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1

Sumário

Cultura ................................................................................................................................2

Cultura e educação...............................................................................................................4

Identidade cultural ...............................................................................................................4

Traços culturais ....................................................................................................................6

Cultura e progresso ..............................................................................................................9

O fenômeno da aculturação ................................................................................................ 11

Controle social ................................................................................................................... 13

Cultura popular e cultura erudita ........................................................................................ 16

Cultura popular e cultura erudita ........................................................................................ 17

A ideologia no cotidiano ..................................................................................................... 23

A televisão no brasil ........................................................................................................... 27

Referências bibliográficas ............................................................................................... 38

2

CULTURA

No senso comum, cultura adquire diversos significados: grande

conhecimento de determinado assunto, arte, ciência, "fulano de tal tem cultura".

Aos olhos da Sociologia, cultura é tudo aquilo que resulta da criação

humana. São ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais, conhecimento,

adquirido a partir do convívio social.

Só o homem possui cultura.

Seja a sociedade simples ou complexa, todas possuem sua forma de

expressar, pensar, agir e sentir, portanto, todas têm sua própria cultura, o seu

modo de vida.

Não existe cultura superior ou inferior, melhor ou pior, mas sim culturas

diferentes.

As funções da cultura são:

satisfazer as necessidades humanas;

limitar normativamente essas necessidades;

implica em alguma forma de violação da condição natural do

homem. Por exemplo: paletó e gravata são incompatíveis com clima quente;

privar-se de boa alimentação em prol da ostentação de um símbolo de

prestígio, como um automóvel; pressão social para que tanto homens quanto

mulheres atinjam o ideal de beleza física.

O que é belo numa sociedade poderá ser feio em outro contexto cultural.

Já o conceito de cultura de massa pode ser definido como padrões

compartilhados pela maioria dos indivíduos, independente da renda, instrução,

ocupação, etc.

Cultura de massa é produto da indústria cultural, tipicamente de

sociedades capitalistas; refere-se aspectos superficiais de lazer, gosto artístico

e vestuário.

A indústria cultural está sempre "fabricando" modas e gostos, a cultura de

massa só é viável em razão da invenção da comunicação em massa.

Orson Camargo

Colaborador Brasil Escola

Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo - FESPSP

Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

3

A cultura é tudo que as diferentes raças e as diferentes etnias possuem

em matéria de vida social, o conjunto de leis que regem o país, a moral, a

educação aprendizagem, as crenças, as expressões artísticas e

literárias,costumes e hábitos, ou seja, é a totalidade que abrange o

comportamento individual e coletivo de cada grupo, sociedade, nação ou povo.

De onde vêm as Culturas e por que é importante estudá-las?

A Sociologia é uma das áreas de conhecimento das Ciências Sociais que

estuda, de maneira científica, fugindo do senso comum e dos"achismos", a

sociedade. Assim também é a Ciência Antropológica.

Mas você pode se perguntar: Se já existe a Sociologia, que estuda a

sociedade e nos ensina a também sermos "cientistas", pessoas que saibam

refletir sobre as questões sociais e ter ação frente à sociedade ,para que outra

ciência?

Ora, a vida do homem em sociedade é tão complexa que, durante a

história, muitos se dedicaram a entender, explicar e a dar soluções a muitas

questões da sociedade, incluindo as questões culturais. Tais explicações

deveriam ser "certas", tudo passa a ser explicado pelas Ciências.

Isso ocorreu no cenário mundial, principalmente, no final do século XVII e

início do século XIX.

A cultura faz parte da totalidade de uma determinada sociedade, nação

ou povo.

Essa totalidade é tudo o que configura o viver coletivo.

São os costumes, os hábitos, a maneira de pensar, agir e sentir, as

tradições ,as técnicas utilizadas que levam ao desenvolvimento e a interação

do homem com a natureza. Ou seja, é tudo mesmo! Tudo que diz respeito a

uma sociedade.

4

CULTURA E EDUCAÇÃO

A cultura de uma sociedade é transmitida das gerações adultas às

gerações mais jovens pela educação.

Educar, pois, é transmitir aos indivíduos os valores, conhecimentos, as

técnicas, o modo de viver, enfim, a cultura do grupo.

A cultura é "a vida total de um povo, a herança social que o indivíduo

adquire de seu grupo. Ou pode ser considerada parte do ambiente que o

próprio homem criou". (Clyde kluckhohn, Antropologia - um espelho para o

homem, pg. 28)

O antropólogo polonês Bronislaw (1884-1942) ensina que a cultura

compreende " bens processos técnicos, ideias, hábitos e valores herdados".

A aquisição e a perpetuação da cultura são um processo social, não

biológico, resultante da aprendizagem.

Cada sociedade transmite às novas gerações o patrimônio cultural que

recebeu de seus antepassados. Por isso, a cultura é também chamada de

herança social.

Nas sociedades em que:

Não há escolas, a transmissão da cultura se dá através da família ou da

convivência com o grupo adulto. Nesse caso, a educação é assistemática.

Há escolas, estas se encarregam de completar a transmissão da cultura

iniciada na família e em outros grupos sociais, nesse caso, a educação é

sistemática, isto é, obedece a um sistema, a uma organização previamente

planejada.

Identidade cultural

Cada povo tem uma cultura própria. Cada sociedade elabora sua própria

cultura e recebe a influência de outras culturas. Todas as sociedades, desde as

mais simples até as mais complexas, possuem cultura. Não há sociedade sem

cultura, do mesmo modo que não existe ser humano destituído de cultura.

Desde que nasce, um indivíduo é influenciado pelo meio social em que

vive. A não ser o recém - nascido e os raros indivíduos que foram privados do

convívio humano, não há pessoas desprovidas de cultura.

5

A cultura é um estilo de vida próprio, um

modo de vida particular, que todas as

sociedades possuem e que caracteriza cada

uma delas. Assim, os indivíduos que

compartilham a mesma cultura apresentam o

que se chama de identidade cultural.

Aspecto material e não material da cultura

A cultura material consiste em todo o tipo de utensílios, ferramentas,

instrumentos, máquinas, hábitos alimentares, tipo de habitação, etc. A cultura

material pode influir no estilo de vida de um grupo. Por exemplo: no interior do

nordeste a farinha de mandioca é alimento básico; as redes são usadas por

grande parte das pessoas para dormir; as casas são pobres, são feitas com

barro e folhas de palmeiras. Forma-se assim, um modo ou estilo fundamentado

na cultura matéria da região.

A cultura não material abrange todos os aspectos não materiais da

sociedade, tais como: normas sociais, religião, costumes, ideologia, ciências,

artes, folclore, etc. Por exemplo, a maioria da população brasi leira segue a

religião católica, não há pena de morte na legislação do Brasil e, embora

proibido por lei, o preconceito racial é bastante difundido no país.

Interdependência entre cultura material e cultura não material

Existe urna interdependência estreita e constante entre cultura material e

cultura não material. Quando, por exemplo, assistimos à apresentação de urna

orquestra, sabemos que as músicas executadas são produto da criatividade de

um ou mais compositores. Entretanto, para comunicar sua criação aos outros,

os artistas se valem de instrumentos musicais, ou seja, de objetos que ser vem

para produzir sons.

Da mesma forma que urna melodia requer instrumentos musicais para

sua exteriorização, também as religiões, de modo geral, necessitam de

templos, altares e outros componentes materiais para que possam ser

praticadas.

6

Na verdade, a interdependência entre esses dois aspectos é intrínseca a

qualquer cultura, pois um grupo só pode realizar sua cultura não material

apoiado em meios concretos de expressão que fazem parte de sua cultura

material.

Neste caso, ele próprio é constituído de partes menores, corno as penas

usadas em sua confecção. Entretanto, as penas de pássaro só passam a ser

um traço cultural quando reunidas, em nosso exemplo, na forma de cocar.

