sociologia 2 s_em_volume_3_professor
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1 edição revista
2 SÉRIEa
ENSINO MÉDIOCaderno do ProfessorVolume 3
SOCIOLOGIACiências Humanas
Nome:
Escola:
GOVERNO DO ESTADO DE SãO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAçãO
MATERIAL DE APOIO AOCURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
SOCIOLOGIAENSINO MÉDIO – 2ª SÉRIE
VOLUME 3a
São Paulo, 2013
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação eAperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão daEducação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenador de Gestão deRecursos Humanos
Jorge Sagae
Coordenadora de Informação,Monitoramento e Avaliação
Educacional
Maria Lucia Guardia
Coordenadora de Infraestrutura eServiços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento eFinanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para oDesenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora
Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de DesenvolvimentoCurricular de Gestão da Educação BásicaJoão Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamentaldos Anos Finais, Ensino Médio e EducaçãoProfissional – CEFAFValéria Tarantello de Georgel
Coordenação TécnicaRoberto CanossaRoberto Liberato
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens
Arte: Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno,Pio de Sousa Santana e Roseli Ventrela.
Educação Física: Marcelo
Ortega Amorim, MariaElisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,Rosangela Aparecida de Paiva e Sergio RobertoSilveira.
Língua Estrangeira Moderna
(Inglês eEspanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeirede Souza Bispo, Neide Ferreira Gaspar e SílviaCristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa e
Literatura: Angela MariaBaltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dosSantos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira,Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de MatemáticaMatemática: João dos Santos, Juvenal deGouveia, Otavio Yoshio Yamanaka, Patrícia deBarros Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias eVanderley Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da NaturezaBiologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth ReymiRodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno eRodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva eMaria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, FábioBresighello Beig, Renata Cristina de AndradeOliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
Química: Ana Joaquina Simões S. de MatosCarvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, JoãoBatista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Área de Ciências HumanasFilosofia: Tânia Gonçalves e Teônia de AbreuFerreira.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso,Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Lydia
Elisabeth Menezello e Maria Margarete dos Santos.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando deAlmeida, Sérgio Roberto Cardoso e Tony ShiguekiNakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO
PEDAGÓGICO
Área de Linguagens
Educação Física: Ana Lucia Steidle, DanielaPeixoto Rosa, Eliana Cristine Budisk de Lima,Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni,Karina Xavier, Katia Mendes, Liliane Renata TankGullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos,Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia PintoSantiago, Sandra Pereira Mendes, SebastianaGonçalves Ferreira, Silvana Alves Muniz,Thiago Candido Biselli Farias e Welker José Mahler.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, ElanaSimone Schiavo Caramano, Eliane Gracielados Santos Santana, Elisabeth Pacheco LombaKozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristinados Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfim,Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia AparecidaArantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A.Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos,Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José deSouza, Sandra Regina Teixeira Batista deCampos, Silmara Santade Masiero e SílviaCristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Angela
Maria Baltieri Souza, Edilene Bachega R. Viveiros,Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B.Ignacio Cunha, João Mário Santana, LetíciaM. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria CristinaCunha Riondet Costa, Maria José de MirandaNascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo CesarAlexandre Formici, Selma Rodrigues eSílvia Regina Peres.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, ClóvisAntonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi,Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia,Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, IvanCastilho, José Maria Sales Júnior, Luciana MoraesFunada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello,Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, ReginaHelena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi,Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli SoaresJacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e ZildaMeira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, ClaudiaSegantini Leme, Evandro Rodrigues Vargas Silvério,Fernanda Rezende Pedroza, Regiani BraguimChioderoli e Sofia Valeriano Silva Ratz.
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marcelinede Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo RobertoOrlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e WilsonLuís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino,Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana HernandesM. Garcia, Leandro dos Reis Marques, MarcioBortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, RafaelPlana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cirila Tacconi, Daniel
B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, GersonN. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier,Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda,Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P.Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, AndersonGomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, ClaudioNitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita deCássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellatoe Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira,
Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva,Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de LimaCardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto,Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling,Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, MerciaAlbertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço,Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e WalterGarcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Aparecido Antônio de Almeida, Jean
Paulo de Araújo Miranda, Neide de Lima Moura eTânia Fetchir.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
EDITORIAL
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI
Presidente da Diretoria Executiva
Antonio Rafael Namur Muscat
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Alberto Wunderler Ramos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
À EDUCAÇÃO
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Editorial: Ana C. S. Pelegrini, Cíntia Leitão,
Mariana Góis, Michelangelo Russo, Natália S.Moreira, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso,Regiane Monteiro Pimentel Barboza, RodolfoMarinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita eTatiana F. Souza.
Direitos autorais e iconografia: Débora Arécio,
Érica Marques, José Carlos Augusto, MariaAparecida Acunzo Forli e Maria Magalhãesde Alencastro.
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Coordenadoria de Gestão da Educação Básica
– CGEB
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOSCADERNOS DOS PROFESSORES E DOSCADERNOS DOS ALUNOSGhisleine Trigo Silveira
CONCEPÇÃO
Guiomar Namo de MelloLino de MacedoLuis Carlos de MenezesMaria Inês Fini (coordenadora)Ruy Berger (em memória)
AUTORES
Linguagens
Coordenador de área: Alice Vieira.Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica MamiMakino e Sayonara Pereira.
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, LucianaVenâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de AraújoDonnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama eSueli Salles Fidalgo.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez,
Isabel Gretel María Eres Fernández, IvanRodrigues Martin, Margareth dos Santos e NeideT. Maia González.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,José Luís Marques López Landeira e JoãoHenrique Nogueira Mateos.
Matemática
Coordenador de área: Nílson José Machado.Matemática: Nílson José Machado, CarlosEduardo de Souza Campos Granja, José LuizPastore Mello, Roberto Perides Moisés, RogérioFerreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo eWalter Spinelli.
Ciências Humanas
Coordenador de área: Paulo Miceli.Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, AdiltonLuís Martins e Renê José Trentin Silveira.
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo eSérgio Adas.
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugellie Raquel dos Santos Funari.
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,Melissa de Mattos Pimenta e Stella ChristinaSchrijnemaekers.
Ciências da Natureza
Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola BovoMendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, LucileneAparecida Esperante Limp, Maria AugustaQuerubim Rodrigues Pereira, Olga AguilarSantana, Paulo Roberto da Cunha, RodrigoVenturoso Mendes da Silveira e Solange Soaresde Camargo.
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene AparecidaEsperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, MariaAugusta Querubim Rodrigues Pereira, PauloRogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam
Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel,Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo deCarvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto deOliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira,Sonia Salem e Yassuko Hosoume.
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes,
Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza,Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença deSousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, MariaFernanda Penteado Lamas e Yvone MussaEsperidião.
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika deFelice Murrie.
EQUIPE DE PRODUÇÃO
Coordenação executiva: Beatriz Scavazza.Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos deCarvalho, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite,Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias deOliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov,Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo EduardoMendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata,Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli eVanessa Dias Moretti.
EQUIPE EDITORIAL
Coordenação executiva: Angela Sprenger.Assessores: Denise Blanes e Luis MárcioBarbosa.Projeto editorial: Zuleika de Felice Murrie.
Edição e Produção editorial: Adesign, Jairo Souza
Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico).
APOIO
Fundação para o Desenvolvimento da Educação– FDE
CTP, Impressão e Acabamento
Esdeva Indústria Gráfica S.A.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país,desde que ma
ntida a integridade da obra
e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº- 9.610/98.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos
do artigo 41 da Lei de DireitosAutorais.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
S239c São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Caderno do professor: sociologia, ensino médio - 2ª- série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe,
Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins, Melissa de Mattos Pimenta, Stella Christina Schrijnemaekers. São Paulo: SEE, 2013.
ISBN 978-85-7849-371-4
1. Sociologia 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Martins, Heloísa Helena Teixeira de Souza. III. Pimenta, Melissa de
Mattos. IV. Schrijnemaekers, Stella Christina. V. Título.
CDU: 373.5:316
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
e como referências bibliográficas.Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sitesindicados permaneçam acessíveis ou inalterados.* As fotografias da agência Abblestock/Jupiter publicadas no material são de propriedade da Getty Images.* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos(escala, legenda e rosa dos ventos).
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-radores na reedição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que per-mitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula detodo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com osprofessores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, nesteprograma, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilizaçãodos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas açõesde formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a buscapor uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo usodo material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de SãoPaulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividadesora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidadeda sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suasaulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportama construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando adiversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seutrabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinare elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman VoorwaldSecretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMáRIO
Ficha do Caderno 7
Orientação sobre os conteúdos do volume 8
Situações de Aprendizagem 10
Situação de Aprendizagem 1 – O trabalho como mediação 10
Situação de Aprendizagem 2 – Divisão social do trabalho 14
Situação de Aprendizagem 3 – Transformações no mundo do trabalho: emprego edesemprego na atualidade 23
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensãodos temas 38
FICHA DO CADERNOTrabalho e Sociedade
Nome da disciplina: Sociologia
área: Ciências Humanas
Etapa da educação básica: Ensino Médio
Série: 2ª
Volume: 3
Temas e conteúdos: O significado do trabalho: trabalhocomo mediação
Divisão social do trabalho; divisão sexuale etária do trabalho; divisão manufatureirado trabalho
Processo de trabalho e relações de trabalho
Transformações no mundo do trabalho –Emprego e desemprego na atualidade
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ORIENTAçãO SOBRE OS CONTEúDOS DO VOLUME
Caro professor,
Neste volume avançaremos na discussãosobre o tema da desigualdade. A questão Qual aimportância do trabalho na vida social brasileira?orientará as atividades. Para respondê-la, o alu-no deverá refletir sobre o que é trabalho, qual éo seu papel na vida dos indivíduos, qual é a dife-rença entre trabalho e emprego, como a socio-logia tem observado e discutido esse fenômeno,bem como qual a especificidade do trabalhona sociedade capitalista. Apresentamos nesteCaderno um extenso material para discussãoque lhe permitirá abordar as principais questõesrelacionadas com o trabalho. Sabemos, contu-do, que o conteúdo aqui disponibilizado podesuperar o tempo das oito aulas previstas nestevolume. Nossa intenção é que você, consideran-do as condições de que dispõe e o interesse dosalunos, decida como aproveitá-lo.
Os estudos realizados no âmbito da Socio-logia do Trabalho orientaram a elaboraçãodeste texto. Evidentemente, não foi possíveltratar muitas das questões que dizem respei-to ao trabalho, mas procuramos dar conta deconceitos que são fundamentais para entender
a sociedade que se organiza a partir do trabalhoe das relações que os homens estabelecem comoprodutores de bens e serviços.
fixação do conteúdo apresentado em sala deaula, mas também permitir que os alunosobservem o mundo do trabalho e suas ques-tões sob a perspectiva de um olhar socioló-gico, ou seja, mais uma vez o princípio doestranhamento da própria realidade deveránortear as aulas e a compreensão dos alunos arespeito do tema.
Conhecimentos priorizados
Na Situação de Aprendizagem 1, serão for-necidos elementos para que os alunos apren-
dam a diferenciar trabalho de emprego. Muitosconfundem esses dois conceitos, que, apesarde próximos, não são sinônimos. Eles devemcompreender que o trabalho é uma forma demediação entre o homem e a natureza, ou seja,que o trabalho nos distingue dos outros ani-mais e por isso é fundamental para a condi-ção humana. Já a Situação de Aprendizagem2 é formada por um conjunto de elementospara que os alunos retomem a discussão sobrea constituição da sociedade capitalista moder-na, ou seja, a sociedade organizada a partir dotrabalho livre. Serão privilegiados conceitosque permitam entender como as relações entreos indivíduos são estabelecidas, tais como adivisão social do trabalho, a divisão manufa-tureira do trabalho e a alienação.
Propomos também uma reflexão sobre as
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transformações no mundo do trabalho e suasconsequências para os trabalhadores, as novasformas de divisão e organização do trabalho ea ampliação das condições precárias de exercí-cio do trabalho. Por fim, traremos a questão dodesemprego para a discussão com os alunos.
O conteúdo das aulas será permeado pelaleitura de textos e atividades a ser realiza-das em casa, que têm como objetivo não só a
A Situação de Aprendizagem 3 trata exa-tamente do desemprego, e procura mostrar eexplicar como os jovens, em vários países, sãoafetados por ele. Analisaremos, ainda, as trans-formações ocorridas a partir do terço final doséculo XX, que afetaram profundamente amaneira de produzir e organizar o trabalho.Essas mudanças interferiram no mercado de tra-balho, ampliando a presença de formas precá-rias de trabalho e aumentando o desemprego.
