estratégicos que tal comportaria. “Os agentes do mercado ainda acreditam que a indústria têxtil e do vestuário não só tem futuro como é uma indústria de futuro. O nosso apelo vai no sentido de-que a classe política tem a obriga-ção de resolver a situação em que nos envolveu, ao promover uma globalização e liberalização sem quaisquer regras”, adiantou Luís Ribeiro Fontes.

Mas nem tudo tem sido nega-tivo para a indústria, sobretudo a ITV conseguiu tornar-se um

caso no centro das atenções, quer interna, quer externamente. A nível nacional, a ANIT-Lar pro-pôs aos partidos políticos com assento parlamentar a criação de uma equipa de deputados, com o enquadramento regimental apropriado, especialmente voca-cionado para esta indústria. Foi então criado o chamado Grupo de Trabalho do Sector Têxtil. A entidade terminou a fase de re-colha de informação, iniciada em Setembro do ano passado, com a Federação da Indústria Têxtil e do Vestuário de Portugal. Segue-se agora a apresentação das con-clusões à Comissão dos Assuntos Económicos, de que emana a pos-terior elaboração das recomenda-ções da Assembleia da República ao Governo.

“É para nós evidente que este grupo não pode ser extinto com a apresentação das conclusões. Es-tamos conscientes da importância da indústria têxtil e vestuário, do quadro nacional e internacional em que se movimenta, pelo que seria injustificável que não conti-nuasse em funções, tornando-se o nosso interlocutor privilegia-do”, adiantou aquele responsável associativo.

Ideias diferentes, mas objectivos comuns

Também ao nível europeu houve alguma evolução. Alguns deputados portugueses, de di-ferentes quadrantes políticos, conseguiram colocar esta indús-tria no centro das atenções. De

pelo menos, uma vez por mês e 13% uma vez por semana”.

Em relação ao motivo que leva os beirões a Espanha, o estudo indica que as compras são a prin-cipal razão para os habitantes dos três concelhos. Apesar de a Guar-da ter uma actividade económica mais desenvolvida, as compras jus-tificam a viagem de 90% dos con-sumidores, enquanto os motivos profissionais explicam a deslocação de 10% dos inquiridos daquele concelho. No cabaz das compras, os beirões trazem fundamental-mente bens para a alimentação. O abastecimento de combustível também origina o fluxo de portu-gueses, seguindo-se os artigos para o lar e o vestuário e calçado.

O inquérito foi realizado no concelho da Guarda, na primeira semana de Março, e em Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo, na terceira semana. O estudo teve uma amostra de 300 inquiridos, com idade superior a 18 anos.

GABRIELA [email protected]

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Procura de crédito antecipa subida das taxas de juro

O forte crescimen-to do crédito ao sec-tor privado e da mas-sa monetária da zona euro estão a pressio-nar o Banco Central Europeu (BCE) a su-bir novamente as ta-xas de juro, já no final de Agosto. O BCE, que segue atentamen-te os agregados mo-netários, avisou que o seu avanço pode des-controlar a inflação no médio prazo, pelo que haverá que tomar medidas.

O aumento do crédito está a colocar ou-tros riscos, como é o caso de proporcionar uma bolha imobiliária nalguns países, com destaque para a Espanha. O crescimento da massa monetária, por sua vez, acelerou em Maio para 8,9%, o nível mais elevado em três anos. Os empréstimos ao sector privado, apesar do impacto provocado por três aumentos nas taxas de juro por parte do BCE, continuaram o seu avanço, na or-dem de 11,4%.

Face a este cenário, parece que não res-tam alternativas ao banco central. Mes-mo assim, tudo indica que esse reforço das taxas de juro será feito de uma forma gradual. O mercado espera que o aumen-

to se fique por 0,25%, para três pontos percentuais no final de Agosto. Sobretu-do o banco está particularmente atento ao que poderá acontecer em termos de inflação.

A melhoria da maior economia europeia também contribui para a eventual subida dos juros. Depois dos sinais muito positi-vos transmitidos pelos empresários, agora registou-se uma quebra da taxa de desem-prego, pelo terceiro mês consecutivo. O número de desempregados, em Junho, bai-xou em 49 mil pessoas, situando-se agora em 10,9% da população activa. Os pró-prios analistas não esperavam esta quebra, sendo provável um novo crescimento na procura de crédito.

Com as novas regras fiscais haverá uma forte quebra nos investimentos empresariais

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A Comissão Europeia quer obrigar os governos nacionais a legislarem no sen-tido de acabarem com os antigos mono-pólios telefónicos. Uma intenção que, por certo, vai causar polémica. De facto, a abertura do mercado das telecomunica-ções tem suscitado reacções por parte de alguns Estados-membros, os quais não es-tão dispostos a perderem uma actividade extremamente rentável.

A medida é uma das mais importan-tes no âmbito de um novo pacote que será aprovado no final do ano, depois de consultados os países e as próprias opera-doras. O objectivo, segundo Bruxelas, é aumentar a concorrência nas telecomuni-cações europeias. A proposta é estabelecer um modelo como aquele vigente no Rei-no Unido. Isto é, a divisão de um mono-

Comissão decidida a acabar com os monopólios de telecomunicações

pólio em duas partes. Uma sociedade que apenas gere as redes e outra que presta o serviço aos clientes finais, quer particula-res, quer empresas.

Deste modo, a Comissão Europeia con-sidera que os operadores alternativos de cada país terão mais condições para con-correrem.

Como não é de estranhar, a Alemanha já reagiu negativamente à proposta, com o argumento que apenas se irá aumentar a burocracia. Bruxelas quer ainda criar um único regulador comunitário, do géne-ro do Banco Central Europeu e liberali-zar o mercado do espectro para que seja possível comprar e vender. Finalmente, a Comissão rejeita o argumento que a libe-ralização vai reduzir os investimentos em novas redes.

O mercado imobiliário do país vencedor do Mundial de Futebol será positivamente influenciado a curto prazo. Refere a con-sultora Jones Lang LaSalle que a análise dos mercados imobiliários dos países campeões e vice-campeões, num prazo de três anos após a realização do evento, o crescimen-to das rendas e dos retornos nos mercados desses países foi positivamente influencia-do A competição deverá ter um impacto reduzido no PIB alemão, entre 0,1% e 0,3%, que será sentido já este ano. E quan-

Mundial de Futebol tem impacto positivo no mercado imobiliário

to mais pequenas as cidades anfitriãs, mais positivo é o efeito económico, o que se re-flecte no mercado imobiliário. Os benefí-cios para cidades como Berlim, Hamburgo e Munique serão reduzidos, contrariamen-te a Kaiserslautern ou Leipzig. Também os países vice-campeões sentiram um im-pacto positivo no crescimento dos valores de arrendamento e retornos do mercado imobiliário nos dois anos seguintes ao tor-neio, embora o mesmo se tenha estreitado posteriormente.

As reformas propostas para os impostos que incidem sobre as empresas alemãs es-tão a causar forte polémica. É que, feitos os estudos, chegou-se à conclusão que o corte aparente na tributação, poderá aumentar o peso fiscal nas entidades em-presariais e desencorajar o investimento. Numa altura em que a economia germâ-nica dá sinais efectivos de recuperação, os empresários estão preocupados.

Os fiscalistas são de opinião que os planos para prevenirem as empresas de deduzirem juros de pagamentos de lu-cros tributáveis, uma parte da reforma que está a ser desenvolvida pelo actual Governo alemão poderão ter implicações dramáticas no sector empresarial, lar-gamente financiado atra-vés da dívida.

A proposta, uma das três que serão avançadas, deverá estar completa em meados de Julho, tem como objectivo reduzir a taxa média no-minal sobre as empresas de 39,7% para 30%. Os empresários dizem que se está a “vender” a proposta como uma descida na tributação, mas, de facto, o que acontece é um agravamento do peso fiscal sobre as empresas.

Acontece que, no âmbito desta reforma, ainda segundo os especialistas, o custo do

Reforma fiscal alarma empresas alemãs

crédito deixará de ser considerado um cus-to. Em teoria, acontecerá que uma empresa poderá perder dinheiro e mesmo assim ter que pagar impostos.

Face a este cenário, os empresários quei-xam-se que não sabem o que o Governo pretende em concreto com este tipo de po-lítica. Por outro lado, há fortes críticas que o executivo está a desenvolver uma série de políticas sem que seja dado conhecimento antecipado aos agentes económicos.

O grande problema que se coloca é que começa a faltar o tempo para o sector empresarial influenciar, de qualquer modo, a proposta legislati-va, já que a aprovação de-verá ter lugar em meados do próximo mês.

Os críticos estão parti-cularmente preocupados com o impacto que as novas regras poderão ter sobre os investimentos fu-turos.

Os bancos, por seu lado, também re-ceiam as consequências da nova legislação, na medida em que irá minar as suas opera-ções de empréstimos, tendo em conta que vai agravar o custo do crédito. O próprio regime de “leasing” vai sofrer com as no-vas regras. Já há quem pense que se corre o risco de muito do capital ser desviado para outros países.

sexta-feira, 07 Julho de 2006 07INTERNACIONAL

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observatório para as reestruturações. E as estatísticas di-zem-nos que a destruição de emprego na Europa, no seu conjunto, é sobretudo devida a reestruturações internas das empresas e que 5, 7, 8 por cento dessa destruição de emprego é que é devida às deslocalizações propriamente ditas.

VE – E no caso de Portugal, de que dados dispõe?PB – No nosso caso, temos dois ou três sectores que

estão no centro desta competitividade, que são (ou que eram) sectores de mão-de-obra intensiva (alguns tam-bém estão em fase de transformação interessante). Apa-rentemente, o sector português do calçado já terá feito o essencial da sua reconversão. E, hoje, conhece menos deslocalizações e está a apostar na qualidade e no ‘design’ que outros mercados concorrenciais não conseguem ba-ter, pelo menos na base dos baixos salários e durante os próximos anos. Há um processo que está a ser feito, mas obviamente que tínhamos dois ou três sectores em que,

não só pela reestruturação (como é o caso do têxtil), há uma diminui-ção absoluta do volume de emprego, como parte desse emprego tem vindo a ser deslocalizado para a China e, um pouco menos, para a Índia.

VE – Apontou dois sectores, li-gados à mão-de-obra intensiva e, por regra, a baixas qualificações, o que não é, de todo, o caso do sec-tor automóvel. No entanto, a Opel na Azambuja está prestes a fechar e a AutoEuropa permanece em dú-vida. A qualificação das pessoas já não chega?

PB – Isso levanta-nos um outro problema, que a Euro-pa tem de enfrentar. Sendo certo que as reestruturações e as deslocalizações vão fazer da paisagem da economia europeia nos próximos tempos, há reestruturações social-mente responsáveis. E os sindicatos e, no caso europeu, os chamados comités de empresa deveriam ter um papel cada vez mais activo para que os processos de reestrutu-ração interna possam ser antecipados – não congelados, porque isso é contrário à dinâmica do próprio mercado - e os seus custos sociais possam ser negociados antecipa-damente com os parceiros sociais.

VE – Isso sucedeu nos casos portugueses (Opel e AutoEuropa)?

PB - No debate em que estive na Assembleia da Repú-blica, o actual deputado António Chora, que é o coor-denador da AutoEuropa, referia que quando se colocou a sobrevivência da AutoEuropa terão contactado com os colegas na Eslováquia para onde, aparentemente, se poderia fazer a deslocalização e o debate entre os dois comités de empresa foi a esse nível, no sentido de saber quem tem taxas de desemprego maiores e quem é que vai sofrer mais com isso. Ora, antes de chegar a este ponto, as empresas deveriam ter responsabilidade social e criar instrumentos para antecipar estas situações. Porque elas são pensadas com bastante tempo, não são tomadas em resposta a pequenos movimentos do mercado.

VE – Está implícita nas suas palavras alguma críti-ca à forma como a Opel geriu esta deslocalização?

PB – Não, não. A OIT não se pronuncia sobre casos concretos. Falei e falo em geral. Não conheço este proces-so nos seus detalhes.

Vida Económica – Que principais mudanças têm ocorrido no mundo do trabalho que implicam mudar também as relações laborais e a própria localização de muitas empresas?

Paulo Bárcia – O mundo do trabalho está em profun-da mutação, que está enquadrada na globalização. É um processo de interacção das economias que foi possibilita-do pela enorme evolução tecnológica e pela liberalização dos mercados. Antes desta vaga de globalização situáva-mo-nos algures em meados dos anos 80 e os estados e as empresas concorriam essencialmente através de mercado-rias. O que esta globalização trouxe é que é o capitalismo no seu conjunto, não só as mercadorias, mas os capitais, os recursos humanos, os centros de investigação, os ‘call centers’, o ‘marketing’, a gestão, tudo isso ser passou a ser móvel e, portanto, deslocalizável. Há um conjunto de fenómenos que estão a mudar profundamente o merca-do de trabalho à escala mundial. E com dois principais vencedores: de um lado, os países industrializados, que apostaram nas novas tecnologias, no conhecimento, no nivelar por cima e, portanto, em empresas ou em sectores ou continentes da produção de forte valor acrescentado. Do outro, os paí-ses em desenvolvimento, que dispõem de uma forte mão-de-obra de salários relativamente baixos, mas que tam-bém fizeram apostas interessantes no capital humano nas últimas décadas. Países como a Índia e a China dispu-tam, por exemplo, com Portugal na base dos baixos salários, mas também disputam com o Bangladesh ou o Pa-quistão na base de outros factores que não os baixos salários, porque aí os sa-lários são tão ou mais baixos do que na própria China ou na Índia.

VE – Que consequências é que isso traz para o mer-cado de trabalho no seu todo?

PB – Destes dois vencedores há um conjunto de mo-dificações interessantes no mercado de trabalho. Parte de sectores, de indústrias, de regiões da Europa e de parte da América Latina estão, aparentemente, um pou-co perplexos porque estão a meio caminho entre estes dois mundos e, de alguma forma, olham para baixo e percebem que já não podem competir na base dos bai-xos salários e que esse modelo está completamente ul-trapassado. Por outro lado, olham para cima e vêem que ainda há um esforço muito grande de desenvolvimento de recursos humanos e de inovação tecnológica a fazer. E para um país como Portugal e para países de média dimensão da União Europeia isso quer dizer que a apos-ta decisiva tem de estar no capital humano e nas tecno-logias no mínimo intermédias e em valor acrescentado na produção nacional.

VE – Num colóquio em que participou, em Maio, promovido pela Comissão Parlamentar de Trabalho, disse que nos últimos dois trimestres de 2005 cerca de 70% do emprego destruído na Europa dos 25 de-veu-se a processos de reestruturação, a falências e a deslocalizações. É assim?

PB – Há uma fundação, a Fundação Dublin [Funda-ção Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho], uma espécie de OIT para a União Euro-peia, que produz regularmente estatísticas, documentos e orientações e que tem, desde há três anos, uma espécie de

Paulo Bárcia, director do escritório de Lisboa da OIT, à “Vida Económica”

“Deslocalizações vão fazer parte da economia europeia nos próximos tempos”A decisão de uma multinacional, como a General Motors (GM), de deslocalizar é pensada a longo prazo e não responde a “pequenos movimentos do mercado”. Para o director do escritório de Lisboa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as empresas têm de ser socialmente responsáveis e “criar instrumentos para antecipar essas situações”. Em entrevista à “Vida Económica”, Paulo Bárcia reconhece que o mundo do trabalho está em “profunda mutação” e que a Portugal só resta a diferenciação pelo “capital humano” e pelo “valor acrescentado da produção nacional”.

“Para Portugal, a aposta decisiva tem de estar no capital humano e nas tecnologias no mínimo intermédias e em valor acrescentado na produção nacional”.

VE – Mas defende que devia haver maior critério, mesmo ao nível da União Europeia, em relação à atri-buição de fundos às multinacionais?

PB – Não sou eu que penso, é a própria Comissão Europeia e alguns dos instrumentos que têm vindo a ser criados que apontam nesse sentido.

VE - Terminou em 16 de Junho a 95ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho de Genebra, com temas de fundo como as mudanças no mundo do trabalho ou o trabalho infantil. A que conclusões chegaram?

PB - Foi apresentado um relatório global sobre o tra-balho infantil. Felizmente que se apontou para uma redu-ção não só do trabalho infantil no seu conjunto como das suas piores formas. Este relatório foi alvo de um debate e de um assumir colectivo de responsabilidades, no sentido de continuar este esforço para que, até 2018, não haja mais crianças a trabalhar. Hoje são cerca de 220 milhões as que ainda trabalham. Houve também a aprovação de um importante instrumento normativo sobre higiene e segurança no trabalho. Como sabe, os níveis de sinistra-lidade laboral, incluindo em Portugal, continuam extre-mamente altos. Continuam a morrer anualmente mais pessoas por acidentes de trabalho do que de paludismo. E hoje, face à competitividade mundial e à globalização [a aprovação desse instrumento normativo], é um proces-so bastante importante para evitar o chamado ‘dumping’ social e a concorrência desleal.

Foi também adoptada uma recomendação, ligada aos processos de subcontratação e a quem tem responsabili-dade na cadeia das subcontratações. Foi uma negociação bastante difícil, mas que deu os seus resultados.

VE – Qual é a situação de Portugal em matéria de trabalho infantil, não ignorando o recentíssimo caso Zara e a sua alegada utilização?

PB – Portugal é um exemplo de boas práticas. Foi feito um inquérito em 1998 e outro em 2001. Desde então não é feito o inquérito, mas temos os resultados da Ins-pecção-Geral do Trabalho [IGT] e o que podemos referir é que, de 1998 para 2001, houve uma evolução muito positiva e que a exploração do trabalho infantil no sec-tor moderno da economia é, provavelmente, hoje, um fenómeno quase marginal. As últimas estatísticas da IGT comunicadas à OIT referem, no último ano, 8 crianças encontradas a trabalhar em empresas formais.

O caso da Zara é diferente porque estamos perante o chamado trabalho ao domicílio. É aqui, aliás, onde países como Portugal deviam assentar as suas prioridades, resol-vido que está o problema numa base mais estruturada.

VE – Como é que multinacionais como a Zara, que recorrem à subcontratação, devem actuar face a este problema?

PB - O comportamento da Zara parece-me de enalte-cer [a empresa considerou o caso «gravíssimo» e prome-teu encetar «medidas duras contra a fábrica de Felgueiras que, alegadamente, subcontratou o trabalho infantil»], no sentido em que as empresas que têm cadeias de sub-contratação que vão até ao trabalho ao domicílio devem ter um código de conduta e uma responsabilidade social que não se fica pela empresa-mãe e que vai até aos últi-mos laços da cadeia, garantindo que não só o trabalho infantil como todos os direitos fundamentais do trabalho são, aí, também, salvaguardados.

TERESA SILVEIRA

“Há reestruturações socialmente responsáveis. E os comités de empresa deveriam ter um papel cada vez mais activo para que os processos de reestruturação possam ser antecipados”, realça Paulo Bárcia.

sexta-feira, 07 Julho de 2006NEGÓCIOS E EMPRESAS08

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Espanhóis da Capital Credit entram no mercado português

O grupo espanhol de acon-selhamento de crédito Capital Credit pretende abrir cerca de 100 lojas em Portugal, em regime de franchising, num período de apenas cinco anos. Em Espanha, a empresa está num processo de expansão acelerado. No total, já aí detém 58 escri-tórios.

A chegada da Capital Credit ao mercado nacional não acontece por acaso. Decorre dos inúmeros pedidos que têm surgido nesse sentido e do facto de o poten-cial da actividade ser considerável, como explicou à “Vida Económica” Sergio Solis, vice-presidente do grupo. O pro-cesso será através do franchising, pelo que, neste momento, está a decorrer o processo de procura de um “master” para Portugal. Além disso, também decorrem negocia-ções com eventuais investidores para avaliar das possibilidades de mercado que se verificam.

“A nossa entrada assenta na lógica. De facto, as necessidades

nos dois países não são muito diferentes. O consumo é elevado e são precisas fórmulas de finan-ciamento. É preciso encontrar soluções financeiras adequadas para as empresas e os privados. O aconselhamento proposto im-plica diversas vantagens, mesmo

para a banca, a qual tem que apresentar melhores produtos e estar mais orienta-da para os clientes. Para além do que é possível ganhar, os processos são mui-to mais rápidos”, referiu Sergio Solis. De notar que só existe retorno para

a empresa de aconselhamento quando se verifica sucesso, isto é, quando há poupança efectiva para o cliente.

Questionado sobre a concorrên-cia, tendo em conta que este tipo de empresas está a aumentar no mercado, aquele responsável con-siderou que “a concorrência não constitui um problema, pelo con-trário, é um factor de motivação. Tem que se ser sempre melhor”. Por outro lado, a abertura de lojas

Abertura de 100 lojas em Portugal, num período de apenas cinco anos.

pode servir para expandir o negó-cio no mercado brasileiro. Certo é, segundo Sergio Solis, que a unifi-cação de dívidas numa só pode re-presentar uma poupança até 50% do pagamentos em vigor.

Cem lojas em apenas cinco anos

Depois de encontrado o “mas-ter franchisador”, a Capital Credit tem como objectivo, em apenas

cinco anos, abrir 100 lojas em ter-ritório nacional. O investimento global num espaço rondará os 40 mil euros, sendo que o valor de en-trada na rede já está incluído. Os “royalties”, ao contrário do habitu-al, terão uma taxa fixa mensal de mil euros. “A par da qualidade, é importante garantir a estabilidade e a solidez de toda a rede”, avançou o vice-presidente executivo.

Entretanto, o plano de expan-são é ambicioso. Como referido anteriormente, para além de pre-tender a entrada no Brasil atra-vés de Portugal, a marca quer assinalar presença na Argentina, em Itália e no México. Considera Sergio Solis que se trata de um negócio promissor e deu núme-ros nesse sentido: “Com 14 lojas, o volume de intermediação, no ano passado, ascendeu a cerca de 7,5 milhões de euros por loja. No presente exercício, com 70 cen-tros operacionais, espera-se uma média de 4,5 milhões de euros, Em Espanha, a hipoteca média cifra-se em cerca de 150 mil eu-ros.

A Capital Credit é uma marca do grupo Capital Master, com sede em Tarragona.

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sexta-feira, 07 Julho de 2006 09NEGÓCIOS E EMPRESAS

Empresas familiares têm maior longevidade

O empresário Belmiro de Azevedo afir-ma que “as empresas familiares têm maior longevidade” do que as restantes. “En-quanto os seres humanos, apesar de todos os avanços da ciência, continuam limitadas em termos de longevidade, as empresas não têm que morrer. Contudo, a esperança mé-dia de vida das empresas ronda os 50 anos. Porquê? Porque deixam de ter dono”, disse o patrão da Sonae, num jantar conferência no âmbito dos 50 anos do grupo do sector automóvel MCoutinho. “As empresas que duram mais são as familiares, ao passo que às que estão na bolsa acontece-lhes aquilo que está para acontecer a uma conhecida empresa”, acrescentou.

Belmiro de Azevedo considera que a so-brevivência das empresas, sobretudo as de raiz familiar, depende do sucesso em três testes, o dos valores, o da coerência e o da transparência. Quanto ao primeiro, o ges-tor sublinhou que as empresas têm que ter valores e passá-los de geração. “Nem todos membros da família têm que continuar na empresa, mas os valores sim”, referiu a mes-ma fonte, acrescentando que, por isso, o lí-der deve saber o que afirmou muito tempo antes. “Em 1986, disse que para trabalhar na Sonae tinha que se ser líder ou candida-to e que não chegava ser bom profissional, já que era preciso querer correr riscos. Re-cordo-me disso porque é importante que não haja contradições”, disse.

Em relação ao teste da coerência, o em-presário nortenho afirmou que os líderes devem saber cumprir o que prometeram. “O primeiro chefe que for apanhado em falso, a fazer o contrário do que ‘apregoa’, dura pouco”, avisou. A propósito do últi-mo teste às empresas, o da transparência, o gestor falou na necessidade de as pessoas assumirem as responsabilidades. “Se há um

funcionário que não rende o desejável, não deve receber ‘palmadinhas nas costas’. Sem os recursos humanos correctos, não há es-tratégia e as empresas têm que ter respeito e não caridade”, avançou Belmiro de Aze-vedo, que realçou que grandes civilizações – como a romana, a azteca e, mais recen-temente, a soviética – desapareceram por falharem este teste.

O empresário avisou ainda que devem ser os profissionais mais válidos, indepen-dentemente de serem da família ou não, a ocupar os cargos de chefia.

O líder da Sonae acrescentou que “a melhor combinação é haver accionistas de referência com gestão profissional” e que a sua não é uma empresa familiar: “Há 20 anos, eu tinha 17 accções da Sonae. Traba-lho para a empresa para tentar fazer com que esta dure”.

AQUILES [email protected]

“As empresas que duram mais são as familiares. Ás que estão na bolsa acontece-lhes aquilo que está para acontecer a uma conhecida empresa”, referiu Belmi-ro de Azevedo.

“É preciso encontrar soluções financeiras adequadas para as empresas e os privados”, afirma Sergio Solis vice-presidente do grupo Capital Credit.

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Produção mundial de calçado continua a crescerIndústria europeia do sector perde 9%

AIMinho promove internacionalização de empresas das TIC

No âmbito do projecto Fileira da Inovação, a AIMi-nho, em colaboração com o Icep, promoveu uma missão empresarial à Áustria e à Eslováquia. Seis empresas das tecnologias da informação e comunicação marcaram pre-

sença, com o objectivo de explorarem possibilidades e formas de internacionalização.

As missões pretendem dar a conhecer aquilo que o mercado português tem de melhor em termos de inova-ção e criatividade. Por outro lado, a intenção é também iniciar ou intensificar o relacionamento comercial com os diversos mercados, bem como aumentar as quotas de mercado. Além disso, trata-se de diversificar as exporta-ções e parcerias, sejam elas comerciais ou industriais.

Mas o projecto tem ainda outros objectivos concretos. Em Setembro, a AIMinho vai promover um conjunto de encontros, desta vez em território nacional, com profis-sionais da Hungria, Bulgária e Croácia. E, a encerrar este ciclo, vão ser realizadas mais duas missões empresariais, ao Chile e ao Brasil. O projecto Fileira Inovação procu-ra, na medida do possível, responder às solicitações das empresas em matéria de internacionalização e fomentar e capitalizar relações institucionais com diversas entidades dos mercados de acção.

Como referem os responsáveis da AIMinho, “o projec-to em causa surgiu na tentativa de auxiliar as empresas a construírem e a adquirirem uma maior e mais diferen-ciada iniciativa empresarial, ultrapassado alguma, se não excessiva, dependência relativamente aos mercados tra-dicionais e às dificuldades de penetração em novos mer-cados”. Durante a referida missão, foram estabelecidos encontros bilaterais e visitas a instalações de empresas locais. O saldo foi considerado positivo por parte dos empresários envolvidos.

A produção mundial de calçado não dá sinais de abrandar. Actualmente, si-tua-se em cerca de 14 mil milhões de pares, o que tra-duz um crescimento médio anual na ordem dos 5,5%. Este crescimento fica a de-ver-se, essencialmente, aos contributos da China, da Índia, do Vietname e do Brasil. A Europa, por seu lado, continua a perder ter-reno neste cenário.

A China já não constitui surpresa, assegurando mais de 60% da produção mun-dial, seguida da Índia e do Brasil, refere a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e seus Su-cedâneos (APICCAPS). Em contrapartida, a Itália é o único país europeu que apa-rece no ranking dos maiores produtores mundiais, na sexta posição. A Turquia, entretanto, foi empurrada para o último lugar dos dez maiores, passando o México para a nona posição. Preo-cupante é o facto de a pro-

dução europeia ter registado uma quebra de 9% (dados de 2004), para apenas 646 milhões de pares. A descida na produção italiana foi de-terminante neste comporta-mento.

O panorama é ainda mais negro para os europeus se se tiver em conta o que se pas-sa ao nível das exportações. É cada vez mais evidente o peso da China, sendo que continua a aumentar as vendas para os Estados Unidos. Mas Portugal ain-da ocupa um lugar de des-taque. Estamos no ranking dos maiores exportadores nacionais, com a décima posição em quantidade e a

sétima em termos de valor. Quanto a consumo, Chi-na, Estados Unidos e Índia mantêm a liderança. Na Europa, os maiores consu-midores de calçado são o Reino Unido, a Alemanha, a França e a Itália.

Indústria europeia pressiona Comissão Europeia

Tendo em conta este cenário, está a aumentar a pressão sobre a Comissão Europeia para definição das medidas “antidumping” a aplicar à China e ao Vietna-me a partir já de Outubro. Bruxelas está na mira da indústria. O que os fabri-cantes europeus pretendem é que as taxas antidumping passem a definitivas por um período de cinco anos e que sejam incluídas duas categorias, até agora exclu-ídas, os calçados de criança e de segurança. Além disso, é uma exigência a imple-mentação da indicação de origem dos produtos.

Relativamente ao calçado de criança, o argumento de peso é que devem ser satis-feitos requisitos de quali-dade e de natureza técnica. Por outro lado, é referido que o facto de no dossier “antidumping” anterior o calçado de criança ter sido excluído não pode repre-sentar um precedente, até porque a ameaça chinesa e vietnamita é hoje muito superior à de então. Serão as empresas de calçado eu-ropeias aquelas que estarão em melhores condições de darem resposta aos requisi-tos impostos a este tipo de calçado.

No entanto, a China está disposta a contrariar esta situação. Está prevista a deslocação de uma delega-ção chinesa a Bruxelas, no sentido de protestar contra as barreiras comerciais im-postas às importações eu-ropeias de calçado daquele país. Tudo indica que já haverá empresas chinesas a encerrarem as suas portas devido a essa situação.

AUGUSTO GUIMARÃES & IRMÃO INOVA NAS CAIXILHARIAS

A Augusto Guimarães & Ir-mão, empresa de materiais de construção, colocou uma nova marca no mercado da caixilharia. As janelas em PVC Konforlux vão ser pro-duzidas e comercializadas por aquela empresa. Um in-vestimento elevado que per-mite a ampliação da oferta, num momento em que o mercado atravessa dificul-dades. A inovação e a qua-lidade são dois aspectos de-terminantes para o negócio.

“Actualmente a nossa em-presa dispõe de uma das fábricas tecnologicamente mais avançadas da Penínsu-la Ibérica, através do inves-timento realizado em tecno-logia de ponta. O custo de produção é baixo, já que o processo de fabrico é total-mente automatizado. O que nos permite praticar preços bastante competitivos”, ex-plicou Nuno Guimarães, di-rector de marketing da em-presa.

CAMIN GLOBAL LANÇA NOVOS EMPREENDIMENTOS

A Camin Global, empresa de promoção e comercialização de empreendimentos imo-biliários, em especial nos segmentos habitacional e do turismo, continua a fazer investimentos um pouco por todo o país, apesar das di-ficuldades que se verificam na colocação do produto. O projecto mais recente fica situado em Évora e o inves-timento ascende a cerca de seis milhões de euros.O empreendimento fica en-tre as muralhas de Évora e as obras deverão estar con-cluídas em finais do próxi-mo ano. Com a designação Cerca de Santa Mónica (a invocar o nome do local), consiste em 15 moradias unifamiliares em banda e um edifício destinado a co-

mércio. A comercialização está já a decorrer. A arquitec-tura é inspirada na traça tra-dicional eborense, com tipo-logias T4 e T5 e áreas entre os 220 e 365 metros qua-drados. Predominam os pá-tios, logradouros e terraços. A Camin pensa continuar a apostar na cidade de Évora, face à recepção obtida.A empresa lançou outros empreendimentos de vulto. Foi o caso do Golden Eagle, localizado numa proprieda-de de 540 hectares, em Rio Maior, onde serão desenvol-vidos cinco mil fogos. Em Coimbra, o grupo tem em fase de planeamento um novo projecto de habitação num terreno de 34,6 hecta-res, no qual vão criadas cer-ca de 600 habitações.

sexta-feira, 07 Junho de 2006NEGÓCIOS E EMPRESAS10

Conselho Regional do Norte aprovou estratégia Norte 2015

O Conselho Regional da Comissão de coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte aprovou a pro-posta de Visão Estratégica apresentada no âmbito do Norte 2015. Foi considerado que o documento reflecte a vontade dos agentes regionais, devendo agora as pro-postas ser integradas no Quadro de Referência Estraté-gico Nacional (QREN).

A comissão pretende desenvolver os trabalhos de pre-paração do plano operacional regional, neste âmbito, de modo a que também os planos operacionais temá-ticos de natureza pluri-regional possam recolher o co-financiamento dos instrumentos de política pública.

Da ordem de trabalhos fez também parte a análise de um conjunto de propostas para a reorganização das Unidades de Nomenclatura Regional III (NUTS), no sentido da criação de melhores condições para a defi-nição, gestão e/ou execução de projectos supramunici-pais de relevo para o desenvolvimento regional.

As alterações a propor incidiram sobre as NUTS III (Ave, Tâmega, Grande Porto, Douro e Trás-os-Montes) sendo o objectivo dar especial atenção às alterações no perfil sócio-econónmico e ao reconhecimento das dinâ-micas de relacionamento dentro dos espaços geográfi-cos das NUTS II, abrindo caminho para uma estrutura sub-regional mais consistente e favorável à territoriali-zação das políticas públicas nacionais e regionais.

Os fabricantes europeus querem taxas antidumping para cinco anos.

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07 de Julho de 2006 | Suplemento Nº59

IFEI lança curso de formação complementar para licenciadas e bacharéis na área de engenharia

Gestão Empresarial para Engenheiras

Visando uma dupla perspectiva de valori-zação individual e de adequação às neces-sidades empresariais, o Curso de Gestão

Empresarial para Engenharias, destina-se a mulheres licencia-das ou bacharéis, na área, que não se encontrem no activo e que ambicionem completar a sua formação, adequando-a aos níveis concorrenciais do mercado laboral.O reconhecimento por parte das empresas de trabalhadores

qualificados e com formação apropriada, para dar resposta às exigências que se impõem, per-mite que das 800 horas do curso, 336 horas sejam utilizadas para possibilitar às participantes do Gestão para Engenheiras, está-gio em entidades que colaboram activamente para a diminuição da taxa de desemprego e para a conquista de igualdade e opor-tunidade.O curso, que será leccionado em Braga, em horário laboral, en-contra-se com inscrições abertas e proporciona a todas as enge-

“Torne a sua empresa mais competitiva” é o nome das sessões que se vão decorrer em diversas regiões do país

PME-Portugal e Câmaras Municipais unidas pela competitividade empresarial

Apostar na competiti-vidade empresarial, apresentando pro-gramas e soluções, é o objectivo da As-sociação das PME-

Portugal que, em colaboração com as Câmaras Municipais de várias regiões do país, organiza um leque de sessões intituladas “Torne a sua empresa mais com-petitiva”.Destinada a empresários que ambicionem marcar a diferença, não só na sua região de integra-ção, mas também a nível nacio-nal e estrangeiro, as sessões vi-sam esclarecer os participantes

sobre Programas inseridos no âmbito do PRIME, salientan-do a Formação Profi ssional, o incentivo ao investimento nos Recursos Humanos e o Inov-Jo-vem, envolvendo a inserção de quadros técnicos nas pequenas e médias empresas.O Qualid – Programa de Certi-fi cação de Qualidade e o PME Telecom, vão ser outro dos pon-tos de debate e esclarecimento, que serão focados durante as sessões.Este projecto levado a cabo pe-las diversas entidades, contará com a presença de membros dos Órgãos Sociais da PME-Portu-

gal, representantes da Câmara Municipal e Empresários que darão o seu testemunho. Em agenda estão já marcadas as sessões de dia 12 de Julho, que irá decorrer às 14h30, na Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, e a sessão de dia 21 de Julho, com lugar na Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, às 14h30.

Para mais informações:Associação PME-PortugalTelf: 707 50 1234Fax: 707 50 [email protected]

Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal

nheiras uma oportunidade única de marcar a diferença. Para além disso, todas as formandas rece-bem bolsa de formação e subsídio de alimentação.Não deixe que esta oportunidade lhe passe ao lado, e aposte no que realmente é importante, a sua rea-lização profi ssional e pessoal.

Para mais informações:IFEI – Instituto de Formação, Empreendedorismo e Inovação, Av. da Boavista, 1015, 1º andar4100-128 Porto Telf: 22 607 96 50

O IFEI – Instituto de Formação, Empreendedorismo e Inovação, lança curso de Gestão Empresarial para Engenheiras.Inserido num Programa de Igualdade de Oportunidades, este curso pretende dotar, actualizar e aperfeiçoar as competências transversais e técnicas das for-mandas, ao nível da gestão global das organizações, actuando sobre as várias dimensões críticas, onde se salientam o planeamento estratégico, gestão, produção, contabilidade e recursos humanos.

Marcia [email protected]

PF. Recorte e envie para: Rua André Soares, 129 - 1º andar, sala 1, 4715- 002 Braga

Uma visão sobre Portugal e Angola“Angola tem sido um tema de discussão recorrente nos tempos mais recentes”, afi rma o economista Mário de Jesus, no seu último artigo de opi-nião, acerca do investimento e da missão portuguesa em Angola.Para o, também, membro do Conselho Nacional das PME-Portugal, a missão empresa-rial, promovida pelo Governo, na qual estiveram presentes cerca de 80 empresas, contri-buiu para despertar o interesse em Angola, mas sublinha que apenas se “optou por integrar nesta missão aquelas empresas que já tinham investido e trans-ferido parte das suas operações para aquele país e, que por isso, já haviam acreditado em Angola”.No que toca às PME, Mário de Jesus salienta a importância que estas têm na economia nacional, reforçando com os dados do IAPMEI, onde se conclui que as pequenas e mé-dias empresas representaram, no período de 2000 a 2003, 97 por cento das empresas nacionais, foram responsáveis por 75 por cento do emprego gerado, empregavam dois mi-lhões de pessoas, correspon-dendo a cerca de 40 por cento do emprego total do país e afi rma que “a primeira dúvida quanto ao impacto da missão

na economia e nas empresas portuguesas surge do facto das PME não terem participado”. Acrescentando que “o país tem obrigatoriamente que contar com as PME se quiser planifi -car uma verdadeira estratégia de internacionalização”.Os investimentos em Angola e o número de empresas inte-ressadas em aplicar naquele país, cresce a cada dia, “mas ainda é cedo para efectuar uma leitura dos resultados ao nível económico e empresarial des-ta missão, uma vez que estes se farão observar a médio e a longo prazo”. “Em suma, e numa perspectiva mais opti-mista, o que podemos esperar a mais curto prazo desta missão será, o aumento das trocas comerciais, das parcerias com investidores locais e a tentati-va do reforço do investimento directo português”, ressalva o economista.Mário de Jesus fi naliza o seu artigo relembrando a existência de outros países com preten-sões em Angola e afi rmando que comparativamente com alguns estrangeiros “falta aos empresários por tugueses o capital necessário aos inves-timentos estruturantes para aquele país”.

Este artigo de opinião poderá ser lido na íntegra

em www.pmeportugal.com.pt

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(IPPAR). A Direcção-Geral do Turismo, a Refer e o Instituto de Estradas de Portugal tinham já emitido nota positiva. Relem-bre-se que o primeiro projecto a ser contratualizado com a API foi considerado Projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN).

Além da realidade turística do Douro, o seminário vai interrogar sobre que medidas tomar face à decisão de Bruxelas em retirar ao vinho do Porto a exclusividade da utilização dos termos tawmy e Ruby. Recorde-se que a Comissão Europeia autorizou que outros países passem a usar as mesmas designações até agora apenas uti-lizadas pelas marcas de vinho do Porto.

GABRIELA [email protected]

À semelhança das edições an-teriores, a próxima acção de formação vai centrar-se na pro-fissionalização dos dirigentes das cooperativas. A qualificação das suas capacidades de gestão, através da abordagem de várias áreas temáticas, bem como o fo-mento do empreendedorismo e do associativismo no sector viti-vinícola, são temas previstos. A formação direccionada para estes profissionais tem ainda em conta a estratégia a desenvolver para a produção e a comercialização dos vinhos da região. A equipa de formadores tem sempre em conta a análise das tendências ao nível da distribuição e das políticas de marketing nos mercados nacional e internacional.

Recorde-se que este projecto do Ministério da Agricultura, através do IDRHa, surgiu a pen-sar na qualificação dos dirigen-tes das fileiras oleícola, frutícola e vitivinícola. O programa teve início em 2002, com acções diri-gidas aos dois primeiros sectores. A fileira dos vinhos e da vinha re-cebeu a primeira acção formativa no ano passado, direccionando-se às cooperativas do Ribatejo e do Oeste.

GABRIELA [email protected]

Gestão das cooperativas durienses a caminhoda profissionalizaçãoIDRHa deve dar continuidade ao projecto de formação. Embora o fim do Agro possa comprometer a candidatura ao Fundo Social Europeu.

As cooperativas vitiviníco-las do Douro devem ser o próximo destinatário do

projecto de formação para diri-gentes de organizações agrícolas, desenvolvido no sector desde 2005, pelo Instituto de Desen-volvimento Rural e Hidráulica (IDRHa). Depois de no ano passado a acção de formação ter--se estreado no Oeste, e de este ano ter-se centrado na região do Dão, o Douro deve ser a próxi-ma região vitivinícola a receber o projecto do Ministério da Agri-cultura.

Para a elaboração do progra-ma de formação, todos os anos o IDRHa tem que formalizar uma candidatura ao Fundo Social Eu-ropeu (FSE), no sentido de bene-ficiar da comparticipação finan-ceira do programa Agro. Com o final dos fundos comunitários, a apresentação da candidatura ao FSE poderá fazer-se em moldes diferentes dos anos anteriores. “Por se tratar de um ano atípi-co”, ainda não é claro o projecto de formação para 2007, explicou à “Vida Económica” o chefe de divisão para a qualificação pro-fissional do IDRHa. Mas, ao que tudo indica, acrescentou, deve acontecer no próximo ano e na região do Douro.

O mercado externo tem vindo a revelar-se uma fatia cada vez mais sig-

nificativa na comercialização dos vinhos portugueses. Os produ-tores procuram apresentar-se em associação naqueles países como forma de ganhar escala e reduzir custos de promoção. É o caso da Independent Wine Growers As-sociation (IWA), que reúne seis produtores engarrafadores portu-gueses que se juntaram com o fito de atingirem o mercado exterior de forma concertada para fins promocionais.

Criada em 2004, esta associação representa produtores de várias regiões vitivinícolas do país: Casa de Cello (Dão), Alves de Sousa (Douro), Luís Pato (Bairrada), Quinta do Ameal (Vinho Verde), Quinta de Covela (Entre Douro e Minho) e Quinta dos Roques (Dão). Estes produtores man-têm-se no entanto independentes comercial e produtivamente nos mercados onde actuam.

Mas, segundo Luís Lourenço, da Quinta dos Roques, o certo é que a IWA é responsável por um crescimento médio anual de 15% na venda destes produtores, per-centagem essa que corresponde ao aumento das vendas nos mer-cados externos. A produção desti-nada a exportar ronda os 50%.

A IWA é, de facto, um exem-plo do caminho que as empresas produtoras de vinhos nacionais têm vindo a trilhar no sentido

Associação de produtores aumenta capacidade de exportaçãoIWA é responsável por um crescimento médio anual de 15% nas vendas

de ganhar espaço nos mercados internacionais, seguindo as reco-mendações do estudo Porter e o apoio promocional da ViniPortu-gal e do Icep.

“Os mercados britânico e nor-te-americano começam a ser mais trabalhados, segundo as directri-zes do relatório Porter para as ga-mas ‘praemium”, afirma à “Vida Económica” Luís Lourenço, res-ponsável da IWA.

Castas em vez de marcas

A Grã-Bretanha tem sido a prin-cipal aposta da IWA, mercado fértil para vinhos cujos preços oscilam entre 3,99 e 4,99 libras. “Mas é um mercado que absorve praticamente todos os preços, desde que se trate

de vinhos com qualidade”. Apesar de esta aposta ter-se revelado bem sucedida, Luís Lourenço revelou que a IWA equaciona avançar para outros países, como Alemanha, EUA e Brasil.

Para que as empresas nacionais sejam bem sucedidas nos mer-cados externos, Luís Lourenço estima que a produção deve ser centrada num pequeno conjunto representativo da variedade nacio-nal (cerca de cinco castas brancas e cinco tintas), pois existem em Por-tugal cerca de 200 castas autócto-nes. “O consumidor estrangeiro não está muito sensibilizado para as marcas, mas sim para as castas; depois olha para o país produtor”.

MARC BARROS

Sector reflecte futuro do turismo no DouroSeminário questiona, amanhã, em S. João da Pesqueira, os projectos e as medidas para o desenvolvimento da região

Turismo no Douro – que futuro? Este é o mote para o debate que vai concen-

trar, amanhã, em S. João da Pes-queira, vários agentes do turismo da região. Mas não só. Mais uma vez, a Associação Portuguesa de Management (APM) e a Associa-ção Amigos de Pereiros organi-zam um seminário para discutir sobre o turismo duriense. Pelo sétimo ano quase consecutivo (só não se realizou em 2004 e 2005), as duas entidades propõem o de-bate sobre a actividade turística daquela região. Mas, este ano, o tema deixa de ser específico, como noutras edições, e passa a ser mais abrangente.

Segundo explicou à “Vida Eco-nómica” o presidente da APM, Silva Fernandes, o objectivo é questionar o futuro do turismo, analisando mais o que não exis-te do que propriamente o que já existe. O responsável quer apro-veitar a presença de uma repre-sentante da Secretaria de Estado do Turismo para alertar para a existência de aspectos “inaceitá-veis” para uma região património mundial. De acordo com o diri-gente associativo, o Douro sofre com a falta de infra-estruturas importantes para o seu desenvol-

vimento. Assinala ainda alguns locais com paisagem degradada, o comportamento pouco sensível das populações face ao turismo, a ausência de dinamismo autárqui-co. Realidades que, na opinião de Silva Fernandes, dificultam a ven-da de um produto turístico. Um contexto que leva o gestor a in-terrogar o avanço da região como destino turístico internacional.

Sobre as medidas governamen-tais para o Douro, definidos como estratégias para o desenvolvimen-to do sector, e os empreendi-mentos planeados, o responsável defende que se trata de projectos

“que dizem pouco às populações locais”. E acrescenta: “Há milha-res de turistas que atravessam o rio todos os anos, mas o desen-volvimento da região não é visí-vel. Continuam a existir aldeias muito marginalizadas”. Recorde-se que em Julho de 2003, o então presidente da Agência Portuguesa para o Investimento (API), Mi-guel Cadilhe, apresentava a inten-ção de captar cinco projectos, ân-cora para o Alto Douro até 2010. Depois de estudos de viabilidade económica, a análise concluiu que a região tinha potencial para tornar-se um destino turístico de

qualidade, não massificado, em termos mundiais. O objectivo prendia-se essencialmente em captar investimento privado, de origem nacional e internacional. O primeiro empresário a mostrar interesse foi o dono da Douro Azul, Mário Ferreira, que, meses depois, apresentava no Palácio da Bolsa o Marina Douro Hotel. No final de 2005, o projecto en-contrava-se ainda encalhado nas teias da burocracia. Na altura, o empresário reclama a aceleração da parte do INAG – Instituto da Água e do Instituto Português do Património Arquitectónico

Turismo e vinho do Douro são os temas centrais da reflexão

sexta-feira, 07 Julho de 2006PME12

A Grã-Bretanha tem sido a principal aposta da IWA.

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Rey, Quintas de Óbidos, Grupo Oceânico, Palmogo, Praia Azul e Municipal de Torres Vedras).

