snuc 2000 com decreto de 2002

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UCs ( Unidades de Conservação)

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  • SNUC

    SISTEMA NACIONAL

    DE UNIDADES DE

    CONSERVAO

    DA NATUREZA

    LEI N 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000

    DECRETO N 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002

    6 EDIO

    Ministrio do Meio Ambiente

    Com as alteraes introduzidas pela LEI N 11.132, de 4 julho de 2006,

    e pelo DECRETO N 5.566, de 26 de outubro de 2005.

  • Ministrio do Meio Ambiente

    Secretaria de Biodiversidade e Florestas

    Diretoria de reas Protegidas

    Braslia

    2006

    DECRETO N 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002

    LEI N 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000

    SNUC

    SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES

    DE CONSERVAO DA NATUREZA

    6 EDIO

    Com as alteraes introduzidas pela LEI N 11.132, de 4 julho de 2006,

    e pelo DECRETO N 5.566, de 26 de outubro de 2005.

  • Ministrio do Meio Ambiente - MMA

    Centro de Informao e Documentao

    Lus Eduardo Magalhes - CID Ambiental

    Esplanada dos Ministrios - Bloco B -Trreo

    70068-900 - Braslia, DF

    Tel: (61)4009-1235 - Fax: (61) 4009-1980

    e-mail: [email protected]

    htpp //www.mma.gov.br:

    SISTEMA Nacional de Unidades de Conservao da Natureza - SNUC lei n

    9.985,

    ,

    de 18 de julho de 2000; decreto n 4.340, de 22 de agosto de 2002.

    5.ed. aum. Braslia: MMA/SBF, 2004. 56p.

    1. rea de preservao-Brasil. 2. Legislao. 3 .Lei-9.985/2000. 4. Decreto-

    4.340/2002. 5. Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza -

    SNUC. I . Ministrio do Meio Ambiente.

    CDU (1997) 502.4:349.6 (81)

    Impresso no Brasil

    Ministrio do Meio Ambiente

    Secretaria de Biodiversidade e Florestas

    Diretoria de reas Protegidas

  • APRESENTAO.........................................................................

    CAPTULO I

    DAS DISPOSIES PRELIMINARES..............................................

    CAPTULO II

    DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAO DA

    NATUREZA - SNUC.....................................................................

    CAPTULO III

    DAS CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAO....................

    CAPTULO IV

    DA CRIAO, IMPLANTAO E GESTO DAS UNIDADES DE

    CONSERVAO..........................................................................

    CAPTULO V

    DOS INCENTIVOS, ISENES E PENALIDADES.............................

    CAPTULO VI

    DAS RESERVAS DA BIOSFERA....................................................

    CAPTULO VII

    DAS DISPOSIES GERAIS E TRANSITRIAS...............................

    CAPTULO I

    DA CRIAO DE UNIDADE DE CONSERVAO..............................

    CAPTULO II

    DO SUBSOLO E DO ESPAO AREO.............................................

    CAPTULO III

    DO MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAO...........................

    CAPTULO IV

    DO PLANO DE MANEJO..............................................................

    CAPTULO V

    DO CONSELHO...........................................................................

    SUMRIO

    LEI N 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000

    DECRETO N 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002

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  • CAPTULO VI

    DA GESTO COMPARTILHADA COM OSCIP...................................

    CAPTULO VII

    DA AUTORIZAO PARA A EXPLORAO DE BENS E SERVIOS....

    CAPTULO VIII

    DA COMPENSAO POR SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL.....

    CAPTULO IX

    DO REASSENTAMENTO DAS POPULAES TRADICIONAIS...........

    CAPTULO X

    DA REAVALIAO DE UNIDADE DE CONSERVAO DE

    CATEGORIA NO PREVISTA NO SISTEMA.....................................

    CAPTULO XI

    DAS RESERVAS DA BIOSFERA.....................................................

