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Conselho editorial

adriana rocha Bruno, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Brasil

aguinaldo robinson de souza, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Brasil

albertina lima oliveira, Universidade de Coimbra, Portugal

ana Cristina almeida, Universidade de Coimbra, Portugal

antónio Gomes Ferreira, Universidade de Coimbra, Portugal

armanda Matos, Universidade de Coimbra, Portugal

Carla isabel Vilhena, Universidade do Algarve, Portugal

Cristina sánchez Gimenez, Universidad Nacional de Educación a Distância (UNED), Espanha

darwin ianuskiewtz, Centro Universitário de Araraquara (UNIARA), Brasil

edméa oliveira santos, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Brasil

elizete lúcia Moreira Matos, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba/PR, Brasil

Fabienne lancella, Université de Poitiers, França

helder Manuel henriques, Instituto Politécnico de Portalegre, Portugal

Keyla isabel Cañizales, Universidad Centroccidental Lisandro Alvarado, UCLA, Venezuela

Klaus schlunzen Junior, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Brasil

Joaquim armando Ferreira, Universidade de Coimbra, Portugal

José luis Garcia Cué, Colégio Pós Graduados Texcoco, México

José Manuel Mansilla Morales, Universidad Complutense de Madrid, Espanha

lynn alves, Universidade do Estado da Bahia, Brasil

luís Carlos Mota, Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal

Mariano Gutiérrez tapias, Universidad de Valladolid, Espanha

sandra Cristina Valadas, Universidade do Algarve, Portugal

Sofia de Lurdes Rosas da Silva, Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal

Walter Campi, Universidad Nacional de Quilmes, Argentina

Wilmer ismael Ángel Benavides, Universidad Nacional Abierta y a Distancia (UNAD), Colômbia

Wilson Massashino Yonezawa, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Brasil

WH!TEBooKs

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e

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FiCha tÉCniCa

título

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E eLEARNING NA WEB SOCIAL

orGaniZaÇÃo

J. António MoreiraDaniela Melaré BarrosAngélica Monteiro

autores

Alexandra OkadaAna Catarina LimaAngélica MonteiroAntonio Roberto SerraCarlos MoraisClaudia MachadoDaniela Melaré BarrosFilipa SeabraJ. António MoreiraJoão MattarJosé AzevedoLuísa AiresLuísa MirandaM. Ángeles RebolloMarco Silva Maria de Fátima GoulãoMaría Luz Cacheiro GonzálezMaria Teresa Miceli KerbauyPaulo AlvesPaulo DiasRafael García-PerezSusan KratochwilSusana HenriquesSusana JanuárioVanessa Matos dos Santos

Capa e desiGn

Carlos Gonçalves

iMpressÃo e aCaBaMento

Printhaus

depósito leGal

377109/14

isBn

978-989-8765-01-7

data

2ª Edição, Santo Tirso, outubro de 2014

RESERVADOS TODOS OS DIREITOS.Esta edição não pode ser reproduzida nem transmitida, no todo ou em parte, sem prévia autorização escrita da editora.

© WHITEBOOKSRua de S. Bento, Edificio Cidnay – L 24780-546 Santo Tirso – [email protected]

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elearninG

J. ANTóNIO MOREIRADANIELA MELARé BARROSANGéLICA MONTEIRO

e

WH!TEBooKs

2ª ediÇÃo

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preFÁCio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Adriana Rocha Bruno

apresentaÇÃo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

J. António Moreira; Daniela melaré Barros & Angélica Monteiro

Capítulo ieduCar na rede soCial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

J. António Moreira; Susana Januário & Angélica Monteiro

Capítulo iiredes soCiais e eduCaÇÃo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

Maria Teresa Miceli Kerbauy & Vanessa Matos dos Santos

Capítulo iiiredes soCiais na aprendiZaGeM: MotiVaÇÃo e utiliZaÇÃo dos estudantes do ensino superior . . . 71

Luísa Miranda; Carlos Morais; Paulo Alves & Paulo Dias

Capítulo iVredes soCiais eM eduCaÇÃo para a saÚde: o Caso da preVenÇÃo do ConsuMo de suBstÂnCias psiCoatiVas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