Sociologia - 2a série - Volume 3
Competências e habilidades
Neste volume, os alunos entrarão emcontato com um tema essencial para a vidados indivíduos e para a sociedade. A discussãoproposta não é fácil, pois aborda conceitos eautores que apresentam alguma complexidade.Por isso, é importante que eles sejam capazesde perceber a sua relação com o tema e o tra-balho como uma categoria central para enten-dermos a organização da vida dos indivíduos eda sociedade. Assim, a experiência dos alunose de seus familiares em relação ao trabalhodeve ser o ponto de partida para a reflexão.No entanto, espera-se que o aluno seja capazde desenvolver um olhar crítico sobre a reali-dade que o cerca, e orientar-se com relação aotema e às questões discutidas neste volume.
Metodologias e Estratégias
As atividades propostas neste volume sãobastante diversificadas, de modo a proporcio-
nar diferentes formas de tratar os temas abor-dados. Alternando aulas expositivas, debatesem sala de aula, leitura, análise de textos, grá-
ficos e imagens e exercícios a ser desenvolvi-dos individualmente e em grupo, as atividadessugeridas têm como referência o mundo dotrabalho.
Avaliação
As avaliações das Situações de Apren-dizagem priorizam, sobretudo, a produçãode textos dissertativos pelos alunos, que sãosolicitados a desenvolver reflexões sobre osconteúdos trabalhados em sala de aula enos textos e a se posicionar de forma críticaa respeito de questões propostas. Esses tex-tos podem tomar a forma de redações ou serexpressos em pesquisas pontuais realizadasem grupo. O objetivo é despertar a curiosi-dade para temas ligados à questão do traba-lho, como também desenvolver a capacidadede pesquisa e análise de informações.
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SITUAçõES DE APRENDIZAGEM
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1O TRABALHO COMO MEDIAÇÃO
Tempo previsto: 2 aulas.
Conteúdos e temas: o trabalho como mediação entre o homem e a natureza; o processo dehumanização do homem por meio do trabalho; a distinção entre trabalho humano e trabalhoanimal; estabelecer uma diferenciação entre trabalho e emprego.
Competências e habilidades: compreender que o trabalho é uma atividade base da condiçãohumana; desenvolver o espírito crítico dos alunos; desenvolver habilidades de leitura e compre-ensão de textos, produção de textos contínuos e expressão oral.
Estratégias: aula dialogada e trabalho em grupo.
Recursos: discussão em sala de aula; leitura de texto.
Avaliação: trabalho individual.
Sondagem e sensibilizaçãoO objetivo da presente sensibilização é
apresentar aos alunos o tema da Situação de
©KevinSchafer/MindenPictures-Latinstock
©MitsuhikoImamori/MindenPictures-Latinstock
Aprendizagem 1: o trabalho como mediaçãoentre o homem e a natureza.
Peça aos alunos que digam o que enten-dem por trabalho. Verifique as respos-tas dadas e destaque a palavra “trabalho”.Comece explicando a sua origem: ela vemdo latim tripalium, conforme o texto aseguir:
“O trabalho na Antiguidade estava associado a esforço físico, cansaço e penalização. A origem dapalavra, no latim vulgar, associa trabalho/tripalium a um instrumento de tortura feito de três varascruzadas ao qual os réus eram presos. O trabalho representava uma atividade indigna, reservada aosescravos. Aos que viviam livremente, a subsistência vinha da coleta de frutos, da caça e outras ativi-dades; o tempo do trabalho era o da natureza – dia ou noite, com sol ou chuva. [...] Na era moderna,o trabalho teve o seu significado transformado, passou de atividade desprezada à condição de expres-são da própria humanidade, fonte de produtividade e riqueza. Com as mudanças sociais, econômicas,políticas e culturais, no século XX, a ideia do trabalho firmou-se como uma atividade valorizada”.
ARAÚJO, Silvia Maria de; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi. Sociologia: um olhar crítico.São Paulo: Contexto, 2011. p. 51-52. <www.editoracontexto.com.br>.
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Etapa 1 – O que é trabalho
A ideia na civilização ocidental de que o
trabalho é algo que traz sofrimento é refor-çada por outras ideias influenciadas pelastradições greco-romana e judaico-cristã.
Sociologia - 2a série - Volume 3
Lembre aos alunos que, para os gregos, deuma forma geral, o trabalho era visto comoalgo que embrutecia os espíritos, tornava ohomem incapaz da prática da virtude e era ummal que a elite deveria evitar. Por isso, era exe-cutado por escravos, deixando aos cidadãos asatividades mais nobres, como, por exemplo, apolítica. No cristianismo, o episódio bíblicoda expulsão de Adão e Eva do Paraíso, comoconsequência do pecado original, conde-nando-os ao trabalho, a ganhar o “pão com osuor do rosto”, ampliou a conotação negativado trabalho. Assim, ele apresenta, em nossasociedade, também os sentidos de fadiga,luta, dificuldade e punição.
Mas não se limite a isso. Insista com seusalunos: Além desses sentidos, o que é trabalho?Com o objetivo de mostrar a eles outra concep-ção, peça para um aluno ler o trecho a seguir:
Trabalho consiste na “aplicação d
asforças e faculdades humanas para alcan
çarum determinado fim”.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. No
vo
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Curitiba:
Positivo, 2004. CD-ROM.
Chame a atenção dos alunos para o adjeti-vo “humanas”, citado na definição apresentada.O uso dele enfatiza que o trabalho é uma ativi-dade humana, ou seja, só os seres humanos tra-balham. Pergunte aos alunos: Vocês conhecemoutros seres vivos que também empre
gam sforçasfaculdadesaraconseguirobjetivo?
rovavelmentealunosembrarão
©ErichLessing/Album-Latinstock
dasformigas, abelhas e aranhas. Alguns poderãoafirmar que esses animais também trabalham:tecem a teia, constroem a colmeia e os formi-gueiros. Aceite, inicialmente, essa explicação.Pergunte se eles se lembram da fábula “A cigar-ra e a formiga”. Existem várias versões dessa
fábula, mas a sinopse pode ser uma só: a his-tória da cigarra que só queria cantar e se di-vertir e da formiga que só trabalhava. Um dia,elas se encontraram e a cigarra questionou oporquê de a formiga trabalhar. Esta respon-deu que precisava trabalhar agora para ter ali-mento no inverno. Como era verão, a cigarrariu da formiga e replicou que o inverno estavamuito longe para ela se preocupar. Passadosalguns meses, chegou o inverno e a cigarraquase morreu de frio e fome. Quando estavacom pouca força, bateu à porta da formiga epediu ajuda. Esta a ajudou, mas lembrou-lheda importância de trabalhar e poupar.
Em seguida, peça que prestem atençãonas imagens apresentadas, também presen-tes no Caderno do Aluno, e que forneçamoutros exemplos de animais considerados“trabalhadores”.
Figura 1 – Formigas no exercício de sua atividade
Figura 2 – João-de-barro (Furnarius rufus) ao lado de sua casa
11Normalmente, os animais apresentados
nas imagens são vistos, pelo senso comum,como animais trabalhadores. Mas, na pers-pectiva sociológica, os animais não tra-balham, só o homem trabalha. O trabalho
é visto como uma atividade que ajuda ohomem a construir sua condição como serhumano.
Peça para um aluno ler o texto a seguir:
“O conceito é ambíguo e disputado, indicando diferentes atividades em diferentes sociedades econtextos históricos. Em seu sentido mais amplo, trabalho é o esforço humano dotado de um propó-sito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades mentais e físicas. Talinterpretação, contudo, conflita com o significado e a experiência mais limitados do trabalho nasatuais sociedades capitalistas. Para milhões de pessoas trabalho é sinônimo de emprego remunerado,e muitas atividades que se qualificariam como trabalho na definição mais ampla são descritas e viven-ciadas como ocupações em horas de lazer, como algo que não significa verdadeiramente trabalho.”
OUTHWAITE, William; BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX.
Rio de Janeiro: Zahar, 1996. p. 773.
Quais são essas “diferenças essenciais”?Recorra ao sociólogo Karl Marx para respon-der a essa indagação.
Solicite a um voluntário que leia o texto aseguir. A leitura pode ser individual, compar-tilhada ou comentada.
Figura 3 – Karl Marx,1818-1883
Karl Marx nasceuna Alemanha, em 1818.Considerado um dosmaiores filósofos ale-mães, realizou estudosimportantes tambémpara a Economia ea Sociologia. Ten-do como base a dia-lética1, desenvolveu ométodo que permite a
“Uma aranha executa operações que seassemelham às de um tecelão, e a abelha, naconstrução de suas colmeias, deixa enver-gonhado mais de um arquiteto. Mas o quedistingue o pior arquiteto da melhor dasabelhas é isso: o arquiteto projeta sua obraantes de construí-la na realidade. No finalde todo processo de trabalho, temos umresultado que já existia na imaginação dotrabalhador desde o seu começo”.MARX, Karl. Capital – A Critique of Political Economy.
explicação da história das sociedades hu-manas a partir das relações sociais de pro-dução. Radical tanto na teoria como namilitância, participou ativamente de diver-sas organizações operárias clandestinas,tendo sido expulso de alguns países. Exi-lado na Inglaterra, passou por muitas difi-culdades econômicas, sendo socorrido poramigos, como Friedrich Engels. Morreuem Londres em 1883.
The labour-process and the process of producingsurplus-value. vol. 1, Part III, Section 1, cap. VII.
Tradução Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins.Disponível em: <http://www.marxists. org/archive/marx/works/1867-c1/index.htm>. Acesso em: 21 mar. 2013.
O trabalho humano, portanto, distingue-sedo trabalho animal, pois o homem planejaantes de executar uma atividade. Ele con-cebe o trabalho antes de executá-lo. Já os
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1 Dialética é o método de explicação da realidadeque tem por base o princípio lógico dacontradição, ou seja, a contraposição de ideiasou situações leva a uma nova ideia ou situação.
animais não possuem essa capacidade. Eles“trabalham” de forma instintiva. Na ver-dade, é equivocado usar o termo trabalhopara se referir às atividades realizadas pelos
Sociologia - 2a série - Volume 3
outros animais. Os animais executam tare-fas guiados pelo instinto: a abelha faz o mele a colmeia instintivamente, por isso todas
as colmeias de uma mesma espécie de abe-lha seguem a mesma configuração; a for-miga também constrói instintivamente osformigueiros, e por isso eles seguem a mesmaestrutura, e o mesmo processo ocorre com ojoão-de-barro e sua casa.
Os animais só mudam sua maneira de agirquando ocorre alguma alteração no meio, oque os leva a se adaptar, mas eles não mudamsuas atitudes intencionalmente. Só o homemtem essa capacidade, os outros animais, não.Com o objetivo de obter os meios que garan-tam a sua sobrevivência, o homem age sobrea natureza, transformando-a. Ele se apropriados materiais existentes na natureza e criaobjetos, inventa coisas e se relaciona comoutros homens por intermédio do trabalho.Desse modo, o trabalho é uma atividade demediação entre o homem e a natureza.
O homem emerge gradualmente, desenvol-ve-se e se torna um ser humano no exercíciode sua atividade, de seu trabalho, da sua pro-dução social. Nesse sentido, pode-se dizer que,ao trabalhar, o homem “humaniza” a naturezae se constrói como ser humano, ou seja, o traba-lho humaniza o homem, pois ele age de formadeliberada e consciente sobre a natureza. É porisso que o trabalho é visto como uma atividade
que ajuda o homem a construir sua condiçãocomo ser humano.
Para encerrar esta primeira Situação deAprendizagem, discuta com os alunos a distinçãoentre trabalho e emprego. Interrogue os alunos:O que vocês entendem por emprego? Vocês sabemque trabalho não é sinônimo de emprego? O quevocês acham que distingue trabalho de emprego?
É importante que os alunos entendam quetrabalho sempre existiu, sob diferentes formas,ao longo da história da humanidade. Entretanto,emprego é uma relação social de trabalho muitorecente, que surge a partir do momento em queo homem deixa de ser escravo ou servo e setransforma em um homem livre. Livre para ven-der o seu trabalho e estabelecer um contratocom o comprador, em troca de um salário quelhe permita adquirir os meios de vida necessá-rios à sua sobrevivência. Emprego pressupõetrabalho assalariado, sendo, portanto, caracterís-tico da sociedade capitalista.
