sociologia 2s em volume 1

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  • Nome:

    Escola:

    2a SRIEENSINO MDIOCaderno do ProfessorVolume 1

    SOCIOLOGIACincias Humanas

    Valid

    ade: 2014 2017

  • MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO PROFESSOR

    SOCIOLOGIAENSINO MDIO

    2a SRIEVOLUME 1

    Nova edio

    2014-2017

    governo do estado de so paulo

    secretaria da educao

    So Paulo

    SOCIO_CP_2s_Vol1_2014_P13.indd 1 01/11/13 14:39

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-Governador

    Guilherme Afif Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretrio-Adjunto

    Joo Cardoso Palma Filho

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto da Educao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares

    Ana Leonor Sala Alonso

    Coordenadora de Oramento e Finanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

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  • Senhoras e senhores docentes,

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-

    radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que

    permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula

    de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

    os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-

    dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao

    Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste pro-

    grama, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao dos

    diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes de

    formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca por

    uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do

    material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

    Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo faz Escola, apresenta orien-

    taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So

    Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades

    ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,

    dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade

    da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas

    aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam

    a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-

    o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a

    diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.

    Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu

    trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar

    e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.

    Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.

    Bom trabalho!

    Herman VoorwaldSecretrio da Educao do Estado de So Paulo

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  • Sumrioorientao sobre os contedos do volume 5

    Situaes de Aprendizagem 7

    Situao de Aprendizagem 1 A populao brasileira: diversidade nacional e regional 7

    Situao de Aprendizagem 2 A formao da diversidade brasileira 18

    Situao de Aprendizagem 3 Tenses na formao da diversidade 27

    Situao de Aprendizagem 4 A noo de cultura e a ideia de cultura de massa 34

    Situao de Aprendizagem 5 Consumo versus consumismo 40

    Situao de Aprendizagem 6 Jovens, cultura e consumo 45

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso dos temas 58

    Quadro de contedos do Ensino mdio 61

    Gabarito 62

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  • 5Sociologia 2a srie Volume 1

    Caro(a) professor(a),

    Neste volume, duas questes sero trabalha-das: de onde vem a diversidade sociocultural brasileira e a importncia da cultura na vida social.

    Para discutir com os alunos a diversidade sociocultural que existe em nosso pas, podemos estabelecer uma conexo com os contedos tratados no volume 2 da 1 srie do Ensino Mdio, quando propusemos uma reflexo sobre a questo da raa, das etnias e do preconceito e, ento, trabalhar a temtica da migrao e do estrangeiro.

    Para abordar a importncia da cultura na vida social, sugerimos o desenvolvimento de uma discusso sobre cultura, consumo, consu-mismo, comunicao de massa e construo da identidade pelos jovens.

    Conhecimentos priorizados

    A seleo dos temas e dos contedos das Situaes de Aprendizagem que compem este volume objetiva estimular os alunos a desenvolver um olhar crtico sobre a diversi-dade sociocultural brasileira e, com base nesse olhar, refletir sobre a prpria realidade. Em um segundo momento, a proposta levar aos jovens a conscincia de que h uma dife-rena entre consumo e consumismo, sendo este uma caracterstica tpica das sociedades que passaram pelo processo de industriali-zao e aquele, algo presente nos seres humanos. Como sabemos, o tema da diver-sidade sociocultural pode ser trabalhado sob os mais diferentes pontos de vista: histrico, geogrfico, socioeconmico, entre outros. A proposta do presente volume enfocar a

    oriEntAo SobrE oS ContEdoS do VolumEdiversidade sob a perspectiva sociolgica, estabelecendo, sempre que possvel, um di-logo com outras disciplinas. Para tanto, a proposta de iniciar com uma reflexo sobre a diversidade brasileira para depois refletir sobre as tenses na formao dessa diversi-dade faz-se necessria.

    Compreendemos que a questo da diversi-dade no poder ser esgotada neste volume. Ela o eixo transversal que corta os conte-dos da 2 srie: seja na discusso sobre cul-tura, sobre o mercado de trabalho ou sobre a questo da violncia. No que tange forma-o de nossa diversidade sociocultural, abor-daremos a migrao, refletindo sobre os motivos que levam os indivduos a deixar o seu lugar de nascimento. Para encerrar essa discus-so, importante que os alunos tomem cons-cincia de que a construo da diversidade no se d de forma tranquila e que disputas por poder esto, muitas vezes, camufladas por trs de certas atitudes.

    Para abordarmos a questo da diversi-dade sociocultural brasileira, trazemos como proposta pesquisas estatsticas com dados socioeconmicos, apresentando nmeros das diversas regies do pas, de modo a possibi-litar uma comparao com os dados relativos ao Brasil.

    Sobre a importncia da cultura na vida social, a proposta relacionar a ideia de cul-tura com as noes de cultura de massa e de comunicao de massa. A discusso desses termos possibilitar aos alunos estabelecer uma diferenciao entre consumo e consu-mismo. Por fim, trabalharemos a forma como o jovem se apropria de elementos produzidos para o consumo de massa e os redefine, atri-buindo-lhes outros contedos simblicos e,

    SOCIO_CP_2s_Vol1_2014_P13.indd 5 01/11/13 14:39

  • 6Outra estratgia utilizada a pesquisa de campo, que se divide em uma srie de ativida-des com os jovens e envolve a confeco de um roteiro de entrevista, a escolha do pblico-alvo, a aplicao do roteiro e a anlise dos dados coletados. Essa estratgia pode culminar na realizao de seminrios ou na confeco de painis em que os alunos exponham os resul-tados para a sala.

    O momento da pesquisa tem como objetivo dar continuidade construo de um olhar de estranhamento dos alunos sobre a realidade que os cerca. Neste volume, ela parte da sensibiliza-o para as Situaes de Aprendizagem. Outra forma de sensibiliz-los para os novos contedos a sugesto de visita a museus (Memorial do Imigrante, em So Paulo, e Centros de Memria ou Museus Histricos nas diversas cidades do Estado de So Paulo) e a discusso de letras de msicas, entre outras atividades.

    Avaliao

    As propostas de avaliao sugeridas neste volume diferem conforme os temas e os conte-dos das Situaes de Aprendizagem que o compem. De forma geral sugerida a reda-o, por parte dos alunos, de textos dissertati-vos argumentativos. Mas as atividades de pesquisa, bem como os seminrios de apresen-tao dos trabalhos, constituem outras opes.

    As avaliaes devem valorizar o empenho e a capacidade dos jovens de contemplar as ati-vidades propostas da melhor forma possvel. Alm das redaes e das atividades de pes-quisa, propomos um trabalho de expresso artstica cujo propsito buscar, de forma criativa, a autorreflexo dos jovens a respeito de seus modos de ser e pensar.

    desse modo, apropriando-se daquilo que con-some para construir a sua identidade. Ou seja, a proposta finalizar este volume fornecendo aos alunos as competncias e habilidades necessrias para que possam refletir critica-mente sobre como constroem suas identidades a partir do consumo.

    Competncias e habilidades

    As atividades propostas neste volume tm o intuito de buscar o aprimoramento das seguintes habilidades: leitura e interpretao de tabelas e dados estatsticos; leitura e inter-pretao de textos; associao de temas, ideias e contedos apreendidos em sala de aula realidade cotidiana.

    metodologia e estratgias

    A metodologia que permeia todo o curr-culo de Sociologia est pautada no exerccio do estranhamento, possibilitando aos jovens uma reflexo crtica em face da realidade coti-diana, que os afaste, assim, da viso do senso comum. Trata-se de um exerccio que permite aos nossos alunos desnaturalizar os fenme-nos sociais.

    As estratgias utilizadas buscam propiciar um conjunto de alternativas didtico-pedag-gicas que abrange aulas expositivas e aulas dialogadas, que visam ao debate e interao com os alunos por meio da anlise e interpre-tao de textos e imagens, e o trabalho com questionrios a ser preenchidos pelos alunos e tabulados pelo professor. interessante que as estratgias sejam variadas e intercaladas no intuito de diversificar as abordagens sobre os principais conceitos a serem discutidos.

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  • 7Sociologia 2a srie Volume 1

    SituAES dE APrEndiZAGEmSITUAO DE APRENDIZAGEM 1

    A POPULAO BRASILEIRA: DIVERSIDADE NACIONAL E REGIONAL

    Contedos e temas: diversidade sociocultural brasileira; diversidade nacional e regional no mbito socioeconmico; desigualdade social.

    Competncias e habilidades: desenvolver no aluno a sensibilidade para as diferentes possibilidades de refletir sobre a diversidade nacional e regional; desenvolver o esprito crtico dos alunos; desenvolver habilidades de leitura, produo de textos contnuos e expresso oral; ler e interpretar tabelas de tal forma que estejam aptos a pensar a diversidade nacional e regional sob diferentes aspectos.

    Sugesto de estratgias: aula dialogada e leitura de tabelas.

    Sugesto de recursos: lousa e letra de msica.

    Sugesto de avaliao: texto dissertativo e/ou questes pontuais.

    Sondagem e sensibilizao

    Este Caderno marca o incio da 2 srie do Ensino Mdio e, assim como foi feito na 1 srie, importante informar aos alunos, de maneira geral, os grandes temas que sero abordados neste ano, para que eles possam compreender qual a lgica da disciplina Sociologia.

    Voc pode, num primeiro momento, esta-belecer rapidamente com eles os quatro gran-des temas tratados em Sociologia na 1 srie:

    1. O aluno na sociedade e a Sociologia; 2. O que permite ao ser humano viver em socie-dade; 3. O que nos une como seres humanos; 4. O que nos desiguala como seres humanos.

    possvel relembrar com os jovens quais foram as principais discusses realizadas, e enfatizar que muitos deles no tinham uma ideia formada do que a Sociologia, de como ela se distingue das demais disciplinas, entre outras informaes que julgar relevantes para que rememorem os temas do ano anterior.

    Esta Situao de Aprendizagem objetiva introduzir a reflexo sobre a diversidade socio-cultural brasileira. Tal diversidade constru da, muitas vezes, com base na desigualdade de condies de vida. Optamos por desenvolver esta Situao de Aprendizagem por meio de estratgias didticas que permitam ao aluno

    compreender que a questo da diversidade nacional e regional pode ser pensada tanto no mbito cultural, com a ajuda da sensibilizao inicial para o tema, como por meio do estudo de fatores socioeconmicos que condicionam o maior ou menor acesso a: educao, rendi-mentos, saneamento e energia eltrica.

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  • 8 importante enfatizar que agora ser dado mais um passo na construo de uma sensibilidade sociolgica. Eles j refletiram a respeito do que a Sociologia, do que faz o socilogo e de como se constri um olhar sociolgico sobre a sociedade a partir do estranhamento. J esto aptos para comear a refletir sociologicamente sobre a realidade a partir do estranhamento em relao a ela e cientes de que isso no seria possvel sem o conhecimento obtido no ano anterior.