Susana Henriques & Filipa Seabra

índice

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eduCaÇÃo a distÂnCia e elearninG na WeB soCial 8

índiCe

Capítulo VMulheres eMpreendedoras eM ConteXtos rurais e aprendiZaGeM inForMal nas redes soCiais . . . . . . . . . . 111

Ana Catarina Lima; Luísa Aires; José Azevedo; M. Ángeles Rebollo & Rafael García-Perez

Capítulo Vi reCursos eduCaCionais aBertos na prÁtiCa pedaGóGiCa: estratÉGias, estilos e autorreGulaÇÃo da aprendiZaGeM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Maria de Fátima Goulão & Daniela Melaré Barros

Capítulo ViireCursos eduCatiVos en aBierto en eduCaCión a distanCia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151

María Luz Cacheiro González

Capítulo ViiiMídias soCiais e reCursos eduCaCionais aBertos MóVeis na pesQuisa aCadÊMiCa do sÉCulo XXi . . . . . . 161

Alexandra Okada; Antonio Roberto Serra & Claudia Machado

Capítulo iXMooCs: Modelos pedaGóGiCos inoVadores ou aMeaÇas para a eduCaÇÃo aBerta? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177

João Mattar

Capítulo XaValiaÇÃo da aprendiZaGeM na eduCaÇÃo ONLINE: a potenCialidade dialóGiCa do FóruM eM ConsonÂnCia CoM a interatiVidade própria da WeB 2 .0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193

Susan Kratochwil & Marco Silva

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preFÁCio

Prefaciar esta importante obra, organizada pelos professores J. António Moreira, Daniela Melaré Barros e Angélica Monteiro, admiráveis pesquisadores e docentes, dedicados incansáveis aos estudos e práticas da Educação a Distância e eLearning em toda a sua capilaridade, é não somente uma honra, mas também uma oportunidade de apresentar-compor-integrar um outro olhar para os olhares e vivências ora registrados pelos autores.

Num momento historicamente marcado por intensas trans-formações mundiais, este livro traz elementos, ideias, conceitos e expressões-manifestações atuais para o campo educacional e, fundamentalmente, faz um convite ao diálogo sobre a Educação contemporânea.

Somos cocriadores de um mundo em que as relações humanas são mediadas intensamente pelas tecnologias digitais. Habita-mos espaços e produzimos lugares que se revelam como outras possibilidades de existir. As questões e inquietações da contem-poraneidade que são apresentadas hoje, em nossos percursos cotidianos, sejam eles online ou não, estão impregnadas de uma cultura que busca acolher a todos como coprodutores, colaborado-res, fomentadores, corresponsáveis pelas informações veiculadas e pelas ideias, recursos e produtos cocriados-desenvolvidos-ex-plorados-modificados-consumidos-socializados.

Formamos sociedades em que as misturas, a mestiçagem, a (re)mixagem, não são apenas bem vindas, mas fundamentais para sua existência-(im)permanência.

Se, por um lado, o ser humano tem no meio social a potência de vida para a sua individuação – no sentido junguiano, e sua singu-laridade – no sentido deleuziano, por outro lado, as sociedades se fazem, cotidianamente, como mutantes, preservando a potência

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do (de cada) ser humano como sujeito antropológico de si mesmo e cocriador de mundos múltiplos.

Trata-se da integração do ser com o meio e do meio com o ser por obra de movimentos que geram lugares e redes habitados por seres (humanos e pós-humanos) em devir(es), que tendem a questionar (quiçá romper) cada vez mais com os guarda-chuvas hegemônicos (Apple, 1999) que ainda insistem em cobrir nossas cabeças, dificultando tanto nossa mobilidade quanto nossos olhares.

