sobre o modelo de fibonacci na variável complexa ... · alves, f. r. v.; oliveira, r. r. de. sobre...
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ISSN 2316-9664
Volume 11, dez. 2017
Francisco Regis Vieira Alves
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Estado
do Ceará – IFCE.
Rannyelly Rodrigues de
Oliveira
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Estado
do Ceará – IFCE.
Sobre o modelo de Fibonacci na variável
complexa: identidades generalizadas
On the complex variable Fibonacci´s model: generalized
identities
Resumo
A sequência emblemática relacionada com o problema da
reprodução de pares de coelhos, propugnado por Leonardo
Pisano, em 1202, se tornou, passados alguns séculos, o objeto de
estudo e pesquisa em determinados ramos particulares da
Matemática, sobretudo a partir dos anos 60. As repercussões
podem ser constadas a partir de uma profusão de modelos e
formas de sua generalização. Isso posto, no presente trabalho,
lidamos com as formas polinomiais de representação do modelo
Generalizado de Fibonacci na variável complexa. Assim, por
intermédio de engenhosas representações matriciais, deduzimos
três identidades clássicas e intimamente vinculadas ao modelo de
Fibonacci. Ademais, na última seção, trazemos uma nova
definição derivada ainda do modelo na variável complexa. Por
fim, as respectivas identidades são descritas ainda para um
conjunto maior de índices, caracterizando um processo de sua
extensão e generalização.
Palavras-chave: Sequência de Fibonacci. Variável complexa.
Identidades generalizadas.
Abstract
The emblematic sequence related to the problem of the
reproduction of pairs of rabbits proposed by Leonardo Pisano, in
1202 became, after a few centuries, the object of study and
research in certain particular branches of Mathematics, from the
sixties. The repercussions can be seen from a profusion of models
and forms of their generalization. This, in the present work, we
deal with the polynomial forms of representation of the
Generalized Fibonacci model, in the complex variable. Thus,
through some ingenious matrix representations, three classical
identities, closely linked to the Fibonacci´s model are deduced.
In addition, in the last section, we bring a new definition derived
from the complex variable´s model. Finally, their identities are
further described for a larger set of subscritps, characterizing a
process of their extension and generalization.
Keywords: Fibonacci´s sequence. Complex variable.
Generalized identities.
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
117
1 Introdução
Recorrentemente, na literatura especializada, reconhecemos um modelo matemático de uma
sequência homogênea recorrente de segunda ordem, por intermédio de um lacônico problema
formulado por Leonardo Pisano em 1202. Por outro lado, a partir dos anos 60, registramos
alguns trabalhos envolvendo uma preocupação com o aspecto histórico e evolutivo da
sequência de Fibonacci [1, 2, 3, 4, 5], ou seja, a sua generalização [6, 7, 8, 9, 10, 11] com ênfase
no processo de complexificação do modelo de Fibonacci, isto é, da introdução de unidades
imaginárias, do aumento dimensional e a correspondente propriedade das representações dos
números de Fibonacci ou, dizendo melhor, de números complexos de Fibonacci.
Nesse sentido, a despeito da descrição das propriedades do modelo de Fibonacci na variável
complexa, trazemos ainda a dedução de algumas identidades clássicas, largamente discutidas
em alguns livros, todavia, com a sua descrição correspondente para índices naturais. Dessa
forma, recordamos que a identidade descoberta em 1680 pelo matemático astrônomo italiano
Giovani Domenico Cassini (1625 – 1712) e de modo independente, em 1753, estudada pelo
matemático escocês Robert Simson (1687 – 1768), é conhecida por 1 1 ( 1) ,n
n n n nf f f f
para 0n .
A generalização dessa identidade, em 1879, foi devida ao trabalho do matemático belga
Eugène Charles Catalan (1814 – 1894), indicada por 2( 1)n r
n n n r n r rf f f f f
, para 1m n
. Outra forma de sua generalização foi consequência do trabalho do engenheiro e matemático
francês Philbert Maurice d'Ocagne (1862 – 1938), que nasceu em Paris em 1862 e, além de
outros trabalhos sobre Cálculo e Geometria, deduziu ainda a seguinte expressão
1 1 ( 1)m
m n m n n mf f f f f , para 1m n . Por fim, não nos furtamos de prestar uma pequena
homenagem ao matemático canadense Ross Honsberger (1929 – 2016), cuja identidade
1 1n m n m n mf f f f f , para 0m n , formulada em [7] inspirou inúmeras outras derivações
[12].
2 Representação polinomial do modelo de Fibonacci
A tradição dos estudos que investigam propriedades das representações polinomiais, em
alguns casos com a introdução de um parâmetro, de uma variável ou várias variáveis possui um
marco bastante representativo na década de 70. Assinalamos alguns trabalhos pioneiros [6, 8,
9, 12, 13, 14, 15] que concorreram para uma profusão de repercussões e implicações em outros
ramos de pesquisa intimamente relacionados com o modelo da Sequência Generalizada de
Fibonacci.
Os polinômios de Fibonacci foram estudados pela primeira vez em 1883 pelo matemático
belga Eugene Charles Catalan (1814 - 1894) e matemático alemão Ernest Erich Jacobsthal
(1881 - 1965). Assim, Catalan definiu a seguinte família de funções polinomiais de Fibonacci:
Definição 1. Chamaremos a Sequência Polinomial de Fibonacci (SPF), o conjunto de funções
polinomiais descrito pela relação de recorrência:
1 2( ) ( ) ( ),n n nf x x f x f x com1 2( ) 1, ( ) , e 1.f x f x x n
Sem dúvida, através da definição anterior, podemos perceber o processo de generalização
que inicialmente ocorreu com a sequência de Fibonacci e, gradualmente, após algumas décadas,
começou a ser registrado em vários outros modelos de sequências generalizadas. Tal
repercussão evidencia o caráter de ubiquidade do modelo de Fibonacci. Assim, na próxima
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Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
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seção, estudaremos as relações recursivas decorrentes da consideração da variável complexa e
que, em maior ou em menor substância, argumentos semelhantes podem ser registrados em
outros trabalhos semelhantes.