    Dessa forma, podero compreender a importncia dos conhecimentos adquiridos e avaliar como as habilidades e competncias desenvolvidas no ltimo ano sero ferra-mentas fundamentais.

    Depois disso, j podem ser apresentados aos grandes temas desta srie.

    1. De onde vem a diversidade social brasileira?

    2. Qual a importncia da cultura na vida social?

    3. Qual a importncia do trabalho na vida social?

    4. O jovem em meio aos significados da violncia no Brasil.

    Paratodos

    O meu pai era paulista

    Meu av, pernambucano

    O meu bisav, mineiro

    Meu tatarav, baiano

    Meu maestro soberano

    Foi Antonio Brasileiro

    Foi Antonio Brasileiro

    Quem soprou esta toada

    Que cobri de redondilhas

    Pra seguir minha jornada

    E com a vista enevoada

    Ver o inferno e maravilhas

    os alunos possam compreender como a discus-so da diversidade brasileira ser conduzida nos prximos dois meses:

    A ideia aqui no explorar esses temas, mas sim informar previamente aos alunos quais sero os temas debatidos. Voc pode dizer, inclu-sive, que a explicao pormenorizada de cada um ser dada ao longo do ano letivo. O impor-tante enfatizar que a seleo dos contedos para a 2 srie do Ensino Mdio prope que estabeleam uma reflexo sobre o Brasil e a res-peito de si prprios, com base em uma perspec-tiva sociolgica, e a partir de diferentes temas.

    Agora o momento de introduzir os trs primeiros grandes temas do volume, para que

    1. A populao brasileira: diversidade nacional e regional.

    2. O estrangeiro do ponto de vista sociolgico.

    3. A formao da diversidade.

    Feito isso, possvel comear a sensibilizao para a primeira Situao de Aprendizagem.

    O tema da diversidade muito amplo e pode ser abordado sob os mais diferentes pontos de vista.

    Nossa sugesto para uma sensibilizao ldica da diversidade brasileira explora a leitura e a discusso da msica Paratodos, de Chico Buarque, e de algumas imagens de festas que ocorrem em nosso pas. Esta sen-sibilizao est presente no Caderno do Aluno.

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  • 9Sociologia 2a srie Volume 1

    Nessas tortuosas trilhas

    A viola me redime

    Creia, ilustre cavalheiro

    Contra fel, molstia, crime

    Use Dorival Caymmi

    V de Jackson do Pandeiro

    Vi cidades, vi dinheiro

    Bandoleiros, vi hospcios

    Moas feito passarinho

    Avoando de edifcios

    Fume Ari, cheire Vinicius

    Beba Nelson Cavaquinho

    Para um corao mesquinho

    Contra a solido agreste

    Luiz Gonzaga tiro certo

    Pixinguinha inconteste

    Tome Noel, Cartola, Orestes

    Caetano e Joo Gilberto

    Viva Erasmo, Ben, Roberto

    Gil e Hermeto, palmas para

    Todos os instrumentistas

    Salve Edu, Bituca, Nara

    Gal, Bethnia, Rita, Clara

    Evo, jovens vista

    O meu pai era paulista

    Meu av, pernambucano

    O meu bisav, mineiro

    Meu tatarav, baiano

    Vou na estrada h muitos anos

    Sou um artista brasileiro

    1993, Marola Edies Musicais Ltda.

    ridas: Todos vocs j ouviram falar em Chico Buarque? Algum conhece outra msica dele? Vocs sabem quais so os temas de muitas das suas canes?

    Voc pode ouvir a msica com os alunos em sala de aula e solicitar que transcrevam a sua letra no Caderno do Aluno, ou ento que a pesquisem em sites da internet. Comente que, alm de canes sobre as questes tpicas dos seres humanos, como o amor, as perdas, as paixes, a tristeza e a saudade, Chico Buarque escreveu muitas letras sobre o Brasil e a reali-dade brasileira, em que tece tanto crticas quanto elogios ao pas.

    Nessa msica, Chico Buarque aborda a diversidade que muitas vezes existe em cada um de ns, resultante das origens de nossa famlia, o que aparece na primeira estrofe:

    O meu pai era paulista

    Meu av, pernambucano

    O meu bisav, mineiro

    Meu tatarav, baiano

    Meu maestro soberano

    Foi Antonio Brasileiro

    Ele retrata ainda a expresso de nossa diversidade musical. Pergunte aos alunos: Vocs sabem quem so as pessoas citadas por Chico Buarque?

    No preciso (e talvez nem interessante do ponto de vista didtico) citar todos. Vale lembrar que este apenas um momento de sensibilizao inicial para a introduo do tema diversidade em nossa sociedade. O importante aqui salientar a diversidade das manifestaes culturais no Brasil, tomando--se como exemplo o meio musical e as pes-soas ligadas a ele.

    Formule questes dirigidas de forma a fomentar a discusso, como as aqui suge-

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  • 10

    Feito isso, voc pode estimular os alunos a relacionar a diversidade de origem por exem-plo, Luiz Gonzaga, Exu (PE); Rita Lee, So Paulo (SP); Cartola, Rio de Janeiro (RJ) e a de estilo musical (baio, rock, samba) dos artis-tas citados.

    Amplie a discusso, explorando com os alu-nos as festas regionais brasileiras retratadas nas imagens a seguir (reproduzidas tambm no Caderno do Aluno): Vocs conhecem alguma das festas que aparecem nas fotos? Sabem em que regies elas ocorrem? As respostas podem ser registradas no Caderno do Aluno.

    Professor, caso julgue necessrio, essa sensibilizao pode se esten-der em uma Pesquisa individual

    sobre outros cantores brasileiros, conforme indicado no Caderno do Aluno.

    Por fim, voc pode fazer o fechamento da discusso informando os alunos que neste volume sero analisados vrios aspectos da diversidade nacional.

    Obs.: Caso os alunos faam meno aos trechos fume Ari, cheire Vinicius, beba Nelson Cavaquinho da letra de Paratodos, de Chico Buarque, comente que no se trata de uma referncia s drogas, ao fumo ou bebida, mas de uma aluso capacidade da msica de nos embriagar, de nos fazer viajar de maneira saudvel. E que se para fumar, chei-rar, beber e se embriagar, que seja da msica popular brasileira, pela sua riqueza e beleza.

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    Figura 1 Desfile de escola de samba no Carnaval do Rio de Janeiro (RJ).

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    Figura 3 Maracatu Piaba de Ouro de Olinda (PE).

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    Figura 4 Moambique do Divino Esprito Santo de Belo Horizonte (MG).

    Figura 2 Carro alegrico do Garantido no Festival de Folclore de Parintins (AM).

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  • 11

    Sociologia 2a srie Volume 1

    Figura 5 Avenida Brigadeiro Faria Lima com Avenida Cidade Jardim, So Paulo (SP), 2007.

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    Figura 6 Vista panormica da cidade de Tiradentes (MG), 2004.

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    Figura 7 Periferia de So Paulo (SP), 2006.

    Etapa 1 diversidade social brasileira

    O objetivo desta etapa expositiva fazer com que o aluno passe a ter maior conscincia da diversidade social brasileira. Para tanto, sugerimos um trabalho com dados, inicial-mente sobre o Brasil, depois por regio do pas e, por fim, para o municpio ou at mesmo o bairro ou distrito em que se localiza a escola.

    Para sensibiliz-los, proponha o exerccio de Leitura e anlise de imagem do Caderno do Aluno, que

    solicita aos alunos que observem como grande a diversidade social no Brasil, no apenas entre as regies, como em um mesmo municpio. Em seguida, oriente-os sobre a produo de um breve texto sobre as diferen-as observadas nas imagens.

    Voc pode ampliar a discusso estimulando os alunos a expor brevemente sua produo textual e comentando-a. importante notar indicativos de que o aluno comeou a tomar conscincia de que a diversidade pode mudar muito de uma regio para outra.

    Nosso objetivo , a partir deste momento, discutir a diversidade social no pas com base nos dados das tabelas apresentadas a seguir referentes s condies de vida da populao brasileira. Para tanto, utilizaremos os seguintes indicadores:

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  • 12

    1. Rendimento Famlias por classes de rendimento mdio mensal familiar per capita (%).

    2. Educao Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade por sexo (%).

    3. Saneamento e luz eltrica Domiclios por condio de saneamento e luz eltrica (%).

    Utilize, se julgar necessrio, outros indi-cadores para ampliar a ref lexo sobre a diversidade social brasileira. Sugerimos tambm, caso haja tempo e disponibilidade, que voc acesse o site do IBGE ou da Fun-dao Seade para consultar os dados muni-cipais (a indicao dos sites encontra-se no final deste Caderno).

    Sobre o rendimento mdio mensal familiar, pode-se dizer que:

    f at 2011, quase metade (47,8%) das famlias no Brasil tinha rendimentos mdios mensais

    Para a anlise das tabelas reproduzidas a seguir (e no Caderno do Aluno), propomos uma leitura conjunta com os alunos, bem como o estabelecimento de procedimentos para a leitura e anlise dos dados. Voc pode pedir que eles anotem primeiro o dado para o Brasil, seguido do dado para as diferentes regies do pas. Em seguida, oriente-os a comparar a mdia nacio-nal com as mdias regionais, de modo a verificar que variaes aquela esconde. Incentive-os, ento, a estabelecer comparaes entre as mdias regionais a fim de compreender as dife-renas regionais. Na sequncia, problematize os dados a partir das sugestes de anlise apresen-tadas nas prximas pginas aps cada tabela. Vale ressaltar que essa atividade tambm pode ser explorada com o auxlio dos professores de Matemtica e de Geografia, proporcionando uma abordagem interdisciplinar.

    Famlias residentes em domiclios particulares, por Grandes regies, segundo as classes de rendimento mdio mensal familiar per capita (%) 20111

    brasil e Grandes regies

    At 1/4 de Sm2

    mais de 1/4 a 1/2 Sm

    mais de 1/2 a 1

    Sm

    mais de 1 a 2 Sm

    mais de 2 a 3

    Sm

    mais de 3 a 5

    Sm

    mais de 5 Sm

    Sem rendimento

    Brasil 6,7 14,1 27 25,8 8,6 5,7 4,9 2,2

    Norte 12,1 21 28,7 18,7 5,3 3,7 2,7 3,3

    Nordeste 15,4 22,7 29,9 16 4 2,5 2,3 2,9

    Sudeste 2,5 10 25,3 30 10,6 6,9 6,2 1,9

    Sul 2,4 8,7 25,4 32,6 12,3 8,2 5,9 1,6

    Centro-Oeste 2,8 11,6 28,6 29,3 9,2 6,7 7,2 2,2

    Quadro 1.1 As porcentagens apresentadas no somam 100% pois a coluna sem declarao no foi utilizada na anlise. A tabela completa pode ser acessada na pgina do IBGE: . Acesso em: 7 ago. 2013.2 SM: salrios mnimos.Fonte de dados: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios 2011. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Trabalho e Rendimento.