As pesquisas vêm registrando mudanças na Educação e, como desdobramento, nos processos de ensino e de aprendizagem. A Educação a Distância e as práticas de eLearning, se disseminam vorazmente e cocriam, provocam e alimentam outras reflexões e possibilidades para a educação, na medida em que as experiências promovidas e vivenciadas pelo online instigam os educadores e pesquisadores a revisitarem, cotidianamente, as ações e o pen-samento pedagógico. Tal cenário traz mais e mais experiências, potências, recursos e estratégias para a Educação como um todo. Temos, então, hoje, uma Educação que tende à hibridização – como integração, mistura, articulação de ambientes, recursos, práticas e teorias – em que os espaços e lugares não mais são delimitados, mas redimensionados na contemporaneidade.

As tendências recheiam-se de artefatos e espaços ideias: game-ficação, plataformas digitais, comunicação por nuvem, celulares, smartphones, tablets e paredes holográficas, inteligência artificial, redes sociais, dispositivos móveis; geolocalização, conteúdo aberto, REA (Recursos Educacionais Abertos), MOOCs (Massive Open Online Courses), POMAR (Percursos Online Massivos Abertos e Rizomáticos), aplicações semânticas, software livre, hibridiza-ção, Educação Aberta, aprendizagem do adulto, docência online, redes rizomáticas, linguagem emocional, mediação partilhada, interatividade etc., nomeiam e sinalizam as transformações socioeducacionais.

A Educação contemporânea compreende que o nomadismo e a clandestinidade são possibilidades legítimas para a aprendizagem na cultura digital. Somos instigados à prática da caça. Somos

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caçadores e produtores de inovações. Farejamos pistas que nos levem a lugares desconhecidos ou mesmo proibidos. Tendemos a não aceitar não como resposta. Assumimos a docência e a dis-cência como apropriações de informações, estejam elas onde estiverem. A clandestinidade hoje se configura como espaços a serem desvelados, questionados e invadidos. Docentes caçadores. Somos braconniers.

O termo braconagem, palavra aportuguesada do francês bracon-nage, é trazida por Michel de Certeau (Harel, 2005) em referência à caça ou pesca ilícita, em tempos ou lugares proibidos. Significa adentrar (ou invadir) espaços-lugares do outro, ou que estão com o outro. É questionar a apropriação e a propriedade e, portanto, os processos hegemônicos que concentram territórios nas mãos de uns e não de outros ou ainda de todos.

Fazer braconagem é resgatar o que não deveria ser só de um ou de alguém. Ser docente braconier (ou braconeiro) é criar redes rizo-máticas. Redes que não se criam de forma estruturada e fechada e, nesta direção, não se permitem aprisionar, não se deixam territorializar.

Neste turbilhão sociocultural de gente, de emoções-sentimen-tos, de informações, de criações, de conhecimentos, de corre-lações, este livro traz textos que permitirão novas apropriações dos espaços potencialmente multiespacializados da Educação em nosso cenário topsecular.

A presente obra, que é multirreferencial, focaliza com maior intensidade alguns temas atuais implicados na Educação a Dis-tância e no eLearning, nomeadamente, as redes sociais digitais e os recursos educacionais abertos.

Os cinco primeiros capítulos abordam as redes sociais em suas diversas nuances. Com o capítulo Educar na (Sociedade em) Rede Social, J. António Moreira, Susana Januário e Angélica Monteiro analisam o desenho de um novo paradigma social, refletindo acerca das potencialidades pedagógicas e das limitações de uma rede social como o Facebook.

O resgate das discussões acerca das tecnologias digitais nos espaços educacionais sob a perspetiva das redes sociais é realizada

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pelas autoras Maria Teresa Miceli Kerbauy e Vanessa Matos dos Santos no segundo capítulo intitulado Redes Sociais e Educação. Tais discussões, que questionam a noções de comunidade, identidade e cultura, são profícuas na sociedade hodierna, notadamente mar-cada pelas mudanças e reconfigurações de um cenário sociotécnico.

No terceiro capítulo Redes Sociais na Aprendizagem: Motiva-ção e Utilização dos Estudantes do Ensino Superior, os autores Luísa Miranda, Carlos Morais, Paulo Alves e Paulo Dias mapeiam, junto aos estudantes do Ensino Superior, quais as redes sociais mais utilizadas por eles, bem como o que os leva a tal utilização, e os desdobramentos destas experiências para a aprendizagem.