2.1 Representação na variável complexa
De acordo com [16], temos as seguintes definições:
Definição 2. A sequência Generalizada Polinomial (SGP) 0
( , )n nF a z
nas variáveis a e ,z é
definida pela relação de recorrência de segunda ordem:
2
1 2( , ) z ( , ) ( , ),n n nF a z a F a z a F a z para 2n
com a seguinte condição inicial 0 1( , ) 0, ( , ) 1F a z F a z . Logo em seguida e de modo particular,
consideremos ainda mais uma definição:
Definição 3. A Sequência Polinomial de Fibonacci (SPF), na variável z para 1,a é descrita
pela seguinte relação de recorrência:
1 2( ) z ( ) ( ),n n nf z f z f z para 2n
com os seguintes valores iniciais 0 1( ) 0, ( ) 1.f z f z Com origem nas definições anteriores,
vamos enunciar o seguinte lema:
Lema 1. ([16]) Para 1n , vale a seguinte relação:
1( , z) ( ).n
n nF a a f z
Demonstração: para 0 1 1
1 11 1 a ( )F a f z e 2 1 2 1
2 2 ( )F az a z a f z . Recorrendo às
definições 2 e 3, a demonstração segue por indução matemática sobre n observando que vale a
igualdade 2 2 2 3 1 1
1 2 1 2 1 2z z ( ) ( ) ( ( ) ( )) ( ),n n n n
n n n n n n n nF a F a F a a f z a a f z a z f z f z a f z
tendo em vista que 2
1 1( )n
n nF a f z
e 3
2 2 ( ).n
n nF a f z
∎
Dessa forma, pelo lema anterior, determinamos uma relação entre a SGP e a SPF. Por outro
lado, tomando a importante noção de função geradora discutida em [10], definida por:
0
( ) ( , ) n
F n
n
g t F a z t
,
assim, temos o seguinte teorema:
Teorema 1. ([16]) A função geradora da SGP é dada por:
2 2( )
1F
tg t
az t a t
.
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Demonstração: a partir da relação de recorrência 2
1 2z 0n n nF a F a F e da seguinte
soma formal 0
( ) ,n
F n
n
g t F t
vamos efetuar as seguintes operações. Primeiramente, vamos
façamos o produto 0
( ) n
F n
n
az t g t az t F t
. Logo em seguida, efetuamos ainda o seguinte
produto indicado 2 2
0
( ) ² ² .n
F n
n
a t g t a t F t
Com efeito, obteremos que:
0
1
0
2 2 2 2
0
( )
( )
( )
n
F n
n
n
F n
n
n
F n
n
g t F t
az t g t az F t
a t g t a F t
Logo em seguida, vamos considerar a seguinte expressão
2 2( ) , ( ) . ( ) ,F F Fg t az t g t a t g t para:
0 1 2
0 1 2
0
1 2 1
0 1 1
0
2 2 2 3 1 2
0 1 1
0
( ) :
( ) : t
² ( ) : ². ². ². ². ²
n n
n n
n
n n n
n n n
n
n n n
n n n
n
g t F t F t F t F t F t
azt g t az F t az F az F t az F t az F t
a t g t a F t a F t a F t a F t a F t
Assim, devemos o seguinte 2 2
0 1 0( ) . ( ) . ( ) . . .F F Fg t az t g t a t g t F t F az t F
1 2 0 1 0
2 2
² . . 0n n
n n n
n n
F az F a F t F tF az t F t t
. Portanto, segue que
2 2( )
1F
tg t
az t a t
, para .t IR ∎
Por intermédio da teoria das equações recorrentes homogêneas, devemos determinar a
seguinte equação característica 2 2 0t az t a . De imediato, podemos determinar as
raízes da seguinte forma 2 24 4
( , ) , ( , )2 2
az a z az a za z a z
. Facilmente, podemos ver que
2 2az, , 4a a z . Com origem nessas relações, vejamos outros
teoremas desta seção:
Teorema 2. ([16]) Para 0n , temos que:
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( , ) ( , )( , )
( , ) ( , )
n n
n
a z a zF a z
a z a z
.
Demonstração: ademais, de acordo com os argumentos anteriores, garantimos as seguintes
relações 2 2 0az a , 2 2 0az a . Logo em seguida, vamos recordar a
relação fundamental. Assim, pela hipótese indutiva, escrevemos ainda a seguinte relação
(determinada por definição): 2 2
1 2 1 1z zn n n n n nF a F a F F a F a F
1 1
2 2 2
.( )
n n
n n n n n n n n n n n n
az a az a az a az
2
2( a )( )
n n
a
. Por outro lado, efetuando algumas multiplicações, devemos determinar
que são válidas as igualdades 1 2 1n n naz a , 1 2 1n n naz a . Assim, vemos ainda que: 1 1 1 1
1
( ²) ( ²)n n n n n n n n
n
az az az az a aF
2 1 2 1 1 1a ( )
,n n n n n naz az a
para 1.n ∎
Teorema 3. Para todo inteiro n , temos que:
1 2
1( , z) ( , z)
( 1)n nn n
F a F aa
.
Demonstração: a partir da fórmula de Binnet que demonstramos no teorema anterior, vem que
2 1 2
1 1
1 1 1
( ) ( ) ( 1)
n nn n n n n n n n
n n n n nF
a a
1 2
1
( 1)nn n
Fa
, para inteiro .n ∎
Observamos que, a partir dos resultados passados, quando lidamos apenas com a variável
complexa z e fazendo 1,a podemos ainda determinar a fórmula de Binnet na variável
complexa e a correspondente extensão ao campo de índices inteiros. Ou seja,
(z) (z)(z)
(z) (z)
n n
nf
e
1 2
1
( 1)n nn n
F Fa
. Ou simplesmente, pelo lema 1, sabemos que é
válida a igualdade 1 ( )n
n nF a f z , para 1n . A partir disso, escrevemos
1
1
1( ) ( )
n n n nn
n n n nF a f z f z
a
.
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Antes de concluirmos a presente seção, vamos considerar as seguintes representações
matriciais 2 11
2 22
1 0
1
0
F FazA
a F a Fa
e 1
2 2
1
n nn
n n
F FA
a F a F
, por indução matemática, basta
ver que 2
1 2 11 1 1
2 2 2 22 2 2 2 21 11
1,
0
n n n nn n n n n
n n n nn n n
F F F Faz azF a F FA A A
a F a F a F a Fa az a F a a F a F
para todo 1n , assim, ao calcularmos o determinante dessa matriz, teremos que: 2det A a .
Diante disso, em seguida, discutiremos a generalização de algumas identidades clássicas, que
têm se tornado objeto de interesse em vários trabalhos.
3 Propriedades e algumas identidades generalizadas
Neste tópico, iremos explorar algumas identidades generalizadas, tais como de Cassini,
d´Ocagne, Catalan e a fórmula de Honsberger, considerando-as nas variáveis complexas a e z.