    CAPTULO XII

    DAS DISPOSIES FINAIS...........................................................

    42

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  • APRESENTAO

    5

    Os progressos alcanados com a promulgao da Lei n 9.985, de

    18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de

    Unidades de Conservao da Natureza, o SNUC, representam

    benefcios aos rgos pblicos responsveis pela gesto das

    unidades de conservao federais, distritais, estaduais e

    municipais e para o conjunto da sociedade civil. Esta Lei concebeu

    dispositivos que regulam as complexas relaes entre o Estado, os

    cidados e o meio ambiente, propiciando a adequada preservao

    de significativos e importantes remanescentes dos biomas

    brasileiros, considerando seus aspectos naturais e culturais.

    O Decreto n 4.340, de 22 de agosto de 2002, que regulamenta

    artigos da Lei do SNUC, resultou de um amplo processo

    participativo, envolvendo distintos segmentos da sociedade

    ligados ao tema, consolidando avanos proporcionados pela

    referida Lei. Dentre eles, ressaltamos o estabelecimento da forma

    de consulta pblica, que deve preceder a criao de unidades de

    conservao; a definio das atribuies dos conselhos consultivo

    e deliberativo das unidades de conservao, com o objetivo de

    viabilizar e legitimar a efetiva participao da sociedade na gesto

    das unidades de conservao; a definio de critrios para gesto

    compartilhada das unidades de conservao com Organizaes

    Sociais de Interesse Pblico (OSCIPs), podendo agregar

    importantes parceiros na gesto de tais unidades; a definio de

    dispositivos claros e objetivos para a relao com as populaes

    residentes em unidades de conservao de proteo integral,

    quando de sua criao e gesto, assegurando os seus direitos; e a

    explicitao das regras para a definio e aplicao dos recursos

    advindos de compensao pelo estabelecimento de

    empreendimentos de significativo impacto ambiental, facilitando a

    implantao e a consolidao de nossas unidades de conservao.

    O Ministrio do Meio Ambiente realiza mais uma edio deste

    documento, visando dar a mxima publicidade a esses

    importantes diplomas legais que balizam a conservao e o

    manejo sustentvel dos recursos naturais, alm de reorientar a

    gesto das unidades de conservao brasileiras. Nesse sentido, a

    legislao do SNUC constitu verdadeiro instrumento de afirmao

    da cidadania, pois oferece a cada cidado os meios necessrios

  • 6para participar de forma ativa na definio das estratgias e das

    polticas de conservao, tendo em vista assegurar o meio

    ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo

    e essencial sadia qualidade de vida, conforme preconiza a

    Constituio de 1988.

    Marina Silva

    Ministra do Meio Ambiente

  • SNUC - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAO

    LEI N 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000.

    Regulamenta o art. 225, 1, incisos I, II, III e

    VII da Constituio Federal, institui o Sistema

    Nacional de Unidades de Conservao da

    Natureza e d outras providncias.

    O VICE-PRESIDENTE DA REPBLICA no exerccio do cargo de

    PRESIDENTE DA REPBLICA

    Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    CAPTULO I

    DAS DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 1 Esta Lei institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao

    da Natureza - SNUC, estabelece critrios e normas para a criao,

    implantao e gesto das unidades de conservao.

    Art. 2 Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

    I - unidade de conservao: espao territorial e seus recursos ambientais,

    incluindo as guas jurisdicionais, com caractersticas naturais relevantes,

    legalmente institudo pelo Poder Pblico, com objetivos de conservao e

    limites definidos, sob regime especial de administrao, ao qual se

    aplicam garantias adequadas de proteo;

    II - conservao da natureza: o manejo do uso humano da natureza,

    compreendendo a preservao, a manuteno, a utilizao sustentvel, a

    restaurao e a recuperao do ambiente natural, para que possa produzir

    o maior benefcio, em bases sustentveis, s atuais geraes, mantendo

    seu potencial de satisfazer as necessidades e aspiraes das geraes

    futuras, e garantindo a sobrevivncia dos seres vivos em geral;