Como Lição de Casa desta Situação, vocêpode pedir para que eles leiam o próximo textoe expliquem:
1. Como era o trabalho em outros períodosda história?
2. Qual a característica fundamental do tra-balho no capitalismo?
O trabalho livre sucedeu historicamente a outras formas de trabalho, como a escravidão e a servidão.Na Grécia Antiga, o trabalho era uma atividade exercida pelos escravos. Na Idade Média, as pessoas tra-balhavam nos campos, ligadas a um senhor feudal, ou moravam nos burgos e eram artesãos. Em todosesses momentos da história, as pessoas executavam algum trabalho, mas não tinham emprego. O empregosó se dissemina com o capitalismo. Nele o trabalhador vende a sua força de trabalho (física ou mental) emtroca de um salário. Ao conseguir o emprego, o trabalhador assina um contrato de trabalho que especificasuas funções. Ao contrário do que ocorria na Antiguidade, em que os escravos eram uma propriedade, ena Idade Média, em que os trabalhadores eram servos presos à terra do senhor feudal, no capitalismo ostrabalhadores são livres para procurar outras condições de trabalho em um novo emprego.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
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Na hora de corrigir a Lição de Casa, vocênão pode se esquecer de destacar aos alunosqual o sentido da frase final do parágrafo ante-rior. A liberdade no capitalismo para mui-
tos dos trabalhadores é relativa, uma vez quea grande maioria não pode escolher quem,quando, e, muitas vezes, onde procurar empre-go. Mas o significado mais importante do tra-balho livre ou da liberdade do trabalhador édado pelo fato de que, com o esfacelamentodo sistema feudal de produção, o servo liber-tou-se das amarras que o prendiam ao senhorfeudal, mas perdeu o acesso aos meios de pro-dução: terra, matéria-prima, instrumentos
de trabalho. Então, passou a dispor de umaúnica propriedade – a sua força de traba-lho. O processo que deu origem a isso seráobjeto de discussão na próxima Situação deAprendizagem.
Proposta de Situação de Avaliação
Para verificar se eles compreenderam oassunto desta Situação de Aprendizagem, vocêpode pedir que escrevam um pequeno textoexplicando os principais argumentos da dis-cussão sobre o trabalho.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
Tempo previsto: 3 aulas.
Conteúdos e temas: trabalho e capitalismo; divisão social e manufatureira do trabalho; relaçõesde trabalho; alienação.
Competências e habilidades: permitir que os alunos sejam capazes de entender os principaisconceitos sociológicos relacionados ao trabalho; desenvolver a capacidade analítica e crítica;desenvolver habilidades de leitura e interpretação de textos; produção de textos contínuos eexpressão oral.
Estratégias: aula dialogada; trabalho em grupo e individual.
Recursos: discussão em sala de aula; leitura de texto.
Avaliação: trabalho individual.
Sondagem e Sensibilização
Nesta Situação de Aprendizagem, utiliza-remos como atividade de sensibilização algunscantos1 do poema A trama da rede, de Carlos
Brandão, cada um com uma ou duas estrofes.Peça aos alunos que se organizem, formandoum jogral, ou seja, um grupo de oito pessoasem que cada um recitará um canto do poemaa seguir, como se estivesse em um palco.
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1 [...] Grande divisão de longos poemas. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da LínguaPortuguesa. Curitiba: Editora Positivo, 2004. CD-ROM.
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A trama da rede
I
Essa é a trama da rede:o tecido das trocas que fabricamo pano de uma rede de dormirenreda o corpo do homem na tarefade criar na máquina a rede com a mão.
A armadilha do trabalho em casa alheia
engole o homem e enovela todo o corpono fio no fuso na roda na teiado maquinário da manufaturaque produz o seu produto: a redee reduz o corpo-operário à produção.[...]
III
O corpo-bailarino que transformaa coisa bruta em objeto(a fibra em fio e o fio em pano)e o objeto na mercadoria(o pano pronto na rede e sua valia)transforma o corpo do homem operárioem outro puro objeto de trabalhopronta a fazer e refazer no fusoaquilo de que a fábrica faz sua riquezade que, quem faz não se apropria.[...]
VII
Sob a trama do trabalho em tear alheioo corpo não possui seu próprio tempoe é inútil que lhe bata um coração.
O relógio interior do operário
é o que existe na oficina, fora dele,de onde controla o tear e o tecelão.
VIII
De longe o dono zela por quem faz:pela força do homem que trabalha,não pela vida do trabalhador.Aqui não há lugar para o repousoainda que o produto do trabalhoseja uma rede de pano, de dormire que comprada serve ao sono e ao amor.
IX
Durante a flor da vida inteirafazendo a mesma coisa e refazendouma operação simples de memóriao operário condena o próprio corpoa ser tão automático e eficazque domine o gesto que o destrói.A reprodução contínua, diária, igualde um mesmo gesto repetido e limitadotodos os dias, sobre os mesmos passos,ensina ao artesão regras de maestriado trabalho que afinal então dominaatravés de saber sua ciênciacom a sabedoria do corpo massacrado.[...]
XI
Quem fia e enfia?Quem carda e corta?Quem tece e trança?Quem toca e torce?A moça o menino.A velha o homem.Eles são, artistas,parte do trabalho coletivoque faz a trama da redee a rede pronta:o objeto bonito do descansoque inventa a necessidade
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da servidão do trabalhodo corpo produtivo.
XII
A dança ritmada desse corpode bailarino-operário de um ofíciode que o produto feito não é seu,cria o servo de quem lhe paga aos sábadospara o que sobra da vida de trabalhodo corpo de quem fez e não viveu.
O trabalho-pago, alheio e sempre o mesmo
obrigando o operário bailarinoà rotina de fazer sem possuirtorna-o, artista, servo do ardilde entretecer panos e redes sem criar
XIV
Não conhece descanso o corpo na oficina.Ele é parte das máquinas que movee que movidas não sabem mais parar.Os pés descalços prolongam pedaisos braços são como alavancase as mãos estendem pontas de um fioque existe no fuso e no tear.
O trabalho do corpo é o objeto
que o homem vende ao dono todo o dia.O corpo-livre pertence ao maquinárioque o homem converte no operáriode que retira o preço do sustento:a comida a cama a casa o agasalho,o que mantém vivo o corpo e o seu trabalho.
e recriar-se servo sem saber.[...]
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Encarte de Tempo e Presença. n. 172, nov./dez. 1981.
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Depois da leitura, pergunte aos alunos: Oque vocês entenderam desse poema? Provavel-mente, alguns trechos obscuros os alunos nãoconseguirão compreender. Explique que elefoi escrito tendo como referência a leitura detrechos da obra mais importante escrita porKarl Marx, O capital, nos quais ele fala dosoperários e dos usos de seus corpos no pro-cesso de produção de mercadorias. Como dizCarlos Brandão, são “alegorias [exposição deum pensamento sob forma figurada] sobre o tra-balho”, escritas para um documentário sobrea produção artesanal de redes no Ceará.
Em seguida, peça para que cada aluno-leitorprocure explicar o que entendeu da estrofe queleu. Provavelmente, eles terão dificuldade deapanhar todo o significado do texto. Ajude-os,destacando os seguintes elementos:
Canto I: o trabalho de tecer a rede é exerci-do em “casa alheia”, ou seja, não na casa do
trabalhador, mas no local determinado peloseu patrão, na manufatura. Ali, são reunidosvários trabalhadores que, exercendo diferen-tes trabalhos, transformam os fios de váriascores em rede. A trama, o desenho da rede,é mostrada como a trama que enreda, queprende o trabalhador à máquina, que impõeseu movimento ao corpo do trabalhador.
Canto III: o trabalhador que transforma amatéria-prima – o algodão – em fio, e o fio emrede, produz uma mercadoria que não per-tence a ele, mas, sim, a quem o contratou. Ouseja, a rede que ele produz com o seu traba-lho não pertence a ele, mas, sim, a quem lhepaga o salário.
Canto VII: o ponto central desse canto serefere ao tempo ou ritmo de trabalho que, namanufatura, não é mais determinado pelo tra-balhador, mas, sim, pelo ritmo da máquina,imposto pelo dono da oficina.
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Canto VIII: esse canto completa o ante-rior, pois se refere ao controle exercido pelodono da manufatura, que não está preocupa-do com a saúde, a vida do trabalhador, mas,sim, com a produtividade do trabalho.
Canto IX: na manufatura, o trabalhadorexecuta movimentos repetitivos, especializan-do-se apenas em uma atividade de trabalho,automaticamente, seguindo o movimento damáquina, sem nenhuma criatividade, tor-nando-se um trabalhador limitado em seuconhecimento.
Canto XI: essa estrofe refere-se ao traba-lho exercido por homens e mulheres, velhos,moças e crianças, tornados servos do tra-balho coletivo que produz a rede. CarlosBrandão explica, em uma nota de rodapé,que em Fortaleza, na produção de redes, alémdo trabalho na oficina, também são realiza-das tarefas de acabamento das redes, comoas “varandas”, nas casas dos trabalhadores,nos chamados trabalhos em domicílio, ondepessoas de uma mesma família, de diferentesidades, trabalham. Lembre que o trabalhoem domicílio existe, ainda hoje, por exemplo,nas indústrias de confecção e de calçados.
Canto XII: o trabalho exercido na produ-ção de uma mercadoria, a rede, que não lhepertence, submete o trabalhador e o seu cor-po às determinações de seu patrão, aqueleque lhe paga o salário. Seu corpo, suas ener-gias, sua força de trabalho são vendidos emtroca de um salário e usados na produção deuma mercadoria que não lhe pertence.
Canto XIV: na manufatura, o corpo dooperário parece ser um prolongamento damáquina – seus braços, mãos e pés põem emmovimento a máquina e são movidos por ela.O corpo, a força de trabalho do trabalhador,torna-se um objeto que ele vende em trocade seu meio de vida, aquilo que lhe permite
sobreviver e retornar, todo dia, ao local detrabalho, reproduzindo a sua servidão àmáquina e ao seu patrão.
Ao finalizar esta parte, diga aos alunosque, na próxima etapa de aprendizagem, serãoretomadas as questões sugeridas por essepoema, tendo como referência a discussão arespeito do trabalho na sociedade capi-talista. Nessa oportunidade serão intro-duzidos conceitos como divisão social dotrabalho, divisão sexual e etária do traba-lho, relações de trabalho, processo de tra-balho e alienação.
Etapa 1 – Divisão social do trabalho edivisão manufatureira do trabalho
Inicie esta etapa perguntando aos alunoso que eles entendem por sociedade moderna.Prepare-se para acolher respostas que apon-tem para o que é atual, recente, por oposi-ção ao que é antigo, ultrapassado. Relembrecom eles o conteúdo aprendido em aulas deHistória a respeito dos diferentes períodosda história da humanidade: antigo, medie-val, moderno e contemporâneo. A históriada sociedade moderna corresponde ao pe-ríodo que se inicia em meados do século XVe sua constituição foi marcada pelos proces-sos de urbanização e de industrialização. Otrabalho nessa sociedade é, portanto, o tra-balho na indústria e o próprio desenvolvi-mento econômico e social aparece vinculadoao desenvolvimento da indústria. A socie-dade moderna resultou de um processo detransformação, da constituição de um novomodo de trabalhar, de relações sociais dife-rentes, de um novo modo de vida marcadopelo desenvolvimento industrial.
Solicite a um voluntário para ler o textoa seguir. Você pode realizar uma leitura indi-vidual ou compartilhada.
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O esfacelamento do mundo feudal consistiu em um longo processo, no qual as velhas formas detrabalho artesanal foram sendo substituídas pelo trabalho em domicílio, a partir do campo, pro-duzindo para as indústrias em desenvolvimento nas cidades. O crescimento da população expulsado campo, incapacitada de produzir tudo aquilo de que necessitava para sobreviver (os seus meios devida), fez com que a procura por esses bens aumentasse. Assim, durante o século XIV, foram desen-volvidas as indústrias rurais em domicílio, como forma de aumentar a produção. Os comerciantesdistribuíam a matéria-prima nas casas dos camponeses e ali era executada uma parte ou a totalidadedo trabalho. Essas indústrias representaram uma forma de transição entre o artesanato e a manufa-tura, e permitiram a acumulação de capital nas mãos desses comerciantes, além de formar mão deobra para o trabalho industrial nas cidades.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
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Explique aos alunos o significado de manufa-tura: a palavra vem do latim e quer dizer tra-balho manual. Para o seu desenvolvimento foinecessária a existência de dois fatores:
1. Um empresário com capital para comprara matéria-prima e ferramentas e concen-trar em sua oficina um grande número detrabalhadores. Em vez de distribuir essesmeios de produção nas casas dos traba-lhadores, o comerciante transformado emindustrial os junta sob um mesmo teto,criando assim a manufatura. Relembre comos alunos o Canto I do poema de CarlosBrandão – o autor está justamente se refe-rindo a esse processo de concentração deprodução em um único local.
2. A existência de trabalhadores livres, ouseja, que não são mais donos dos meios deprodução e dependem, para a sua sobrevi-vência, da venda de seu trabalho, ou seja,sua força de trabalho, transformando-se,assim, em trabalhadores assalariados.