    1. Rendimento Famlias por classes de rendimento mdio familiar per capita (%)

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  • 13

    Sociologia 2a srie Volume 1

    per capita at 1 SM. Mais da metade (52,8%) possuam entre 1/2 e 2 SM. Somente 4,9% das famlias tinham rendimentos mdios mensais per capita acima de 5 SM;

    f as regies Norte e Nordeste so as que apre-sentam as piores situaes, pois possuem 12,1% e 15,4% de suas famlias, respectivamente, com rendimentos mdios mensais per capita com at 1/4 de SM, ao passo que a mdia brasileira para essa faixa de renda 6,7%. As regies Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentam menos de 3% de suas famlias nessa faixa;

    f quando so somadas as duas faixas mais pobres (at 1/4 e mais de 1/4 a 1/2 SM), as disparidades se mantm. Enquanto a mdia nacional de 20,8%, no Nordeste a proporo sobe para 38,1%, ou seja, quase o dobro da mdia nacio-nal. J a regio Sul, com 11,1% das famlias nessa situao, aquela que possui a menor proporo de famlias com rendimentos mdios mensais per capita nos estratos mais baixos;

    f no que se refere porcentagem de famlias sem rendimento, a regio Sul a que apresenta menor porcentagem, com 1,6 % de pessoas nessa faixa, seguida do Sudeste, com 1,9%;

    f levando-se em conta ainda as duas regies, vemos que Sul e Sudeste apresentam por-

    centagens muito prximas em todas as faixas de rendimentos. No entanto, vemos uma pequena superioridade da regio Sul em quase todas as faixas at a faixa de 3 a 5 SM, sendo ultrapassada pela regio Sudeste somente quando analisada a faixa de 5 SM, no qual a mesma possui 6,2% e a Sul 5,9%;

    f a porcentagem de famlias com ganhos superiores a 5 SM per capita no chega nem a 10% em nenhum dos casos.

    Portanto, do ponto de vista dos rendimen-tos mdios mensais familiares, as regies do pas apresentam entre si grande diversidade de situaes e que em todas as regies tambm h, internamente, uma diversidade muito grande em termos de rendimentos.

    Vale ressaltar que a tabela apresentada aqui no plenamente satisfatria para an-lise e compreenso da realidade social em sua totalidade, principalmente no que se refere disparidade de rendimento entre as regies. Voc pode, diante disso, complementar a lei-tura crtica dos dados, buscando aprofundar o contedo com outras fontes e outros recur-sos didticos.

    2. Educao Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade por sexo (%)

    taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade por sexo (%) de 1999 a 2011

    brasil e Grandes regiestotal Homens mulheres

    1999 2011 1999 2011 1999 2011

    Brasil 13,31 8,6 13,31 8,8 13,31 8,4

    Norte 11,62 10,2 11,72 10,8 11,52 9,6

    Nordeste 26,6 16,9 28,7 18,5 24,6 15,4

    Sudeste 7,8 4,8 6,8 4,4 8,7 5,1

    Sul 7,8 4,9 7,1 4,5 8,4 5,3

    Centro-Oeste 10,8 6,3 10,5 6,4 11 6,3

    Quadro 2.1 Exclusive a populao rural de Rondnia, Acre, Amazonas, Roraima, Par e Amap.2 Exclusive a populao rural.Fonte de dados: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios 1999 [CD-ROM]. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2000 e Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios 2009/2011. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Trabalho e Rendimento.

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    as maiores taxas esto na regio Nordeste (18,5% e 15,4% respectivamente) e as menores na Sudeste (4,4% e 5,1%). A diferena entre as piores taxas em relao s melhores de mais de 10%. Enquanto na regio Nordeste as taxas de analfabe-tismo so maiores entre os homens, nas regies Sul, Sudeste e Centro-Oeste, h p o u c a d i f e r e n a e n t r e h o m e n s e mulheres.

    Pode-se concluir, portanto, que as taxas de analfabetismo, por sexo, variam mais entre as regies do que em uma mesma regio. exceo do Nordeste, cuja variao de analfabetos entre os sexos ficou em torno de 4,1% em 1999, diminuindo para 3,1% em 2011. Nas demais regies essa variao no chega a 2%, mesmo aps os perodos citados. Os nmeros representam um bom progresso do pas na busca pela erradicao do anal-fabetismo, mas ainda percebemos claramente as desigualdades vigentes entre as regies, como o fato de que quase um em cada cinco homens no Nordeste analfabeto.

    A taxa de analfabetismo tambm expressa a diversidade:

    f no Brasil, percebemos uma queda no ndice entre os perodos de 1999 a 2011 de 13,3% para 8,6%, ou seja, de 4,7%. Quando con-siderados os dados para as diferentes regies, verifica-se tambm uma queda na taxa de analfabetismo;

    f as maiores taxas de analfabetismo ainda esto no Nordeste, embora elas tenham cado consideravelmente de 1999 a 2011 de 26,6% para 16,9%. Ainda so muito altas tanto para homens (de 28,7% para 18,5%) como para mulheres (de 24,6 para 15,4%);

    f as regies Sudeste e Sul so as que apre-sentam os menores ndices de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais nos perodos comparados, com uma queda de aproxi-madamente 3%. Em 2011, a taxa de anal-fabetismo para essas regies menor do que 5%;

    f considerando apenas os dados de 2011, tanto para homens como para mulheres

    domiclios por condio de saneamento e luz eltrica (%) de 1999 a 2011

    brasil e Grandes regies

    gua canalizada e rede geral de distribuio

    Esgoto e fossa sptica lixo coletado luz eltrica

    1999 2011 1999 2011 1999 2011 1999 2011

    Brasil 76,11 84,6 52,81 54,9 79,91 88,8 94,81 99,3

    Norte 61,12 55,9 14,82 13 81,42 75,8 97,82 96,2

    Nordeste 58,7 79,9 22,6 35,1 59,7 77,3 85,8 98,8

    Sudeste 87,5 91,1 79,6 82,4 90,1 95,9 98,6 99,9

    Sul 79,5 86,8 44,6 35,7 83,3 92,5 98 99,8

    Centro-Oeste 70,4 86 34,7 43,1 82,1 91,8 95 99,7

    Quadro 3.1 Exclusive a populao rural de Rondnia, Acre, Amazonas, Roraima, Par e Amap.2 Exclusive a populao rural.Fonte de dados: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios 1999 [CD-ROM]. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2000 e Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios 2009/2011. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Trabalho e Rendimento.

    3. Saneamento e luz eltrica Domiclios por condio de saneamento e luz eltrica (%)

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    Sociologia 2a srie Volume 1

    Para saneamento e luz eltrica, pode-se dizer que:

    f o principal problema do Brasil em ter-mos de saneamento o esgotamento bsico, pois em 1999 apenas 52,8% dos domiclios tinham esgoto e fossa sptica. Em 2011 esse nmero subiu apenas 2,1% (54,9% em 2011). Como se pode ver, esse o item com as piores porcentagens em todas as regies do pas, chegando at a cair de um perodo para o outro, como no caso da regio Norte (de 14,8% em 1999, para 13% em 2011). Alm disso, h uma disparidade muito grande entre as diferentes regies, situao ocultada pela mdia brasileira;

    f a regio com as mais altas taxas de cobertura de esgotamento a Sudeste, com 79,6% em 1999 e 82,4% em 2011. A regio com dados mais prximos aos da Sudeste a Sul, mesmo que ainda de longe, com 44,6% em 1999, porm, apresentando uma baixa em forne-cimento desse servio para 2011 (35,7%). Na pior posio encontra-se a regio Norte, como j citado, com apenas 14,8% dos domiclios com rede de esgoto em 1999 e 13% em 2011;

    f no item lixo coletado, percebemos um avano da regio Nordeste, passando de 59,7% em um perodo para 77,3% no outro, chegando assim a superar a regio Norte, cuja porcentagem foi de 75,8% em 2011;

    f a diferena na porcentagem de coleta de lixo entre a regio Sudeste para a regio Norte, no ltimo perodo considerado, de mais de 20%, o que mostra a diferena entre as regies;

    f a luz eltrica o item com melhores por-centagens em todas as regies, superando 95% dos domiclios atendidos. Destaca-se

    o salto da regio Nordeste, que obteve um progresso de 13% nesse servio bsico;

    f vale a pena destacar, mais uma vez, que h uma diferena significativa entre as regies do pas. A regio Nordeste, que antes apre-sentava as piores porcentagens para quase todos os trs itens analisados, em 2011 conquistou melhorias em todos os servios, ao passo que a regio Norte apresentou piora em todos os aspectos analisados.

    Voc pode concluir a discusso sobre as tabelas reiterando como o dado geral (mdia nacional) pode encobrir a diversidade de situa-es que existem no Brasil (mdias regionais). Alm disso, para enriquecer a abordagem e elencar novas possibilidades para esta Situao de Aprendizagem, outros dados e recursos didticos podem ser apresentados aos alunos para estabelecer uma anlise comparativa aos que foram aqui expostos.

    A seguir, reproduzimos duas an-lises jornalsticas que exemplifi-cam como as pesquisas estatsticas

    contribuem para a compreenso da reali-dade, atuando como instrumento no pro-cesso de reflexo a respeito da diversidade brasileira. A primeira foca a variao do rendimento mdio mensal do trabalho no perodo de 2009 a 2011 (Texto 1). E a segunda, as taxas de analfabetismo (Texto 2). Aps os textos, destacamos os pontos que julgamos interessantes para discusso. Mas sinta-se vontade para explorar os dados e conduzir a anlise como considerar mais adequado.Voc pode utiliz-los logo aps a leitura e anlise das tabelas, con-forme indicado na seo Aprendendo a aprender no Caderno do Aluno, ou antes, de modo a sensibilizar os alunos.

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    texto 1Salrio de pobre sobe mais que o de rico, mas diferena ainda de 87 vezes

    Entre 2009 e 2011, o rendimento mdio mensal do trabalho subiu em todos os nveis sociais do Brasil, e os pobres tiveram ganhos maiores. Os salrios deles subiram 6,5 vezes mais que os dos ricos. Mesmo assim, a desigualdade continua grande: o salrio mdio dos ricos 87 vezes maior que o dos pobres.

    O ganho mdio dos 10% mais pobres era de R$ 144, em setembro de 2009, e subiu para R$ 186 em setembro de 2011, uma alta de 29%. A renda do 1% dos brasileiros mais ricos era de R$ 15.437 em 2009 e passou a R$ 16.121 em 2011 (elevao de 4,4%).