Mas não são apenas os campos de golfe que se destacam. O ho-tel Praia del Rey foi o primeiro empreendimento hoteleiro de cinco entrelas no percurso entre Lisboa e Porto. Pois agora vai ser contruído mais um. O re-sort Campo Real vai disponibi-lizar uma unidade hoteleira que irá ser gerida pela cadeia Mar-riott. O que é mais uma prova, segundo António Carneiro, do potencial turistico da região. Aliás, segundo o presidente da Região de Turismo do Oeste, o aparecimento dos resort é uma excelente notícia, dado que vem relançar a região, ao nível da economia, da agricultura, do artesanato, ...

Isto acaba por ser como uma bola de neve. Os empreendi-

mentos atraem mais habitantes e turistas e estes por sua vez le-vam a mais investimentos. Não é, pois, de admirar que já esteja planeado um porto/marina em Porto Moniz, com capacida-de para 400 embarcações. O que vai de encontro à principal aposta da região para o próximo ano: o turismo náutico. Segun-do António Carneiro, está a ser preparado um produto estrutu-rado e comercializável, que irá ser divulgado na Europa.

Por enquanto, e dado que os recursos são limitados, a Direc-ção Regional de Turismo tem optado por dar apoio a activida-des que proporcionem o negócio turístico da zona. Por exemplo, António Carneiro anunciou que este ano, após a Feira do Cho-colate, a cidade de Óbidos vai lançar uma Vila do Natal. A ideia é conquistar turistas para a

Integração na Rede Europeia de Turismo de Aldeia dá visibilidade à região

Alentejo com mais turistas O Alentejo passou a integrar a Rede Europeia de Turismo de Aldeia no passado mês de Maio. Apesar do curto período da adesão, a região portuguesa já recebe mais turistas estrangeiros, mas também nacionais.O projecto pretende dar maior visibilidade ao destino alentejano. Visa ainda combater o despovoamento e criar condições de vida com mais qualidade. Além das populações e dos municípios, as unidades hoteleiras em turismo rural saem também beneficiadas. A rede europeia conta com 40 aldeias de cinco países, 13 são do Alentejo.

A região do Alentejo está a receber um maior fluxo de turistas nacionais e inter-nacionais, desde que passou a fazer parte da Rede Europeia de Turismo de Aldeia. A integração do Alentejo, através da Re-gião de Turismo de Évora (RTE), aconte-ceu no passado mês de Maio, no projecto que prevê a potenciação regional através do turismo em espaço rural. Apesar de ser ainda prematuro para análises objectivas e precisas, a região portuguesa conta já com um maior número de turistas, adiantou à “Vida Económica” Apolónia Rodrigues, coordenadora do projecto.

A candidatura da região alentejana teve como objectivo combater o despovoa-mento, fixando as populações em aldeias com uma melhor qualidade de vida. Além da alavancagem económica do Alentejo, através da actividade turística, o projec-to visa ainda dar maior visibilidade in-ternacional às aldeias alentejanas. E esta promoção externa é conseguida devido ao intercâmbio com as restantes regiões

europeias que também pertencem à rede turística. A RTE conta com o apoio da Universidade de Évora e da Direcção Re-gional de Agricultura do Alentejo. A nível europeu, a rede é ainda constituída pela Universidade da Lapónia, pelo município romeno de Arad e o polaco de Lomza, pelo Centro de Ecologia Alpina e pelo Consórcio Bim Brenta (Trentino).

Neste momento, são 13 as aldeias alen-tejanas que fazem parte da rede europeia. Depois da recente integração de Jurome-nha e Terena, Alegrete será a próxima re-presentação no roteiro turístico, avançou a responsável.

Recorde-se que um dos objectivos do projecto é a recuperação e a promoção do património cultural local. Daí ser funda-mental o envolvimento autárquico para o êxito da rede de alojamento em turismo de aldeia. São ainda os municípios que elaboram os planos de aldeia e, por sua vez, as actividades de animação turística. Neste âmbito, as iniciativas devem estar

final do programa comunitário Interreg III C, a rede de turismo de aldeia terá que encontrar uma alternativa para o seu financiamento. Durante o mês de Julho, será também decidido o futuro modelo de comparticipação do projecto. Segundo afirmou, o financiamento público-priva-do deverá ser a solução mais viável. Um formato que envolve os agentes privados e públicos ligados ao sector, e muito seme-lhante ao modelo de contratualização que é utilizado actualmente para a promoção turística no exterior. Durante este mês, poderá ser ainda decidido se o modelo de gestão da rede partirá para a formação de um centro decisor descentralizado, atra-vés de vários subcentros regionais, afir-mou Apolónia Rodrigues.

Além das 13 aldeias alentejanas, a rede europeia é constituída por 27 aldeias de quatro países: Itália, Roménia, Polónia e Finlândia (Lapónia).

GABRIELA [email protected]

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ligadas ao turismo do imaginário. Quer isto dizer que as aldeias envolvidas devem basear-se na história e tradições locais para tematizar os eventos. No caso do Alente-jo, o tema principal é o megalitismo. Se-gundo explicou Apolónia Rodrigues, a população deve ter o maior envolvimento possível nas iniciativas de animação, no sentido de mostrarem a riqueza cultural e histórica de cada uma das aldeias.

Rede define marca internacional

Para uma promoção mais eficaz, encon-tra-se em preparação um plano operacio-nal de marketing. O projecto deverá estar concluído ainda este mês. Pretende-se a criação de uma marca, que deverá ser “descendente da actual rede de turismo de aldeia”, referiu a coordenadora. Depois da definição da marca, a rede de turismo de aldeia vai contar também com a refor-mulação do site para uma melhor divul-gação e comercialização da rede. Com o

O turismo esteve durante muito tempo cingido à Madeira, Lisboa e Algarve. Mas hoje em dia isso já não é possível. Há que explorar as outras regiões portu-guesas. Foi a pensar nisto que o Governo definiu, a 18 de Janeiro deste ano, as regiões de turismo em que o país iria apostar. E aqui o Oeste encontra-se numa posi-ção privilegiada. Esta é a opinião de António Carneiro, presidente da Região de Turismo do Oeste, divulgada num almoço-debate subordinado ao tema “O Oeste como novo pólo estratégico de atracção turística”.

A localização (a poucos minu-tos de Lisboa) não é a única van-tagem da região. A fronteira com o oceano Atlântico e a consis-tência nas temperaturas ao lon-go do ano também são aspectos a ter em conta. Por outro lado, o facto de desde sempre ter tido

uma qualidade de vida acima da média permitiu-lhe manter inalteradas características como a agricultura e a cultura rural. “É difícil encontrar tão perto de Lisboa um território com as mes-mas condições”, afirma António Carneiro. Convém lembrar que o Oeste é a primeira região rural a norte de Lisboa (cerca de 30 quilómetros). E foram estas con-dições que, com a abertura da A8, levaram alguns empresários a apostar na região. É o caso de empreendimentos como o Gol-den Eagle ou o Campo Real. Não é por acaso que neste momento actualmente existem cinco cam-pos de golfe (Praia Del Rey, Gol-den Eagle, Campo Real, Vimei-ro e Botado), estando mais três em construção (Quinta do Bom Sucesso, Quinta da Abrigada e Pérola da Lagoa) e mais seis em fase de planeamento (Falésia del

Amieiro do Tejo é uma das 13 aldeias alentejanas que fazem parte da rede europeia de turismo de aldeia.

Vinhedos, mar e golfeA poucos minutos de Lisboa, a região Oeste possui uma localização privilegiada, uma diversidade cultural e infra-estruturas aliciantes. O que a torna aliciante para investimentos imobiliários e captação de turistas.

considerada época baixa. Razão pela qual a DRT também está a apostar forte e feio nas escapa-dinhas de fim de semana. Se for ao site www.escapadinha.com, é mais do que provavél que encon-tre algo da região Oeste. E o pro-jecto está a contento de António Carneiro. “As empresas aderiram muito bem.” E os turistas tam-bém.

Os números demostram a importância que o Oeste está a ganhar junto do sector imobiliá-rio nacional. Mas vai ficar ainda melhor. As melhorias ao nível de infra-estruturas rodoviária e ferroviária vão permitir uma me-lhor ligação não só com o resto do país como também com Es-panha. E então a divulgação e expansão da região vai ser ainda maior.

ALEXANDRA [email protected]

sexta-feira, 07 Julho de 2006 13PME

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Novo contrato colectivo de trabalho é “histórico e inovador”

Sector têxtil com flexibilidade além do Código do TrabalhoA Associação Nacional dos Industriais de Vestuário (ANIVEC/APIV) e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE), afecta à CGTP, assinaram, em Maio último, um contrato colectivo de trabalho (CCT) para o sector, que abrange seis mil empresas e 100 mil trabalhadores. Considerado pela associação patronal subscritora como “histórico e inovador”, o novo CCT vai bastante além do permitido pelo próprio Código do Trabalho (CT), designadamente quanto a contratos a termo, férias e adaptabilidade dos horários. Em matéria salarial, a maioria dos trabalhadores continua muito próxima do mínimo nacional garantido por lei.

“Este novo contrato colectivo de trabalho para as empresas de vestuário e confecção é histórico e inovador e vem mostrar à União Europeia que este sector estratégico se mo-derniza e se caracteriza pela flexibilidade, que lhe permite adaptar-se ao contexto de desafios actual”, afirmou Alexandre Pinhei-ro, director da ANIVEC, na edição de Ju-nho do “Jornal Têxtil”.

Após 20 anos após da última convenção colectiva de trabalho assinada para o sector, ainda que com sucessivas actualizações sa-lariais anuais e modificações pontuais no restante clausulado, as cerca de seis mil em-presas e os cerca de 100 mil trabalhadores abrangidos dispõem agora de um instru-mento de regulamentação colectiva adap-tado em exclusivo às exigências patronais, com salários baixos e matérias de aplicação flexíveis, várias delas ainda mais flexíveis e desregulamentadoras que o Código do Tra-balho (CT).

Vejamos: o CT prevê que um trabalha-dor possa estar contratado a termo certo até 3 anos, não podendo registar-se mais do que duas renovações para além do contra-

to inicial. Após essas duas renovações pode consentir-se uma terceira, de duração nun-ca inferior a um nem superior a três anos. Em suma, com um total de três renovações, o contrato a termo certo pode ir, de acordo com a lei geral, até aos seis anos de duração.

O novo CCT para o sector têxtil agora publicado (Boletim do Trabalho e Emprego nº 20, de 29 de Maio de 2006) mantém, tal como no Código do Trabalho, os limites máximos – 6 anos – de duração dos con-tratos a termo, mas introduz uma maior maleabilidade às empresas contratantes, permitindo-lhes “múltiplas renovações” desses contratos até ao limite dos três anos. A partir daí, permite ainda “mais três reno-vações”, sem limite mínimo de duração e um máximo até 3 anos.

Contratos a prazo “sem motivo justificativo”

Outra das novidades, aliás sem preceden-tes na lei laboral portuguesa, é a possibi-lidade de as empresas abrangidas por esta convenção contratarem até 20 por cento da

horária semanal, no final desse período de referência, não ultrapasse as 40 horas.

Em função da lei, o período de referência para essa adaptabilidade não pode ir além dos quatro meses, permitindo, contudo, que, por contrato colectivo de trabalho, esse período possa ser alargado até 12 meses.

Ora, aproveitando esta abertura da lei, o CCT do sector têxtil acaba de introduzir um período de referência para a adaptabili-dade horária que pode ir até 8 meses, com uma duração média horária semanal até às 50 horas e um limite de 10 horas de traba-

lho por dia.A grande novidade em re-

lação a esta matéria, que su-pera o previsto no próprio CT, é a dispensa de acordo individual do trabalhador para estes regimes de horário. As empresas podem, assim, afixar estes horários com uma semana de antecedência, pre-sumindo-se a sua aceitação se 2/3 dos trabalhadores não se

opuserem, por escrito, em 48 horas, a esse novo regime [alínea a) do nº 3 da cláusula 27ª do CCT].

Salários muito próximos do mínimo nacional fixado por lei

O presente CCT traz, em suma, apenas e só vantagens para as empresas do sector. Em matérias sensíveis como os contratos a termo, férias ou horários de trabalho acor-daram-se com a FESETE disposições ino-vadoras, flexíveis, adaptáveis às exigências e dificuldades do sector. Em matéria salarial, as remunerações dos trabalhadores man-têm-se baixas e, por isso, competitivas face aos mercados internacionais.

Sendo certo que a maioria destes traba-lhadores, em geral com baixas qualifica-ções, está classificada no âmbito dos grupos salariais G e H (categorias como costureira qualificada, engomador-brunidor ou bor-dador especializado, cerzideira ou costurei-ra qualificada), saltam aos olhos os salários destes profissionais, que variam, em 2006, entre os 392 e os 399 euros, ilíquidos, men-sais, ou seja, pouco acima dos 385,90 eu-ros, o salário mínimo nacional fixado pelo Governo para este ano.

Por seu lado, um Técnico de Serviço Social, necessariamente habilitado com licenciatura, ou um encarregado geral, ha-bilitado com curso de construção civil ou formação equiparada, apenas são remune-rados, tomando como base a respectiva ta-bela, em 622 euros mensais ilíquidos.

Para um modelista, a quem é requerido curso da especialidade, ou um desenhador de execução, a quem é exigido 11º ano de desenho têxtil ou de artes gráficas, só está estabelecido um mínimo salarial de 571 e de 468 euros respectivamente.

TERESA SILVEIRA

Contratos a termo com “múltiplas renovações” até aos três anos.

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sua força de trabalho recorrendo a contra-tos a termo ou a trabalhadores colocados por empresas de trabalho temporário “sem indicação do motivo justificativo” (cláusula 6ª do novo CCT).

Uma disposição que, à luz do CT, geraria imediata nulidade de estipulação do termo, pois que um dos requisitos obrigatórios nos chamados contratos a prazo é a justifica-ção escrita e explícita do motivo que deu origem àquela contratação (nº 3 do artigo 131º da Lei 99/2003, de 27 de Agosto).

O certo é que esta nova disposição con-tratual é legítima e tem plena aplicabilidade à luz da actual lei laboral, uma vez que os contratos colectivos de traba-lho passaram a poder incluir, a partir da entrada em vigor do CT, cláusulas prevendo tratamento menos favorável para os trabalhadores que o próprio Código do Trabalho (nº 1 do artigo 4º do CT).

Uma alteração legislati-va inédita, polémica, geradora, à data, de grande controvérsia entre as estruturas sin-dicais e o ex-Ministro do Trabalho, Bagão Félix, e que o Partido Socialista, então na Oposição, se comprometeu a alterar se vies-se a constituir governo, mas que, até ao mo-mento, não quis ainda inverter.

Trabalhadores obrigados a gozar férias nas “pontes”

O novo CCT do sector têxtil carrega, ainda, outras cláusulas “inovadoras”, de-signadamente em matéria de férias. É que, não havendo oposição de 2/3 dos traba-lhadores da empresa, estes passam a ter de gozar as suas férias intercaladamente, em períodos consecutivos de 15 dias úteis e, apenas, durante os meses entre Julho e Setembro de cada ano. As restantes férias (7 + 3 dias úteis) serão gozadas nas épocas da Páscoa ou do Natal ou em “regime de pontes” (cláusula 58ª do CCT).

Recorde-se que o CT obriga a que as fé-rias sejam gozadas de uma só vez e entre Maio e Outubro de cada ano, sendo omis-so quanto às chamadas “pontes”. Por outras palavras, só por acordo entre empregador e trabalhador pode haver gozo de férias inter-poladas (artigo 217º do CT).

Adaptabilidade horária com período de referência a 8 meses

Em Portugal não é permitido trabalhar mais de 40 horas semanais e oito horas diárias em regime normal (nº 1 do artigo 163º do CT). O Código do Trabalho (e já, antes, a Lei 21/96, de 23/07) e, também, as convenções colectivas de trabalho prevê-em, no entanto, a chamada adaptabilidade dos horários, flexibilizando os seus limites diários e semanais na base de um período de referência temporal e desde que a média

sexta-feira, 07 Julho de 2006PME14

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ção, diversificação e qualificação do tecido empresarial

Para isto, o projecto apostará, por um lado, na qualificação dos recursos humanos existentes nas empresas e, por outro, no robus-tecimento qualificado das estru-turas de recursos humanos das empresas, através da inserção de

técnicos nas mesmas.Estão abrangidos pelo Valor

Humano os sectores da energia/ambiente, construção, têxtil e vestuário, metalurgia/metalome-cânica, tecnologias da informa-ção e comunicação e biotecno-logia/saúde/bem-estar. As áreas de intervenção previstas são a inovação, as tecnologias de in-formação e comunicação, a eco-eficiência e ambiente, a energia, a internacionalização e o ordena-mento do território empresarial.

Água, um recurso indispensávelA água é um recurso indispen-

sável à maioria das actividades económicas, sendo um importan-te factor de produção em nume-rosos sectores da indústria. Ge-nericamente, no sector alimentar e mais concretamente no sector lácteo, a água é mesmo de crucial importância, dados os processos produtivos utilizados e a com-plexidade tecnológica associada. Cada vez mais a sua utilização efi-ciente constitui factor de compe-titividade empresarial, não sendo alheio a esse facto o crescendo de custos associados à sua utilização.

Os projectos de diplomas na-cionais que recentemente foram dados a conhecer apontam de forma inequívoca para o licen-ciamento da utilização e taxação dos diferentes tipos de consumo, situação que parece ser ainda mais premente quando é públi-ca a necessidade de rentabilizar os sistemas multimunicipais en-tretanto criados, a necessidade de angariar receitas e a própria escassez da água, que começa a ser sentida mais frequentemente e de que a seca do último ano foi um dos piores exemplos.

A questão, por exemplo, do li-cenciamento das captações, é de crucial importância para toda a indústria e, obviamente, para os sectores de actividade onde os consumos são mais relevantes. A responsabilidade da emissão dessas licenças de captação é, ac-tualmente, da responsabilidade das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (as CCDRs), que ocupam o espaço que era anteriormente das Di-recções Regionais do Ambiente.

No entanto, informações re-centes referem que poderão es-tar a ser rejeitados pedidos re-

lativos à renovação de licenças de captação, sendo tal atitude, ao que parece, justificada com, por um lado, a obrigatoriedade de ligação das empresas aos sis-temas municipais e multimu-nicipais de abastecimento que foram, entretanto, sendo criados e, por outro, no caso específico das empresas alimentares, com a premissa da obrigatoriedade do uso de água potável nos seus processos industriais.

As empresas não têm qualquer dúvida em relação à obrigatorie-dade do licenciamento das cap-tações, que vem já de legislação do início da década de noventa, mas a linha de argumentação utilizada pelas entidades licen-ciadoras levanta, desde logo, um amplo conjunto de questões:

serão água de rede e água de consumo humano uma e a mes-ma coisa? e como funcionam as empresas alimentares não abas-tecidas por água de rede? e re-correndo apenas a água de rede estou dispensado do respectivo controlo? e todas as utilizações de água numa empresa alimen-tar obrigam a que mesma seja sempre potável? e sendo o licen-ciamento obrigatório, há algo preceituado na lei que condicio-ne o mesmo ao uso dado à água captada? e ...

O Decreto-Lei n.º 236/98 estabelece, sem margem para dúvidas que se pode obter água para consumo humano (ou água potável) a partir de captações subterrâneas. O Decreto-Lei n.º 243/ 2001 regula, por seu turno, a qualidade da água destinada ao consumo humano e não faz referência específica à respectiva origem, podendo, pois, a água destinada ao consumo humano ser obtida a partir de qualquer tipo de água (superficiais, sub-terrâneas, de abastecimento).

Por outro lado e decorrente da aplicação da nova legislação em matéria de higiene, nomeada-mente do Regulamento (CE) n.º 852/2004, relativo à higiene dos géneros alimentícios, é reforçada a responsabilidade primeira do operador na produção de géneros alimentícios seguros devendo para o efeito, entre outros, proceder à implementação de procedimentos baseados nos princípios do HAC-CP. No caso da indústria alimen-tar, o ponto de verificação de con-formidade, isto é, se a água tem ou não qualidade para consumo humano, é o ponto de utilização (válvula, torneira, etc...).

Desmistificada a “questão da

água potável”, cumpre referir a obrigatoriedade de ligação aos sistemas públicos de abasteci-mento, prevista no Decreto-Lei n.º 379/93, relativo ao regime de exploração e gestão dos sistemas multimunicipais e municipais de captação, tratamento e dis-tribuição de água para consumo público, de recolha, tratamento e rejeição de efluentes e de recolha e tratamento de resíduos sólidos.

Mas, embora esteja prevista essa obrigatoriedade de ligação ao sis-tema de abaste-cimento (assim a rede esteja dispo-nível), não é feita qualquer referên-cia a uma obri-gatoriedade de utilização dessa água de rede e, no caso concreto da indústria alimen-tar, também não é feita referência à obrigatoriedade da respectiva utilização exclusiva nos seus processos e sistemas.

Para os industriais e para além das óbvias preocupações de índole económica resultantes dos previsí-veis aumentos dos custos de explo-ração que resultariam do rejeição do licenciamento da captação de água, outros aspectos serão, por certo, indutores acrescidos de an-siedade nos empresários do sector, em especial as questões ligadas à interrupção do abastecimento e as ligadas à própria capacidade de fornecimento dos sistemas.

Recorde-se que os consumos industriais se caracterizam por grande aleatoriedade nas solicita-ções dos sistemas, os quais, siste-maticamente, têm – nos picos de utilização - dificuldades em dar

uma resposta consentânea com a solicitação efectuada. A manu-tenção de um sistema autónomo é, assim, uma solução alternativa que permite, à partida, fazer face a este tipo de situações adversas.

As interrupções de abasteci-mento são, infelizmente, bastante mais usuais que o previsto e o de-sejável, a que se adicionam, algu-mas vezes, problemas com a qua-lidade das águas disponibilizadas pelos sistemas de abastecimento, as quais nem sempre demonstram

aptidão para o consumo huma-no. Recorde-se, a este propósito, o facto de, por problemas deste tipo, o Estado português haver sido recentemen-te condenado pelo Tribunal de Justiça das Co-munidades Euro-peias.

Assim e em conclusão, no sec-tor alimentar que representamos, não temos dúvidas em apoiar a necessidade de disciplinar o acesso e a utilização dos recursos hídricos nacionais ou a necessi-dade de melhorar os regimes de abastecimento e a qualidade da água colocada nas nossas casas ou nas nossas empresas. Ao contrá-rio, não deixaremos de nos opor frontalmente a actuações de cariz burocrático/administrativo, sem qualquer suporte técnico ou legal, que, impedindo o acesso a águas de captação, nos torne em ‘finan-ciadores’ obrigados desta nova teia de empresas público-privadas que gerem os diferentes sistemas de captação, abastecimento e trata-mento.

Actuação sobre os factores dinâmicos da competitividade das empresas

Apoiar a qualificação de re-cursos humanos nas empresas é o principal objectivo do Valor Humano, o mais recente pro-jecto da AIMinho. Na próxima quarta-feira, dia 12 de Julho, Braga vai acolher uma sessão de apresentação deste projecto, a ter lugar nas instalações da AI-Minho, que contará com a pre-sença do presidente da câmara da cidade.

Inovador a nível nacional, o Valor Humano visa a melhoria da competitividade das empre-sas, através do desenvolvimento de competências e conhecimen-tos nos recursos humanos. O projecto é financiado pelo PRI-ME, entidade parceira, e está en-quadrado no Plano Tecnológico. As candidaturas à intervenção apoiada pelo sistema de incenti-vos encontram-se já abertas.

Através do Valor Humano, a AIMinho procura actuar sobre os factores dinâmicos da compe-titividade das empresas, mobili-zar os actores de mudança para a necessidade do desenvolvimento de novas competências, promo-ver intensamente a iniciativa empresarial e acelerar a renova-

AIMinho e PRIME apresentam projecto Valor Humano

Marcas de contraste portuguesas reconhecidas pela Galiza

Teve recentemente lugar, em Santiago de Compostela, a ce-rimónia de reconhecimento mútuo das marcas das contrasta-rias de Portugal e da Galiza. A cerimónia foi presidida por Fer-nando Blanco, Conselheiro da Inovação e Indústria da Xunta de Galicia.

O reconhecimento mútuo das marcas das contrastarias de Por-tugal e da Galiza é o culminar de vários anos de esforçado trabalho por parte da AIORN – Associa-ção dos Industriais de Ourivesa-

ria e Relojaria do Norte, primeiro no sentido de levar as autoridades portuguesas a solicitarem o refe-rido reconhecimento e depois apoiando activamente o pro-cesso que conduziu ao mesmo. Segundo a AIORN, “desde 1999, tem-se vivido uma situação de gritante injustiça para Portugal, porquanto as principais marcas de constraste espanholas foram sendo reconhecidas pelo nos-so país sem que as nossas mar-cas fossem reconhecidas em Espanha”.

AIP e AFIA mediadoras da GM

A Associação Industrial Portu-guesa (AIP) e a Associação dos Fornecedores da Indústria Auto-móvel (AFIA) decidiram dispo-nibilizar e mobilizar os seus co-nhecimentos, as suas capacidades e competências para encontrar as soluções que poderão ajudar a su-perar as dificuldades referida pela General Motors (GM) em rela-ção aos custos de produção e das suas implicações nos padrões de competitividade internacional, em diálogo “franco e aberto” com a Administração da GM.

Desde já, estão a equacionar as formas de cooperação e as acções conducentes à redução dos cus-tos inerentes aos fornecimentos nacionais, quer para os produtos já em fornecimento quer para eventuais novos fornecimentos resultantes da substituição de im-portações.

De igual modo se disponibi-lizam para, em conjunto com o Governo e a Agência Portuguesa de Investimento (API), desenca-dearem as acções e os projectos, nos planos da qualificação, tecno-lógico e da logística, necessários ao aprofundamento do “cluster automóvel” em Portugal.

RUI LEITEPresidente da ANIL

“Não temos dúvidas em apoiar a necessidade de disciplinar o acesso e a utilização dos recursos hídricos nacionais.”

“Não deixaremos de nos opor frontalmente a actuações de cariz burocrático.”

sexta-feira, 07 Julho de 2006ASSOCIATIVISMO16

Saúde e OMC preocupam indústria láctea europeia

As discussões em torno da libe-ralização do comércio mundial, a decorrerem no seio da OMC, e a comunicação dos benefícios nutricionais e de saúde dos pro-dutos lácteos foram os tópicos principais de uma recente reu-nião entre a EDA - European Dairy Association e a Comissão Europeia.

A EDA deu voz às suas preocu-pações perante uma delegação da

área da Agricultura da Comissão Europeia, referindo que a manu-tenção dos actuais níveis de sub-sidiação doméstica das empresas de lacticínios norte-americanas não é aceitável. Em relação ao dossier “Saúde”, a EDA solicitou o apoio da Comissão Europeia e dos governos dos diferentes Esta-dos-membro, visando a promo-ção dos benefícios dos produtos lácteos.

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Amadeu Paiva no Fórum de Economia da Associação Comercial de Braga

Pagamento com cartão de crédito tem um custo médio de 3,33% para os comerciantes

radas elevadas, Amadeu Paiva garante que o custo do crédito através do cartão não é superior ao de um crédito bancário sem garantia.

Os cartões de crédito só explicam uma pequena parte do endividamento das famí-lias. O aumento do endividamento deve-se sobretudo à compra de habitação e compra de automóveis.

“Os custos de pagamento com cartões bancários são cada vez mais baixos” – disse Amadeu Paiva, ad-ministrador executivo da Unicre, na última conferência do Fórum de Economia da Associação Comercial de Braga.

Em média, a taxa devida pelos co-merciantes é de 1,92% nos cartões de débito e de 3,33% nos cartões de crédito. Amadeu Paiva conside-ra que o custo de utilização não irá aumentar até porque os custos não financeiros da indústria de meios de pagamento estão a diminuir.

Pelo contrário, alguns serviços bancários que actualmente são gra-tuitos tenderão a ser pagos. Para Amadeu Paiva, não é concebível que um levantamento na rede Multiban-co continue a ser gratuito para o utilizador.

Actualmente, estão emitidos em Portugal 15 milhões de cartões, a maioria dos quais são cartões de débito.

O administrador executivo da Unicre salientou aos associados da Associação Co-mercial de Braga que o cartão é o meio que permite o mais fácil acesso ao crédito. E apesar de as taxas de juro serem conside-

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O Grupo Editorial Vida Económica tem condições para lhe proporcionar formação à medida dos objectivos e necessidades dos seus trabalhadores, colaboradores ou associados, em qualquer ponto do país, em horário laboral ou pós-laboral.

Grupo Editorial Vida Económica. R. Gonçalo Cristóvão, 111 - 6º Esq. 4049-037 PortoInf: Ana Maria Vieira Telf. 223 399 457/00 Fx. 222 058 098 [email protected]

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AIP e Confederação de Empresários de Pontevedra promovem debate alternado em Lisboa e Vigo

Portos galaico-portugueses são tema de conferência

“O desenvolvimento dos portos galaico-portugueses de interesse estratégico empre-sarial” é o tema da conferência organizada conjuntamente pela Associação Industrial Portuguesa e a Confederação de Empresá-rios de Pontevedra, a realizar em Fevereiro de 2007, em Lisboa.

Neste encontro, serão analisados temas sobre a dotação de infra-estruturas ligadas aos portos, as “auto-estradas” do mar, e o transporte de mercadorias.

Esta iniciativa, a realizar alternadamente entre Lisboa e Vigo, resulta de um proto-colo, recentemente assinado na capital por-tuguesa, entre os presidentes das duas ins-tituições, respectivamente, Jorge Rocha de Matos e José Manuel Fernández Alvariño, com o objectivo de: “conceber desenvolver, e executar iniciativas conjuntas a favor da dinamização e potenciação económica; pro-mover a cooperação empresarial e a inter-

nacionalização; e, em geral, a melhoria da qualidade e a prestação de serviços às suas empresas associadas”.

Ainda no âmbito deste acordo, as duas entidades comprometeram-se a “participar, em parceria, em projectos de carácter euro-peu, no âmbito do novo quadro financeiro 2007-2013 da União Europeia”, bem como “participarão, em parceria, em feiras anuais, de interesse sectorial ou intersectorial, reali-zadas em Portugal ou na Galiza”.

A Galiza representa hoje cerca de 19% das vendas portuguesas para o mercado es-panhol. Portugal exporta para a Galiza cerca de 1,3 milhões de euros e a Galiza exporta para Portugal cerca de 1,8 milhões de eu-ros. O Norte de Portugal representa cerca de 48% das exportações galegas. As trocas comerciais assentam basicamente nos têx-teis, confecções e produtos da agricultura, pecuária e pescas.

sexta-feira, 07 Julho de 2006 17ASSOCIATIVISMO

Para Amadeu Paiva, a indústria de meios de pagamento é um suporte essencial da actividade comercial. Se-gundo referiu, o comércio não é me-ramente uma actividade económica. O comércio marca o fim da barbárie e o início da civilização. Nessa perspectiva, o comércio é um substituto da guerra.

Atrasos de pagamento afectam as PME

A conferência integrada no Fórum de Economia contou com a interven-ção de Cadima Ribeiro, professor da Universidade do Minho, e de Alberto Pereira, presidente da Associação Co-mercial de Braga.

Alberto Pereira considerou os atrasos de pagamentos como um dos proble-

mas mais graves da economia portuguesa, afectando em particular as PME. O Esta-do, os serviços públicos, e alguns grupos económicos dão os piores exemplos de más práticas. O presidente da ACB apontou o exemplo dos atrasos nos reembolsos de IVA e IRS, que agravam as dificuldades financei-ras dos agentes económicos e condicionam negativamente a sua actividade.

SPA e Millennium BCP atribuem prémios a autores nacionais

Mário Laginha foi o vencedor do Grande Prémio SPA - Millennium bcp. A primeira edição desta iniciativa atri-buiu o prémio Jovens Autores a Ricardo Araújo Pereira, José Quintela, Miguel Góis e Tiago Dores, os criadores do “Gato Fedorento”.

Esta iniciativa conjunta do BCP e da Sociedade Portuguesa de Autores pre-tende distinguir e promover o trabalho desenvolvido pelos autores nacionais.

Os prémios foram criados no ano passado por altura das acções come-morativas do 80.º aniversário da SPA e enquadram-se no âmbito do protocolo de cooperação celebrado entre ambas as entidades.

A entrega dos prémios terá lugar na Gala dos Autores Portugueses que irá decorrer no Teatro Nacional de São Car-los no dia 14 de Julho.

A escolha dos premiados foi feita pelos corpos sociais da SPA, sociedaede que representa 24 mil autores portugueses de todas as áreas de criação.

A cerimónia de snúncio dos vencedo-res do prémio contou com a presença do presidente do BCP, Paulo Teixeira Pinto.

O Millennium bcp é mecenas institu-cional da Sociedade Portuguesa de Au-tores e pretende apoiar iniciativas que visem a criação artística, a preservação das obras e a multiplicação dos públi-cos.

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Aida Trophy fomenta espírito de equipa entre os quadros das empresas

A 3.ª edição do Aida Trophy acaba de decor-rer em Aveiro, despertando uma elevada adesão por parte

das empresas. Para Elisabete Rita, directora-geral da Aida - Associação Industrial do Distrito de Aveiro, esta iniciativa pretende promover “um de-safio junto do tecido empresarial da Região de Aveiro”. A prova permite às organizações adquirir um desenvolvi-mento pessoal e de grupo, colocando aos participantes um programa reple-to de situações adversas, estimulando a vontade de superar limites, vencer

desafios, partilhar vitórias e decepções e obter um vasto leque de conhecimentos”. As etapas foram disputadas em equipa, em autonomia total, com recurso ex-clusivo a meios não motorizados, com avaliação permanente da estratégia e competitividade. Num ambiente de convívio e “fair-play”, cinco dezenas de participantes puseram à prova o espírito de equipa, a robustez psicoló-gica e a resistência física numa série de provas, ao longo de três dias. A boa disposição foi a nota dominante nes-ta 3.ª edição do Aida Trophy.

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Cinco dezenas de participantes puseram à prova o espírito de equipa, a robustez psicológica e a resistência física

sexta-feira, 07 Julho de 2006ÓCIO & NEGÓCIOS18

Os percursos foram efectuados alternadamente em corrida, em bicicleta, ou em canoa.

A montagem e entrada em funcionamento das jangadas foi rodeada de alguns percalços.

No paintball os participantes tiveram a pontaria afinada e não faltaram alvos a abater.

O briefing antes da partida para mais uma etapa.

A equipa da “Vida Económica” foi composta por Emília Duarte, Clara Marcos, João Luís Sousa e Sílvia Sousa.

A equipa Ilhamar teve um bom desempenho, obtendo o segundo lu-gar da classificação. Na imagem, Paulo Caçoilo, Eliane Cesconetto, Humberto Rocha e Jesebelle Rocha.

O team Durit foi a equipa vencedora. António Homem, Pedro Ferro, Joaquim Sacramento e António Pereira suplantaram a con-corrência.

Os canais de Aveiro tiveram uma animação especial com a presença dos concor-rentes do Aida Trophy.

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Franchisadores em Espanha: quais as obrigações

ANTONIO VIÑAL MENÉNDEZ-PONTEAntonio Viñal & Co. Abogados. Lisboa

[email protected]

Ninguém pode duvidar do impac-to provocado pelo franchising na forma de fazer negócios. Basta,

como simples prova, pensar nos estabeleci-mentos que visitamos num fim-de-semana que correspondem a este tipo de activida-de. E, muito provavelmente, quando via-jarmos ao estrangeiro, encontraremos as mesmas lojas e marcas. De facto, trata-se de uma forma cómoda e ágil para inter-nacionalizar a empresa a aí reside parte do sucesso da fórmula.

Em Espanha, no dia 17 de Maio, entrou em vigor o Real Decreto 419/2006, de 7 de Abril, que modifica o Real De-creto 2485/1998, de 13 de Novembro, relativo à regulação do regime de franchising e o Registo de Franchisadores. Os principais motivos da reforma são a procura de uma melhor defini-ção da actividade fran-chisadora, bem como uma maior segurança para os potenciais franchisados. O Real Decreto contém no-vidades que os empresários devem conhe-cer para o correcto desenvolvimento do seu negócio.

Em primeiro lugar, o novo artigo 2 define o franchising como uma activida-

de realizada na sequência de um contra-to pelo qual um franchisador cede a um franchisado “num mercado determinado, em troca de uma contraprestação financei-ra directa, indirecta ou ambas, o direito a explorar uma franquia, sobre um negócio ou actividade comercial que o primeiro estiver a desenvolver anteriormente com suficiente experiência e êxito, para comer-cializar determinados tipos de produtos ou serviços”.

Acresce ao artigo 2 as seguintes notas caracte-rísticas: a) o uso de uma denominação ou rótulo comum ou outros di-reitos de propriedade intelectual ou industrial e uma apresentação uniforme dos locais ou meios de transporte ob-jecto do contrato; b) a comunicação pelo fran-chisador de conheci-mentos técnicos ou um “know-how” próprio, substancial e singular;

c) a prestação continua pelo franchisador de uma assistência comercial, técnica ou ambas durante a vigência do acordo.

Igualmente, distingue o contrato de franchising de outros tipos de relação co-mercial como a concessão de uma licença de fabricação; a cessão de uma marca re-

gistada para utilizá-la numa determinada zona; a transferência de tecnologia; a ces-são ou utilização de um rótulo comercial; o contrato de distribuição em exclusiva.

Porém, as novidades mais significativas dizem respeito ao Registo de Franchisado-res. O novo artigo 5 determina que deve-rão inscrever-se nele, com carácter prévio ao início de actividade de cessão de fran-quia, as pessoas singulares ou colectivas que pretendam desenvolver em Espanha esta actividade, quando for exercida em mais do que uma comunidade autónoma.

De particular interesse resultam para os franchisadores portugueses o artigo 6, alínea g), e o artigo 7, alinha f ). O primei-ro estabelece a obrigatoriedade de inscri-ção dos franchisadores que não tenham a sua sede em Espanha; o segundo obriga à apresentação da documentação original e cópia traduzida. A documentação deverá incluir: a) dados referentes aos franchisa-dores; direitos de propriedade intelectual ou industrial; c) descrição do negócio, com indicação do número de estabeleci-mentos próprios e franchisados.

O artigo 8 dispõe ainda que os franchi-sadores contarão com um prazo máximo de três meses para comunicar qualquer alteração dos dados referidos, bem como a cessação da sua actividade. Anualmen-te, deverá também comunicar o número actualizado de estabelecimentos, próprios ou franchisados, encerrados ou abertos. O

incumprimento destas obrigações dará lu-gar à baixa do registo, transcorridos dois meses desde o aviso para fazê-lo.

O Real Decreto permite o registo vo-luntário de determinados dados com o fim de proporcionar mais informação a potenciais franchisados: a) a posse de uma certificação de qualidade; b) a adesão a um sistema de solução extrajudicial de conflitos; c) a existência de códigos deon-tológicos; d) a adesão ao sistema arbitral de consumo; e) outros dados de interesse público.

Por último, o Registo criará um aparta-do específico para os franchisadores con-solidados. Serão considerados como tais as empresas que cumprirem duas condições: ter desenvolvido a sua actividade franchi-sadora no mínimo durante dois anos em dois estabelecimentos franchisados; dispor de um número mínimo de quatro estabe-lecimentos, sendo dois deles próprios.

Vemos, portanto, que o Real Decreto introduz novas exigências com o propósito de oferecer mais informação aos franchi-sados, aumentando assim a transparência do mercado. Os franchisadores, nacionais e estrangeiros, não podem descurar estas obrigações, sob pena de ficar fora do re-gisto. Porém, esta legislação deve ser vis-ta como uma oportunidade para aquelas franquias com uma boa organização, já que permitirá diferenciar o seu modelo de negócio face às outras.

sexta-feira, 07 Julho de 2006OPINIÃO20

A Lei introduz novas exigências com o

propósito de oferecer mais informação aos franchisados,

aumentando assim a transparência do

mercado.

Pelo meio, nunca se terão ven-dido tantas bandeiras, camisolas e cachecóis com os símbolos da “nossa nação” confeccionados por chineses.

“Portugal… Olé...Olé… A crise logo se vê”! (ª) Um deles sentiu-se, recen-

temente, na necessidade de viajar algumas centenas de quilómetros até à capital do país que somos em bicicleta a pedais, a ver se lhe pagavam a mísera bolsa que já lhe deviam havia meses!

PS – Nada tenho contra o fu-tebol enquanto espectáculo como qualquer um outro, em que os respectivos actores se fazem pagar conforme a procura.

Agora daí a elevá-los a “heróis da pátria”...!

LUÍS GANHÃOAdvogado

“Nada tenho contra o futebol enquanto

espectáculo. Agora daí a elevá-los a “heróis

da pátria”...!”

“Portugal… olé…olé… A crise logo se vê!” Cada jogador da “nossa selec-

ção” ganhará só de prémios, no campeonato do mundo, por jo-gos ganhos, aquilo que milhares dos “nossos” reformados jamais auferirão durante o resto das suas vidas.

Cada jogador da “nossa selec-ção” ganha mais num ano a dar pontapés numa bola, que um “nosso” operário, professor ou cientista (ª) espera vir a ganhar a vida inteira.

Cada jogador da “nossa selec-ção”, ainda que com muito suor e lagrimazinha derramada pela “nação”, não deixará de pensar (penso eu) quanto poderá cobrar a mais em futuras contratações, se o campeonato do mundo lhe correr bem.

forme as coisas correrem, há-de rumar para uma qualquer Pipa da costa brasileira ou Cancun da costa mexicana, com crédito con-cedido a 12 meses, que a extensa costa “nacional” já não lhes ser-virá.

Mais tarde, chegada e bron-zeada, ao tomar conhecimento que o vizinho do andar de cima do condomínio fechado onde comprou um andar a pagar em 30 anos, com piscina e campo de ténis, ostenta um carro novo, não há-de querer ficar por bai-xo e irá trocar o comprado, há, apenas, dois anos, por um com oferta (pois então!) de ar con-dicionado, desta vez com pos-sibilidade de pagamento em 60 meses.

O OMIP - mercado de deri-vados do MIBEL (Mercado Ibé-rico de Electricidade) – registou fraca liquidez nos primeiros dias de negociação, apesar de Braga da Cruz, presidente do pólo por-tuguês do Mibel, ter considera-do o volume de negócios inicial de 459,5 mil euros “dentro do esperado”. De qualquer forma, mantém-se o objectivo traçado de atingir os mil milhões de euros até final de 2006.

Para alguns, nomeadamente, do lado espanhol, estamos perante uma “revolução”, sobretudo para um mercado como o português dominado pela EDP. Já Carlos

OMIP quer negociar mil milhões de eurosTavares, ex-ministro da Economia e um dos “impulsionadores” do MIBEL, a respeito deste assunto, afirma que os próximos dois anos vão ser de consolidação, assistin-do-se, posteriormente, à verdadei-ra reestruturação do sector, com o aparecimento de mais concor-rentes, nomeadamente na área da distribuição. Trata-se, ao contrário do que seria de esperar, de um pro-jecto que segue o exemplo de ou-tros. Como é seu apanágio, foram os países escandinavos os primeiros a optar por um mercado integrado em termos de energia e já o fize-ram há algum tempo, em 1993.

Do OMIP fazem parte sete

empresas: EDP, EDP Distribui-ção, Unión Fenosa, Caixa Geral de Depósitos, Hidrocantábrico, Iberdrola e Santander Portugal. Estas vão poder contar com um mercado com 30 milhões de clientes e 50 milhões de consu-midores, sendo que Portugal está um pouco mais atrasado do que a vizinha Espanha, onde todos os clientes já podem escolher o seu fornecedor. No nosso país, isto só será possível, no próximo mês de Setembro, altura em que se vai dar a liberalização total do seg-mento dos clientes domésticos, estes cerca de 45% do consumo português.

Idem para o respectivo treina-dor, que até,não sendo “nosso”, não deixa de ser “irmão”.

Isto tudo, obviamente, receitas de publicidade à parte.

A “nossa” classe média, que ainda pensa que o é, apesar de já ter um televisor na sala, outro no quarto e outro, ainda, na cozinha, não terá deixado de comprar mais um, desta vez LCD ou Plasma com uma diagonal de 42”, para ver a “nossa selecção” em devidas condições, a pagar em 24 pres-tações, sem juros (pois então!), numa qualquer grande superfície que se “aliou” à “selecção nossa”.

Depois, a mesma classe, para festejar os feitos da “nossa selec-ção” ou para esquecer as mágoas provocadas pela mesma, con-

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DesconfiançaA. MAGALHÃES PINTOEconomista

[email protected]

Estou cada vez mais desconfiado. Não tenho regateado, quando se justifica, o apoio às medidas de reforma que

este Governo vem tomando. Caminhar no sentido da clarificação das nossas relações com o Estado, seja como seus funcionários, seja como pagadores de impostos, seja como beneficiários — ou prejudicados — das po-líticas governamentais postas em execução, é um imperativo nacional. Enquanto não pudermos ver claro, não é possível nem en-contrar soluções nem mobilizar as pessoas para essas soluções. Mas há uma determi-nado número de indícios que originam a minha desconfiança.Vejamos dois ou três casos.

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O preço no registo das sociedades

A propósito da revolução tecnológica que o Senhor Primeiro-Ministro vem dizendo estar em curso, uma grande alteração nos actos formais que envolvem a vida das so-ciedades na sua relação com o exterior está em marcha, com a en-trada em vigor do DL 76-A/2006. Constitui-ção, alteração de esta-tutos, fusão, liquidação, registos nos organismos oficiais, tudo vai conhe-cer novas regras. E, com grande sublinhado, a nossa atenção foi cha-mada para dois fenóme-nos que isso originaria. A simplificação burocrá-tica e o embaratecimen-to dos actos. Quanto ao primeiro, creio que não haverá grandes dúvidas. Mesmo que algu-mas vozes afirmem que é uma desresponsa-bilização do Estado em actos que, pela sua intervenção, mereceriam maior confiança do todo social. Julgo que não devemos te-mer. O que é necessário, deste ponto de vista, é responsabilizar. Simplificam-se as coisas mas exige-se honestidade. E as penas para quem não for honesto e procurar tirar partido da simplificação devem ser pesadís-simas. Ponto final.

Já quanto ao preço, as coisas parecem não ser bem assim. A voz autorizada do presidente da Ordem dos Notários — que respigamos, com a devida vénia, do sema-nário “Expresso” — veio desmentir, com números, que assim seja para a maior parte

das empresas. Chega ao ponto de dizer que, para os actos mais baratos, o aumento é da ordem dos 254%. São afirmações de gran-de gravidade. Que devem ser oficialmente comentadas. Porque, pior do que estarmos a pagar cada vez mais para o Estado, seria o Governo tentar comer-nos por tolos, afir-mando justamente o contrário. Além de que se não entenderia como é que menos serviço se tornava mais caro. Tudo junto está na base da minha desconfiança.

Os benefícios fiscais em sede de IRS

Ainda não é Lei. Nem está sequer aprova-do. Consta apenas de um estudo encomen-dado pelo Governo. Mas há propostas em cima da mesa para que cessem as deduções, em sede de IRS, dos gastos com educação, com seguros de vida, com as despesas fa-miliares em lares para a terceira idade e por investimentos em energias renováveis. E a minha desconfiança vem de que começa-mos a ficar acostumados a que, com este Governo, não haja fumo sem fogo. Para já é

só fumo. É bom que não se veja o fogo antes que as coisas fiquem muito bem esclarecidas.