É importante destacar para os alunos queo processo de transição da indústria rural emdomicílio para a manufatura representou,também, a ampliação da divisão social dotrabalho. Interrogue os alunos: O que vocêsentendem por divisão do trabalho na socieda-de? Como o trabalho pode ser dividido entre
os homens e as mulheres? Vocês podem darexemplos?
Talvez a compreensão e os exemplos dadosnão sejam satisfatórios para os propósitos daaula, mas prossiga e acentue que a divisão dotrabalho existiu em todas as sociedades, desdeo momento em que o homem começou a trocarcoisas e produtos, criando uma interdependên-cia com os outros homens. Assim, o artesãotroca o produto de seu trabalho, o tecido, peloalgodão, cultivado pelo agricultor. Você podedar outros exemplos ou pedir que, depois dessaexplicação, os alunos deem outros. O impor-tante é fixar que a base da troca está na neces-sidade que o indivíduo tem de produtos queele não produz. A divisão do trabalho deriva,portanto, do caráter específico do trabalhohumano e ocorre quando os homens, na vidaem sociedade, dividem entre si as diferentesespecialidades e ofícios. A divisão do traba-lho em ofícios ou especialidades existiu emtodas as sociedades conhecidas e deve mui-to à divisão sexual do trabalho. Ou seja, noinício, havia uma divisão entre especialida-des ou ofícios que eram preferencialmen-te atribuídos às mulheres e outros que eramexecutados por homens. Você pode darexemplos: a fiação e a tecelagem eram vistascomo atividades femininas, enquanto a caça,a pesca e a pecuária eram atividades mascu-linas. Pergunte aos alunos: Vocês podem dar
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exemplos de trabalhos que hoje são executadosapenas por homens ou apenas por mulheres?Na verdade, é difícil encontrar trabalhosque as mulheres não conseguem realizar:antigamente, às mulheres eram destinadasas ocupações relacionadas com o cuidado dacasa, como cozinhar, lavar, limpar, cuidar dosfilhos. Hoje, já temos homens cozinheiros,faxineiros etc. Você pode ampliar essa dis-cussão e, juntamente com os alunos, buscaroutros exemplos de trabalhos que antes eramexecutados só por homens e que hoje são exe-cutados por mulheres ou vice-versa.
Retome com os alunos o poema de CarlosBrandão, Canto XIV, para que eles, depoisdessa discussão, possam entender melhor oque o poeta diz de forma alegórica. Verifique,dessa maneira, se eles conseguiram apreenderos fatores que permitiram o aparecimento damanufatura.
Para avançar na apresentação de outrasquestões relacionadas com a divisão de traba-lho na manufatura, você pode expor aos alunoso conteúdo do texto a seguir ou pedir que umdeles o leia.
A manufatura se estendeu de meados do século XVI ao último terço do século XVIII, sendosubstituída pela grande indústria. Na manufatura foram introduzidas algumas inovações técnicasque modificaram a forma como o trabalho era organizado. Aos poucos o trabalhador foi deixandode ser responsável pela produção integral de determinado objeto e passou a se dedicar unicamentea uma atividade. Houve um aceleramento da divisão do trabalho, fazendo com que um produtodeixasse de ser obra de um único trabalhador e se tornasse o resultado da atividade de inúmerostrabalhadores. Dessa maneira, o produto passava por vários trabalhadores, cada um acrescentandoalguma coisa a ele e, no final do processo, o produto era o resultado não de um trabalhador indi-vidual, mas de um trabalhador coletivo. Essa é a divisão do trabalho que persiste na sociedadecapitalista, e que se caracteriza pela especialização das funções, ou seja, pela especialização do tra-balhador na execução de uma mesma e única tarefa, especializando-se e especializando o seu corponessa operação.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Peça a seus alunos que releiam os cantosIX e XI, do poema de Brandão, que remetemexatamente à especialização do trabalho namanufatura. É importante enfatizar que,pela divisão manufatureira do trabalho, ohomem é levado a desenvolver apenas uma ha-bilidade parcial, limitando o conjunto de habili-dades e capacidades produtivas que possuíaquando era artesão. É isso que torna o tra-balhador dependente e o faz vender a suaforça de trabalho; e esta só serve quandocomprada pelo capital e posta a funcionar
no interior da oficina. Segundo Karl Marx,essa divisão do trabalho tinha como obje-tivo o aumento da produtividade e o aper-feiçoamento do método de trabalho, e tevecomo resultado o que ele chama de “a vir-tuosidade do trabalhador mutilado”2, coma especialização dos ofícios. Na manufatu-ra, portanto, a produtividade do trabalhodependia da habilidade (virtuosidade) dotrabalhador e da perfeição de suas ferra-mentas, e já havia o uso esporádico de má-quinas. Será apenas na grande indústria que
2Marx utiliza o termo "mutilado" para enfatizar a limitação das habilidades do trabalhador, reduzido ao exercício deuma única e repetitiva atividade.
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a máquina desempenhará um papel fun-damental, primeiro com base na mecâni-ca, depois na eletrônica e, atualmente, namicroeletrônica.
Solicite a um voluntário para ler o textoa seguir, também disponível no Caderno doAluno. Você pode realizar uma leitura indivi-dual ou compartilhada:
Uma das características mais distintivas do sistema econômico das sociedades modernas é a existên-cia de uma divisão do trabalho extremamente complexa: o trabalho passou a ser dividido em um númeroenorme de ocupações diferentes nas quais as pessoas se especializam. Nas sociedades tradicionais, o tra-balho que não fosse agrário implicava o domínio de um ofício. As habilidades do ofício eram adquiridasem um período prolongado de aprendizagem, e o trabalhador normalmente realizava todos os aspectosdo processo de produção, do início ao fim. Por exemplo, quem trabalhasse com metal e tivesse que fazerum arado iria forjar o ferro, dar-lhe a forma e montar o próprio implemento. Com o progresso da pro-dução industrial moderna, a maioria dos ofícios tradicionais desapareceu completamente, sendo subs-tituída por habilidades que fazem parte de processos de produção de maior escala. Um eletricista quehoje trabalhe em um ambiente industrial, por exemplo, pode examinar e consertar alguns componentesde um tipo de máquina; diferentes pessoas lidarão com os demais componentes e com outras máquinas.A sociedade moderna testemunhou uma mudança na localização do trabalho. Antes da industrializa-ção, a maior parte do trabalho ocorria em casa, sendo concluído coletivamente por todos os membrosda família. Os avanços na tecnologia industrial, como o uso do carvão, contribuíram para a separaçãoentre trabalho e casa. As fábricas de propriedade dos empresários tornaram-se foco de desenvolvimentoindustrial: maquinários e equipamentos concentraram-se dentro destas, e a produção em massa de mer-cadorias começou a ofuscar a habilidade artesanal em pequena escala, que tinha a casa como base. Aspessoas que procurassem emprego em fábricas eram treinadas para se especializarem em uma tarefa,recebendo um ordenado por esse trabalho. O desempenho era supervisionado pelos gerentes, os quais sepreocupavam em implementar técnicas para ampliar a produtividade e a disciplina dos trabalhadores.O contraste que existe na divisão do trabalho entre as sociedades tradicionais e as modernas é ver-
dadeiramente extraordinário. Mesmo nas maiores sociedades tradicionais, geralmente não havia maisdo que 20 ou 30 ofícios, contando funções especializadas como as de mercador, soldado e padre. Emum sistema industrial moderno, existem literalmente milhares de ocupações distintas. O censo do RU[Reino Unido] lista cerca de 20 mil empregos diferentes na economia britânica. Nas comunidades tra-dicionais, a maior parte das pessoas trabalhava na agricultura, sendo economicamente autossuficiente.Produziam seus próprios alimentos, suas roupas, além de outros artigos que necessitassem. Um dosaspectos principais das sociedades modernas, em contraste, é uma enorme expansão da interdependên-cia econômica. Para termos acesso aos produtos e aos serviços que nos mantêm vivos, todos nós depen-demos de um número imenso de trabalhadores – que, hoje em dia, estão bem espalhados pelo mundo.Com raras exceções, a vasta maioria dos indivíduos nas sociedades modernas não produz o alimentoque come, a casa onde mora ou os bens materiais que consome.
Os primeiros sociólogos escreveram extensivamente a respeito das consequências potenciais dadivisão do trabalho – tanto para os trabalhadores em termos individuais, quanto para toda a socie-dade. Para Marx, a mudança para a industrialização e a mão de obra assalariada certamente resul-taria numa alienação entre os trabalhadores. Uma vez que estivessem empregados numa fábrica, ostrabalhadores perderiam todo o controle do seu trabalho, sendo obrigados a desempenhar tarefasmonótonas, de rotina, que despojariam seu trabalho do valor criativo intrínseco. Em um sistemacapitalista, os trabalhadores acabam adotando uma orientação instrumental para o trabalho, afir-mava ele, vendo-o como nada mais do que uma maneira de ganhar a vida.
GIDDENS, Anthony. Sociologia, 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 309.
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Esse texto retoma, de forma sintética, ele-mentos da discussão sobre divisão social dotrabalho e da especialização do trabalhador,
mas introduz outras questões que devem seresclarecidas. Peça aos alunos que indiquem aspartes do texto que já foram objeto de discussãoem sala de aula e aquelas que contêm palavrasque não conseguem entender. Mostre-lhes queo texto é apresentado com dois objetivos: rea-lizar um exercício de verificação de aprendiza-gem a respeito da interdependência econômicae da amplitude da divisão do trabalho na socie-dade moderna e introduzir uma nova etapa dediscussão com os alunos.
Verificação de aprendizagem
Para demonstrar como no capitalismo, como aumento da divisão do trabalho, cada traba-lhador passou a depender cada vez mais das ati-vidades de outro trabalhador para conseguirviver, exponha para os alunos como você, profes-sor, precisa das atividades de outras pessoas parasobreviver. Faça na lousa uma pequena lista detodas as ocupações que você precisa que existampara que consiga se manter, como, por exem-plo: um padeiro, alguém para produzir o leite, asfábricas que fazem macarrão e outras comidas,um açougueiro, a fábrica de roupas para se ves-tir, alguém para produzir o chocolate, um moto-rista para dirigir o ônibus para que você possa
chegar ao trabalho, alguém para abrir a porta docolégio, outra pessoa para limpá-lo, alguém quefique na secretaria e que possa resolver questõesadministrativas etc. Essa é só uma pequena lis-ta para inspirá-lo. É provável que você encontrenela profissionais que você precise para viver eoutros que são dispensáveis. Sinta-se à vontadepara formular a sua própria lista com base emsuas vivências e experiências. Depois, peça aosalunos que também façam esse exercício, comosugere a Lição de Casa no Caderno do Aluno.
Etapa 2 – Relação de trabalho ealienação
Procure agora esclarecer outras questõesque aparecem no texto apresentado, especifi-camente, a submissão do trabalho ao capital, asrelações de trabalho e o conceito de alienação.
Retome com os alunos o poema de CarlosBrandão, pedindo que um deles leia os cantosVII e VIII, o que permitirá o esclarecimentodo que Marx chama de sujeição ou submissãodo trabalho ao capital, ou o controle exercidopelo dono da manufatura sobre o trabalho e ostrabalhadores. Tendo o poema como inspiração,utilize o texto a seguir com o objetivo de apro-fundar essa discussão. Parte deste texto estádisponível no Caderno do Aluno.
A produção capitalista pressupõe, como já vimos, a existência do trabalho livre, e não a servidãoe a escravidão. O trabalhador é livre, isto é, não dispõe dos meios de trabalho e de vida, portantoé livre para vender a única propriedade de que dispõe, a sua força de trabalho. O trabalhador, porconseguinte, submete-se ao domínio do capital, aceitando suas imposições e determinações.
É o capital que assume a função de dirigir, de supervisionar. Esse domínio do capital sobre oprocesso de trabalho se impõe, na medida em que o objetivo, o motivo que impele e direciona todo o pro-cesso de produção capitalista, é a expansão do próprio capital, a maior produção de mais-valia1, e,portanto, a maior exploração possível da força de trabalho.A dominação do capital sobre o trabalho tem o objetivo de garantir a exploração do processo de
trabalho social. Com isso, a dominação tem como condição o antagonismo inevitável entre o capita-lista e o trabalhador.Com o próprio desenvolvimento da produção capitalista, esse controle assume formas peculiares.