    III - diversidade biolgica: a variabilidade de organismos vivos de todas as

    origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres,

    marinhos e outros ecossistemas aquticos e os complexos ecolgicos de

    que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espcies,

    entre espcies e de ecossistemas;

    IV - recurso ambiental: a atmosfera, as guas interiores, superficiais e

    subterrneas, os esturios, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos

    da biosfera, a fauna e a flora;

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  • V - preservao: conjunto de mtodos, procedimentos e polticas que

    visem a proteo a longo prazo das espcies, habitats e ecossistemas,

    alm da manuteno dos processos ecolgicos, prevenindo a simplificao

    dos sistemas naturais;

    VI - proteo integral: manuteno dos ecossistemas livres de alteraes

    causadas por interferncia humana, admitido apenas o uso indireto dos

    seus atributos naturais;

    VII - conservao in situ: conservao de ecossistemas e habitats naturais

    e a manuteno e recuperao de populaes viveis de espcies em seus

    meios naturais e, no caso de espcies domesticadas ou cultivadas, nos

    meios onde tenham desenvolvido suas propriedades caractersticas;

    VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a

    conservao da diversidade biolgica e dos ecossistemas;

    IX - uso indireto: aquele que no envolve consumo, coleta, dano ou

    destruio dos recursos naturais;

    X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou no, dos

    recursos naturais;

    XI - uso sustentvel: explorao do ambiente de maneira a garantir a

    perenidade dos recursos ambientais renovveis e dos processos

    ecolgicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecolgicos,

    de forma socialmente justa e economicamente vivel;

    XII - extrativismo: sistema de explorao baseado na coleta e extrao, de

    modo sustentvel, de recursos naturais renovveis;

    XIII - recuperao: restituio de um ecossistema ou de uma populao

    silvestre degradada a uma condio no degradada, que pode ser diferente

    de sua condio original;

    XIV - restaurao: restituio de um ecossistema ou de uma populao

    silvestre degradada o mais prximo possvel da sua condio original;

    XV - (VETADO)

    XVI - zoneamento: definio de setores ou zonas em uma unidade de

    conservao com objetivos de manejo e normas especficos, com o

    propsito de proporcionar os meios e as condies para que todos os

    objetivos da unidade possam ser alcanados de forma harmnica e eficaz;

    XVII - plano de manejo: documento tcnico mediante o qual, com

    fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservao, se

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  • estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da

    rea e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantao das

    estruturas fsicas necessrias gesto da unidade;

    XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservao,

    onde as atividades humanas esto sujeitas a normas e restries

    especficas, com o propsito de minimizar os impactos negativos sobre a

    unidade; e

    XIX - corredores ecolgicos: pores de ecossistemas naturais ou

    seminaturais, ligando unidades de conservao, que possibilitam entre

    elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a disperso de

    espcies e a recolonizao de reas degradadas, bem como a manuteno

    de populaes que demandam para sua sobrevivncia reas com extenso

    maior do que aquela das unidades individuais.

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    CAPTULO II

    DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAO DA

    NATUREZA - SNUC

    Art. 3 O Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza -

    SNUC constitudo pelo conjunto das unidades de conservao federais,

    estaduais e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.