Apoio com vigor o de-saparecimento quase to-tal dos benefícios fiscais. São, de algum modo, destruidores da raciona-lidade do sistema quan-do se multiplicam quase infinitamente, como su-cede em Portugal. Mas não sem que, antes ou simultaneamente, se ve-rifique a adaptação das

condições gerais ao seu desaparecimento. Não podemos assistir a uma permanente redução daquilo que recebíamos do Estado em termos de protecção social, continuando submetidos ao mesmo nível de carga fiscal. É muito difícil entender e aceitar isto. Como é que há bem pouco tempo falávamos do cheque para a educação e agora falamos em deixar sequer de ter deduções fiscais, man-tendo-se o nível dos impostos igual? Como é que queremos responsabilizar os filhos a to-mar conta dos pais, mas, por outro lado, re-cusamos-lhes a possibilidade de inserção de-les no mesmo agregado familiar, com todos os custos inerentes? Como é que podemos dizer que a Segurança Social tem que redu-zir as pensões e que devem os contribuintes

optar por meios complementares de pensão e, ao mesmo tempo, não lhes reduzimos os impostos, antes lhos aumentamos? Aquela das despesas com lares brada aos céus. Tenho sempre aqui defendido que devem ser con-siderados custos da produção de um rendi-mento tributável - e, portanto, dedutíveis ao respectivo rendimento - todos aqueles sem os quais esse rendimento não seria produzido. Tal e qual como acon-tece com as empresas, em sede de IRC. Ora, a não colocação de um ascendente já muito ido-so num lar pode ser um desses custos. Para quem o tem a cargo a alternati-va é simples: ou o coloca num lar, que paga, e vai trabalhar; ou não coloca e não vai trabalhar, mas não tem o rendimento que origina o imposto. O rendimento tributado não é independente do custo do lar.

Claro que eu não desconheço que o dé-fice público tem que ser controlado. E que há só duas vias. As quais, porventura, têm que ser implementadas em conjunto. Fazer crescer a receita e fazer diminuir a despesas. Ora, os benefícios fiscais são uma despesa avultada. Mas há outras, porventura menos necessárias. Porque é que temos um parla-mento tão numeroso? Ademais, constituí-do por muitos membros que fazem apenas figura de corpo presente, especialmenmte nos grandes grupos parlamentares. O argu-mento mais frequente resulta da compara-ção com os parlamentos de outros países. O que é uma falácia. É que esses países PODEM ter parlamentos numerosos e nós NÃO PODEMOS. Cortem o parlamento pela metade e, se calhar, já aceitaremos com melhor boa vontade o corte dos benefícios fiscais.

Porque acontecem umas coisas e outras não é que está a fazer nascer a minha des-confiança.

A reforma administrativa

Foi chumbada, pelo Governo como um todo, a proposta do Ministério das Finan-ças para a reforma administrativa. Não sei se com muitas razões ou poucas. Nem é isso que interessa. O que importa são duas ou-tras coisas. Então o Ministério das Finan-ças programa a reforma sem escutar os seus

pares previamente? Claro que pode haver uma razão. A de o Ministério das Finanças entender que a sua proposta contempla o necessário. Mas se estamos em presença do necessário, porque é que não se faz? Que considerações podem levar a que o Gover-no entenda que não se deve fazer o necessá-rio? Talvez não seja essa a razão. E pode ser que o Governo tenha realmente entendido

não ser necessário tanto ou ser necessário mais. Em qualquer dos casos, estaríamos na presen-ça de um Ministro das Finanças incompetente (nem por sombras sou desse entendimento, mas é a conclusão alter-nativa possível).

Por outro lado, esta-mos face a um Gover-no desconjuntado face a uma matéria que tem vindo a ser anunciada como a mais importan-

te na tarefa governativa. Nem toda a gente nele pensa de modo igual. O que até é na-tural. Mas porque é natural que seja assim é que existe um Primeiro-Ministro. Quando o Governo não se entende, é ele que diri-me a questão. Em Portugal, um Primeiro-Ministro não é apenas um “primum inter pares”. É “primum” e só “primum”. É ele o eleito e, depois, é ele quem escolhe os seus Ministros. Isto é, há uma diferença abissal nas respectivas responsabilidades. Por isso, é que quando ele se demite todo o Governo cai.

Mais uma acha para alimentar a fogueira da minha desconfiança.

******

Não vem mal ao mundo que um simples escrevinhador de jornais, como eu, comece a estar desconfiado. O mal só surgirá quan-do essa desconfiança não for apenas minha. E comece a atingir os cidadãos de modo generalizado. O que eu temo. E por isso o deixo aqui exarado. Pode ser que o Go-verno faça com que essa desconfiança não surja. É que, em meu entender, já não há espaço para novas experiências. Os sacrifí-cios estão a ser muitos e têm absolutamente que resultar. Porque, se não resultam, então o remédio só poderá vir de uma pequena revolução democrática. É que não haveria paciência para mais e já passaram trinta anos sobre a última.

Não dê ouvidos a ninguém que não tenha provas de que poderá vender mais do que está a vender actualmente

Não dê ouvidos a opiniões e conselhos dos seus bem intencionados amigos, fami-liares e parceiros de negócio. Vez após vez, deparei-me com estratégias de marketing perfeitamente boas que foram descartadas porque alguém próximo disse: “Oh, eu nunca leria isso!” ou “Isso nunca me faria comprar!”. Não ouça ninguém que não tenha provas de que poderá vender mais do que está a fazer actualmente.

Em vez disso, teste – dessa forma fará muito mais dinheiro e eliminará riscos.

Teste todos os anúncios, cartas de ven-das ou campanhas de marketing antes de apostar no “cavalo” certo (ou no seu negó-cio). Teste tudo em escala reduzida antes

de se comprometer com grandes quan-tidades de dinheiro. O que as grandes (e bem sucedidas) empresas fazem sempre, em primeiro lugar, é testar as suas campa-nhas de marketing apenas numa região. Se funcionar bem expandem a campanha. Se não funcionar, alteram-na até encontra-rem aquilo que funciona.

Adoptando o procedimento de testar antecipadamente tudo em pequena escala, fará com que os seus fracassos o tornem rico! Os fracassos despoletam-lhe um pro-cesso de aprendizagem. Assim, quando ao 8º teste que faz encontrar uma estratégia vencedora, poderá ampliá-la e repeti-la ve-zes sem conta, multiplicando a sua rique-

za. E fa-lo sem gastar, inicialmente, muito dinheiro porque adoptou o procedimento de teste.

O seu derradeiro sucesso nos negócios reside na forma como adquire novos clien-tes e esvazia a carteira daqueles que, pre-sentemente, fazem negócio consigo.

O que distingue os negócios de sucesso reconhecido num âmbito local, regional, nacional, ibérico, europeu ou mundial não é o produto ou serviço que comer-cializa. Pense nos negócios que lideram os seus mercados. Depois, questione-se se não existe nenhuma outra empresa que fornece produtos ou serviços idênticos ou de qualidade superior. Claro que en-

contrará múltiplos exemplos de empresas com melhores produtos e serviços do que as empresas líderes (se não mesmo em 99% dos casos), situadas em sectores tão diversos como tecnológicos, saúde, têx-teis, etc.

O que as distingue, o que faz com que um empresa atinja a liderança no seu mercado, quer seja regional, nacional ou mundial, são os seus sistemas de vendas, os seus sistemas de marketing, os seus sis-temas comerciais.

Construa os melhores sistemas de ma-rketing, de vendas e comerciais no seu negócio e faça com que a Sua Empresa seja a Líder no seu mercado alvo!

AZUIL BARROS

Especialista no crescimento de negóciosDirector Regional Quantum Portugal

www.QuantumCrescimentoNegocios.com

Pior do que estarmos a pagar cada vez mais para o Estado, seria o Governo tentar comer-nos por tolos, afirmando justamente o contrário.

sexta-feira, 07 Julho de 2006 21OPINIÃO

Foi chumbada, pelo Governo como um todo, a proposta do Ministério das Finanças para a reforma administrativa.

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TRIPAS

ro, que funciona como uma extensão do de S. Paulo, o primeiro a ser inaugurado.

Apesar da ameaça do ICEP, as em-presas envolvidas (alimentares, moda e cerâmica) estão empenhadas em manter o salão em funcionamento, mesmo que tenham de reforçar a sua participação fi-nanceira.

Ócio & Negócios

Ócio à sétimaMiguel Paes do Amaral orgulha-se de, na sua família, ser

o primeiro a trabalhar em sete gerações. Nos últimos três séculos, todos os Paes do Amaral viveram dos rendimentos e das propriedades. Um belo exemplo de ociosidade, uma espécie de ócio elevado a sete.

Depois dos 150 milhões de euros que Miguel encaixou na operação TVI, é bem possível que as suas duas filhas recuperem a tradição da família. A este propósito, invo-que-se o que afirmou recentemente Warren Buffett, que deixou a grande fatia da sua fortuna a uma Fundação: de-vemos deixar alguma coisa aos herdeiros, mas não o su-ficiente para eles não terem de fazer nada. Um lema que bem poderia ser consagrado em lei.

Mas Paes do Amaral, o gestor de modos e linhagem aristocrática, conde da Anadia, não teve de suar muito.

Nasceu num berço de ouro, constituiu fortuna com as heranças de tias. Até se deu ao luxo de gastar um milhão de euros num carro de corridas.

O brasão da sua família tem um lema apropriado: “Virtus omnia vincit” (“A virtude vence tudo”). Mas o dinheiro também ajuda. Foi com dinheiro que herdou que pagou o MBA em França e se tornou proprietário de uma quinta em Abrantes, com um castelo no fundo. Frequentou os escritórios da Goldman Sachs, em Nova Iorque, e quando, aliado a sócios, comprou a TVI não aplicou na operação um cêntimo do seu bolso.

Com o negócio da Prisa reforçou a sua conta bancária em 150 milhões. Mas a fidalguia evita falar de dinhei-ro. Faz parte da educação ignorar o vil metal. Sobretudo, quando não lhe custou a ganhar.

Cenas da vida realLíderes

O QUE SE DIZ

“SHOW ROOM” AMEAÇADONum momento em que se fala de uma

plataforma de distribuição de produtos portugueses no Brasil, o ICEP pretende cortar o apoio que concedia ao “show room” em S. Paulo que divulga os produ-tos de 28 empresas portuguesas.

Aparentemente, o ICEP aceita manter o apoio ao “show room” do Rio de Janei-

EMPREGADORBelmiro de Azevedo perguntou à Minis-

tra da Educação se o seu ministério seria o maior empregador do país e teve como resposta que era o maior empregador do mundo. Do Mundo? Com os 200 mil pro-fessores e funcionários, terá uma dimensão superior à General Motors ou General Electric ou à rede americana Wal-Mart.? Esta cadeia tem 1,6 milhões de emprega-dos em todo o mundo! Sempre é superior à folha de vencimentos do ME. E uma solu-ção para reduzir o número de empregados seria regionalizar os patrões, como sucede na Europa. Mas, ao encerrar serviços e transferir pessoal, este Governo parece ins-pirado na multinacional virtual The eye of the Street.

«Se somos o número cinco num mercado e o número um tem uma pequena cons-tipação, apanhamos logo uma pneumo-nia», diz Welch.

O mimetismo de pensamento entre

o homem da GE e da Sonae é grande. Até nos erros. A GE comprou um banco de investimentos com a cultura errada, gerou problemas e acabou vendido. Tal como Belmiro.

Maria comenta na escola para colegas e pro-fessores. «O meu pai vende maços de notas». Na sua ingenuidade infantil, confunde o efei-to da actividade com a própria actividade. A pequena vai de carro topo de gama para esco-la, tem empregada em casa. Mas é subsidiada, não paga livros nem refeições. Na estatística, roça a indigência. Os pais declaram-se feiran-tes, mas quem sabe se o pai acumula com ou-tras operações.

Em Fafe, uma empresa de confecção de vão de escada, na fronteira do mercado informal, colabora com a contrafacção. Os feirantes entregam-lhe o tecido, a peça para cópia e a ordem de encomenda. Sem factura. Um deles vai fazendo encomendas superiores, levanta e paga. Até que, um dia, levanta as peças, não volta nem paga a última encomenda. As peças serão vendidas numa feira perto de si.

Este último episódio faz lembrar a vigarice de que, há uns anos, foi alvo uma garrafeira do Porto. Um cliente, excelente pagador, foi aumentando as compras, cumpriu sempre e ganhou a confiança da loja. Até que um dia, exponenciou a encomenda, pagou com um cheque sem cobertura e desapareceu sem dei-xar rasto.

Ócio & Negócio já aqui abordou a dife-rente simbologia de palavras como gestor, patrão, empresário e empreendedor, ha-vendo até quem se declare empresário por conta de outrem. Voltamos ao tema para, nesta lista, acrescentar o conceito que Jack Welch tornou moda - Líder.

E para recordar que, há mais de 20 anos, já Belmiro de Azevedo no seu célebre decá-logo afirmava que o «homem Sonae é um líder ou um candidato a líder». O azar do engenheiro é que nasceu no Marco e num país pequeno, e não nos Estados Unidos. Ele é um líder que não aprecia a palavra empreendedor pela sua conotação com aventureirismo.

Welch, por exemplo, diz que os líderes devem ter coragem para as decisões impo-pulares, devem encoraja a correr riscos e devem pautar o seu comportamento pela franqueza, transparência e reconhecimen-to.

Por outras palavras, já Belmiro dizia o mesmo. E também como Welch, gosta sempre de crescer e expandir. Ser o núme-ro um para controlar o jogo – a operação sobre a PT é um exemplo desse desígnio.

Se um bom portuense tem de gostar de tripas, o ministro Augusto Santos Silva não é um bom portuense. O socialista da linha de Serralves, por oposição à da lota, foi convidado para membro da Confra-ria das Tripas, mas recusou o ingresso. Por uma razão ponderosa - não consegue comer, fica enojado, as tripas causam-lhe repulsa. Com o longo estágio em Lisboa, ainda vamos ver este tripeiro a comer ca-racóis…

CONTRATAÇÃOE por falar em Ministério da Educação,

repare-se no exemplo da escola portuense Oliveira Martins. A DREN decidiu fe-char a escola que tinha um quadro de cem funcionários para pouco mais de 300 alu-nos. O rácio era um professor para quatro alunos. Já era assim há anos, mas a decisão chegou agora súbita, e brusca, de efeitos imediatos. E, para quem ainda se surpre-enda com estas coisas, a bizarria é que, no recente concurso, o ME contratou mais professores para a escola. Ou seja, foram colocados novos professores numa escola que afinal será riscada do mapa. É como levar areia para o deserto. Dá para enten-der?

sexta-feira, 07 Julho de 2006 19

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A Capgemini, no documento que apresenta o estudo, explora que para a evolução no univer-so e-Government português em muito contribuíram a sofi stica-ção introduzida nos serviços de declarações à polícia, de consulta e requisição nas bibliotecas, de alteração das moradas de enti-dades públicas e privadas, de inscrição em universidades ou institutos superiores e de troca de informação estatística, desig-nadamente através do portal on-line do INE.

Segundo Graham Colclough, vice-presidente do Global Public Sector e líder do e-Government na Capgemini, “é fundamental a realização de progressos conti-nuados e agressivos na utilização das TIC para melhorar os Ser-viços Públicos na Europa. Dis-ponibilizar os serviços on-line não chega. Temos de reforçar os serviços centrados no utilizador e disponíveis a todos os cidadãos de forma a combater a info-ex-clusão.”

PHC e FDTI assinam protocoloA PHC, fabricante nacional de aplicações de gestão, assinou um protocolo com a Fundação para a Divulgação das Tecnologias da Informação (FDTI), de forma a disponibilizar licenças do seu sof-tware, que vão ser utilizadas nas acções de formação TIEF – Téc-nico de Informática de Educação e Formação. A PHC irá fornecer 17 licenças do seu software à FDTI para utili-zação nos seus cursos TIEF. A software-house portuguesa também fi ca responsável pelos serviços de assistência técnica (apoio via In-ternet), pela formação dos formadores da FDTI e pelo fornecimen-to da documentação necessária ao desenvolvimento dos manuais da FDTI no campo do software de gestão. Por seu turno, a FDTI irá elaborar projectos de estágio que incluam a participação da PHC e providenciar aos formandos o Sistema Operativo e Gestor de Base de Dados apropriado ao uso das aplicações PHC. A fundação irá ainda fazer um papel de avaliadora de software, mantendo um canal aberto com a PHC de forma a partilhar experiências.A FDTI providenciará à PHC acesso a vários meios promocionais, nomeadamente ao disponibilizar as suas salas de formação a nível nacional para colocação de cartazes publicitários da PHC, distri-buir um Kit promocional da PHC a todos os formandos e possibili-tar a presença de colaboradores da PHC nas acções de formação, com o intuito de sensibilizar os formandos para os produtos da software-house, entre outras acções. Na opinião de Ricardo Parreira, director-geral da PHC, o forneci-mento gratuito de licenças de software “vai ajudar a formar poten-ciais técnicos de informática, contribuindo para um melhor futuro do País”. A PHC “orgulha-se de estar a assinar este protocolo com uma instituição como a FDTI sabendo que vai ajudar à formação de alguns dos futuros gestores de sistema”.A PHC “é responsável por algumas das melhores aplicações de gestão nacionais, como tal, é a melhor escolha para a nossa for-mação TIEF”, referiu Ricardo Castanheira, Presidente da FDTI. “Pensamos que esta parceria será bastante frutuosa para mostrar aos formandos a grande utilidade que as aplicações de gestão têm nas empresas modernas”, acrescentou.

Kasparov presente no SAP Business Forum 2006Garry Kasparov, xadrezista mundialmente conhecido, estará pre-sente em Portugal como orador no SAP Business Forum’06 - que contará com cerca de 1600 assistentes e que, durante dois dias, pretende ser palco de análise, refl exão e discussão das mais im-portantes temáticas do universo actual das TI para o mercado em-presarial e para os serviços públicos portugueses.O SAP Business Fórum, que nos dias 11 e 12 de Outubro, vai de-correr no Centro de Congressos do Estoril, contará com a presença de Kasparov, que contribuirá com a sua visão e experiência como “player” do jogo de estratégia por excelência em tudo semelhante aos contornos da estratégia de negócio. Kasparov, enquanto mestre no seu ofício, revela-se um incomparável orador em temas relacio-nados com planeamento estratégico de negócio e enquadramento deste com a competitividade e o crescimento da produtividade numa organização.

Business Objects alarga a sua oferta aos serviços de saúdeA Business Objects, fornecedor de soluções de business intelligen-ce anunciou a disponibilidade do BusinessObjects Activity Based Costing for Healthcare. Criado com a tecnologia de planeamento da Business Objects, esta nova aplicação de gestão da performance permite às instituições de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, e outras) identifi carem e analisarem tendências nos indicadores clínicos e fi nanceiros dos pacientes. Através destas tendências, as instituições podem mais facilmente formular estratégias que con-duzam a melhorias no desempenho fi nanceiro e operacional.Para as instituições de saúde planearem a sua actividade efi caz-mente, necessitam de uma forma de calcular os custos exactos, tipicamente armazenados num formulário geral, dos testes e pro-cedimentos específi cos utilizados para o cuidado dos pacientes. O BusinessObjects Activity Based Costing for Healthcare tem por objectivo oferecer um ambiente de trabalho sustentável para reco-lher, reportar, precisar e credibilizar os dados fi nanceiros. Assim, a solução almeja ajudar as instituições a informatizar os custos e margens por paciente, de forma a analisar mais facilmente a infor-mação por médico e por contrato, para identifi car tendências em volume, custo e margem.

O Estudo Anual sobre a Utilização de Serviços Públicos Electrónicos na

Europa realizado pela Capgemini para a Comissão Europeia con-cluiu que, em 2006, a sofi sticação on-line da prestação de serviços públicos nos estados membros da UE alcançou uma nota média de 75%, revelou a empresa em co-municado de imprensa.

Na União Europeia, a maturi-dade dos serviços públicos online continua a crescer e atingiu este ano um elevado nível global de sofi sticação em que a norma é a interacção bidireccional total en-tre cidadãos e governos e cerca de metade dos processos podem ser totalmente tratados on-line.

“No início do novo milénio, as iniciativas de e-Government da Comissão centravam-se no desenvolvimento de e-serviços (projectos destinados a fornecer acesso on-line aos serviços pú-blicos)”, lê-se no comunicado no qual vem expresso que esta etapa está maioritariamente ultrapassa-da, sendo que os governos estão a passar para a fase seguinte: de-senvolver e-serviços inteligentes e orientados para ao utilizador.

Até porque uma das priorida-des do ambicioso Plano de Acções eGovernment i2010 é “fazer com que o e-Government efi ciente e efi caz se torne uma realidade”. Neste estudo fi cou esclarecido que a ilha de Malta realizou o maior progresso alguma vez regis-tado passando do 16º para o 2º

EM DESTAQUE

Portugal registou, na variável “sofi sticação online”, a quinta maior evolução

lugar, atrás da Áustria que lidera a tabela.

Os desafi os que se colocam a Portugal para 2006 depois de uma considerável subida no ranking em diversos serviços on-line são de extrema importância. Em termos comparativos face a 2005, Portugal registou, na vari-ável Sofi sticação Online, a quinta maior evolução (15%) e, no que respeita à variável Total Disponi-bilidade de Serviços On-line, ob-teve igualmente a quinta maior subida com 20%.

“O estudo confi rma a tendên-cia verifi cada em anos anteriores em como, no nosso país, os servi-ços públicos disponíveis na Inter-net dirigidos às empresas (94%) apresentam um maior desenvol-vimento relativamente aos que se destinam aos cidadãos (75%)”, lê-se no documento. Se, no ano passado, as entregas das declara-ções do IRC, IVA e Segurança Social já podiam ser feitas através da Internet, este ano também o preenchimento de informação estatística está totalmente dispo-nível on-line.

Nos serviços destinados aos cidadãos a maioria já permite uma interacção bidireccional que possibilita completar o processo por via electrónica. A emissão de licenças de construção, o re-gisto automóvel e a inscrição na Universidade continuam a ser os serviços que apresentam o menor nível de sofi sticação, com 25%, 50% e 50%, respectivamente.

InformáticaSymantec oferece programa de gestão

de ameaças e vulnerabilidades

Information Builders

reforça parceria com o Google

sexta-feira, 07 Julho de 200622

Portugalbem posicionadonos serviços públicos on-line

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PRODUÇÃO INDUSTRIAL COM CRESCIMENTO RECORDE DESDE 2000

A produção industrial da Zona Euro re-gistou em Junho o maior crescimento dos últimos seis anos. O inquérito realizado a mais de três mil empresas dos Doze Es-tados-membros apontou uma subida do índice para os 57,7 pontos, contra os 57 pontos verificados em Maio.O aumento das encomendas às empresas europeias permite compensar os efeitos dos elevados preços dos combustíveis para os consumidores. O crescimento fortalece a economia europeia e traduz mais um mo-tivo para que o Banco Central Europeu se prepare para mais uma subida dos juros.

PORTO É CAPA DO SUPLEMENTO DE TURISMO D´”O GLOBO”

A cidade do Porto é capa da “Boa Viagem”, o suplemento de turismo do diário brasileiro “O Globo”. “Janela para o Porto” é o título do artigo que refere que a “cidade portu-guesa se moderniza, mas sem abandonar as tradições que tanto encantam os turistas”. Segundo escreve a jornalista, Valquíria

Em Foco

SEMANA EM REVISTA

Daher, “quem conhece Lisboa primeiro e acredita que não terá muito o que ver no Porto está redondamente enganado”. A au-tora realça que “a convivência do novo - o aeroporto futurista, a Fundação Serralves, os shoppings abertos até meia-noite – e o velho – a Sé, o Mercado do Bolhão – só tor-

na a cidade um porto seguro para a maioria dos turistas”. A jornalista refere as cerca de 50 caves de vinho do Porto na margem do rio Douro, bem como o contraste entre a Sé e o Estádio do Dragão. Uma caracte-rística que leva a brasileira a afirmar que a Invicta tem “um quê de Rio/S. Paulo”. E acrescenta: “E, se a rivalidade entre ci-dades se parece com a do futebol, o Por-to tem o clube do mesmo nome, com um estádio maravilhoso, “tatuado” com um lindíssimo dragão” Valquíria Daher acon-selha ainda: “como a cidade é menor, é fácil começar a se sentir em casa em pou-cos dias, conhecer o Centro todo batendo perna, caminhar até a Ribeira para passar o tempo nas lojinhas ou num bar com os olhos voltados para o Douro”.

DESEMPREGO DIMINUI EM PORTUGAL E NA ZONA EURO

A taxa de desemprego recuou em Maio, tan-to em Portugal como nos restantes países da Zona Euro. O índice situou-se nos 7,9% nos Doze Estados-membros, representando a diminuição em uma décima em relação a Abril. Face a mesmo mês do ano passado, registou-se a redução em oito décimas.

Em Portugal, a taxa de desemprego di-minuiu uma décima face a Abril para os 7,5%. Na comparação homóloga, o desem-prego nacional aumentou uma décima. Na União Europeia dos 25, a taxa de desem-prego ficou inalterada em Maio nos 8,2% relativamente ao mês anterior. Já face ao período homólogo, o desemprego situou-se seis décimas abaixo de Maio de 2005.

LINHAS DE TGV DEFINIDAS EM NOVEMBRO

O traçado das linhas do Comboio de Alta Velocidade entre Portugal e Espanha será definido em Novembro. O calendário sairá durante a cimeira ibérica, segundo anun-ciou o ministro das Obras Públicas, Trans-portes e Comunicações, Mário Lino, depois de uma reunião com Emílio Pérez Touriño, presidente da Xunta da Galiza. O responsável galego referiu a José Sócra-tes a prioridade da ligação entre o Porto e Vigo, defendendo que se trata de “uma es-pécie de cordão umbilical” entre as duas regiões”. O ministro português afirmou a possibilidade de aquela linha ser de na-tureza mista: para passageiros e mercado-rias.

“A actuação do Governo tornou-se, nos últi-mos tempos, uma espécie de transiberiano de iniciativas tecnológicas. São tantas que dificilmente se percebe quando o comboio chegará ao destino ou em que apeadeiro se encontra”

Fernando Sobral – “Jornal de Negócios Online”

“A virtualidade, a ilusão e o sonho servem perfeitamente o desígnio nacional de nun-ca descermos à terra. É claro que a rede global não resolve problemas comezinhos como a questão da GM da Azambuja, sím-

FARPAS

bolo de um país que fala do futuro e pensa no passado: ali colocavam-se peças que poderiam ser postas em qualquer lado do mundo e não havia o mínimo vestígio de inovação tecnológica”

Idem ibidem

“Curiosamente, o fenómeno desportivo des-vendou a dimensão e a universalidade da Língua portuguesa. Subitamente, uma parte do planeta torce por Portugal, um activo que faz a diferença na diplomacia, nos negócios e na cultura. Enquanto Isabel Pires de Lima

anda entretida a cuidar do espólio dos pode-rosos, a Língua Portuguesa continua votada ao mais vil e incompreensível desprezo”

Rui Costa Pinto – “Visão Online”

“Ninguém sabe se Sócrates está a fazer mais reformas porque é mais corajoso que Barroso, mais persistente e mais consis-tente que Santana, mais consciente que Guterres ou por ter a maioria absoluta que não teve nenhum daqueles que o antece-deram. Mas restam poucas dúvidas de que estas reformas, e as medidas difíceis asso-

ciadas, existem porque não há alternativa e não chegam porque são insuficientes”

Idem ibidem

“José Sócrates gosta de aquecer o Verão. O ano passado, foi a ‘guerra aos regimes es-peciais’ da função pública. Um rastilho que acabou por incendiar militares, polícias, juí-zes, professores e enfermeiros. O Verão en-tretanto passou, a temperatura baixou e, com acertos, aqui ou ali, meros retoques, o facto é que o essencial resistiu à contestação”

Sérgio Figueiredo – “Jornal de Negócios Online”

De acordo com a opinião implícita de alguns dos nossos liberais, sulistas e elitistas crânios coroados da análise

económica, os trabalhadores devem ser clas-sificados de acordo com a terminologia ho-teleira: cinco estrelas para o portuguesinho emigrante na Renault em França; quatro es-trelas para o primo dele da AutoEuropa; três estrelas para o sobrinho que está na indús-tria de componentes e moldes; duas estrelas para o amigalhaço da Azambuja, na Opel, e zero para o desgraçado bastardo do Vale do Ave.

A acrescer a isto, há outro axioma inques-tionável para os mesmos sábios: a produti-vidade é um tenebroso problema exclusi-vamente provocado pela generalidade dos trabalhadores madraços, todos infelizmente com menos de duas estrelas e únicos causa-dores do nosso atraso endémico.

Se desenvolvêssemos a teoria, teríamos, também, diversas castas de mulheres: as do Alto Minho e Trás-os-Montes, avós da ac-tual Brigitte da terceira geração, como ópti-mas poedeiras e elevados índices de sucesso, e as do Sul do Tejo, quase as igualando em termos de darem à luz máquinas de produti-vidade. Entretanto, os ares do Ribatejo não fazem nada bem (vide o caso do Sr. Sousa Cintra…) e então os de Famalicão, Santo

Tirso e Guimarães são do piorio. Espe-ra-se que o próximo périplo do senhor Presidente da República pela tecnologia emergente possa motivar o meu Querido Amigo Professor Alberto Barros a debru-çar-se sobre as potencialidades genéticas de algumas das zonas de ponta, agora identificadas. Já agora, ele ajudava os Drs. Manuel Pinho e Basílio Horta a produzir e exportar mão-obra certificada de cinco estrelas.

Isto tudo é, portanto, um redondo ab-surdo e uma inultrapassável estupidez!

Nesta nossa típica reverência saloia, conseguimos abdicar totalmente da nos-sa própria inteligência só para não ferir susceptibilidades – sejam angolanas ou americanas – que não nos deviam merecer qualquer deferência especial.

A GM foi, já há muito tempo!, uma re-ferencia industrial no mundo e, durante décadas, a sua primeira empresa. A GM está hoje objectivamente falida, judicial-mente intervencionada e num enorme buraco financeiro – e só sai dele se pros-seguir com um acelerado e forte processo de alienação e concentração de activos. A GM é hoje uma empresa medíocre por culpa exclusiva da provada e escandalosa incompetência dos seus gestores e a com-

placência objectiva dos seus accionistas. Ponto final. Nestes casos típicos, os traba-lhadores – todos os trabalhadores de quase todos os lados ! – só são culpados de um erro colossal, sistematicamente cometido por ignorância e péssima condução dos seus trogloditas dirigentes sindicais: só berram, publicitam e denunciam que as coisas correm mal quando, normalmente, já pouco há a fazer. O espectro da cessa-ção a qualquer momento do pagamento dos ordenados, a chantagem da total in-versão do ónus da responsabilidade e a duplicidade das autoridades e financiado-res fazem sistemática e infelizmente dos trabalhadores os bombos destas festas.

Seria bom que os iniciados e não profis-sionais destas coisas ficassem a saber que, nos tempos de hoje, a produtividade in-dustrial já é minoritariamente um proble-ma laboral e sim uma consequência (posi-tiva ou negativa) do (não) investimento e da inovação em sistemas e processos.

Segundo dados recentemente publi-cados, em Portugal, trabalham-se 1718 horas anuais. Na Holanda, 1327. Na Alemanha, 1451. Na Dinamarca, 1516. Na França, 1564. Na Irlanda, 1677 e na Suécia, 1602. Entretanto, a média na EU a 15 era de 1654,2.

Nos casos em que são exemplo de excelên-cia, o que os nossos trabalhadores tiveram – para além de Mães heróicas – foi lideran-ça e visão na gestão aos seus mais diferen-tes níveis (e não só dos de topo), o que lhes possibilitou provarem que são dos melhores do mundo quando devidamente integrados, percebem o que se pretende deles, têm aces-so público aos resultados do seu trabalho e vêem que o accionista, como investidor, é o maior contribuinte líquido para o aumento da produtividade. Dito de outro modo, se quisermos na verdade analisar seriamente a produtividade nacional, comece-se por co-nhecer quem e como se lideram as empresas e não quem e como nelas se trabalha.

Só efectivamente quem nunca pôs os pés numa fábrica e conhece por exclusivo a rea-lidade empresarial a partir dos intoxicantes boletins trimestrais das diversas agências públicas é que desconhece que assim é.

Em suma, a GM vai fechar na Azambu-ja porque a empresa faliu em Portugal, tal como está a acontecer em muitas outras partes do mundo, pelas mesmas razões de algumas confecções que todos conhecemos no Vale do Ave: deu com os burrinhos na agua, por incompetência gestionária, uma coisa que também sempre aconteceu com muita frequência a americanos.

Trabalhadores zero estrelasM. J. CARVALHO

Economista

[email protected]

sexta-feira, 07 Julho de 2006 23

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paração estrutural, vertical destes negócios, isto é, rede fixa, o cobre para um lado e cabo para o outro. “Ficámos francamen-te agradados por a Comissão ter reafirmado a importância da concorrência como indutora de investimento e inovação. No entanto, retirar mercados retalhistas críticos da protecção regulatória pode pôr em perigo os benefícios de que os consu-midores começam a usufruir e que resultam do quadro regu-latório actual”, dizem fontes da Apritel à comunicação social. Posto isto, a Apritel deixa o apelo: é preciso estudar o tema de forma aprofundada, dando como exemplo o modelo adopta-do no Reino Unido, que poderá não funcionar em Portugal, isto é, muito dificilmente, alguma separação que não envolva também o controlo accionista das empresas em causa terá um resultado efectivo no terreno.

na compra de três. Cada cartão custa 9,90 euros e inclui 10 euros de cha-madas para qualquer tipo de rede, seja ela móvel ou fixa. A isto juntam-se ain-da outras duas promoções: a manutenção, totalmen-te, gratuita do número de telemóvel no caso de transferência da TMN, Optimus ou Vodafone para a Rede4, bem como a possibilidade de enviar, de novo uma oferta, SMS para todas as redes – 100 cada mês – através do site www.rede4.pt.

Escola de engenharia lança projecto inédito e põe 20% dos docentes e funcionários a falar pela internet

FEUP toma a dianteira na utilização do VoIPO VoIP ou voz sobre

internet é a tecnologia do momento e que o diga a FEUP (Faculdade de En-genharia da Universidade do Porto) que se antecipa a tudo e todos, inclusive ao próprio ministério e às suas orientações – utilizar o VoIP, a partir de 2007, e reduzir os custos em cerca de 30% -, e divulga utilizar já, desde 2005, esta forma de comunicação.

O VoIP@FEUP, assim se chama a iniciativa, partiu do Centro de Informática desta escola que, mesmo, como destacam, sem o apoio ou contacto de qual-quer responsável da tutela, decidiu deitar mãos à obra e, desta forma, criar algo que lhes permitisse reduzir os custos. “A implementa-ção do sistema de chama-

resultados já alcançados: a integração plena do sistema VoIP na central telefónica tradicional e o preço das chamadas. Estas efectuadas a custo zero ou, no pior dos cenários, a um cêntimo por minuto. Mas, segundo a FEUP, o VoIP tem outras vantagens: a possibilidade de o sistema escolher, em função do destino, a rota mais económica para fazer a ligação ou a integração web com o utilizador, o que dá a esta a oportunidade de ver, em detalhe, na sua página pessoal voIP, coisas como o custo ou duração da chamada.

Cinco mil chamadas realizadas através do VoIP

Sendo tantas as facilida-

des anunciadas, é natural que o VoIp tenha sido um sucesso junto dos utiliza-dores da FEUP, para já, docentes e funcionários. Ora, os números parecem confirmar esta realidade: até ao momento, 20% desta comunidade utiliza já o VoIP, sendo que só no passado mês de Março fo-ram realizadas nada mais nada menos do que cinco mil chamadas.

Como seria de esperar, os maiores utilizadores do VoIp da FEUP são os seus autores, o Centro de In-formática, o qual, como sublinham, conseguiu re-duzir em 50% a respecti-va factura telefónica.

SANDRA [email protected]

Apritel volta a defender a separação da rede fixa do cabo

A Apritel volta à carga. O motivo de sempre: a concor-rência. Apesar de mostrar a sua concordância com uma das últimas propostas da Comissão no sentido do seu reforço, no sector, a associação dos operadores de telecomunicações aponta-lhe uma falha: o facto de o órgão executivo da Comu-nidade querer atingir este objectivo, através da separação fun-cional dos negócios dos operadores históricos, ou seja, entre o negócio das redes e o negócio da comercialização.

No entender, da Apritel – a posição de sempre dos novos operadores –, o ideal para o mercado português seria uma se-

Vodafone alarga serviço de e-mail móvel com novos terminais

preços. “Estes terminais, em conjunto com as várias so luções de e-mail móvel dis-poníve i s na Voda-fone, pro-p o r c i o -nam aos clientes as melhores formas de acesso ao “e-mail”, a g e n d a , contactos, internet, intranet e restan-tes aplicações empresariais, para além de possuírem,

entre outras, as funcionali-dades convencionais do te-

lemóvel”, p o d e ler-se no comuni-cado da Vodafone env i ado à impren-sa. Até 31 de Julho, t o d o s a q u e l e s que ade-rirem a esta no-

vidade vão ainda usufruir de um crédito de 25 euros, o que torna o serviço, pelo

menos, numa fase inicial de utilização, gratuito.

Para os clientes empre-sariais, a Vodafone, a esta promoção, alia uma ou-tra: condições especiais na aquisição de novos telemó-veis em simultâneo com o serviço de voz e correio electrónico móvel, oferta da instalação, software e licenças do serviço ‘Black-Berry’ na versão empresa-rial. A isto acresce ainda a redução das tarifas desta solução dos 20 para os 13 euros, no caso dos profis-sionais e particulares, e dos 35 para os 28 euros, no caso das empresas.

Como assinalar o ani-versário de uma empresa? As respostas poderiam ser várias, mas a Rede4, o operador dos baixos pre-ços da Sonaecom, optou pelas promoções.

A primeira de quatro, agora divulgadas, prome-te o seguinte: um cartão Rede4 totalmente gra-tuito, na compra de dois. Mas este operador não fica por aqui.

Para as famílias mais nu-merosas, está prevista uma outra modalidade, ou seja, a oferta de dois cartões

Comprar bilhetes de cinema através do telemóvel

Há muito que o tele-móvel deixou de ser um mero transmissor da voz humana, para se transfor-mar em algo que permite coisas como mandar vídeos ou até fotografias. Agora, surge mais uma surpresa: a possibilidade de, através do nosso terminal móvel, comprar bilhetes de cine-ma. A proposta surge-nos da TMN em parceria com

Lusomundo online, através do call center – 707 CI-NEMA - 707246362 – ou da bilheteira dos cinemas, onde a solução está dispo-nível, para depois receber, no seu terminal, via SMS, o tão desejado bilhete. Este é composto por um código de barras, um código nu-mérico com indicação da sala, sessão, filme e lugares adquiridos.

Optimus Home com campanha “custo zero”

Estamos no Verão, e com ele surgem as promoções. Mais um exemplo disto é a Optimus, que, para a sua coqueluche que dá pelo nome de ‘Optimus Home’, lança a campanha ‘Custo Zero’. A ideia é simples: dar aos clientes a oportunidade de comprar um telefone, neste caso, o Sagem My-H10, a preços mais competitivos: a 59,90 euros, um custo que acaba por ser deduzido nas cha-

Alargar as possibilida-des de acesso ao correio electrónico móvel. Foi a pensar nisto que a Voda-fone lançou, no âmbito do BlackBerry – o serviço que suporta esta função –, uma nova gama de terminais, seis, aos 30 já existentes. As grandes novidades?

Aqui, a Vodafone dá destaque a coisas como melhorias substanciais na facilidade de utilização dos equipamentos – teclados completos (Qwerty) será um dos exemplos -, à redu-ção do tamanho dos tele-fones e, como não poderia deixar de ser, à redução dos

Rede4 lança promoções como forma de assinalar o primeiro aniversário

madas, também estas no valor de 59,90 euros.

Válida até 10 de Setem-bro, esta promoção inclui ainda o custo da portabili-dade do número para aque-les clientes que escolherem o pagamento por factura. Em relação ao Sagem My-H10, convém dizer que estamos perante um equi-pamento com uma auto-nomia que chega às 2h30m de conversação, relógio e despertador, mãos livres.

Facilidade de utilização dos equipamentos e redução das tarifas são algumas das promessas da Vodafone.

das pela internet partiu da iniciativa do Centro de Informática da Faculdade de Engenharia que, não encontrando alternativas acessíveis a nível de custos, decidiu utilizar um softwa-re VoIP de domínio públi-co, acrescentando-lhe um código para obter um con-junto de funcionalidades adequadas às necessidades identificadas”, pode ler-se, no comunicado enviado pela FEUP.

E podemos dizer que es-tes não são os únicos mo-tivos de satisfação desta escola quando o tema dá pelo nome de voz sobre in-ternet. Os responsáveis da Faculdade de Engenharia do Porto destacam ainda “o investimento razoavel-mente baixo” aplicado nes-te projecto, bem como os

sexta-feira, 07 Julho de 2006TELECOMUNICAÇÕES24

os cinemas Lusomundo, dá pelo nome de ‘m-ticketing’ e, para já, vai estar dispo-nível para aqueles que fre-quentam o fórum Almada, o centro comercial Colom-bo, o Vasco da Gama e o Norteshopping. E como é que tudo isto se processa?

Segundo a TMN, o cliente terá, apenas, que escolher a sala e a respec-tiva sessão, na bilheteira

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ACTIVIDADE SEGURADORA enfrenta no curto prazo “revolução” legislativa

COMISSÃO EUROPEIA quer modernizar legislação do IVA nos seguros

LIBERTY SEGUROS considera instituto de pesquisa um investimento

MONITORIZAÇÃO DO IMPACTO do novo regime do pagamento dos prémios e seguros

Novo regimede cobrança de prémios prejudica mediadores

“Os mediadores saíram prejudicados com o novo regime de cobrança de prémios, sobretudo os que pos-suem faculdade de emissão, pelo acréscimo de traba-lho e por ve-zes de risco que a nova lei implica”, defendeu em e n t r e v i s t a José Sequei-ra Lima, Só-cio-Gerente da Sequeira, Lima-Corre-tores de Se-guros, Ldª.

Por sua vez, “saíram beneficiadas as segurado-ras que asseguram uma efectiva cobrança dos prémios e diminuem em muito os seus custos, nunca assumin-do o risco enquanto o prémio não se encontrar cobra-do”, acrescentou.

Ramo Vida vale o dobro do Não Vida

A procura de seguros do ramo Vida está a crescer acima dos dois dígitos por mês e, no final de Maio, ultrapassou os 3,5 mil milhões de euros. No Ramo Não Vida, por sua vez e de acordo com a APS, a produção seguradora atingiu os 1,848 mil milhões de euros, mais 0,9% que em Maio de 2005.

RAMO VIDA REPRESENTA 66%

DO SECTOR SEGURADOR

Administrador-delegado da Lusitânia considera

Empresas de menor dimensão devem

privilegiar qualidade de serviço

Grupo Caixa intensifica operações na “assurfinance”

A rápida evolução no mercado segurador obriga a uma adequa-ção permanente por parte das empresas no sector. A diversificação tornou-se um elemento fundamental para o negócio.

Nesta perspectiva, o grupo Caixa passou a incluir o Canal Segu-rador como plataforma de comunicação ao mercado das soluções

de que dispõe nos domí-nios do crédito imobiliário e do financiamento auto-móvel.

“Pretende-se alargar de produtos e serviços, tor-nando-a mais atractiva e com competitividade acrescida, desenvolver no-vas competências de modo a actuar em novos segmen-tos de mercado e com ele-vado potencial.

Outro objectivo passa pelo ‘cross-selling’ de dife-

rentes produtos financeiros e de serviços. Naturalmente, impor-ta proporcionar novas formas de distribuição e de remuneração daqueles canais”, de acordo com os responsáveis da Fidelidade Mundial.

SEGUROSDOSSIER MENSAL SOBRE O MERCADO SEGURADOR VidaEconómica

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1158, DE 07 DE JULHO DE 2006,E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

CNPR adere à FederaçãoInternacional dos Peritos

FONTE: APS

Valores em mil milhões de euros

Vida 3,584

Não Vida 1,848

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É só saúde... no estrangeiro!LUÍS FILIPEActaseguros- Mediação de Seguros, Lda.

Numa entrevista há algum tempo pu-blicada dizia um conhecido escritor “que somos 10.000.000 portugueses, sendo que mais de 4.500.000 são analfabetos funcionais”.

Vem isto a propósito do gosto intrín-seco que possuímos de muitas vezes não valorizarmos as coisas que temos ou não sabermos que as possuirmos.

Ora se atentarmos detalhadamente na generalidade das apólices existentes no nosso mercado e verificarmos as suas coberturas, quase chegamos à conclusão que dão vida aos mortos, o problema é que poucos as lêem.

É verídico o que há algum tempo nos confidenciou o responsável duma das principais empresas de assistência em viagem de que poderiam incluir uma ca-tadupa de coberturas na sua Condição Especial de Assistência em Viagem anexa a uma apólice de Automóveis, pelo sim-

ples facto de que a maioria dos Clientes, embora tivessem as garantais conferidas nas suas apólices, raramente as solicita-vam, à excepção do reboque da viatura e da estadia ou transporte das pessoas, por imobilização do veículo, o que, sendo assim, apresentavam um rácio de sinis-tralidade extremamente baixo e, conco-mitantemente, poderiam ir aumentando coberturas em detrimento da redução ta-rifária que afectaria todos os operadores.

Assim, nessa Condição Especial e em função de determinadas causas, existem na generalidade das apólices Automóvel existentes no nosso mercado coberturas como:

-Motorista profissional;-Localização e envio de peças e sobres-

salentes;-Furo de pneu; -Falta de combustível;-Perda, furto ou roubo de chaves;

-Extravio de bagagens em voo regular (independentemente da viatura segura!)

-Garantias de defesa e protecção jurí-dica no estrangeiro;

-Cauções em processos penais;-Transmissões de mensagens urgentes;-Localização e envio de medicamentos

urgentes para o estrangeiro;-Assistência sanitária por lesão ou do-

ença válido em todo o mundo (com ex-cepção de Portugal), desde que o período de viagem não seja superior a 60 dias e independentemente do meio de trans-porte utilizado.

A garantia é dada, entre outras, para o titular da apólice, seu cônjuge, ascenden-te, descendentes em primeiro grau e le-galmente equiparados, desde que coabi-tem em comunhão de mesa e habitação.

Um mero exemplo pode ser o titular ir de avião passear para o Japão, a esposa ter ido a compras em Londres, um filho ter

ido em turismo para os Estados Unidos e um outro para a Polónia e afinal todos possuírem, sem o saberem, um seguro de saúde e de acidente com coberturas mui-to abrangentes e bem melhor que aquelas outras que um vulgar seguro de saúde ou de viagem lhes poderia oferecer.

Nessas coberturas, não há a obriga-toriedade de informar algo ou alguém, que não seja o contacto prévio nas 24 horas do dia e de qualquer parte do mundo, informando os serviços de as-sistência em viagem da sua apólice au-tomóvel, que de uma forma profissional e expedita encaminha o seu cliente ou sinistrado para o hospital, clínica e/ou outra em conformidade com a situação relatada e constatada e sem que a sua apólice automóvel tenha qualquer espé-cie de penalidade.

Apetece mesmo dizer... “É SÓ SAÚ-DE… NO ESTRANGEIRO!”

Em causa poderão estar as isenções ao IVA

Comissão Europeia pretende modernizar legislação sobre o IVA nos seguros e serviços financeiros

A Comissão Europeia pretende submeter uma proposta legislati-va até ao final de 2006 de modo a modernizar a actual legislação em vigor sobre serviços financei-ros e seguros, tendo lançado, com aquele propósito, uma consulta publica muito recentemente.

Os objectivos principais da modernização da legislação sobre o IVA consistiriam na redução de custos administrativos para os operadores e na remoção das ac-tuais ou potenciais distorções en-tre fornecimentos de bens e pres-tações de serviços nos diferentes Estados-membros.