Um carro, um lápis, urna capa, urna pulseira, um computador, um filme

são outros exemplos de traços culturais. Os traços culturais são os

componentes mais simples da cultura. Eles são as unidades de urna cultura.

Os elementos da cultura

A cultura é um todo, um sistema, um conjunto de elementos ligados

estreitamente uns aos outros. Para efeito de estudo, vamos desmembrá-la em

suas partes, seus elementos. Os principais elementos de uma cultura são: os

traços culturais; o complexo cultural; a área cultural; o padrão cultural, a

subcultura.

TRAÇOS CULTURAIS

Uma ideia, uma crença, representavam traços culturais. Um carro, um

lápis, uma capa, uma pulseira, um computador também são exemplos de

traços culturais.

Os traços culturais são os elementos mais simples da cultura. Eles são as

unidades de uma cultura. É necessário ressaltar que os traços culturais só têm

significado quando considerados dentro de uma cultura específica. Um colar

pode ser um simples adorno para determinado grupo e para outro ter um

significado mágico ou religioso. Para os fiéis das religiões afro - brasileiras, por

exemplo, os colares têm usados cores especiais, dependendo da divindade

cultuada e, de acordo com a crença dão proteção a quem os usa. Portanto, só

no conjunto da cultura é que se pode entender um determinado traço.

7

Complexo Cultural

A combinação dos traços culturais em torno de

uma atividade básica forma um complexo cultural.

Por exemplo, o carnaval no Brasil é um complexo

cultural que reúne um grupo de traços culturais

relacionados uns com os outros: carros alegóricos,

música, dança, instrumentos musicais, desfile, etc.

Da mesma forma, o futebol é um complexo cultural que pode ser desmembrado

em vários traços culturais: o campo, a bola, o juiz, os jogadores, a torcida, as

regras do jogo, etc.

Área Cultural

A região em que predominam determinados complexos culturais forma

uma área cultural. Esta é, portanto, a área geográfica por onde se distribui uma

certa cultura. Assim, os grupos humanos localizados em determinada área

cultural apresenta grandes semelhanças quanto aos traços e complexos

culturais.

Padrão Cultural

Padrão cultural é uma norma de comportamento estabelecida pela

sociedade. Os indivíduos normalmente agem de acordo com os padrões

estabelecidos pela sociedade em que vivem e agem de uma forma estão

expressando os padrões culturais do grupo. No Brasil, por exemplo, o

casamento monogâmico é um padrão de nossa cultura.

Subcultura

No interior de uma cultura podem aparecer diferenças significativas,

caracterizando a existência de uma subcultura. Há regiões do Rio Grande do

Sul onde, além dos costumes e valores serem muitas vezes diferentes dos

praticados no restante do país, até a língua principal é o italiano ou o alemão.

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Também os jovens apresentam costumes às vezes muito diferentes dos

da população adulta, por isso alguns autores falam de uma subcultura juvenil.

Numa subcultura geralmente encontramos o mesmo elemento da cultura,

mas com seus símbolos, suas normas, sanções e seus valores sociais

particulares.

Subculturas

Uma subcultura é um segmento da sociedade que difere do padrão da

sociedade maior. De certa forma, uma subcultura pode ser vista como uma

cultura que existe dentro de uma cultura maior dominante. A existência de

várias subculturas é uma característica de sociedades complexas, como a dos

Estados Unidos.

Os membros de uma subcultura participam da cultura dominante e, ao

mesmo tempo, têm formas distintas e únicas de comportamento.

Frequentemente, uma subcultura desenvolve uma gíria, um idioma

especializado, que a distingue da sociedade maior. Por exemplo, se quiser se

juntar a um bando de batedores de carteira, você deverá aprender o que fazem

o tesoura, o ropeiro e o olheiro.

A gíria permite que os participantes do grupo - os membros da subcultura

- entendam as palavras com significados especiais. Também estabelece

padrões de comunicação que as pessoas de fora não podem entender. (…) A

linguagem e os símbolos oferecem uma forma poderosa de a subcultura se

sentir coesa e de manter a sua identidade.

Os fãs de música geralmente formam subculturas dedicadas a um

determinado tipo de música ou a um músico.

As subculturas se desenvolvem de diferentes maneiras. Frequentemente,

uma subcultura surge porque um segmento da sociedade tem problemas ou

mesmo privilégios únicos quanto à sua posição. As subculturas podem estar

baseadas em uma idade comum (adolescentes ou pessoas mais velhas),

região (os apalaches), herança étnica (cubanos norteamericanos), ocupação

(bombeiros), ou crenças (ativistas surdos trabalhando para preservar a cultura

dos surdos). Certas subculturas, como a dos hackers de computadores, se

desenvolvem porque têm um interesse ou hobby em comum. Ainda em relação

9

a outras subculturas, como a dos prisioneiros, os membros podem ter sido

excluídos da sociedade convencional e se veem forçados a desenvolver formas

alternativas de sobrevivência.

Richard T. Schaefer, Sociologia, 6ª edição, McGraw -Hill, São Paulo, 2006, pp. 69 e 70.

CULTURA E PROGRESSO

Cada geração passa por processos de

aprendizagem, nos quais assimila a cultura de

seu tempo e se torna apta a enriquecer o

patrimônio cultural das gerações futuras. É na

capacidade que os grupos têm de perpetuar e

acrescentar novos valores à cultura que reside

a possibilidade de progresso.

Todo progresso é resultante da síntese de

valores novos com componentes culturais já

adquiridos. Desse modo, apesar das mudanças, alguns valores culturais

tendem a permanecer, assegurando a continuidade da cultura de uma

sociedade entre uma e outra geração. Por mais viva e inventiva que seja uma

nova cultura, as gerações quase nunca rompem inteiramente com seu

passado.

Em geral, o enriquecimento do patrimônio cultural de uma sociedade se

faz por meio de dois processos: a invenção e a difusão. Depois de estudá-los,

vamos ver como o desequilíbrio entre os diferentes aspectos da cultura geram

o processo conhecido como retardamento cultural.

Mudanças no patrimônio cultural

Em meados do século XIX, o uso do motor a vapor para mover um veículo

correndo sobre trilhos criou um meio de transporte que teria importância

decisiva no mundo moderno: o trem. Impacto maior ainda foi provocado no fim

daquele século pela invenção do automóvel, que era pouco mais que uma

carruagem impulsionada por um motor à explosão. Essas duas invenções

contribuíram para notáveis mudanças na sociedade do século XX.

10

As invenções são geradas pela combinação entre o patrimônio cultural da

sociedade e determinadas necessidades sociais, além, é claro, da criatividade

dos inventores. Entretanto, nenhum inventor parte da estaca zero. Em seu

trabalho de criação, ele se apoia no conhecimento acumulado de sua cultura,

combinando elementos pré-existentes para produzir algo novo.

Difusão cultural

Alguns traços culturais, como uma nova moda ou um equipamento

recentemente inventado, difundem-se não só na sociedade em que tiveram

origem, mas também entre outras culturas, geralmente por intermédio dos

meios de comunicação (jornais, televisão, cinema, rádio, internet, etc.).

Quando isso ocorre, dizemos que está havendo um processo de difusão

cultural.

Pode-se afirmar que o enriquecimento cultural se verifica mais

frequentemente por difusão do que por invenção.

Geralmente, o patrimônio de uma cultura cresce de geração em geração.

As culturas se desenvolvem incorporando traços culturais em maior número do

que aqueles que caem em desuso. Assim, considerada em uma perspectiva

histórica, a cultura pode ser definida como o somatório de todas as realizações

das gerações passadas que se sucederam no tempo, mais as realizações da

geração presente.