    A inflao entre setembro de 2009 e setembro de 2011 foi de 12,36%, pelo IPCA.

    Os dados so da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad), divulgada [...] pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica).

    Apesar de os mais pobres terem tido um aumento maior que o dos ricos (29% contra 4,4%), a diferena de R$ 186 para R$ 16.121 de 87 vezes. Em 2009, essa desigualdade era pior: 107 vezes (R$ 144 em relao a R$ 15.437).

    Segundo o IBGE, todas as regies apresentaram aumento do rendimento mdio mensal real de trabalho entre 2009 e 2011, mas nenhuma teve pelo menos a mesma variao da inflao (12,36%).

    A maior alta no salrio ocorreu na regio Nordeste, com 10,7%, seguida pelo Centro-Oeste, com 10,6%. A variao mais baixa foi no Sul (4%). No Sudeste, o salrio subiu 7,9%; no Norte, foi 7,7%.

    Salrio de pobre sobe mais que o de rico, mas diferena ainda de 87 vezes. UOL, So Paulo, 29 out. 2012. Folhapress. Disponvel em: . Acesso em: 24 jun. 2013.

    f O texto informa que o rendimento mdio mensal subiu em todos os estratos, mas enquanto o rendimento dos 10% mais pobres subiu 29%, o rendimento do 1% dos mais ricos subiu apenas 4,4,%.

    f Contudo, se a inflao subiu 12,36% e os rendimentos dos mais pobres, 29%, o rendimento deles subiu acima da inflao, o que significa que eles tiveram um ganho real. J o 1% mais rico teve um aumento de apenas 4,4% nos rendimentos, ou seja,

    no houve aumento real, j que os 4,4% ficaram abaixo da inflao que subiu 12,36%.

    f Isso significa que a desigualdade diminuiu totalmente? No, pois a diferena de renda entre os mais ricos e os mais pobres ainda de impressionantes 87 vezes. Em 2009 essa situao era pior, contabilizando 107 vezes. Pode-se concluir, portanto, a partir desses dados, que o Brasil ainda um pas marcado por uma grave desigualdade.

    texto 2

    Pnad: taxa de analfabetismo cai no pas, mas atinge 9,1% da populao com mais de 18 anos

    A pesquisa Pnad 2011 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios) aponta para a queda de 1% na taxa de analfabetismo das pessoas com dez anos ou mais de idade em relao ao ndice de 2009. O nmero agora de 7,9% dessa populao.

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    Sociologia 2a srie Volume 1

    Em 2004, os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica) indicavam que 10,5% da populao com mais de dez anos de idade era analfabeta.

    Os nmeros [...] demonstram que entre os jovens de 10 a 14 anos, 1,9% analfabeto. Com 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo de 8,6% o que representa 12,9 milhes de brasileiros.

    O Nordeste a regio com os piores resultados em todas as faixas etrias. Ali, 15,3% da populao com mais de 10 anos no sabe ler nem escrever. Se considerados apenas aqueles com mais de 25 anos, o ndice chega a 21,3%. Na regio Norte, o analfabetismo entre os maiores de 10 anos de 9,2%.

    Na regio Sudeste, a taxa de analfabetismo de 4,4% entre a populao com mais de dez anos de idade. Quando considerados, os jovens entre 15 e 17 anos, o ndice chega a 0,8%.

    Pnad: Taxa de analfabetismo cai no pas, mas atinge 9,1% da populao com mais de 18 anos. UOL, So Paulo, 29 out. 2012. Folhapress. Disponvel em: . Acesso em: 24 jun. 2013.

    f Mais uma vez, a mdia nacional encobre a diversidade, tanto entre regies como entre pessoas de diferentes idades.

    f Enquanto a mdia nacional de analfabetos entre as pessoas com 10 anos ou mais era, em 2011, de 7,9%, no Nordeste, a proporo sobe para 15,3% da populao.

    f A anlise tambm mostra que a taxa de analfabetismo maior entre as pessoas mais velhas. Se entre os jovens de 10 a 14 anos ela de 1,9%, entre as pessoas com 15 anos ou mais sobe para 8,6%.

    f A taxa tambm varia entre regies: no Nor-deste, 15,3% da populao com mais de 10 anos era analfabeta em 2011, ao passo que na regio Norte era de 9,2%. Os dois casos esto acima da mdia nacional de 7,9%.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Como forma de avaliao desta Situao de Aprendizagem, voc pode solicitar aos jovens a ativi-

    dade de pesquisa sugerida na seo Lio de casa do Caderno do Aluno. Oriente-os a

    procurar dados sobre os indicadores sociais analisados ou quaisquer outros, relativos cidade em que vivem. Oriente-os a buscar informaes no site da prefeitura da cidade, da Fundao Seade disponvel em: , rgo do governo do Estado de So Paulo responsvel por pesqui-sar e analisar os principais dados estatsticos do nosso Estado ou do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) dispon-vel em: , respon-svel por pesquisar sobre o Brasil. (Acessos em: 20 maio 2013). Com base nos dados coletados, pea para que eles faam uma redao com uma anlise crtica sobre esses dados. No momento da avaliao do texto, verifique a clareza ao expor os argumentos e a capacidade em trabalhar com o maior nmero de dados de forma coerente.

    Alm disso, para verificar a apreen-so do contedo apresentado, sugerimos que os alunos respon-

    dam s questes propostas na seo Voc aprendeu? do Caderno do Aluno, que prope nova anlise dos dados das tabelas trabalhados em sala de aula.

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 2 A FORMAO DA DIVERSIDADE BRASILEIRA

    Contedos e temas: formao da diversidade social brasileira; conceitos de migrao, imigrao e emigrao; o estrangeiro do ponto de vista sociolgico.

    Competncias e habilidades: estabelecer a diferenciao dos conceitos de migrao, imigrao e emigrao; estabelecer uma reflexo sobre as razes da migrao; apresentar uma viso sociolgica da figura do estrangeiro; desenvolver habilidades de leitura e produo de textos contnuos; de-senvolver a capacidade de expresso oral.

    Sugesto de estratgias: orientao de pesquisa complexa; aulas expositivas e dialogadas, trabalho em grupo; seminrio de apresentao.

    Sugesto de recursos: lousa, leitura de texto e imagem e visita a museu.

    Sugesto de avaliao: texto dissertativo individual e/ou trabalho em grupo.

    O objetivo desta Situao de Aprendizagem refletir sobre a formao da diversidade social no Brasil a partir da figura do estrangeiro tal como analisada por Georg Simmel e discutir: quem o estrangeiro do ponto de vista socio-lgico, como o estrangeiro tambm pode ser visto como o estranho e qual a diferena entre

    o olhar do estrangeiro para a realidade e o olhar dos que ali se encontram h mais tempo. Depois, trabalhar com os alunos os conceitos de migrao, imigrao e emigrao, impor-tantes para refletir sobre a diversidade, e esta-belecer uma reflexo sobre por que as pessoas saem de um lugar para morar em outro.

    Sondagem e sensibilizao

    Propomos, como forma de sensibilizao, que os alunos realizem uma coleta inicial de informaes com pais, parentes, avs ou pessoas da vizinhana para iniciar a anlise sobre a migrao no Brasil, a partir de uma reflexo sobre a prpria famlia. No Caderno do Aluno, h um roteiro de perguntas para essa pesquisa e tambm o quadro a seguir, com os significados de migrao, imigrao e emigrao, conforme definies do Dicionrio Aurlio.

    Emigrante: Que ou quem em ig ra; emigrado.

    Emigrar: Deixar um pas para estabelecer--se em outro. Sair (da ptria) para residir em outro pas.

    imigrante: Que ou pessoa que imigra. imigrar: Entrar (num pas estranho) para nele viver.

    migrante: Que ou quem migra. migrar: Mudar periodicamente ou passar de uma regio para outra, de um pas para outro.

    Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa. 5. ed. Verso eletrnica. Curitiba: Positivo, 2010.

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    Sociologia 2a srie Volume 1

    A seguir, estimule os alunos a estabelecer relaes entre os conceitos. Por exemplo: aquele que sai de um pas um emigrante em relao ao pas de origem e um imigrante em relao ao pas a que chega.

    Voc pode, primeiro, question-los: H quanto tempo vocs moram na cidade ou no bairro?, para saber se algum se mudou recen-temente. Caso exista na sala algum que tenha se mudado h pouco tempo, questione--o sobre as dificuldades de adaptao. A seguir, oriente a coleta de informaes suge-rida no Caderno do Aluno:

    f A minha famlia j migrou, emigrou ou imigrou?

    f H quanto tempo ela est aqui (bairro, cidade, pas)?

    f O que eu sei sobre o passado da minha famlia?

    Feita essa coleta inicial, os alunos devem se organizar em grupos e trocar informaes a respeito de suas famlias. Neste momento, pode-se solicitar a um membro de cada grupo que elabore uma narrativa, com base nas

    Muitas vezes no temos conscincia de que todos aqueles que no descendem dos ind-genas, em algum momento, foram estran-geiros no Brasil. Assim, interessante, nessa sensibilizao, proporcionar aos jovens essa tomada de conscincia, pois eles parecem se esquecer disso.

    Vale frisar que mesmo aqueles que descen-dem de indgenas possivelmente tambm possuem descendentes de outras origens. O que significa que praticamente todos ns descendemos de estrangeiros, sejam nossos antepassados europeus, asiticos ou africanos. Nosso objetivo fazer que eles tomem a prpria famlia como objeto de anlise.

    informaes trocadas, acerca dos desloca-mentos populacionais das famlias dos outros integrantes, e apresent-la sala. Ou ento solicitar queles dispostos a compartilhar a histria de sua famlia com a turma que apre-sentem as informaes coletadas.

    Essa atividade importante por aproximar os alunos do tema da diversidade a partir de uma reflexo sobre a prpria famlia, e, por-tanto, sobre si mesmos.

    Em seguida, proponha a atividade sugerida na seo Pesquisa de campo do Caderno do Aluno, cujo

    registro dever ser entregue em data mar-cada com antecedncia. Oriente-os a res-peito do questionrio sugerido para coleta de informaes sobre migrao, imigrao e emigrao de suas famlias. Eis algumas sugestes de questes.

    1. Voc(s) sabe(m) como se deu a emigrao, a imigrao ou a migrao da sua famlia?

    2. O que voc(s) sabia(m) da cidade/Estado/pas de destino?

    3. H quanto tempo est(o) no lugar (bairro, cidade, pas)?

    4. Sentiu-se(sentiram-se) estrangeiro(s) ao chegar? Ainda se sente(m) estrangeiro(s)?

    5. J pde (puderam) voltar ao local de origem? Se sim, como foi essa volta?

    6. J sentiu (sentiram) vontade de voltar para o lugar de origem? Se sim, por que ficou (ficaram)?

    7. Por que voltou (voltaram) para o local de origem (caso seja emigrao)?

    Caso ocorra o interesse em outros suportes de registro de informao ou nas dinmicas de

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    entrevistas, possvel propor outros recursos, como: produo de vdeos e filmagens, podcast, entre outros.