A legislação comunitária em vi-gor sobre o IVA foi adoptada em 1977 e isenta os serviços financei-ros e os seguros, sendo que esta isenção cria um “imposto camu-flado” nos sectores visados. De facto, como não podem deduzir o IVA nos bens e serviços por si consumidos, porque os serviços que estas entidades prestam estão isentos do próprio imposto, os preços praticados junto dos res-pectivos clientes reflectem o cus-to suportado em termos de IVA, aumentando, consequentemente, o preço dos respectivos bens e ser-viços.

Assim, a nova legislação eu-ropeia sobre a modernização do IVA deverá procurar: evitar que os consumidores de serviços finan-ceiros e seguros suportem “IVA camuflado”, ao mesmo tempo que se manterá a segurança orçamen-tal para os Estados membros e se reduzirão os custos administrati-vos para os agentes económicos visados; melhoria da definição de serviços isentos de IVA.

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sexta-feira, 07 Julho de 2006 SEGUROSII

Por Luiz Filipe,

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A Nova Lei da Mediação de Seguros

No recente e excelente (parabéns ao ISP) V Colóquio Internacional “Seguros e Fundos de Pensões” – cuja temática se desenvolveu em torno dos “Novos sistemas de solvência no sector segurador” e dos “Desafios do

novo regime dos fundos de Pensões” – ficou bem patente que a actividade seguradora vai enfrentar, no curto prazo, uma ver-dadeira “revolução”.

Diria mesmo, que estamos perante a refun-dação do sector.

Com efeito, está neste momento a ser discutido e implementado um vasto conjunto de legislação, do qual se destaca:

• Novos sistemas de solvência (solvência II)

• Novas regras de go-vernação das empresas

• Novo regime de cobrança dos prémios

• Nova Lei da Mediação de Seguros• Novos critérios de concorrência• Novas regras de transparênciaOra, atenta a inquestionável importância da ac-

tividade seguradora no contexto económico e social do País, impõe-se que essas profundas alterações se processem num clima de consenso e equilíbrio entre todos os actores do Mercado – Tutela, Supervisão, Empresas de Seguros e Mediação Profissional – com particular enfoque no esclarecimento pleno dos con-sumidores.

O (mau) exemplo da forma como se processou a implementação do novo regime da cobrança de prémios – não estando em causa a valia do princípio que lhe está subjacente – é paradigmático da importância de que se reveste uma ampla discussão e uma correcta campanha de informação e esclarecimento aos toma-dores. O que, no caso, não aconteceu.

A APROSE, enquanto legítima representante da Mediação Profissional, estará, como sempre, na pri-meira linha de participação e intervenção em todas as iniciativas que visem esse desiderato.

No que concerne à nova Lei da Mediação de Seguros, já aprovada em Conselho de Ministros e a aguardar promulgação de S. Exª. o Presidente da República para publicação, reveste tal importância para a actividade que é licito afirmar que, após a sua entrada em vigor, nada será como antes.

Como é sabido, decorrendo esta nova lei da trans-posição da correspondente Directiva Comunitária, vem substituir uma (há muito) desadequada legislação, cuja revisão se impunha.

Ao longo de mais de dois anos e meio (três governos e vários ministérios), a APROSE interveio e pugnou pela defesa dos legítimos direitos e anseios da actividade empresarial que representa – a mediação profissional de seguros.

Com rigor e independência, mas também com res-ponsável abertura e capacidade de diálogo, expusemos e esgrimimos os nossos argumentos, naturalmente balizados pelos limites da Directiva.

O resultado final, que se traduz na legislação em vias de publicação, não sendo certamente o ideal, será o possível. Em sede própria e pelas vias adequa-das, faremos o juízo crítico e a correcta avaliação do documento, cientes de que a nossa intervenção não cessa aqui.

O novo regime jurídico regulador do acesso e exercício da actividade só estará concluído após pu-blicação pelo Instituto de Seguros de Portugal de um vasto conjunto de normativos, em cuja construção a APROSE reclama uma participação activa.

Além disso, como antes referimos, o novo Estatuto da Mediação de Seguros não pode ser interpretado fora do contexto das restantes alterações em curso no sector. Pelo contrário, deverá ser entendido nesse mes-mo âmbito, integrando o amplo debate que se deverá iniciar sobre o futuro da actividade seguradora.

A APROSE – para além de reafirmar a sua inteira disponibilidade para participar em todas as iniciativas – realizará, em Outubro próximo, o seu VI Congresso Nacional, fórum por excelência para discussão e análise de toda esta problemática.

A procura de seguros do ramo Vida está a crescer acima dos dois dígitos por mês e, no final de Maio, ul-trapassou os 3,5 mil milhões de euros. De acordo com os dados mais recentes da As-sociação Portuguesa de Se-guradores (APS), no final de Maio, a produção segurado-ra do ramo Vida ascendia a 3,584 mil milhões de euros. Este é um ramo em expan-são devido “à crescente acei-tação dos produtos de capi-talização, que os principais grupos financeiros continu-am empenhados em desen-volver. Admite-se, também, que este crescimento esteja a ser impulsionado pelo reinvestimento de valores decorrentes de resgates e vencimentos de produtos de seguro de longo prazo”, ex-plicou à “Vida Económica” fonte da Associação.

De facto, os produtos de capitalização têm o maior peso no crescimento veri-

Ramo Vida vale o dobro do Não Vida

A Liberty Seguros tem desde 1954 um instituto de pesquisa, denominado Liberty Mutual Research Institute, “para se dedicar em pleno à investigação científica das questões que se prendem com o como evitar acidentes e as suas consequências, sejam aci-dentes do foro automóvel ou ligados ao desenrolar da actividade profissional”, disse à “Vida Económi-ca” o director de sinistros da empresa em Portugal. Luís Cardoso considera o mesmo investimento, mas sem retorno imediato nem directo. “A actividade do Liberty Mutual Resear-ch Institute não visa uma mais-valia directa que se reflicta nos resultados da Liberty, mas sim um in-vestimento na segurança a nível global. Os resultados da investigação são parti-lhados de forma pública (e, portanto, também com a concorrência) através das

Liberty Seguros considera instituto de pesquisa um investimento

SEGUROS IIIsexta-feira, 07 Julho de 2006

EDITORIAL

ANTÓNIO VILELAPRESIDENTE DA APROSE

publicações que são feitas nas revistas científicas da especialidade”, esclarece a mesma fonte.

Com o grande aumento da circulação automóvel a partir dos anos 50, passou a dedicar uma parte im-portante dos seus recursos à melhoria das condições de segurança na estrada. A i n d a n a q u e l a d é c a d a , criou em pa rc e r i a com uma universi-dade os “survival cars”. Es-tes foram construí-dos com o objectivo de dimi-nuir a possibilidade de da-nos físicos aos passageiros, através do uso de grandes inovações para a época, como colunas de direcção

retrácteis, apoios de braços e de cabeça, airbags e cin-tos de segurança.

Durante os anos 60, a Liberty desenvolveu, em conjunto com o MIT (Massachusetts Institute of Technology) e a Harvard Medical School, a primei-ra prótese humana moto-rizada. Conhecida como

o Boston Elbow, foi a primei-ra prótese a pilhas d e s t i n a -da a um m e m b r o s u p e r i o r p e r m i -tindo um a v a n ç o incompa-rável, em termos de

mobilidade e funcionali-dade, para os amputados. Já em 2001, o Boston El-bow deu lugar a um desen-volvimento de ponta nesta

área, o Digital Arm, que é o primeira prótese que incorpora micro-processa-dores.

Em 2004, a investiga-ção produzida no Instituto deu origem a 78 publica-ções em revistas científicas da especialidade. Alguns exemplos de estudos recen-tes associados com o auto-móvel são as investigações em áreas que se relacio-nam com o factor humano da condução, como, por exemplo, as distracções do condutor (como os tempos de reacção quando se fala ao telemóvel) ou a fadiga e o stress na condução de veículos pesados. Este úl-timo aspecto deu origem a programas específicos de treino para condutores de veículos pesados, pro-porcionados pela Liberty Mutual (não pelo Resear-ch Institute) a empresas clientes.

AQUILES [email protected]

Em 2004, a investigação produzida no Instituto deu origem a 78 publicações em revistas científicas

ficado. Em Maio acumu-lavam prémios no valor de 2,303 mil milhões de euros. Estes produtos cresceram em Maio 11,7% face ao período homólogo do ano anterior. Os PPR, PPE e PPR/E re-gistaram um crescimento de 31,5%, enquanto os produ-tos de risco e rendas surgem com um crescimento de 11,4%. As operações de ca-pitalização, que apresentam o menor peso neste ramo, apresentaram, em Maio, uma evolução surpreenden-te de 127,3%.

Ramo Não Vida apresenta crescimentos inferiores

No Ramo Não Vida, por sua vez e de acordo com a APS, a produção segurado-ra atingiu os 1,848 mil mi-lhões de euros, mais 0,9% que em Maio de 2005. Na opinião da Associação, “o crescimento da produção

deste segmento está natu-ralmente condicionado pela própria conjuntura macro-económica, em especial pelo fraco dinamismo de agregados como o consumo privado, o investimento, o rendimento ou o emprego. Neste contexto, não são de estranhar crescimentos limi-tados nalguns dos principais ramos da actividade”.

Acidentes e Doença e In-cêndio e Outros Danos em Coisas foram as componen-tes do ramo Não Vida que mais cresceram em Maio ao evoluir 2,8% e 1,7%, respectivamente, face ao período homólogo do ano anterior. Responsabilidade Civil Geral e Automóvel apresentaram crescimentos mais moderados ao regista-rem uma evolução em ter-mos homólogos de 1,4% e 0,1%, respectivamente.Diversos e Transportes, por sua vez, registaram decrés-cimos de 1,8% e 16%, res-

pectivamente, na produção mensal.

Produção seguradora cresce 13,1%

No mês de Maio, a pro-dução seguradora, que agre-ga os ramos Vida e Não Vida, registou uma subida de 13,1% face ao período homólogo do ano anterior. Segundo dados disponibili-zados pela Associação Portu-guesa de Seguradores (APS), os prémios de seguro directo ascenderam a 5,432 mil mi-lhões de euros, no mês em causa. Este foi o pior mês do ano para este sector. Fe-vereiro, em compensação, foi o melhor mês do ano, com um crescimento na produção mensal de 30,3%. Janeiro e Março seguem-se com uma evolução, em ter-mos homólogos, de 29,5% e 24,5%, respectivamente.

BÁRBARA [email protected]

FONTE: APS

RAMO VIDA REPRESENTA 66% DO SECTOR SEGURADORvalores em mil milhões de euros

Vida 3,584

Não Vida 1,848

FONTE: APS

FEVEREIRO FOI O MÊS EM QUE A PRODUÇÃO SEGURADORA MAIS CRESCEUValores em percentagem

Janeiro 2006 Fevereiro 2006 Março 2006 Abril 2006 Maio 2006

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LOCAL CONTACTOS E INFORMAÇÕES

CALENDÁRIO DE EVENTOS DA ACTIVIDADE SEGURADORA JULHO /2006

Data Evento Cidade Endereço Organiz. Telefone Fax E-mail Webpage

sexta-feira, 07 Julho de 2006 SEGUROSIV

APROSE contribui no estudo e levantamento de informação

Monitorização do impacto do novo regime do pagamento dos prémios de seguro

A APROSE, por represen-tar o canal de cobrança de prémios de seguros respon-sáveis por, de acordo com os últimos dados disponíveis, cerca de 30% do total de cobrança de prémios efectu-ados nos ramos Vida e Não Vida, sendo que, em parti-cular, no ramo Não Vida, a correspondente percentagem aumenta para os 60%, foi solicitada pelo Ministério da Justiça a contribuir quanto à monitorização do impacto da alteração do regime jurídico do pagamento dos prémios de seguro introduzido pelo Decreto-Lei n.º 122/2005, de 12 de Julho.

Com a Resolução do Conselho de Ministros n.º 100/2005, de 30 de Maio, o XVII Governo Constitucio-nal aprovou o Plano de Acção para o Descongestionamento dos Tribunais. Uma das me-didas previstas neste plano consistiu em alterar o regime jurídico do pagamento dos prémios de seguro, com o principal objectivo de dimi-nuir o número de litígios re-lacionados com o pagamento desses prémios, aplicando em toda a sua extensão o princí-pio segundo o qual o contrato de seguro só deve produzir os seus efeitos com o pagamen-to do prémio ou fracção por

parte do tomador de seguro.No que toca à identifica-

ção dos principais problemas relacionados com a adopção desta medida no que concer-ne aos tomadores de seguro, a APROSE, sem embargo de ter manifestado oportuna-mente – aquando da emissão do parecer sobre o projecto de decreto-lei – a sua concor-dância quanto aos princípios que, em síntese, enformam o novo regime instituído para o pagamento de prémios de seguros e não obstante con-siderar que se poderá assacar também alguma responsa-bilidade à má conjuntura económica e seus efeitos no poder de compra dos con-sumidores, entende que não foi devida e atempadamente prestada a informação que seria imprescindível aos to-madores de seguros para que aqueles compreendessem, no devido tempo, as alterações introduzidas, o que poderá, na opinião daquela associa-ção, eventualmente, justificar em parte mas de forma subs-tancial a quebra, com cresci-mentos negativos, da carteira de seguros das seguradoras, com especial ênfase para o ramo de responsabilidade ci-vil automóvel.

Apesar de não existirem da-dos científicos fiáveis sobre a

matéria em estudo, a APRO-SE dispõe de indicadores de que a má performance em termos de crescimento do ramo Não Vida e, em par-ticular, da responsabilidade civil automóvel, faz-se sentir de modo mais acentuado e visível no que diz respeito à carteira de seguro directo das seguradoras, uma vez que a intermediação efectuada atra-vés de corretor ou de agente e consequente assistência per-sonalizada aos contratos de seguros tem um efeito atenu-ante sobre as naturais e óbvias consequências decorrentes da desinformação dos consumi-dores.

Mais entende aquela Asso-ciação representativa de corre-tores e agentes de seguros que a forma como a informação pertinente é apresentada do-cumentalmente ao tomador deveria ser mais proeminente e visível, reforçando-se e in-sistindo com campanhas de esclarecimento e explicação sobre o novo quadro legal re-lativo ao pagamento dos pré-mios de seguros e respectivas consequências em caso de in-cumprimento, contanto que se acentuasse e tornasse mais eficaz a fiscalização por parte das autoridades e respectiva punição sobre os prevarica-dores

4/07/06 Curso “Organização e Gestão de Serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Lisboa, Linda-a-Velha

Largo da Lagoa, 15E CNS 214149500 214149501 [email protected]

6/07/06 Future of personal injury claims

Westminster One Great George Street

Insurance Times

+442076183456 +442076183499 [email protected]

www.insurancetimes.co.uk

3 a 13/07/06 Curso de acolhimento na actividade de mediação de seguros

Portimão, CLCC-Centro de Linguas

R. D.ª Maria Luisa, 122

APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

20/01/06 Férias, Faltas e outras ausências dos trabalhadores e a sua correcta contabilização

Porto, Hotel Le Meridien

Av. da Boavista, 1466

Verlag Dashofer

213101911 213152597 [email protected] www.dashofer.pt

15/09/06 4th Insurance Endurance

Reino Unido, Milton Keynes

Daytona Milton Keynes

Insurance Endurance

+44190863263 +441908567267 [email protected]

www.brilliantevents.co.uk

Setembro/06 Assembleia-Geral Fátima Hotel Santa Maria APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

18 a 22/09/06 “Safety and Reliability to Manage Risk”

Estoril Centro de congressos do Estoril

ESREL +31152785124 +31152786544 [email protected] www.esrel06.com

11/10/06 FERMA seminar Bélgica, Bruxelas R. de la Presse, 4 FERMA +3222271138 +3222271148 [email protected]

www.ferma-asso.org

16 a 19/10/06

XII Congreso Mundial de derecho de seguros

Argentina/Buenos Aires

Sheraton Convention Centar

AIDA +543414403015 +543414483847 [email protected]

www.aida06.com.ar

19 e 20/10/06

VI Congresso Nacional dos Corretores e Agentes de Seguros

Estoril Centro de Congressos do Estoril

APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

20/10/06 Seminário “Multirriscos”

Lisboa R. Castilho, 14 CNPR 226068871 226067822 [email protected] www.cnpr.pt

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Novo regime de cobrança de prémios prejudica mediadores“Os mediadores saíram prejudicados com o novo regime de cobrança de prémios, sobretudo os que possuem faculdade de emissão, pelo acréscimo de trabalho e por vezes de risco que a nova lei implica”, defendeu em entrevista José Sequeira Lima, sócio- -gerente da Sequeira, Lima-Corretores de Seguros, Lda.Por sua vez, “saíram beneficiadas as seguradoras que asseguram uma efectiva cobrança dos prémios e diminuem em muito os seus custos, nunca assumindo o risco enquanto o prémio não se encontrar cobrado”, acrescentou.

Como surgiu a empresa?José Sequeira Lima - A Sequeira, Lima

surgiu em Agosto de 1979, fruto do per-curso profissional do sócio-gerente José Sequeira Lima, mediador desde 1967. Em 1984, instalou a sua sede em Sobral de Monte Agraço, onde permanece até hoje, embora a sua carteira de clientes se encon-tre distribuída geograficamente por todo o distrito de Lisboa. Após um crescimento estruturado, foi possível alcançar o estatuto de corretor em 1993.

Qual o número de clientes, apólices e pré-mios geridos?

JSL - A Sequeira, Lima possui uma carteira de cer-ca de quatro mil clientes, oito mil apólices e gere cer-ca de dois milhões de euros de prémios.

Constituindo Lisboa o distrito do país com o maior número de media-dores, incluindo corretores, que leitura fazem da concorrência e competição nesse mercado?

JSL - Ao longo dos anos, assistiu-se ao aumento da concorrência e competição no mercado em geral e na actividade segura-dora em particular, o que proporcionou uma maior profissionalização dos media-dores num sector que neste aspecto tem ainda muito caminho a percorrer. Em Lis-boa como no País, o número de mediado-res não é só por si sinónimo de qualidade e profissionalismo, sobretudo se tivermos em conta que grande parte dos mediadores exerce a actividade a título acessório, logo, de forma não profissionalizada.

Em termos de estratégias, procuram o pequeno ou o grande risco? Porquê?

JSL - Por estratégia comercial, abdi-camos do grande risco, uma vez que as pequenas e médias empresas têm-se re-velado de uma maior fidelidade a quem lhes presta um serviço de qualidade, aten-tando na relação preço/qualidade e não pressionando com tanta frequência no sentido da revisão de preços, assegurando ao mesmo tempo uma margem de lucro minimamente aceitável.

Estar “online” tornou-se algo incon-tornável neste sector?

JSL - É um facto. Não só por um maior controlo da carteira como também pela emissão de apólices e gestão de sinistros.

A entrada em vigor do novo regime de cobrança de prémios de seguros trou-xe trabalho acrescido para a mediação (emissão local, etc.). Negociaram remu-

nerações adicionais por desempenho de tais tarefas? Qual o resultado?

JSL - Indiscutivelmente. Algumas segura-doras recusam-se a negociar remunerações adicionais, mas há uma progressiva maior consideração ao acréscimo de trabalho e custos (nomeadamente de economato) na actividade da mediação que foi retirada às seguradoras, quanto mais não seja devido a pressões exercidas pelos mediadores junto das companhias. Esta situação poderia ser atenuada caso fosse atribuída como remu-

neração aos mediadores com faculdade de emissão o custo da apólice que ac-tualmente é cobrada e au-ferida pelas companhias. Até porque entendemos, que neste caso concreto, estamos perante um ver-dadeiro enriquecimento sem causa por parte das seguradoras, em que os prejudicados são os me-diadores com faculdade de emissão de apólices.

Quem saiu a beneficiar ou foi prejudi-cado pelo novo regime?

JSL - Saíram beneficiadas as segurado-ras que asseguram uma efectiva cobrança dos prémios e diminuem em muito os seus custos, nunca assumindo o risco enquanto o prémio não se encontrar cobrado. Saíram prejudicados os mediadores (sobretudo os que possuem faculdade de emissão) pelo acréscimo de trabalho (e por vezes de risco) que a nova lei implica, mormente no que se refere à cobrança de prémios de seguros continuados, à necessidade de recolocação de risco em caso de ultrapassagem da data de vencimento, etc.

Como vêem a atribuição, por parte das seguradoras, de prémios sob a for-ma de viagens?

JSL - É uma forma de “remuneração” que se dispensa como regra, sobretudo nes-te momento, quando é difícil a negociação de remuneração adicional para os media-dores com faculdade de emissão de apóli-ces e raras as seguradoras que a admitem por iniciativa própria. Quando existam, esses valores poderão ser empregues não só na gestão corrente do mediador (para com-pensar os custos acrescidos já indicados, transferidos da estrutura das seguradoras). Como é óbvio, a atribuição de prémios sob a forma de viagens não se traduz em qual-quer benefício para a estrutura da empre-sa/mediador.

Os corretores terão de contratar um seguro de caução ou uma garantia ban-cária pelo mínimo de 15 mil euros, até final de 2007, e após esta data, equi-

Que leitura faz da actual realidade as-sociativa no sector da mediação?

JSL - Seria muito positiva uma maior união entre os colegas mediadores de segu-ros. Pensamos que a actividade daí só pode-ria retirar bons resultados na resolução dos nossos problemas. Muito em particular no que respeita a uma maior pressão sobre as seguradoras na negociação de uma remu-neração da emissão das apólices mais justa e generalizada (nomeadamente da forma indicada) e não apenas como incentivos, como algumas seguradoras insistem em de-signar. Seria uma necessidade premente, so-bretudo em face da progressiva diminuição do número de seguradoras, na sequência das várias fusões e aquisições no sector.

Saíram beneficiadas as seguradoras que asseguram uma efectiva cobrança dos prémios e diminuem em muito os seus custos.

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valente a 4% dos prémios recebidos por ano. Que leitura fazem deste dever?

JSL - Pensamos que, no limite, seria mais adequado estipular a redução a es-crito do contrato de cobrança. Assim, será mais um custo que agrava o exercício da actividade mediadora, neste caso por par-te dos corretores. Entende-se a lógica de protecção dos consumidores, mas num meio que já de si representa um estrato da actividade mediadora altamente pro-fissionalizado e num mercado de reduzi-díssimas dimensões face ao europeu, com as respectivas margens de lucro muito reduzidas dispensava-se esta medida no presente grau de evolução do mercado se-gurador em Portugal.

“Estar ‘online’ tornou-se algo incontornável neste sector, não só por um maior controlo da carteira como também pela emissão de apólices e gestão de sinistros”, refere José Sequeira Lima.

SEGUROS Vsexta-feira, 07 Julho de 2006

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Substabelecimento de poderes de cobrança de prémios de seguros

CORVACEIRA GOMES

Director ExecutivoDepartamento

jurídico

APROSE

Estamos em vias de adquirir uma carteira e para isso tratamos de todos os procedimentos legais

para efectuar a referida aquisição, mas a pessoa que quer vender, dado ter um bom relacionamento com os clientes, quer manter-se a cobrar os recibos e, para isso, receber uma comissão dessa cobrança. Posto isto quer celebrar um contrato com a nossa empresa e forma-lizar esta situação. Gostaríamos de saber se esta situação é legal. Se sim, em que moldes deve ser feito este contrato?

Importa referir que o âmbito da consulta que se pretende executar parte do pressu-posto de que não exis-te redução a escrito do contrato para cobrança de prémios de seguros e ao abrigo do qual a v/empresa está autorizada a recolhê-los, em nome e por conta das segura-doras, pelo que, se re-duzido a escrito, haverá que atentar ao que aí se encontra estabelecido.

Devemos informar que, antes de mais, a transmissão da carteira de seguros de um mediador determina, por força da alínea c) do n.º 1 do artigo 16º do Decreto-Lei n.º 388/91, de 10 de Outubro, o correspondente cancelamento da inscrição como mediador, no registo do ISP - Instituto de Seguros de Portugal, da-quele que a transmite.

Deste modo, é comummente reconhe-cido que um contrato para cobrança de prémios de seguros não se confunde com o próprio contrato de mediação de seguros, pelo que a existência e titularidade de um não importa a existência e titularidade do outro, podendo coexistir ou não, e também poderão ou não reunir-se na mesma enti-dade, embora seja absolutamente aconse-lhável – do ponto de vista da execução e

assistência aos contratos de seguros – que a cobrança dos prémios referentes à carteira de seguros de um mediador seja igualmen-te efectuada pelo mesmo.

Se, por um lado, a titularidade do contra-to de mediação de seguros, celebrado entre uma seguradora e uma pessoa singular ou colectiva, obriga a que esta última possua a qualidade de mediador de seguros, estan-do inscrita e devidamente autorizada pelo ISP a exercer a respectiva actividade, por outro, também é verdade que para se pro-ceder à cobrança de prémios de seguros, em nome e por conta de uma seguradora, não é necessário possuir o estatuto de me-

diador de seguros, como o estabelece o n.º 1 do artigo 2º do Decreto-Lei n.º 142/2000, de 15 de Julho, ao prescrever que os prémios devem ser pagos, pontualmente, pelo tomador do seguro directamente à empresa de seguros ou a outra entidade por esta ex-pressamente designada para o efeito, não exis-tindo qualquer imposi-ção na lei que obrigue

a que essoutra entidade seja, ela própria, mediadora de seguros.

Nesta perspectiva, o facto de a pessoa a quem pretendem atribuir funções de co-brança não ser mediador nem trabalhador subordinado não seria impedimento à con-secução do objectivo, porém, convém ter em consideração que os poderes que foram atribuídos pelas seguradoras à v/empresa para proceder à cobrança de prémios – que pretendem, por vossa vez, transferir para outra pessoa – configuram, no plano jurí-dico e legal, um contrato de mandato co-mercial, de actuação, a título oneroso, em nome e por conta das mesmas seguradoras, e são, por conseguinte, competências de-legadas e não próprias do mediador, pelo

que, salvo se autorizadas, não poderão ser objecto de substabelecimento em quais-quer outras entidades, tudo nos termos, do n.º 1 do artigo 264º do Código Civil ex vi artigos 3º e 231º do Código Comercial.

No caso de os contratos para cobrança de prémios celebrados entre a v/empresa e as seguradoras não contemplarem e au-torizarem a substituição e subdelegação de poderes de cobrança a outras entidades, tal determinará que, caso ainda assim os substabeleçam, o pagamento do prémio dos seguros a tais entidades, por parte dos tomadores, não gerará automaticamente o efeito liberatório – a não ser que as segura-doras os ratifiquem – consagrado no n.º 1 do artigo 5º da Norma Regulamentar do ISP n.º 17/94-R, de 6 de Dezembro, na redacção dada pela Norma Regulamentar n.º 10/2000, de 29 de Setembro, uma vez que o pagamento do prémio do contrato de seguro não foi efectuado ao mediador expressamente designado pela seguradora para o receber, nem lhe foram atribuídas previamente, a essoutra entidade, funções de cobrança pela seguradora.

Escusado será referir que, em caso de descaminho e extravio das quantias respei-tantes a prémios – na esfera de actuação da entidade substabelecida –, quando co-bradas por qualquer outra entidade não expressamente autorizada e designada pe-las seguradoras em questão, sujeitará os tomadores às consequências legalmente estabelecidas para a falta de pagamento dos prémios, podendo, inclusive (caso a v/em-presa não assuma, provocada ou esponta-neamente, a correspondente responsabili-dade junto das seguradoras), determinar a não produção dos efeitos dos contratos de seguros (no caso dos contratos «novos»), a não renovação e caducidade ou a reso-lução dos mesmos (no caso dos contratos «continuados»), consoante a natureza dos contratos em causa.

Há quem entenda, todavia, que à luz do n.º 4 do artigo 264º do Código Civil,

“mutatis mutandis”, o mediador poderá servir-se de auxiliares na execução do con-trato para cobrança de prémios de seguros, porém há que atentar que a faculdade ali estabelecida é condicionada – se outra coi-sa não resultar do contrato ou da natureza do acto que haja de praticar –, pelo que, considerando a natureza de contrato “in-tuito personae” em causa (porque depende das qualidades pessoais do mediador ou das pessoas que presidem à respectiva gerência ou administração: confiança, bom nome, idoneidade, etc.) e o efeito liberatório do pagamento dos prémios, somos do enten-dimento que, atentas as razões já invoca-das, será preferível e aconselhável procurar incluir a faculdade de substabelecimento nos contratos de cobrança celebrados ou a celebrar com as seguradoras.

Sendo autorizada pelas seguradoras a substituição do mediador, este só será res-ponsável perante aquelas se tiver agido com culpa na escolha do seu substituto ou nas instruções que lhe deu, cfr. n.º 3 do artigo 264º do C.Civil, o que, excluídas as situa-ções apontadas, de culpa “in eligendo” ou “in instruendo”, produzirá sempre o efeito liberatório do pagamento dos prémios por parte dos tomadores ao substituto do me-diador, desobrigando-os da repetição do devido, mesmo que, por qualquer razão, os prémios não venham, de facto, a ser perce-bidos, por sua vez, pelas seguradoras.

Nestas circunstâncias, o contrato que vinculará o mediador ao seu auxiliar e substituto na cobrança de prémios tipifi-cará um vulgar contrato de prestação de serviços, nos termos do qual aquele assu-mirá a obrigação de recolher os prémios de seguros, tendo como contrapartida o recebimento de honorários sujeitos a IVA à taxa de 21% (porque não é mediador) – e não comissões de seguros, uma vez que, aos agentes, está legalmente vedada, pela alínea b) do n.º 1 do artigo 10º do decre-to-lei 388/91, de 10/10, a possibilidade de cedência de comissões.

Um contrato para cobrança de prémios de seguros não se confunde com o próprio contrato de mediação de seguros.

sexta-feira, 07 Julho de 2006 SEGUROSVI

Liberty Seguros lança seguro de Saúde Dentária

A Liberty Seguros acaba de lançar o “Liberty Saúde Dentária”. Este produto disponibiliza a todos os segurados um conjunto integrado de serviços de estomatologia, oferecendo ainda o acesso a um vas-to leque de especialidades médicas, clínicas e trata-mentos especificados para os dentes.

O Liberty Saúde Dentá-ria está assente numa rede de assistência de medicina dentária que tem como principal objectivo colo-car ao dispor de todos os segurados um conjunto de especialistas na área da estomatologia, garantindo os melhores profissionais e elevados e rigorosos crité-rios de qualidade.

Este novo produto da Liberty Seguros apresenta como vantagens: um pré-

mio mensal ou anual re-duzido; um seguro gratui-to para filhos até aos oito anos, desde que subscrito em conjunto com os pais; descontos adicionais para filhos com mais de oito anos; não tem idade mí-

nima de adesão nem idade máxima de permanência; permite utilização imediata sem períodos de carência; tem associado benefícios fiscais; e dispõe de uma rede alargada de clínicas e prestadores de serviço.

Grupo Caixa intensifica operações na “assurfinance”

A rápida evolução no mercado segurador obri-ga a uma adequação per-manente por parte das empresas no sector. A diversificação tornou-se um elemento fundamen-tal para o negócio. Nesta perspectiva, o grupo Cai-xa passou a incluir o canal segurador como platafor-ma de comunicação ao mercado das soluções de que dispõe nos domínios do crédito imobiliário e do financiamento auto-móvel.

“Pretende-se alargar o leque de produtos e servi-ços, tornando a Caixa mais atractiva e com competiti-vidade acrescida, desen-volver novas competências de modo a actuar em no-vos segmentos de mercado e com elevado potencial. Outro objectivo passa pelo

‘cross-selling’ de diferentes produtos financeiros e de serviços. Naturalmente, importa proporcionar no-vas formas de distribuição e de remuneração daqueles canais”, de acordo com os respon-sáveis da Fidelidade Mundial.

É neste c o n t e x -to que o p r o j e c t o ‘ a s s u r f i -nance’, ao constituir uma par-ceria entre a Fidelidade Mundial, a Caixa Geral de Depósitos e outras empre-sas do grupo Caixa, assume uma especial importância. “De facto, o projecto as-senta no aproveitamento

das sinergias e do conheci-mento que estas empresas e os seus canais de distri-buição possuem dos seus clientes.” A este propósito, é adiantado pelo grupo: “A

utilização de novas t e c n o l o -gias de in-formação, como parte integrante das ferra-mentas de a c t u a ç ã o junto do mercado , n o m e a -d a m e n t e

através da facilidade de co-municação e disponibili-zação que caracteriza o uso da internet, é um elemento inovador e diferenciados relativamente aos restantes operadores.”

A diversificação tornou-se um elemento fundamental para o negócio.

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Vida Económica - Depois de ter fechado o ano de 2005 com os melhores resultados de sempre, como tem decorrido a actividade ao longo deste ano? Como foram os resultados do primeiro trimestre?

José de Arez Romão - No primeiro trimestre de 2006 a Lusitânia tem mantido racios de crescimento e rentabi-lidade idênticos aos do exercício anterior, ou seja, quanto ao crescimento, o triplo da média do mercado segurador.

Tal crescimento decorre, essencialmente, da estratégia seguida e que foi orientada para o segmento de particula-res, pequenas e médias empresas.

VE - Quais os principais indicadores a merecer des-taque?

JAR - Quanto aos principais indicadores, cumpre sa-lientar, naturalmente, o crescimento, situado em 11%, a sinistralidade, que se situa em 64%, e, sobretudo, os custos por natureza, que se têm mantido num excelente rácio de 14%.

VE - Qual o balanço de 20 anos de actividade?JAR - Pode-se referir que, ao completar 20 anos de

actividade, a empresa tem justo motivo para considerar altamente positiva a sua acção e o seu contributo para a modernização do sistema financeiro português, para o crescimento económico do país e, em especial, para o pro-gresso da nossa comunidade.

Com efeito, a Lusitânia foi a primeira empresa privada portuguesa fundada depois de 1947.

Criada em 1986, numa época em que, à excepção das companhias estrangeiras, todo o sector segurador se encontrava nacionalizado (cinco anos depois, todo o sector estava pri-vatizado), a Lusitânia introduziu a concorrência no sector, utilizou novos métodos e ferramentas de trabalho, aperfeiçoou os produtos oferecidos ao mercado e contribuiu, decisivamente, para a criação de riqueza quer pelos postos de trabalho criados directa e indirectamente quer pela retenção em território nacional de fundos que, de outra forma, seriam encaminhados para o exterior e, através da aplicação das provisões técnicas, contribuiu para a dinamização do mercado de capitais, isto para além do preenchimento da sua função essen-cial que é a de proceder à reparação dos danos de pes-soas e bens.

Decorridos 20 anos, a empresa possui hoje cerca de 450 mil clientes, um volume de facturação superior a 130 milhões de euros, um activo total de 250 milhões de euros e uma quota de mercado de cerca de 4%, tendo ganho em 2003 o prémio de produtividade da Associa-ção Industrial Portuguesa e, em 2006, foi mencionada como uma das 20 melhores empresas para trabalhar em Portugal pela organização “Great Places to Work / Pú-blico”.

VE - Qual o ramo com maior evolução na actividade da Lusitânia? O que explica essa tendência?

JAR - Os três principais ramos de actividade são o ramo Acidentes e Doença, com uma quota de 40%, o Automó-vel com 33% (este com um peso relativo na carteira de 14% abaixo da média do mercado), e o ramo Incêndio e outros Danos, com 24%.

A descrita distribuição constitui uma das melhores do mercado tendo em conta o peso relativo do ramo Auto-móvel, ramo cujo crescimento não constituiu prioridade da empresa durante muito tempo.

Num período de reduzido crescimento económico, não é de esperar que, em 2006, se possa verificar, a nível da actividade, um significativo crescimento. Importa, con-tudo, salientar que o sector segurador no seu conjunto, incluindo o Ramo Vida, representa já 9% do PIB.

VE - Que medidas poderão ser tomadas para im-pulsionar a actividade do ramo Não Vida?

JAR - A actividade seguradora cons-titui, acima de tudo, um factor de es-tabilidade e de apoio quer à actividade económica no seu conjunto quer à pro-tecção das famílias e das pessoas na ver-tente pessoal e patrimonial.

Assim, o crescimento da actividade, como vimos, não vive dissociado do crescimento da economia e, designada-mente, da prosperidade das empresas e das pessoas, prosperidade da qual a

actividade segurado-ra constitui factor de estabilização

VE - Quais os objectivos de acti-vidade?

JAR - Os objectivos da Lusitânia são, resumidamente, a manutenção de um elevado nível de rentabilidade e quali-dade de serviços bem como a consoli-dação da sua posição no mercado segu-rador português.

O cumprimento destes objectivos permitir-lhe-á manter o seu contributo para a segurança, bem-estar e prosperi-

dade do nosso país.Num mercado aberto e fortemente concorrencial e em

que se assiste à progressiva globalização dos mercados, as empresas de menor dimensão como é o nosso caso, têm que privilegiar a qualidade dos serviços, uma subscrição de qualidade, uma tarifação suficiente, uma rentabilida-de financeira elevada que tenha em conta a segurança e diversificação, uma estrutura de custos adequada aos seus níveis de produtividade e rentabilidade.

VE - Como interpreta o actual desinteresse da ban-ca pelos seguros?

JAR - Não creio que exista, propriamente, desinteres-se da banca pelos seguros em geral, e menos ainda com o Ramo Vida. O que verdadeiramente tem acontecido é que a banca interpretou a actividade seguradora em ramos reais como uma actividade financeira e não como uma actividade repartidora de riscos.

A partir daí, durante muito tempo, abandonaram-se cri-térios técnicos de tarifação, na ilusória convicção de que os rendimentos financeiros cobririam os prejuízos técnicos.

Por outro lado, uma regulamentação apertada limitou que as aplicações financeiras pudessem ser, predominan-temente, orientadas para empresas pertencentes aos pró-prios grupos económicos e, também, em investimentos de maior risco ou especulativos.

Por sua vez, o mercado internacional de resseguro, a atra-vessar, ele próprio, uma fase de transformação, tem imposto regras que limitam a subscrição a qualquer preço.

Nestes termos e exceptuado o ramo Vida, que, em par-te, se transformou numa actividade de captação de poupança, as empresas de ramos reais passaram a ser encaradas com menos interesse pela banca. Po-rém, o volume de capitais que o sector movimenta é, suficientemente, impor-tante para não considerarem interessan-te este sector.

VE - Como vê a distribuição de se-guros nos próximos anos? Que papel se reservará à mediação nesse con-texto?

JAR - Em Portugal, a distribuição dos seguros será, quanto ao ramo vida, es-magadoramente feita pela banca, como,

de resto, já sucede há mais de uma década.Quanto aos ramos reais, o canal de mediação onde se

inclui a corretagem continuará a dominar o panorama da distribuição. Exceptuando os seguros associados ao crédi-to, não vislumbramos que a banca tenha outro papel na dinamização do mercado.

VE - A nova lei da mediação constituirá uma enor-me oportunidade para mudar o sector, todavia de-penderá igualmente da atitude que as seguradoras tomarão face ao novo enquadramento, dado que lhes são atribuídas novas “ferramentas” e poderes. Como julga que as usarão?

JAR - A nova lei da Mediação vem regulamentar uma actividade na óptica da sua profissionalização e da clari-ficação dos direitos e deveres entre as empresas e os seus mediadores.

A profissionalização da actividade que hoje já ocorre com a grande maioria dos melhores e maiores mediadores contribuirá, certamente, para um melhor funcionamento do sector segurador e para a dinamização desta actividade, cuja importância já citei.

BÁRBARA [email protected]

Lusitânia quer consolidar posição no mercado segurador portuguêsOs objectivos da Lusitânia passam pela “consolidação da sua posição no mercado segurador português”, revelou, em entrevista à “Vida Económica” José de Arez Romão, administrador-delegado. Para tal é necessário qualidade dos serviços, subscrição de qualidade, tarifação suficiente, rentabilidade financeira elevada que tenha em conta a segurança e diversificação e uma estrutura de custos adequada aos níveis de produtividade e rentabilidade.

“A profissionalização da actividade mediadora contribuirá para a dinamização desta actividade”

“A Lusitânia regista um crescimento que é o triplo do sector segurador”, defende José de Arez Romão.

SEGUROS VIIsexta-feira, 07 Julho de 2006

“O canal de mediação, onde se inclui a corretagem, continuará a dominar o panorama da distribuição dos ramos reais”.

A Lusitânia, Companhia de Se-guros celebra este mês 20 anos de actividade. “Foi a primeira seguradora portuguesa privada fundada após 1947 e é detida maioritariamente pela mais antiga

instituição financeira portuguesa, o Montepio Geral”, referiu José de Arez Romão à “Vida Económica”. Fundada a partir da conjugação de vontades de um grupo de en-tidades e empreendedores portu-

LUSITÂNIA COMEMORA 20 ANOS DE ACTIVIDADE

gueses, a Lusitânia detém, hoje, uma quota de mercado de 3,6% e um volume de prémios superior a 130 milhões de euros.Com 29 dependências espalhadas pelo País, a Lusitânia explora to-

dos os ramos não vida, com espe-cial incidência em Acidentes de Trabalho, Incêndio e Automóvel.Ao longo destes 20 anos de exer-cício, “tem registado um cresci-mento sustentado e, por diversas

vezes, superior à média do mer-cado segurador não vida, apre-sentando, ainda, uma das me-lhores margens de solvência da Indústria”, acrescenta o mesmo responsável.

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Controlo interno e gestão do risco de investimento na actividade seguradora

DR. FRANCISCO CAMPILHO

Director Financeiro da VICTORIA Seguros

As iniciativas de regulamentação da actividade seguradora têm, recen-temente, adoptado uma perspecti-

va abrangente da gestão das empresas rela-cionada com as normas contabilísticas de relato financeiro IFRS e o futuro modelo de solvência conhecido por solvência II.

A gestão dos riscos e o controlo interno são actividades centrais deste novo mode-lo do negócio segurador. Neste âmbito, surge a necessidade de relativamente à politica de investimentos da empresa de seguros existirem procedimentos formu-lados por escrito.

Na definição e descrição destes proce-dimentos torna-se central a questão da gestão activo passivo (que acaba por ser mais correntemente conhecida pela sigla anglo-saxónica de ALM – Asset Liability Management) e de toda a gestão de risco do investimento (risco de mercado, crédi-to, liquidez e operacional) pela definição de alertas (“triggers”) e de testes de resis-tência (“stresstests”).

A análise detalhada da relação entre activos e passivos é um pré-requisito do desenvolvimento das políticas e procedi-mentos de investimentos. É o perfil das responsabilidades - concretizado nas pro-visões técnicas - que determina o mon-tante, a natureza, o prazo e a liquidez dos activos – obrigações e outros títulos de rendimento fixo, acções e outros títulos de rendimento variável, imóveis, emprés-timos, depósitos e outros direitos - que as suportam.

O ALM é assim constituído pelo con-junto de técnicas e de métodos quanti-tativos que permitem agir de forma co-ordenada sobre os activos e os passivos. Para tal, é fundamental a criação de uma estrutura de acompanhamento que toma geralmente a designação de comité de gestão activo passivo e que poderá ser constituído pelas áreas financeira, investi-mentos, actuariado e de planeamento. A função deste grupo passa pela definição de propostas de alocação estratégica de activos, monitoriza-ção da evolução do ris-co e desenvolvimento de propostas de gestão de risco.

O processo de inves-timento assenta, deste modo, na definição cla-ra das várias etapas que o compõem:

1. Formulação e desenvolvimento de uma política de investimentos

Os princípios que devem nortear a po-lítica de investimentos de uma empresa de seguros passam pela definição da es-tratégia de investimentos, nomeadamente no que diz respeito à assunção do nível de risco (volatilidade, crédito) desejado, mas também pela existência de estruturas de controlo, definindo a necessária segre-gação de funções entre front-office, back office e controlo.

2. Implementação com base num man-dato claro e preciso

O mandato de investimento formaliza por escrito, e para cada carteira (fundo autónomo) ou grupo de carteiras com características e objectivos idênticos, a politica acima definida. Na alocação es-tratégica de investimentos são definidos limites por classe de activo, estilo de ges-

tão, limites de exposição, restrições de activos, política de derivados e responsabilidade pelas transacções. A política de investimentos deverá ainda considerar opções como a de externalização da gestão de investimen-tos, por classe de activos, por exemplo, a forma de selecção de intermediá-rios e de custodiantes e a metodologia de análise da performance.

3. Cálculo, análise e controlo dos resul-tados de investimentos e dos riscos incor-ridos

A identificação, monitorização, avalia-ção e reporte dos riscos de mercado, de crédito e de liquidez associados aos acti-vos detidos é parte integrante do processo de investimentos e assumindo relevância crescente tendo em conta as implicações que poderá ter ao nível não só das pro-visões técnicas como das necessidades de capital para solvência. A definição dos

procedimentos de medição de resultados e de performance bem como o controlo e auditoria da aplicação da política de in-vestimentos e detecção de vulnerabilida-des que contribuam para o risco operacio-nal da empresa de seguros são igualmente aspectos centrais desta etapa do processo.

4. Reporte adequadoPara poder monitorizar o cumprimento

da política de investimentos aprovada é necessário que exista um reporte formal e imediato de falhas baseado, por exemplo, num sistema de alertas (“triggers”) que implicam o desencadear do processo de correcção através de medidas apropriadas. Este reporte tem que ter por base a im-plementação de sistemas de informação completos, flexíveis e precisos que permi-tam um acompanhamento adequado das actividades de investimento.

Um plano de comunicação adequado de todo o processo é condição necessária para que a gestão do risco de investimen-tos seja transposta do formalismo para a prática diária e se consiga assim o envolvi-mento das áreas, funções e colaboradores.

A vantagem da definição destes proces-sos não se esgota na necessidade de cum-primento regulamentar mas pode e deve ser aproveitada como uma oportunidade dentro da empresa de adaptação dos pro-cedimentos actuais às melhores práticas do mercado bem como de identificação dos riscos e oportunidades de melhoria e de criação de valor através de uma correc-ta alocação de capital.

A gestão dos riscos e o controlo interno são actividades centrais deste novo modelo do negócio segurador.

sexta-feira, 07 Julho de 2006 SEGUROSVIII

CNPR adere a federação internacional de peritos

A Assembleia Geral da FIEA-Federation Interna-tionale des Experts en Au-tomobile, reunida em Pa-ris a 3 de Junho de 2006, apreciou um pedido oficial do Conselho Executivo da CNPR no sentido da ade-são a este organismo in-ternacional por via do seu Colégio Automóvel.

Nesta conformidade, o sufrágio efectuado pelos vários países representa-

dos votou por unanimida-de pela admissão, pelo que Portugal passa doravante a estar presente ao mais alto nível no que à peritagem automóvel diz respeito.

O Colégio Automóvel da CNPR esteve represen-tado por Ernestino Mara-valhas, sendo acompanha-do nestas diligências pelo Presidente do Conselho Directivo da CNPR, Rui Teixeira de Almeida.

A CNPR passa assim, oficialmente, a pertencer aos dois grandes organis-mos internacionais da pe-ritagem, ou seja a FIEA e a FUEDI-The European Federation of Loss Ad-justing Experts, da qual é membro de pleno direito desde Maio de 1995. Na sequência da Assembleia Geral da FUEDI, foi em-possado um novo presi-dente, Sr. Staf Cannaerts.

Na foto, da esquerda para a direita, Rui de Almeida, Patrick Sorel, da Bélgica e Ernestino Maravalhas

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Fiscalidade200 milNúmero de contribuintes

que corrigiram as respectivas declarações de IRS

AGENDA FISCAL

JULHOAté ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Maio. O pagamento pode ser efectuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesou-rarias de Finanças informatizadas e nos bal-cões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Internet. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às trans-missões intracomunitárias isentas, efectu-adas no mês de Maio.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singularesOs notários, conservadores, secretários ju-diciais e secretários técnicos de justiça de-vem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos actos praticados no mês an-terior susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS. (Artº 123º do CIRS)

Até ao dia 14

• Imposto Municipal sobre Veículos

- Pagamento do imposto relativo ao ano de 2006.