Retardamento cultural

As mudanças dos diversos componentes da cultura não ocorrem no

mesmo ritmo: alguns se transformam mais rapidamente do que outros. As

invenções, por exemplo, acarretam mudanças mais aceleradas na cultura

material do que na cultura não material: os instrumentos, as máquinas e as

técnicas mudam mais rapidamente do que a religião, os padrões familiares, a

educação, etc.

Essa diferença de ritmo provoca descompassos entre os diversos

componentes da cultura.

11

A introdução da pílula anticoncepcional na década de 1960, por exemplo,

encontrou grande resistência por parte de setores religiosos, enquanto milhões

de mulheres em todo o mundo já se beneficiavam com a invenção.

Toda vez que há um desequilíbrio no ritmo de desenvolvimento dos

diversos aspectos da cultura, pode-se falar de retardamento ou demora

cultural.

O FENÔMENO DA ACULTURAÇÃO

"Os indonésios da comunidade tugu vivem numa zona que nunca foi

colonizada por portugueses, mas tentam viver de acordo com os

costumes lusos e promovem Portugal num estilo de música

popularizado."

Durante a colonização do Brasil, houve intenso contato entre a cultura do

conquistador português e as culturas dos povos indígenas e dos africanos

escravizados.

Em decorrência desse contato, ocorreram modificações, tanto na cultura

dos europeus recém-chegados - que assimilaram muitos traços culturais dos

outros povos - quanto na dos indígenas e africanos, que foram subjugados e

perderam muitas de suas características culturais.

Desse processo de contato e mudança cultural resultou a cultura

brasileira.

Quando seres humanos de grupos diferentes entram em contato direto e

contínuo, geralmente ocorrem mudanças culturais, pois se verifica a

12

transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra. Alguns traços

são rejeitados; outros são aceitos e incorporados, quase sempre com

mudanças significativas, à cultura resultante.

Esse processo de mudança cultural provocada pelo contato entre dois ou

mais grupos culturalmente distintos, e no qual um desses grupos assimila

aspectos da cultura de outro grupo, é tradicionalmente conhecido como

aculturação. Entretanto, nos anos 1970, alguns cientistas sociais, como o

antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro (1922-1997), questionaram essa

conceituação.

Na verdade, diziam eles, a adoção de traços culturais de um grupo por

outro geralmente envolve desigualdades ou assimetrias, como ocorre, por

exemplo, com a relação entre os povos indígenas e a sociedade capitalista no

Brasil. Não se trata de uma relação entre iguais, mas de uma relação de

dominação. Essa dominação pode ser de tal forma intensa que não deixa ao

grupo subordinado nenhuma alternativa senão aculturar-se (LINDOSO, Felipe.

In: Dicionário de Ciências Sociais).

O que é a aculturação?

A aculturação diz respeito às modificações culturais resultantes dos

contatos entre pessoas de duas sociedades diferentes. Esses contatos podem

consistir em interações diretas, provocadas por conquistas militares,

colonização, emigração, atividades missionárias e até turismo. Mas podem

também ser contatos indiretos através dos diversos meios de comunicação

social (televisão, internet, cinema, jornais, etc.).

A aculturação é um fenômeno social constante, tanto no presente como

no passado. As diversas sociedades não são estanques e influenciam-se umas

às outras de diversos modos.

A aculturação parece assumir duas formas principais, havendo entre elas

diversos graus intermédios.

A aculturação por destruição, quando uma sociedade consegue impor a

sua cultura à outra sociedade e a cultura desta desaparece ou se torna

residual.

13

A aculturação por assimilação, quando uma sociedade é influenciada pela

cultura de outra sociedade, mas não põe de lado a sua própria cultura. Essa

influência constitui um enriquecimento, um alargamento do património cultural.

Bibliografia:

Demartis, Lucia, Compêndio de Sociologia, Lisboa, Edições 70, 2006.

Pité, Jorge, Dicionário Breve de Sociologia, Lisboa, Editorial Presença, 1997.

Marginalidade Cultural

Quando duas culturas entram em contato e uma delas se impõe à outra

pela força, geralmente ocorrem - além da aculturação - conflitos emocionais

nos indivíduos que pertencem à cultura dominada. Aqueles que não

conseguem se integrar totalmente a nenhuma das culturas que os rodeia ficam

à margem da sociedade. A esse fenômeno dá-se o nome de marginalidade

cultural.

A marginalidade cultural também pode ocorrer quando a cultura de um

grupo é degradada e destruída por um grupo dominante. A situação de povos

indígenas no Brasil, como os Kaingang e outros, é resultante dessa relação

desigual, assimétrica, entre a cultura do dominador (que, nesse caso, incluía

armas de fogo e bebidas alcoólicas) e a cultura do dominado.

CONTROLE SOCIAL

Segundo o sociólogo norteamericano G. Smith Russel, "nove décimos de

tudo o que você faz, diz, pensa, sente, desde que se levanta de manhã cedo

até que vai para a cama dormir, você sente não como expressão própria,

independente, mas em conformidade inconsciente e sem crítica com regras,

regulamentos, hábitos grupais, padrões, códigos, estilos e sensações que

existiam muito antes que você nascesse".

Já vimos que a sociabilidade - tendência natural da espécie humana para

viver em sociedade - é desenvolvida por meio do processo de socialização,

pelo qual o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando sua

cultura.

A socialização, como vimos, é o ato de transmitir ao indivíduo - ou seja,

de levá-lo a assimilar e introjetar - os padrões culturais da sociedade. Trata-se

14

de um processo social abrangente, pois afeta direta ou indiretamente todos os

indivíduos que vivem em uma determinada comunidade ou sociedade.

O maior instrumento de socialização é o controle social. Segundo Alain

Birou, "controle social é o conjunto dos meios e processos pelos quais um

grupo ou uma unidade social leva os seus membros a adotarem

comportamentos, normas, regras de conduta, até mesmo costumes, conformes

aos que o grupo considera socialmente bom".

O olhar de reprovação dos pais quando a criança toma sopa fazendo

barulho, a punição para quem cometeu um delito, a recompensa para aquele

que cumpre todas as regras, seja na escola, na vida profissional ou em

qualquer outra esfera da vida social, a repressão policial a uma manifestação

não autorizada, o apelo a valores morais, são exemplos de controle social.

Para a antropóloga norteamericana Ruth Benedict (1887-1948), "a história

da evolução de um indivíduo é, antes de mais nada, o relato de sua

acomodação aos padrões e tradições vigentes em sua comunidade. Desde o

momento em que ele nasce, os costumes do grupo a que pertence moldam

suas experiências e seu comportamento. As primeiras palavras de uma criança

são necessariamente pronunciadas em uma língua determinada. Por isso

mesmo, essa criança já é um produto da cultura em que vive. Ao tornar-se

adulta, já está suficientemente treinada para tomar parte nas atividades da

comunidade, com seus hábitos e suas crenças".

A primeira "agência" de controle social é a família. Desde que nasce, a

criança é orientada, educada e moldada pelo grupo familiar. Depois da família,

15

temos a Igreja, a escola e o Estado: são todos "agências" formais ou

institucionalizadas de controle social.

Tipos de controle social

O controle social pode ser difuso (informal) ou institucionalizado (formal).

Nas comunidades isoladas e pequenas, como os povoados do interior ou as

aldeias indígenas, o controle social é difuso, vago, muitas vezes de caráter

religioso. Nas sociedades complexas, o controle social é institucionalizado ou

formal, isto é, há órgãos e instituições sociais encarregados de sua aplicação,

como a polícia, a justiça, etc.

Também as sanções podem ser difusas ou organizadas, dependendo do

tipo de controle social. Mas, quando algumas sanções estabelecidas pela

sociedade deixam de funcionar, surge a necessidade de elaborar novas leis e

criar novas instituições para exercer com eficácia o controle social desejado.