Agora, a partir das matrizes do tipo 1
2 2
1
n nn
n n
F FA
a F a F
, enunciamos os teoremas:
Teorema 4. ([16]) Identidade generalizada de Cassini: para 1n , vale:
2 2 2
1 1( , ) ( , ) ( , ) ( 1)n n
n n nF a z F a z F a z a
.
Demonstração: basta ver o comportamento do seguinte determinante da matriz
1
2 2
1
n nn
n n
F FdetA det
a F a F
e observamos que 2 2 21 n n n
n vezes
det A det( A ... A ) det(A) ... det(A) a ... a ( ) a .
Finalmente, ao lado direito, determinamos 1 2 2 2 2
1 1 1 12 2
1
( )n n
n n n n n n n
n n
F Fdet F a F a F F a F F F
a F a F
.
Assim, segue o resultado pretendido. ∎
Teorema 5. Para 0m,n temos que:
2
1 1 1
2 2
1 1 1 1 1 1
4
1
( ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , )
( ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , )
( , ) ( , ) ( , ).
n m n m n m
n m p n m p n m p n m p
n m p
i F a z F a z F a z a F a z F a z
ii F a z F a z F a z F a z a F a z F a z F a z a F a z F a z F a z
a F a z F a z F a z
Demonstração: (i) Vamos considerar a seguinte identidade matricial n m n mA A A e, a partir
disso, observamos que 1 1 1
2 2 2 2 2 2
1 1 1
n m n m n n m mn m
n m n m n n m m
F F F F F FA
a F a F a F a F a F a F
. Fazendo as contas,
devemos determinar o produto das matrizes 2 2
1 1 1 1
2 4 2 4
1 1 1 1
n m n m n m n m n m
n m n m n m n m
F F F a F F F F a FA A
a F F a F F a F F a F F
. De imediato, considerando o elemento da
1ª linha e 1ª coluna, determinaremos a identidade indicada no enunciado. Para determinar a
identidade indicada no item (ii), vamos tomar n m p n m pA A A A e repetiremos os
argumentos anteriores. ∎
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Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
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Teorema 6. ([16]) Identidade generalizada de d´Ocagne: para os inteiros 1m n temos que:
2
1 1( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ( , )n n
n m n m m nF a z F a z F a z F a z a F a z .
Demonstração: para tanto, assumiremos a seguinte matriz 2 2
0 2 2
1 1
n n
n n
F FB
a F a F
e, logo em
seguida, para descrevermos a matriz 1B , vamos considerar a primeira coluna da soma da matriz
2 2
2 1
4 4
1
n n n
n n
a F a Fa A
a F a F
com a seguinte matriz 2 2
0 3 3
1 1
n n
n n
az F az Faz B
a z F a z F
. Além disso,
deixaremos fixa a segunda coluna da matriz 0B . Portanto, vamos tomar a seguinte expressão
23 22 1 2
1 2 22 2 22 11 1( ) a
n nn n n
n nn n n
F Faz F a F FB
a F a Fa az F a F F
. No passo seguinte, repetimos o processo, ao
considerar a soma da primeira coluna da matriz 2 2
2 1 2 1
4 4
1
n n n
n n
a F a Fa A
a F a F
com a primeira
coluna da matriz que indicamos 3 2
1 3 3
2 1
n n
n n
az F az Faz B
a z F a z F
. Assim, determinaremos
4 2
2 2 2
3 1
n n
n n
F FB
a F a F
.Sucessivamente, determinaremos5 2
3 2 2
4 1
n n
n n
F FB
a F a F
,6 2
4 2 2
5 1
,n n
n n
F FB
a F a F
7 2
5 2 2
6 1
n n
n n
F FB
a F a F
,8 2
6 2 2
7 1
,n n
n n
F FB
a F a F
9 2
7 2 2
8 1
n n
n n
F FB
a F a F
,10 2
8 2 2
9 1
n n
n n
F FB
a F a F
,...,
2 2
2 2
1 1
.n r n
r
n r n
F FB
a F a F
A fim de verificarmos a matriz Br, apresentaremos o seguinte lema:
Lema 2. Para 0r temos que:
2 2
2 2
1 1
( , ) ( , )
( , ) ( , )
n r n
r
n r n
F a z F a zB
a F a z a F a z
.
Demonstração: de imediato, vemos para 0r e que 0 2 2
0 2 2
0 1 1
n n
n n
F FB
a F a F
e para 1r e que
3 2 1 2 2
1 2 2 2 2
2 1 1 1 1
n n n n
n n n n
F F F FB
a F a F a F a F
. Por indução, investigaremos o comportamento da
matriz 2
1 2
1
?
?
n
r
n
FB
a F
, tendo em vista que a segunda coluna permanece fixa. Repetimos o
mesmo argumento anterior, multiplicando as matrizes2 2
2 1
4 4
1
n r n r n r
n r n r
a F a Fa A
a F a F
e
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Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
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123
2 2
2 2
1 1
n r n
r
n r n
az F az Faz B
az a F az a F
. Dessa forma, tomaremos
2
1 2 2
1 4 2 2
1 1
n r n r n
r
n r n r n
a F az F FB
a F az a F a F
3 2 3 2
2 2 2 2 2
1 1 2 1( )
n r n n r n
n r n r n n r n
F F F F
a a F az F a F a F a F
, para todo 0r . ∎
A partir dessas relações, retornaremos para a demonstração do teorema 6. Assim, vamos
notar que 2 2 2 2
0 2 1 1 22 2
1 1
0n n
n n n n
n n
F FdetB det F a F a F F
a F a F
. E, a partir do teorema 4, devemos
obter que 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 4
1 3 1 2 12 2
2 1
( ) ( 1) ( 1)n n n n n n
n n n
n n
F FdetB det a F F F a a a F
a F a F
. Ou
ainda que 4 2 2 2 2
2 4 1 3 2 1 3 22 2
3 1
( ) [( ( z )n n
n n n n n n n
n n
F FdetB det a F F F F a F a F a F
a F a F
2 2 2 2 2 2 2
2 2 1 1 3 2 2 1 3 2( z )] [ z . z ] . z.( ²) . z.[( 1) . ]n n
n n n n n n n n n nF a F a F a F a F F a F a a F F F a a a
2 2 4
2( 1) . .n na F Finalmente, pelo teorema 4 anteriormente discutido, determinamos 2.detB
Vejamos mais um caso particular, na avaliação do determinante de 5 2
3 2 2
4 1
n n
n n
F FB
a F a F
.