Até ao dia 20

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- Entrega das importâncias retidas no mês de Junho sobre os rendimentos sujeitos a retenção na fonte de IRC. (Artº 75º do CIRC).

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega, pelas entidades obrigadas a efec-tuar retenção, do imposto deduzido em Junho pela aplicação das taxas liberatórias previstas no artº 71º do CIRS. (artº 98º nº 3 do CIRS).- Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organiza-da, das importâncias deduzidas em Junho sobre rendimentos de capitais e prediais e rendimentos de propriedade intelectual ou industrial e prestações de serviços (Catego-ria B), (arts. 98º, nº 3, e 101º, do CIRS).- Entrega do imposto deduzido em Junho sobre os rendimentos do trabalho depen-dente e de pensões, com excepção das de alimentos (arts. 98º, nº 3, e 99º, do CIRS).

• Imposto de Selo- Entrega, por meio de guia, nas tesourarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado em Junho, pelas entidades a quem incum-be essa obrigação.

Até ao dia 31

• IRS – IRC - Entrega da Declaração Modelo 30 via In-ternet, à DGCI, pelos devedores de rendi-mentos a não residentes.

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- 1º pagamento por conta do Imposto so-

bre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) devido por entidades residentes que exercem, a título principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento estável.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega da Declaração Modelo 31 via Internet, à DGCI, pelas entidades deve-doras dos rendimentos isentos, dispen-sados de retenção ou sujeitos a taxa re-duzida. - Entrega da Declaração Modelo 33 via In-ternet pelas Entidades registadoras ou de-positárias de valores mobiliários.

IVA-IMI

Limpeza de florestas

Foi publicada no dia 23 de Junho a Lei n.º 21/2006, que altera a Lista I anexa ao Código do IVA, por forma a reduzir de 21% para 5% a taxa de IVA incidente sobre os serviços silvícolas necessários à limpeza de florestas, realizados em explorações agrícolas e silvícolas, e o artigo 112.º do Código do IMI, com a finalidade de permitir aos municípios instituir uma majoração do IMI, incidente sobre os prédios rústicos com áreas florestais abandonadas e cujos proprietários não cumpram as práticas necessárias à sua boa manutenção e à prevenção dos incêndios.

230 MJValor dos reembolsos processados em sede

de IRS

Uma empresa nossa cliente ad-quire madeira a madeireiros e a particulares que depois vende a empresas de celulose e outras. No que respeita aos madeireiros, estando colectados e a grande maioria com contabilidade or-ganizada, não há problemas de maior no que respeita à factu-ração e a IVA. Quanto aos par-ticulares que vendem os seus eucaliptos de quando em vez é que é mais complicado. Estes, não dispondo de contabilidade nem estando colectados para o exercício de funções comerciais, não emitem qualquer documento nem liquidam IVA.Qual é a melhor solução em ter-mos de IVA e IRC para a situação de venda de eucaliptos por parte de particulares não colectados?

Resposta do Assessor FiscalSão actos típicos da actividade silvícola, de que é agente o sil-vicultor, a exploração da terra ou da floresta mediante a plantação de árvores, o acompanhamento do seu normal crescimento pro-tegendo-as de pragas e doenças e limpando os terrenos por forma a prevenir incêndios, culminando com as operações de abate, cor-te, rechega, transporte para ven-da em vista de obter rendimen-to, que é o intuito último de tal actividade (Vd. Acórdãos do TCA de 22/01/2002, de 28/05/2002 e 01.04.2003, nos Recursos n°s 5890/01, 6369/02 e 7261/02, respectivamente.).Se o particular vende os seus eu-

PRÁTICA FISCAL

não exceda por agregado familiar cinco vezes o valor anual do salá-rio mínimo nacional mais eleva-do (nº 4 do artigo 3º do CIRS). Se, em face destas regras, esti-vermos perante um acto silvícola isolado, não restam dúvidas de que, ainda assim, o particular se assume como um sujeito passivo do IVA (alínea a) do nº 1 do artigo 2º do CIVA). Deste modo, tratan-do-se de pessoa sujeita a impos-to pela prática de uma só opera-ção tributável, não haverá lugar à entrega da declaração de início de actividade, excepto se a mes-

ma exceder o limite de 25 000 J (nº 2 do artigo 30º do CIVA). Contu-do, para efeito da liquidação do imposto, deverá emitir um documen-to equivalen-te a factura, considerando-se como tal o documento que contenha todos os requi-

sitos da factura exigidos pelo ar-tigo 35º do CIVA (v.g. recibo). A declaração de rendimentos bem como o correspondente imposto deverá ser entregue nos serviços de finanças competentes até ao último dia do mês seguinte ao da conclusão da operação, nos ter-mos do nº 2 do artigo 26º e artigo 42º do CIVA.

Prática de acto isolado referente a actividade agrícola

Informação elaborada pela APOTEC - Associação Portuguesa de Técnicos de [email protected]

Governo sacrifica notariado em nome do investimento(Continuação da pág.1)

“O grande objectivo da reforma não é prejudicar ninguém, mas antes beneficiar a nossa economia e promover o investimento”, afir-ma Luís Goes.

E o Governo promete ir até ao fim com o cumprimento desse objectivo: “É aceitável que haja uma ou outra medida que, em concreto, possa não agradar a esta ou aquela classe, mas este objecti-vo continuará a ser perseguido”.

Relativamente à posição assu-mida pela Ordem dos Notários, Luís Goes afirma que “o diálogo nunca se quebrou” e que “não cabe ao Ministério da Justiça sal-vaguardar o trabalho de qualquer entidade privada”.

Argumentando com uma redu-ção efectiva de custos para as em-presas, Luís Goes dá alguns exem-plos: “as publicações em Diário da República, que antes custavam 77 euros, passam para 27 euros se for promovido por via electró-nica ou 30 euros se for promovi-do junto da conservatória; uma fusão, que custava mais de 1800 euros só em actos ligadas a regis-tos e notariado, passou a custar, a partir de 30 de Junho, 250 euros mais o Imposto de Selo. Estamos a falar de uma redução para 1/5 do custo anterior”.

Na mesma entrevista Luís Goes refere ainda que “a eliminação de obrigatoriedade de celebrar escri-tura pública significa que as socie-dades deixam de estar obrigadas a

celebrar cerca de 65 mil escrituras públicas por ano. Necessariamen-te, isso tem um impacto para as empresas, que deriva não só da poupança económica directa, mas também na poupança de tempo, deslocações e até dificuldades na realização dos actos”.

75% das empresasem registo informático

Luís Goes não esconde que não são só as empresas e os cidadãos que ganham com esta reforma: “Necessariamente a simplifica-ção também traz vantagens para o Estado. Estas medidas foram acompanhadas de um investi-mento em tecnologia e, logo, há uma contenção de custos associa-da à simplificação que passa pela agilidade. No final deste ano já teremos mais de 90% das socie-dades sediadas em conservatórias informatizadas”, refere.

VIRGÍLIO [email protected]

caliptos, de quando em vez, parece que não exercerá uma actividade agrícola reiterada, normal e habi-tual, mas não deixa de praticar um acto isolado dessa natureza, uma vez que os mantém para abate e venda deles obtendo rendimento. De facto, consideram-se rendi-mentos empresariais os provenien-tes da prática de actos isolados referentes a actividade abrangida na alínea a) do nº 1 do artigo 3º do CIRS, ou seja, referentes ao exercício de qualquer actividade comercial, industrial, agrícola, sil-vícola ou pecuária (alínea h) do nº 2 do artigo 3º do CIRS). Porém, apenas se consideram r e n d i m e n t o s provenientes de actos isolados os que, não repre-sentando mais de 50% dos rendimentos do sujeito passivo, não resultem de uma prática pre-visível ou reitera-da (nº 3 do artigo 3º do CIRS). São, contudo, excluídos de tribu-tação os rendimentos resultantes de actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias, quando o valor dos proveitos ou das receitas, isola-damente, ou em cumulação com o valor dos rendimentos ilíquidos sujeitos, ainda que isentos, desta ou doutras categorias que devam ser ou tenham sido englobados,

Apenas se consideram rendimentos provenientes de actos isolados os que não representam mais de 50% dos rendimentos

sexta-feira, 07 Julho de 2006 25

“Reforma não é uma cruzada contra os notários”, afirma Luís Goes.

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das taxas máximas do IRS nem sequer se irá colocar na prática?

Embora a medida seja louvável do ponto de vista da relação di-recta entre as responsabilidades das autarquias pela obtenção de fundos e responsabilização das mesmas perante os seus muníci-pes, num país em que o nível de endividamento das autarquias é enorme, talvez esta medida pos-sa ser contrariada por via de um mecanismo de cartel dos mu-nicípios associados na toda po-derosa Associação Nacional de Municípios, que poderão acor-dar na fixação invariável da taxa máxima de IRS. Este cartel fiscal municipal, se viesse a ser consti-tuído, infelizmente para os mu-nícipes, nem sequer poderia cair sob a alçada da Autoridade da Concorrência...

O certo é que esta medida, sendo um primeiro passo posi-tivo na senda da tão necessária reforma do financiamento das autarquias, não é ainda a espe-rada solução que permita aos municípios depender menos das receitas derivadas da construção e promoção imobiliária. Aliás, pode mesmo ocorrer, se o cartel fiscal municipal funcionar mes-mo, que os municípios venham a depender mais e não menos das receitas fiscais derivadas da acti-vidade imobiliária se porventura a cartelização conduzir a um ali-nhamento pelo valor mínimo das receitas do IRS. Assunto, pois, a seguir com atenção para os que pensam que a vida democrática e o bom ordenamento territorial e urbanístico exigem uma outra filosofia de financiamento das autarquias.

Associação Portuguesa de Notários alerta

Constituição de empresas passa a custar mais do dobro

A proposta do Governo tem impacto ao nível das receitas fiscais dos mu-

nicípios e pode também vir a significar para cada um de nós, contribuintes, uma redução até um máximo de 3% da colecta de IRS.

As alterações relevantes a nível fiscal estão contidas nas disposi-ções da nova proposta de lei que versam sobre a repartição de re-ceitas entre o Estado e os muni-cípios.

De facto, continuam a ser pro-veitos dos municípios o produto da cobrança dos impostos muni-cipais a cuja receita têm direito, tal como o imposto municipal sobre imóveis (IMI), o imposto municipal sobre as transmissões de imóveis (IMT) e o imposto municipal sobre veículos (IMV). Em termos fiscais, importa di-zer que continuam também as autarquias a ter poderes tributá-rios, nomeadamente na fixação e cobrança da derrama e de taxas municipais. A este respeito im-porta fazer duas notas. A pri-meira, para o facto de o limite máximo da derrama, que actual-mente é de 2,5% (10% da taxa normal de IRC, 25%) baixar para 1,5%. A segunda, a respei-to da apresentação simultânea de uma nova proposta de Regi-me Geral das Taxas Municipais, num esforço de sistematização louvável do regime jurídico rela-tivo a estas taxas municipais que têm constituído custos da activi-dade económica que já há muito reclamavam uma maior transpa-rência na sua fixação.

É, assim, ao nível da reparti-ção de recursos públicos entre o

Estado e as autarquias locais que surgem as mudanças mais rele-vantes para o financiamento dos municípios.

Actualmente, nos termos previstos pela Lei das Finanças Locais vigente (Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto) a repartição de recursos públicos entre o Esta-do e as autarquias locais é feita apenas através da afectação no Orçamento do Estado de cer-ca de 30% da média aritmética simples da receita de IRS, IRC e IVA.

Ora, na nova lei, propõe-se que essa transferência seja redu-zida para 25%. Por contrapar-tida, criam-se outros meca-nismos. Passará a ser realizada uma subvenção específica a par-tir de um novo fundo, deno-minado Fundo Social Munici-pal, cujo valor corresponderá às despesas re-lativas às competências transfe-ridas da administração central para os municípios, subvenção esta que apenas poderá ser apli-cada em educação, saúde e acção social.

É ao nível das transferências a realizar a partir das receitas do IRS recebidas pelo Estado que se encontram as maiores novida-des. Este novo mecanismo de re-partição das receitas de IRS visa reforçar a autonomia municipal e permitir, de acordo com uma ideia que há muito vem sendo

discutida no nosso país, uma maior competitividade fiscal en-tre os diferentes municípios.

É atribuída às autarquias uma participação num total de 5% do IRS dos sujeitos passivos com domicílio fiscal no seu território, participação essa calculada so-bre a respectiva colecta líquida das deduções previstas no artigo 78.º número 1 do Código do IRS. Deste total de 5%, existem duas componentes: uma partici-pação fixa de 2% e outra variável de 3%. A participação de 2% é apurada no penúltimo ano rela-tivamente ao qual a Lei do Orça-

mento do Es-tado se refere.

O regime da participa-ção variável, estabelecido no artigo 20.º da proposta de lei, oferece oportunidade à existência de diferenças entre a taxa efectiva de IRS cobrada

de município para município. A participação de 3% diz res-

peito aos rendimentos do ano imediatamente anterior, calcu-lada sobre a colecta dos sujeitos passivos com domicílio fiscal na área da sua circunscrição territo-rial. A percentagem da participa-ção deve ser objecto de delibera-ção pelo município, a qual deve ser comunicada, por via elec-trónica, pela respectiva câmara municipal à Direcção-Geral dos Impostos, até ao dia 31 de De-zembro do ano anterior àquele a

que respeitam os rendimentos.Caso a câmara municipal de-

cida cobrar uma percentagem inferior aos 3% previstos na lei, o produto da diferença de taxas e a colecta líquida é considera-do como dedução à colecta em IRS, a favor do contribuinte, relativo aos rendimentos do ano imediatamente anterior àquele a que respeita a participação da câmara municipal. Isto desde que, claro, a liquidação de IRS seja efectuada com base em de-claração apresentada dentro do prazo legal e com os elementos nela constantes, sem ter sido ne-cessário recorrer, por exemplo, à fixação da matéria colectável por métodos indirectos.

Exemplificando: a Câmara Municipal de Lisboa comunica à Direcção-Geral de Impostos que, no ano de 2007, pretende apenas 2% da colecta de IRS dos seus munícipes. Resulta da lei que a diferença de 1% da colecta será considerada como dedução à colecta na liquidação de IRS de 2006 dos mesmos munícipes.

Assim, está nas mãos das câ-maras municipais proporcionar aos contribuintes que no seu ter-ritório tenham domicílio fiscal uma dedução “extra” à colecta de IRS a pagar. A questão esta-rá agora em saber quais serão os municípios interessados em con-correr entre si pela via da redu-ção da carga fiscal sobre o seus habitantes para fixar população nos seus territórios. Ou será que esta é uma falsa questão, porque as autarquias precisam tanto de fundos devido ao seu endivida-mento crónico que esta nova possibilidade legal de redução

Nas contas feitas pela Asso-ciação Portuguesa de Notários (APN), a constituição de empre-sas - acto que a partir de 30 de Junho passou a dispensar a escri-tura pública, conforme a “Vida Económica” noti-ciou na edição da semana passada – sofre um agrava-mento para mais do dobro: “As es-crituras de capital social mínimo (a esmagadora maio-ria, mais de 90%), que antes custa-vam 134 euros, saltaram agora para 475 euros, o que represen-ta um aumento de 254%”, lê-se num comunicado da APN.

Isto, com a agravante de que “enquanto na situação anterior a escritura era obrigatória e, conse-quentemente, beneficiava sempre da assessoria de um jurista im-

parcial e detentor de fé pública – o notário –, na nova situação, o cidadão tem de recorrer e pagar esses serviços (solicitador, advo-gado ou notário) de custos varia-dos”, acrescenta.

Mas há ou-tros actos onde os aumentos são, segundo a APN, “significativos”. A título de exemplo, refere “o registo de aumento de capital, que passa de 113 euros para 200 euros (au-mento de 77%) e o registo de altera-

ção de astatutos, que passa de 162 euros para 200 euros (aumento de 23%)”.

Empresa on-line custa mais de 360 euros

A escritura pública para a

constituição de empresa não só é dispensável, como pode ser re-alizada pela internet, através do site “Empresa On-line” (www.empresaonline.pt), quer se tra-te de constituir uma sociedade comercial por quotas, sociedade anónima e sociedade civil sob forma comercial.

Exceptuam-se as sociedades cujo capital seja realizado com re-curso a entradas em espécie, em que, para a transmissão dos bens com que os sócios entram para a sociedade, seja exigida forma mais solene do que a forma escrita e as sociedades anónimas europeias. A simplicidade do sistema não deve ser confundida com econo-micidade. Segundo informação disponível naquele site, os custos inerentes à constituição de uma sociedade são o somatório das rubricas fixas (360 euros, pacto ou acto constitutivo de modelo aprovado, ou 300 euros caso haja redução) e variáveis (imposto de

selo: 0,4% do Capital Social), embora com uma redução de 60 euros nos emolumentos devidos pelos regimes de constituição online de sociedades quando a actividade principal da sociedade seja classificada como actividade

informática ou ainda como de investigação e desenvolvimento. Um valor ainda assim bem acima do custo anterior de 134 euros.

VIRGÍLIO FERREIRA

[email protected]

Senhor Presidente de Câmara, o meu IRS de volta, por favor... ou o Cartel Fiscal Municipal

PAULINO BRILHANTE SANTOS

Advogado Especialista em Direito Fiscal

sexta feira, 07 Julho de 2006FISCALIDADE26

ACTO ANTES AGORA

Registo da

constituição no CRC

56 J

(artº. 22, 2.1)

400 J

(artº. 22, 1.1)

Nomeação de

gerência

28 J

(artº. 22, 2.7)

7 J

(artº. 22, 2.11)

RNPC 20 J incluído nos 400 J

Publicação 30 J incluído nos 400J

TOTAL 134 J 475 J

Fonte: APN.

A constituição de empresas foi simplificada, mas os custos aumentaram.

CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE ENCARECE

O limite máximo da derrama, que actualmente é de 2,5% (10% da taxa normal de IRC, 25%) baixar para 1,5%.

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Mais-valias podem beneficiar de isenção em sede de IRS

Em Dezembro de 2003 determinado su-jeito passivo comprou um lote de terreno para construção. Em Setembro de 2004 vendeu a habitação própria e permanente. Em Dezembro de 2005 foi emitida a li-cença de construção e, consequentemen-te iniciou-se a edificação de uma casa que será a habitação própria e permanente.Qual o prazo para conclusão das obras, de forma a considerar os valores despendidos com a construção como reinvestimento do produto da alienação da habitação vendi-da em Setembro de 2004?

Na categoria G de rendimentos – incre-mentos patrimoniais - (artigo 9º do Código do IRS) incluem-se as mais-valias, nomea-damente as provenientes da «… alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis e afectação de quaisquer bens do património particular a actividade empresarial e profis-sional exercida em nome individual pelo seu proprietário…» (alínea a) do nº 1 do artigo 10º do Código do IRS).

O rendimento assim qualificado resulta do saldo apurado entre as mais-valias e as menos-valias realizadas no mesmo ano, sendo este

considerado apenas em 50 por cento do seu valor aquando do englobamento dos rendi-mentos obtidos pelo agregado familiar. Para efeitos de cálculo da mais-valia importa ana-lisar o disposto nos artigos 43º e seguintes do Código do IRS.

Não obstante este rendimento estar sujeito a tributação, poderá beneficiar de isenção, no-meadamente se estivermos perante a situação prevista no nº 5 do artigo 10º do Código do IRS, não obstantes as disposições do nº 6:

«… 5 - São excluídos da tributação os ga-nhos provenientes da transmissão onerosa de imóveis destinados a habitação própria e per-manente do sujeito passivo ou do seu agrega-do familiar, nas seguintes condições:

a) Se, no prazo de vinte e quatro meses con-tados da data de realização, o valor da reali-zação, deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para a aquisição do imóvel, for reinvestido na aquisição da pro-priedade de outro imóvel, de terreno para a construção de imóvel, ou na construção, am-pliação ou melhoramento de outro imóvel ex-clusivamente com o mesmo destino, e desde que esteja situado em território português;

b) Se o valor da realização, deduzido da

amortização de eventual empréstimo contra-ído para a aquisição do imóvel, for utilizado no pagamento da aquisição a que se refere a alínea anterior, desde que efectuada nos doze meses anteriores;

c) Para os efeitos do disposto na alínea a), o sujeito passivo deverá manifestar a intenção de proceder ao reinvestimento, ainda que parcial, mencionando, na declaração de ren-dimentos respeitante ao ano da alienação, o valor que tenciona reinvestir;

d) Em caso de reinvestimento de montan-te diverso do declarado nos termos da alínea anterior, o sujeito passivo fica obrigado a entre-gar declaração de substituição, com os valores efectivamente reinvestidos, dentro do primeiro prazo normal que ocorra após o termo do perí-odo de 24 meses a que se refere a alínea a).

6 - Não haverá lugar ao benefício referido no número anterior quando:

a) Tratando-se de reinvestimento na aqui-sição de outro imóvel, o adquirente o não afecte à sua habitação ou do seu agregado fa-miliar até decorridos seis meses após o termo do prazo em que o reinvestimento deva ser efectuado;

b) Tratando-se de reinvestimento na aquisi-ção de terreno para construção, o adquirente não inicie, excepto por motivo imputável a entidades públicas, a construção até decor-ridos seis meses após o termo do prazo em que o reinvestimento deva ser efectuado ou não requeira a inscrição do imóvel na matriz até decorridos 24 meses sobre a data de início das obras, devendo, em qualquer caso, afectar

Contas & Impostos

o imóvel à sua habitação ou do seu agregado familiar até ao fim do quinto ano seguinte ao da realização;

c) Tratando-se de reinvestimento na cons-trução, ampliação ou melhoramento de imó-vel, não sejam iniciadas as obras até decorri-dos seis meses após o termo do prazo em que o reinvestimento deva ser efectuado ou não seja requerida a inscrição do imóvel ou das alterações na matriz até decorridos 24 meses sobre a data do início das obras, devendo, em qualquer caso, afectar o imóvel à sua habita-ção ou do seu agregado familiar até ao fim do quinto ano seguinte ao da realização…”.

Deste modo, uma vez que o terreno foi adquirido em Dezembro 2003 e a alienação da habitação realizou-se em Setembro 2004, cumpre-se a condição do nº 5 do artigo 10º do CIRS, ou seja, só se permite a concretiza-ção do reinvestimento do valor de realização se a mesma ocorrer no prazo de 12 meses an-tes da data de alienação da habitação.

Por sua vez, a alínea b) do nº 6 determi-na que, para a verificação do reinvestimento o adquirente inicie, excepto por motivo im-putável a entidades públicas, a construção até decorridos seis meses após o termo do prazo em que o reinvestimento, que neste caso se-riam seis meses após Dezembro de 2004, ou que não requeira a inscrição do imóvel na ma-triz até decorridos 24 meses sobre a data de início das obras, isto é, até Dezembro de 2007 e em qualquer dos casos afectar o imóvel à sua habitação ou do seu agregado familiar até ao fim do quinto ano seguinte ao da realização.

São excluídos da tributação os ganhos provenientes da trans-missão onerosa de imóveis destinados a habitação própria e permanente do contribuinte ou do agregado familiar se se veri-ficarem algumas condições específicas, como a data de realiza-ção, o seu valor ou existência de reinvestimento.

sexta-feira, 07 Julho de 2006 27FISCALIDADE

Prejuízos fiscais não são imputados aos sócios

Uma sociedade por quotas que se transformou em sociedade unipesso-al registou prejuízos no ano passado. Manteve-se o sócio profissional que passa ao regime de transparência fis-cal. Esse prejuízo pode ser dedutível no exercício seguinte? Nas sociedades de transparência fiscal é possível deduzir prejuízos do ano anterior?

Nos termos do nº 1 do artigo 6º do Có-digo do IRC, nas sociedades de profissio-nais é imputada aos sócios, integrando-se, nos termos da legislação que for aplicável, no seu rendimento tribu-tável para efeitos de IRS, a matéria colectável, de-terminada nos termos do IRC, ainda que não tenha havido distribuição de lu-cros.

Por definição, a matéria colectável será sempre po-sitiva, pelo que em conse-quência, os prejuízos fiscais respeitantes às sociedades de profissionais são deduzi-dos unicamente dos lucros tributáveis das mesmas sociedades, conforme previsto no nº 7 do artigo 47º do Código do IRC.

Quer isto dizer que, os prejuízos fiscais não são imputados aos sócios, deduzindo-se aos lucros da sociedade obtidos em exer-cícios posteriores.

Por força do nº 5 do artigo 47º do Có-

digo do IRC, nos casos em que o contri-buinte beneficie de isenção parcial e ou de redução de IRC, os prejuízos fiscais sofridos nas respectivas explorações ou actividades não podem ser deduzidos, em cada exercício, dos lucros tributáveis das restantes.

Apesar de não existir entendimento firmado pela administração fiscal sobre a matéria, somos de opinião que o regime de transparência fiscal não deixa de ser um sub-regime do regime geral com caracte-rísticas específicas, pelo que os prejuízos

fiscais de exercícios ante-riores ao enquadramento de uma sociedade no regi-me de transparência fiscal serão dedutíveis ao lucro tributável desta.

Esta dedutibilidade fi-cará contudo prejudicada nas situações referidas nos nº 5 e 8 do artigo 47º do Código do IRC, ou seja, quando o sujeito passivo tenha beneficiado de isen-ção ainda que parcial ou

de redução de taxa, e ainda nas situações em que tenha sido modificado o objecto social da entidade ou alterada, de forma substancial, a natureza da actividade ante-riormente exercida ou ainda se se verificou a alteração da titularidade de, pelo menos, 50 por cento do capital social ou da maio-ria dos direitos de voto.

Por definição, a matéria colectável será sempre positiva, pelo que, em consequência, os prejuízos fiscais respeitantes às so-ciedades de profissionais são deduzidos, unicamente, dos lu-cros tributáveis das mesmas sociedades. Os prejuízos fiscais são deduzidos aos lucros da sociedade, obtidos em exercícios posteriores.

Accionistas têm direito a metade do lucro do exercício

Quando é que a distribuição de lucros está à disposição dos accionistas? No mês seguinte ao da data da assembleia geral? Como proceder no caso de alguns dos accionistas não reclamarem o valor? No caso dos accionistas pessoas singulares, este rendimento está obrigatoriamente sujeito a englobamento ou é optativo?

O artigo 294º do Código das Sociedades Comerciais regulamenta o direito aos lucros do exercício nas Sociedades Anónimas que, para uma melhor compreensão, transcreve-mos:

«1. Salvo diferente cláusula contratual ou deliberação tomadas por maioria de três quartos dos votos correspondentes ao capital social em assembleia geral para o efeito con-vocada, não pode deixar de ser distribuído aos accionistas metade do lucro do exercício que, nos termos desta lei, seja distribuível.

2. O crédito do accionista à sua parte nos lucros vence-se decorridos que sejam 30 dias sobre a deliberação de atribuição de lucros, salvo diferimento consentido pelo sócio e sem prejuízo de disposições legais que pro-íbam o pagamento antes de observadas cer-tas formalidades; pode ser deliberada, com fundamento em situação excepcional da so-ciedade, a extensão daquele prazo até mais 60 dias, se as acções não estiverem cotadas em bolsa.

3. Se, pelo contrato de sociedade, mem-bros dos respectivos órgãos tiverem direito a participação nos lucros, esta só pode ser paga depois de postos a pagamento os lucros dos accionistas.»

Assim, o crédito do accionista à sua parte nos lucros vence-se 30 dias após a delibera-ção de atribuição de lucros, mas pode haver um diferimento consentido pelo accionista e podem haver impedimentos legais que proíbam o pagamento antes de cumpridas certas formalidades e pode ainda ser deli-berada uma extensão deste prazo para 60 dias, se as acções não estiverem cotadas em bolsa.

A partir do momento em que é delibe-rada a atribuição de lucros, os accionistas adquirem esse direito, pelo que há que re-gistar contabilisticamente, através do crédi-to da conta 25x3 – Resultados atribuídos por contrapartida da conta 59 – Resultados Transitados. Se forem imediatamente postos à disposição, deverá ser utilizada a subconta 25x4 – Lucros disponíveis.

Se não houver uma renúncia expressa do direito aos dividendos por parte dos accionis-tas, na subconta 25, a obrigação mantém-se.

A tributação dos dividendos em sede de IRS é tributada à taxa liberatória de 20%, de acordo com o artigo 71º, nº 3, alínea c), do Código do IRS, alteração introduzida pelo Decreto-Lei nº 192/2005, de 7 de Novem-bro. Sendo tributada a uma taxa liberatória não existe obrigatoriedade de englobamen-to, nos termos do artigo 22º, nº 3, do CIRS, sem prejuízo da opção pelo englobamento (artigo 71º, nº 6 do CIRS).

Esta alteração só se aplica para os dividen-dos pagos ou colocados à disposição a partir de 1 de Janeiro de 2006. Anteriormente, es-tavam sujeitos a uma retenção na fonte à taxa de 15%, com englobamento obrigatório.

O crédito do accionista à sua parte nos lucros vence-se 30 dias após a deliberação de atribuição dos lucros, mas pode haver um diferimento consentido pelo accionista e podem existir im-pedimentos legais que impeçam o pagamento antes de certas formalidades.

Dedutíveis os prejuízos fiscais anteriores ao enquadramento no regime de transparência.

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Imobiliário

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Lisbon Prime index

O mercado de escritórios de Lisboa registou uma ab-sorção de 57 mil m2 nos primeiros cinco meses do ano, o que representa uma boa performance. O volume ago-ra contabilizado pelo LPI iguala já o total do primeiro semestre do ano transacto, que no entanto tinha então registado um semestre especialmente negativo em termos de absorção.

Os negócios de escritórios registados desde o início do ano concentraram-se nos edifícios usados no centro de Lisboa, com quase 70 empresas a ocuparem cerca de 30 mil m2 de área em espaços usados.

De acordo com os dados registados pelo LPI, esta é a melhor performance deste segmento de mercado nos últimos três anos.

Mais negócios no mercado de escritórios em 2006Foram os edifícios com as melhores localizações que

conseguiram atrair um maior número de empresas. No eixo da Av. da Liberdade / Praça do Saldanha instala-ram-se quase metade destas entidades, que ocuparam 15 mil m2. O eixo da Av. da República e Amoreiras seguiu- -se nas preferências, com mudanças a que correspondem 4600 m2.

Os edifícios novos, com oferta na cidade de Lisboa co-nheceram, uma performance menos positiva, com a ocu-pação de cerca de 4000 m2 no período em análise. Um volume muito reduzido a que corresponde uma disponi-bilidade de espaços novos prontos a ocupar de apenas 17 mil m2 no eixo da Av. da Liberdade, Av. da República e Amoreiras.

Vai nascer uma nova centralidade na cidade de Lisboa, definida pelo plano de urbanização do Vale de Santo António (PUVSA), apresen-tado na semana passada, e que con-templa a requalificação urbanística e a revitalização de uma área de 45 ha numa zona central de Lisboa, entre a Penha de França, o Alto de S. João e o Rio Tejo. Embora seja a EPUL a grande orientadora do projecto ur-banístico, o megaempreendimen-to deverá receber investimento de outros promotores e construtores imobiliários privados que queiram associar-se neste projecto, pelo que o investimento global de 600 mi-lhões de euros deverá ser repartido entre capitais públicos e privados.

Localizado entre a Baixa e o Par-que das Nações, o projecto será edificado pela EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, que aí pretende desenvolver um projecto integrado em termos de

cultural, dispõe de cerca de 43 mil metros quadrados de área útil, e “é um novo pólo cultural, cuja dimen-são se reporta à área metropolitana de Lisboa”, refere a EPUL em co-municado.

Este complexo cultural contempla uma área coberta total de 51.216 metros quadrados. A área de cons-trução acima do solo será de cerca de 35 mil metros quadrados ,distribuí-

usos e vivências, fazendo renascer o “conceito de bairro”.

De acordo com o documento apresentado, o total da área edificada é de 387.500 metros quadrados, dos quais 327.500 metros quadrados se destinam a habitação (85% da área edificada). O projecto aposta numa centralidade de negócios, comércio e lazer, prevendo que todo o empre-endimento viva em torno do centro cívico. Desta forma, cerca de 60.000 metros quadrados serão destinados a actividades terciárias, o que corres-ponde respectivamente e 15% do total da área edificada. Actualmente, existem na área cerca de 120.000 me-tros quadrados de construção, o que, somado à nova construção, totaliza 507.500 metros quadrados.

A área abrangida pelo PUVSA tem vindo a ser objecto de um progressivo e sistemático processo de aquisição por parte da EPUL e da CML, que já possuem mais de

Entre capitais públicos e privados

Vale de Santo António acolhe investimento de 600 milhões

Proibida a reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

dos por 12 pisos, sendo que abaixo do solo serão edificados cerca de 16 mil metros quadrados, distribuídos por cinco pisos em cave.

O projecto contempla um centro de convenções com dois auditórios, com 399 e 156 lugares, respectiva-mente, para além de um centro de exposições com cinco salas e um terraço para exposições ao ar livre na cobertura.

80% da sua superfície.Segundo o PUVSA, o Centro

Cívico, constituído pela Biblioteca e Arquivo Municipal e pelo edifício localizado a Norte, que aglomerará habitação, comércio, serviços e al-guns equipamentos, entre os quais se destaca a Igreja e o Centro Pasto-ral, será o principal motor da cen-tralidade que se pretende fomentar.

Construção da Biblioteca e Arquivo Municipal já arrancou

A construção da nova Biblioteca Central e o Arquivo Municipal de Lisboa iniciou-se a 8 de Setembro de 2005. De acordo com o projecto, está a ser edificado um novo edifício que irá conjugar ambas as valências, para além de um Centro de Con-venções que servirá a cidade.

Representando um investimento de 40 milhões de euros, esta área

A Biblioteca e Arquivo Municipal concentram investimento de 40 M€

Área de intervenção ascende a 45 ha

sexta-feira, 07 Julho de 200628

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realização do evento, a perfor-mance nos mercados da Inglater-ra (vencedora em 1966), Alema-nha (vencedora em 1974) e da França (vencedora em 1998) foi positivamente influenciada pela campanha das respectivas selec-ções nos três anos seguintes aos eventos. Também os países vice-campeões sentiram um impacto positivo no crescimento dos va-lores de arrendamento e retornos do mercado imobiliário nos dois anos seguintes ao torneio, embo-ra este impacto se tenha estreita-do posteriormente.

ferido prédio, e só assim se po-derá falar em termos de “con-domínio”, o certo é que nos serviços a prestar pelo proprie-tário e a pagar pelo utente, não estava prevista a vigilância, pelo que as inerentes despesas não poderão ser, unilateralmente, impostas ao utente do escritó-rio se este não tem qualquer in-teresse na sua prestação.

Mundial de Futebol afecta performance do mercado imobiliário do país vencedor

CIF investe 120 milhões no segundo resort Campo Real

A Companhia Imobiliária do Fez (CIF) vai investir 120 mi-lhões de euros na expansão do resort Campo Real, localizado na região Oeste. De acordo com informações avançadas pelo jor-nal Construir, a empresa assinou na semana passada o contrato de compra e venda da Quinta do Manjapão, formalizando assim o desenvolvimento deste projecto que irá alargar a oferta imobili-ária do CampoReal.

Com uma área total de 73 hectares e uma área máxima de

Legal & Imobiliário

MARIA DOS ANJOS GUERRA

[email protected]

Contrato de “office accomodation” — serviços extra

Atendendo aos factos men-cionados, não nos parece que o utente do escritório tenha que suportar as despesas ocasiona-das pelo referido serviço de se-gurança.

Efectivamente, ao contrário

da expressão colocada entre as-pas na questão supra, nada indi-ca que no referido prédio exista um verdadeiro condomínio. Ainda que o prédio em ques-tão se encontre em propriedade horizontal, o que pode aconte-

cer ainda que todas as fracções sejam propriedade de uma só pessoa, o certo é que, se de con-domínio se tratasse, as despesas inerentes só seriam exigíveis ao utente, que não é proprietário da fracção em questão, se tal constasse, expressamente, do contrato e apenas na permila-gem ou percentagem corres-pondente à fracção em questão. Acontece que, segundo o que o leitor refere, o serviço de segu-rança não se encontrava previs-to no contrato assinado pelas partes.

Pelo exposto se constata que, ainda que esteja constituída a propriedade horizontal, no re-

A Jones Lang LaSalle divulgou o relatório “Football and Real Estate at a Fever Pitch?”, em que conclui que o mercado imobiliá-rio do país vencedor do Mundial de Futebol 2006 poderá ser po-sitivamente influenciado a curto prazo por esta vitória, analisando alguns países bem posicionados para conquistar o título mun-dial, entre os quais Portugal.

Segundo a consultora, com base na análise dos mercados imobiliários de países campeões e vice-campeões de mundiais num prazo de três anos após a

«Celebrei um contrato de “office accomodation” com o proprietá-rio de um prédio de escritórios.Alguns meses depois de ter celebrado o contrato e dado que nos serviços a prestar pelo proprietário não estavam previstos serviços de vigilância, o proprietário perguntou-me se eu estaria interessa-do em contratar um “segurança”, ao que respondi negativamen-te.Não obstante, o proprietário pretende que eu comparticipe nas despesas com o “segurança” que entretanto foi contratado “pelo condomínio”. Serei obrigado a suportar a minha quota-parte des-sa despesa?»

sexta-feira, 07 Julho de 2006 29IMOBILIÁRIO

construção de cerca de 90 mil m2, a nova propriedade vai se-guir o conceito já implemen-tado no primeiro resort, de um empreendimento residencial e turístico, albergando um hotel com 70 quartos e um aparthotel de 90 suites. Estão também pre-vistas 81 moradias isoladas com lotes de áreas de cerca de 1300 m2, e cerca de 240 outras unida-des, entre apartamentos e mora-dias em banda.

Segundo a mesma fonte, o campo de golfe do Campo Real

vai sofrer uma ampliação para os 27 buracos, permitindo assim entre os dois empreendimentos várias combinações do percur-so. Em comunicado, Eduardo Netto de Almeida, Presidente Executivo da CIF, salientou que «a expansão do CampoReal sur-ge no seguimento da excelente aceitação que tivemos por parte quer de clientes, quer de todas as estruturas e entidades locais, e que confirmam o enorme poten-cial deste conceito de resorts na região Oeste”.

A rede de franchising de me-diação imobiliária Veigas & Vei-gas inaugurou a sua 42ª agência, localizada na Travessa da Rocha em Carnaxide, concelho de Oei-ras. A nova agência é proprieda-de de José Birra, um antigo di-rector comercial, de 46 anos.

De acordo com a Veigas & Veigas, a maioria das lojas é de-tida por investidores que funcio-nam, em cada uma das suas zo-nas de actuação, como parceiros

do master franchise da marca. No final de Janeiro de 2006, a Veigas & Veigas detinha um to-tal de 38 lojas, constituindo-se como a terceira maior rede deste tipo a operar no mercado por-tuguês.

Fundada em 1997, a Veigas & Veigas intermediou, entre Janeiro e Março de 2006, um total de 412 imóveis, no valor global de 61,8 milhões de eu-ros, a que corresponderam 1,6

Veigas & Veigas abre nova loja em Carnaxide

A Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Porto Vivo acabou de definir um novo quarteirão a intervir na Área de Intervenção Prioritária (AIP) dos Aliados. As-sim, depois das in t e r vençõe s nos quartei-rões Viela dos Congregados e Pensão Monu-mental, é agora a vez do quar-teirão Banco de Portugal.

Situada no centro adminis-trativo da Ci-dade Invicta, esta área faz par-te de um importante conjunto urbanístico. O quarteirão do Banco de Portugal é delimitado pela rua do Almada, rua do Dr. Artur de Magalhães e Praça da Liberdade.

A intervenção de reabilitação urbana que aqui terá lugar tem como principal objectivo dina-mizar as potencialidades da zona e criar condições para o reforço funcional do centro da cidade, e será acompanhada pelas obras de transformação, reabilitação

construtiva e conservação dos edifícios, bem como de criação de condições de suporte infraes-trutural às actividades instaladas

ou a instalar.De acordo com a Porto Vivo,

actualmente, os espaços dos vá-rios imóveis aí localizados encon-tram-se razoavelmente ocupados, sendo que a proporção de espaços devolutos abrange 15% a 20% nos edifícios.

De um modo geral, os níveis térreos e as caves estão destinados a actividades comerciais, sendo que nos restantes pisos predo-minam espaços de escritórios, frequentemente misturados com habitação.

SRU Porto Vivo define novo quarteirão a intervir na AIP dos Aliados

milhões de euros em comissões. A rede atingiu um crescimento de 140% no volume de transac-ções realizadas no primeiro tri-mestre de 2006, quando com-parado com o mesmo período do ano anterior.

A Veigas & Veigas é a maior rede de mediação imobiliária de origem nacional, e detém actu-almente 41 lojas no mercado português, para além de uma sucursal em Madrid.

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OPORTUNIDADE DE COMPRA E VENDA DE EMPRESAS

VENDA

NORTE

Empresa de Transportes Nacionais e Internacionais de Mer-cadorias sediada no Norte do País. Especialização na área dos perecíveis. Clientes fidelizados. Vol. Vendas 2005: 5.700.000J. Ref. PT 003 HB 031 0506

Indústria de iluminação. Empresa de dimensão, com óptima carteira de clientes e domínio de tecnologia

Empresa de Webdesign e Sistemas de In-formação situada no Grande Porto, com plataformas próprias para construção de sites, comércio electrónico e soluções à medida. Óptima carteira de clientes. Vol. Vendas 2005: 150.000J. Ref. PT 003 HB 028 03 06

Empresa concessionária de duas marcas de automóveis, com experiência de mais de duas décadas e líderes no mercado em que actua. Ref. PT 004 HB 023 02 05

COMPRA

Infantários preferencialmente localizados na Zona Cen-tro-Norte. Ref. PT 003 HB 102 0206

Cadeias de Lojas. Ref. PT 003 VP 003 9505

Empresa de Transportes com instalações em Lisboa, com facturação 5.000.000 J. Ref. PT 004 MC 045 0305

Compram-se empresas com carteira de clientes na área da “Consultoria às Empresas/Contabilidades” no Grande Porto e zona norte litoral. Ref. PT 004 MC 102 0606

Farmácias em Portugal – continente e ilha da Madeira. Litoral ou interior. De grande ou pequena dimensão. Ref. PT 004 MC 115 0505

Clínicas Fisioterapia, Hemodiálise ou Laboratórios Clínicos. Ref. PT 004 JP 115 0805

Empresas de Alta Tecnologia e Biotecnologia. Ref. PT 004 JP 115 1205

Postos de Combustível com vendas superiores a 3.000.000

litros/ano. Ref. PT 005 PR 101 0306

Vinhas e Empresa Vinícolas, Douro, Alentejo ou Dão. Ref. PT 005 PR 003 9005

Empresas de Vending – comércio, não fabricantes de má-quinas. Ref. PT 009 JC 101 0206

Lares de Idosos situados preferencialmente em Lisboa e Vale do Tejo e Região Oeste. Ref. PT 013 GF 102 0206

Terreno e Projecto (aprovado) de Clínica de Saúde. Excelen-te localização nos arredores de Lisboa. Preço: 6.000.000 J. Ref. PT 009 JC 029 06 06

industrial. EBITDA: 600.000J. Ref. PT 004 JP 018 03 04

Hotel 4 estrelas em Portugal. Unidade com 53 quartos, 5 sui-tes, com piscina, dois restaurantes, campo de ténis, audi-tório, entre outras facilidades. Hotel de charme e requinte. Ref. PT 004 MC 025 05 05

Comercialização de produtos para fins hospitalares e para farmácias, comércio de produtos dietéticos. Empresa loca-lizada em Braga, financeiramente saudável, com vasta carteira de clientes. Com bom potencial de crescimento e diversificação. Intervalo preço venda: 0,3 – 0,6 M J. Ref. PT 004 MC 034 03 06

OPORTUNIDADE DE COOPERAÇÃO ENTRE EMPRESAS

A Vida Económica está a divulgar os pedidos de colabora-ção solicitados por empresas europeias, graças a um acor-do de colaboração com o eurogabinete da Caixa Geral de Depósitos. As empresas interessadas nas propostas aqui apresentadas deverão solicitar informações ao Eurogabi-nete - CGD Apartado 1795 - 1017 Lisboa Codex - Telef. 217 905 389 - Fax: 217 905 097 - e-mail: [email protected] Para além de responder às ofertas de cooperação, as empresas portuguesas poderão procurar parceiros para a internacionalização do seu negócio. Para esse efeito os in-teressados deverão contactar o Eurogabinete da CGD.

Alimentação e bebidas

Sumos e concentrados de fruta - Produtor dinamarquês de sumos e concentrados de fruta, purés de fruta e frutas secas e congeladas, procura: novos mercados para os seus produtos, matérias-primas orgânicas ou convencionais (groselhas e framboesas, morangos, arandos e oxi-

sexta-feira, 07 Julho de 2006COMÉRCIO EXTERNO30

GRANDE PORTO

LISBOA E VALE DO TEJO

NORTE E SUL

Tecnologia de Sistemas, Lda

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PUB

Empresa de Construção Civil e Obras Pú-blicas, licenciada pelo IMOPPI, possui-dora de alvará da classe 7 (categoria 2 - Vias de comunicação, obras de urbani-zação e outras infra-estruturas), da clas-se 5 (categoria 1 - Edifícios e patrimó-nio construído) e da classe 4 (categoria 3 – Obras Hidráulicas). Possuidora de 3 terrenos de exploração de pedreiras (po-derão ser vendidos em separado). Ref. PT 004 MC 005 04 03

CENTRO

Comercialização e fretagem de iates. Representante oficial de um fabricante europeu de veleiros. Presente em Por-tugal, Caraíbas e Brasil. Ref. PT 003 GK 023 07 04

SULEmpresa de Vending. Boa carteira de clientes. Mais de 500 pontos de venda nas áreas da Grande Lisboa e Grande Porto. Preço de Venda: 450.000J. Ref. PT 012 CO 001 01 06

cocos). Ref. 6128/BCD 200508363 DK056 - Dinamarca

Derivados quimicos - Empresa espanho-la dedicada ao fabrico e marketing de

API (ingredientes farmacêuticos acti-vos) procura novos clientes e fornece-dores para cooperação comercial.

A empresa especializou-se no fabrico de químicos em ambiente GMP (boas práticas microbiológicas) e de acordo com as especificações do cliente. Ref. 6129/BCD 200508506 ES217 - Es-panha

Empresa com alvará de construção civil que tem como principais activos terrenos para construção, equipamentos e empreendi-mento concluído com diversas fracções já vendidas. Ref. PT 005 PR 003 03 03

Hotel de 2 estrelas, novo, com mobiliário e equipamento de muito boa qualidade. Boa localização, próximo de campo de golfe e praias. Boa rentabilidade. Edifí-cio alugado. Ref. PT 006 JS 006 08 03

Empresa do Sector dos Moldes sediada no Centro do país. Certificação de Qua-lidade. Clientes Fidelizados. Vol. Ven-das 2005: 2.000.000J. Ref. PT 006 JC 009 0204

Quinta na Região do Dão, com 52 hectares de vinha, adega moderna e casa de habitação. Vinhos de mar-ca premiados. Ref. PT 010 HM 002 0905

Químicos, plásticos e vidro

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Habitação representa mais de 85% da carteira de crédito a particulares

O peso do crédito à habitação no total da carteira de crédito a particulares é cada vez maior. No caso dos cinco maiores bancos a operar em Portugal, esta percentagem está perto dos 100%. CGD e BPI apresentam pesos de 98,1% e 90,7%, respectivamente. Santander Totta e BES seguem- -se, com percentagens de 88,7% e 87,5%, respectivamente. O Millennium bcp é o que apresenta o mais baixo peso de crédito à habitação no total de crédito a particulares, cerca de 84,5%.