Nas sociedades modernas, mais complexas, aumenta a presença da instituição

jurídica, da instituição policial e do Estado, em substituição aos controles

espontâneos, antes exercidos pela família e pelos membros da comunidade.

Funções do controle social

Assim, nas sociedades modernas os sistemas de controle social são

quase totalmente institucionalizados, isto é, dependem mais de leis e regras

estabelecidas do que de normas impostas pela tradição.

Ao mesmo tempo, à medida que as sociedades vão se tornando mais

complexas, os sistemas de controle passam a assumir diferentes funções.

Estas não se impõem meramente para punir ações ilícitas ou fazer valer

determinadas normas e padrões, mas também têm a finalidade de manter o

equilíbrio da sociedade e de dar proteção social efetiva aos seus membros

socialmente desamparados.

De modo geral, podemos falar de três funções de controle social:

a de ordem social;

a de proteção social;

a de eficiência social.

16

As funções de controle de ordem social ligam-se à aplicação de normas e

de leis. Por exemplo, fazer cumprir a lei, prender e punir criminosos, manter a

ordem pública. Na sociedade moderna, essas funções são desempenhadas

pelo Estado, com seus órgãos específicos de caráter repressivo ou jurídico,

como a polícia e os Tribunais de Justiça.

As funções de proteção social relacionam-se ao cumprimento de normas

que beneficiam setores menos protegidos da sociedade. Entre elas estão as de

previdência social e a proteção dos direitos humanos. Dessas funções faz parte

também a proteção das crianças e adolescentes, da mulher e dos idosos,

assim como a garantia de que sejam asseguradas a igualdade de direitos na

educação, a assistência médica universal e a defesa do meio ambiente.

As funções de eficiência social estão relacionadas com regras e

procedimentos que levem os indivíduos a contribuir de forma produtiva para o

bem-estar e o desenvolvimento da sociedade. A proteção ao trabalho, as ações

cooperativas, a formação profissional, os cuidados com a saúde pública e com

a educação em geral estão entre essas funções.

CULTURA POPULAR E CULTURA ERUDITA

Cultura Erudita

Os produtores da chamada cultura erudita fazem parte de uma elite

social, econômica, política e cultural e seu conhecimento ser proveniente do

pensamento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em

geral (erudito significa que tem instrução vasta e variada adquirida sobretudo

pela leitura). A arte erudita e de vanguarda é produzida visando museus,

críticos de arte, propostas revolucionárias ou grandes exposições, público e

divulgação.

Cultura popular

A cultura popular nasce da adaptação do homem ao ambiente onde vive e

envolve diversas áreas de conhecimento, como artes, artesanato, crenças,

folclore, hábitos, ideias, linguagem, moral, tradições, usos e costumes. Ela

17

surge das tradições e costumes e é transmitida de geração para geração,

principalmente, de forma oral.

CULTURA POPULAR E CULTURA ERUDITA

A cultura popular aparece associada ao povo, às classes excluídas

socialmente, às classes dominadas. A cultura popular não está ligada ao

conhecimento científico, pelo contrário, ela diz a respeito ao conhecimento

vulgar ou espontâneo, ao senso comum.

"A obra de arte popular constitui um tipo de linguagem por meio da qual o

homem do povo expressa sua luta pela sobrevivência. Cada objeto é um

momento de vida. Ele manifesta o testemunho de algum acontecimento, a

denúncia de alguma injustiça" (AGUILAR, Nelson (org). Mostra do

Redescobrimento: arte popular. In: BEUQUE, Jacques Van de. Arte Popular

Brasileira, p. 71). O artista popular não está preocupado em colocar suas obras

expostas em lugares prestigiados.

Nesse sentido, o mais importante na arte popular não é o objeto

produzido, e sim o próprio artista, o homem do povo, do meio rural ou das

periferias das grandes cidades. Por isso também a arte popular é sempre

contemporânea a seu tempo. Por exemplo, a arte popular do século XVIII (as

cantigas, poemas e estórias registradas pelos estudiosos) é bem diferente de

outras formas de arte popular hoje, como o rap, o hip hop e o grafite, que

acontecem nas periferias dos grandes centros urbanos como São Paulo. O rap

e o hip hop aparecem associados quase especificamente à população negra,

excluída socialmente.

A cultura popular é conservadora e inovadora ao mesmo tempo no

sentido em que é ligada à tradição, mas incorpora novos elementos culturais.

Muitas vezes a incorporação de elementos modernos pela cultura popular (com

materiais como plástico por exemplo) a transformação de algumas festas

tradicionais em espetáculos para turistas (como o carnaval) ou a

comercialização de produtos da arte popular são, na verdade, modos de

preservar a cultura popular a qualquer custo e de seus produtores terem um

alcance maior do que o pequeno grupo de que fazem parte.

18

O artista popular tira sua "inspiração" de acontecimentos locais rotineiros,

a arte popular é regional. Por isso a arte popular se encontra mais afetada pela

cultura de massas que atinge a todas as regiões igualmente e procura

homogeneizá-las culturalmente do que a erudita.

O produtor de cultura popular e o de cultura erudita podem ter a mesma

sofisticação, mas na sociedade não possuem o mesmo status social - a cultura

erudita é a que é legitimada e transmitida pelas escolas e outras instituições. É

importante ressaltar que os produtores da cultura popular não têm consciência

de que o que fazem têm um ou outro nome e os produtores de cultura erudita

têm consciência de que o que fazem tem essa denominação e é assunto de

discussões, mesmo porque os intelectuais que discutem esses conceitos fazem

parte dessa elite, são os agentes da cultura erudita que estudam e pesquisam

sobre a cultura popular e chegam a essas definições.

Cultura de Massas

A existência da Indústria Cultural e de uma nova cultura veiculada por

esta, a cultura de massas, que não está vinculada a nenhum grupo específico e

é transmitida de maneira industrializada paraum público generalizado, interfere

na existência de uma cultura erudita da elite e de uma cultura popular do povo.

Hoje, a maioria da população vive aglomerada nos centros urbanos, assim, os

setores sociais excluídos se aproximam geograficamente dos setores

privilegiados, são as diferentes classes sociais vivendo relativamente no

mesmo espaço.

A Indústria Cultural é uma indústria que não fabrica produtos concretos,

vende uma ideologia, vende visões do mundo, vende ideias, desejos. Feita

para uma massa de pessoas, esses bens culturais são veiculados pelos meios

de comunicação de massas, aí surge a cultura de massas (o produto da

Indústria Cultural). A cultura de massas não é uma cultura que surge

espontaneamente das próprias massas, mas uma cultura já pronta e fornecida

por outro setor social (que controla a produção da Indústria Cultural), a classe

dominante. Portanto, na vida em cidades (residência das massas) e com a

Indústria Cultural a cultura passa a ser algo externo às pessoas, não mais de

produção delas mesmas.

19

Podemos analisar a cultura de massas como um ponto de intersecção

entre a cultura erudita e a cultura popular porque os elementos próprios da

cultura de massas são consumidos tanto por setores mais excluídos da

sociedade quanto por elites, é como se representasse algo em comum entre

esses setores. A cultura de massas funciona como uma ponte entre a cultura

erudita e a cultura popular, mas uma ponte prejudicial, porque na verdade ela

ignora totalmente as diferenças entre os produtores dessas duas culturas e se

direciona para um público abstrato e homogêneo.