Nesse caso, temos 5 2 2
3 5 1 4 22 2
4 1
( )n n
n n n n
n n
F FdetB det a F F F F
a F a F
. Mais uma vez, fazendo
pormenorizadamente as contas, veremos o comportamento de 2 2
3 4 3 1[( z )n n ndetB a a F a F F 2 2 2 2
3 2 2 3 1 2 1 3 1 3 2 2 2( ) ] [ (( ) ² ]n n n n n n n n n n n n nazF a F F a az azF F a F F a F F azF F a F F
2 2 2 2 2 2 2 2 4
1 3 2 1 3 2 3 3(( ² ² ²) ( ² ² ²) ²) ( ²)( ² ² ²) (( 1) ) ( 1) .n n n n
n n n n n na a z a F F a z a F a F F F a z a a a F a F
De modo análogo, obtemos 4 5 6, , ,...,detB detB detB permitindo pensar em
2 2 4( 1) ( , )n n
r rdetB a F a z . Assim, assumiremos 2 2 2 2 4
2 2
1 1
( 1)n r n n n
r r
n r n
F FdetB det a F
a F a F
. E, vendo
que 2
3 2 2 22 1 2
1 2 2 2 22 2 22 1 1 11 1( )
n r n n r nn r n r n
r
n r n n r nn r n r n
F F F FazF a F FdetB det det az det
a F a F a F a Fa azF a F a F
1 22 2 2 2 2
2 1 1 2 1 1 22 2
1
det .( . ) ²( )n r n
n r n n r n n r n n r n
n r n
F Fa az F a F a F F a F a F a F F
a F a F
2 2 4 2 2 2 4 2 2 4 2
1 1[( 1) ] [( 1) ] ( 1) .n n n n n n
r r r raz a F a a F a az F a F
Isto é,
determinamos que 2 2 4 2 2 2 4
1 1 1det ( 1) ( 1) .n n n n
r r r rB a az F a F a F
E, fazendo a seguinte substituição m n r e como já sabemos que
2 2 2 4
2 1 1 2 ( 1)n n
r n r n n r n rdetB a F F F F a F
, devemos determinar finalmente que vale
2 2 2 4
2 1 1 2 ( 1)n n
m n m n m na F F F F a F
∎
Assim, com origem nos argumentos anteriores, segue a identidade de d`Ocagne. Vejamos a
seguir, a generalização de outra identidade clássica.
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
124
Teorema 7. ([16]) Identidade generalizada de Catalan: para os inteiros m 1n temos que:
2 2( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ( , ) ( , )n r n r
n m n r m r m n r rF a z F a z F a z F a z a F a z F a z
.
Demonstração: definiremos a seguinte matriz 0 2 2
1 1
n n r
n n
F FC
a F a F
. Agora, consideremos a
matriz2 2
2 2
1 1
n r n
r
n r n
F FB
a F a F
e, em seguida, substituiremos o índice ‘n’ por ' 1'n r na mesma
matriz rB e obteremos 1 2 1 2 1 1
2 2 2 2
1 1 1 1
n r r n r n n r
n r r n r n n r
F F F F
a F a F a F a F
. Doravante, designaremos
1 1
1 2 2
n n r
n n r
F FC
a F a F
. Em seguida, construiremos a matriz 2C , tomando a primeira linha da matriz
há pouco definida por 0C multiplicada pelo termo 2( )a , para a linha correspondente da outra
matriz indicada por 0C , e adicionando a primeira linha da matriz 1C , quando multiplicada por
( az ). Por tal regra, determinaremos a matriz 2 2
2 21 1
2 2 22 2
z.
n n rn n n r n r
n n rn n r
F Fa F az F a F a FC
a F a Fa F a F
Recorrendo à definição 2,
observamos que 2
2 1n n nF a F az F e que também 2
2 1zn r n r n rF a F a F .
No passo seguinte, a fim de determinar a matriz 3C , tomaremos de novo a primeira linha da
matriz 1C multiplicada por ( 2a ) e adicionando a primeira linha da matriz 2C multiplicada pelo
termo ( az ). Observe que deixamos fixa a segunda linha, para escrever 2 2
1 2 1 2
3 2 2
azn n n r n r
n n r
a F F a F az FC
a F a F
. E, reparando que 2
1 2 3azn n na F F F e que
2
1 2 3n r n r n ra F az F F podemos determinar 3 3
3 2 2
n n r
n n r
F FC
a F a F
.
Com o escopo de confirmar nosso raciocínio, vamos descrever a matriz da ordem
subsequente, que indicaremos por 4 2 2
? ?
n n r
Ca F a F
e, a fim de determinarmos sua primeira
linha, tomaremos a primeira linha da matriz2C multiplicada por ( 2a ) e adicionando a primeira
linha da matriz 3C multiplicada pelo termo ( az ). Daí, obteremos
2 24 42 3 2 3
4 2 22 2
n n rn n n r n r
n n rn n r
F Fa F az F a F az FC
a F a Fa F a F
.
Antes de prosseguirmos na demonstração, vejamos o lema 3, que é uma representação
generalizada dessas construções matriciais de sC .
Lema 3. Para 2s , temos que:
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
125
2 2
( , ) ( , )
( , ) ( , )
n s n r s
s
n n r
F a z F a zC
a F a z a F a z
.
Demonstração: vimos anteriormente, alguns casos particulares e procedendo por indução,
vejamos que a matriz 1 2 2
? ?s
n n r
Ca F a F
deve ser determinada, partindo da primeira linha da
matriz1 1
1 2 2
n s n r s
s
n n r
F FC
a F a F
multiplicada por ( 2a ) e adicionando a primeira linha da matriz
2 2
n s n r s
s
n n r
F FC
a F a F
multiplicada pelo termo ( az ). Dessa forma, teremos
2 21 11 1
1 2 22 2
n s n r sn s n s n r s n r s
s
n n rn n r
F Fa F az F a F az FC
a F a Fa F a F
. Assim, segue o resultado que
pretendíamos. ∎
Além do mais, podemos escrever que 2
1 22 2
n s n r s
s s s
n n r
F Fdet detC az detC a detC
a F a F
1 1 2 22
2 2 2 2.
n s n r s n s n r s
n n r n n r
F F F Faz det a det
a F a F a F a F
Logo em seguida, apresentaremos o lema 4,
que permite a descrição do comportamento dos determinantes das matrizes que indicamos por
0 1 2 3 4, , , , ,..., sC C C C C C .