Estes valores demonstram bem a importância que os ban-cos atribuem a este crédito por comparação com o crédito ao consumo ou para outros fins. Todos os anos os montan-tes concedidos aumentam e a guerra está instalada. Baixar “spreads”, alargar prazos, financiamentos até 100% do va-

lor, possibilidade de nos primeiros anos pagar só juros e a opção de um valor residual a transferir para o final do prazo são algumas das novidades introduzidas pela banca para di-minuir o valor das prestações e conseguir mais clientes.

A CGD e o Millennium bcp detêm a maior quota de mercado e juntos controlam mais de metade deste segmen-to. O maior banco público tem uma carteira de 27,929 mil milhões de euros de crédito habitação e no maior banco privado este valor ascende a 22,008 mil milhões de euros. O Santander Totta e o BES seguem-se com carteiras de cré-dito habitação de 13,270 mil milhões de euros e 12,535 mil milhões de euros, respectivamente. O BPI é, dos cinco maiores, o banco com a menor carteira de crédito habita-ção com um valor de 9,137 mil milhões de euros.

CRÉDITO À HABITAÇÃO VidaEconómica

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1158, DE 07 DE JULHO DE 2006

Pedir um crédito à habitação por Internet é a solução mais barata para os consumidores. De acordo com a DECO, é atra-vés deste canal que os bancos conseguem praticar os melhores preços, pois têm menos custos de estrutura.

Crédito para compra de segunda habitação, para troca de casa, para estrangeiros residentes em Portugal e para não residentes são as novas modalidades de crédito habitação. A diversificação da oferta de crédito é a nova aposta da banca.

Fonte: Relatórios dos bancos Valores em milhões de euros

CRÉDITO À HABITAÇÃO A 31 DE MARÇO DE 2006

CGD 27929

Millennium bcp 22008

Santander Totta 13270

BES 12535

BPI 9137

A aposta dos bancos neste segmento deve-se à crescente procura de habitação própria por parte dos portugueses e à margem que conseguem obter com este produto. Por outro lado, este é um crédito hipotecário, o que significa que o banco tem sempre a garantia do imóvel em caso de incumprimento.

Assim, para os bancos, este é um produto atractivo por-que se trata de um compromisso estável, de longo pra-zo, potencialmente fidelizador e apoiado numa garantia real, embora as margens sejam cada vez mais reduzidas, em virtude da concorrência e do nível baixo das taxas de juro. Convém, no entanto, referir que a existência de uma garantia real não significa ausência de risco, que tem au-mentado.

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Vítor Gomes, economista, lamenta estratégia dos bancos

Existe cegueira na captação de clientes no crédito à habitação

A taxa de endividamento dos portugueses, face ao rendi-mento disponível, situa-se no preocupante patamar de 118% e o crédito malparado já atinge 2,1 mil milhões de euros. A dívida aos bancos, no âmbito do crédito à habita-ção, cifra-se em mais de 81 mil milhões de euros. “Continua a existir a determinação que o crédito à habitação será o produto âncora por todos procurado, na mira de alcançar o virtuoso cross-selling, pana-ceia perseguida pelos agentes financeiros”. Cegueira que Vítor Gomes, economista e profissional da banca, encara com grande preocupação, como fez notar em declara-ções à “Vida Económica”.

Os números são elucidativos sobre a nova postura as-sumida pelos portugueses. É que 78% das famílias têm casa própria, sendo que mais de milhão e meio recorreu ao crédito à habitação. Nos últimos quatro anos, o valor destas dívidas aumentou 40% e cresceu exponencialmente o recurso ao crédito global. Enquanto em 1995 o endi-vidamento das famílias se situava abaixo de 40% do seu rendimento, neste momento ultrapassa-o, colocando os portugueses como os segundos mais endividados da zona euro, depois da Holanda.

Face a este cenário, Vítor Gomes avisa: “É cada vez mais determinante definir qual a postura a adoptar no senti-do de serem tomadas as melhores opções e no momento adequado, enquanto consumidores e futuros mutuários do crédito à habitação. Em primeiro lugar, é indispensável ter a certeza de que se necessita mesmo de comprar um bem imóvel, recorrendo ao crédito. Antes de ser tomada a deci-são, há que não esquecer que os custos não se circunscre-vem à taxa de juro e ao spread. É preciso clarificar, cuida-dosamente, todas as despesas complementares associadas, comparar os custos globais com os rendimentos realmente disponíveis, de forma a aferir a capacidade real para assu-mir mais um custo.”

Por outro lado, é chamada a atenção para o facto de uma evolução previsional em alta das taxas de juro, pelo que

se deverão projectar simulações para patamares de taxa de juro mais elevados, única forma de anteci-par surpresas comprometedoras. “É essen-cial perceber que há regras para cumprir e há um dado objectivo que constitui a base da gestão familiar, o rendimento disponí-vel. Não se pode continuar a trabalhar na teoria das taxas de esforço calculadas com base nos rendimentos brutos e menos ain-da sustentar as decisões de comprar (por parte dos consumidores) e de emprestar (por parte dos bancos) na redutora adi-ção aritmética resultante da intervenção de fiadores. Se se insistir nestes raciocínios enviados, haverá uma visão simplista que

conduzirá ao incumprimento.”

Está-se a alimentar uma ilusão

Vítor Gomes é crítico quanto ao papel da banca: “É in-compreensível que se continue a admitir alimentar a ilusão de que assumir um compromisso tão longo como é o cré-dito à habitação seja resultado de um objectivo comercial desmedido por parte da banca, muitas vezes reduzido a uma relação empréstimo/garantia, esque-cendo o seu papel de árbitro e regulador. Existe uma cegueira, estruturalmente in-consistente, que faz com que nos confron-temos com a necessidade de reinventar produtos, alternativas e até bancos específi-cos que respondam às manifestas situações de dificuldades com as quais as famílias se confrontam.”

Não é por acaso que se aumentam mui-tíssimo os prazos máximos das operações, procurando adequá-los a uma directa rela-ção com um valor de prestação compatível com a capacidade real das famílias para cumprirem regular e atempadamente o serviço da dívida.. “Transformam-se as instituições financiadoras em arrendatários de imóveis,

garantindo uma renda ad eternum e penalizando os inqui-linos com um peso total de juros que supera largamente o que seria racional exigir em empréstimos com estas carac-terísticas.”

É perante este panorama que se introduzem produtos que permitem o diferimento da amortização (total ou parcial), que surgem os processos de consolidação global de dívidas que agregam o crédito à habitação (mal estru-turado de origem), o cartão de crédito (inadequadamen-te atribuído), o cartão de gasolina (entregue apenas para cumprir mais um objectivo do banco) ou o financiamento para aquisição de automóvel (concedido por excesso de fa-cilidade e muitas vezes sobredimensionado).

“São estes novos empréstimos que se transformaram na reinvenção contemporânea dos agentes financiadores, respondendo ao problema de que eles próprios foram o principal agente activo e relativamente ao qual são agora o principal interessado, no sentido de evitarem ou resolve-rem o crescente e angustiante crédito malparado que o sis-tema debita. Assim se requalifica um produto, que deveria ter nascido apenas com objectivos comerciais, no seu ver-dadeiro antídoto, num produto quase estritamente hipo-tecário, sustentado – agora de uma forma descarada – na tal relação empréstimo/garantia que sustentará o conforto

psicológico de uma indesejável execução da dívida. Espero que tenhamos tempo de inverter esta tendência, aprendendo a ser profissionalmente rigorosos, no sentido de escapar ao contágio dessa surda praga de incompetência do sistema.”

De notar que, no primeiro trimestre deste ano, o número total de pedidos de empréstimo bancário aumentou 7,6% e o montante global registou um acréscimo de 13,3%, face a igual período do exercício anterior, num contexto em que os emprés-timos a mais de cinco anos contraídos por

particulares, no mesmo período, ainda aumentaram mais (quase 12%), atingindo o montante de 214,3 milhões de euros.

Contas poupança-habitação e condomínio com taxas reais negativas

As contas poupança-habitação e as contas poupança condomínio são remuneradas com taxas reais negativas. Em média as taxas variam entre os 1,2% do BES e os 2,35% do BPI. Convém, no entanto, referir que esta taxa aplicável no BPI apenas ocorre para montantes elevados. Assim, as vantagens em aplicar capital nestes produtos não são muitas. Principalmente nas contas poupança-habitação em que os bene-fícios fiscais que lhe eram atribuídos acabaram.

Até 2004 as contas poupança-habitação pro-porcionavam um importante benefício fiscal. Com o fim deste benefício, estas contas passa-ram a ser um depósito a prazo a 367 dias em que os montantes depositados apenas são mo-bilizados para construção, beneficiação ou aqui-sição de habitação própria permanente ou para arrendamento. Assim, “enquanto não surgirem novidades sobre este assunto não deverá cons-tituir novas contas poupança-habitação, nem efectuar reforços caso seja detentor de uma”, defende a DECO.

As contas poupança-habitação destinam-se a clientes detentores de casa própria e que preten-dam uma reserva financeira para amortização do empréstimo ou para realização de obras ou para pais ou avós que pretendam constituir uma poupan-ça tendo em vista a aquisição de uma habitação para os descendentes. A mobilização desta conta só é possível um ano após a sua constituição e para os fins previstos na lei. Mesmo com o fim dos benefícios fiscais as condicionantes mantiveram-se.

As contas poupança condomínio destinam-se à consti-

tuição de um fundo de reserva para realização de obras de conservação e de beneficiação nas partes comuns dos prédios em regime de propriedade horizontal. Têm como segmento alvo os condomínios. Estas contas visam a cons-

tituição de uma poupança comum para fazer face a des-pesas previsíveis (manutenção e reparação dos edifícios) e, na maioria dos casos, dá acesso facilitado a crédito para realização de obras e benfeitorias na parte comum do con-domínio.

BÁRBARA [email protected]

Incumprimento na habitação diminui

A taxa de incumprimento no crédito à habitação dimi-nuiu no passado mês de Abril ao atingir os 1,169 mil mi-lhões de euros, de acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal. Este valor é o mais baixo desde Agosto do ano passado. No entanto, representa 54% do total do incumprimento de particulares registado em Portugal.

Apesar desta quebra, o financiamento para habitação é, do total de crédito concedido, o que regista o maior crescimento de malparado ao registar uma evolução de 79 milhões de euros entre Abril deste ano e Abril do ano pas-sado.

Em termos globais, o incumprimento dos particulares ascendia, no mês em causa, a 2,151 mil milhões de euros. Este valor compara com os 2,049 mil milhões de euros registados em Abril do ano passado.

Subida das taxas de juro agravará incumprimento

Esta realidade é preocupante se tivermos presente que tende a agravar-se e “encontra-se directamente relacionada com o nível de taxas de juro praticado no mercado, pelo que é globalmente aceite que a taxas de juro mais altas corresponderá maior nível de incumprimento”, explicou à “Vida Económica” fonte do Millennium bcp.

Para combater os casos de incumprimento, os bancos tentam encontrar soluções com os clientes para resolver estas situações.

Os bancos actuam ao nível da reformulação do prazo do crédito concedido (até aos 40 anos de prazo ou aos 75 anos de idade do mutuário), de modo a diminuir o montante da prestação e adequá-lo às possibilidades de pagamento do cliente.

sexta-feira, 07 Julho de 2006 CRÉDITO À HABITAÇÃO02

Os custos no crédito

à habitação não se circunscrevem

ao “spread” e à taxa de juro

O crédito malparado

já se cifra em cerca de 2,1 mil milhões

de euros

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dual permite manter prestações reduzidas ao longo de todo o empréstimo; e a Taxa Variável tem prestações constantes que se alteram em função da taxa de juro do mercado.

O Barclays e o Santander Tot-ta permitem o alargamento do prazo até 50 anos e o BPI até 45 anos.

BPI consegue ser o mais competitivo

Convém, contudo, salientar que a prestação mais baixa não significa que o crédito vai ficar mais barato, pois são vários os pormenores introduzidos pe-los bancos que raramente são apercebidos pelos clientes. O arredondamento da taxa é um deles. O Barclays e o Santander Totta fazem o arredondamen-to ao ¼ superior, o que impli-ca um agravamento na taxa de 0,25 pontos percentuais. O BPI faz o arredondamento para o oitavo de ponto percentual su-perior, o que implica um agra-vamento médio de 0,125%.

BÁRBARA [email protected]

Barclays, BPI e Santander Totta têm os “spreads” mais baixos

Banca explora novas modalidades de crédito à habitação

Crédito para compra de segun-da habitação, para troca de casa, para estrangeiros residentes em Portugal e para não residentes são as novas modalidades de crédito à habitação. A diversificação da oferta de crédito é a nova aposta da banca. Portugal é um dos paí-ses da Europa com o maior índice “per capita” de habitação própria. Assim, há que procurar nichos de mercado para que a procura não diminua.

E, de facto, tal está a acon-tecer. “Nos últimos anos, te-mos assistido a um aumento na procura de financiamento para compra de segunda habitação. As principais razões deste cres-cimento são o aparecimento de melhores soluções de finan-ciamento: empréstimos com prazo de pagamento alargado, carência de amortização de ca-pital durante um determinado período de tempo; a descida das taxas de juro e o crescimento da economia e confiança dos consumidores que se verificou sobretudo até 2003”, explicou à Vida Económica fonte do Mil-

lennium bcp. O mesmo aumento tem-se

verificado no mercado de tro-ca de habitação. “Em 2002, o Millennium bcp foi o primeiro banco a apresentar ao mercado uma solução de financiamento inovadora para troca de casa, com pagamento só de juros, nos empréstimos da casa antiga e casa nova, por um prazo até três anos. Desde essa data conquis-támos uma fatia substancial de negócio e consolidámos a nossa posição neste segmento”, acres-centa a mesma fonte.

Quase todos os bancos dis-ponibilizam estes produtos. No

Crédito para compra de segunda habitação e para troca de casa são cada vez mais procurados

A luta pela melhor oferta de crédito habitação há muito que está instalada. Os “spreads” co-meçaram a baixar e o mínimo atingido foi 0,29%. O Barclays foi o primeiro a oferecer a taxa mais baixa do mercado. Seguiu-se o Santander Totta e, por fim, o BPI.

No entanto, são várias as condições impostas pelos ban-cos para que um cliente possa usufruir desta taxa.

No caso do Barclays, este “spread” apenas é aplicável a financiamentos iguais ou su-periores a 200 mil euros e a clientes que apresentem uma relação financiamento/garantia igual ou inferior a 80%. No Santander Totta, este “spread” também é aplicável a financia-mentos iguais ou superiores a 200 mil euros, mas destina-se a clientes que apresentem uma relação financiamento/garantia igual ou inferior a 60%. No BPI, o “spread” mínimo apenas é conseguido para financiamen-tos superiores a 150 mil euros e para uma relação financiamen-to/garantia igual ou inferior a 60%.

Em relação à taxa, os ban-

cos oferecem aos seus clientes diversas opções de Taxa Variá-vel e Taxa Fixa para que, deste modo, possam escolher a solu-ção que melhor se adapte à evo-lução da sua vida e à forma de pagamento que mais lhes con-vém. Dentro da Taxa Variável, os clientes podem escolher vá-rias modalidades. As Prestações Mistas adaptam-se à melhoria dos rendimentos nos primeiros anos e não ocorrem aumentos

significativos na transição de prestações crescentes para pres-tações constantes; nas Presta-ções Fixas não se altera o valor da prestação mesmo que a taxa de mercado varie; o Valor Resi-

crédito para compra de segunda habitação, a oferta e “pricing” é, na maioria dos casos, igual à oferta praticada para Aquisição de Habitação Própria Perma-nente.

O crédito para troca de habi-tação, permite ao cliente atenu-ar as prestações do empréstimo já em curso, mediante um perí-odo de carência máximo de 36 meses.Normalmente os finan-ciamentos nunca são pela totali-dade do valor da habitação. No entanto, no caso do Santander Totta, os financiamentos são até 110% do valor de avaliação da casa nova e a carência de capital é até 24 meses.

O crédito para estrangeiros re-sidentes em Portugal e para não residentes não tem uma oferta específica, pois é exactamente a mesma que é disponibilizada aos clientes nacionais. No entanto, estes clientes são alvo de análise e, em função do envolvimento com o banco, podem usufruir de melhores condições.

BÁRBARA [email protected]

CRÉDITO À HABITAÇÃO 03sexta-feira, 07 Julho de 2006

O arredondamento da taxa ao 1/8 superior é o mais competitivo

Fonte: Bancos

SPREAD APLICADO NO CRÉDITO HABITAÇÃO É CADA VEZ MAIS BAIXO

TAXA EURIBORSantander Totta + 0,29%

Barclays + 0,29% a 1%BPI + 0,29% a 1,5%BES + 0,33% a 2,1%BBVA + 0,35% a 1,25%

MG + 0,4% a 1,7%

CGD + 0,5% a 1,5%

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Crédito à habitação por internet é o mais competitivoCaixa Galicia é a eleita pela DECO

O “mediador imobiliário” é a “loja do cidadão” para a compra de casa

O Mediador Imobiliário, tantas vezes conotado no passado com actividades difusas, é não só um pilar da economia de qualquer país como também um im-portante prestador de serviços para os cidadãos. No contexto actual, existe uma tendência de concentração de actividades e serviços num mesmo ponto de venda (como é demonstrado pela criação das Lo-jas do Cidadão) e a mediação imobiliária não está alheia a essa tendência. É cada vez mais frequente encontrar mediadores imo-biliários que, para além de estudarem as necessidades dos clientes para lhes propor a solução mais adequada, efectuam tam-bém estudos de viabilidade financeira para a concessão do crédito, propõem serviços de reparações, assistência ao domicílio, mudanças, e outros serviços relacionados com a habitação.

No que diz respeito ao crédito à habi-tação, a União de Créditos Imobiliários (UCI) foi a primeira entidade a operar em Portugal com uma dedicação exclusiva ao crédito à habitação e a disponibilizar os seus produtos exclusivamente através de mediadores imobiliários. Resultando de uma “joint-venture” entre o Grupo San-tander e o Grupo BNP Paribas, dois dos grupos financeiros de referência na Euro-pa, a UCI contribuiu decisivamente para a abertura de uma nova área de prestação de serviços para os mediadores. Hoje em dia, essa inovação da UCI é comprovada

por números impressionantes acerca da importância dos mediadores imobiliários no crédito à habitação.

Aproximadamente, um em cada cinco portugueses faz crédito à habitação através de mediadoras imobiliárias. Facilidade, comodidade e rapidez são as principais vantagens.

Num estudo realizado recentemente pela UCI sobre a compra de casa em Por-tugal ficou demonstrado que, apesar de a regra para o financiamento imobiliário ser ainda a procura directa no banco de que se é cliente, cerca de 20% do total de inquiridos referiram ter feito o crédito à habitação com ajuda do mediador imobi-liário. Este valor é, no entanto, bem mais significativo se tivermos em conta apenas os clientes que efectivamente realizam a compra de casa através de mediadores imobiliários. Neste segmento de mercado, a percentagem de clientes que disseram ter realizado o crédito no mediador imobiliá-rio chega a 80%.

O mesmo estudo realizado pela UCI re-vela que a possibilidade de ter o financia-mento para a compra de casa na mediado-ra é vista como mais fácil do que recorrer directamente a uma instituição bancária. Para 26% dos inquiridos no estudo da UCI, ter o crédito no momento em que se escolhe a casa é também mais cómodo e mais rápido do que ir ao banco.

Mediação imobiliária em Portugal com condições únicas para fazer crescer a eco-nomia e desempenhar um papel social.

Uma articulação efectiva entre a media-ção imobiliária e o sector financeiro é, des-de logo, um importante factor de dinami-zação da economia e de fortalecimento da sua função social. Ao sensibilizar o sistema financeiro para as necessidades dos clientes e solicitar às instituições uma postura permanente de inovação ao nível dos produtos, a mediação imo-biliária promove a exce-lência no sector e cumpre uma importante função de responsabilidade social. Em Portugal, esta articu-lação tem funcionado de forma especialmente po-sitiva muito pelo facto de a mediação imobiliária no nosso país beneficiar neste momento de um associativismo activo, re-presentativo e empenhado na profissionali-zação do sector e na melhoria da formação e competência dos mediadores imobiliá-rios. Esta condição faz com que a mediação imobiliária em Portugal tenha característi-cas únicas no panorama europeu e justifica o relevo desta actividade para dinamizar o crédito à habitação.

UCI é parceira da mediação imobiliária do futuro

Devido à sua dimensão internacional, a UCI acompanha a realidade da media-ção imobiliária na Europa, praticando o

mesmo conceito de negócio em Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Bélgica, Holanda e Noruega. Em todos os países em que actua, a UCI apoia a mediação imobiliária a vários níveis e é Patrocina-dor Oficial da Associação dos Profissionais

e Empresas da Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) até 2008. Deste patrocínio têm resultado iniciativas rele-vantes, como o desenvol-vimento de uma agenda única para o sector da mediação imobiliária, a organização de eventos para o sector e o desen-volvimento de estudos que permitem conhecer melhor a realidade e pro-

mover a adaptação dos mediadores imobi-liários a novas exigências.

A UCI reconhece como tendência de futuro para a mediação imobiliária a cria-ção de um ambiente menos burocrático e no qual as novas tecnologias de infor-mação desempenham um papel mais cen-tral. Os clientes utilizam cada vez mais a internet para seleccionar imóveis e o mediador imobiliário será reforçado no seu papel de conselheiro. É com esta vi-são que a UCI trabalha diariamente com os mediadores imobiliários para reforçar cada vez mais o seu papel como fornece-dores de soluções globais que incluem a casa e o seu financiamento.

Pedir um crédito à habitação por Internet é a solução mais barata para os consumidores. De acordo com a DECO, é através deste ca-nal que os bancos conseguem pra-ticar os melhores preços. De facto, a Banca Online beneficia de uma poupança que é revertida para o cliente final e que está associada aos menores custos de estrutura, devido à automatização das etapas de validação dos processos, o que se traduz em ganhos de eficiência em termos de nível de serviço.

O ON 0,45 da Caixa Galicia é um crédito exclusivamente on-line e, de acordo com a DECO, é o melhor do mercado. A explicação para esta eleição deve-se “ às con-dições aplicáveis em todos os crédi-tos, independentemente da relação Financiamento/Garantia; à não obrigatoriedade de contratação de outros produtos para obtenção das condições standard; a inexistência de arredondamento de taxa; à co-missão de amortização e liquidação antecipada que é a mais baixa do mercado; e à oferta ao cliente do serviço de documentação relacio-nado com os registos, escritura, IMT”, explicou à “Vida Económi-ca” João Pedro Pimenta, director da Caixa Galicia para a Europa.

O “spread” associado a este cré-dito é 0,45%. O facto é que no mercado há bancos a oferecer taxas mais baixas. No entanto, e de acor-do com estudos recentes efectuados por organizações independentes, os “spreads” mais baixos estão condi-cionados a uma série de exigências, como: reduzida percentagem de Financiamento/Garantia, inaces-

sível à maioria dos portugueses; obrigatoriedade de contratação de outros produtos ou serviços; limitações na taxa de esforço com valores também reduzidos; taxas com arredondamentos, alguns dos quais sendo 1/4 superior; aplicação de comissões mensais de gestão; e liquidações anteci-padas fortemente penalizadoras. No caso da Caixa Galicia “estas penalizações não ocorrem. Para além de um crédito mais barato os clientes usufruem também de várias outras vantagens”. Para João Pedro Pimenta, “quem contrata o crédito pela Internet tem obtenção imediata de excelentes condições; flexibilidade de tramitação; poupança de tempo e custos com o tratamento da docu-mentação inerente à formalização da operação; e possibilidade de tra-tamento do processo à distância”.

No entanto, há quem levante o problema da segurança dos dados. Para este responsável, essa questão não se coloca. “Os dados ficam na posse da Caixa Galicia, e só são utilizados para outras acções caso o cliente assim o autorize. A recep-ção destes dados foi devidamente autorizada pela CNPD (Comissão Nacional de Protecção de Dados)”, explica.

A procura de crédito através des-te canal parece estar a aumentar. No caso da Caixa Galícia, “a recep-tividade tem sido muito positiva. Da nossa actual carteira de crédito à habitação cerca de 80% foi soli-citado pela Internet”, refere João Pedro Pimenta.

BÁRBARA [email protected]

Um em cada cinco portugueses faz crédito à habitação através de mediadoras imobiliárias.

O papel dos mediadores imobiliários no crédito à habitação

ANABEL DEL BARCO

Directora Geral da União de Créditos Imobiliários (UCI)

sexta-feira, 07 Julho de 2006 CRÉDITO À HABITAÇÃO04

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Susana Monteiro, Presidente da Parceiros de Comunicação

Diversificação do leque de clientes

O ano de 2005 foi certamente um ano de crescimento para a agência Par-ceiros de Comunicação, que ganhou algumas novas contas, como Montepio Geral, Weetabix, Simmons & Simmons Rebelo de Sousa, Esay Golf Manage-ment e José Maria da Fonseca.

A Parceiros de Comunicação desen-volveu também para a Bayer uma ino-vadora estratégia de comunicação, que envolveu a rádio e a televisão, com a campanha sobre a disfunção eréctil, conseguindo contornar a limitação le-gal da referência publicitária direc-ta do fármaco. Nicolau Breyner foi o “embaixador” desta campanha que se prolonga durante 2006 com a peça de teatro “O efeito laranja”.

A Parceiros de Comunicação renovou o contrato para a conta de comunica-ção institucional e gestão de crise da British Airways.

Para além destes clientes, a agência desenvolveu trabalhos pro-bono para alguns clientes, como é o caso da Pla-net Finance Portugal, uma organização internacional sem fins lucrativos e que se dedica à redução da pobreza.

MasterCard Inc. (NYSE:MA) anuncia que a sua principal entidade operacional, MasterCard International, vai introdu-zir uma nova designação institucional, MasterCard Worldwide. A Companhia revela também uma nova assinatura ins-titucional e adopta um novo slogan ins-titucional, The Heart of Commerce™, no sentido de reflectir a estrutura inte-grada global da companhia e a sua visão estratégica na promoção do comércio em todo o Mundo.

“A MasterCard está a fortalecer o co-ração do comércio, permitindo transac-ções globais e tornando os processos de pagamento mais rápidos, mais seguros e mais valiosos para todos os envolvidos no processo,” declarou CEO da Mas-terCard, Lawrence Flanagan. “A nova marca institucional representa melhor a estrutura integrada a nível global que a MasterCard apresenta no sentido de conferir valor acrescentado aos nossos clientes, comerciantes, consumidores e

accionistas.” “O lançamento da nova identidade

institucional surge na sequência de uma extensa análise da marca MasterCard e do valor que representa” considerou Flanagan. “Observando as for-ças competitivas únicas da Compa-nhia, reconhecemos que a MasterCard Worldwide é líder na promoção de parcerias e do comércio em todo o Mundo. De-senvolvemos uma nova marca insti-tucional para reflectir a força da companhia nestas áreas, assim como o papel de liderança da MasterCard na definição do campo de

MasterCard cria nova marcaacção do sector”.

O novo posicionamento institucional irá constituir uma plataforma buiness-

to-business unificadora, e conduzir a uma eficiência global na

forma como a Master-Card Worldwide se relaciona com clien-tes, comerciantes e accionistas, através de todos os canais de comunicação. Os três círculos do

novo logotipo, construí-dos a partir dos familia-res círculos vermelho e amarelo in-

terligados da marca MasterCard, reflectem a singula-

ridade da Companhia incluindo três facetas no seu modelo de

sexta-feira, 07 Julho de 2006 31MARKETING, MARCAS E PUBLICIDADE

Modelo Continente abre novas lojas

Lousada vai passar a contar, a partir de amanhã, dia 29 de Junho, com um hiper-mercado Modelo (79.ª), uma loja Worten (84.ª) e uma loja Mo-dalfa (67.ª), situados na nova galeria comer-cial da Modelo Conti-nente, que representou um investimento su-perior a 6 milhões de euros.

Situado no Lugar das Arcas, Freguesia de Cristelos, este novo espaço tem uma área total de cerca 2 350m2 (1 500 m2 no hi-permercado Modelo, 450 m2 na Worten e 400 m2 na Modalfa) e vai criar cerca de 90 novos postos de trabalho.

negócio, como franchisadora, processa-dora e consultora.

Além da marca MasterCard, que apa-rece nos cartões de crédito, débito e pré-pagos da MasterCard, outras submarcas incluem a Maestro ®, a marca global de débito com PIN, a Cirrus®, a marca para as caixas automáticas, e a MasterCard Advisors. As submarcas não irão mudar e a MasterCard Worldwide irá continuar a suportá-las como parte de uma forte fa-mília de marcas.

“Tivemos um grande sucesso na promoção de marcas que beneficiam de um reconheci-mento global único e que nos representaram bem perante milhões de consumidores em todo o Mundo”, considerou Flanagan. “Va-mos colocar este mesmo nível de experiência como suporte à nova marca institucional, a qual será parte de uma plataforma integrada global que inclui as actuais marcas Master-Card”.

VIRGÍLIO [email protected]

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Danone privilegia produção nacionalO projecto que a Danone Portu-

gal lançou em Junho do ano pas-sado – produção de iogurtes com pedaços de fruta com Denomina-

ção de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) – permitiu que os fruticul-tores nacionais tenham já escoado para a fábrica de iogurtes da mar-ca mais de 500 toneladas de fruta qualificada. Até ao fim de 2006 a Danone espera absorver mais 300

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Moda infantil portuguesa marca presença na Feira de Valência

A Anivec/APIV - Associação Nacional das Indústrias de Ves-tuário e Confecção, em parceria com o Icep Portugal, promoveu a presença de 24 marcas de moda infantil portuguesa na 63ª edição da FIMI (Feira Internacional de Moda Infantil de Valência). Nesta edição, onde se realizou diaria-mente um desfile da moda infantil de Portugal no espaço Children’s Fashion from Portugal, intitulado “Festa de Final de curso”, as mar-cas portuguesas de vestuário in-fantil puderam apresentar as suas colecções Primavera/ Verão 2007.

Os desfiles de moda decorrerão duas vezes ao dia, dando a conhe-cer aos diferentes públicos presen-tes na feira (retalhistas e imprensa, espanhóis e de outros países), uma imagem forte da moda infantil portuguesa que se destaca pelo seu design, criatividade e inovação.

O espaço Children’s Fashion from Portugal deu ainda a conhe-cer aos visitantes o site de pro-moção internacional (www.chil-drensfashionfromportugal.com), lançado pela Anivec/APIV duran-te o ano de 2005 por estímulo das empresas e que funciona como uma montra permanente das marcas portuguesas, bem como das iniciativas internacionais de promoção das mesmas.

As 24 marcas presentes nesta 63ª edição da FIMI representam diversos segmentos: Abobrinha, Alfazema, Atlanta Mocassin, Bel-miro, Natro, Cenoura, Dr. Kid, F. S. Confecções, Guilanda, Pa-cocalvari, Gui-Babies, Gui-Kids, Laranjinha, Makao, Ana Claudia by Maria Alegria, Natura Pura, Noiva, Nortada, Play Up, Ponto por Ponto, Valentina, Valti, We-doble e Xarito’s.

Aprofundou-se a aposta na imagem e na comunicação de cada uma das marcas portugue-sas, estando no entanto todas elas ligadas através da marca de identi-dade sectorial Children’s Fashion from Portugal.

Vinho verde à conquista da Suíça

O vinho verde parte à con-quista do mercado suíço. A ac-ção de degustação realiza-se nos dias 26 e 27 e Junho, em Zuri-que e em Genebra.

Este é um mercado onde está concentrado um dos maiores núcleos de emigrantes portu-gueses, fora da União Europeia, possui um grande poder de compra e é um dos quinze mais significativos em termos de vo-lume de exportações para a Re-gião dos Vinhos Verdes. Razões que justificam o investimento, de cerca de 42 mil euros, da CVRVV, porque pretende ex-plorar as potencialidades do mercado, em expansão, e con-quistar o paladar suíço.

As exportações de vinho ver-de sofreram um aumento de 27,5%, de 2004 para 2005, de 206 430 litros para 263 254 li-tros.

sexta-feira, 07 Julho de 2006MARCAS, MARKETING E PUBLICIDADE32

toneladas de fruta, mel e nozes de produção qualificada nacional. Além disso, o projecto estende-se agora à Amêndoa Douro (DOP)

e a um campo de férias “Puro Por-tugal”, de promo-ção das tradições nacionais. O envolvimento da Danone com pro-dutores nacionais não se resume à fruta, já que a empresa trabalha com 36 produ-tores de leite, das regiões da Beira Interior, Ribatejo, Oeste e Alentejo,

aos quais compra cerca de 50 mi-lhões de litros de leite/ano.

Há 16 anos no País, a Danone Portugal é a empresa líder nacio-nal no mercado dos iogurtes, de-tendo 40,8% de quota de merca-do e um volume de negócios de 181 milhões de Euros.

Tem sede e fábrica em Caste-lo Branco, com autonomia para decisão local. A fábrica ocupa 27.500 m2, dos quais 8600 são área coberta. Emprega 186 traba-lhadores e produz 95 referências de produto. A produção total é superior a 50 mil toneladas por ano, ou seja, um terço de todo o iogurte comercializado em Por-tugal e 75% dos iogurtes que a Danone comercializa no merca-do nacional.

Campanha dirigida às crianças

Aumentar o grau de envolvi-mento entre o consumidor e a marca, dando vida ao lema “o melhor do que é nosso” e pro-movendo o “regresso às origens”. Este é um dos objectivos esta-belecidos pela Danone Portugal para este ano.

A Danone lança assim uma campanha de marketing rela-cional, que passa pela organiza-

ção de um campo de férias para crianças entre os 9 e os 14 anos, com um vasto programa de ac-tividades lúdicas e didácticas. Durante uma semana, os parti-cipantes do “Puro Portugal” vão aprender fazendo. No campo de férias “Puro Portugal”, os mais novos vão descobrir os segredos da azulejaria, jogos tradicionais, passeios campestres, cozinha, fa-brico de pão, vitral e vidro, jogos tradicionais, provérbios, tanoaria e latoaria. Tudo se irá passar em pleno campo, na zona da Bata-lha.

Mais do que dirigir-se exclu-sivamente às crianças, a Danone pretende, com esta iniciativa, envolver também as famílias e as escolas, ao convocar todos este “agentes” da sociedade para a valorização das tradições, na pro-moção das artes e ofícios popu-lares e na ocupação construtiva e didáctica dos tempos livres.

VIRGÍLIO [email protected]

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Euribor 6m (Fecho) (05/07) 3.2460Var. Abs. Semana 0.0050 Var. Abs. 2006 0.6090Euribor 3m (Fecho) (05/07) 3.0600Var. Abs. Semana -0.0010Var. Abs. 2006 0.5720Euribor 1Y (Fecho) (05/07) 3.5320Var. Abs. Semana 0.0110Var. Abs. 2006 0.6880

Eurodólar (Fecho) (05/07) 1.2794Var. Semana 1.78%Var. 2006 8.45%

Euro Libra (Fecho) (05/07) 0.6937Var. Semana 0.49%Var. 2006 1.23%

Euro Iene (Fecho) (05/07) 146.74Var. Semana 0.42%Var. 2006 5.64%

PSI 20 (Fecho) (05/07) 9470.65Var. Semana 0.55% Var. 2006 10.39%

Dow Jones (Fecho) (05/07) 11144.62Var. Semana 2.01% Var. 2006 3.99%Nasdaq (Fecho) (05/07) 1554.38 Var. Semana 1.79% Var. 2006 -5.52%Ibex (Fecho) (05/07 11521.2Var. Semana 2.97%Var. 2006 7.33%Dax (Fecho) (05/07) 5625.63Var. Semana 3.06%Var. 2006 4.02%CAC40 (Fecho) (05/07) 4921.3Var. Semana 3.09%Var. 2006 4.23%

MercadosEDP:

+14,6%desde o início

do ano

PT VALORIZA:

+19,88%desde o início

do ano

Millennium bcp relança crédito habitação

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CÂMBIALEURODÓLAR

MONETÁRIOEURIBOR 6M

Petróleo (Brent) (05/07) 73.46Var. Semana 1.82%Var. 2006 25.14%Ouro (Fecho) (05/07) 623.60Var. Semana 1.80%Var. 2006 20.57%Algodão (Fecho) (05/07) 55.2Var. Semana 1.01% Var. 2006 -3.75%

MERCADORIASPETRÓLEO

4% SUPERDEPÓSITO MÁXIMA REMUNERAÇÃO A PRAZO (NOVOS CLIENTES)

TAE DA EURIBOR A 3 MESES PARA O MONTANTE REMANESCENTE E RENOVAÇÕES. PODE SER ALTERADA EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES DE MERCADO.

1.2500

1.2550

1.2600

1.2650

1.2700

1.2750

1.2800

1.2850

29-06 30-06 3-07 4-07 5-07

3.23

3.24

3.25

3.26

29-06 30-06 3-07 4-07 5-07

73.00

73.20

73.40

73.60

73.80

74.00

74.20

74.40

74.60

29-06 30-06 3-07 4-07 5-07

ÍNDICESPSI

9,425

9,450

9,475

9,500

9,525

9,550

29-06 30-06 3-07 4-07 5-07

Entretitulo

sexta-feira, 07 Julho de 2006 33

A Montepio Geral Gestão de Activos é uma sociedade gestora em crescimento que gere, neste momento, uma carteira de 415,3 milhões de euros. Este valor com-para com os 366,5 milhões de euros de carteira em 31 de De-zembro de 2005, o que revela um crescimento de 14%, em cerca de seis meses. No total, esta socieda-de gestora gere 14 fundos de in-vestimento mobiliário.

Em termos de dimensão, desta-ca-se o MG Tesouraria, que com um total de activos de 276,0, mi-lhões de euros representa 66,5% do total gerido pela sociedade. Por outro lado, a família de fundos de fundos multigestão representa já, em conjunto, 12,4% do total sob gestão (ou seja, 51,6 milhões de euros). Por fim, o grupo dos fun-dos de acções (MG Acções, MG Acções Europa, MG Euro Telcos e MG Euro Utilities), que, em conjunto, totalizam 64,1 milhões de euros, ou seja, 15,4% do total de activos sob gestão.

Atendendo à dimensão dos fun-dos, pode-se afirmar que o MG Tesouraria é o mais procurado. Também em número de partici-pantes este fundo se destaca, com quase 18 mil participantes.

Diversificação de portfólio é o segredo dos FIM

“Os fundos de investimento têm vindo a constituir, cada vez mais, a opção adequada para um investi-dor aceder a um conjunto diverso de mercados, activos e instrumen-tos, em condições interessantes (ao nível da liquidez, dos montan-tes minimos de investimento ne-cessário e da gestão desses inves-timentos), permitindo uma maior e mais adequada diversificação do respectivo património”, defende José António Gonçalves, director de Investimentos da MG Gestão de Activos Financeiros.

Assim, pese embora o desempe-nho recente dos mercados ter sido menos bom, “julgamos que o mer-cado de fundos de investimento mobiliário continua a revelar-se

interessante, e continuará a atrair investidores em busca de diversi-ficação para os seus portfólios, de um serviço profissional e da am-plitude e abrangência da oferta disponível”, acrescenta.

Rendibilidades reflectem mau momento dos mercados

No entanto, o mercado de FIM está também a sofrer o

mau momento vivido nos mer-cados financeiros. De acordo com o balanço de José Antó-nio Gonçalves, “o desempenho da generalidade dos mercados, no decurso de 2006, tem sido inferior ao do passado recente, nomeadamente de 2005. Com efeito, o mercado accionista eu-ropeu (medido pelo desempe-nho do EuroStoxx 50, até 15 de Junho) registou uma desvalori-zação de 2,4%, em linha com

os desempenhos dos mercados mais importantes (apenas o mercado norte-americano, que registou uma subida de 0,6%, constituiu uma excepção, dado que o mercado japonês registou uma descida de 10,2% neste pe-ríodo). Por outro lado, a subida das taxas de juro registada desde início do ano provocou desem-penhos negativos dos mercados obrigacionistas europeus (com o respectivo índice a registar uma desvalorização de 2,3%). Além disso, este desempenho, nomeadamente nos mercados accionistas, concentrou-se mui-to nas últimas seis semanas, in-vertendo um comportamento positivo dos mercados que se havia registado até então. Pela positiva destacou-se o mercado accionista nacional (com uma subida de 8,0% desde o início do ano), com um desempenho impulsionado pelos movimen-tos de concentração anunciados (OPA do BCP sobre o BPI e da Sonae sobre a PT)”.

Fundos de acções são os melhores

O grupo dos fundos de ac-ções: MG Acções, MG Acções Europa, MG Euro Telcos e MG Euro Utilities é o que apresenta melhores rentabilidades. O MG Euro Utilities regista, nos últi-mos doze meses uma valorização de 22,84%, segue-se o MG Ac-ções, com 21,92%, e o MG Ac-ções Europa, com 16,61%.

A família de fundos de fundos multigestão tem registado tam-bém uma boa performance com destaque para o multigestão Di-nâmica que regista uma rentabi-lidade, nos últimos 12 meses, de 16,69%.

Os restantes fundos, pelos mercados em que investem, têm rentabilidades bem mais discre-tas, a variarem entre os 1,06% do MG Renda Mensal e os 1,29% do MG Tesouraria.

BÁRBARA [email protected]

Montepio Geral cresce 14% na gestão de activos

MG UTILITIES LIDERAM RENTABILIDADES NO SÚLKTIMOS 12 MESESOs quatro melhores fundos do Montepio Geral têm fundos na sua composição - Valores em percentagem

MG Euro Utilities MG Acções MG Acções Europa Multi Gestão Dinâmica

0

5

10

15

20

2522.84

21.92

16.61 16.69

Fonte: Banco

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www.bb.com.brO Banco do Brasil em Portugal apresenta-se como um banco para emigrantes e de “ponte” para a ligação luso-brasileira, ao apresentar soluções sob medida para os seus clientes, sendo o banco de relacionamento dos brasileiros residentes em Portugal e dos portugueses com vínculo com o Brasil.

Nesse sentido, no site do banco encontra-se informação actualizada sobre os mais adequados serviços e produtos bancários, pontos de atendimento e como entrar em contacto com o banco.Com importante conhecimento do mercado local, o Banco do Brasil está apto a realizar operações internacionais vocacionadas para as relações comerciais entre Brasil e Portugal e a fornecer assessoria qualificada para o comércio bilateral. Um bom exemplo disso mesmo é o produto direccionado para os particulares denominado “Poupança Ouro Portugal”, especialmente direccionado para quem reside e trabalha em Portugal e tem planos de formar uma reserva financeira para o futuro, montar o seu próprio negócio, adquirir a casa própria ou com-prar um carro.O site do Banco do Brasil funciona como portal de entrada para os clientes particulares e empresas do universo do Banco do Brasil. O site em referência é o “e-banking” aglutinador do Banco do Brasil que, a partir de uma raiz comum, permite aos utilizadores entrar em duas dimensões distintas. Nesse portal aglutinador os utilizadores têm acesso à informação, comercial e financeira vária, útil para a natureza de particular e de entidade colectiva. No capítulo do apoio às empresas, destaque-se a oferta sofisticada de produtos, como é exemplo o clássico empréstimo garantido por “pledge agreement – cash collateral”, que permite ampla customização de prazos, taxas e condições de pagamento. É uma estratégica ferramenta financeira para a gestão do fluxo de caixa da empresa. Dada a ampla flexibilidade que proporciona, esta modalidade de financiamento é passível de ser utilizada como “bridge-loan” e também como capital de giro associado a investimentos, de curto e longo prazos. Nota importante, a operação pode ser contratada em euros ou em dólares norte-americanos.

NET.INVESTIDORPUB

Criado maior fundo europeu de aquisições

Foi criado o maior fundo europeu de aquisições, de-pois de o grupo londrino

Permira ter anunciado ao merca-do que deverá reunir cerca de 11 mil milhões de euros para levar a cabo investimentos. Segundo os seus responsáveis, a activida-de do fundo vai estar orientado para operações de grande di-mensão e complexas nos merca-dos europeu, norte-americano e nipónico.

Os analistas consideram que o grupo britânico é muito promis-sor. É mesmo encarada como um dos melhores fundos europeus de “buyout”, tendo em conta o seu passado consistente e várias operações de vulto durante um período de tempo bastante am-plo. Basta notar que, desde a sua criação, em 1990, até ao ano pas-sado, o retorno dos investimentos

da Permira tem sido, em média, na ordem dos 30% ao ano. O que significou, desde então, a distribuição de mais de seis mil milhões de euros aos respectivos investidores.

Por outro lado, é de referir que o fundo da Permira já está muito acima do seu mais direc-to concorrente, detido pela Cin-ven, este com 6,5 mil milhões de euros. Aliás, a Permira está ao nível da Bla-ckstone e da Texas Pacific dos Estados Unidos. Ambas estão, neste momento, a tentar garan-tir mais de 11 mil milhões de euros no sentido da aquisição de

A rendibilidade dos fundos de pensões, em Junho, cifrou-se em 0,1%. “A performance marginal-mente positiva deveu-se ao facto de os ganhos nas acções terem sido superiores à desvaloriza-ção da classe obrigacionista”, de acordo com a Mercer Investment Consulting.

De facto, no mês em análise, a quebra nas obrigações foi de 0,1%, enquanto as acções apre-sentaram um comportamento positivo de 0,6%, com especial destaque para a classe das acções europeias (0,8%). Em Portugal, o mercado accionista inverteu a valorização negativa de Maio, com o índice PSI-20 a valorizar 1,1% em Junho, sobretudo devi-do às expectativas para o segundo trimestre, com a possibilidade de privatizações e a eventual entrada de novas empresas nacionais em bolsa. Por sua vez, o mercado ac-

participações de empresas para posterior venda e obtenção de mais-valias.

É curioso verificar que o Wa-shington Investment Board injec-tou 100 milhões de euros na Pre-

mira, um sinal claro que se tra-ta de um fundo promissor. Esta entidade tem sob gestão perto de 55 mil milhões de euros de fun-dos de pensões e outros fundos estatais.

Num momen-to em que os

pçrocessos de concentração es-tão na ordem do dia, este tipo de fundos têm perspectivas muito positivas para gerarem mais-valias para os investidores.

Acções europeias “salvam” fundos de pensões

cionista europeu valorizou 0,8% em Junho (depois de uma quebra de 0,5% em Maio). “Tal deveu-se, essencialmente, à tendência de recuperação económica sustenta-da na Europa, como revelam os índices de confiança e industriais europeus.”

Entretanto, o mercado ac-cionista dos Estados Unidos reflectiu o abrandamento do crescimento económico. “Esse abrandamento ficou a dever-se, em especial, ao desfasamento do efeito das decisões de políti-ca monetária – aumento das ta-xas de juro nos meses anteriores – ao arrefecimento do mercado imobiliário e aos elevados preços energéticos. Em resultado destes factos e da queda das margens de lucro das empresas, a performan-ce bolsista valorizou em apenas 0,1% no mês passado”, conclui aquela consultora.

sexta-feira, 07 Julho de 2006MERCADOS34

A Premira tem em carteira 11 mil milhões de euros para compra de participações.