    Como tarefa a ser realizada em casa, e que dever ser apresentada depois da aula terica, pea para que cada grupo se aprofunde na hist-ria da famlia de apenas um dos membros do grupo. A proposta consiste em uma narrativa da histria de migrao de uma famlia.

    A ideia que os colegas conheam as dife-rentes trajetrias familiares existentes em uma mesma sala.

    Obs.: Caso em um grupo no haja nenhum jovem cuja famlia tenha se mudado de pas, Estado, cidade ou bairro, voc pode pedir para o grupo fazer a pesquisa sobre alguma famlia da vizinhana que eles conheam e que no esteja h muito tempo na regio.

    Outra forma de sensibilizao mar-car com os alunos uma ida a algum museu que conte a histria da migra-

    o no Brasil, caso seja possvel. Muitas cidades do Estado de So Paulo possuem esse tipo de museu, como, por exemplo, Jundia, Holambra, Santa Brbara DOeste, Quiririm etc. Na cidade de So Paulo h o Memorial do Imigrante, loca-lizado na antiga Hospedaria dos Imigrantes (). H ainda o Centro de Tradies Nordestinas (CTN, ), que pode ser visitado e cujo site traz informaes interessantes sobre os nordestinos em So Paulo, conforme sugerido na seo Aprendendo a aprender do Caderno do Aluno. (Acessos em: 20 maio 2013.)

    Etapa 1 o estrangeiro

    Muitos so os autores que tratam o tema da migrao, imigrao e emigrao. Nossa suges-to que voc o desenvolva utilizando a anlise que Georg Simmel faz do estrangeiro, com o

    objetivo de pensar com os alunos como a mobilidade espacial de pessoas provoca mudanas nas sociedades e nas relaes sociais.

    Sugerimos que, primeiro, seja feita uma breve apresentao da figura de Georg Simmel (1858-1918), destacando o fato de que ele:

    f nasceu na Alemanha, filho de judeus convertidos ao protestantismo religio em que Georg Simmel foi batizado. O fato de vir de uma famlia com origem judaica, mesmo que convertida, era motivo de preconceito;

    f em virtude de tal preconceito e do fato de ser um crtico dos valores dominantes em sua poca, s conseguiu o cargo de professor contratado em tempo integral em 1914, apenas quatro anos antes de morrer de cncer, em 1918. Antes disso, permaneceu durante muitos anos como professor no contratado. S recebia se os alunos se inscrevessem nos seus cursos. Ainda assim, suas aulas estavam sempre repletas, pois era visto como um bom professor e homem brilhante. Era assim que ele conseguia algum ganho, apesar de seu sustento vir muito mais de uma herana que recebera pelo falecimento do seu tutor (MORAES FILHO, 1983);

    f Simmel no procurou criar uma grande teoria. Na verdade, era a favor de escrever ensaios (pequenos textos instigantes sobre um tema) e por isso trabalhou os mais diferentes temas, como: a ponte e a porta, o adorno, o jarro, a coqueteria, a filosofia de uma forma geral (do dinheiro e do amor, por exemplo), entre muitos outros;

    f o mais importante enfatizar que, de certa maneira, por ser ex-judeu, Simmel sentia-se um estrangeiro, pois era tratado como tal. Dessa forma, os alunos podero compreender a importncia do estrangeiro no apenas em sua obra, como tambm em sua vida.

    No se esquea de destacar alguns pontos importantes da anlise de Simmel:

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    Sociologia 2a srie Volume 1

    Simmel no aborda esse aspecto, mas vlido destacar que, em alguns casos, voc pode at ter nascido no lugar e mesmo assim sentir-se e ser considerado pelos outros como um estrangeiro. Isso pode ocorrer por conta de seu biotipo, de hbitos e costumes que o diferem dos demais. A mudana tambm no precisa ser necessariamente de pas.

    f como estrangeiro, sua posio em relao ao grupo marcada pelo fato de no pertencer ao grupo desde o incio do mesmo ou desde que nasceu;

    f o primeiro que preciso distinguir o viajante do estrangeiro. O estrangeiro, para Simmel, aquele que chega e no vai embora. Logo, no um mero viajante. a figura que se muda de um lugar para outro, para ali residir, e no o turista;

    R

    epro

    du

    o

    Figura 8 Georg Simmel (1858-1918), socilogo alemo.

    f destaca-se ainda a ambiguidade do estrangeiro em relao ao grupo. Ele um elemento do grupo, mesmo que no se veja como um, ou que no seja visto como parte dele pelos demais membros. Ou seja, um elemento do conjunto, assim como so os indigentes ou os mendigos e toda espcie de inimigos internos (MORAES FILHO, 1983, p. 183).

    Com isso, Simmel quis dizer que mesmo aqueles que no so queridos por um grupo, ou no so tratados como iguais, tambm fazem parte dele. O estrangeiro tem com o grupo, ao mesmo tempo, uma relao de proximidade e envolvimento e de distncia e indiferena. Ele vive cotidianamente com aquelas pessoas; logo, est relativamente prximo e envolvido com elas. Contudo, como, com frequncia, tratado tal qual um de fora, e se sente parte do grupo, pode, muitas vezes, desenvolver um sentimento de distncia e indiferena (MORAES FILHO, 1983, p. 184-186). O estrangeiro , portanto, o estranho portador de sinais de diferena, como a lngua, os costumes, a alimentao, os modos e as maneiras de se vestir.

    Ele no partilha tantos hbitos, costumes e ideias com o grupo; em face disso, tampouco partilha certos preconceitos e no se sente forado a agir como um de seus membros. Os laos que o unem so muitas vezes mais frou-xos do que aqueles que unem os outros mem-bros que ali esto desde o seu nascimento (MORAES FILHO, 1983, p. 184-185).

    Pode ser de Estado, cidade ou bairro. por isso, por exemplo, que muitos jovens loiros no Brasil recebem o apelido de alemo mesmo que, muitas vezes, no tenham nenhuma ascendncia alem. H ainda outros que so chamados de japoneses por terem traos que lembram os orientais, embora tenham nascido aqui e no tenham antepassados japoneses.

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    Figura 9 Italianos recm-chegados Hospedaria dos Imigrantes, So Paulo (SP), c. 1900.

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    que vocs acham que ocorre a migrao interna e por que escolher o Estado de So Paulo?

    No h resposta certa para essas questes. Elas devem servir para estimular os jovens a refletir sobre o assunto e a participar ativa-mente da aula. Assim, no h necessidade de registros neste momento. Vale ressaltar que esta atividade pode ser explorada com o aux-lio do professor de Histria, proporcionando uma abordagem interdisciplinar.

    A seguir, reproduzimos as imagens e os textos apresentados na seo Leitura e anlise de texto e imagem

    do Caderno do Aluno para a realizao das atividades sugeridas para o desenvolvimento desta reflexo acerca da migrao no Brasil e da formao da diversidade sociocultural no Brasil.

    Feita essa breve apresentao da figura e da anlise de Georg Simmel, proponha aos alunos a resoluo dos exerccios sugeridos no Caderno do Aluno sobre o autor.

    chegado o momento de relacionar esse contedo com a discusso dos significados de migrao, imigrao e emigrao.

    Etapa 2 A migrao no brasil

    Trabalhe agora com os alunos as seguin-tes questes: Por que vocs acham que ocorre a emigrao, a migrao e a imigrao? Por que sair de seu pas, Estado ou cidade e ir para outro? Lembre-os da pesquisa feita no incio da Situao de Aprendizagem sobre sua famlia ou algum conhecido. Por fim, voc pode propor outras questes: Por que os imigrantes escolheram o Brasil? ou Por

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    Figura 11 Imagem de passaporte de famlia de imigrantes.

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    Na sequncia voc j pode discutir o texto de Herbert Klein sobre a migrao interna-cional na Amrica e a imagem a seguir sobre a Amrica imaginada pelos europeus. Pea a um aluno que leia o texto de Herbert Klein (Texto 1):

    texto 1

    Por que as pessoas migram? Eis uma pergunta tradicional que nunca recebeu uma resposta completa, mas que deu ensejo a muitas publicaes e debates. A questo bsica envolve o peso dos fatores de expulso ou de atrao e a maneira como se equilibram. Para comear, deve-se dizer que a maioria dos migrantes no deseja abandonar suas casas nem suas comunidades. Se pudessem escolher, todos com exceo dos poucos que anseiam por mudanas e aventuras permaneceriam em seus locais de origem. A migrao, portanto, no comea at que as pessoas descobrem que no conseguiro sobreviver com seus meios tradicionais em suas comunidades de origem. Na grande maioria dos casos, no logram permanecer no local porque no tm como alimentar-se nem a si prprias nem a seus filhos. Num nmero menor de casos, d-se a migrao ou porque as pessoas so perseguidas por sua nacionalidade como as minorias dentro de uma cultura nacional maior ou seu credo religioso minoritrio (dos judeus aos menonitas e aos dissidentes da Igreja russa ortodoxa) atacado pelo grupo religioso dominante.

    Uma vez que as condies econmicas constituem o fator de expulso mais importante, essencial saber por que mudam as condies e quais so os fatores responsveis pelo agravamento da situao crtica que afeta a capacidade potencial dos emigrantes de enfrent-la. Nessa frmula, trs fatores so dominantes: o primeiro o acesso terra e, portanto, ao alimento; o segundo, a variao da produtividade da terra; e o terceiro, o nmero de membros da famlia que precisam ser mantidos. Na primeira categoria esto as questes que envolvem a mudana dos direitos sobre a terra, suscitada via de regra pela variao da produtividade das colheitas, causada, por sua vez, pela modernizao agrcola em resposta ao cresci-mento populacional. Nas grandes migraes dos sculos XIX e XX poca em que chegaram Amrica mais de dois teros dos migrantes , o que de fato contava era uma combinao desses trs fatores.

    KLEIN, Herbert S. Migrao internacional na histria das Amricas. In: FAUSTO, Boris (Org.). Fazer a Amrica: a imigrao em massa para a Amrica Latina. So Paulo: Edusp, 2000. p. 13-14.

    Figura 10 Colonizao alem: colnia Santa Isabel (ES), atual municpio de Domingos Martins, c. 1870.