O capitalista se desfaz da supervisão direta e contínua e a entrega a um tipo especial de assalariado,
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que passa a exercer a função exclusiva de supervisão, com os seus oficiais superiores (os diretores, osgerentes) e os suboficiais (contramestres, inspetores, capatazes etc.). Surge então uma hierarquia decomando que tem como objetivo impor a disciplina no interior da empresa. A disciplina tem comoresultado, para o capital, o aumento da produtividade, mas da perspectiva do trabalho ela introduzuma série de regras de procedimento, uma hierarquia interna que, além de separar os indivíduossegundo a sua atividade, introduz também o controle político de uns sobre outros. Não se pode, por-tanto, discutir a questão da disciplina sem relacioná-la com o poder. Ou seja, trata-se de percebercomo no interior da empresa é estabelecido um sistema de dominação em que os que detêm os meiosde produção, ou o representam, têm o poder.1 O comprador da força de trabalho ou da capacidade de trabalho não se limita a usá-la somente duranteo tempo necessário para repor o valor da força de trabalho, mas, sim, durante um tempo além dele, quandoo trabalhador produzirá, então, um valor excedente, ou uma mais-valia, da qual o capitalista se apropria.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
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Enfatize para os alunos que, no processode produção capitalista, temos não só a pro-dução de mercadorias, mas essencialmente aprodução de relações sociais. Se há capitalis-tas e trabalhadores, isso implica não só posi-ções definidas no processo de produção, mastambém na sociedade. Diferentemente dosanimais, é possível nos seres humanos a sepa-ração entre a concepção e a execução do tra-balho; ou seja, o trabalho pode resultar daconcepção de uma pessoa e a execução deoutra. Isso é produto da divisão do trabalho.
Para os trabalhadores, entretanto, a coope-ração imposta pela divisão do trabalho não sig-nifica a percepção de sua força como grupo. Arelação que estabelecem é com o capital, e nãoentre si. O trabalhador torna-se incapaz de per-ceber que a riqueza que ele desenvolve é produ-to de seu trabalho, como também não conseguese reconhecer no produto de seu trabalho. Aconsequência da divisão do trabalho é a sepa-ração, no processo de trabalho, entre concepçãoe execução do trabalho. A decisão sobre o queproduzir e como produzir não é mais respon-sabilidade do trabalhador, mas, sim, do capitalou seus representantes. Além disso, o produto,a mercadoria, não resulta de seu trabalho indi-vidual, e sim do trabalho de todos. Ele realizaapenas uma parte dela e, assim, o produto dotrabalho, a mercadoria, aparece ao trabalhador
como algo alheio, estranho a ele. A relação dotrabalhador com o produto de seu trabalho é,portanto, de alheamento, de estranhamento. Otrabalhador, que colocou a sua vida no objeto,agora se defronta com ele, como se a coisa, amercadoria, tivesse vida própria, independente,e fosse dotada de um poder diante dele. De fato,assim como o trabalho já não lhe pertence, masa um outro homem (o proprietário dos meios deprodução), o produto de seu trabalho igualmen-te não lhe pertence. Esse processo é o que Marxchama de relação alienada do homem comoutro homem, com o produto de seu trabalhoe com o trabalho. Para Marx, então, o trabalholivre, assalariado, é trabalho alienado.
Encerre essa discussão pedindo aos alu-nos para retomarem a leitura do canto XII dopoema de Carlos Brandão. Verifique se osalunos são capazes, depois da explicação dada,de compreender como a submissão do traba-lhador ao capital e o trabalho alienado sãoapresentados na forma poética.
Proposta de Situação de Avaliação
Peça aos alunos que releiam o poema deCarlos Brandão, escolham três cantos e façamuma análise tendo como referência a discussãosobre o trabalho desenvolvida nas aulas.
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO:EMPREGO E DESEMPREGO NA ATUALIDADE
Tempo previsto: 3 aulas.
Conteúdos e temas: categorias de emprego e desemprego na atualidade; perfil dos trabalhado-res mais atingidos pelo desemprego no Brasil; transformações no mundo do trabalho e suasconsequências para os trabalhadores.
Competências e habilidades: tornar o aluno apto a compreender a realidade do desempregosob uma perspectiva sociológica, ter clareza a respeito de quem são os mais atingidos pelodesemprego no Brasil, e perceber os fatores das transformações que afetam o trabalho e avida dos trabalhadores; desenvolver a capacidade crítica dos alunos; desenvolver habilidadesde leitura, produção de textos contínuos e expressão oral.
Estratégias: aula dialogada; leitura de textos e de gráficos; trabalho em grupo.
Recursos: discussão em sala de aula; textos e gráficos.
Avaliação: trabalho em grupo; texto dissertativo.
Sondagem e sensibilização
Inicie esta etapa perguntando aos alunos:Qual é a importância do trabalho na vida daspessoas? Por que as pessoas trabalham? O quesignifica o desemprego na vida das pessoas? Porque as pessoas ficam desempregadas?
Deixe-os se manifestar e incentive o debate ea troca de ideias entre eles. As respostas expressa-rão, provavelmente, a experiência de cada um oude seus familiares e amigos, tanto com relaçãoao trabalho como com relação ao desemprego.Anote na lousa elementos significativos des-sa discussão, separando em uma coluna asopiniões negativas e em outra as positivas. Nocaso das duas primeiras perguntas, que se re-ferem ao trabalho e ao emprego, os alunospoderão responder que a importância do traba-lho relaciona-se com a necessidade de garantir osmeios de vida do trabalhador e de sua família,
conforme aprenderam nas aulas anteriores.Sem trabalho as pessoas não sobrevivem, nãotêm casa para morar, alimentos, roupas, cal-çados, não podem estudar, não têm lazer. Massuas respostas podem indicar, igualmente, umaética do trabalho, invocando valores como ho-nestidade, dignidade, independência, autorrea-lização. Os alunos, contudo, poderão expressara sua insatisfação com o trabalho, negando es-ses valores ao considerar o trabalho como umacarga imposta aos indivíduos e demonstrar me-nosprezo por aqueles que trabalham.
Os alunos terão, possivelmente, uma com-preensão mais clara a respeito do desempre-go e sobre as consequências para a vida daspessoas se eles, ou seus familiares, já passarampela experiência da exclusão ou tiveram dificul-dade de inserção no mercado de trabalho. Noentanto, talvez não consigam explicar as cau-sas do desemprego, e você pode pedir a eles que
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tenham como referência a situação de pessoas
desempregadas que conhecem, procurandoentender por que estão nessa situação. Proponhaque eles façam a Pesquisa em Grupo do Cadernodo Aluno, como tarefa extra-aula, com o objeti-vo de encontrar explicações para o desemprego:Quais motivos as pessoas atribuem para o fato deestarem desempregadas? Organize os alunos emgrupos de cinco e peça que cada grupo realize
uma entrevista com uma pessoa que algum delesconheça e que esteja desempregada. Na entre-vista eles devem fazer as perguntas que foramcolocadas no início desta etapa de sensibilizaçãoe devem anotar os seguintes dados do entrevis-tado: idade, sexo, profissão. Os resultados dessapesquisa serão analisados no início da Etapa 2.
Etapa 1 – Mercado de Trabalho:emprego e desemprego
Inicie a discussão a respeito do mercado detrabalho dirigindo a atenção dos alunos para ográfico, que também está no Caderno do Aluno,
com a distribuição das pessoas que estão ocu-padas em algum tipo de atividade, segundo aposição que ocupam. Esse gráfico é parte deuma pesquisa sobre condições de vida.
A Pesquisa de Condições de Vida foi apli-cada em amostra de cerca de 20 mil domicílios,representativa da população paulista residen-te em área urbana. Foram visitados cerca de150 municípios do interior do Estado, alémdos pertencentes às três regiões metropolitanas– São Paulo, Baixada Santista e Campinas –,com o intuito de oferecer um panorama dasituação socioeconômica da população urba-na paulista. A pesquisa foi realizada entrejunho e novembro de 2006, em domicílioslocalizados nas áreas urbanas, que concen-travam, naquele ano, 93,7% da populaçãoresidente no Estado de São Paulo. (Pesquisade Condições de Vida – Fundação Seade –Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/publicacao_completa_pcv_2006.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2013.Realizada no Estado de São Paulo).
Gráfico 1 – Distribuição dos ocupados, segundo posição na ocupaçãoEstado de São Paulo 2006
Empregadores
3%
Empregados
domésticos10%
Demais
4%
Assalariadoscom carteira
43%
Autônomos
19%
Assalariados64% Assalariados
sem carteira12%
Assalariadosdo setorpúblico9%
Fonte: Casa Civil; Fundação Seade. Pesquisa de Condições de Vida – PCV.Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/mercado_de_trabalho.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2013.
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Sociologia - 2a série - Volume 3
Procure reproduzir na lousa o gráficono formato de um queijo e as fatias recor-tadas. Os alunos também podem acompa-nhá-lo no Caderno do Aluno. Explique-lhesque cada uma delas representa a proporçãode pessoas em cada uma dessas ocupações.Assinale que a maior parte, 64%, é de assa-lariados e peça que eles indiquem quais asoutras ocupações que aparecem no gráfi-co e quais as respectivas porcentagens. Emseguida, chame a atenção para a coluna em
azul. Ela se refere apenas aos 64% de assa-lariados, e especifica a proporção daquelesque têm carteira de trabalho assinada (43%),os que trabalham mas não têm o registroem carteira (12%) e o total de assalariadosdo setor público (9%). Pergunte aos alunos:Vocês consideram importante ter um empregocom carteira assinada? Quais as vantagens deum emprego desse tipo? Espere as respostas edestaque os direitos garantidos por essa for-ma de trabalho:
1. Acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O FGTS é um valor depositado men-salmente na Caixa Econômica Federal, pelo empregador, em conta no nome do empregado, quetem por finalidade protegê-lo na hipótese de desemprego involuntário, ou seja, caso ele seja demi-tido da empresa ou adquira determinadas doenças. Ele também pode ser retirado pelo empregado nomomento da compra de um imóvel;
2. Férias remuneradas;3. 13º salário;4. Em alguns casos, direito a seguro-desemprego;5. Inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que garante o direito à aposentadoria.
Lembre aos alunos que os assalariadossem carteira assinada não têm acesso a essesdireitos. E, apesar de existir uma legislaçãoque obriga o registro em carteira dos empre-gados domésticos e lhes garanta férias remu-neradas, 13º salário e inscrição no INSS,ainda é grande a proporção desses emprega-dos que não são registrados e, portanto, sãoprivados desses direitos.
Já o trabalhador autônomo deve se inscre-ver na Prefeitura, pagar alguns impostos econtribuir para o INSS, o que lhe garante a
aposentadoria e recebimento de alguns bene-fícios na hipótese de doença que o impeça derealizar seu trabalho. Contudo, ele não tem direi-to a seguro-desemprego, ao FGTS, nem a fériasremuneradas ou a 13º salário, por exemplo.
Inicie a discussão sobre outro aspecto davida dos trabalhadores, que diz respeito àspessoas que, ao contrário das anteriores, estãoexcluídas do mercado de trabalho. Solicite aosalunos que observem o gráfico com as taxas dedesemprego e de participação, que se encontratambém no Caderno do Aluno:
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Metropolitanas Demais
RMC
RMBS
RMS
RARegistro
ESP
Noroeste
Aglomerado
RASorocaba
RACampinas
RASJC
Central-Norte
Aglomerado
Gráfico 2 – Taxas de desemprego e de participaçãoEstado de São Paulo 2006
75,0Taxa de Desemprego Taxa de participação
60,0
45,0
30,0
15,0
0,0
Regiões
Regiões
Fonte: Casa Civil; Fundação Seade. Pesquisa de Condições de Vida – PCV.Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/mercado_de_trabalho.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2013.
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Como não se trata de um gráfico de fácilentendimento, inicie a discussão esclarecendo,em primeiro lugar, o significado das siglas colo-cadas abaixo das colunas azuis e amarelas:
f Regiões Metropolitanas: RMS – RegiãoMetropolitana de São Paulo; RMBS– Região Metropolitana da BaixadaSantista; RMC – Região Metropolitana deCampinas.
f RA – Regiões Administrativas de Campinas,Registro, Sorocaba e São José dos Campos.
f AglomeradosUrbanos: Central-Norte, forma-do pelas Regiões Administrativas Centrais deBauru, Franca e Ribeirão Preto; e Noroeste,formado pelas Regiões Administrativasde Araçatuba, Barretos, Marília, PresidentePrudente e São José do Rio Preto.
Além disso, esclareça o significado de Taxade Participação: proporção de pessoas com 10anos ou mais que estavam trabalhando ou pro-curando emprego; e o de Taxa de Desemprego:proporção de pessoas com 10 anos ou mais quenão estavam trabalhando.