O desenvolvimento tecnológico tornou possível reproduzir obras de arte

em escala industrial, então inúmeros livros passam a apresentar por exemplo

uma pintura de Picasso e uma massa de população passa a ter acesso a essas

pinturas, não necessariamente entendendo-as como alguém de seu contexto

histórico e que fazia parte do mesmo setor social que esse pintor, ou então

alguém que faz parte da classe dominante atualmente e que tem conhecimento

a respeito do pintor e de seu contexto. Não podemos encarar essa di fusão da

cultura erudita entre parcelas da população antes privadas dela pelos meios de

comunicação de massas uma democratização dessa cultura, isso porque o

público popular não tem a mesma instrução que as elites, que cresceram em

meio a essa cultura e foram instruídos para entendê-la.

Não é porque há, atualmente, no Brasil uma cultura comum a todas as

parcelas da sociedade que estas parcelas se misturam. O Brasil é hoje um país

extremamente audiovisual, a maioria da população não tem acesso a educação

ou sequer é alfabetizada, nessas condições é natural que o rádio e a televisão

(que atingem quase todo o território brasileiro) adquiram o status de principais

(e únicos para algumas pessoas) meios de comunicação de veiculação de

bens culturais, meios como jornais e livros por exemplo são de acesso restrito

a uma parcela da população. Nessa situação, imagine a quantidade de

pessoas que costumam visitar museus por exemplo.

Segundo o filósofo alemão Walter Benjamin, uma obra de arte ao ser

reproduzida perde sua "aura", que seria seu caráter único e mágico (típico da

cultura erudita), mas em compensação isso possibilitou que elas saíssem dos

museus e coleções particulares para serem conhecidas por um número muito

maior de pessoas, assim, as técnicas de reprodução das artes poderiam

20

contribuir para uma revolução na própria política das artes plásticas, que antes

eram exclusivas da elite e parte da cultura erudita e passam a ser acessíveis

às massas.

Mas, como será verificado no decorrer do trabalho, isso não significa uma

democratização da obra de arte, nem contribui para a conscientização das

massas. Isso não acontece com a reprodução das obras de arte e nem com

outro fenômeno que aproxima as massas da obra de arte: as mega exposições.

Adaptação Livre de COELHO, Teixeira. O Que é Indústria Cultural. São Paulo: Brasiliense, 1998. - (coleção

Primeiros Passos) para 25ª Bienal de Arte de São Paulo

O que toda essa história de cultura popular e erudita tem a ver com

dominação e controle social?

Ao manter a sua própria expressão cultural, a classe popular trabalhadora

está se opondo à cultura dominante e oficial, fazendo com que as tradições

populares permaneçam não somente no imaginário das pessoas, mas

tornando-as cada vez mais reais em seu cotidiano.

Por outro lado, a grande tendência de padronização cultural está fazendo

com que as expressões culturais populares caiam no esquecimento ou quando

muitas vezes é vista pelo próprio povo e a sociedade em geral, como uma

cultura "pitoresca". Uma outra crítica levantada com relação à padronização, é

que quando as expressões culturais populares são planejadas, possuindo

datas e regras para acontecerem ,já não estão mais no controle e organização

do povo para si mesmo no seu cotidiano.

O folclore torna-se nesse processo um instrumento de manipulação e

controle social quando deixa de ser uma manifestação popular e passa a servir

de "apaziguamento" entre grupos e classes sociais, como por exemplo, o

carnaval, as festas religiosas, superficialmente demonstram uma integração

harmônica das classes. Mas que na realidade cotidiana vivem em conflitos

sociais.

E o comércio, onde ele entra nesta dinâmica sócio-cultural?

Na diferença entre os dois aspectos da cultura entram em cena a

produção,a magia e a sedução da INDÚSTRIA CULTURAL...

21

Provavelmente você já ouviu falar em Indústria Cultural. A indústria

cultural foi um termo criado por Adorno e Horkheimer, autores da escola de

Frankfurt, que referenciavam este fenômeno ao que também conhecemos

como "cultura de massa", ou seja, a produção em larga escala de elementos da

cultura. Ela é um dos frutos do sistema capitalista em que vivemos.

Com o estabelecimento do capitalismo, as cidades vão se transformando

em polos industriais e de importância social. Com isso, a população urbana

aumenta e se torna o alvo do mercado e seus integrantes se transformam em

consumidores em potencial, o que é consequência de um barateamento da

mercadoria industrializada, produzida em série.

O mercado, em geral, se dinamiza, atingindo até a esfera cultural que,

também, passa a ser transformada em mercadoria.

Você já se perguntou por que os hábitos e até os padrões de beleza

sempre mudam?

Com a propagação da cultura de massa entra em cena um novo padrão

de beleza, uma nova estética que influencia o gosto das pessoas. E com o

estabelecimento do capitalismo e da sociedade moderna ,isso veio a se

transformar mais ainda. As cidades passam a ficar cheias, são multidões que,

de alguma maneira, estão aprendendo um novo estilo de vida, o urbano.

O sistema de capital percebe que uma massa emerge e, mais ainda,

percebe que além de se produzir mercadorias de consumo geral para essa

massa, poderia ser possível produzir, também, e em larga escala, elementos

da cultura, transformando-os em mercadorias. Daí o termo cultura de massa ou

para as massas, pois a partir do momento que se produz em série para o

consumo do povo em geral, para existir um novo padrão de significações na

visão de mundo, no que as pessoas pensam, sentem e agem.

Sabe aquela propaganda na TV que lhe deixou com uma vontade de

tomar um refrigerante bem gelado, em pleno dia de verão?

22

Ou...Aquele belíssimo carro, aquela casa dos seus sonhos, as roupas da

última moda...

Os celulares de última geração...

Hum... São tantas as emoções e opções expostas e impostas pela mídia!

Realmente são muitas as opções, no entanto... Tudo o que é produzido

pela indústria cultural custa dinheiro, ou seja, podemos "comprar" se tivermos

as condições financeiras.

E o capital, onde ele entra em tudo isso? Bom, este por sua vez se a

propria das expressões culturais, que podem ser: os jornais, livros, filmes,

peças teatrais, músicas, tudo o que possa expressar a cultura de determinado

grupo social. E então, ele a transforma em produto para o consumo fazendo

com que a dicotomia entre popular e erudito quase se anule, pois a indústria

cultural visa a compra e venda de tudo que ela produz, não importando se a

burguesia está consumindo um CD de música Funk, originado e tocado nos

bailes da periferia.

Quando falamos em cultura e, principalmente em cultura de massa e

indústria cultural a coisa não é diferente. O que sempre vai estar em jogo é a

manipulação dos valores e padrões estéticos visando o controle das massas.

Contudo, as classes sociais podem ter suas percepções se visões de mundo e

também propagá-las.

E as novelas e o cinema?

Você já percebeu como algumas pessoas não perdem um capítulo da

novela, principalmente aquelas que conseguem atingir grande número de

telespectadores? Tanto as novelas como o cine-ma são criações dos meios de

comunicação a serviço do capital, pois não é feito pelas pessoas, como eu e

você e tantas outras que os assistem. Os filmes, por exemplo, reproduzem

acontecimentos como o holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial,

mas o interesse de tal produção cinematográfica, além de contar a história, é

se utilizar dela como meio de sobrevivência e reprodução de capital. Após a

Revolução Industrial do século XVIII, tudo virou objeto de consumo, como

23

vimos acima, tudo pode ser transformado em produto. Não só a cultura popular

é difundida e disseminada. Até a própria sinfonia de Mozart, os quadros da

Monalisa e Santa Ceia, de Leonardo da Vinci e obras de importantes artistas,

como as do brasileiro Cândido Portinari, são reconhecidamente de origem

erudita. Isto é, o que antes era encontrado somente em museus ou em casa

dos ricos, passaram a entrar em casas simples, de pessoas de baixa renda, ou

produzidas em série estampadas em camisetas de marcas comuns.

Contudo, por mais que os filmes e programas televisivos não apresentem

um caráter enriquecedor para o conhecimento humano, sua crítica radical deve

ser repensada, pois é possível encontrar diversas programações que trazem

uma qualidade de produção e de informações, possibilitando às pessoas

questionar a si e a sociedade na qual vivem.