    Art. 4 O SNUC tem os seguintes objetivos:

    I - contribuir para a manuteno da diversidade biolgica e dos recursos

    genticos no territrio nacional e nas guas jurisdicionais;

    II - proteger as espcies ameaadas de extino no mbito regional e

    nacional;

    III - contribuir para a preservao e a restaurao da diversidade de

    ecossistemas naturais;

    IV - promover o desenvolvimento sustentvel a partir dos recursos naturais;

    V - promover a utilizao dos princpios e prticas de conservao da

    natureza no processo de desenvolvimento;

    VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notvel beleza

    cnica;

    VII - proteger as caractersticas relevantes de natureza geolgica,

    geomorfolgica, espeleolgica, arqueolgica, paleontolgica e cultural;

    VIII - proteger e recuperar recursos hdricos e edficos;

    IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

    X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa cientfica,

    estudos e monitoramento ambiental;

    XI - valorizar econmica e socialmente a diversidade biolgica;

    XII - favorecer condies e promover a educao e interpretao

    ambiental, a recreao em contato com a natureza e o turismo ecolgico;

    XIII - proteger os recursos naturais necessrios subsistncia de

    populaes tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e

    sua cultura e promovendo-as social e economicamente.

    10

  • Art. 5 O SNUC ser regido por diretrizes que:

    I - assegurem que no conjunto das unidades de conservao estejam

    representadas amostras significativas e ecologicamente viveis das

    diferentes populaes, habitats e ecossistemas do territrio nacional e das

    guas jurisdicionais, salvaguardando o patrimnio biolgico existente;

    II - assegurem os mecanismos e procedimentos necessrios ao

    envolvimento da sociedade no estabelecimento e na reviso da poltica

    nacional de unidades de conservao;

    III - assegurem a participao efetiva das populaes locais na criao,

    implantao e gesto das unidades de conservao;

    IV - busquem o apoio e a cooperao de organizaes no-

    governamentais, de organizaes privadas e pessoas fsicas para o

    desenvolvimento de estudos, pesquisas cientficas, prticas de educao

    ambiental, atividades de lazer e de turismo ecolgico, monitoramento,

    manuteno e outras atividades de gesto das unidades de conservao;

    V - incentivem as populaes locais e as organizaes privadas a

    estabelecerem e administrarem unidades de conservao dentro do

    sistema nacional;

    VI - assegurem, nos casos possveis, a sustentabilidade econmica das

    unidades de conservao;

    VII - permitam o uso das unidades de conservao para a conservao in

    situ de populaes das variantes genticas selvagens dos animais e

    plantas domesticados e recursos genticos silvestres;

    VIII - assegurem que o processo de criao e a gesto das unidades de

    conservao sejam feitos de forma integrada com as polticas de

    administrao das terras e guas circundantes, considerando as condies

    e necessidades sociais e econmicas locais;

    IX - considerem as condies e necessidades das populaes locais no

    desenvolvimento e adaptao de mtodos e tcnicas de uso sustentvel

    dos recursos naturais;

    X - garantam s populaes tradicionais cuja subsistncia dependa da

    utilizao de recursos naturais existentes no interior das unidades de

    conservao meios de subsistncia alternativos ou a justa indenizao

    pelos recursos perdidos;

    XI - garantam uma alocao adequada dos recursos financeiros

    necessrios para que, uma vez criadas, as unidades de conservao

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  • possam ser geridas de forma eficaz e atender aos seus objetivos;

    XII - busquem conferir s unidades de conservao, nos casos possveis e

    respeitadas as convenincias da administrao, autonomia administrativa

    e financeira; e

    XIII - busquem proteger grandes reas por meio de um conjunto integrado

    de unidades de conservao de diferentes categorias, prximas ou

    contguas, e suas respectivas zonas de amortecimento e corredores

    ecolgicos, integrando as diferentes atividades de preservao da

    natureza, uso sustentvel dos recursos naturais e restaurao e

    recuperao dos ecossistemas.

    Art. 6 O SNUC ser gerido pelos seguintes rgos, com as respectivas

    atribuies:

    I - rgo consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente

    - CONAMA, com as atribuies de acompanhar a implementao do

    Sistema;

    II - rgo central: o Ministrio do Meio Ambiente, com a finalidade de

    coordenar o Sistema; e

    III - rgos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

    Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, os rgos estaduais e municipais,

    com a funo de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criao e

    administrar as unidades de conservao federais, estaduais e municipais,

    nas respectivas esferas de atuao.