Pedidos para:

Vida Económica – R. Gonçalo Cristóvão, 111 – 6º esq. • 4049-037 PORTO • Tel. 22 339 94 00 – Fax 22 205 80 98

E-mail encomendas: [email protected]

Título: Direito Tributário - Colectânea de Legislação

Autor: Joaquim Fernando Ricardo

Págs: cerca de 1400 (17,5 x 25 cm)

Vantagem Assinante: 38 A Preço: 43 A

Título: Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas

- Anotado

Autor: A. Raposo Subtil, Luís M. Martins, Maria J. Esteves,

Matos Esteves

Págs: 599 (15,5 x 23 cm) Preço: 16 A

Título: O Novo Regime do Arrendamento Urbano - Anotado

Autores: Manteigas Martins, A. Raposo Subtil e Luís Filipe

Carvalho - Advogados

Págs.: 187 (15,5 x 23 cm) Preço: 14 A

Título: Direito Europeu das Sociedades - Colectânea

de Legislação

Autores: Rui Pinto Duarte e M. Jorge C. Castela

Págs.: 677 (15,5 x 23 cm) Preço: 18 A

Título: Direito Fiscal Europeu - Colectânea de Legislação

Autor: Ricardo Rodrigues Pereira

Tomo I - Págs: 277 (15,5 x 23 cm) Preço: 14 A

Tomo II - Págs: 707 (15,5 x 23 cm) Preço: 18 A

Título: Condomínios - A lei e a prática - 5ª edição

Autor: António Vilar e Associados - Gabinete de Advogados

Coordenação: Maria dos Anjos Guerra

Págs: 282 (15,5 x 23 cm) Preço: 12 A

Edições a não perder

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No quarto trimestre de 2005, os valores das importações e das ex-portações de bens e serviços tive-

ram um aumento de 1,2% face ao trimes-tre anterior. Embora em termos de valor as importações e as exportações de bens tivessem continuado a crescer de forma robusta, com aumentos de 3,6% e 2,2%, respectivamente, o comércio de serviços foi significativamente mais fraco, com as importações e as exportações de serviços a caírem de facto.

A desagregação dos dados relativos ao comércio em volumes e preços sugere que o actual crescimento dos valores das expor-tações de bens se deve principalmente aos crescentes volumes de exportação. Tal é, em larga medida, o resultado de condições de procura externa favoráveis e do impacto desfasado dos ganhos de competitividade dos preços decorrentes da depreciação do euro em meados de 2005. Entretanto, o crescimento dos valores das importações de bens reflecte principalmente aumentos nos preços das importações, visto que o crescimento dos volumes de importações desceu ligeiramente perto do final do ano.

Os crescentes preços das importações no quarto trimestre reflectiram principalmen-te a evolução dos preços das matérias-pri-mas não petrolíferas e da depreciação do euro, enquanto os preços do petróleo se mantinham em níveis elevados. Os preços mais elevados das importações podem tam-bém explicar, em parte, o recente abran-damento do crescimento dos volumes de importações.

Uma análise da evolução para o conjun-to do ano de 2005 mostra que a balança corrente registou um défice de 29 mil mi-lhões de euros (cerca de 0,4% do PIB), que compara com um excedente de 43,5 mil milhões de euros em 2004 (cerca de 0,6% do PIB). Tal foi, em larga escala, o exce-dente de bens (de 105,8 mil milhões de euros em 2004 para 58,2 mil milhões em 2005) e, em menor escala, de um aumento de 20 mil milhões de euros do défice de rendimentos. A subida do défice de ren-dimentos reflecte o forte crescimento dos pagamentos de rendimentos, que parece ter-se devido em parte ao aumento signi-ficativo nos últimos anos das detenções de títulos de participação da área do euro por não residentes.

Défice comercial do petróleo

Entretanto, as balanças de serviços e de transferências correntes mantiveram-se, em geral, estáveis. A redução do excedente de bens é principalmente justificada pela deterioração do défice comercial do petró-leo, que, por sua vez, se deveu largamente aos crescentes custos das importações de petróleo. O défice comercial do petróleo subiu para 145 mil milhões de euros (equi-valente a cerca de 1,8% do PIB) em 2005, que compara com 105 mil milhões de eu-ros um ano antes.

Aquele aumento explica uma parte con-siderável da descida de 47,7 mil milhões de euros no excedente de bens ao longo de 2005.

O défice do petróleo aumentou, em li-nha com a subida dos preços do petróleo, embora o impacto do pico do preço do pe-tróleo tenha sido mitigado pela apreciação do euro desde 2002 (como revela o nível do preço do petróleo bruto “brent”, que é mais baixo em euros do que em dólares dos Estados Unidos). Numa perspectiva a mais longo prazo, os substanciais aumentos dos preços do petróleo ao longo dos anos 1999-2000 e 2004-2005 tiveram como resultado que o défice comercial do petróleo da área do euro quase quadruplicou ao longo da última década (um aumento equivalente a cerca de 1,1% do PIB).

Desinvestimento financeiro

No último trimestre de 2005, verifica-ram-se avultadas saídas mensais médias líquidas de 27,7 mil milhões de euros de investimento directo e de carteira em con-junto na área do euro. Em particular, as saídas líquidas de instrumentos da dívida (22,9 mil milhões de euros) reflectiram a venda por não residentes de 32,7 mil mi-lhões de euros de instrumentos do mercado monetário da área do euro em Novembro e Dezembro de 2005.

De uma perspectiva mais abrangente, o investimento directo e de carteira em con-junto registou saídas líquidas de 12,8 mil milhões de euros em 2005. Em termos acu-mulados de 12 meses, as entradas líquidas de capital aumentaram nos primeiros sete meses de 2005, antes de se contrair poste-riormente, devido quer a uma descida das entradas líquidas de investimento de cartei-ra, quer a um aumento das saídas líquidas de investimento directo estrangeiro.

A queda do investimento de carteira de-corre de uma tendência descendente do investimento líquido em títulos de parti-cipação no capital observada na área do euro desde o verão de 2005. As entradas líquidas de instrumentos de dívida da área do euro desceram acentuadamente e es-tiveram próximo do equilíbrio em 2005, dado que as saídas líquidos de obrigações e outros títulos da dívida – que coincidiram com o alargamento do diferencial das taxas de rendibilidade de longo prazo das obri-gações de dívida pública entre os Estados Unidos e a área do euro – foram compen-sadas por entradas líquidas de instrumen-tos do mercado monetário.

MARTIM PORTO

Balança de pagamento regista défice depois do superávite em 2004

Défice comercial do petróleoatinge 1,8% do PIB da zona euroEm 2005, a balança corrente da área do euro registou um défice de 29 mil milhões euros, que compara com um excedente de 43,5 mil milhões de euros em 2004. Esta evolução teve essencialmente origem numa descida significativa do excedente de bens, que, por seu lado, se deveu em larga medida ao custo mais elevado das importações de petróleo. Um aumento de 20 mil milhõesde euros do défice de rendimentos, que reflectiu pagamentosde rendimentos mais elevados, contribuiu também para a quedado saldo da balança corrente, embora em menor escala.

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sexta-feira, 07 Julho de 2006 35MERCADOS

O Santander Totta, o Barclays e o BPI apresentam o “spread” mais baixo do mercado. No entanto, são várias as con-dições para se poder usufruir desta taxa, entre elas um montante a financiar su-perior a 200 mil euros e uma relação financiamento garantia baixo. Pode-se, assim, concluir que esta taxa tem pouca aplicabilidade na prática.

O que significa que estes bancos apli-cam, na maioria dos casos, “spreads” ao nível dos restantes bancos.

TAXAS NO CRÉDITO À HABITAÇÃO

Assim, o normal é os bancos praticarem “spreads” médios entre 0,4% e 1,5%.

O BES e o BPI fazem o melhor ar-redondamento. Em termos médios o agravamento no 1/8 superior é de 0,125 pontos, enquanto que no 1/4 superior este agravamento é de 0,25 pontos.

A CGD não faz arredondamento no “spread” o que beneficia os clientes.

Todos os bancos permitem o alarga-mento do prazo até 50 anos. No entanto, impõem como idade máxima 75 anos.

SPREADS ARREDONDAMENTO

Santander Totta + 0,29% 1/4 superior

Barclays + 0,29% a 1% 1/4 superior

BPI + 0,29% a 1,5% 1/8 superior

BES + 0,33% a 2,1% 1/8 superior

BBVA + 0,35% a 1,25% 1/4 superior

MG + 0,4% a 1,7% 1/4 superior

CGD + 0,5% a 1,5% Não existe

Banif + 0,7% a 1,85% 1/4 superior

Fonte: Bancos

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sexta-feira, 07 Julho de 2006MERCADOS36

sistema de garantia mutualista português. Deste modo, o re-forço da associação do Banco Santander Totta às Sociedades de Garantia Mútua surge no contexto de uma aposta es-tratégica no apoio ao investi-mento e competitividade das empresas portuguesas, nome-adamente às PME, que repre-sentam a grande maioria do tecido empresarial português.

Santander Totta disponibiliza 50 milhões de euros para as PME

O Santander Totta acaba de complementar os protocolos estabelecidos

com as sociedades de garantia mútua com o lançamento do Super Crédito Investimento PME e Super Leasing Investi-mento PME. “Estes dois pro-dutos permitem obter “spre-ads” máximos de 0,5% e 1% respectivamente para o escalão de empresas com melhor risco, liderando assim claramente o segmento”, explica o banco.

“O recurso das PME ao cré-dito associado ao sistema de garantias mutualista revela-se muito vantajoso na medida em que permite uma maior agili-dade na obtenção de crédito e consequente concretização do investimento”, acrescenta.

De referir que o banco subs-creveu o aumento de capital das três sociedades de garantia mútuas portuguesas manten-do assim a sua participação no

Veja-se:1 – O Presidente da Goldman não apos-

ta em produtos estruturados e alternativos na sua carteira. A parte da carteira alocada ao baixo grau de risco é quase na totalida-de investida em depósitos no J. P. Morgan e em Treasury Bills e Treasury Notes - ou seja, os produtos mais básicos no mercado, não gerando como tal comissões para os in-termediários financeiros - num montante global de aproximadamente $75 milhões de dólares para um volume de investimen-tos financeiros de aproximadamente $160 milhões de dólares (excluindo, portanto, a participação na Goldman Sachs que só por si vale $480 milhões de Usd).

2 – O Presidente da Goldman só tem um “hedge fund” na sua carteira, fazen-do tábua rasa dos princípios de diversifi-cação. Investiu cinco milhões de dólares (valor máximo já que a declaração apre-sentada fixa intervalos de investimento e não montantes exactos) no Omega Advi-sors Hedge Fund, fundo gerido por uma pessoa que muito bem conhece, já que foi antigo director da Goldman. Ou seja, na prática, Hank Paulson segue os princípios

Pela primeira vez analisámos uma de-claração de rendimentos de um alto responsável político. Não por qual-

quer diletantismo de mau gosto, mas sim porque da sua análise se poderia ler muito sobre a indústria de gestão de activos. O Presidente da Goldman Sachs enquanto líder da instituição que provavelmente está na origem das grandes transforma-ções por que tem passado o sistema finan-ceiro mundial é seguramente uma figura central deste. O sistema que nos últimos anos centralizou a gestão dos activos em Londres e Nova Iorque, que apadrinhou e fomentou o desenvolvimentos dos “hedge funds”, que substituiu gestores e avaliado-res de activos por matemáticos e físicos, que substituiu os mercados organizados em Bolsa pelos mercados bancários “over the counter”, que substituiu os serviços de corretagem pelo market-making, que de-fendeu e desenvolveu a diversificação e o aparecimento de uma plêiade de produtos estruturados e que, como resultado disto tudo, e de muita eficiência na gestão, trans-formou a banca de investimento america-na numa máquina geradora de comissões

de Warren Buffett, concentrando os in-vestimentos naquilo que muito bem co-nhece, em vez de apostar na diversificação pela diversificação.

3 – Outra prova desta filosofia de in-vestimento é que Hank Paulson fez uma aposta muito forte (entre 5 e 25 milhões) no Industrial & Comercial Bank of China, muito provavelmente por conhecer bem o seu negócio e não porque qualquer mo-delo matemático o tenha recomendado. A par deste grande investimento, existem outros - num valor global de aproxima-damente 29 milhões de dólares - em veí-culos de investimento (Capital Partners e Venture Partners) que indiciam o mesmo perfil de investimento.

Este “disclosure” da actividade de in-vestidor de Hank Paulson fará concerteza correr muita tinta e será, durante anos, alvo de minuciosa análise por parte dos teóricos do asset management e particu-larmente dos “hedge funds”. Mas adivi-nha-se desde já um inevitável desconforto por parte dos arautos das novas tendências do “asset management”. A nós, em parti-cular, enche-nos de satisfação.

e lucros. A Goldman Sachs é o topo desta pirâmide, como que o banco dos bancos para tudo (excepto para o “lending of last resort”) e com apenas 56 escritórios gerou, em 2005, 23 mil milhões de dóla-res em comissões e receitas de “trading” e $5,6 mil milhões de lucros, após pagar os mais altos salários e prémios do planeta. O seu Presidente, Hank Paulson, o novo secretário do Tesouro dos EUA, declarou uma fortuna pessoal de aproximadamente 700 milhões de dólares, cerca de 75% da qual investida em acções da Goldman Sa-chs. É evidente que, enquanto Presidente da instituição, teria de dar o exemplo de confiança na empresa, o que o impediria de fazer vendas importantes dessas ac-ções; mesmo assim, algumas más línguas apressaram-se a vislumbrar a aceitação do cargo governamental como uma forma de reduzir a sua exposição às acções da Goldman Sachs usufruindo ainda de be-nefícios fiscais na venda.

Mas a restante carteira de Hank Paulson não segue os princípios que a Goldman e a maioria da banca de investimento e da banca comercial “vende” aos seus clientes.

Hank Paulson - uma estratégia de investimento por detrás de uma declaração de rendimentos

PAULO RAMALHO

Administrador da [email protected]

“Estes dois produtos permitem obter “spreads” máximos de 0,5% e 1%.”

Banif investe cinco milhões de euros na abertura de novas agências

O Banif - Banco Internacio-nal do Funchal investiu cerca de cinco milhões de euros na abertura de nove novas agên-cias.

O banco passa, assim, a dis-por de um total de 177 agências bancárias no Continente e na Região Autónoma da Madeira. Os balcões foram abertos em Cantanhede, Covilhã, Marco de Canaveses, Arruda dos Vinhos, Seia, Seixal, Avis (Porto), La-ranjeiras e Alto do Lumiar, estas duas últimas em Lisboa.

Recorde-se que o Banif tem como objectivo terminar 2009 com 250 agências e para cum-prir este objectivo serão abertas 20 agências por ano.

“O Banif tem investido toda a experiência adquirida, ao longo dos seus 18 anos de actividade, no aumento de qualidade do serviço que presta ao cliente, traduzido num atendimento personalizado e na adequação na proposta de valor às caracte-rísticas evidenciadas pelo clien-te”, refere o banco.

Sabadell finalizou compra do Urquijo

O banco Sabadell concluiu a compra da quase totali-dade do Banco Urquijo ao grupo belga KBC. O negócio envolveu cerca de 762 milhões de euros. A fusão deverá estar terminada já no próximo mês de Outubro, com a particularidade do adquirente ter recorrido exclusivamen-te a fundos próprios.

O banco espanhol agora adquirido também estava na mira do português Banco Espírito Santo. O Banco Urquijo tem 60 balcões e mais de 800 funcionários no país vizinho e a estratégia passa pela sua segmentação em diferentes unidades operacionais. Ou seja, cerca de 40% da entidade vai ser integrada na filial da banca privada do Sabadell para dar origem ao Banco Urquijo SBP, sendo que o restante será parte da actual estrutura do Sabadell.

Fundos de investimento do BCP acordam nova sede

da VodafoneOs fundos de investimento imobiliário do Millennium

bcp chegaram a acordo com a Vodafone, no sentido das futuras instalações da operadora de telecomunicações na cidade do Porto. Foi dada a garantia por parte desta última que vão ser convidados alguns dos arquitectos de renome para desenvolverem o respectivo projecto.

A nova sede da Voadfone no Porto vai ficar localizada na zona da Boavista, em dois lotes de terreno, numa área de cerca de 3500 metros quadrados. De salientar que o negó-cio incluiu também a aquisição dos actuais escritórios da operadora. Assim, a Vodafone vai agora lançar o “concurso de ideias” para o novo edifício, sendo que a data limite para as propostas está definida para o dia 6 de Agosto.

Unicrédito despede quase sete mil

O banco italiano Unicrédito vai eliminar cerca de 6840 postos de trabalho. A decisão decorre da compra do congé-nere germânico HVB. O objectivo passa por fazer crescer o resultado líquido a uma média de 27% ao ano até 2008. Os funcionários a tempo inteiro serão reduzidos para me-nos de 127 mil.

A estratégia do banco transalpino é que as receitas, até 2008, apresentam um acréscimo na ordem dos 8% ao ano. Com a aquisição do HVB, o Unicrédito passou a contar mais 28 milhões de clientes em 19 países europeus. En-tretanto, ainda no primeiro trimestre, a instituição ban-cária conseguiu garantir um aumento nos lucros de cerca de 20%, de acordo com dados da própria entidade, valor esse que é atribuído à reestruturação organizacional que está a decorrer.

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foram muito ouvidas quando os dados foram apresentados.

Para além da rentabilidade é necessário que o modelo de gestão comercial avalie o potencial e risco de cada cliente. Sobre o potencial de cliente foram analisados alguns factores tendo sido seleccionados somente 3 critérios: (i) dimensão, (ii) tempo de relação e (iii) dependência (% de compra sobre o total de compras do cliente).

Foi então criado um modelo de ava-liação de cliente em 4 níveis: (i) rentá-vel / com potencial, (ii) rentável / sem potencial, (iii) não ren-tável / com potencial e (iv) não rentável / sem potencial. Como é cla-ro, quer os níveis, quer os critérios apresenta-dos não são universais. Em função de cada nível foram definidas abordagens de nível estratégico e de nível operacional das quais resultaram: (i) diferente “estratégia” por nível, (ii) diferentes prazos de entrega, (iii) diferentes níveis de desconto, (iv) diferentes níveis de acompanhamento, (v) diferentes pré-mios / comissões.

Em empresas que actuam na produção de bens industriais e que tipicamente ge-rem relações com cliente empresa é co-mum ouvir dizer que “cada cliente é um caso específico”. Na prática, verifica-se que o departamento comercial gere volu-mes e que o departamento de produção gere eficiência de utilização de factores. Assim, ficam encomendas em atraso por falta de produção de uma das 20 refe-rências encomendadas e são colocadas encomendas com prazos impossíveis de cumprir, bem como são acompanhados de for-ma próxima clientes sem rentabilidade.

Tivemos a possibili-dade de em 2004 acom-panhar um caso que se enquadra no retrato apresentado nos parágra-fos anteriores. Relato de seguida alguns aspectos dessa experiência que me parecem interessantes.

Quando perguntamos à equipa – Os clientes são todos iguais? A resposta foi unânime – não. A partir daí seguiu-se um conjun-to de explicações sobre o tratamento di-ferenciado a clientes. O que daí resultou foi um conjunto de medidas avulsas que eram aplicadas indiscriminadamente a

A implementação do modelo necessi-tou de um apoio claro e inequívoco da gestão de topo e de algum treino. Natu-ralmente que alguns clientes se “ressen-tiram”, de todo o modo importa notar que foi criado um modelo de gestão de cliente com critérios homogéneos para todos os departamentos da organização. Aliás a expressão “esta encomenda é ver-de” (correspondendo ao nível rentável/ com potencial), passou a ser uma expres-são comum a toda a organização.

Vamos então ao que interessa – os re-sultados. Ao fim de dois anos verificou-

se: (i) acréscimo rele-vante de margem e de volume e (ii) melhoria exponencial de cum-primento de prazos de entrega.

Como é evidente numa iniciativa deste tipo há riscos associa-dos, sendo a principal uma barreira cultural centrada na consta-tação de que “nem todas as vendas são boas vendas”, contu-do o tratamento igual

a todos os clientes coloca uma pressão na estrutura de custos muitas vezes incom-portável…

clientes em função de situações pontu-ais. Todo o grupo envolvido no projec-to concordou com a regra 80 / 20. Não houve concordância sobre quais clientes pertenciam ao grupo dos 20 e quais per-tenciam ao grupo dos 80. Conclusão, gerem-se situações de excepção e não clientes

Após análise da rentabilidade de clien-te concluiu-se que uma parte importan-te dos clientes não representava relações

rentáveis. Tendo-se inclusivamente cons-tatado que em média os clientes mais acom-panhados pela área comercial eram menos rentáveis que os me-nos acompanhados. Evidentemente, estes dados tiveram grande resistência, foi necessá-rio demonstrar à equi-pa comercial que havia uma relação clara entre rentabilidade e acom-

panhamento e que acompanhamento “em excesso” não produzia acréscimo de rentabilidade. Aquelas expressões “se eu não for lá ele compra à concorrência”, “se nós atrasamos um dia perdemos o clien-te”, “se não há desconto ele não compra”,

sexta-feira, 07 Julho de 2006 37MERCADOS

A nossa análise

Millennium bcp relança crédito à habitaçãoO Millennium bcp lançou uma nova campanha para o crédito à habitação. “Experimente a prestação mais baixa do mercado” é a oferta. Mas, quais as alterações introduzidas? Quais as novas condições? A “Vida Económica” analisa o produto e responde-lhe!

BÁRBARA [email protected]

O banco não introduziu alterações ao nível do preçário com este novo produto. Foram, sim, introduzidas novas opções, para que os clientes consigam reduzir o valor das prestações.

CONSELHO

Só é pena que as alterações não tenham chegado à taxa…

Os spreads variam entre 0, 5% e 1,9%. No entanto, o mais baixo ocorre apenas para montantes a financiar superiores a 140 mil euros e inferiores a 200 mil euros e para uma relação de financiamento garantia inferior a 60%. Ou seja, impraticável para a maioria dos clientes. Por outro lado, o arredondamento da taxa é feito ao ¼ superior, o que equivale a um dos maiores agravamentos do mercado. No entanto, os clientes podem usufruir de descontos em condições especiais.

LUÍS MELO

[email protected] clientes valem todos o mesmo?

Será? Atenção às condições….

O relançamento do crédito habitação do Millennium bcp não introduz grandes alterações à oferta existente no banco. São disponibilizadas várias opções aos clientes: Prestação Mínima, Prestação Suave, Prestação Indexada, Prestação Fixa e Prestação Garantida 5/10 anos. Assim, as prestações podem ser constantes e mensais, com carência de amortização de capital até 10 anos e o pagamento vai de 15 a 50 anos para uma idade máxima de 75 anos, no caso da prestação mínima. As prestações mensais podem ter um crescimento suave de 2% de três em três anos e o pagamento de 25 a 40 anos, no caso da prestação suave. A Prestação Indexada é uma solução de crédito à habitação standard, com prestações constantes e mensais com pagamento até 50 anos. A Prestação Fixa tem prestações fixas de capital e juros. As flutuações de taxa de juro repercutem-se no prazo que se alonga ou encurta, sem alterar o valor da prestação. O pagamento é até 30 anos. Na Prestação Garantida 5/10 anos, as prestações são constantes e mensais, com possibilidade de fixar a taxa nos primeiros cinco ou dez anos. Nesta modalidade, há a possibilidade de introduzir carência de amortização de capital entre seis meses, com o máximo de 20% do prazo total do empréstimo. O pagamento é até 50 anos. Em todos os casos, o financiamento é até 100% do valor da avaliação.

Esta nova modalidade tem várias opçõespara os clientes. A vantagem que apresenta

é o facto de os clientes poderem optar pela solução que melhor se adapta às suas

necessidades e assim conseguir uma prestação mais baixa. No entanto, todas estas opções são encontradas, também, na concorrência.

CONSELHO

Em média os clientes mais acompanhados pela área comercial eram menos rentáveis que os menos acompanhados.

Foi necessário demonstrar à equipa comercial que havia uma relação clara entre rentabilidade e acompanhamento.

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Mais uma quinzena de ganhos significativos nas taxas da zona euro, numa interpretação por par-

te dos opera-dores de que o BCE irá seguir a sua política de subidas, es-tando a dú-vida apenas no timing e na dimensão da mesma. Esta sema-

na, o Banco Central irá reunir-

FILIPE GARCIA

[email protected]

Euro ressalta na linha de tendência

se para, entre outras questões, decidir a sua política monetária. Poucos são os que acreditam em alterações, mas, quando se fala na próxima reunião de 3 de Agos-to, as hipóteses atribuídas pelo mercado a uma nova subida de 0,25% para os 3,0% passam cla-ramente os 50%. Se, há semanas, as expectativas para a “refi” no, final do ano estavam em 3,25% seguindo então para 3,75% em 2007, nesta altura, já há quem acredite que este ciclo apenas irá parar nos 4,0%.

A Comissão Europeia espe-

mos anuais subiram 6%. Ape-sar de tudo isto, o presidente do BCE absteve-se de falar em política monetária na semana passada, preferindo centrar a sua mensagem na necessidade de disciplina orçamental, na ur-gência de reformas estruturais e nos cuidados a ter com a massa salarial. A ausência de comentá-rios à taxa de referência levou o mercado a considerar que alte-rações na mesma serão apenas em Agosto.

Os prazos mais longos acom-panham de perto a expectativa

de subida reflectida no mercado monetário. Como resultado, os valores dos ”swaps” voltaram a bater máximos dos últimos anos, sendo que nesta altura para se en-contrar uma referência abaixo dos 4,0% temos que nos ficar pelos 3 anos. Assumindo a possibilidade de uma subida por parte do BCE para o intervalo 3,5%-4,0% em 2007, pensamos que estes níveis de taxas fixas dificilmente com-pensarão numa operação de troca simples com variável.

(Análise de mercados produzida a 05-Jul-06)

Mercado Monetário Interbancário

Mercado Cambial

YIELD CURVE EURO E DÓLAR EURIBOR - 3 M, 6 M E 1 ANO YIELD 10 anos euro “benchmark”

EUR/USDA linha de tendência ascen-

dente, que nasceu em meados de Março, aguentou os diversos tes-tes durante a semana que passou, tendo o Eur/Usd ressaltado para valores bem acima de 1,27 dóla-res. Este ressalto não era espera-

do e é mais um exemplo de que não se deve antecipar a quebra de uma linha de tendência!

Até agora o câmbio não ultra-passou os máximos do ano, que constituem resistência, nem se-quer os 1,2850.

No entanto, há que reconhecer

que, enquanto acima de 1,2680 dólares, o “outlook” técnico de curto prazo é positivo.

Suporte na linha de tendência.

EUR/JPY O Eur/Jpy estabeleceu um

novo máximo histórico, mas não parece com “momentum” para subir muito mais nesta fase. Des-te modo mantemos uma posição muito cautelosa para o Eur/Jpy no curto prazo, observando 143,50/144,20 ienes como zona de suporte.

EUR/GBPO “cross” continua dentro de

um largo triângulo de consoli-dação, que neste momento com-preende valores entre 0,6650 e 0,6970 libras, aproximadamente.

Desta forma o “upside” actual é relativamente limitado, com o

ANÁLISE TÉCNICA - PSI-20 - XETRA DAX

EUR/USD 1.2794 1.78% 0.64% 8.45%

EUR/JPY 146.74 0.42% 0.68% 5.64%

EUR/GBP 0.6937 0.49% 0.23% 1.23%

EUR/CHF 1.5677 0.29% 0.03% 0.81%

EUR/NOK 7.9545 0.65% 0.23% -0.38%

EUR/SEK 9.1776 -0.61% -0.66% -2.25%

EUR/DKK 7.4602 0.04% 0.01% 0.00%

EUR/PLN 4.0250 -1.21% -0.73% 4.27%

EUR/AUD 1.7172 -0.33% 0.32% 6.60%

EUR/NZD 2.0963 -0.75% 0.47% 21.38%

EUR/CAD 1.4152 0.10% 0.14% 3.11%

EUR/ZAR 9.0617 -0.53% -1.34% 21.40%

EUR/BRL 2.7878 -0.50% 0.41% 1.60%

Taxas MIMIT/N 2.791 W 2.792 W 2.801 M 2.852 M 2.933 M 3.026 M 3.209 M 3.331 Y 3.46

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS

Minium Bid* 2,75%BCE Lending Facility* 3,75% Deposity Facility* 1,75%

*desde 20 Junho 2006

EUA FED Funds 5,25%R.Unido Repo BoE 4,50%Suíça Target Libor 3M 1,00-2,00%Japão Repo BoJ 0,10%

EURO FRA’SForward Rate AgreementsTipo* Bid Ask1X4 3.174 3.188 3X6 3.425 3.445 1X7 3.370 3.380 3X9 3.560 3.526 6X12 3.776 3.571 12x24 4.021 4.041*1x4 - Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 3.819 3.8493Y 3.946 3.9765Y 4.109 4.1198Y 4.259 4.28910Y 4.345 4.37520Y 4.583 4.60330Y 4.613 4.633

Evolução euribor (em basis points) 05.Jul.06 27.Jun.06 06.Jun.06

1M 2.890% 2.903% - -0.013 2.835% 0.055 3M 3.058% 3.050% - 0.008 2.966% - 0.0921Y 3.531% 3.520% - 0.011 3.394% - 0.137LEILÕES BCE Last Tender Minium Bid 2.75%TMP 2.81%Marginal Rate 2.78%

EUR/USD

Daily EUR=

Price

.1234

1.17

1.18

1.19

1.2

1.21

1.22

1.23

1.24

1.25

12 19 26 03 10 17 24 31 07 14 21 28 05 12 19 26 02 09 16 23Setembro 2005 Outubro 2005 Novembro 2005 Dezembro 2005 Janeiro 2006

GIL ARAÚJO

[email protected]

PSI-20 – O índice continua pouco volá-til, pouco acima dos 9400 pontos, valor que representa agora um suporte de curto prazo [9380-9430].

Apesar da ligeira recuperação registada nas últimas semanas, é notória a dificuldade do índice em recuperar a zona dos 9600 pontos, factor que nos leva a manter o cenário nega-tivo para o curto prazo. Apenas a recuperação até junto dos 9600 pontos e fecho semanal acima deste valor invalida o cenário negativo.

Em baixa continuamos a apontar os 9000 pontos como objectivo de médio prazo, va-lor que representa um importante suporte técnico mas também um valor de elevado relevo psicológico.

XETRA DAXXETRA DAX – Ao contrário do

índice nacional, o Dax conseguiu expandir nas últimas sessões o movi-mento de recuperação, tendo tocado a linha de tendência descendente de curto prazo, pouco acima dos 5700 pontos. Este movimento de alta ali-viou o sentimento negativo no índice, mas dificilmente irá dar início a uma nova tendência de alta de curto prazo. Acreditamos que o Dax terá de conso-lidar em torno dos 5500 pontos du-rante mais algumas semanas.

Suporte imediato na casa dos 5575 pontos. Resistência nos 5725 pon-tos.

FIXING Variação Variação Variação 05.Julho.06 Semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)

Provável nova subida de taxas em Agostora um crescimento do PIB na zona euro entre 0,5% e 0,9% para os segundo e terceiro tri-mestres deste ano. O índice que mede a actividade secundária na zona euro registou um valor de 57,7 em Junho, que para além de ficar acima do esperado, constituiu novo máximo desde Agosto de 2000. A componen-te inflação deste índice subiu, bem como a do emprego, tudo elementos que deixam espaço para uma nova subida de taxas. Foram também revelados os preços no produtor que em ter-

PSI-20

Eur/Gbp sujeito a novas vendas que poderiam levar a atingir no-

vamente valores abaixo de 0.6900 libras por euro.

sexta-feira, 07 Julho de 2006MERCADOS38

2.725

2.850

2.975

3.100

3.225

3.350

3.475

29-Mar 28-Apr 28-May 27-Jun

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

5.00

5.50

6.00

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y

EUR

USD

3.2

3.3

3.4

3.5

3.6

3.7

3.8

3.9

4

4.1

2-Dec 1-Jan 31-Jan 2-Mar 1-Apr 1-May 31-May 30-Jun

Daily PSI-20

9 635

9 000

P ric eE U R

.1 2

8,800

9,000

9,200

9,400

9,600

9,800

10,000

10,200

10,400

13 20 27 06 13 20 27 03 10 19 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03

Fev 06 Mar 06 Abr 06 Mai 06 Jun 06

Daily XETRA DAXP riceE UR

.1 2

5,300

5,400

5,500

5,600

5,700

5,800

5,900

6,000

6,100

30 06 13 20 27 06 13 20 27 03 10 19 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10

Fev 06 Mar 06 Abr 06 Mai 06 Jun 06

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O exercício de 2005 continua a ser condicionado pelo preço do petróleoOs lucros da Sonae Indústria recua-ram para os dois milhões de euros, um valor que, comparado com os 15 milhões de euros registados em igual período de 2005, resulta numa que-bra significativa de 86%. O volume de negócios consolidado, por sua vez, cresceu 10%, para os 398 milhões de euros, mas a rubrica de outros pro-veitos operacionais registou uma que-bra de 52%, para os 12 milhões de euros. O EBITDA da empresa também recuou 22% para os 46 milhões de euros.Os custos neste período aumentaram 25%, para os 15 milhões de euros, uma evolução que é justificada pela empresa pelos custos de produção mais elevados, em consequência do referido aumento do preço do petró-leo.Quanto à fábrica do Canadá que re-gistou um incêndio numa linha, a empresa diz que a situação constitui preocupação, na medida em que se estima que o tempo de reparação da linha danificada será superior a dez meses, contudo, como líderes mul-tirregionais no sector da produção de painéis derivados de madeira, com uma presença global, espera minimi-zar os impactos comerciais deste aci-dente. Ainda assim, será de esperar um aumento dos custos de transpor-te, devido à necessidade de fornecer os nossos clientes norte-americanos, a partir de outras fábricas da Sonae Indústria.

A administração já está a fazer algu-ma coisa para contrariar a actual con-juntura?Para tal, nada é melhor do que uma acção estrutural com a aquisição, por cerca de 60 milhões de euros, da alemã Hornitex (compra aprovada na passada semana pela Comissão Euro-peia). A Hornitex tem como objectivo aumentar a margem dos lucros, ac-tualmente metade da registada pela Sonae Indústria, bem como ajudar a Sonae Indústria a reduzir despesas de combustíveis, que representam um terço dos custos variáveis do grupo. Esta segunda parte da afirmação é possível porque as fábricas da Horni-tex estão equipadas com fábricas de biomassa, que reduzem a dependên-cia do petróleo.A Sonae Indústria dá mostras de es-

CONSULTÓRIO FINANCEIRO

tar sempre “alerta” para novas oportu-nidades e que está já a estudar a pos-sibilidade de negócios noutros países, nomeadamente no Leste da Europa e na Rússia. Note-se, finalmente, que a Sonae Indústria está num sector com um elevado nível de consolidação, es-pecialmente no mercado alemão. Os últimos movimentos de fusões e aqui-sições trouxeram um maior desenvolvi-mento a este sector e as condições do mercado melhoraram substancialmen-te, pelo que os próximos anos deverão ser caracterizados pela continuação da consolidação.

Apesar da conjuntura menos favorável, a entrada da acção no PSI-20 pode funcionar como alavanca de valoriza-ção?Sintomático disso mesmo dispõe-se o parecer dos corretores da Lisbon Brokers que aumentaram a recomenda-ção para os títulos da Sonae Indústria de “vender” para “manter”, conside-rando precisamente que as acções têm potencial para se aproximarem do valor justo de sete euros por acção, aquando da sua confirmação como membro do PSI-20.De acordo com a Lisbon Brokers, e apesar de ter reservas no que respeita à performance operacional da empresa por três razões: o elevado preço do pe-tróleo; o tempo que irá levar para que a fábrica do Canadá recupere do incêndio recente; e a possibilidade do aumento

de capacidade na África do Sul, acre-dita que a Sonae Indústria irá conse-guir passar melhor o aumento dos pre-ços médios de venda do sector para os seus clientes já a partir do segundo trimestre de 2006.

E como é que se tem comportado o título desde que em Fevereiro se con-sumou o “spin-off” da Sonae SGPS?Os títulos da Sonae Indústria têm vin-do a protagonizar uma má performance desde a apresentação dos seus resul-tados referentes ao primeiro trimestre de 2006 no início de Maio passado. As acções da empresa já caíram mais de 20% desde o seu máximo de 8,13 euros por acção alcançados em 24 de Abril de 2006 o que implica uma “un-derperformance” face ao PSI-20 de cerca de 13% durante o mesmo pe-ríodo. Este “desfasamento” tem sido real-çado por vários analistas para chama-rem a atenção para a acção da Sonae Indústria. Nesse capítulo, a Espírito Santo Research, no âmbito do seu “re-search” sobre “small e mip caps” ibé-ricas, elegeu este título (em conjunto com o da Brisa) como o mais promis-sor. Para os analistas do grupo BES, apesar de o título ter caído mais de 20% desde os máximos de Abril, as perspectivas da empresa são favorá-veis e a recente consolidação verifica-da no sector ajuda.

MARTIM PORTO

Sonae Indústria entra no PSI-20 em momento de queda

A Sonae Indústria diminuiu os lucros do primeiro trimestre em 86%, para os dois milhões de euros, no primeiro trimestre completo fora da alçada da Sonae SGPS. Todavia, quando comparado com o último trimestre do ano passado, os resultados registaram uma melhoria. Na base desta perfor-

mance pouco abonatória está, essencialmente, o aumento dos custos de produção via preço do petróleo. É nesta conjuntura que a acção da Sonae Indústria, por força da sua capitalização bolsista, chega ao PSI-20. Esperam-se melhores dias …

IBM – diversificação

e redução de custos

Considerada um barómetro do sector tecnológico, atendendo à diversidade de negócios, a IBM dedica-se ao desenvolvi-mento e comercialização de computadores, servidores, dispositivos de armazenagem e periféricos. Adicionalmente, a Big Blue encontra-se igualmente focada nos seg-mentos de software (Lotus, DB2, Tivoli, Rational e Websphere) e de prestação de serviços (consultoria tecnológica, recursos humanos, serviços financeiros). Em Maio de 2005, a IBM alienou a sua unidade de computadores pessoais à Lenovo por cerca 1,25 mil milhões de dólares.

A IBM encontra-se novamente a níveis de suporte depois da forte correcção que afec-tou os mercados accionistas internacionais no decorrer do mês de Maio. Com múlti-plos apelativos no segmento de hardware e mesmo quando comparada com “players” de consultadoria, pensamos que o risk/reward favorece uma entrada aos actuais níveis.

Tendo anunciado recentemente um for-te investimento na Índia (seis mil milhões de dólares) e uma aposta clara nos merca-dos emergentes, a IBM tem-se focado no segmento de Serviços, depois da alienação da unidade de computadores pessoais há um ano atrás. Os lucros do 1º trimestre de 2006 aumentaram 22% face a igual peío-do do ano anterior, para os 1,71 mil mi-lhões de dólares, acima das expectativas do

mercado, com as vendas a recuarem 9,8%, reflectindo exclusivamente a alienação da divisão de PC.

A empresa anunciou ainda um reforço do dividendo trimestral (para os 0,30 dó-lares) e um programa de “share buyback” adicional de quatro mil milhões de dóla-res. A IBM apresenta presentemente cerca de 12,3 mil milhões de dólares de “cash” e equivalentes, cerca de 10% da sua capi-talização bolsista. Devemos referir, no en-tanto, que, apesar do perfil relativamente defensivo da IBM (Beta de 0,98), o título estará sempre sujeito à evolução dos mer-cados accionistas internacionais.

Em termos técnicos, o título transaccio-na sobre o suporte dos 76,5 dólares. Numa perspectiva de “trading”, deverá ser con-siderado um “stop loss” (limite de perda máximo recomendado) de 4% abaixo do preço de entrada. Um preço de compra nos 78,0 dólares implicaria assim um nível de “stop loss” nos 74,85 dólares.

RICARDO DUARTE SILVAResearch

Banco BiG

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Tendo anunciado recentemente um forte investimento na Índia (seis mil milhões de dólares) e uma aposta clara nos mercados emergentes, a IBM tem-se focado no segmento de Serviços.

sexta-feira, 07 Julho de 2006 39MERCADOS

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FUNDOS DE INVESTIMENTO

O Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) é um fundo que inves-te pelo menos dois terços do seu

activo líquido em acções de emissores situ-ados na Ásia (excluindo o Japão). Respei-tando os limites das restrições de investi-mento, o fundo poderá igualmente investir em “warrants” sobre valores mobiliários e em obrigações convertíveis. Poderá tam-bém conter, a título suplementar, liquidez e instrumentos do mercado monetário, que deverão ser transaccionados com regu-laridade e ter uma maturidade residual não superior a 12 meses.

O investidor não terá de pagar nenhuma comissão de subscrição pelo fundo, se o in-vestimento for efectuado num organismo de investimento colectivo do mesmo promo-tor do fundo, e não será cobrada nenhuma comissão de gestão ou de aconselhamento relativamente à porção do activo investido neste organismo de investimento colectivo.

O fundo Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) está sujeito a certos riscos ine-

rentes a cada investimento, nomeadamen-te, riscos inerentes a um mercado especí-fico como é o asiático, variações das taxas de câmbio e de das taxas de juro. Neste sentido, o Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) é um veículo de investimento destinado aos investidores que pretendam investir em acções de sociedades asiáticas, excepto o Japão, que estejam dispostos a assumir fortes variações de taxas de câmbio e com fraca aversão ao risco e que tenham um horizonte de investimento a longo pra-zo (sete anos e mais).