A IDEOLOGIA NO COTIDIANO

Em nosso cotidiano, ao nos relacionarmos com as outras pessoas,

exprimimos por meio de ações, palavras e sentimentos uma série de elementos

ideológicos.Como vivemos em uma sociedade capitalista,a lógica que a

estrutura,a da mercadoria,permeia todas as nossas relações sejam elas

econômicas ,políticas ,sociais ou sentimentais.Podemos dizer que há um modo

capitalista de viver,sentir e de pensar.

A expressão da ideologia na sociedade capitalista pressupõe a

elaboração de um discurso homogêneo,pretensamente universal,que,buscando

identificar a realidade social com o que as classes dominantes pensam sobre

ela, oculta as contradições existentes e silencia outros discursos e

representações contrárias.

Esse discurso não leva em conta a história e destacava categorias

genéricas-a família ou a juventude,por exemplo-passando,em cada caso ,uma

ideia de unidade,de uniformidade.Ora,existem famílias com constituições

diferentes e em situações econômicas e sociais diversas,seja na zona urbana

ou na zona rural.Portanto,não existe a família e a juventude,mas famílias e

jovens diversos,cada qual com sua história.

Outra manifestação ideológica na sociedade capitalista é a ideia de que

vivemos em umacomunidade sem muitos conflitos e contradições.As

24

expressões mais claras disso são as concepções de nação ou região como

determinado país ou dado espaço geográfico.Essas concepções passam a

visão de que há uma comunidade de interesses e propósitos partilhados por

todos os que vivem num país ou num espaço específico.Ficam assim

obscurecidas as diferenças sociais,econômicas e culturais,os conflitos entre os

vários grupos e classes,enfatizando-se uma unidade que não existe.

Mas existem outras formas ideológicas que são desenvolvidas sem muito

alarde e que penetram em nosso cotidiano.Uma delas é a ideia de

felicidade.Felicidade,para muitos,é um estado relacionado ao amor,mas

também significa estabilidade financeira e profissional,bem-estar existencial e

material.É um conjunto de situações,mas normalmente a mais focalizada é a

amorosa.E os filmes,as novelas,as revistas,apesar de todas as condições

adversas que um indivíduo possa enfrentar,estão sempre reforçando o lema:"o

amor vence todas as dificuldades."

Sedução para o consumo

Uma reflexão filosófica sobre as influências comportamentais das práticas

comunicativas na subjetividade do indivíduo regido pelos signos do ideário

capitalista não pode se furtar em analisar criteriosamente os mecanismos

publicitários da persuasão sobre as qualidades atribuídas aos produtos

disponíveis no sistema de mercado no qual estamos inseridos. O grande motor

da propaganda consiste na sua habilidade em estimular o indivíduo a consumir

um dado produto, destacando-se as características que se julgam como

potenciais fontes de atração da percepção do indivíduo. As técnicas

publicitárias geralmente associam a imagem do produto divulgado com

elementos que não correspondem imediatamente ao objeto destacado, pois

esse procedimento gera, na mentalidade do consumidor, a ideia de que, ao

adquirir um produto específico, as qualidades supostamente contidas nesse

produto serão assimiladas. O especialista em Comunicação Social, Gino

Giacomini Filho, destaca que "a publicidade nasceu com o claro propósito de

fomentar a transação econômica, principalmente diminuindo a resistência do

consumidor"¹.

25

O consumidor caracterizado por seguir os normativos mandamentos

publicitários, propagadores das imagens espetaculares de sucesso pessoal e

profissional, se encontra na obrigação de ser feliz, mas esse estado de

beatitude não se concretiza da maneira esperada na vida cotidiana. Este é seu

maior malogro, havendo assim uma descontinuidade entre aquisição de bens

materiais e felicidade genuína. Conforme complementa Adriana Santos,

especialista em Imagens e Culturas Midiáticas: "Cada vez mais, os meios de

comunicação, não apenas sinônimos de troca de informação como também de

publicidade e propaganda - acenam com maiores quantidades de objetos de

desejo para os consumidores, fazendo com que, um dia, o paraíso e o bem-

estar prometidos por tais produtos possam ser finalmente encontrados"².

Consumir é sempre uma atividade supressora do estresse; logo, por qual

motivo não se aproveitar da sensação geral de instabilidade psíquica reinante

nos agitados centros urbanos para se promover a comercialização dos diversos

tipos de objetos disponíveis, revestindo-os com os efeitos espetaculares da

propaganda? Vejamos o parecer crítico de Schröder e Vestergaard: "Mostrando

gente incrivelmente feliz e fascinante, cujo êxito em termos de carreira ou de

sexo - ou ambos - é óbvio, a propaganda constrói um universo imaginário em

que o leitor consegue materializar os desejos insatisfeitos da sua vida diária"³.

Os critérios "morais" da sociedade consumista, herdeira do tecnicismo

industrial, consistem na obrigação incondicional do indivíduo se apresentar

publicamente como alguém plenamente capacitado a consumir, mesmo sem

que isso resulte na realização de uma necessidade vital básica; com efeito, a

lógica consumista faz da disposição de consumir coisas uma necessidade vital

irrevogável.

A publicidade fabrica consenso para atender aos interesses do poder

econômico, prosperando, assim, por meio das carências existenciais de cada

indivíduo, que consomem sofregamente emnome de uma postulada "satisfação

interior". O sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, argumenta - com muita

precisão - que "a liberdade do consumidor significa uma orientação da vida

para as mercadorias aprovadas pelo mercado, assim impedindo uma liberdade

crucial: a de se libertar do mercado, liberdade que significa tudo menos a

escolha entre produtos comerciais padronizados." Por Renato Nunes Bittencourt

26

A aquisição de bens materiais traz não só a ilusão da felicidade, mas a

"obrigação" de ser feliz.

"A propaganda tenta garantir ao consumidor que ele será, ao mesmo

tempo, igual a todo mundo e não um deslocado (pois consumirá o que os

outros consomem) e será diferente de todo mundo (pois o produto lhe dará

uma individualidade especial) " Marilena Chauí

Para o sociólogo, Don Slater, "as pessoas compram a versão mais cara

de um produto não porque tem mais valor de uso do que a versão mais barata

(embora possam usar essa racionalização), mas porque significa status e

exclusividade; e, claro está, esse status provavelmente será indicado pela

etiqueta de um designer ou de uma loja de departamentos"

Fonte: http://f ilosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/66/artigo244877-3.asp

Indústria cultural no Brasil

O desenvolvimento da indústria cultural no Brasil ocorreu paralelamente

ao desenvolvimento econômico e teve como marco a introdução do rádio, na

década de 1920,da televisão ,na década de 1950 ,e, recentemente, nos anos

1990,da internet. Os outros campos da indústria cultural, como cinema, jornais

e livros, não são tão expressivos quanto a televisão e o rádio. O cinema atinge,

no máximo, 10% da população e pouco mais de 20% dos brasileiros têm

acesso às produções escritas (livros, revistas e jornais).

27

A primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu em 1922, inaugurado

uma fase de experimentação voltada principalmente para atividades não

comerciais. A programação veiculada incluía recitais de poemas, música

erudita, óperas e palestras científicas.

A segunda Fase começou na década de 1930, quando foi autorizada a

publicidade no rádio. Isso permitiu a ampliação da difusão para ouvintes que

antes estavam impossibilitados de sintonizar os programas. Por causa do alto

custo, os programas ficavam restritos às cidades em que eram produzidos,

como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Fortaleza. O dinheiro arrecadado

com a publicidade foi o que possibilitou manter a programação no ar.