Sociologia - 2a série - Volume 3
63,0
58,955,2 53,8 54,0
48,9
15,320,7 19,5
16,8 16,0 16,511,3
Em seguida, chame a atenção dos alunospara as duas primeiras colunas à esquerda;elas indicam as taxas globais de participa-ção (a amarela) e de desemprego (azul) parao Estado de São Paulo – 58,9% e 15,3%, res-pectivamente. Pergunte aos alunos: Qual é aregião que apresenta a taxa mais alta de parti-cipação? Olhando o gráfico, eles deverão apon-tar a Região Metropolitana de São Paulo, com63%, ou seja, em cada 100 pessoas, 63 esta-vam trabalhando ou procurando emprego. Equal a região com a menor taxa? É a região deRegistro, com apenas 48,9%, ou seja, um poucomais da metade da população não trabalhou ouprocurou emprego no ano de 2006. Explique osignificado disso: trata-se de uma região queoferece poucas oportunidades de trabalho e,como consequência, temos a alta taxa de pes-soas à margem do mercado de trabalho.
Dirija o olhar dos alunos para as colunasazuis e pergunte: Quais as regiões que apresentama taxa mais alta e a mais baixa de desemprego?
A resposta dos alunos deve indicar, com asmenores taxas, a região de Campinas, sejaa metropolitana, seja a administrativa, e ado Aglomerado Central-Norte, com poucomais de 11% de desempregados. É importantedestacar para os alunos que essas são regiõescom uma concentração significativa de indús-trias, como as do setor metalúrgico em Campinase região e a de calçados em Franca. As regiõesadministrativas de Registro e de São José dosCampos mostram as maiores taxas de desem-prego: 20,7% e 19,5%, respectivamente. Con-firma-se, portanto, que a região de Registro éa que apresenta as piores condições em termosdo mercado de trabalho. Há ainda no gráficoum dado que merece destaque: apesar de aRegião Metropolitana de São Paulo ter uma altataxa de pessoas com participação no mercado detrabalho, ela também mostra uma alta porcen-tagem de desempregados, 16,8%.
Peça a um dos alunos para ler o trecho aseguir:
“O desemprego afeta com intensidade diferenciada os diversos segmentos populacionais. De modogeral, seu patamar é mais elevado entre crianças e adolescentes de 10 a 17 anos (43,9%) e jovens de18 a 24 anos (24,9%). Coerentemente com essa condição, as maiores taxas também se observam entreos que não concluíram o Ensino Médio (20,5%) e os que ocupavam a posição de filhos no domicílio(24,3%). Tal quadro não apresenta diferenciações regionais relevantes”.
Pesquisa de Condições de Vida – Mercado de Trabalho, 2006. p. 12. Fundação Seade.Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/pcv/pdfs/publicacao_completa_pcv_2006.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2013.
Esse texto introduz uma nova questão: a deque o desemprego atinge muito mais os jovensdo que os adultos. O objetivo dessa discussão épermitir que os alunos possam refletir a respeitoda condição do jovem trabalhador, com base noprincípio do estranhamento. Mostre que, entreos jovens de 18 a 24 anos, a taxa de desempre-go é maior do que a taxa mais alta encontradaem Registro, e que entre as crianças e adolescen-tes é mais do que o dobro. No texto há ainda
outro aspecto que merece destaque: o desem-prego é mais alto entre aqueles que não concluí-ram o Ensino Médio, ou seja, podemos apontaruma conclusão importante: o desemprego atin-ge diferentemente as pessoas, conforme a idadee o nível de escolaridade. Para aprofundar maisessa discussão, utilize o texto a seguir.
Você pode realizar uma leitura individual,compartilhada ou comentada.
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Ipea: jovens são 46,6% de desempregados no País
Carolina Ruhman – Agência Estado.
“SÃO PAULO – Cerca da metade do total de desempregados no Brasil tem entre 15 e 24 anos,segundo pesquisa divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado aoNúcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. De acordo com o estudo, a proporçãoentre o número de jovens desempregados e o total de pessoas sem emprego no País era de 46,6% em2005, a maior taxa entre os dez países pesquisados. No mesmo período, no México, essa proporção erade 40,4%; na Argentina, de 39,6%; no Reino Unido, de 38,6%; e, nos Estados Unidos, de 33,2%.Segundo o Ipea, o problema do desemprego tende a ser mais acentuado entre os jovens do que
no restante da população em todo o mundo, e o crescimento do desemprego entre os jovens refletea expansão geral do problema em todas as faixas etárias. Entretanto, o instituto avalia que não hátendência de aproximação entre as taxas de desemprego de jovens e adultos. “Ao contrário, a taxa dedesemprego dos jovens cresce proporcionalmente mais”, destaca o documento.O desemprego entre os jovens brasileiros de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior que entre os adultos
com mais de 24 anos. O índice vem aumentando, uma vez que em 1995 era de 2,9 vezes e em 1990, 2,8.A pesquisa mostra que, em 2006, a taxa de desemprego era de 5% entre os adultos de 30 a 59 anos, de22,6% entre os jovens de 15 a 17 anos, de 16,7% entre 18 e 24 anos, e de 9,5% entre 25 e 29 anos.O Ipea atribui esse fenômeno à maior rotatividade entre os trabalhadores jovens do que entre os
adultos, o que implica uma taxa de desemprego maior. O instituto ressalta que parte dessa rotativi-dade não é necessariamente problemática, já que está mais relacionada às decisões do jovem e ao pro-cesso de “experimentação’’ em várias ocupações.Entretanto, esta questão também é explicada pelo lado da demanda, uma vez que os postos de
trabalho ocupados por pessoas de baixa qualificação e experiência são, em geral, os piores em termosde remuneração e condições de trabalho, além de terem os menores custos de demissão e contrata-ção. Nesse contexto, os jovens encontram disponíveis apenas ocupações precárias e de curta duração,destaca o Ipea.
Escolaridade
A pesquisa chama atenção também para a defasagem escolar. De acordo com o estudo, cerca de34% dos jovens entre 15 e 17 anos ainda estão no Ensino Fundamental, enquanto apenas 12,7% dosjovens de 18 e 24 anos frequentam o Ensino Superior. “Em suma, com o aumento da idade diminui afrequência de jovens à educação escolar”, aponta o estudo.Por outro lado, a proporção de jovens fora da escola é crescente, conforme a faixa etária: 17%
entre os com idade de 15 a 17 anos; 66% entre 18 e 24 anos e 83% entre 25 e 29 anos, sendo que mui-tos deles não chegaram a completar o Ensino Fundamental.Outro ponto destacado pelo estudo é o grau de analfabetismo no Brasil. A taxa de pessoas com
15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever um bilhete simples ainda se mantinha acima de 10%em 2006. “É uma taxa bastante elevada, sobretudo quando comparada às de outros países do pró-prio continente sul-americano, como Uruguai, Argentina e Chile, cujas taxas variam entre 2% e 4%”,aponta o documento.De acordo com o estudo, o analfabetismo entre jovens de 15 a 24 anos tornou-se um “problema
residual” nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, onde as taxas giram em torno de 1%. Já noNordeste, o problema é maior, já que a região ainda registra taxa de 5,3% de analfabetismo para osjovens entre 15 e 24 anos e de 11,6% para a faixa etária de 25 a 29 anos.
Representatividade
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Sociologia - 2a série - Volume 3
Representatividade
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia em 2006no País 51,1 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, o que correspondia a 27,4% da popula-ção total. O número é 48,5% maior do que o de 1980, quando havia no País 34,4 milhões de jovens”.
O Estado de S. Paulo, 20 maio de 2008.Disponível em <http://www.estadao.com.br/economia/not_eco175595,0.htm>. Acesso em: 21 mar. 2013.
Comece a discussão perguntando aos alu-nos o que entenderam do texto e peça para queescrevam no caderno o dado que mais chamoua atenção de cada um. Não há resposta corretapara isso. É só uma forma de verificar o quechama a atenção dos jovens. Verifique as res-postas, pois isso pode ser uma maneira decomeçar a discussão do texto.
A nossa sugestão é que você comece a dis-cussão pela constatação do problema: muitomais jovens estão desempregados do que adul-tos. No Brasil eles representam quase metadedo total de desempregados (46,6%).
Além disso, não é apenas um problema doBrasil.
Provavelmente, surpreenderam-se com ofato de que o desemprego entre os jovens nãoé apenas maior do que entre os adultos, masequivale a várias vezes o desemprego entreos adultos com mais de 24 anos. Caso nãotenham percebido isso, é importante destacaressa informação.
Você pode questioná-los por meio do rotei-ro que orienta a condução das questões doCaderno do Aluno.
Será que esse é um problema que se refe-re só ao ano de 2005? Ou é um problema quesistematicamente tem aparecido em pesquisasque medem a taxa de desempregados?
Esse não é um problema só do ano de2005. Podemos observar pelos dados que oíndice de desempregados entre os jovens só
subiu: em 1990 (há quase 20 anos) o desempre-go entre os jovens era 2,8 vezes maior do queo desemprego entre os adultos e ao longo dosanos a situação só piorou.
Em 1995, a taxa de desemprego entre osjovens já era 2,9 vezes maior do que a de adul-tos e em 2000 era três vezes maior, até que em2005 passou a ser 3,5 vezes maior. Ou seja, como passar do tempo o problema só aumentou.
A alta porcentagem de jovens desempregadosem comparação com a de adultos é um problemaque acontece só no Brasil? Peça a eles que expli-quem isso na questão do Caderno do Alunoe que justifiquem essa resposta.
As respostas dos alunos vão mostrar se fo-ram capazes de verificar que a pesquisa englo-bava dez países, mas apenas os dados de algunsdeles foram mostrados. O nosso país é o queapresenta a proporção mais alta de jovensdesempregados com relação ao total de pessoassem emprego (46,6%) em 2005, porém, nos de-mais países, a situação não é muito melhor, ouseja, o problema não ocorre só no Brasil.
Outra evidência apontada no artigo é a deque, além de o desemprego entre os jovens sermaior do que entre adultos, as taxas de desem-prego dessa parte da população aumentam deforma muito mais rápida do que nas demaisfaixas de idade. Para exemplificar como a por-centagem de jovens desempregados é gran-de, você pode fazer um quadro na lousa queapresente as diferenças na taxa de desempregopara 2006 e pedir aos jovens que anotem issono quadro do Caderno deles.
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Peça-lhes que evidenciem quais os fatoresapontados pelo Ipea para explicar a maior taxade desempregados entre os jovens:
a) em primeiro lugar, o Ipea aponta aquestão da rotatividade entre os jovens,ou seja, eles tenderiam a mudar mais deemprego, pois estariam “experimentando”ocupações; ou seja, eles não sabem ainda oque querem e mudam mais facilmente deemprego do que a população mais velha;
b) em segundo lugar, o Ipea aponta a baixaqualificação do jovem e o tipo de pos-to que ocupa. Como o jovem possui, deuma maneira geral, baixa qualificaçãoe pouca experiência, ele ocupa aquelespostos que são, em geral, os piores emtermos de remuneração e condições detrabalho, além de terem os menores cus-tos de demissão e contratação. Como aqualificação exigida para o posto é baixa,ele é mal remunerado, e assim é maisfácil, do ponto de vista econômico, acontratação ou demissão. Por isso, elesconseguem ocupações mais precárias ede curta duração;
c) o terceiro ponto está relacionado à ques-tão da escolaridade: ao tratar essa questão,logo após a afirmação de que os jovens têmuma baixa qualificação, o artigo indireta-mente relaciona a questão do desempregoà escolaridade. Afinal, a grande defasagemescolar diminui a chance de os jovens con-seguirem empregos melhores e mais bemremunerados, pois não possuem qualifica-ção para tanto.
Você pode pedir aos alunos que comen-tem em algumas linhas os fatores apontadospelo Ipea, tendo em vista a própria experiên-cia ou de seus amigos e jovens conhecidos.
A pesquisa chama a atenção tambémpara a defasagem escolar. De acordo com oestudo, cerca de 34% dos jovens entre 15 e 17anos ainda estão no Ensino Fundamental,enquanto apenas 12,7% dos jovens de 18 e 24anos frequentam o Ensino Superior.
Outro ponto importante é a crescenteproporção de jovens fora da escola, confor-me a faixa etária: 17% entre os com idadede 15 a 17 anos; 66% entre 18 e 24 anos; e83% entre 25 e 29 anos, sendo que muitosdeles não chegaram a completar o EnsinoFundamental. Além disso, o artigo tambémaponta a elevada taxa de analfabetismo noPaís, representada pela dificuldade entre aspessoas maiores de 15 anos de escrever ou lerum bilhete simples.