China vs. Japão

Na China, a economia continua a expan-dir-se rapidamente, tendo o PIB registado um crescimento homólogo de 9,4% no terceiro trimestre de 2005, após 9,5% no primeiro semestre do ano. Este compor-tamento deveu-se aos contributos quer da forte procura interna, quer dos aumentos das exportações. Estas continuaram a ex-

Descrição Valor Rentabilidade anulizada UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

FUNDOS DO MERCADO MONETÁRIO EUROF.I.M. MG Monetário 62.4075 1.26 n.d n.dF.I.M. Millennium Tesouraria 5.2339 1.20 n.d n.dF.I.M. Barclays Curto Prazo 10.7031 1.07 n.d n.dFUNDOS DE TESOURARIA EURO F.I.M. BPN Tesouraria 5.3994 1.83 n.d n.dF.I.M. Caixagest Moeda 6.8895 1.58 n.d n.dF.I.M. Esp. Santo Monetário* 6.2894 1.52 n.d n.dF.I.M. Banif Euro Tesouraria 6.7230 1.48 n.d n.dF.I.M. Millennium Disponível 50.7952 1.45 n.d n.dF.I.M. BPI Liquidez 6.4745 1.44 n.d n.dF.I.M. MG Tesouraria 80.9932 1.34 n.d n.dF.I.M. BBVA Liquidez 5.1834 1.26 n.d n.dF.I.M. Millennium Curto Prazo 7.4208 1.16 n.d n.dFUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA INDEXADA EUROF.I.M. BPN Renda Mensal 5.0000 2.32 2.50 n.dF.I.M. BPN Conservador 5.9528 2.29 2.45 n.dF.I.M. Multibond Premium 5.4318 2.14 2.08 n.dF.I.M. MultiObrigações 5.7759 1.78 1.71 2.16F.I.M. BPI Renda Trimestral 5.0000 1.76 1.92 2.27F.I.M. E.S. Capitalização Dinâmica 5.2052 1.74 n.d n.dF.I.M. BPI Taxa Variável 7.5562 1.71 1.89 2.29F.I.M. BBVA Taxa Variável 5.2172 1.59 1.51 n.dF.I.M. Esp. Santo Renda Trimestral 4.9880 1.59 1.93 2.20FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA INDEXADA INTERNACIONAISF.I.M. Finirendimento 5.1432 1.01 1.47 2.57F.I.M. MG Obrigações Agressivo 53.6462 0.70 0.51 0.69FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA FIXA EUROF.I.M. BBVA Taxa Fixa Euro 7.8985 -1.68 1.09 n.dF.I.M. Multi Taxa Fixa 9.6769 -1.76 0.51 2.42F.I.M. Banif Euro Obrigações 6.2409 -3.16 1.06 2.29F.I.M. Barclays Premier Obrig. Euro 8.7944 -3.21 1.65 2.65F.I.M. MG Taxa Fixa 61.1357 -3.49 0.03 1.95F.I.M. Esp. Santo Obrigações Europa 9.3707 -3.57 1.20 3.05F.I.M. Millennium Investimento Taxa Fixa* 6.3170 -3.69 1.19 3.26F.I.M. Caixagest Obrigações Euro 8.7546 -3.72 1.01 2.64F.I.M.Millennium Euro Taxa Fixa 10.0997 -3.75 1.21 3.28FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA FIXA INTERNACIONAISF.I.M. Finibond Mercados Emerg. 10.7360 3.94 7.65 9.76F.I.M. BPI Obrigações A.R.A.R. 7.0796 -0.66 6.43 6.09F.I.M. Esp. Santo Obrig. Global 8.8704 -4.04 0.59 2.37FUNDOS DE ACÇÕES NACIONAIS F.I.M. Santander Accões Portugal 28.4945 32.38 25.13 10.84F.I.M. Esp. Santo Portugal Accões 6.9247 31.79 22.83 9.24F.I.M. Banif Acções Portugal 5.8425 31.12 25.04 10.62F.I.M. Millennium Acções Portugal 15.9355 30.92 23.42 10.23F.I.M. Barclays Premier Acc. Portugal 15.5149 29.81 23.47 9.93F.I.M. BPI Portugal 14.9748 29.73 21.39 10.32F.I.M. Postal Acções 11.2181 25.74 21.77 9.20F.I.M. Caixagest Accões Portugal 19.8880 25.64 21.69 9.28FUNDOS DE ACÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA, SUÍÇA E NORUEGAF.I.M. MG Acções 113.9565 22.37 17.61 4.23F.I.M. Finicapital 7.2259 20.93 20.96 n.dF.I.M. BPI Europa Crescimento 12.5945 20.55 14.83 0.11F.I.M. Millennium Eurocarteira 12.0251 15.91 14.11 -1.78F.I.M. BBVA Bolsa Euro 2.8921 15.20 14.17 n.dF.I.M. BPI Europa Valor 22.6228 15.18 16.17 1.53F.I.M. Santander Accões Europa 4.5880 15.04 14.46 -3.36F.I.M. Caixagest Acções Europa 9.5338 14.40 11.97 -3.34F.I.M. Esp. Santo Accões Europa 11.3777 14.27 11.86 -2.72FUNDOS DE ACÇÕES DA AMÉRICA DO NORTEF.I.M. Acções Global 4.3464 2.94 n.d n.dF.I.M. Esp. Santo Acções América 7.9945 2.16 8.00 -2.56F.I.M. Millennium Acções América 2.8439 -0.74 3.07 -9.62F.I.M. BPI América 5.2677 -0.88 3.26 -8.84F.I.M. Caixagest Acções EUA 3.4667 -1.35 5.87 -6.19F.I.M. Santander Acções América 4.1506 -2.01 n.d n.dFUNDOS DE ACÇÕES SECTORIAISF.I.M. Millennium Euro Financeiras 5.4269 25.39 17.48 -1.08F.I.M. Euro Futuro Banca e Seguros 27.2530 21.48 17.69 0.20F.I.M. MG Euro Utilities 63.8722 20.82 n.d n.dF.I.M. Euro Futuro Ciclico 28.1678 17.41 18.93 3.54F.I.M. Euro Futuro Acções Defensivo 26.0910 16.32 15.53 -0.13F.I.M. Millennium Global Utilities 5.8889 10.50 15.95 2.83F.I.M. BPI Tecnologias 1.1633 5.27 6.37 -13.13F.I.M. Euro Fut. Telecomunicações 8.3588 4.82 10.35 -7.29F.I.M. MG Euro Telcos 50.0082 2.33 n.d n.dOUTROS FUNDOS DE ACÇÕES INTERNACIONAISF.I.M. Caixagest Acções Japão 3.4517 27.39 16.44 -2.71F.I.M. Esp. Santo Mercados Emerg. 5.7036 22.81 27.25 10.11

F.I.M. Caixagest Acções Emergentes 7.0649 22.04 n.d n.dF.I.M. Millennium Acções Japão 4.0478 22.01 15.12 -3.95F.I.M.Millennium Mercados Emergentes 6.7495 20.91 21.82 7.07F.I.M. BPI Reestruturações 6.5016 19.49 17.63 7.61F.I.M. Caixagest Acções Oriente 4.2836 17.15 23.18 7.42F.I.M. Finifundo Acções Internacionais 4.6960 12.86 12.65 -0.33F.I.M. Esp. Santo Acções Global 7.7538 9.71 8.07 -2.71FUNDOS MISTOS PREDOMINANTEMENTE OBRIGAÇÕESF.I.M. BPN Optimização 6.0279 3.74 3.77 2.01F.I.M. Esp. Santo Portf. Dinâmico 5.2608 3.30 3.89 -0.27F.I.M. Esp. Santo Invest 40 9.9819 2.73 4.07 0.60F.I.M. Caixagest Estratégia Conservadora 5.5313 2.28 0.58 0.39F.I.M. Multinvest 5.6587 1.68 3.07 0.60F.I.M. BBVA Misto 4.8736 1.02 1.38 0.10F.I.M. Esp. Santo Invest 15 10.4262 0.67 1.87 0.92FUNDOS MISTOS PREDOMINANTEMENTE ACÇÕESF.I.M. Raiz Global 4.8686 6.27 4.17 -1.44F.I.M. BPN Valorização 6.3979 6.18 6.88 1.93F.I.M. Caixagest Estratégia Agressiva 4.5757 4.84 3.85 n.dF.I.M. Finiglobal 6.8021 3.67 5.81 5.46FUNDOS DE FUNDOS PREDOMINANTEMENTE OBRIGAÇÕESF.I.M. Caixagest Estratégia Moderada II 6.0050 2.62 1.90 -0.05F.I.M. Caixagest Estratégia Moderada 6.3901 2.61 1.88 -0.04F.I.M. Millennium Prestige Conservador* 7.3298 2.58 2.93 0.60F.I.M. Raiz Conservador 5.2978 2.30 3.63 n.dF.I.M. Multi Gestão Prudente 49.3448 2.27 2.72 0.16F.I.M. Esp. Santo Opção Moderada 4.9023 1.63 3.50 0.34F.I.M. Esp. Santo Op. Conservadora* 5.3380 0.95 2.30 0.98F.I.M. Barclays Global Conservador 7.1741 0.90 3.35 1.54F.I.M. Millennium Moderado* 7.6357 0.81 1.98 0.47FUNDOS DE FUNDOS MISTOS F.I.M. Millennium Prestige 2025* 4.8289 7.42 7.60 -1.29F.I.M. Millennium Prestige 2015* 5.0328 5.49 6.15 -0.46F.I.M. Multi Gestão Equilibrada 46.7928 5.33 4.99 -0.16F.I.M. Barclays Global Moderado 11.3203 4.75 7.27 1.60F.I.M. Millennium Dinâmico 5.6831 4.63 5.47 n.dF.I.M. BBVA Multifundo Equilibrado 4.7185 4.36 5.03 -1.10F.I.M. Millennium Prestige Moderado* 7.4172 2.84 4.24 -0.83F.I.M. Esp. Santo Opção Dinamica 4.2651 2.68 5.42 -1.14FUNDOS DE FUNDOS PREDOMINANTEMENTE ACÇÕESF.I.M. Barclays Global Acções 12.4971 13.68 n.d n.dF.I.M. Multi Gestão Dinâmica 38.6616 11.42 10.14 -2.37F.I.M. Millennium Prestige 2035* 4.5921 9.82 9.44 -1.83F.I.M. BPI Universal 5.9200 9.77 8.99 -2.13F.I.M. Esp. Santo Top Ranking 5.9618 7.36 8.92 0.21F.I.M. Millennium Prestige Valorização* 7.7315 5.83 6.96 -1.88F.I.M. Banif Estratégia Agressiva 3.0300 4.96 8.54 -2.49FUNDOS ABERTOS DE CAPITAL GARANTIDO F.I.M. Fundo Gar. BBVA 100 IBEX Positivo 4.9208 n.d n.d n.dF.I.M. Fundo Gar. Euro Consolidado BBVA 4.7658 n.d n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido TOP Dividendo BBVA 5.0259 n.d n.d n.dF.I.M. Fundo Gar. TOP Dividendo II BBVA 4.7958 n.d n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido BBVA Ranking Plus 5.3878 7.16 n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido IBEX BBVA 5.5764 6.73 n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido IBEX BBVA II 5.3377 4.83 n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido BBVA Extra 5 Acções 4.9214 -1.82 n.d n.dF.I.M. Fundo Garantido Extra 5 BBVA 4.9787 -2.43 n.d n.dFUNDOS FLEXÍVEISF.I.M. BPI Brasil 5.5437 21.79 23.43 2.53F.I.M. Millennium Gestão Dinâmica 54.7094 9.67 n.d n.dF.I.M. BPI Global 7.2950 2.21 3.10 2.37F.I.M. Espírito Santo Estratégia Activa 5.2194 1.72 n.d n.dFUNDOS ÍNDICEF.I.M. BBVA PPA - F. Indice (PSI 20) 6.6290 29.74 19.24 6.99FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTOF.I.M. Banif Europa de Leste - F.E.I. 4.8362 n.d n.d n.dF.I.M. Banif Gestão Activa - F.E.I. 5.0406 n.d n.d n.dF.I.M. Caixagest Energias Renováveis - F.E.I. 4.8929 n.d n.d n.dF.I.M. Caixagest Imobiliário F.F. - F.E.I. 4.9395 n.d n.d n.dF.I.M. Caixagest Rendimento Mais - FEI 4.8066 n.d n.d n.dF.I.M. Sant. Carteira Alternativa - F.E.I. 5.5544 9.12 n.d n.dF.I.M. BBVA Gestão Flexível TT FEI 5.3354 5.54 n.d n.dF.I.M. Caixagest Estratégias Alternativas 5.2118 3.58 n.d n.dF.I.M. Banif Gestão Patrimonial - F.E.I. 5.3961 2.85 n.d n.dF.I.M. BBVA Imobiliário - F.E.I. 5.3475 2.74 n.d n.dF.I.M. BBVA Multifundo Alternativo - F.E.I. 5.3388 2.71 n.d n.dF.I.M. MultiEquilibrio Dinâmico - F.E.I. 5.1645 1.75 n.d n.dF.I.M. BPN Diversificação - FEI 5.1463 1.68 n.d n.d

F.I.M. Barclays Gestão Dinâmica 300 - FEI 5.2329 1.15 n.d n.dF.I.M. Barclays Gestão Dinâmica 100 - FEI 5.1645 0.93 n.d n.dF.I.M. MultiProtecção Dinâmico - F.E.I. 5.0955 0.87 n.d n.dOUTROS FUNDOSF.I.M. Millennium Equilibrado 5.0577 1.50 3.45 -0.60FUNDOS DIVERSOSF.I.M. Esp. Santo Invest 90 7.7215 6.18 6.85 -3.38F.I.M. Postal Gestão Global 55.8429 1.98 1.56 0.41F.I.M. Postal Rendimento 4.9915 0.91 1.10 1.59FUNDOS POUPANÇA ACÇÕESF.I.M. Raiz Poupança Acções 19.9014 34.46 24.78 12.15F.I.M. Banif PPA 7.6420 33.50 25.68 10.58F.I.M. Esp. Santo PPA 15.8419 32.98 24.34 10.55F.I.M. Millennium PPA 26.0940 32.94 24.98 11.25F.I.M. Santander PPA 36.9266 32.87 25.55 11.49F.I.M. Barclays FPA 19.5208 32.78 25.79 11.69F.P. ESAF PPA 6.6018 31.70 23.54 9.84F.P. PPA Acção Futuro 14.9056 31.44 22.02 10.80F.I.M. Caixagest PPA 18.6198 27.77 23.28 10.54FUNDOS POUPANÇA REFORMA / EDUCAÇÃOCATEGORIA A - Entre 0% e 5% de AcçõesF.I.M. Poupança Premium FPR/E 5.5369 3.30 3.37 n.dF.I.M. Poupança Segura FPR/E 6.0320 2.99 3.00 3.78F.I.M. BPI Taxa Variável PPR/E 5.7233 2.31 2.54 2.74F.P. Solidez PPR/E 5.2345 1.22 1.28 n.dF.P. PPR/E Praemium S 14.4996 1.14 1.62 2.13F.P. PPR/E Garantia de Futuro 6.1599 0.88 1.74 2.62F.I.M. BPI Refoma Bonds PPR/E 5.0414 0.85 n.d n.dF.I.M. Barclays FPR/E Rendimento 11.5726 0.47 1.12 1.55F.I.M. BPI Reforma Segura PPR/E 12.9245 -0.59 1.34 2.90CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de AcçõesF.P. ESAF PPR/E Vintage 8.3869 6.26 4.84 3.91F.P. Patr. Ref. Garant. PPR/E (1) 5.9073 3.39 5.11 n.dF.I.M. Poupança Investimento FPR/E 18.8109 3.23 3.98 2.41CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de AcçõesF.P. Patr. Ref. Equilib. PPR/E (1) 6.6069 5.04 7.07 n.dF.P. Patr. Ref. Prudente PPR/E (1) 1.3468 4.32 6.23 4.72F.P. Banif Previdência Privada PPR/E 10.5533 3.41 3.98 3.94F.I.M. BPI Reforma Invest. PPR/E 13.5186 3.29 5.26 4.53F.P. PPR/E Platinium 5.9736 3.07 3.43 3.00F.I.M. Barclays FPR/E 12.8834 2.81 3.01 0.41F.I.M. Espírito Santo PPR/E* 13.8890 2.73 3.73 1.63F.I.M. Millennium PPR/E 5.7117 2.57 4.46 n.dF.P. PPR/E Europa 7.4337 2.23 4.48 1.61CATEGORIA D - Mais de 35% de AcçõesF.I.M. BPI Refoma Acções PPR/E 5.5140 10.31 n.d n.dF.P. Patr. Ref. Acções PPR/E (1) 5.8490 5.36 n.d n.dF.P. PPR/E Praemium V 17.1001 2.93 5.12 1.93FUNDOS DE PENSÕES ABERTOS (ADESÕES INDIVIDUAIS E COLECTIVAS)CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de AcçõesF.P. Aberto Protecção 2015 5.0307 0.65 n.d n.dF.P. Aberto Horizonte Segurança 8.0324 0.22 2.65 1.28F.P. Aberto Protecção 2020 4.9703 -0.43 n.d n.dCATEGORIA B - Entre 5% e 15% de AcçõesF.P. Aberto Esp.Sto Multireforma 8.5585 3.63 4.11 3.58F.P. Aberto BPI Segurança (2) 14.2136 3.24 5.08 4.61F.P. Aberto Caixa Reforma Activa 11.4985 2.16 3.02 n.dF.P. Aberto Futuro Clássico 11.9645 0.21 1.78 3.10CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de AcçõesF.P. Aberto BPI Valorização (2) 13.0043 5.54 7.01 4.42F.P. Banif Previdência Empresas 6.1816 5.29 5.55 4.72F.P. Aberto Reforma Empresa 8.2832 4.48 4.63 2.35F.P. Aberto Turismo Pensões 5.9762 3.11 5.90 1.40F.P. Aberto Horizonte Valorização 9.8872 2.98 5.30 2.06F.P. Aberto VIVA 11.7653 2.96 3.76 2.65F.P. Aberto BBVA PME’s 5.4153 1.36 2.84 -0.73CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções F.P. Aberto SGF Empresas (1) 9.4897 5.76 7.78 3.92F.P. Aberto Horizonte Valorização Mais 7.8856 4.74 6.78 2.38FUNDOS ABERTOSVIP 9.0964 5.22 5.15 5.70 Fundimo 7.8331 4.84 5.04 5.45 Imofomento 5.4902 4.56 4.68 5.12 Imovest 9.4075 4.43 5.24 5.57 AF Portólio Imobiliário 7.6350 4.27 4.84 5.58 Banif Imopredial 6.4147 4.15 4.64 n.d BPN Imonegócios 6.3905 3.86 3.98 4.17 Novimovest 6.2016 3.71 3.86 4.19 Finipredial 7.6809 3.36 3.54 3.85 Millennium Rendimento Imobiliário 50.6441 2.84 n.d n.d Gespatrimónio Rendimento n.d 2.79 2.90 3.40

30 de Junho de 2006

Descrição Valor Rentabilidade anulizada UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

Descrição Valor Rentabilidade anulizada UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

pandir-se rapidamente, crescendo 29,7% em termos homólogos, em Outubro de 2005, enquanto as importações aumenta-ram 23,4%.

No Japão, por sua vez, a economia con-tinua numa trajectória de recuperação gra-dual, enquanto continua a registar-se uma ligeira deflação dos preços no consumidor. Contudo, nos últimos meses, a actividade económica parece ter registado uma mo-deração, em comparação com as taxas de expansão muito rápidas observadas no pri-meiro semestre de 2006. De acordo com a primeira estimativa das contas nacionais, no primeiro trimestre deste ano, o PIB real aumentou 0,4% numa base trimestral, correspondendo a uma taxa anualizada de crescimento de 1,7%. Este valor compara com taxas anualizadas de 6,3% e 3,3% no primeiro e segundo trimestres do corrente ano, respectivamente.

A moderação do crescimento do PIB resultou principalmente dos menores con-tributos do consumo privado e do investi-mento não residencial, que constituem os principais motores da recuperação econó-mica em curso, que está a ser impulsionada pela procura interna.

Um fundo com histórico

O Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) foi criado a 27 de Novembro de 2002. Nesta data, o Pictet Institutional

Fund – Asian Equities (PIF - Asian Equi-ties) entregou todo o seu activo ao fun-do em troca das unidades deste. O fun-do retomou a mesma política, dispondo do mesmo gestor e promotor que o PIF - Asian Equities, liquidado na data da transferência.

O fundo pagará, para além da comissão de gestão, os custos do Banco Depositário e da administração central que não exce-derem uma taxa anual global máxima de 0,35%. O fundo suportará igualmente as comissões e custos de corretagem, taxa de assinatura, encargos jurídicos e de audito-ria, bem como quaisquer outros encargos estabelecidos por conta do fundo.

O Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) está sujeito à legislação fiscal do Luxemburgo. De acordo com a legislação em vigor no Luxemburgo, o fundo não está sujeito a qualquer imposto luxem-burguês quer retido na fonte ou outro, sobre o rendimento ou as mais-valias. O activo líquido do fundo está, não obstan-te, sujeito à imputação de um imposto cobrado à taxa anual de 0,05%, no final de cada trimestre e calculado com base no activo líquido do fundo, no final de cada trimestre. No entanto, esta taxa será redu-zida para 0,01% para o activo aferente às unidades reservadas aos investidores ins-titucionais.

MARTIM PORTO

Pictet com um fundo que “expurga” o crescimento asiático do “impasse” japonêsAs perspectivas económicas para a Ásia, excluindo o Japão, mantêm-se favoráveis, impulsionadas pelo crescimento constante da procura interna e por uma nova recuperação no crescimento das exportações, com especial enfoque para a economia chinesa. Para aproveitar apenas a fase boa da Lua (ou seja, sem o estagnado Japão), a Pictet Funds lançou o Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan).

sexta-feira, 07 Julho de 2006MERCADOS40

Page 53: SUPLEMENTO Agrogarante formalmente SEGUROSbasededados.vidaeconomica.pt/users/0/39/pdf_ve:ve_ed1158...SUPLEMENTO SEGUROS DIRECTOR João Peixoto de Sousa Nº 1158 / 07 Julho 2006 / Semanal

que um importante elemento do grupo do empresário Miguel Paes do Amaral terá feito um levantamento de fundos no mer-cado financeiro capaz de alavancar toda a

operação, mas outras fontes consideram que esse levan-tamento de dinheiro desti-nar-se-á a várias operações e não necessariamente à PT. Só fará sentido avançar para este processo depois de ser conhecida a decisão do re-gulador da Concorrência.

A Mota-Engil recuou ligeiramente e a Sonae, SGPS, avançou um pouco ao longo da semana. Estes

são movimentos sem uma explicação lógi-ca.

Os mercados vão estar atentos à possi-bilidade de, a curto prazo, poder ocorrer

A questão dos mísseis na Coreia do Nor-te e o possível alastramento de uma crise geopolítica ao Irão estão a fazer tremer os mercados e a levar o preço do crude a ní-veis elevados. Os mercados financeiros eu-ropeus reagiram com alguns investidores a dar orientações de “sell-off ” e o facto de se entrar em período de férias não ajuda a desenvolver novos interesses.

Os títulos mais líquidos no mercado fi-nanceiro nacional estiveram em queda, caso da EDP e do BPI, numa pura reacção ao facto de terem subido em sessões anteriores. Não existem fundamentais para justificar o “sobe e desce”, comentam operadores. O Millennium bcp recebeu do regulador dos seguros a comunicação da não oposição ao “take-over” sobre o BPI, mas o impacto é nulo na operação, sobre a qual não se espe-ra o desfecho antes do final do ano.

Na oferta à PT e à PT Multimédia surgi-

Debandada com a crise política na Ásia

VÍTOR [email protected]

uma nova subida de juros, embora para a próxima reunião a expectativa seja de ma-nutenção. A subida das taxas dos últimos meses fez valorizar os activos denomina-dos em euros e a expectativa da expansão das vendas a retalho criou maior certeza na espiral inflacionista, cuja panaceia será a contracção da política monetária, com a subida do custo do dinheiro. O euro tem--se mantido em alta. Este facto não é bom para a recuperação das economias que na Europa têm maior capacidade de exporta-ção, caso da alemã e francesa. O Banco de Espanha tem, por seu lado, enviado alertas quanto à “bolha” especulativa sustentada pelo mercado imobiliário, sobretudo o seg-mento residencial. A subida do preço do dinheiro pode criar dificuldades às famílias e provocar uma retracção acentuada neste sector, que tem vindo a garantir boa parte do crescimento económico espanhol.

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ram novas informações e rumores. No mer-cado circula a informação de que a Sonae-com estará disposta a aceitar como remédio perder uma das operadoras móveis, o que levou a uma nova onda de especulação de que a Fran-ce Telecom poderia vir a adquirir a Optimus, dan-do de seguida a gestão ao grupo Sonae, mantendo este uma separação jurídi-ca, mas obtendo sinergias. Claro que tudo não passa de rumores lançados por analistas e fontes finan-ceiras. A única notícia a considerar é de que a con-corrência possa emitir uma decisão defini-tiva no final deste mês, e ainda que outros potenciais interessados só se manifestarão nessa altura. Apareceram informações de

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est. 06 EPS Est. 07 PER Est. 06 PER Est. 07 Div. Yield Ind Div. Yield Est Data ALTRI SGPS 2.27 2.25% 2.50 0.56 0.21 0.21 10.81 10.81 1.10% 1.37% 04-07-2006BANIF-SGPS 26.29 2.30% 26.92 7.28 1.90 2.23 13.85 11.78 1.61% 2.85% 04-07-2006B.COM.PORTUGUES 2.22 0.45% 2.80 2.02 0.21 0.23 10.67 9.53 3.15% 3.83% 04-07-2006B.ESPIRITO SANTO 10.80 3.05% 12.05 9.86 0.87 0.90 12.49 12.00 3.39% 3.10% 04-07-2006BANCO POP.ESPANOL 11.78 5.27% 13.20 10.16 0.85 0.97 13.94 12.16 1.55% 3.51% 04-07-2006BANCO BPI 6.00 2.74% 6.05 3.14 0.35 0.40 17.00 15.15 2.00% 2.32% 04-07-2006BRISA-PRIV. 8.14 0.37% 8.98 6.20 0.36 0.38 22.61 21.59 3.32% 3.51% 04-07-2006CIMPOR,SGPS 5.22 0.00% 5.81 4.36 0.40 0.47 13.18 11.11 3.64% 3.89% 04-07-2006CIN 5.15 2.79% 5.60 4.55 0.41 0.43 12.56 11.98 3.02% 3.11% 30-06-2006COFINA,SGPS 3.66 2.81% 4.09 2.73 0.21 0.24 17.10 15.38 1.37% 1.75% 04-07-2006CORTICEIRA AMORIM 1.97 -1.01% 2.32 1.15 0.13 0.14 15.15 13.78 2.54% 2.28% 04-07-2006EDP 3.03 0.66% 3.35 2.04 0.20 0.23 14.85 13.17 3.30% 3.66% 04-07-2006MOTA ENGIL 4.23 0.24% 4.95 2.63 0.17 0.22 24.88 19.40 2.36% 2.46% 04-07-2006FINIBANCO,SGPS 2.22 0.91% 2.83 1.31 -- -- -- -- 2.70% -- 04-07-2006IBERSOL,SGPS 8.04 0.75% 8.83 5.21 0.50 0.54 16.08 14.89 0.68% 1.37% 04-07-2006IMPRESA,SGPS 4.23 -0.70% 5.60 4.16 0.32 0.37 13.43 11.46 0.00% 0.26% 04-07-2006J.MARTINS,SGPS 13.29 -1.19% 14.76 11.63 0.90 0.98 14.80 13.51 3.16% 3.15% 04-07-2006MEDIA CAPITAL 8.00 0.00% 8.48 6.45 0.29 0.33 27.59 23.95 0.00% 0.61% 04-07-2006NOVABASE,SGPS 5.75 -1.03% 7.29 5.63 0.31 0.36 18.67 15.93 0.00% 0.00% 04-07-2006PARAREDE 0.24 9.09% 0.35 0.21 -- -- -- -- 0.00% -- 04-07-2006P.TELECOM 9.48 0.53% 10.44 7.33 0.58 0.64 16.40 14.86 5.01% 4.73% 04-07-2006PORTUCEL 2.20 -0.90% 2.40 1.41 0.10 0.10 22.00 22.45 2.39% 2.64% 04-07-2006PT MULTIMEDIA 9.00 0.45% 10.65 7.43 0.33 0.37 27.44 24.46 3.06% 3.11% 04-07-2006REDITUS,SGPS 3.39 -2.87% 3.94 3.05 0.19 0.31 17.84 10.94 0.00% 0.00% 04-07-2006SAG GEST 1.82 0.00% 2.32 1.25 0.16 0.24 11.38 7.58 7.36% 3.30% 04-07-2006S.COSTA 3.08 4.41% 3.20 1.30 -- -- -- -- 0.00% -- 04-07-2006SEMAPA 8.22 -0.36% 9.42 4.60 0.77 0.78 10.75 10.50 5.11% 1.46% 04-07-2006SONAECOM,SGPS 4.30 0.70% 4.75 2.90 0.01 0.06 716.67 69.36 0.00% 0.14% 04-07-2006SONAE,SGPS 1.16 1.75% 1.40 0.80 0.05 0.06 23.20 21.09 2.16% 1.98% 04-07-2006SONAE IND.SGPS 6.63 0.15% 8.24 5.40 0.25 0.37 26.31 17.97 0.00% 0.00% 04-07-2006

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Acção Cotação (*) Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est. 06 EPS Est. 07 PER Est. 06 PER Est. 07 Div. Yield Ind Div. Yield Est DataB.POPULAR 11.78 5.65% 13.25 9.76 0.85 0.97 13.94 12.16 3.08% 3.51% 04-07-2006INDITEX 32.93 1.76% 33.89 20.51 1.54 1.74 21.43 18.95 0.91% 2.52% 04-07-2006REPSOL YPF 22.69 4.85% 28.81 20.00 2.78 2.64 8.15 8.60 2.64% 3.06% 04-07-2006TELEFONICA 13.08 2.43% 14.16 11.88 1.08 1.21 12.11 10.81 3.82% 4.52% 04-07-2006FRANCE TELECOM 17.04 3.52% 25.73 16.12 1.87 1.97 9.13 8.67 5.87% 7.03% 04-07-2006LVMH 77.55 4.66% 85.95 60.80 3.83 4.33 20.28 17.90 1.48% 1.77% 04-07-2006BAYER AG O.N. 36.48 11.36% 37.67 26.10 2.58 2.78 14.17 13.12 2.60% 2.84% 04-07-2006DEUTSCHE BANK AG NA O.N. 88.8 6.16% 100.20 63.00 9.58 9.90 9.27 8.97 2.82% 3.65% 04-07-2006DT.TELEKOM AG NA 12.66 2.26% 16.49 12.15 1.10 1.18 11.56 10.69 5.70% 5.97% 04-07-2006VOLKSWAGEN AG ST O.N. 55.14 5.55% 66.30 37.54 4.53 5.44 12.16 10.15 2.08% 2.25% 04-07-2006ING GROEP 30.94 5.45% 33.83 22.65 3.15 3.30 9.83 9.37 3.81% 4.06% 04-07-2006Esterelatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna,no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo”

Stock Rating System (SRS):

Os títulos mais líquidos no mercado financeiro nacional estiveram em queda

sexta-feira, 07 Julho de 2006 41MERCADOS

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AutomóvelNovo pneu

Continental lançou o ContiSportContact 3,

para automóveis desportivos

“Tuning show”Áudio nas lojas

Rádio Popular de todo o país, até 31 de Agosto

Vida Económica - Em ter-mos gerais, o mercado por-tuguês está em quebra este ano. Acha que o anúncio de uma nova fórmula de cálculo do Imposto Automóvel (IA) a partir de Julho teve alguma influência e adiou decisões de compra?

Jorge Guimarães - Penso que a quebra no mercado nos últimos anos tem a ver, essencialmente, com a temperatura da economia nacional e, por outro lado, com a “velha” questão da fiscalidade au-tomóvel portuguesa. Sinceramen-

te, não prevejo que haja grandes melhorias nos próximos anos. As alterações ao IA que referiu, são interessantes, mas claramente in-suficientes, pelo que não vai ter qualquer efeito em termos de ani-mação do mercado. Portanto, os portugueses vão continuar a trocar de automóvel com menor regula-ridade do que deveriam e a utilizar automóveis com menor cilindrada do que deveriam.

VE - Que factores poderiam contribuir para uma real reto-ma do mercado?

“ALTERAÇÕES AO IA NÃO VÃO ‘ANIMAR’ MERCADO”

Vida Económica - Como foram os primeiros cinco meses de 2006 para os ligeiros Volvo em Portugal [en-trevista realizada no dia 29 de Junho]?

Jorge Guimarães - Os primeiros cinco meses de 2006 cor-reram dentro do perspectivado, embora um pouco abaixo. Fe-chámos os primeiros cinco meses com menos 10% do que no ano passado, mas é importante realçar que 2005 foi o melhor ano de sempre da Volvo em Portugal, devido ao lançamento do motor 1.6 diesel na gama S40/V50. Foram meses difíceis para o mercado nacional e de expectativa de novos lançamen-tos para a Volvo, que vão ocorrer ao longo do segundo semes-tre.

VE - Quais são esses lançamentos?JG - Este ano, haverá dois lançamentos, que destacam: o

novo S80 e o C30. Já em Julho, vai chegar o S80, o topo-de-gama da marca que vem substituir a actual geração, que está no mercado desde 1998, e que nos vai permitir melhorar as vendas. O C30 vai chegar mais perto do final do ano, que é um complemento da gama. É um automóvel novo que vem reforçar e completar a oferta da marca e que representar a en-trada na gama Volvo. De facto, este modelo vai-nos potenciar as possibilidades de volume e de chegar a um grupo etário de clientes mais jovens, no qual até aqui tínhamos menos repre-sentatividade.

VE- Quais os objectivos de vendas para a marca este ano?

JG- Fechámos 2005 com 3500 automóveis e este ano fica-remos muito próximos, talvez na casa das 3400 unidades, em-bora não seja impossível repetir os números do ano passado, devido aos lançamentos que lhe referi.

VE- O C30 representa o regresso ao cliente do mítico 480...

JG - Sim. No ano passado, com o motor 1.6 diesel passá-mos a barreira histórica dos três milhares de automóveis, valor que a Volvo nunca tinha atingido em Portugal. Com o C30, penso que teremos condições de, em 2007, passar outra bar-reira histórica, a dos quatro mil automóveis.

VE- Tendo em conta que, no início de 2008, a Auto-Sueco vai deixar de ser o importador dos ligeiros Volvo, essa seria uma boa forma de deixarem a importação.

JG - De facto, há uma alteração significativa, já que, há cer-ca de um ano, fizemos um acordo com a Volvo que define que, a partir de 1 de Janeiro de 2008, a Volvo passará a controlar a distribuição em Portugal. Isto a exemplo do que já acontecia em toda a Europa, já que o nosso era o único país em que isso não acontecia, fruto de um excelente trabalho desenvolvido ao longo dos quase 75 anos de relacionamento entre a marca e a Auto-Sueco. E acontece apenas por razões estratégicas da Volvo, que quer controlar todo o processo de distribuição, no sentido de melhorar a sua rendibilidade enquanto construtor de automóveis e não por questões de representação, até porque a Volvo é a primeira a reconhecer que sempre foi muito bem representada em Portugal. Este cenário não é, aliás, único da Volvo e atinge todos os nossos colegas importadores. Somos já muito poucos e penso que até ao final desta primeira década do século não haverá importadores privados em Portugal.

VE- Em Portugal, confude-se Auto-Sueco com Vol-vo.

JG- É verdade, embora nos últimos anos a designação Auto-Sueco comece a estar ligada a um grupo automóvel de referên-cia que tem na Volvo a sua marca principal, mas que começa também a trabalhar com outras marcas na área do retalho.

VE- A Auto-Sueco vai reforçar, então, a presença no retalho automóvel para compensar o fim da importação da Volvo?

JG- Além da Volvo, já somos retalhistas da Land Rover, da Mazda, da Ford e da Honda. A estratégia da Auto-Sueco é continuar a desenvolver a sua actividade na área do retalho automóvel, assumindo-se como um dos maiores grupos reta-lhistas em Portugal e estamos a trabalhar para o conseguirmos tão cedo quanto possível. Não é uma obsessão atingirmos muito rapidamente números semelhantes aos maiores grupos de retalho que operam no nosso país, a ideia é seguir esse ca-minho de forma cuidadosa e estruturada, mas o nosso objec-tivo até ao fim da década é, se possível, triplicar o número de automóveis que vendemos a retalho. No ano passado, vende-mos cerca de 3500 unidades por essa via, a meta é, portanto, atingir 10 mil unidades no retalho automóvel. A Volvo vai continuar, naturalmente, a ter um peso muito importante, assim como as marcas que já representamos, mas planeamos juntar outras marcas à actual carteira de cinco construtores, sendo que o investimento será, essencialmente, nas áreas me-tropolitanas do Porto e de Lisboa.

VE- As marcas de volume, como referiu, deixarão de ter importadores independentes. É impossível, porém, virem a importar alguma marca de nicho ou oriunda de países como a China ou a Índia?

JG- Impossível não é, mas, como saberá, neste momento, essa hipótese está completamente posta de lado em termos de marcas europeias, tirando marcas de nicho, que não são rentáveis. Além das marcas europeias, restam marcas de países como a China ou a Índia. Esse é um dossier que já analisá-mos, mas, neste momento, não temos previsto apostar nessa área de investimento. Entendemos que há muito a fazer e a melhorar na área do retalho automóvel em Portugal e é esse caminho que, para já, queremos seguir.

AQUILES [email protected]

Para “compensar” perda da importação da Volvo a partir de 2008

Auto-Sueco quer ser um dos maiores grupos retalhistas em PortugalA Auto-Sueco quer assumir-se com um dos maiores grupos retalhistas automóveis em Portugal depois de perder a importação da Volvo, a partir de Janeiro de 2008, segundo o director da unidade de negócio automóveis da empresa do Porto. Jorge Guimarães adianta que o objectivo é triplicar até 2010 o volume de vendas a retalho registado no ano passado, que rondou as 3500 unidades. “A Volvo vai continuar a ter um peso muito importante, assim como as marcas que já representamos, mas planeamos juntar outras marcas à actual carteira de cinco construtores”, adiantou.

JG - A reforma da fiscalidade, com uma aposta do Governo numa menor pressão fiscal, o que, estou convicto, potenciaria o aumento do número de auto-móveis vendidos e o aumento das receitas fiscais. Além disso, obviamente que as probabilida-des de retoma aumentariam se a economia nacional melhorasse, o que, parece, começa a aconte-cer. Aliás, creio que tem sido isso que tem condicionado a decisão do Governo de reformar, de uma vez por todas, a política fiscal dos automóveis.

sexta-feira, 07 Julho de 200642

“Penso que até ao final desta primeira década do século não haverá importadores privados em Portugal”, considera Jorge Guimarães.

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Crescer como os grandesMaior e com mais qualidade aparente do que o antecessor, o Peugeot 207 chegou ao mercado com a responsabilidade de prosseguir o suces-so das duas primeiras gerações da série 20. A julgar pelos primeiros números de vendas, o mercado está a aceitar bem o modelo.

Não é preciso “mergulhar de cabeça” nos livros de história automóvel para perceber que os veículos estão a crescer. O com-primento dos mais recentes mo-delos do segmento dos utilitários (como o Renault Clio ou o Fiat Punto) ronda a fasquia psicológi-ca dos quatro metros, o mesmo que a maioria dos veículos do segmento médio-baixo (como o Volkswagen Golf ou o Toyota Corolla) tinha há 20 anos...

Um exemplo disso mesmo é o novo Peugeot 207, que “veste” a nova imagem de família iniciada pelo 407. Do “alto” dos seus 4,03 m de comprimento, 2,54 m de distância entre eixos, 1,72 m de largura, 270 dm3 de bagageira

e 1,675 m de comprimento no espaço interior habitável, o mo-delo, garante a marca francesa, “constitui um verdadeiro salto de geração”. No mercado português desde Maio, vai tentar repetir os sucessos do “pai e do avô”.

Com efeito, o Peugeot 207 – apesar de ser o lançamento mais esperado da marca dos últimos tempos e um dos mais importantes do mercado automóvel europeu este ano – tem sobre os ombros o peso da responsabilidade de ocu-par na gama do construtor francês o lugar da série 20. A história dos dois mitos foi para a “estrada” em 1983 com o 205, que ao longo de 15 anos, se tornou num ícone da Peugeot e da indústria automóvel. Façanha de igual ou maior di-

mensão foi conseguida pelo 206. Lançado em 1998, o modelo que lançou uma estética que perdurou longos anos na marca francesa, viu as suas quatro versões de carroça-ria – três e cinco portas, “station” e o descapotável CC – coleccionar vendas, tendo, mesmo, logrado ultrapassar o seu antecessor neste capítulo. Com um dos melhores “run out” (fim de carreira) da in-dústria automóvel, o 206 atingiu já na recta final do ano passado a fasquia dos cinco milhões de uni-dades produzidas. Talvez seja esse número o principal responsável pelo grupo PSA ter-se decido a prolongar um pouco mais a sua carreira, devendo a produção do modelo terminar de forma fasea-

da, mesmo depois da chegada do novo trunfo.

Com o lançamento do novo Peugeot 207, o segmento dos uti-litários está ao rubro, já que tam-bém Renault Clio, Fiat Punto e Toyota Yaris foram renovados re-centemente, aos quais ainda se vai juntar, mais perto do fim do ano, a nova geração do Opel Corsa. O modelo da marca do leão tem sido um dos responsáveis pela subida do construtor francês em Portu-gal, que em Maio cresceu 4,7% (para 2750 unidades) face ao mesmo mês de 2005, enquanto o mercado perdeu no mesmo pe-ríodo 5,1% (para 24 566). Com esta performance, a marca man-tém o terceiro lugar no “top” das marcas, mas está a aproximar-se

sexta-feira, 07 Julho de 2006 43AUTOMÓVEL

PEUGEOT 207 1.6 HDI 90 CV SPORT

Cilindrada: 1560 cc

Potência: 90 cv

Vel. máx.: 182 km/h

Acel. O-100 km/h: 11,5 seg.

Cons. Misto: 4,5 L/100 km

Preço: 23 700 euros

cada vez mais da Opel, a segunda marca mais vendida (12 040 uni-dades da Peugeot contra 12 694 da Opel até Maio). A liderança isolada continua a ser da Renault, com 17 257 unidades nos primei-ros cinco meses de 2006.

Peugeot 307 (um pouco) mais pequeno

À primeira observação do Peu-

geot 207 1.6 HDI 90 cv Sport que ensaiou, a “Vida Económica” lembrou-se de um filme que, há uns anos, fez furor em o prota-gonista diminui o tamanho dos filho. É que é caso para dizer que o modelo francês mais parece uma versão mais pequena. “Que-rida, encolhi o 307” poderia muito bem ter sido expressado pelo engenheiro-chefe da Peuge-ot com o novo 207. De facto, a estética e o es-paço do modelo aproximam-nos bastante do “ir-mão” mais velho e pode transportar quatro adultos e respectiva bagagem com um à-vontade bastante razoável. Além da habitabilidade, também na qualidade (pelo menos aparente) dos materiais utilizados, o mode-lo parece ter melhorado em rela-ção ao 206.

As maiores medidas do chassis têm reflexos no comportamento.

Embora seja claro que o conforto foi o primeiro objectivo dos técni-cos da Peugeot, o modelo mostra “jogo de rins” quando o condutor lhe pede mais esforço em percur-sos mais sinuosos. Para esta nota positiva também contribui bas-

tante a pujança do motor 1.6 HDI, cujos 90 cv de potência (há uma varian-te do mesmo bloco com 110 cv) são mais do que suficientes para imprimir ritmos vivos.

Proposto por 23 700 euros, o Peugeot 207 1.6 HDI 90 cv

Sport oferece de série elementos como o ABS, seis airbags, vidros eléctricos à frente e atrás, o fecho central com comando à distân-cia, rádio com CD, computador de bordo, faróis de nevoeiro e ar condicionado automático.

AQUILES [email protected]

“Querida, encolhi o 307” poderia muito bem ter sido expressado pelo engenheiro-chefe da Peugeot com o novo 207.

Ensaio - Peugeot 207 1.6 HDI 90 cv Sport

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NOTA DE FECHO

O fim dos notáriosA medida estava prevista no Simplex. Os actos relativos à

vida das sociedades comerciais iriam deixar de estar sujeitos a escritura pública. Assim, desde o dia 1 de Julho as sociedades podem re-gistar directamente os seus actos nas conservatórias do Registo Comercial, não tendo de fazer previamente uma escritura pública, como acontecia até agora.

Esta alteração vai dispensar a rea-lização de 65 mil escrituras anuais e tem por principal objectivo simplicar e desburocratizar.

Para as empresas, a mudança é aparentemente favorável. Há uma economia de tempo e de custos asso-ciados às escrituras. A saída de cena

dos notários baseia-se num princípio simples: até aqui havia um duplo controlo de legalidade exercido pelos notários e pelos con-servadores que se pretende simplificar.

Na perspectiva do Governo, há vantagens em substituir o du-plo controlo de legalidade por um único controlo de legalidade, assegurado pelas conservatórias de registo. O recurso aos notá-rios torna-se desnecessário.

A mudança deverá ir além das sociedades comerciais. Se para a compra de um Ferrari não é necessária uma escritura públi-ca e basta o Registo na Conservatória do Registo Automóvel, a tendência será para que, no futuro, a compra de um T1 na Reboleira – que custa bastante menos – também não obrigue à realização de uma escritura. Se a opção é um único controlo de legalidade, as vendas de imóveis também deverão ser dispensadas de escritura pública.

Os notários têm razão para estar apreensivos: o seu âmbito de actuação fica muito limitado, o que não permitirá a subsistência da maior parte daqueles que apostaram no exercício da profissão como profissionais liberais privados.

A reforma do PS não era a privatização dos notários mas sim a extinção dos notários e eventual integração nos serviços de registo.

A questão que se deve levantar não é apenas de saber se os notários vão ter trabalho e receitas que permitam manter a sua actividade.

A questão pôs-se nos anos 40, com as dificuldades próprias da II Guerra, e a solução encontrada por Salazar foi fazer dos notá-rios, até aí profissionais liberais privados, funcionários públicos. Através da intervenção do Estado foi encontrado um equilíbrio: o rendimento dos notários das zonas mais pobres era equilibrado com as receitas obtidas nas maiores cidades.

Aí Portugal divergiu dos outros países com notariado de raiz romano-germânica, onde os notários são privados. Mesmo os países de Leste, logo após a queda do Muro de Berlim, pri-vatizaram o notariado, adoptando um regime semelhante ao dos outros países da UE. Em Portugal foi preciso esperar pelo século 21 para abandonar o regime de funcionalismo público e repor o estatuto incial de profissionais liberais privados com fé pública.

Agora o Governo afirma que a privatização do notariado não foi a sua reforma. Foi uma iniciativa dos governos do PSD. E prefere abandonar o sistema de notariado seguido pela maioria dos países europeus, optando pelo regime do único controlo de legalidade existente nos países anglo-saxónicos, com o argumen-to de que se trata de uma solução mais vantajosa para as empre-sas e cidadãos.

Entretanto, os notários garantem que, em muitos casos, os custos para as sociedades comerciais não diminuem e vão mes-mo aumentar no novo regime. Para o Estado, não deixa de ser tentador fixar preços de registo superiores aos actuais, mas que possam dar a sensação que são inferiores porque as empresas dei-xam de ter duas despesas e passam a ter apenas uma, conseguin-do uma economia efectiva de tempo.

Com a privatização do notariado, as sociedades comerciais passaram a ter um melhor serviço e melhores preços nos car-tórios notariais. Agora dizem-lhes que os serviços públicos de registo dispensam a intervenção dos notários, o que pressupõe que esses mesmos serviços públicos vão assegurar um trabalho com qualidade, eficiência e rapidez.

Nesta perspectiva, os notários podem ser abandonados à sua sorte, reduzindo consideravelmente o seu papel na sociedade.

Mas se a questão é assim tão simples, por que razão será que a maioria dos países europeus, com excepção dos anglo-saxónicos, mantém o notariado de raiz romano-germânico e assegura a sua contribuição no controlo da legalidade dos actos das empresas e dos cidadãos?

João Luís de SousaDirector Adjunto

CASAIS A PAGAR IRS DE FORMA SEPARADA Dar aos contribuintes casa-dos, à semelhança do que acontece com aqueles que vivem em união de facto, o direito de escolha: apresen-tar as suas declarações de IRS como um casal, como já acontece, ou, então, de forma separada como sujei-tos passivos independentes. Uma proposta inédita que surge por parte de um gru-po de trabalho formado por peritos a quem o Governo de José Sócrates encomen-dou um estudo sobre a sim-plificação do sistema fiscal.

Portugal e Angola criam linha de crédito no valor de 500 milhões de euros

Boas notícias para quem quer investir em Angola. Portugal e este país africano acabam de assinar um me-morando de entendimento para a criação de uma linha de crédito até ao valor de 500 milhões de euros.

Um montante que se destina a apoiar projectos de investimento público – estamos a falar de parcerias entre empresas portugue-

águas, inovação e investiga-ção, bem como tudo aquilo que diz respeito à formação de capital humano.

Resta dizer que esta linha de crédito chega depois de já ter sido criada uma outra no valor de 100 milhões de euros a que se devem acres-centar ainda as garantias de crédito da COSEC, estas, no montante de 300 mi-lhões de euros.

sas e angolanas – em áre-as tidas como prioritárias: construção e reabilitação de estradas e pontes, in-fra-estruturas rodoviárias, portuárias e aeroportuárias ou sociais, nomeadamen-te, nos campos da saúde e educação.

A isto junta-se a promo-ção de iniciativas ligadas à produção, transporte e distribuição de energia e

N.º 1158 / 07 Julho 2006 Semanal, Portugal Continental 2J

Fundo da Silvip inicia investimentos no Grande Porto

A Silvip, empresa detida pelo grupo SIL, através do Fun-do VIP, efectuou, pela primeira vez, um investimento de 13 milhões de euros na área do Grande Porto.

O objectivo é a instalação do novo hospital privado Ma-tosinhos/Leça.

Tendo em conta que o património do Fundo VIP é constituído por edifícios de escritórios e armazéns, inicia-se uma diversificação do investimento, no sentido de fa-cilitar o escoamento de excesso de liquidez. Constitui um fundo de investimento aberto, que distribui rendimentos de três em três meses. A valorização média anual é de cerca de 5,2%, de acordo com a empresa.

Vendas automóveis continuam a baixar

O sector automóvel esperava um crescimento de cerca de 3% nas vendas este ano. Previsão que parece já não fazer sentido. As vendas de automóveis registaram nova quebra no mês de Junho, o que fez com que a descida fosse de 5,9% no primeiro semestre, face a igual período do ano passado. Os empresários do sector estão cada vez mais pes-simistas, até porque as marcas mais afectadas são as líderes de mercado Renault, Peugeot, Citroen e Ford. Excepção feita à VW e à Fiat, ambas com crescimentos, mas haverá que notar que tiveram quebras consideráveis no ano pas-sado. Entre as marcas que mais subiram, destaque para a Lexus, a Suzuki, a Chrysler e a BMW.

GB (Guiné Bissau), bem

como o operador turístico Air Luxor Tours, anun-ciou a empresa de Paulo Mirpuri em comunicado de imprensa.

Com a operação, a nova administração passa a ser liderada por Vítor Pinto da Costa. Oliveira e Silva e Fernando Brito, com experiência no transporte aéreo nos mercados euro-peu, asiático e africano,

Investidores luso-canadianos compram Air Luxor

A companhia de avia-ção portuguesa Air Luxor foi vendida esta semana ao Longstock Financial Group, um grupo de in-vestidores luso-canadia-nos.

O processo de aquisição inclui 100% da Air Lu-xor Holdings, que detém as companhias aéreas Air Luxor, Air Luxor STP (São Tomé) e Air Luxor

são os vogais da nova ad-ministração.

O comunicado de im-prensa enviado, ainda pela administração Mirpuri, refere que “o Longstock Financial Group represen-ta o veículo para os inves-timentos em Portugal de um grupo de investido-res luso-canadianos”, com “outros investimentos em Portugal, na área do turis-mo, serviços e indústria”.

Apesar da alienação da

Air Luxor Holdings, o grupo Mirpuri continua a manter activos na “Hi Fly, companhia vocacionada para voos charter e missões especiai), nas empresas de handling e gestão aero-portuária (ALCV, SGAB, Safeport), engenharia e manutenção de aviões (MESA), catering (LSky) e tecnologias de informa-ção (CPTI - Companhia Portuguesa de Tecnologias de Informação)”.

Numa altura em que o investimento estrangei-ro, no nosso país, volta a ser notícia, a BP Portugal contraria a conjuntura do-minante e anuncia novos investimentos. Os números são avultados: 23 milhões de euros investidos – o contrato de concessão com

BP Portugal cria terminal em Aveiro o porto de Aveiro acaba de ser assinado e é válido por um período de 22 anos – na construção, instalação e exploração comercial, neste espaço, de um parque de armazenagem de combus-tíveis líquidos. Já, a operar, a partir do quarto trimestre de 2007, este projecto, que

vai aumentar a capacidade de importação da BP, surge com um objectivo muito claro: facilitar a distribui-ção de combustível, no mercado nacional, entre as áreas de influência da CLC, Aveiras, e o Porto de Ma-tosinhos, a Norte. O novo terminal, com uma área de

50 mil m2, tem uma capa-cidade de armazenamento próxima dos 120 mil m3, sendo que a BP prevê mo-vimentar, já em 2007, um mínimo de 180 mil tonela-das de carga pelo porto de Aveiro. Número que, em 2008, poderá passar para as 480 mil toneladas anuais.