Lema 4. Para 2s , temos que:
1 2 2 2
2 2
( , ) ( , )( 1) ( , ) ( , )
( , ) ( , )
n s n r s n r n r
s r s
n n r
F a z F a zdetC det a F a z F a z
a F a z a F a z
.
Demonstração: preliminarmente, temos que 2 2
0 1 1det n n n r nC a F F a F F . Ademais,
recordamos que a partir da matriz rB , cujo determinante é obtido por 2 2 41 n n
r rdet B ( ) a F ,
nesse sentido, procedemos uma substituição imediata do índice ‘n’ pelo índice ‘ 1n r ’, assim,
devemos encontrar que 1rdet B detC ( 1) 2 2( 1) 4 1 2 2 2( 1) ( 1)n r n r n r n r
r ra F a F . Por outro lado,
sabemos ainda que 2
1 1 1n n r n r ndet C a ( F F F F ) , que implica na seguinte igualdade 2 1 2 2 2
1 1( ) ( 1)n r n r
n n r n r n ra F F F F a F
, portanto, vem que 1 1 1n n r n r ndetC ( F F F F )
1 2 2 2
11 n r n r
r( ) a F F .
Por conseguinte, por indução sobre ‘s’ e posto que recorremos à seguinte identidade
envolvendo determinantes: 2
1 2s s sdet C az det C a det C . Com isso, podemos descrever2 1 2 2 2 1 2 2 2
2 1 0 2( 1) 0 ( 1)n r n r n r n r
r rdetC az detC a detC az a F a F F , em seguida, usaremos o
mesmo raciocínio para 2 1 2 2 2 2 1 2 2 2
3 2 1 2 1[( 1) . ] [( 1) . ]n r n r n r n r
r rdetC az detC a detC az a F F a a F F 1 2 2 2 2 1 2 2 2
2 1 3( 1) . ( . ) ( 1) . . .n r n r n r n r
r ra F az F a F a F F A fim de comprovar nossa
argumentação e descrever nossa hipótese de indução, vejamos ainda o próximo caso que
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
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indicamos por2 1 2 2 2 2 1 2 2 2
4 3 2 3 2[( 1) . ] [( 1) . ]n r n r n r n r
r rdetC az detC a detC az a F F a a F F 1 2 2 2 2 1 2 2 2
3 2 4( 1) . .( . . ) ( 1) . . .n r n r n r n r
r ra F az F a F a F F
Para concluir, por indução e empregando a identidade 2
1 2s s sdet C az det C a det C , segue
que 2 1 2 2 2 2 1 2 2 2
1 2 1 2det det det [( 1) . ] [( 1) . ]n r n r n r n r
s s s r s r sC az C a C az a F F a a F F
1 2 2 2 2 1 2 2 2
1 2( 1) .( ) ( 1)n r n r n r n r
r s s r sa F az F a F a F F
, para todo 2.s ∎
Retomando a demonstração do teorema 7, seguimos avaliando a seguinte expressão
2
2 2( )
n s n r s
s n r n s n r s n
n n r
F FdetC det a F F F F
a F a F
e realizando a substituição s m n r , assim,
podemos escrever a expressão 2 2( ) ( )n r n m n r n r m n r n n r m r m na F F F F a F F F F . Finalmente,
tendo em vista a obtenção da fórmula generalizada de Catalan, vamos empregar a identidade.
Dessa forma, encontramos a igualdade indicada por 2 1 2 2 2( ) ( 1)n r n r
n r m r m n r sa F F F F a F F
para 1m n e , 0r s , simplificando teremos 2 2( ) ( 1) . .n r n r
m n n r m r r m n rF F F F a F F
∎
É relevante observar o comportamento de casos particulares. Com efeito, na identidade
generalizada de Catalan, quando tomamos m n , encontraremos a identidade de Catalan
conhecida por 2 2 2 2 2 2( 1) ( 1)n r n r n r n r
n n r m r m n r r rF F F a F F a F
. Ademais, quando tomamos
1,r obtemos 2 1 2 2 2 1 2 2
1 1 1( 1) ( 1) ,n n n n
n n nF F F a F a
o que determina a identidade de Cassini.
Antes de finalizarmos a presente seção, a partir das representações matriciais discutidas,
podem ser obtidas uma série de propriedades para índices inteiros. Por exemplo, desde que
1
2 2
1
n nn
n n
F FA
a F a F
, para todo 0n , com o emprego do teorema 3, escrevemos1
2 2
1
n nn
n n
F FA
a F a F
1 11 1 2( 1) 1 2 1 2 2 1 2( 1)
2 2
( 1) 2 2 2 2
1 11 2 1 1 2( 1) 1 2 1 2 2
1 1 1 1
( 1) ( 1) ( 1) ( 1)
1 1 1 1
( 1) ( 1) ( 1) ( 1)
n n n nn n n n n n n nn n
n n
n n n nn n n n n n n n
F F F FF F a a a a
a F a Fa F a F a F a F
a a a a
11 2 2 1 2
1
21 22 2 1
11 2 1 2 2
1 1
²( 1) ( 1) 1.
1 1 ( 1)
( 1) ( 1)
n nn n n n
n n
n n
n nn nn n n n
F Fa F Fa a
a F Faa F a F
a a
Portanto, temos a seguinte
identidade *
1 2
1
( 1)
n
n nA A
a, onde
1*
2
1
² n n
n n
a F FA
a F F
. À vista disso, a seguir, as
identidades serão discutidas para índices inteiros.
4 Extensão das identidades para índices inteiros.
Na seção passada estudamos uma série de identidades famosas que mantiveram a atenção
de vários matemáticos, desde os séculos passados. Agora, a partir dos resultados indicados em
[16], conhecemos a identidade de Cassini, que foi descrita no teorema 4. Ademais, deduzimos
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
127
ainda as identidades de d´Ocagne e a forma generalizada de Catalan, respectivamente, nos
teoremas 6 e 7. Por fim, apresentamos a fórmula (generalizada) de Honsberger [16]:
2
1 1 1( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , )n m n m n mF a z F a z F a z a F a z F a z , para , 0.n m
Todavia, todas foram deduzidas ao se levar em consideração índices inteiros positivos.
Doravante, aplicando o teorema 3, vamos investigar o comportamento das identidades clássicas
de Cassini, d´Ocagne, Catalan e a fórmula de Honsberger, assim considerando índices inteiros
quaisquer. No nosso primeiro caso, temos 2 2
1 1 ( 1) ( 1)n n n n n nF F F F F F
2
1 1 1 1( 1) 1 2( 1) ( 1) 1 2( 1) 1 2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1. .