Entre as décadas de 1930 e 1950, o rádio alcançou seu apogeu de

audiência, principalmente com os programas de auditório e as radionovelas,

além de programas jornalísticos e humorísticos, transmissões esportivas e

grandes musicais. Foi nesse período que o Estado passou a controlar

asatividades do rádio com as leis e a censura. Durante a ditadura de Getúlio

Vargas (1937-1945), o governo fazia sua propaganda e tentava desenvolver

uma cultura nacionalista por meio do rádio; por isso, as empresas comercias

eram obrigadas a manter um aparelho ligado durante todo o tempo em que

estivessem abertas ao público.

A TELEVISÃO NO BRASIL

A televisão no Brasil começou em 18 de setembro de 1950, trazida por

Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal de televisão no país, a TV

Tupi. Desde então a televisão cresceu no país e hoje representa um fator

importante na cultura popular moderna da sociedade brasileira.

A influência da televisão pode ser facilmente constatada nas conversas

do dia a dia,nas quais se observa a frequente adoção de gírias,expressões e

gracejos criadas por personagens dos programas de maior audiência.

28

A Influência da TV no Brasil

Desde que surgiu no início dos anos 50, a televisão faz cada vez mais

parte do cotidiano das pessoas, a cada dia está mais incorporada aos nossos

costumes. Aquilo que diziam que a vida imita a arte, no caso da TV ocorre

exatamente o contrário, a TV é que cria costumes e hábitos, e influencia

diretamente a população.

Em um país como o nosso, onde 11,6% da população com 15 anos ou

mais é analfabeta, segundo dados do IBGE, ou seja, que tem a televisão como

sua única fonte de informação, obviamente o modelo televisivo será seguido

como modelo de vida, assim sendo, o que aparece na telinha tem força de

verdade absoluta.

29

A televisão cria modelos, e vende esses estereótipos aos seus

telespectadores através de seus merchandisings incluídos em sua

programação, que hoje em dia não fazem parte somente do horário comercial,

mas também interrompem programações, notícias e tudo mais que existe na

TV. Atualmente a TV não existe apenas para entreter e informar, na realidade

esse é um dos últimos objetivos da TV. Entreter e informar só interessam se for

para no fundo vender um carro , ou enfiar goela abaixo do público um novo

sabor de refrigerante.

Além disso, a TV tem força para derrubar governos e mudar rumos

políticos, como, aliás, ocorreu diversas vezes em nossa nação. Segundo uma

pesquisa do Instituto Ipsos de 2003, em dez países: Brasil, Estados Unidos,

México, Canadá, França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e China a

pesquisa indica que as crianças brasileiras são as mais televisuais de todas as

crianças dos dez países pesquisados, ou seja, as crianças de nosso país

passam mais tempo em frente à TV do que na escola e do que brincando com

os amigos.

Mas a TV propicia coisas boas, afinal é um meio que possibilita cada vez

mais interatividade, ou seja, a cada passo que a população avançar em torno a

conhecer seus direitos, a cada dia a televisão ganhará mais em conteúdo e

qualidade. Em suma, sairá da qualidade de simples entretenimento para uma

fonte mais rica de informação e cultura.

FONTE: http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/64.pdf

http://pt.shvoong.com/humanities/1745006-influencia-da-tv-na-vida/

30

EXERCÍCIOS

1.Dê um exemplo de aculturação por destruição e um exemplo de

aculturação por assimilação.

2.Identifique os tipos de aculturação presentes nos exemplos seguintes,

caso seja possível determiná-los. Justifique.

A)Nos anos 40 do século XX passaram por Portugal dezenas de milhares

de europeus (nomeadamente judeus). Fugiam à guerra e ao nazismo e

tentavam ir para os EUA. Demoravam-se por cá dias, semanas ou mesmo

meses e depois partiam. Os seus comportamentos diferenciavam-se bastante

dos comportamentos típicos dos portugueses. "Quando o conflito chegou ao

fim, por causa de todos eles (…), a vida em Portugal não voltou a parecer a

mesma. Eles esqueceram-nos ou quase. Nós, timidamente, adaptámos-lhes os

hábitos, invadindo as esplanadas, enquanto as portuguesas cortavam os

cabelos e encurtavam as saias." Clara Viana, Jornal Público - Revista Pública,

30-5-2004.

B)No século XIX, muitos índios americanos foram obrigados a viver em

reservas, onde não se podiam pôr em prática o seu modo de vida tradicional.

Alguns foram até impedidos de falar a sua língua materna e obrigados a falar

inglês.

3.Explique o parágrafo abaixo ,dando exemplos:

"A cultura de massa é hipnotizante, entorpecente, indutiva. Ela é

introjetada no ser humano de tal forma, que se torna quase inevitável o seu

consumo, principalmente se a massa não tem o seu olhar e a sua sensibilidade

educados de forma apropriada, Do contrário, com os apelos desta indústria,

personificados principalmente na esfera publicitária, principalmente aquela que

se devota sem pudor ao sensacionalismo, é quase impossível resistir aos

sabores visuais da avalanche de imagens e símbolos que inundam a mente

31

humana o tempo todo. Este é o motor que move as engrenagens da indústria

cultural e aliena as mentalidades despreparadas."

Analise as imagens abaixo:

4.Nos anúncios acima, qual a principal diferença entre os textos? O que

fica mais evidente?

5.As figuras dos veículos apresentam que conotação? Que sensação

cada uma delas passa?

6.Quais os principais interesses da indústria automobilística, quando lança

determinado tipo de carro. Lucro ou segurança?

7.Por que as campanhas publicitárias não privilegiam os equipamentos de

segurança dos veículos?

8.Quais os interesses das montadoras, das indústrias de pneus, da

indústria mecânica, entre outras em reverter o quadro caótico em que se

encontram as rodovias brasileiras?

32

Leia o texto a seguir.

Estado Violência

Sinto no meu corpo

A dor que angustia

A lei ao meu redor

A lei que eu não queria

Estado violência

Estado hipocrisia

A lei que não é minha

A lei que eu não queria (...)

9.A letra da música "Estado Violência", dos Titãs, revela a percepção dos

autores sobre a relação entre o indivíduo e o poder do Estado. Sobre a canção,

é correto afirmar:

A)Mostra um indivíduo satisfeito com a sua situação e que apoia o regime

político instituído.

B)Representa um regime democrático em que o indivíduo participa

livremente da elaboração das leis.

C)Descreve uma situação em que inexistem conflitos entre o Estado e o

indivíduo.

D)Relata os sentimentos de um indivíduo alienado e indiferente à forma

como o Estado elabora suas leis.

E)Apresenta um indivíduo para quem o Estado, autoritário e violento, é

indiferente a sua vontade.

10.Ao receber um convite para uma festa de aniversário, é comum que o

convidado leve um presente. Reciprocamente, na festa de seu aniversário, este

indivíduo espera receber presentes de seus convidados. Do mesmo modo, se o

vizinho nos convida para o casamento de seu filho, temos certa obrigação em

convidá-lo para o casamento do nosso filho. Nos aniversários, nos casamentos,

nas festas de amigo-secreto e em muitas outras ocasiões, trocamos presentes.

Segundo o sociólogo francês Marcel Mauss, a prática de "presentear" é algo

33

fundamental a todas as sociedades: segundo ele, a relação da troca, esta

obrigatoriedade de dar, de receber e de retribuir é mais importante que o bem

trocado.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as

afirmativas a seguir.

I.O ato de presentear instaura e reforça as alianças e os vínculos sociais.

II.A troca de presentes cria e alimenta um circuito de comunicação nas

sociedades.

III.O lucro obtido a partir dos bens trocados é o que fundamenta as

relações de troca de presentes.

IV.O presentear como prática social originou-se quando da consolidação

do modo capitalista de produção.

Estão corretas apenas as afirmativas:

A)I e II.