Para encerrar essa discussão, peça paraque observem o Gráfico 3 no Caderno doAluno, com as taxas recentes de desempre-go, segundo os dois tipos: desemprego aberto(pessoas que procuraram trabalho de ma-neira efetiva nos 30 dias anteriores ao da en-trevista e não exerceram nenhum trabalhonos sete últimos dias) e desemprego oculto(oculto pelo desalento: pessoas que não pos-suem trabalho nem procuraram nos últimos30 dias anteriores ao da entrevista, por de-sestímulo do mercado de trabalho ou porcircunstâncias fortuitas, mas apresenta-ram procura efetiva de trabalho nos últimos
Sociologia - 2a série - Volume 3
Faixa Etária 15 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 59 anos
Taxa deDesemprego
22,6% 16,7% 9,5% 5,0%
12 meses; ou oculto pelo trabalho precário:pessoas que realizam trabalhos precários –algum trabalho remunerado ocasionalde auto-ocupação (“bicos”) – ou pessoasque realizam trabalho não remunerado em
ajuda a negócios de parentes e que procura-ram mudar de trabalho nos 30 dias anterioresao da entrevista, ou que, não tendo procu-rado nesse período, fizeram-no sem êxitoaté 12 meses antes).
Gráfico 3 – Taxas de desemprego, por tipoRegião Metropolitana de São Paulo 2008-2009
Aberto/2009 Oculto/2009
Em %
13,6 13,6 14,3 14,2 14,1 13,9 14,1 14,0 13,5
4,1
12,5 12,3 11,8
3,3 3,7
9,2 9,8 10,8
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese e MTE/FAT. Dieese – Pesquisa de Emprego e Desemprego – Região Metropolitanade São Paulo – Divulgação nº 292, março 2009. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/analiseped/anualSAO.html>.Acesso em: 21 mar. 2013.
Verifique se os alunos conseguem compre-ender o que o gráfico expressa. Em primeirolugar, eles precisam entender as taxas totais
de desemprego do ano de 2008, na RegiãoMetropolitana de São Paulo3, que aparecemna linha contínua na parte superior do gráfico.
3A Região Metropolitana de São Paulo reúne 39 municípios do Estado de São Paulo, vizinhos da capital paulista. A Regiãoé dividida em seis regiões ou microrregiões: Capital, Grande ABC, Alto Tietê, Osasco, Itapecerica e Franco da Rocha.
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Ali vemos que, de janeiro a dezembro de 2008, ataxa de desemprego total se manteve em tornode 14% até agosto, apresentando em seguidauma queda para 11,8% em dezembro. Nos úl-
timos quatro meses do ano, portanto, houveuma recuperação do mercado de traba-lho, com o aumento da oferta de emprego eredução do desemprego. Chame a atençãodos alunos para as três colunas que indicamas taxas de desemprego nos três primeirosmeses de 2009: em janeiro e fevereiro houveum ligeiro acréscimo do desemprego (12,5% e13,5%, respectivamente), quando comparadoa dezembro, mas ainda se mantendo abaixodas taxas registradas nos mesmos meses em2008. No mês de março, contudo, o desempre-go volta a aumentar, com a maior taxa desdejaneiro de 2008: 14,9%.
Propostas de Questões para Avaliação
1. Os alunos deverão escrever um texto dis-sertativo comparando os dados dos trêsgráficos apresentados, analisando as taxasde pessoal ocupado, de desempregadosno ano de 2006 e as taxas de desempregonos anos de 2008 e 2009. Ressalte que, ape-sar de as bases dos dados serem diferentes,isto é, os dados serem obtidos a partir depesquisas diferentes, é possível perceber omovimento do emprego e do desempregono mercado de trabalho.
2. Peça aos alunos que leiam o trecho a seguire escrevam um texto com comentáriossobre o significado desse diálogo entre trêsjovens.
“Jovem 2: ‘Escuta bem, muita gente aí vira marginal por causa desse motivo. Tem uma família, osfilhos tão passando fome, atordoado, ele mete a mão na máquina e vai’.
Jovem 1: ‘Eu acho que a mãe tem que ensinar os filhos como a minha mãe me ensinou. Minhamãe nunca me ensinou a roubar. Eu não roubo. Não vou dizer que nunca passei necessidade, já pas-sei necessidade, mas nunca cheguei a isso de meter a mão’.
Jovem 4: ‘Todos os pobres têm um momento na sua vida que aperta de lá, aperta de cá, mas setiver cabeça fresca, vai em frente... Teve dia lá em casa de ter angu e dar pras crianças: ‘Ah, eu nãocomo angu’. ‘Que tu não come angu’. E na hora batia aquele prato de angu. Não é não, compadre.Meu pai desempregado, minha mãe desempregada. Agora, minha mãe trabalha em três serviços, meupai trabalha de segunda a segunda, pode-se dizer. Meu irmão trabalha em obra, não tenho vergo-nha de dizer, não. Mais vale ele lá na obra que tá de revólver na mão, ganhando parte dos outros, dopobre coitado’[...]”.
ZALUAR, Alba. A máquina e a revolta. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 121.
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Etapa 2 – Transformações nomundo do trabalho
Inicie esta etapa propondo aos alunos asseguintes questões: Diante dos dados apre-sentados nas aulas anteriores como é possívelexplicar por que tanta gente está desempregada?
Quais seriam as causas do desemprego?Espere a reação da classe e anote na lousa asrespostas. Retome a pesquisa sobre desem-prego solicitada no início desta Situação deAprendizagem. Peça a cada grupo que exponhaas respostas que obteve. Analise com os alu-nos esse material, separando os entrevistados
Sociologia - 2a série - Volume 3
segundo a faixa etária (10 a 17 anos; 18 a24 anos; 25 a 29 anos; 30 a 39 anos; 40 a 49anos; 50 a 59 anos; 60 anos ou mais) e o sexo.Procure verificar com eles se existem dife-renças ou semelhanças entre as respostas,de acordo com as características de idade e desexo. Explore ao máximo os resultados dessapequena pesquisa, especialmente as respos-tas dadas pelos entrevistados à pergunta: Porque as pessoas ficam desempregadas? Apesarde marcadas pelas experiências individuais,essas explicações podem indicar algumascausas do desemprego, como a falta dequalificação, a baixa escolaridade, a falta
de sorte ou de oportunidades, mas podeser que se refiram também às transforma-ções do mundo do trabalho, ou seja, à redu-ção do número de empregos em decorrênciados processos de automação, à concorrênciaentre as empresas pelo aumento da produti-vidade, às mudanças nos processos de traba-lho etc.
Para tornar essa discussão mais próximados alunos, solicite que um deles leia o textoa seguir, que aborda a relação entre o jovem eo desemprego. Você pode realizar uma leituraindividual, compartilhada ou comentada.
“Ao lado do término da escolaridade formal e da constituição de uma nova família, oingresso no mercado de trabalho constituía-se tradicionalmente como um marco importanteda transição dos jovens para a vida adulta. E para boa parte dos jovens dos chamados paísesdesenvolvidos esse ingresso ocorria apenas após o término da educação formal. No Brasil, estarealidade nunca foi predominante para a maioria dos jovens, sendo mais evidentes o inícioda vida ativa antes mesmo da conclusão da escolaridade e a combinação entre trabalho eestudo. Mas, tanto nos países desenvolvidos quanto aqui, muitos estudos passaram a reco-nhecer a diversificação e complexidade dos caminhos das jovens gerações em direção à vidaadulta. Nesse processo, as transformações na instituição escolar e no mundo do trabalho têmum lugar importante, parecendo significativo aprofundar a observação dos percursos juvenisnas duas esferas.
Primeiramente, considerando o mundo do trabalho, ainda se encontra em curso um intensoprocesso de crise e transformação que, há pelo menos mais de 30 anos, vem atingindo de mododiferenciado as mais diversas regiões, setores e perfis dos trabalhadores.
A partir dos anos 1970, nos países desenvolvidos, e do final dos anos 1980, no Brasil, os mer-cados de trabalho tornaram-se cada vez mais heterogêneos e fragmentados, observando-se umgrupo de trabalhadores com alta qualificação, atividades em período integral e direitos trabalhistasassegurados convivendo ao lado de uma grande massa de trabalhadores pouco qualificados,ocupando postos de trabalho precários, mal remunerados, muitas vezes sem quaisquer direi-tos trabalhistas, e junto ainda a um número cada vez maior de desempregados. Sendo assim, astransformações no mundo do trabalho e o aumento dos ganhos de produtividade não signifi-cam aumento do nível de emprego, tornando o desemprego um problema estrutural no cenárioglobal. O período mais recente mostra um contexto de maior crescimento da atividade econô-mica e das oportunidades de empregos e ocupações que, embora ainda insuficientes, podem serindicativos de relevantes mudanças socioeconômicas em curso”.
CORROCHANO, Maria Carla...[et al]. Jovens e trabalho no Brasil – desigualdades e desafios para as políticas públicas.São Paulo: Ação Educativa, Instituto ibi, 2008. p. 9.
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Verifique as palavras do texto que os alunosnão entenderam. Sugira que releiam-no emcasa, procurando no dicionário as demais pala-vras. Peça-lhes que destaquem as partes queconsideram mais importantes e expliquemo seu significado. O texto traz dois conjun-tos de questões que você pode discutir comos alunos:
f Em primeiro lugar, a referência à passagemda juventude à idade adulta, que tem comomarcos a conclusão do Ensino Médio ouSuperior, o ingresso no mercado de traba-lho e a constituição de uma nova família.No caso do Brasil, essa passagem nun-ca ocorreu de forma tão linear, mas, sim,com constantes rupturas, seja com rela-ção à frequência à escola, seja ao ingres-so e permanência no mercado de trabalho.Os jovens, na maioria das vezes, conciliamescola e trabalho ou abandonam a esco-la para dedicar-se ao trabalho. Esse qua-dro tem se tornado mais complexo com asmudanças no mundo do trabalho;
f Essas mudanças, que no Brasil se inicia-ram a partir dos anos 1980, provocaramalterações no mercado de trabalho, diver-sificando-o e colocando novas exigênciaspara os trabalhadores. Até pouco tempo,acreditava-se que o progresso técnico leva-ria ao progresso social. Entretanto, estu-
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dos realizados demonstram que a riquezade alguns
países capitalistas não para deaumentar,
mas, ao mesmo tempo, aumen-tam as ta
xas de desemprego e o númerode excluí
dos do mercado de trabalho. Ocrescimen
to econômico ocorre, portan-to, acomp
anhado pela redução dos postosde trabalh
o, ou seja, ele não leva ao pleno
emprego (situação na qual praticamentetodos os q
ue querem trabalhar conseguemarranjar e
mprego). As transformações nomundo
do trabalho tiveram consequências
para o exercício do trabalho, exigindo dotrabalhador ajuste às novas condições.Se, por um lado, exigem-se novas quali-ficações e maior escolaridade, por outrosão criadas formas degradadas ou precá-rias de trabalho. Logo, as transformaçõesno mundo do trabalho são extremamentecontraditórias. De um lado qualificam-sealguns ramos de atividade e, de outro,ocorre uma desqualificação de certos seto-res ou a sua precarização.
Os estudos têm revelado que essas trans-formações resultam especialmente da automa-ção ou introdução de inovações tecnológicas.Pergunte aos alunos se eles podem exem-plificar com alguma inovação tecnológica.Provavelmente eles vão destacar celulares, mp3,ipods, computadores, robôs. Ressalte que essasmáquinas modernas, que revolucionaram osmodos de se comunicar, relacionar e trabalhar,facilitam, por um lado, a vida das pessoas, e, poroutro, quando aplicadas ao processo de traba-lho, implicam a utilização cada vez menor demão de obra para obter cada vez mais bens eserviços. Esse é o significado de “ganhos de pro-dutividade” que aparece no texto apresentado:hoje é possível produzir mais riqueza com umnúmero menor de trabalhadores.
Figura 4 – Braços robóticos trabalhando em linha de mon-tagem de automóveis automatizada
Sociologia - 2a série - Volume 3
Chame a atenção para a imagem e desta-que que a grande indústria moderna é o ápi-
ce do processo de substituição do homem pelamáquina discutido por Marx. Durante o pro-cesso de desenvolvimento da indústria, houveo esforço de introduzir mudanças no processo
Figura 5 – Frederick W. Taylor.1856-1915
Taylorismo: por taylorismo entendemos
de produção e na organização do trabalho como objetivo de aumentar a produtividade do tra-balho, ou seja, fazer com que o trabalhadorproduzisse mais em tempo menor. Apresenteaos alunos o sistema fordista-taylorista quepredominou em grande parte do século XX.
Figura 6 – Henry Ford. 1863-1947
Fordismo: o fordismo tem como principalelemento a introdução, por Henry Ford, em1913, da linha de montagem com esteira naprodução de automóveis. No entanto, mais doque inovação tecnológica, o fordismo se carac-teriza por ser um sistema com uma ampla divi-são do trabalho, produção em massa de benspadronizados, sindicatos relativamente fortese aumentos reais de salários.
as modificações introduzidas por FrederickW. Taylor, no final do século XIX, no modode produzir, sustentadas essencialmente porum estudo de tempos e movimentos. O ob-jetivo era controlar e determinar os métodosde trabalho, selecionando os trabalhadorese as ferramentas mais adequadas para o tra-balho a ser realizado.