    Pargrafo nico. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critrio do

    CONAMA, unidades de conservao estaduais e municipais que,

    concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam

    objetivos de manejo que no possam ser satisfatoriamente atendidos por

    nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas caractersticas permitam, em

    relao a estas, uma clara distino.

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  • CAPTULO III

    DAS CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAO

    Art. 7 As unidades de conservao integrantes do SNUC dividem-se em

    dois grupos, com caractersticas especficas:

    I - Unidades de Proteo Integral;

    II - Unidades de Uso Sustentvel.

    1 O objetivo bsico das Unidades de Proteo Integral preservar a

    natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais,

    com exceo dos casos previstos nesta Lei.

    2 O objetivo bsico das Unidades de Uso Sustentvel compatibilizar a

    conservao da natureza com o uso sustentvel de parcela dos seus

    recursos naturais.

    Art. 8 O grupo das Unidades de Proteo Integral composto pelas

    seguintes categorias de unidade de conservao:

    I - Estao Ecolgica;

    II - Reserva Biolgica;

    III - Parque Nacional;

    IV - Monumento Natural;

    V - Refgio de Vida Silvestre.

    Art. 9 A Estao Ecolgica tem como objetivo a preservao da natureza e

    a realizao de pesquisas cientficas.

    1 A Estao Ecolgica de posse e domnio pblicos, sendo que as

    reas particulares includas em seus limites sero desapropriadas, de

    acordo com o que dispe a lei.

    2 proibida a visitao pblica, exceto quando com objetivo

    educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade

    ou regulamento especfico.

    3 A pesquisa cientfica depende de autorizao prvia do rgo

    responsvel pela administrao da unidade e est sujeita s condies e

    restries por este estabelecidas, bem como quelas previstas em

    regulamento.

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  • 4 Na Estao Ecolgica s podem ser permitidas alteraes dos

    ecossistemas no caso de:

    I - medidas que visem a restaurao de ecossistemas modificados;

    II - manejo de espcies com o fim de preservar a diversidade biolgica;

    III - coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades cientficas;

    IV - pesquisas cientficas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que

    aquele causado pela simples observao ou pela coleta controlada de

    componentes dos ecossistemas, em uma rea correspondente a no

    mximo trs por cento da extenso total da unidade e at o limite de um mil

    e quinhentos hectares.

    Art. 10. A Reserva Biolgica tem como objetivo a preservao integral da

    biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem

    interferncia humana direta ou modificaes ambientais, excetuando-se

    as medidas de recuperao de seus ecossistemas alterados e as aes de

    manejo necessrias para recuperar e preservar o equilbrio natural, a

    diversidade biolgica e os processos ecolgicos naturais.

    1 A Reserva Biolgica de posse e domnio pblicos, sendo que as reas

    particulares includas em seus limites sero desapropriadas, de acordo

    com o que dispe a lei.

    2 proibida a visitao pblica, exceto aquela com objetivo

    educacional, de acordo com regulamento especfico.

    3 A pesquisa cientfica depende de autorizao prvia do rgo

    responsvel pela administrao da unidade e est sujeita s condies e

    restries por este estabelecidas, bem como quelas previstas em

    regulamento.

    Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo bsico a preservao de

    ecossistemas naturais de grande relevncia ecolgica e beleza cnica,

    possibilitando a realizao de pesquisas cientficas e o desenvolvimento de

    atividades de educao e interpretao ambiental, de recreao em

    contato com a natureza e de turismo ecolgico.

    1 O Parque Nacional de posse e domnio pblicos, sendo que as reas

    particulares includas em seus limites sero desapropriadas, de acordo

    com o que dispe a lei.

    2 A visitao pblica est sujeita s normas e restries estabelecidas

    no Plano de Manejo da unidade, s normas estabelecidas pelo rgo

    responsvel por sua administrao, e quelas previstas em regulamento.