( 1) ( 1) ( 1) ( 1) ( 1)n n n n nn n n n n n n n n n
F F F F Fa a a a a
1 1 1 12 2 4 2 2 4 2 2 4 2 2 4
1 1 1 1² ² ( ²)
( 1) ( 1) ( 1) ( 1)n n n n n n nn n n n n n n n
F F F F F F Fa a a a
2 2
2 2 4 2 2 2
1 1. ( 1) .
( 1) ( 1)
n n
n n n na
a aIsto é, para ‘n’ inteiro qualquer, a fórmula de Cassini
pode ser expressa por:
2 2 2
1 1( , ) ( , ) ( , ) ( 1) .
n n
n n nF a z F a z F a z a
No segundo caso, investigaremos a identidade de d´Ocagne, determinada como2
1 1 ( 1) ,n n
n m n m m nF F F F a F para 1 n m . Assim, consideraremos 1 1n m n mF F F F
( 1) ( 1) 1 1 1 12 2 1 2 1 2 2 2 1 2 2 2
1 1 1 1 1( )
( 1) ( 1) ( 1) ( 1) ( 1)n m n m n m n m n m n mn n m m n n m m n m n m
F F F F F F F F F F F Fa a a a a
1 2( 1) 1 2
1 1 ( 1) (n 1) n2 2 2 2 2 2
1 1( ) ( 1) ( 1) .
( 1) ( 1)
n n m m
n m n m m mn m n m n m n mF F F F a F a F
a a
Com isso, para
‘m’ e ‘n’ inteiros quaisquer, vemos que:
1 2
1 1 n( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ( , z).m m
n m n m mF a z F a z F a z F a z a F a
Para a identidade de Catalan, vimos que 2 2( 1)n r n r
n m n r m r m n r rF F F F a F F
, para
1m n e todo 0r . Assim, vejamos o que ocorre com a substituição imediata no teorema 3:
( ) ( ) 1 2 1 2 1 2 2 1 2 2
1 1 1 1
( 1) ( 1) ( 1) ( 1)n m n r m r n m n r m r n m n r m rn n m m n r n r m r m r
F F F F F F F F F F F Fa a a a
2 2 2 2 2 2 2 2 2
1 1 1( )
( 1) ( 1) ( 1)n m n r m r n m n r m rn m n m n m n m n m n m
F F F F F F F Fa a a
. Ou ainda, para
inteiros quaisquer, determinamos que 2 2
2 2 2
1( 1)
( 1)
n r n r
n m n r m r m n r rn m n mF F F F a F F
a
e, efetuando algumas simplificações, obteremos:
2 2( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ( , ) ( , )m r m r
n m n r m r m n r rF a z F a z F a z F a z a F a z F a z
.
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
128
De modo análogo, para a fórmula de Honsberger encontraremos
2 2 2
1 1 1 ( 1) ( 1) 1 12 2 2 2 1 2 1 2
1 1 1 1
( 1) ( 1) ( 1) ( 1)n m n m n m n m n m n m n mn n m m n n m m
F F F a F F F F a F F F F a F Fa a a a
1 12 2 2
1( ². . . ).
( 1)n m n mn m n m
a F F F Fa
Por conseguinte, para quaisquer inteiros ,m n , resulta na
seguinte igualdade:
2 2 2 2
1 1 1 1( , z) ( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) . . ( , z)n m n m
n m n m n m n mF a F a z F a z a F a z F a z a F a
.
A seguir, discutiremos as identidades para o caso particular na variável complexa z.
5 Representação das identidades na variável z.
Nesta seção, vamos explorar as identidades de Cassini, d´Ocagne, Catalan e a fórmula de
Honsberger, considerando-as, no caso particular, na variável complexa z. Desse modo, iremos
empregar o lema 1. Com origem na identidade de Cassini, podemos determinar 2 2 1 1 2 2
1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ) ( ) ( ) ( ))n n n n n
n n n n n n n n n n nF F F a f z a f z a f z a f z a f z f z f z f z
2 2( 1)n na , logo, para 1m n encontramos:
1 1( ( ) ( ) ( ) ( )) ( 1)n
n n n nf z f z f z f z .
Semelhantemente, para a identidade de d´Ocagne, devemos encontrar 1 1n m n mF F F F 1 1 1 2
1 1 1 1a ( ) a ( ) a ( ) a ( ) a ( ( ) ( ) ( ) ( )) ( 1)n m n m n m n n
n m n m n m n m m nf z f z f z f z f z f z f z f z a F
. Dessa
última igualdade, para 1m n , determinamos que:
1
1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( 1) . ( ).n n m
n m n m m nf z f z f z f z a f z
Nesse sentido, a identidade generalizada de Catalan nos possibilita considerar 1 1 1 1 2( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ). ( ) ( ) ( ))n m n r m r n m
n m n r m r n m n r m r n m n r m rF F F F a f z a f z a f z a f z a f z f z f z f z
2 2( 1)n r n r
m n r ra F F
. E, para 1m n , efetuando alguns cancelamentos na última igualdade,
encontramos:
2 2( ( ) ( ) ( ) ( )) ( 1) . ( ) ( )
n r n m r
n m n r m r m n r rf z f z f z f z a f z f z .
Finalmente, a fórmula de Honsberger 2
1 1 1n m n m n mF F F a F F pode ser descrita, aplicando o
lema 1 nos dois membros da igualdade: 2 1 1
1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( )n m n m n m
n m n m n ma f z a f z a f z a a f z a f z
ou, de modo simplificado, para , 0n m obtemos:
1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( )n m n m n mf z f z f z f z f z .
Por conseguinte, seguindo o processo de complexificação da sequência de Fibonacci, serão
discutidos os quaternions complexos de Fibonacci.
6 Quaternions complexos de Fibonacci de ordem ‘n’.
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
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129
Na última seção apresentamos uma nova definição, recordando a considerável tradição de
investigações em torno dos quaternions complexos de Fibonacci, desde os anos 60 [10, 11, 14].
Para tanto, considerando a base canônica 1,i, j,k , conhecida como a base usual do conjunto
dos quaternions 0 1 2 3q q q i q j q k , cujos coeficientes são números reais. O referido
conjunto é conhecido como uma Álgebra de dimensão quatro [10, 11].
Definição 4. Os Quaternions Complexos de Fibonacci de ordem ‘n’, nas variáveis a e z , tem
seus elementos definidos pela seguinte recorrência:
1 2 3( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , )n n n n nQ a z F a z F a z i F a z j F a z k , para 0n .