Figura 7 – Ford modelo T. 1915
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A junção do controle de tempo coma esteira na linha de produção rece-beu o nome de fordismo-taylorismo.Esse foi o sistema de produção predo-minante até a década de 1960, que secaracterizava por: produção em massae altamente homogeneizada, utilizaçãodo trabalho parcelar, o operário vistocomo um apêndice da máquina, execu-tando atividade repetitiva. Conseguiureduzir o tempo de produção e aumen-tar o ritmo. Era a mescla da produçãoem série fordista com o cronômetrotaylorista. A dimensão intelectual dotrabalho ficava a cargo de bem poucos,
Figura 8 – Charles Chaplin em cena do filme Tempos Modernos, de 1936,em que faz a crítica do fordismo e da linha de produção com esteira
pois utilizava uma grande massa de tra-balhadores pouco ou semiqualificados.
Para que os alunos possam entender maisclaramente os motivos que levaram a mudan-ças no processo de produção e organização detrabalho com base no sistema fordista-taylo-rista, faça referência ao contexto histórico,social e político da chamada crise de acumu-lação capitalista que ocorre, em nível mundial,a partir do final dos anos 1960. Entre os fato-res dessa crise você pode indicar: o processo deglobalização, ou seja, a crescente intensificaçãoe ampliação em escala mundial das relaçõeseconômicas, sociais, políticas e culturais, como acirramento da competição entre as naçõespela ampliação dos mercados; essa dispu-ta por mercados levou ao rompimento como padrão de desenvolvimento anterior, sur-gindo daí um novo padrão industrial, com a
introdução de novas tecnologias e novas for-mas de produção e organização do trabalho.
Esta não é uma discussão fácil, mas procu-re mostrar aos alunos as principais caracterís-ticas de uma nova ordenação social e políticadefinida com base em um novo modo de pro-duzir, denominado por David Harvey de “regi-me de acumulação flexível”. Destaque para osalunos a palavra flexibilidade: trata-se agora deum novo momento em que tudo deve se tornarmais flexível – o trabalhador, as relações de tra-balho, os direitos do trabalho, os horários dotrabalho, os salários. Utilize o texto a seguirpara a sua exposição. Procure anotar na lou-sa os termos grifados no texto, para facilitar acompreensão dos alunos.
O regime de acumulação flexível é caracterizado por uma intensa racionalização, com a intro-dução da microeletrônica e, principalmente, pela flexibilidade de tudo que se refere à produção,ou seja, mercados de trabalho, processos de trabalho, produtos e padrões de consumo (HARVEY,1992). Define-se um novo padrão para a produção, alterando não só as condições técnicas emque o trabalho é realizado, mas também os padrões de relacionamento dos trabalhadores entresi, as suas formas de organização, mobilização e reivindicação. Novos termos passam a ser usa-dos para explicar o que está acontecendo. Fala-se hoje em um processo de produção “enxuto”, em
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Sociologia - 2a série - Volume 3
que os desperdícios de materiais e mão de obra, irracionalidades e grandes estoques devem ser evi-
tados; o trabalhador agora não é mais especializado, é polivalente, ou seja, realiza mais de umatarefa, operando mais de uma máquina; o trabalhador não fica mais fixo a um posto de trabalhona linha de produção, mas trabalha em grupos ou equipes; o trabalhador não é mais visto comomero executor das determinações vindas da gerência, mas espera-se que ele participe das decisões,fornecendo sugestões para melhorar a produção e aumentar a produtividade. Diminui, assim, adistância entre os gerentes e os trabalhadores, referidos como parceiros envolvidos nos interessescomuns de aumento da produtividade e da qualidade do produto. Diante de todas essas mudanças,o trabalhador tem, de um lado, as suas antigas habilidades destruídas, mas, de outro, enfrenta anecessidade de reconstruir habilidades e se requalificar para o trabalho nessas novas condições,ampliando a sua escolaridade e formação profissional. Como se vê, os novos processos de traba-lho, aliados à introdução de novas tecnologias, alteraram não só o modo de trabalhar, mas provo-caram alterações na exigência de qualificação dos trabalhadores, nas condições de trabalho, nasrelações existentes no local de trabalho.Uma das principais consequências da flexibilização na produção diz respeito ao mercado de traba-
lho, com a imposição de regimes e contratos de trabalho mais flexíveis. O trabalhador com empregoregular, diante do risco da demissão, submete-se às exigências específicas de cada empresa, o que podesignificar: baixos salários, longas jornadas de trabalho com o aumento das horas extras, intensificaçãodo ritmo do trabalho.Mas, além dessas consequências para aqueles que têm um emprego, ocorre aumento do trabalho
em tempo parcial, do trabalho por tempo determinado ou temporário, do trabalho em domicílio oudo trabalho autônomo. As formas estáveis de trabalho estão sendo substituídas pelas formas precárias,geralmente acompanhadas por uma redução nos salários, sem garantias ou benefícios sociais e em con-dições inferiores quanto à segurança e às instalações.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
O objetivo dessa discussão é fazer com queos alunos tomem consciência das mudançasque vêm ocorrendo no mundo do trabalhoe que transformam não só o modo de tra-balhar, mas fazem surgir novas formas decontrato, como o trabalho temporário, quedura algumas semanas ou meses do ano; otrabalho em tempo parcial, em que o traba-lho é exercido por algumas horas no dia ou nasemana. Quando regidas por contrato regis-trado em carteira de trabalho, essas formaspodem garantir alguns dos direitos trabalhis-tas; contudo, a precariedade se dá pela incer-teza quanto ao futuro e à construção de umacarreira no mercado de trabalho. Temos aindao retorno de algumas formas de trabalho: emdomicílio, o autoconsumo ou autoconstrução,que o desenvolvimento do capitalismo levava aacreditar que seriam ultrapassadas.
Da mesma forma, é importante destacarpara os alunos as exigências dirigidas aostrabalhadores, não só quanto à finalizaçãoda escola básica, mas também ao aumen-to de escolaridade, com a sucessão de dife-rentes cursos que permitem ao trabalhadorse qualificar. Ao lado disso, espera-se queo trabalhador altere o seu relacionamentocom a empresa, mostrando-se interessadoe comprometendo-se com o desempenho eos resultados.
Proposta de Situação de Avaliação
Para a avaliação dessa Situação de Apren-dizagem, você pode pedir aos jovens que es-crevam um texto dissertativo com base naexposição feita por você e no texto apresentado
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a seguir, destacado na seção Você aprendeu?no Caderno do Aluno. Sugira aos alunos que
consultem no dicionário para buscar o signifi-cado das palavras que não compreendam.
“Os sinais de que a crise econômica resultante da especulação financeira está chegando aqui nosvêm através do desemprego anunciado, uma relativa novidade no funcionamento do mercado detrabalho. Relativa novidade se comparada com o modo como, há meio século, o desemprego al-cançava os trabalhadores. Ontem, havia uma cultura do trabalho, de que a perda do emprego, enão propriamente o desemprego, era um capítulo menor. O trabalhador chegava à empresa de ma-nhã cedo e não encontrava na chapeira o seu cartão de ponto. Ficava amarelo, pois já sabia que iareceber o bilhete azul, a demissão. Ser demitido era um drama, pois era como receber uma marcadepreciativa na biografia profissional, demissão que tinha que ser explicada ao novo potencial em-pregador. O desemprego aparecia como questão pessoal e não como questão social, que é o queocorre hoje.[...]
Terminado o período de euforia econômica dos anos 1970, disseminou-se o desemprego comoestado permanente e problema social, como novo conceito no lugar do mero conceito de desempre-gado, os custos das oscilações da economia transferidos para os trabalhadores bem como a respon-sabilidade pelo problema. No fundo, a nova mentalidade laboral diz a todos que o trabalhador éo responsável pela falta de trabalho. O desempregado individual passou a ser a vítima do desempregosocial, cabendo-lhe definir as estratégias para superar ou contornar essa interiorização de um pro-blema coletivo, que não causou. Hoje, um número extenso de famílias da classe trabalhadora e daclasse média já experimentou ou tem experimentado continuamente a presença de ao menos um mem-bro desempregado, subempregado, empregado precariamente ou à procura de emprego.[...]
De fato, o desemprego secundariza as pessoas, não só o desempregado, e dissemina a culturadessa secundarização, que é uma cultura de medo, incerteza e conformismo. Mesmo que a perdado emprego não se confirme para a maioria, a cultura do desemprego anunciado chega a todos.Uma cultura que afeta todas as instituições, da família à religião, muda padrões de comporta-mento, reforça a dependência material de uns em relação aos outros, fragiliza a coesão social, pro-move o descrédito dos valores de referência da conduta de cada um e de todos”.
MARTINS, José de Souza. A cultura do desemprego anunciado.O Estado de S. Paulo, Caderno Aliás, 1º fev. 2009. p. J3.
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSORE DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DOS TEMAS
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Livros
ARAÚJO, Silvia Maria de; BRIDI, Maria Apa-recida; MOTIM, Benilde Lenzi. Sociologia: um
olhar crítico. São Paulo: Contexto, 2011. <www.editoracontexto.com.br>. Trata-se de texto bas-tante acessível, escrito de forma clara, que introduza discussão a respeito do trabalho e outros temas.
Sociologia - 2a série - Volume 3
CARMO, Paulo Sérgio do. A ideologia dotrabalho. São Paulo: Moderna, 2005. Olivro é especialmente escrito para o públicojovem, e o professor pode escolher algumas
partes para que os alunos leiam.
CORROCHANO, Maria Carla...[et al].Jovens e trabalho no Brasil – desigualdades
esafiosraslíticas
úblicas. SãoPaulo: Ação Educativa, Instituto ibi, 2008.Esse estudo é uma importante contribuiçãopara o conhecimento a respeito do jovem esua inserção no mercado de trabalho, bemcomo as diferentes combinações entre estudoe trabalho e a situação de desemprego.
HARVEY, David. Condição pós-moderna.São Paulo: Loyola, 1992. Para a discussãosobre o fordismo e a mudança para o regime deacumulação flexível indicamos a leitura doscapítulos 7, 8 e 9 da parte II: “A transforma-ção político-econômica do capitalismo dofinal do século XX”.
MARX, Karl. Capital – A Critique of PoliticalEconomy. Rio de Janeiro: Civilização Brasi-leira, 1975. Livro Primeiro, v. I, especialmenteo capítulo XII. A obra é recomendada paraos que quiserem aprofundar o conhecimentoa respeito do método marxiano de análise.É uma leitura fundamental, ainda que nãomuito fácil.
OUTHWAITE, William; BOTTOMORE,Tom. Dicionário do pensamento social doséculo XX. Rio de Janeiro: Zahar, 1996. Emcerca de 500 verbetes, examina temas funda-mentais do pensamento social.
ZALUAR, Alba. A máquina e a revolta: asorganizações populares e o significado dapobreza. São Paulo: Brasiliense, 1985. Su-gerimos aos professores a leitura deste livroque resulta de pesquisa realizada em bairrodo Rio de Janeiro, Cidade de Deus, em que aautora analisa o cotidiano de trabalho, pobre-
za e violência de seus moradores, bem comoas organizações populares aí existentes.
Site
Seade. Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/divpolitica>. Acesso em: 21 mar.2013. Acesse o site para saber mais a respeitodas Regiões Metropolitanas e Administrativasdo Estado de São Paulo. Utilize as opções dis-poníveis, para acesso ao material.
Filmes
Chapeleiros. Direção: Adrian Cooper. Brasil,1983. 24min. Documentário rodado emuma fábrica de chapéus do início do sécu-lo XX, registra as condições de trabalhono princípio da industrialização.
Garotas do ABC: Aurélia Schwarzenega.Direção: Carlos Reichenbach. Brasil, 2003.124min. Mostra o cotidiano de um grupode mulheres em uma metalúrgica do ABC.Discute também o tema do racismo e daintolerância.
Germinal. Direção: Claude Berri. Bélgica,França, Itália, 1993. 170min. Baseado no ro-mance de Émile Zola, retrata as condições devida e de trabalho nas minas de carvão daFrança, no século XIX, e a resistência dos tra-balhadores no movimento grevista.
Tempos modernos. Direção: Charles Chaplin.EUA, 1936. 87min. Neste filme, Chaplin fazuma crítica à inovação introduzida no pro-cesso de trabalho por Henry Ford, a linha demontagem, que impõe um ritmo de trabalhoque condiciona os gestos e os movimen-tos do trabalhador. No início do filme háa seguinte frase: “Tempos modernos é umahistória sobre a indústria, a iniciativa privadae a humanidade em busca da felicidade”.
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