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  • 3 A pesquisa cientfica depende de autorizao prvia do rgo

    responsvel pela administrao da unidade e est sujeita s condies e

    restries por este estabelecidas, bem como quelas previstas em

    regulamento.

    4 As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou

    Municpio, sero denominadas, respectivamente, Parque Estadual e

    Parque Natural Municipal.

    Art. 12. O Monumento Natural tem como objetivo bsico preservar stios

    naturais raros, singulares ou de grande beleza cnica.

    1 O Monumento Natural pode ser constitudo por reas particulares,

    desde que seja possvel compatibilizar os objetivos da unidade com a

    utilizao da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietrios.

    2 Havendo incompatibilidade entre os objetivos da rea e as atividades

    privadas ou no havendo aquiescncia do proprietrio s condies

    propostas pelo rgo responsvel pela administrao da unidade para a

    coexistncia do Monumento Natural com o uso da propriedade, a rea

    deve ser desapropriada, de acordo com o que dispe a lei.

    3 A visitao pblica est sujeita s condies e restries estabelecidas

    no Plano de Manejo da unidade, s normas estabelecidas pelo rgo

    responsvel por sua administrao e quelas previstas em regulamento.

    Art. 13. O Refgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes

    naturais onde se asseguram condies para a existncia ou reproduo de

    espcies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratria.

    1 O Refgio de Vida Silvestre pode ser constitudo por reas particulares,

    desde que seja possvel compatibilizar os objetivos da unidade com a

    utilizao da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietrios.

    2 Havendo incompatibilidade entre os objetivos da rea e as atividades

    privadas ou no havendo aquiescncia do proprietrio s condies

    propostas pelo rgo responsvel pela administrao da unidade para a

    coexistncia do Refgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a rea

    deve ser desapropriada, de acordo com o que dispe a lei.

    3 A visitao pblica est sujeita s normas e restries estabelecidas

    no Plano de Manejo da unidade, s normas estabelecidas pelo rgo

    responsvel por sua administrao, e quelas previstas em regulamento.

    4 A pesquisa cientfica depende de autorizao prvia do rgo

    responsvel pela administrao da unidade e est sujeita s condies e

    restries por este estabelecidas, bem como quelas previstas em

    regulamento.

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  • Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentvel as

    seguintes categorias de unidade de conservao:

    I - rea de Proteo Ambiental;

    II - rea de Relevante Interesse Ecolgico;

    III - Floresta Nacional;

    IV - Reserva Extrativista;

    V - Reserva de Fauna;

    VI - Reserva de Desenvolvimento Sustentvel; e

    VII - Reserva Particular do Patrimnio Natural.

    Art. 15. A rea de Proteo Ambiental uma rea em geral extensa, com

    um certo grau de ocupao humana, dotada de atributos abiticos,

    biticos, estticos ou culturais especialmente importantes para a

    qualidade de vida e o bem-estar das populaes humanas, e tem como

    objetivos bsicos proteger a diversidade biolgica, disciplinar o processo

    de ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

    1 A rea de Proteo Ambiental constituda por terras pblicas ou

    privadas.

    2 Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas

    normas e restries para a utilizao de uma propriedade privada

    localizada em uma rea de Proteo Ambiental.

    3 As condies para a realizao de pesquisa cientfica e visitao

    pblica nas reas sob domnio pblico sero estabelecidas pelo rgo

    gestor da unidade.

    4 Nas reas sob propriedade privada, cabe ao proprietrio estabelecer

    as condies para pesquisa e visitao pelo pblico, observadas as

    exigncias e restries legais.

    5 A rea de Proteo Ambiental dispor de um Conselho presidido pelo

    rgo responsvel por sua administrao e constitudo por representantes

    dos rgos pblicos, de organizaes da sociedade civil e da populao

    residente, conforme se dispuser no regulamento desta Lei.