As redes sociais e a aprendizagem colaborativa são temáticas trazidas no artigo Redes Sociais em Educação para a Saúde- O Caso da Prevenção do Consumo de Substâncias Psicoativas, da autoria de Susana Henriques e Filipa Seabra. A partir da análise de blogues que integram assuntos sobre Educação e Saúde, as discussões apontam para a importância das redes sociais para a constituição de comunidades que fomentem discussões de temas nevrálgicos, como a prevenção do consumo de substâncias psicoativas.

No capítulo V Mulheres Empreendedoras em Contextos Rurais e a Aprendizagem Informal nas Redes Sociais, proposto por Ana Catarina Lima, Luísa Aires, José Azevedo, M. Ángeles Rebollo e Rafael García-Perez procura-se compreender os principais desafios que a inclusão digital e, mais concretamente, o uso das redes sociais, podem exercer no âmbito do empreendedorismo feminino, em contextos rurais em Portugal.

Os três capítulos seguintes tratam dos Recursos Educacionais Abertos. O capítulo intitulado Recursos Educacionais Abertos na Prá-tica Pedagógica: Estratégias, Estilos e Autorregulação da Aprendizagem, de Maria de Fátima Goulão e Daniela Barros, alinha convergências agenciadas pelos REA, como potenciais disparadores da autonomia dos sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem. A investigação acerca das perspetivas erigidas, bem como das novas estratégias fundantes da nova lógica docente, mais dispersa e não mais concentrada na figura majestática do mediador, trazem uma contribuição definitiva para os estudos nesse campo.

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Maria Luz Cacheiro González traz, no capítulo intitulado Recursos Educativos en Abierto en Educación a Distancia, a experiência da Uni-versidad Nacional de Educación a Distancia (UNED), cujo objetivo é oferecer serviços online, partindo de um modelo de oferta e complementariedade de mídias visando sua disponibilização em regime aberto ao incorporar as ferramentas da web 2.0.

Os REA, alinhados com as mídias sociais, formam o núcleo de investigação do artigo seguinte, Mídias Sociais e Recursos Educacio-nais Abertos Móveis na Pesquisa Acadêmica do Século XXI, da autoria de Alexandra Okada, António Roberto Serra e Cláudia Machado. Partindo desse ponto de vista, o texto aponta estratégias a serem adotadas no uso das mídias sociais, entendendo-as como ferra-mentas auxiliares ao processo formador de coautorias e interlocu-ções, tão necessárias à dissipação de saberes atualmente exigida.

Se recursos, estratégias e ambientes, tratados nos capítulos que antecederam, são imprescindíveis para uma Educação a distân-cia de qualidade, o livro não poderia deixar de tratar dos cursos massivos – MOOC. João Mattar, em seu capítulo intitulado MOOCs: Modelos Pedagógicos Inovadores ou Ameaças para a Educação Aberta?, analisa o fenômeno dos MOOCs e questiona se estes cursos serão realmente abertos.

A fechar a obra Susan Kratochwil e Marco Silva apresentam o capítulo X, Avaliação da Aprendizagem na Educação Online: a Poten-cialidade Dialógica do Fórum em Consonância com a Interatividade Própria da Web 2.0, onde discutem a avaliação das aprendizagens em ambientes virtuais de aprendizagem.

Fica evidente, portanto, que as temáticas tratadas neste livro refletem a necessidade de estudos e pesquisas, com potencializa-ção para o debate. As vias abertas pelo período atualmente vivido dão a entender que estamos próximos de um ponto de virada epistemológico, e que metodologicamente teremos que igual-mente fazer ajustes em nossas ações. Tais transformações passam necessariamente pela forma com que entendemos a mediação, seja ela presencial ou não. Entretanto, urge compreender que não há transformação no fora sem outra, desta vez no dentro. Isto é, as mudanças hoje exigidas não devem se bastar sendo

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exteriores aos atores do campo mediacional: a interiorização de tais procedimentos nos fará pertencentes a esse tempo, e dele cúmplices fieis.

Aproveitem e, como braconeiros, invadam esta deliciosa e instigante obra.