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    Figura 12 IL REMONDINI. Descrio da terra de Cocanha [Discritione del paese di cucugna]. 1606. Gravura em gua-forte, aquarela, 40,1 x 53,5 cm.

    importante ler para os alunos as informa-es da imagem destacadas pelo boxe e verifi-car suas reaes. Muitos provavelmente riro e faro comentrios engraados a respeito dessa concepo sobre a Amrica. Diga para eles que tal viso permaneceu at o final do

    sculo XIX, quando ocorreram as grandes imigraes para o novo continente. E que can-tar msicas que enalteciam as virtudes do Brasil, como os dois pequenos trechos repro-duzidos a seguir e no Caderno do Aluno, era muito comum na Europa daquele perodo.

    A seguir, estimule-os a interpretar a imagem que reproduz a alegoria de 1606, que retrata o imaginrio europeu sobre a Amrica.

    Essa alegoria de 1606 mostra o imaginrio europeu sobre a Amrica. Ela retrata o paraso das delcias. Os rios so de vinho, as montanhas, de ouro, as chuvas so prolas e diamantes. Nesse lugar, quem mais ganha quem menos trabalha.

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    O carro j est em frente porta, Partimos com a mulher e filharada, Emigramos para a terra prometida, Ali se encontra ouro como areia. Logo, logo estaremos no Brasil.

    Msica alem tirada do livro O imigrante alemo, de Carlos Fouquet. So Paulo: Instituto Hans

    Staden, 1974. p. 82.

    Vamos para a Amrica Naquele belo Brasil Aqui ficam os nossos ricos senhores A trabalhar a terra com a enxada [...].

    Msica italiana extrada de La Grande Emigrazione, de Emilio Franzina. Veneza: Marslio Editori,

    1976. p. 204.

    Finalizada a leitura das msicas italiana e alem, solicite aos alunos a leitura do Texto 2.

    Para estimular a discusso aps a leitura dos textos, voc pode refazer a pergunta inicial: Por que as pessoas migram?. Pontue com os alunos a explicao de Klein. Mostre que ela

    comea com uma resposta muito simples e geral, segundo a qual migrar, na maioria das vezes, uma questo de sobrevivncia, quando j no possvel sobreviver no local de origem.

    texto 2

    Esse era o imaginrio a respeito da Amrica que prevalecia na Europa desde o sculo XVI e que, a partir de meados do sculo XIX, serviu de atrativo para grandes parcelas da populao camponesa de vrios pases europeus. preciso, contudo, entender as condies de vida dessa populao em um continente que passava por muitas transformaes decorrentes da transio da economia feudal para a economia capita-lista, e do desenvolvimento da industrializao. Segundo Zuleika Alvim [Imigrantes: a vida privada dos pobres do campo. In: NOVAIS, Fernando A. (Org.). Histria da vida privada no Brasil Repblica: da Belle poque Era do Rdio. So Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 219-220], em linhas gerais, podemos apontar os seguintes fatores para esse processo histrico:

    f concentrao da terra nas mos de poucos proprietrios, expulsando os trabalhadores rurais do campo;

    f endividamento dos pequenos proprietrios rurais devido s altas taxas de impostos sobre a pro-priedade, o que levava solicitao de emprstimos;

    f dificuldade do pequeno proprietrio de enfrentar a concorrncia da oferta de produtos a preos inferiores por parte dos grandes proprietrios;

    f grande concentrao dessa populao expulsa do campo nas cidades, criando uma reserva de mo de obra para a indstria nascente;

    f impossibilidade de absoro, sobretudo na Itlia e na Alemanha, de todos esses trabalhadores pela indstria;

    f acentuado crescimento demogrfico, com a populao europeia aumentando duas vezes e meia; f desenvolvimento tecnolgico, com a mquina substituindo o trabalho do homem.

    Entretanto, o sonho de fazer a Amrica no era to facilmente realizado. A vida desses imigrantes foi marcada, especialmente no incio, por muito trabalho, dificuldades de adaptao lngua, costumes e hbitos diferentes. E, alm do preconceito que sofriam no pas de origem, foram vtimas de preconceito no Brasil, reproduzindo aqui as vises negativas que opunham alemes do norte ao sul, italianos setentrionais a italianos meridionais, alemes a poloneses, italianos a japoneses (ALVIM, 1998, p. 269).

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

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    Afirme que, como essa explicao muito geral e insuficiente para responder indagao ini-cial, o autor continua explicando as razes possveis de migrao, ligadas perseguio ou a razes econmicas. No Caderno do Aluno h questes que auxiliam essa discusso.

    Mas perseguio do qu? De quem? Voc pode questionar os alunos e pedir que mencio-nem os exemplos do texto (perseguio religiosa ou pela nacionalidade). Complemente os exem-plos dos alunos com outros, como o do geno-cdio dos armnios e o fato de que muitos vieram para c para fugir de perseguies. Lembre-os de que isso tambm ocorreu com muitos judeus durante a Segunda Guerra Mun-dial. E de que h outros grupos que fugiram de guerras que assolavam o seu pas, como o caso de muitos libaneses que vieram para o Brasil.

    Por fim, voc pode destacar que, muitas vezes, o aspecto mais importante o econmi-co. E que h trs fatores dominantes: 1. Aces-so terra; 2. A variao da produtividade da terra; 3. O nmero de membros da famlia que precisam ser sustentados.

    No Brasil, at 1850, mais importante do que a imigrao estrangeira espontnea na composio do povo brasileiro foi a chegada forada de milhes de africanos. Discuta tambm o fato de que o perfil da imigrao no nosso pas variou com o passar do tempo: at 1880 os imigrantes, na sua maioria, vinham do Norte da Europa e, a partir dessa data, a predominncia foi de europeus do Leste e do Sul.

    A Primeira Guerra Mundial deteve tem-porariamente grande parte do fluxo de imi-grantes para a Amrica. Mas, depois da Segunda Guerra Mundial, j na dcada de 1950, outra leva de imigrantes ocorreu. Nesse perodo, o perfil da maioria era bem diferente do anterior. Se at o incio do sculo XX vie-ram trabalhadores pouco qualificados, agora

    era a vez dos qualificados. Essa imigrao durou mais ou menos duas dcadas e meia, at o momento em que os salrios no mer-cado europeu comearam a suplantar os que eram pagos aqui. Alm da imigrao, no possvel esquecer a migrao macia de nor-destinos e nortistas, principalmente para a regio Sudeste do Brasil.

    Hoje mais uma vez o perfil do imi-grante mudou. No mais o africano, nem o europeu quem chega, mas sim os asiticos, principalmente chineses e sul-coreanos, e latino-americanos, sobretudo os bolivianos. Os asiticos, na maioria das vezes, vm para trabalhar no comrcio, e os bolivianos, na indstria.

    Por fim, voc pode dar continuidade reflexo com base na questo proposta no Caderno do Aluno: Por que muitos ficam e no voltam?. Frise que no fcil dar uma res-posta a essa indagao, mas algumas possveis respostas podem ser (KLEIN, 2000, p. 28):

    f muitos ficaram pois no conseguiram ganhar todo o dinheiro que imaginaram;

    f outros foram bem-sucedidos em seus neg-cios, o que dificultou a volta ao pas de origem, a no ser a passeio;

    f outros se casaram com brasileiros e acabaram perdendo contato com suas origens;

    f houve ainda quem, desde o incio, no queria mais voltar e fez de tudo para aqui ficar.

    Reflita com eles sobre essas possveis res-postas e tente encontrar outras. importante concluir a discusso a partir da abordagem do preconceito. Voc pode recuperar a discusso sobre o tema feita no volume 2 da 1 srie. Todos esses imigrantes sofreram preconceito, mas nenhum grupo sofreu tanto quanto os africanos e seus descendentes. O preconceito racial isolou-os e no permitiu sua ascenso no mercado de trabalho. Mesmo para exercer tra-balhos no qualificados, os negros livres

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    Contedos e temas: as tenses que podem ser geradas entre os novos e os velhos habitantes de uma localidade na composio da diversidade.

    Competncias e habilidades: tornar o aluno apto a trabalhar os conceitos de assimilao e acul-turao, bem como a noo da relao entre estabelecidos e outsiders; tornar o aluno sensvel s tenses que ocorreram na formao de nossa diversidade; desenvolver habilidades de leitura e produo de textos contnuos; desenvolver a capacidade de expresso oral.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 3 TENSES NA FORMAO DA DIVERSIDADE

    O objetivo desta Situao de Aprendiza-gem refletir sobre as tenses que podem ser geradas entre os novos e os velhos habitantes de uma localidade na composio da diver-sidade. Mas no pretendemos fazer uma anlise histrica da questo no Brasil, pois essa j trabalhada pelo professor de His-tria. A ideia promover uma reflexo a respeito de alguns conceitos importantes para aprofundar o tema da diversidade, como aculturao e assimilao. E a relao entre estabelecidos e outsiders.

    Tais noes so fundamentais na anlise das tenses decorrentes da formao da diver-

    sidade, pois a insero de novos atores na realidade social nem sempre se d de forma tranquila.

    D o exemplo do fechamento da Situa-o de Aprendizagem 2, em que todos os grupos que aqui vieram sofreram precon-ceito, mas nenhum grupo sofreu tanto quanto o dos negros. Para trabalhar com os conceitos de aculturao e assimilao, sugerimos que voc apresente alguns temas relacionados adaptao daqueles que migraram, como a religio, a lngua, a ali-mentao, os costumes e outros mais que achar necessrios.

    sofriam discriminao e no conseguiam com-petir com os imigrantes, que, s vezes, no eram to qualificados. Tal fechamento neces-srio, pois ajudar a relacionar a Situao de Aprendizagem 2, sobre a formao da diver-sidade, com a Situao de Aprendizagem 3, sobre as tenses na formao da diversidade.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Essa Situao de Aprendizagem apresenta diversas atividades sobre as razes da formao da

    diversidade sociocultural (migrao, emi-

    grao e imigrao) que podero ser utili-zadas como forma de avaliao. Sugerimos a aplicao do exerccio proposto na seo Voc aprendeu? do Caderno do Aluno, que estimula a fixao das informaes apresen-tadas tanto nos textos como nas imagens aqui trabalhados. A atividade pede que os alunos exponham, a partir da leitura dos textos sobre migrao europeia, por que as pessoas deixaram os campos e foram morar nas cidades; e que, com base nas msicas cantadas na poca da imigrao, nas fotos de imigrantes e na discusso em sala, expli-quem se a imagem idealizada pelos europeus estava de acordo com a realidade aqui encontrada.

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    Sondagem e sensibilizao

    Na Situao de Aprendizagem 2 procurou--se trabalhar, na sondagem, as razes da migra-o. Agora, a ideia explorar as tenses que podem se desenvolver a partir disso. Sugerimos que voc proponha aos alunos a continuao da pesquisa realizada na Situao de Aprendi-zagem 2, abordando, neste momento, a questo da adaptao nova realidade e do estranha-mento diante da nova realidade, decorrentes da mudana de bairro, cidade, Estado ou pas.