B)I e III.

C)III e IV.

D)I, II e IV.

E)II, III e IV.

11.Leia o texto abaixo e depois escreva verdadeiro ou falso:

As propagandas de carro prometem mais do que um meio de locomoção,

mas do que uma máquina que te faz ir do ponto A ao ponto B. Prometem

individualidade, exclusividade etc. Nunca há um ponto sem um contexto

ideológico por trás. Os comerciais do tipo "libertação" são muito comuns, e se

traduzem da seguinte forma: o indivíduo vive em sociedade, porém, essa

sociedade acaba reprimindo sua individualidade, coisa que ele poderá

conquistar com um carro, este que, em contraposição ao ônibus, representa a

superação da ditadura da coletividade. Se o sujeito utiliza carro, ele pode

exercer sua individualidade da maneira que quer, dentro de sua propriedade,

dentro de um espaço social próprio, onde as relações de poder estão

determinadas por ele. É lá em que a sensação de Deus pode ser

experimentada.

34

O comercial onde, primeiramente, o motorista deseja que toda cidade

esteja vazia, depois, deseja que só existam mulheres, pode ser o exemplo

perfeito. A necessidade da libertação é expressa pelo varrimento de todos do

espaço geográfico, seus empecilhos, suas barreiras, quando o espaço

geográfico está vazio, abre-se a oportunidade de se criar as próprias normas,

as próprias leis - não há mais espaço social, ou seja, não há mais localização

dos indivíduos, grupos e etc em posições sociais. Só uma pessoa, e essa

pessoa é quem determina tudo que pode acontecer...

A)O automóvel é o símbolo máximo da sociedade moderna

...........................................

B)O automóvel é realização máxima do consumo,porque ele representa

autoconfiança,liberdade e poder para uma pessoa..............................................

C)Os comerciais do tipo "libertação" vendem a imagem do carro como

essencial para toda a família.......................................

D)O ônibus é considerado ótimo para aquele que tem um carro

.......................................

E)A pessoa se sente livre dentro de um carro e pode fazer o que quiser

...................................

12. Sabe-se que todas as coisas têm um porquê. Quando nos referimos

ao Shopping Center, dizemos que é o templo do consumismo, pois fazemos

referência a sua forma e a sua representação. Daí que, também sabemos que

em todos os lugares de grande fluxo de pessoas tem um piso antiderrapante,

então porque nos Shopping há pisos lisos e sem aderência, já que é um lugar

de grande fluxo de pessoas?

A)Porque pisos lisos são mais baratos

B)Porque os empresários se preocupam em facilitar o trabalho do

faxineiro

C)Para que as pessoas andem mais devagar e possam contemplar as

vitrines, consequentemente tenham aguçado o interesse de consumir o que é

exposto nas vitrines

D)Por pura coincidência

35

13.É bastante comum ouvirmos essa frase dos adultos: As crianças de

hoje já não brincam como as de antigamente. Dessa frase, podemos concluir

que há saudosismo da vida que deixamos para trás. Por isso, nunca é tarde

para sabermos que as experiências e o conhecimento nos fazem rever nosso

papel no mundo e nossa existência. Não somos como aranhas, ou abelhas, ou

formigas que vivem numa imutável cultura, incapazes de decidir ou optar por

um tipo de vida diferente. A natureza fez os animais assim, mas nós não

somos assim, e nos recusamos a ser diferentes. Ora, escolha a ÚNICA

alternativa que não completa a seguinte frase "quando as pessoas, por causa

do progresso tecnológico, intervêm nos costumes, nas tradições, na forma de

comunicar, nas relações entre as pessoas, mudando o rosto do mundo...":

A)Estão se readaptando ao cosmos porque as coisas não param de

mudar.

B)Estão criando novas culturas e recriando as existentes.

C)Confirmam que cultura e tecnologia jamais andam juntas, pois uma

nega a outra.

D)Demonstram que o progresso tecnológico altera os processos culturais

em sua essência.

14.Com base no texto e nos conhecimentos sobre meios de comunicação

e indústria cultural, considere as afirmativas a seguir.

I.Por terem massificado seu público por meio da indústria cultural, os

meios de comunicação vendem produtos homogeneizados.

II.Os meios de comunicação vendem produtos culturais destituídos de

matizes ideológicos e políticos.

III.No contexto da indústria cultural, por meio de processos de alienação

de seu público, os meios de comunicação recriam o senso comum enquanto

novidade.

IV.Os produtos culturais com efetiva capacidade de democratização da

cultura perdem sua força em função do poder da indústria cultural na sociedade

atual.

36

Estão corretas apenas as afirmativas:

A)I e II.

B)I e III.

C)II e IV.

D)I, III e IV.

E)II, III e IV.

15.(UFUB) Quanto ao conceito de indústria cultural, é correto afirmar que:

I - A indústria cultural produz bens culturais como mercadorias.

II - O objetivo da indústria cultural é estimular a capacidade crítica dos

indivíduos.

III - A indústria cultural cria a ilusão de felicidade no presente e elimina a

dimensão crítica.

IV - A indústria cultural ocupa o espaço de lazer do trabalhador sem lhe

dar tempo para pensar sobre as condições de exploração em que vive.

Assinale a alternativa correta:

A)II, III e IV estão corretas.

B)I, II e III estão corretas.

C)I, III e IV estão corretas.

D)I, II e IV estão corretas.

E)II e III estão corretas.

16.(UnB/Cespe) À cerca da relação entre ideologia e consumo, assinale a

opção correta.

A)A propaganda comercial tem como objetivo vender um produto, serviço

ou marca ao consumidor, o que a descaracteriza como propaganda ideológica.

B)O apelo da propaganda comercial, sempre racional, enfatiza as virtudes

do produto.

C)A propaganda exerce uma função modelizante, visto que define o

comportamento socialmente aceito, por meio da veiculação dos valores das

classes hegemônicas.

D)A publicidade vende conceitos e ideias que, raramente, extrapolam as

características do produto.

37

17.(UEL) "A penetração intensa da televisão no Brasil está inscrita na

paisagem urbana e rural, nas páginas de revista, na profusão de aparelhos nos

interiores das casas, nas mansões de alto luxo, nos barracos das favelas das

cidades grandes, nas casas modestas e nas praças públicas de cidades

pequenas. Os recordes nas vendas de televisores se explicam pela presença

de diversos aparelhos por domicílio, cuidadosamente dispostos em vários

cômodos das residências, às vezes em meio a altares domésticos".

(HAMBURGER, Esther. Diluindo fronteiras: a televisão e as novelas no cotidiano. In: SCHAWRCZ, Lilia Moritz

(Org.) "História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidadecontemporânea". São Paulo: Companhia das Letras,

1998. p. 440.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação da televisão

com a sociedade moderna, considere as afirmativas a seguir.

I.A penetração intensa da televisão no Brasil rompeu as fronteiras das

diferenças sociais e gerou uma sociedade livre da exclusão social.

II.O ato alienado de assistir à televisão promove uma falsa ideia de

inclusão social e de equidade entre as etnias.

III.A difusão do sistema de TV por assinatura é expressão do "apartheid"

social, pois permite a poucos o acesso a informações sobre outras culturas.

IV.Nas sociedades capitalistas, a televisão incita ao consumismo devido a

sua forma de atração e seu poder de penetração junto às diversas classes

sociais.

Estão corretas apenas as afirmativas:

A)I e II.

B)I e IV.

C)II e III.

D)I, III e IV.

E)I, III e IV

38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Oque é folclore. São Paulo: Brasiliense,

1982. Coleção Primeiros Passos.

CAFIERO, Carlo. Compêndio de "O capital". São Paulo: Editora Centauro,

2001.

CARVALHO, Edgard de Assis. Enigmas da cultura. São Paulo: Cortez,

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