AdriAnA rochA Brunodepartamento de Educaçãouniversidade Federal de Juiz de Fora (uFJF)-Brasil

reFerÊnCias

Apple, M. (1999). Políticas culturais e educação. Porto: Porto.Harel, S. (2005). Braconagem: um novo modo de apropriação do

lugar? Interfaces Brasil/Canadá, Rio Grande, 5. Disponível no endereço: http://www.revistas.unilasalle.edu.br/index.php/interfaces/article/view/775 Acessado em 15/05/2014.

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apresentaÇÃo

Com a atual publicação que intitulámos de Educação a Distância e eLearning na Web Social pretendemos reconcetualizar, redesenhar e repensar o uso de ambientes educativos abertos na web social, quer sejam espaços de aprendizagem formal ou informal. Com efeito, hoje, a aprendizagem em espaços informais na web, como as redes sociais, constitui um desafio para a sociedade em rede, na medida em que estes ambientes reúnem as experiências de vida e as aprendizagens autênticas, as quais constituem o núcleo das experiências em contexto que alimentam a rede de conhecimento.

Assim, os textos que a seguir se apresentam, redigidos maiorita-riamente em português europeu e do Brasil, compõem uma obra que reúne um conjunto de abordagens concetuais e empíricas reportadas a aspetos distintos no domínio do ensinar e do aprender na web social, pretendendo aprofundar a reflexão nesta área em contextos de aprendizagem formal e informal, combinando sinergias de investigadores e profissionais, de diferentes nacionalidades, que vêm desenvolvendo atividades e conhecimento nestes espaços de aprendizagem abertos.

A educação aberta colaborativa em rede tem sido considerada uma filosofia educacional importante para enriquecer a aprendizagem ao longo da vida e tem proporcionado a oportunidade de aceder e de construir conhecimento através das redes sociais. O rápido crescimento dos Recursos Educacionais Abertos (REA) na web 2.0, promovendo o acesso e uso livre de conteúdos e tecnologias tem favorecido a construção coletiva do conhecimento com base numa reconstrução colaborativa e redistribuição partilhada. A transição da web 1.0 para o que se designou como web 2.0 tem proporcionado mudanças de práticas e formas de aprender que visam a autonomia, a coautoria e a socialização (Okada, 2012).

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• APRESENTAÇÃO

No entanto, apesar da evolução da web 1.0 para a web 2.0, o sim-ples uso de interfaces desta segunda geração da web não garantem, só por si, avanços ou inovações nas práticas educativas. Muitas interfaces da web 2.0 são subutilizadas quando os referenciais ado-tados são baseados ainda nas práticas adquiridas na web 1.0, que se caracterizou, essencialmente, pelas interfaces de acesso e navega-ção e pela aprendizagem eletrónica (e-learning) restrita ao “uso” e “consumo” de recursos digitais. A web 2.0, que surge, pois, para romper com este paradigma de “transmissão” e “passividade”, caracteriza-se pela utilização dos REA e das redes sociais com interfaces abertas para a colaboração, a coconstrução, a coautoria, a coparceria, e o conhecimento coletivo (Okada, 2012).

A aprendizagem na web social com REA ou nas redes sociais já ocorre de modo informal, com um número limitado de professores entusiastas que acreditam que a linha de separação entre os espa-ços de aprendizagem formal e informal é ténue, e tem tendência a diluir-se. Esta diluição, no entanto, não significa esvaziar o sentido e a missão da escola mas, pelo contrário, parece reforçar a necessidade de expansão da intervenção e ação da escola orientada, agora, também, para as redes de conhecimento que se desenvolvem no espaço virtual. Urge, pois, consciencializar os professores e as instituições para esta realidade.

Se, antes, se postulou que uma abordagem centrada na alfabeti-zação informática seria o primeiro passo para aproximar o docente de novos ambientes facilitadores do seu trabalho, hoje, com o amadurecimento e reflexão em torno da sociedade digital, sabemos que a utilização das ferramentas informáticas deve ser integrada, também, nestes novos espaços de aprendizagem. Para tal, devem observar-se mais e mais expressivos resultados da utilização das tecnologias nos diversos níveis de ensino, em conformidade com os investimentos em formação que têm sido feitos. Mas, tal como tudo o que julgamos defensável para promover educação, será indispensável, além da (in)formação, o envolvimento ativo, pessoal e a perspetiva de um trabalho de equipa.