    A continuao da pesquisa, alm de auxiliar na fixao do tema sobre a migrao, a emigra-o e a imigrao, tem como objetivo discutir os conceitos de aculturao, assimilao e a relao entre estabelecidos e outsiders.

    Ao apresentar esta atividade sugerida no Caderno do Aluno como Pesquisa de campo, voc pode dizer aos alunos

    que mantenham os grupos da Situao de Aprendizagem 2 e a famlia que j estava sendo pesquisada.

    Saliente que preciso entrevistar o maior nmero possvel de pessoas da famlia. Caso existam migrantes da famlia paterna e materna, o grupo deve explorar esses dois lados. O trabalho pode ser apresentado na forma de painel, seminrio ou texto.

    Pergunte aos alunos: Quais temas vocs acham que devem ser abordados para tratar a questo do ajustamento ou da adaptao nova realidade social?

    Caso os alunos no saibam ou esqueam temas que possam ser abordados, sugerimos os seguintes:

    1. religio: o grupo poderia perguntar como foi possvel a manuteno de determinada religio ou se houve converso de vrias pessoas da famlia a outra religio.

    2. lngua (grias): a lngua tambm um ele-mento importante no momento da migrao, seja como facilitador, ou no, da integrao. O grupo poderia fazer uma lista de palavras que at hoje so usadas pela famlia e/ou de outras palavras, desconhecidas ou conhecidas por outro nome por seus membros. Por exem-plo: mandioca/aipim, abbora/jerimum etc.

    3. Alimentao: s vezes ela pode ser um dos elementos mais complicados em qualquer adaptao. O grupo pode solicitar s pes-soas entrevistadas que falem sobre:

    a) Os tipos de alimentos: solicite-lhes que questionem sobre o consumo de carne. Por exemplo: os coreanos podem ser questionados sobre a carne de cachorro; os franceses, sobre carne de cavalo; os chineses, de ratos, escorpies e certos tipos de barata. Os prprios brasilei-ros, dependendo da regio, consomem carne de diferentes animais: bode, em muitas localidades do Nordeste; jacar mato-grossense e i (fmea da formiga sava) nas regies Norte e Centro-Oeste etc. Tambm pode-se questionar sobre outros tipo de alimento.

    Sugesto de estratgias: orientao de pesquisa complexa, discusso em grupo, aulas dialogadas e seminrio.

    Sugesto de recursos: giz e lousa.

    Sugesto de avaliao: resultados da pesquisa.

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    b) A origem dos alimentos: o grupo pode-ria perguntar se eles ainda consomem produtos ou alimentos de seu lugar de origem e como fazem para adquiri-los.

    c) As adaptaes de antigas receitas e a incorporao de novas: o grupo poderia listar alimentos e pratos que hoje comem e que no comiam ou nem conheciam, ou ainda as novas receitas que foram introduzidas na alimentao da famlia.

    4. Costumes: o grupo poderia fazer perguntas sobre: vesturio, casamento, brincadeiras, festas tpicas, danas, maneiras de se cum-primentar etc.

    5. Histrias de famlia: o grupo poderia per-guntar ainda a respeito das histrias de famlia. Histricas pitorescas, engraadas ou tristes da adaptao ao novo lugar.

    Etapa 1 os conceitos de aculturao e assimilao

    Muitas vezes interessante comear a aula discutindo a origem do conceito que ser trabalhado. E essa a nossa sugesto para a aula de hoje. Voc pode explicar que o termo aculturao foi criado em 1880 por um antroplogo chamado J. W. Powell para designar as transformaes dos modos de vida e pensamento dos imigrantes em contato com a sociedade estadunidense (CUCHE, 2002, p. 114).

    A aculturao no significa deculturao simplesmente. Pois o a no incio da palavra no pressupe falta de ou privao, como ocorre com outras palavras. Por exemplo: amorfo, sem forma, ou amoral, que significa algum que no tem moral. No esse o caso da palavra aculturao. O a no incio da palavra vem etimologicamente do latim ad, que indica um movimento de aproximao.

    Com o passar do tempo, a palavra se trans-formou em conceito para explicar o contato entre diferentes povos. E a partir de ento o termo ganha outra significao:

    A aculturao o conjunto de fenme-nos que resultam de um contato contnuo e direto entre grupos de indivduos de cultu-ras diferentes e que provocam mudanas nos modelos (patterns) culturais iniciais de um ou dos dois grupos.

    CUCHE, Dennys. A noo de cultura nas Cincias Sociais. 2. ed. Bauru: Edusc, 2002. p. 115.

    A aculturao, portanto:

    f no necessariamente sinnimo de mudana cultural;

    f no apenas difuso de traos culturais; f no pode ser confundida com assimilao.

    Comece com a ideia de que a aculturao no necessariamente sinnimo de mudana cultural. Saliente que toda cultura muda. No h cultura que permanea esttica, que no se transforme, pois a cultura um eterno pro-cesso. E que a mudana cultural parte de toda cultura. Entretanto, algumas mudam mais rpido, outras mais devagar.

    D o exemplo de muitos grupos indge-nas que, segundo o senso comum, do a impresso de no mudar. Mas isso ocorre, ns que no os conhecemos direito.

    As culturas mudam no s devido a causas externas, isto , elas no mudam apenas pelo contato com outras culturas, mas tambm devido a fatores internos prpria cultura. E se a aculturao vem do contato com outros povos, confundi-la com mudana cultural deixar de lado uma parte da mudana cultural que a transformao por fatores internos prpria cultura.

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    Destaque agora que a aculturao no somente a difuso de traos culturais. Pois ela um processo maior e mais complexo do que tal difuso, que pode ocorrer sem que povos entrem em contato direto entre si (por exem-plo, por meio de livros, revistas, filmes etc.). A aculturao pressupe justamente o con-tato direto de pessoas de diferentes grupos.

    E, por fim, ressalte que aculturao no pode ser confundida com assimilao. Povos aculturados no so necessariamente assi-milados, pois nem todo processo de acultu-rao resulta na assimilao total de um grupo por outro:

    [...] no se pode confundir aculturao e assimilao. A assimilao deve ser com-preendida como a ltima fase da acultura-o, fase alis raramente atingida. Ela implica o desaparecimento total da cultura de origem de um grupo e na interiorizao completa da cultura do grupo dominante.

    CUCHE, Dennys. A noo de cultura nas Cincias Sociais. 2. ed. Bauru: Edusc, 2002. p. 116.

    De fato, a assimilao seria a ltima etapa de todo o processo de aculturao devido ao contato de dois grupos, pois implica o fim da cultura de um dos grupos, uma vez que a cul-tura do segundo grupo totalmente assimi-lada pelo primeiro. Ora, a assimilao total de um grupo por outro algo muito difcil de ocorrer. E, assim, a aculturao, na grande maioria das vezes, no provoca o fim de uma das culturas. Na verdade, em geral, ambos os grupos se modificam. verdade que as modi-ficaes costumam ser maiores em um grupo do que no outro. Os novos costumes, ou caractersticas, so sempre internalizados de acordo com a sua lgica interna. Apesar das modificaes, a lgica interna permanece com

    frequncia. Com isso, mantm-se a forma de raciocinar do grupo.

    Neste ponto, proponha a reflexo sugerida no Caderno do Aluno, onde h uma imagem em que aparece um grupo de jovens usando cala jeans (Figura 13) e solicitado que o aluno escreva um texto no qual discuta o uso do jeans e os processos de aculturao e assimilao cuja explicao vem a seguir. importante que os alunos observem que o uso de roupas ocidentais por grande parte da humanidade no faz que os grupos dei-xem de pensar como sempre pensaram. A incorporao do jeans e da camiseta como quase um uniforme por todos os jovens no os leva a pensar da mesma forma ou a deixar de apresentar seus valores de acordo com a cultura em que esto inseridos. Isso, porm, no significa que no sejam influenciados pelos valores de outra cultura.

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    Figura 13 Grupo de adolescentes de diversas etnias.

    verdade tambm que, s vezes, as mudan-as so to intensas que um dos grupos pode realmente acabar.

    De qualquer forma, sempre bom destacar que praticamente no h cultura que no se modifique pelo contato com outra. O que sig-nifica que o processo de aculturao quase sempre se d dos dois lados. por isso tambm

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    que h autores que criticam a ideia de acultu-rao porque ela parece no dar conta de que o processo recproco, mesmo que raras vezes seja simtrico. Normalmente um processo assimtrico. Uma cultura quase sempre se transforma mais do que a outra, visto que elas no esto em p de igualdade.

    A Era Vargas pode ser um exemplo para os alunos. Os estrangeiros aqui residentes foram proibidos de falar suas lnguas de origem, seus jornais foram fechados e muitos locais tiveram que mudar seus nomes. Durante esse perodo, os estrangeiros que aqui viviam foram forados a passar por um processo de assimilao da cul-tura brasileira. Por qu? o caso de mostrar que isso ocorreu mais intensamente com os alemes e japoneses, pois o Brasil estava em guerra com esses pases.

    Etapa 2 A relao entre estabelecidos e outsiders

    A segunda etapa desta Situao de Aprendi-zagem o momento de introduzir a noo da relao entre estabelecidos e outsiders. Ela foi cunhada pelo socilogo Norbert Elias (1897-1990) no livro Os estabelecidos e os outsiders, no qual ele estabelece a anlise das tenses ocorridas na pequena cidade de Winston Parva (nome fictcio), na Inglaterra. No se esquea de dizer aos alunos que esse texto importante porque nos ajuda a compreender e a refletir no apenas sobre a pequena Winston Parva cujo verda-deiro nome nem sabemos , mas a pensar o Brasil e algumas das tenses que aqui existem.

    O texto de Norbert Elias muito complexo, e o autor introduz uma srie de conceitos que no precisam ser todos discutidos. As possi-bilidades de pensar os conceitos de estabele-cidos e outsiders com os alunos so muitas. H aqui uma sugesto de como isso pode ser trabalhado, mas voc deve se sentir vontade para desenvolv-lo da forma que achar melhor.

    Na Situao de Aprendizagem 2 foi impor-tante apresentar aos alunos algumas informa-es sobre Georg Simmel. Agora o mesmo se faz necessrio ao se trabalhar com essa discus-so especfica de Norbert Elias. Conhecer a trajetria de Elias tambm ajuda a compreen-der sua obra:

    f Norbert Elias nasceu na cidade de Breslau, em 1897, na antiga Alemanha. Atualmente a cidade chama-se Wroclaw e fica na Polnia (mudana ocorrida depois da Segunda Guerra Mundial). Elias, portanto, se considerava alemo e Breslau, uma cidade alem;

    f era filho de judeus. Primeiro estudou Medi-cina, depois Filosofia e, por fim, interessou-se pela Sociologia. Com os nimos exaltados na Alemanha e a Segunda Guerra Mundial quase comeando, foi para a Inglaterra com medo das perseguies que j ocorriam na Alemanha;

    f seu primeiro livro foi publicado em 1938 e passou os trinta anos seguintes esquecido;

    f Elias viajou por vrios pases, tendo morado at na frica, onde lecionou na Universidade de Gana;

    f ele sempre foi um outsider na Academia. Ou seja, sofreu preconceito e s conseguiu o reconhecimento pela sua obra tardiamente, quando beirava os setenta anos.