De imediato, poderemos determinar alguns termos da sequência `
( , )n n INQ a z
:
2 2 2
2 2 2 3 3
2 2 2 3 3
0 0 1 2 3
3
1 1 2 3 4
3
2 2
4 4 4 2 4
3 4 5
1 2 3
)
) 2 )
) 2
0 (
1
) ( 3 )
( (
( (
n n n n n
a z a k
a z a a z a z k
a z a
Q F Fi F j F k i az j
Q F
a z a z
F i F j F k az i j
Q F F i F j F k az i j
Q F F i
a z a z
j k
k
F F
a
Com isso, apresentamos o seguinte teorema:
Teorema 8. Para os Quaternions Complexos de Fibonacci de ordem n, nas variáveis a e z,
temos a relação de recorrência indicada por:
2
1 1( , ) ( , ) ( , )n n nQ a z az Q a z a Q a z , para todo inteiro 0n .
Demonstração: tendo em vista, agrupar os termos convenientes, relativamente à base canônica
, , ,1 i j k . Podemos observar que ocorre 2
1 1 2 3( )n n n n n naz Q a Q az F F i F j F k
2 2 2 2
1 1 2 1 1 2 1( ) ( ) ( z ) ( z )n n n n n n n n n na F F i F j F k azF a F a F a F i a F a F j 2
3 2 1 2 3 4 1( z )n n n n n n na F a F k F F i F j F k Q , assim, verificamos a relação de
recorrência enunciada neste teorema. ∎
Além do mais, aplicaremos o teorema 3, a fim procedermos um processo de extensão para
índices inteiros dos termos da sequência `n n IN
Q
. Para isso, apresentaremos o corolário 1.
Vejamos:
Corolário 1. Um Quaternion Complexo de Fibonacci de ordem ‘n’ pode ser descrito, nas
variáveis a e ,z para índices negativos da seguinte forma:
1 2 4 6
1 2 3( , ) ( 1) ( , z) ² ( , z) ( , z) ( , z) .n n
n n n n nQ a z a F a a F a i a F a j a F a k
Demonstração: partindo do teorema 3, podemos escrever 1 2n n n nQ F F i F j
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
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3 ( 1) ( 2) ( 3) 11 2 2 2
1 1
( 1) ( 1)n n n n n n nn n n n
F k F F i F j F k F F ia a
2 31 2 4 2 2 6
1 1
( 1) ( 1)n nn n n n
F j F ka a
. Portanto, colocando os termos comuns em
evidencia, teremos que:
4 6
1 2 31 2
1²
( 1)n n n n nn n
Q F a F i a F j a F ka
. ∎
Agora, recordando ao que foi discutido na seção 2.1, relativamente às propriedades da
equação característica 2 2 0t az t a e diante do teorema 8, compreendemos que a
sequências de números 1 2 3n n n n nQ F F i F j F k e
0n nF
possuem propriedades semelhantes.
Por conseguinte, a equação 2 2 0t az t a deve ter raízes com as mesmas propriedades
comentadas. Nesse sentido, enunciaremos o lema 5.
Lema 5. A equação característica 2 2 0t az t a com raízes ( , )a z e ( , )a z admite a
validade, para todo inteiro 0n , de:
2
1
2
1
( , z) ( , z) ( , ) ( , )
( , z) ( , z) ( , ) ( , ).
n
n n
n
n n
a a F a z a F a z
a a F a z a F a z
Demonstração: de imediato, temos que 2 2 2
2 11az a F a F . Desse modo, por
indução, assumiremos que 1 2
1 2 ,n
n nF a F
assim, segue que
1 2 2 2 2 2
1 2 1 2 1 21n n
n n n n n nF a F F a F az a F a F
2 2 2 2 2
1 1 2 1 2 1 1( )n n n n n n n naz F a F a F az F a F a F F a F . Ora, determinamos
que 2
1
n
n nF a F . Mutatis mutandis, devemos determinar ainda 2
1
n
n nF a F , para
todo 0.n ∎
Finalmente, buscamos investigar uma representação da fórmula de Binnet para os
Quaternions Complexos de Fibonacci, assim como sua extensão para índices inteiros. Dessa
forma, vejamos o teorema 9 e o corolário 2.
Teorema 9. Os Quaternions Complexos de Fibonacci de ordem ‘n’, nas variáveis a e z,
admitem a seguinte fórmula variante de Binnet:
( , z) ( , z) ( , z) ( , z)( , )
( , z) ( , z)
n n
n
a a a aQ a z
a a
, para todo 0n ,
onde 2 31(a,z) (a,z)i (a,z) j (a,z) k e 2 31(a,z) (a,z)i (a,z) j (a,z) k .
Demonstração: vamos considerar 2
1
n
n nF a F e 2
1
n
n nF a F . Além disso,
por definição, sabemos que 1 2 3n n n n nQ F F i F j F k para 0n , a partir daí, segue que
2 2
1 1 2 3 1 1 2( )n n n n n n n n n nQ a Q F F i F j F k a F F i F j F k . Convenientemente,
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Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
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agrupando os termos devemos obter 2
1 1 2 3n n n n n nQ a Q F F i F j F k
2 2 2 2 2 2 2 2
1 1 2 1 1 2 1 3 2( ) ( ) ( ) ( )n n n n n n n n n n n na F a F i a F j a F k F a F F a F i F a F j F a F k
1 2 3 2 3(1 )n n n n ni j k i j k . Assim, reparemos que 2 2 3
1 (1 )n
n nQ a Q i j k . Doravante, assumiremos que 2 31 i j k .
Ora, de modo análogo, obteremos 2 2 3
1 (1 i )n
n nQ a Q j k e, denotando
2 3(1 i )j k . Logo em seguida, consideraremos o seguinte sistema:
2
1
2
1
n
n n
n
n n
Q a Q
Q a Q
e ao efetuar o cancelamento do termo repetido acima 2
1na Q , determinaremos n nQ Q
n n . De fato, determinamos a fórmula variante de Binnet descrita por n n
nQ
, para todo 0.n ∎
Corolário 2. Para todo inteiro ‘n’, vale que:
( , z) ( , z) ( , z) ( , z)
( , )( , z) ( , z)
n nn
n
a a a aQ a z a
a a
.