Centrando-se, sobretudo, na análise do processo de ensinar e aprender a distância esta é, pois, uma obra que nos permite encarar

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• APRESENTAÇÃO

a educação do século XXI como aberta, flexível e inclusiva. Aberta, porque permite-nos ampliar a aprendizagem em larga escala, recorrendo para o efeito 1) aos REA, que incluem materiais, software e aplicativos com fins educacionais e com licenças abertas; 2) a cursos online massivos abertos (MOOCs) baseados em rede, ativi-dades e conteúdo; 3) a eventos online abertos, como as I Jornadas Internacionais Online de Educação, Tecnologia e Inovação, organizadas recentemente pela Universidade Aberta de Portugal, com centenas de participantes de diferentes nacionalidades. Flexível, porque a aprendizagem realiza-se com dispositivos móveis e recursos integrados e distribuídos, que permitem que esta ocorra a qualquer hora e em qualquer lugar com smartphones, tablets ou laptops. E inclusiva, porque as redes sociais têm-se assumido como espaços de aprendizagem informal inclusivos onde todos os cidadãos, têm a possibilidade de reutilizar, reconstruír e redistribuír conhecimento.

O capítulo I, da autoria de J. António Moreira, Susana Januário e Angélica Monteiro intitulado Educar na (Sociedade em) Rede Social, abre este livro, e esta secção, analisando o desenho do novo modelo ou do novo paradigma social, enunciado por Castells, e as suas possibilidades educacionais e educativas, colocando no epicentro analítico a revolução tecnológica emergente. No texto, os autores refletem acerca das potencialidades pedagógicas e das limitações de uma rede social como o Facebook em diferentes contextos de aprendizagem.

No segundo capítulo, Maria Teresa Kerbauy e Vanessa Santos, traçando um quadro histórico e concetual das redes sociais apresen-tam-nos o texto Redes Sociais e Educação retomando a discussão sobre as tecnologias digitais nos ambientes educativos sob a perspetiva destas mesmas redes.

Nos capítulos seguintes são apresentados alguns estudos que demonstram o impacto crescente das redes sociais no desen-volvimento dos processos de interação, formação de grupos de interesse e partilha, bem como a motivação para a sua utilização nos processos de aprendizagem formal e informal.

No capítulo III, intitulado Redes Sociais na Aprendizagem: Motivação e Utilização dos Estudantes do Ensino Superior da autoria de Luísa

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Miranda, Carlos Morais, Paulo Alves e Paulo Dias é apresentado um trabalho que procura identificar as principais razões que levam os estudantes do ensino superior a utilizarem as redes sociais, assim como as que utilizam com maior frequência, as ações que desenvolvem e as principais potencialidades que lhes reconhecem para a aprendizagem.

Por sua vez, no capítulo IV, Redes Sociais em Educação para a Saúde: O Caso da Prevenção do Consumo de Substâncias Psicoativas, Susana Henriques e Filipa Seabra, procurando analisar uma das ferramentas mais populares da web 2.0, o blogue, cujos conteúdos permitem promover competências de educação para a saúde dirigidas a públi-cos diversificados, afirmam que este pode constituir uma base adequada para o desenvolvimento da aprendizagem colaborativa em ambientes quer formais, quer não formais ou informais.

O diálogo entre as redes sociais e a inclusão desenvolve-se no capítulo V Mulheres Empreendedoras em Contextos Rurais e a Aprendi-zagem Informal nas Redes Sociais, proposto por Ana Catarina Lima, Luísa Aires, José Azevedo, M. Ángeles Rebollo e Rafael García-Perez que procura compreender e analisar as dinâmicas e os desafios que a inclusão digital e, mais concretamente, o uso das redes sociais, podem exercer no âmbito do empreendedorismo feminino, em contextos rurais. Neste estudo evidencia-se a necessidade de for-mação mais aprofundada a nível destas ferramentas digitais; o valor relacional das redes sociais no quotidiano deste grupo de mulheres; e, ainda, a importância da aprendizagem em rede enquanto meio fundamental para o desenvolvimento e crescimento dos negócios online, criados por mulheres empreendedoras em contextos rurais.