    A introduo pode ser finalizada com a afirmao de que no foi toa que ele se inte-ressou por tal tema, pois tambm foi um outsider em alguns momentos de sua vida.

    Publicado pela primeira vez em 1965, Os estabelecidos e os outsiders foi escrito em parce-ria com John L. Scotson. Nele, Elias faz uma anlise das tenses entre dois grupos na pequena Winston Parva. A princpio, seu estudo era sobre os diferentes nveis de delinquncia encontrados entre o lado mais novo da cidade e o antigo. Mas, no decorrer da pesquisa, ele mudou seu objeto para as relaes entre os bairros. Sua deci-so de mudar de objeto se mostrou acertada,

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    pois as diferenas entre os nveis de delinquncia praticamente acabaram no terceiro ano da pes-quisa. O bairro mais antigo, contudo, continuava a ver a nova rea como local de delinquncia. Elias verificou que naquela pequena localidade era possvel encontrar um tema universal: como um grupo estabelecido estigmatiza um outro grupo tratando-o como outsider.

    levar um grupo a hostilizar outro? Deixe que falem livremente e, com base nos fatores apontados, procure estabelecer relaes com as categorias criadas por Elias. Tal relao entre estabelecidos e outsiders nor-malmente explicada como resultado de diferenas raciais, tnicas ou religiosas como aquelas que a sala provavelmente forneceu , mas que em Winston Parva os grupos no diferiam entre si pela nacionali-dade, ascendncia tnica, cor ou tipo de ocupao. Logo, o que estava em jogo naquela pequena cidade e o que est em jogo numa relao entre estabelecidos e outsiders no a diferena de cor, religio, ou qual-quer outra entre os grupos, mas sim a dife-rena de poder.

    Elias mostrou que o problema no est nessas caractersticas que podem diferenciar os grupos, mas no fato de que uns grupos tm mais poder e acham que por isso so melhores do que os outros. Os grupos detentores de mais poder usam essas diferenas porque se veem como superiores. A questo a dife-rena no equilbrio de poder entre eles. Ou seja, em ltima instncia, no a cor, a reli-gio, a nacionalidade etc., que faz um grupo ver outro como inferior, e sim o fato de que eles detm maior poder e, assim, usam esses fatores como justificativa para manter esse poder. Isso tanto pode ser feito de forma inconsciente quanto consciente. Ou seja, um grupo pode manipular as caractersticas de outro de forma negativa a seu favor, de pro-psito, como pode fazer isso de forma inconsciente.

    No caso da cidade estudada por Elias, a nica diferena entre as duas reas era o tempo de residncia: um grupo estava l havia duas ou trs geraes e o outro che-gara recentemente. A superioridade no tinha a ver com poder militar ou econmico, mas com o alto grau de coeso das famlias (ELIAS; SCOTSON, 2000. p. 22).

    O termo outsider no tem uma traduo muito fcil para a lngua portuguesa. Lite-ralmente, significa de fora, ou seja, algum que veio de outro lugar e no membro original de um grupo, no se encaixa muito bem nele. Mas dizer em portugus que algum um de fora soa um tanto estranho aos nossos ouvidos. por isso que o termo no traduzido e usa--se a expresso em ingls. Na obra Os estabelecidos e os outsiders, Norbert Elias aplica a categoria outsider para referir-se aos habitantes mais novos de Winston Parva. No entanto, utiliza tambm para designar de forma geral os grupos que detm menos poder. Em contraposio categoria de outsider, Elias denomina os antigos moradores da cidade de estabele-cidos, que tambm aplica para designar os grupos que detm mais poder.

    Os estabelecidos consideram-se humana-mente superiores. Isto , os grupos poderosos veem-se como pessoas melhores. A inferiori-dade de poder vista como inferioridade humana, e por isso recusam-se a ter qualquer contato maior com os outsiders que no seja o meramente profissional.

    Isso ocorre porque os estabelecidos acre-ditam que so dotados do que Elias chama de uma espcie de carisma grupal, um tipo de qualidade que faltaria aos outsiders.

    Questione com os alunos: O que vocs acham que levava a isso? Quais fatores podem

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    Sociologia 2a srie Volume 1

    Desta forma, eles conseguiam se organi-zar para obter os melhores cargos nas orga-nizaes locais, como no conselho, na escola e no clube e, assim, excluam os outros que no tinham coeso entre si. A coeso de um grupo est relacionada ao grau de integra-o do grupo. Os moradores mais antigos eram, portanto, profundamente integrados.

    o momento de questionar: O que vocs acham que pode levar integrao de um grupo? O que levava a essa integrao era a aceitao quase irrestrita das regras do grupo. Ou seja, grupos coesos so aqueles nos quais seus par-ticipantes aceitam quase que totalmente as regras do grupo ao qual pertencem.

    Conclua com os alunos que Elias ento percebeu que o grau de coeso de um grupo interfere nas relaes de poder entre esse grupo e o resto da sociedade. Pois um grupo coeso pode atingir seus objetivos de forma muito mais rpida e eficaz do que aquele cujo grau de integrao menor.

    Por fim, importante dizer que o grupo outsider muitas vezes estigmatizado e ques-tionar: O que vocs acham que isso quer dizer? O que significa dizer que um grupo estigma-tizado por outro? Isso ocorre devido ao grande desequilbrio de poder. Um grupo s consegue estigmatizar outro quando as rela-es de poder tendem claramente para o seu lado. Isso expressa o fato de que o equilbrio de poder entre os grupos muito instvel afinal, um deles precisa deter muito mais poder do que o outro para ser capaz de estigmatiz-lo, e assim dizer que o outro tem valor humano inferior como forma de m a n t e r s u a s u p e r i o r i d a d e ( E L I A S ; SCOTSON, 2000, p. 24). Isso s muda quando h alterao no equilbrio de poder entre os grupos.

    Mas o estigma no pode ser confundido com o preconceito, pois a questo no indi-

    vidual, e sim social, ou seja, h diferena entre preconceito individual e estigmatizao gru-pal. A estigmatizao um processo social. Em Winston Parva as pessoas eram estigma-tizadas no pelas suas qualidades ou defeitos individuais, mas por serem membros de um grupo malvisto, considerado coletivamente inferior. O grupo dos estabelecidos da cidade havia desenvolvido um estilo de vida e um conjunto de normas partilhadas pelos seus membros, mas tais normas eram desconheci-das pelos moradores da parte nova da cidade.

    E para deixar a discusso mais prxima da realidade brasileira, solicite aos alunos que deem um exemplo de um grupo estigmatizado em nossa sociedade. Discuta com eles por que esse grupo considerado estigmatizado. Ques-tione a quem interessa mant-lo nessa condi-o. Voc pode dar o exemplo da favela (ou outros quaisquer que achar necessrios para que seus alunos compreendam essa discusso). Infelizmente, no nosso pas, o morador da favela com frequncia estigmatizado pela sociedade. Muitos acham que todos os que moram na favela so ladres ou pessoas que no querem trabalhar, entre outras caracters-ticas negativas. Afirme que, com base nesse estigma, muitas vezes o termo favelado usado como forma de xingamento, e no ape-nas para designar quem mora na favela. usado entre no favelados para a desqualifica-o do outro, qualquer que seja ele, favelado ou no. Trata-se do que Elias chama de desonra grupal. Com isso, as pessoas que moram na favela so sistematicamente depre-ciadas sem ao menos ter chance de mostrar que no se enquadram nesse triste esteretipo podem, por exemplo, perder oportunidades de emprego por conta disso, pelo simples fato de pertencerem a um grupo estigmatizado.

    importante concluir a discusso afir-mando que o texto de Norbert Elias no ajuda apenas a compreender as tenses na pequena cidade de Winston Parva; ele relevante para

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    SITUAO DE APRENDIZAGEM 4 A NOO DE CULTURA E A IDEIA DE CULTURA DE MASSA

    Contedos e temas: a noo de cultura; diferenciao entre cultura e cultura de massa.

    Competncias e habilidades: tornar o aluno apto a compreender a noo de cultura e a diferenci-la da de cultura de massa; desenvolver o seu esprito crtico e a sua capacidade de observao da sociedade; desenvolver habilidades de leitura, produo de textos contnuos e a expresso oral.

    Sugesto de estratgias: aula dialogada; leitura de textos.

    Sugesto de recursos: lousa; discusso com a sala; imagens; recortes de jornais e revistas.

    Sugesto de avaliao: questes dissertativas.

    Nesta Situao de Aprendizagem, os alunos devero retomar a noo de cultura, apresen-tada ao longo da 1 srie, e a ideia de que a transmisso cultural se d por meio da lingua-

    gem. necessrio refletir sobre a importncia da cultura na vida social e apresentar a ideia de cultura de massa.

    Sondagem e sensibilizao

    Para sensibilizar os alunos para o tema desta Situao de Aprendizagem, voc pode deix-los falar sobre o que sabem e pensam a respeito da ideia de cultura e ento pedir que faam um breve resumo da discusso, con-forme sugerido no Caderno do Aluno.

    Voc tambm pode propor aos alunos a realizao da atividade baseada nas imagens reproduzidas a seguir, presentes tambm no Caderno do Aluno, em que se solicita uma reflexo sobre as distines entre homens e animais no que se refere cultura.

    que possamos entender as tenses da nossa sociedade, do nosso pas e mesmo do nosso bairro. Ele nos ajuda a refletir sobre questes e tenses presentes entre ns, brasileiros, da mesma forma que pode nos auxiliar na com-preenso das tenses que ocorrem em outros pases ou momentos histricos.

    O texto sobre as relaes entre os estabele-cidos e os outsiders promove a compreenso e a ref lexo sobre as relaes sociais de uma forma geral.

    Para finalizar esta discusso, h no Caderno

    do Aluno uma atividade que pode auxiliar na fixao do que foi discutido nesta etapa, sobre a vida de Norbert Elias e a sua reflexo sobre os estabelecidos e os outsiders.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Nesta Situao de Aprendizagem prope-se a avaliao dos traba-lhos de pesquisa realizados, ou a

    utilizao das questes do item Voc aprendeu? do Caderno do Aluno.

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    Sociologia 2a srie Volume 1

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