Demonstração: pelo teorema anterior, podemos escrever
1 1n nn n
nQ
1 ( ) 1. ,
( )
n n n n
n na
assim, obteremos
n nn
nQ a
para qualquer inteiro n. ∎
Observamos que os resultados discutidos nesta seção envolvem novas noções deduzidas a
partir da nova definição dos Quaternions Complexos de Fibonacci de ordem n, nas variáveis a
e z. À vista disso, vejamos a seguinte tabela:
Tabela 1 - Quadro resumido das identidades discutidas.
Generalização da identidade de Cassini
1 1 ( 1)n
n n n nf f f f , para 0n .
Giovani Domenico Cassini (1625 – 1712) / Robert Simson (1687 – 1768) 2 2 2
1 1( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ,
n n
n n nF a z F a z F a z a para 1n . [24]
2 2 2
1 1( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ,
n n
n n nF a z F a z F a z a para ‘n’ inteiro qualquer.
1 1( ( ) ( ) ( ) ( )) ( 1)n
n n n nf z f z f z f z para 1m n .
Generalização da identidade de d´Ocagne
1 1 ( 1)m
m n m n n mf f f f f , para 1m n .
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Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
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Philbert Maurice d'Ocagne (1862-1938) 2
1 1( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ( , )n n
n m n m m nF a z F a z F a z F a z a F a z , com 1m n . [24]
1 2
1 1 n( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ( , z),m m
n m n m mF a z F a z F a z F a z a F a
para inteiros quaisquer.
1
1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( 1) . ( ),
n n m
n m n m m nf z f z f z f z a f z para 1m n .
Generalização da identidade de Catalan
2( 1)
n r
n n n r n r rf f f f f , 1m n .
Eugène Charles Catalan (1814 – 1894) 2 2( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ( , ) ( , )n r n r
n m n r m r m n r rF a z F a z F a z F a z a F a z F a z
, para 1m n . [24]
2 2( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( 1) ( , ) ( , )m r m r
n m n r m r m n r rF a z F a z F a z F a z a F a z F a z
, para inteiros quaisquer.
2 2( ( ) ( ) ( ) ( )) ( 1) . ( ) ( ),
n r n m r
n m n r m r m n r rf z f z f z f z a f z f z para 1m n .
Generalização da Fórmula de Honsberger
1 1 1 n m n m n mf f f f f
Ross Honsberger (1929 – 2016) 2
1 1 1( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , )n m n m n mF a z F a z F a z a F a z F a z , para , 0n m . [24]
2
1 1 1( , z) ( , ) ( , ) ( , ) ( , )n m n m n mF a F a z F a z a F a z F a z , para inteiros quaisquer.
1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ), n m n m n mf z f z f z f z f z para , 0n m .
Quaternions Complexos de Fibonacci de ordem ‘n’ 2
1 2( , ) z ( , ) ( , ),n n nF a z a F a z a F a z para 2n .
2
1 1( , ) ( , ) ( , ),n n nQ a z az Q a z a Q a z para 0n .
1 2 4 6
1 2 3( , ) ( 1) ( , z) ² ( , z) ( , z) ( , z) ,n n
n n n n nQ a z a F a a F a i a F a j a F a k
∀ n ∈ ℤ.
( , z) ( , z) ( , z) ( , z)( , )
( , z) ( , z)
n n
n
a a a aQ a z
a a
, ∀ 0n .
( , z) ( , z) ( , z) ( , z)
( , )( , z) ( , z)
n nn
n
a a a aQ a z a
a a
, ∀ n ∈ ℤ.
Fonte: elaborada pelos autores.
A tabela 1 apresenta algumas identidades que foram discutidas neste artigo, com isso pode-
se compreender, numa perspectiva epistemológica, aspectos históricos e evolutivos do modelo
de Fibonacci, no que diz respeito a sua extensão para índices inteiros e complexificação com a
inserção das unidades imaginárias e variáveis complexas.
7 Conclusão
No presente trabalho discutimos propriedades e identidades generalizadas intimamente
relacionadas com o modelo de Fibonacci, segundo uma representação particular na variável
complexa [1, 2]. Nossa discussão foi desenvolvida a partir do trabalho [16] que abordam outro
interesse, na medida em que, desenvolvem várias propriedades dos polinômios de HOMFLY,
que se caracterizam como uma classe de funções polinomiais na variável complexa que é um
estudo relevante dentro da Teoria dos Nós.
ALVES, F. R. V.; OLIVEIRA, R. R. de. Sobre o modelo de Fibonacci na variável complexa: identidades generalizadas. C.Q.D.– Revista Eletrônica Paulista de
Matemática, Bauru, v. 11, p. 116-135, dez. 2017.
DOI: 10.21167/cqdvol11201723169664frvarro116135 Disponível em: http://www.fc.unesp.br/#!/departamentos/matematica/revista-cqd/
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Segundo a discussão desenvolvida em [16], os polinômios de HOMFLY constituem uma
generalização concebida por Alexander Horton Conway (1937 - ?) e o matemático norte
americano James Waddell Alexander (1888 – 1971).
Certamente que outras implicações podem ser derivadas, todavia, restringimo-nos numa
apreciação de propriedades que se mostram indissociavelmente vinculadas ao modelo da
sequência de Fibonacci. Nesse sentido, discutimos a extensão das identidades de Cassini,
d´Ocagne, Catalan a partir de índices inteiros quaisquer, posto que não registramos sua
discussão no trabalho indicado em [16]. Além disso, exploramos a fórmula (generalizada) de
Honsberger. Dessa forma, vislumbramos para essas identidades a possibilidade do processo de
extensão contínuo para outros conjuntos numéricos.
Além do mais, abordamos também algumas propriedades originadas da noção de
Quaternions Complexos de Fibonacci de ordem ‘n’, nas variáveis a e z, como também os
elementos definidos pela seguinte recorrência
1 2 3( , ) ( , ) ( , ) ( , ) ( , )n n n n nQ a z F a z F a z i F a z j F a z k , para um índice inteiro qualquer.
Vale acentuar seu caráter de ineditismo que proporcionamos para o debate científico (tabela 1).
Ademais, o processo de extensão das identidades mencionadas [4, 5], no campo de índices
inteiros quaisquer, não é discutido nos trabalhos consultados, assim como sua representação
correspondente na variável complexa intimamente vinculada ao modelo de Fibonacci.
Finalmente, na tabela 1, trazemos um quadro resumido dos resultados principais e das
identidades obtidas ao decurso do texto. Reparemos, todavia, que assinalamos o processo de
generalização, quanto à complexificação, das identidades de Cassini, de d´Ocagne e da
identidade generalizada de Catalan (teoremas 4, 6 e 7).
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__________________________________________
Artigo recebido em jan. 2017 e aceito em nov. 2017.