O primeiro contributo da segunda secção da obra, centrado sobretudo nos REA intitulado Recursos Educacionais Abertos na Prática Pedagógica: Estratégias, Estilos e Autorregulação da Aprendizagem é da autoria de Fátima Goulão e Daniela Barros. Neste sexto capítulo, as autoras apresentam uma análise descritiva sobre os recursos abertos suportada por referenciais bibliográficos, reflexões e discussões retiradas das práticas pedagógicas vivenciadas. Os resultados trazem, um contributo para as tendências de aprendizagem e

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estratégias pedagógicas emergentes para a educação tanto formal, como informal realizadas nos espaços de aprendizagem virtuais.

Por sua vez, Maria Luz González, no capítulo VII intitulado Recur-sos Educativos en Abierto en Educacion a Distância, centrando-se na realidade da Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED), apresenta-nos um retrato referente à política da criação de recursos digitais abertos nesta instituição em Espanha.

Aprofundando a temática dos REA, Alexandra Okada, António Serra e Cláudia Machado, escrevem o capítulo VIII, Mídias Sociais e Recursos Educacionais Abertos Móveis na Pesquisa Académica do Século 21, abordando o contexto da era digital marcada pela ascensão das redes sociais, dos REA e da aprendizagem aberta colaborativa móvel. Nesta perspetiva, apresentam algumas estratégias para aplicação das mídias sociais para coconstrução de REA móveis na pesquisa académica, descrevendo o estudo desenvolvido pela rede de pes-quisa Colearn sobre a produção colaborativa da obra multimidiática aberta “REA e Redes Sociais”, organizada pelo Knowledge Media Institute - Open University UK durante o projeto europeu OpenScout.

Os dois capítulos finais abordam temáticas no âmbito da educação aberta. João Mattar com o capítulo IX, MOOCs: Modelos Pedagógicos Inovadores ou Ameaças para a Educação Aberta?, analisa diferentes modelos de MOOCs, fundamentados em teorias de ensino e aprendi-zagem online distintas. O capítulo realiza uma revisão da bibliografia atual sobre o tema e apresenta alguns MOOCs, em língua portuguesa como o MOOC EaD, MOOC-LP e MOOC Tutoria, concluindo que para a compreensão adequada do fenómeno dos MOOCs, é necessário ampliar o conceito de interação em educação a distância, não o restringindo às relações aluno-professor e aluno-aluno.

Finalmente, Susan Kratochwil e Marco Silva apresentam o capí-tulo X, Avaliação da Aprendizagem na Educação Online: a Potencialidade Dialógica do Fórum em Consonância com a Interatividade Própria da Web 2.0, onde discutem a avaliação das aprendizagens de caráter dialógico na interface fórum de discussão de uma plataforma de elearning. De acordo com os autores existe uma necessidade pre-mente destes espaços de comunicação se adaptarem à dinâmica comunicacional da cibercultura, dos blogues, wikis e redes sociais

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eduCaÇÃo a distÂnCia e elearninG na WeB soCial 20

online. O uso tradicional do fórum baseado apenas na interação sem colaboração, será considerado subutilização da web 2.0 se não contemplar colaboração e interatividade.

Do conjunto destes contributos resulta, pois, um menu de pos-sibilidades que se pretende sejam ilustrativas dos desafios da aprendizagem formal e informal na web social, no sentido de uma educação aberta, flexível e inclusiva e num regime autorregulado da gestão dos conteúdos e recursos educacionais.

os organizadoresJ. António MorEirA

dAniElA MElAré BArros

AngélicA MontEiro

reFerÊnCias

Okada, A. (2012). Open Educational Resources and Social Networks: Co-Learning and Professional Development. London: Scholio Educational Research & Publishing.