    Art. 16. A rea de Relevante Interesse Ecolgico uma rea em geral de

    pequena extenso, com pouca ou nenhuma ocupao humana, com

    caractersticas naturais extraordinrias ou que abriga exemplares raros da

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  • biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de

    importncia regional ou local e regular o uso admissvel dessas reas, de

    modo a compatibiliz-lo com os objetivos de conservao da natureza.

    1 A rea de Relevante Interesse Ecolgico constituda por terras

    pblicas ou privadas.

    2 Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas

    normas e restries para a utilizao de uma propriedade privada

    localizada em uma rea de Relevante Interesse Ecolgico.

    Art. 17. A Floresta Nacional uma rea com cobertura florestal de

    espcies predominantemente nativas e tem como objetivo bsico o uso

    mltiplo sustentvel dos recursos florestais e a pesquisa cientfica, com

    nfase em mtodos para explorao sustentvel de florestas nativas.

    1 A Floresta Nacional de posse e domnio pblicos, sendo que as reas

    particulares includas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo

    com o que dispe a lei.

    2 Nas Florestas Nacionais admitida a permanncia de populaes

    tradicionais que a habitam quando de sua criao, em conformidade com

    o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.

    3 A visitao pblica permitida, condicionada s normas

    estabelecidas para o manejo da unidade pelo rgo responsvel por sua

    administrao.

    4 A pesquisa permitida e incentivada, sujeitando-se prvia

    autorizao do rgo responsvel pela administrao da unidade, s

    condies e restries por este estabelecidas e quelas previstas em

    regulamento.

    5 A Floresta Nacional dispor de um Conselho Consultivo, presidido

    pelo rgo responsvel por sua administrao e constitudo por

    representantes de rgos pblicos, de organizaes da sociedade civil e,

    quando for o caso, das populaes tradicionais residentes.

    6 A unidade desta categoria, quando criada pelo Estado ou Municpio,

    ser denominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta

    Municipal.

    Art. 18. A Reserva Extrativista uma rea utilizada por populaes

    extrativistas tradicionais, cuja subsistncia baseia-se no extrativismo e,

    complementarmente, na agricultura de subsistncia e na criao de

    animais de pequeno porte, e tem como objetivos bsicos proteger os meios

    de vida e a cultura dessas populaes, e assegurar o uso sustentvel dos

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  • recursos naturais da unidade.

    1 A Reserva Extrativista de domnio pblico, com uso concedido s

    populaes extrativistas tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta

    Lei e em regulamentao especfica, sendo que as reas particulares

    includas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que

    dispe a lei.

    2 A Reserva Extrativista ser gerida por um Conselho Deliberativo,

    presidido pelo rgo responsvel por sua administrao e constitudo por

    representantes de rgos pblicos, de organizaes da sociedade civil e

    das populaes tradicionais residentes na rea, conforme se dispuser em

    regulamento e no ato de criao da unidade.

    3 A visitao pblica permitida, desde que compatvel com os

    interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da rea.

    4 A pesquisa cientfica permitida e incentivada, sujeitando-se prvia

    autorizao do rgo responsvel pela administrao da unidade, s

    condies e restries por este estabelecidas e s normas previstas em

    regulamento.

    5 O Plano de Manejo da unidade ser aprovado pelo seu Conselho

    Deliberativo.

    6 So proibidas a explorao de recursos minerais e a caa amadorstica

    ou profissional.

    7 A explorao comercial de recursos madeireiros s ser admitida em

    bases sustentveis e em situaes especiais e complementares s demais

    atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em

    regulamento e no Plano de Manejo da unidade.

    Art. 19. A Reserva de Fauna uma rea natural com populaes animais

    de espcies nativas, terrestres ou aquticas, residentes ou migratrias,

    adequadas para estudos tcnico-cientficos sobre o manejo econmico

    sustentvel de recursos faunsticos.

    1 A Reserva de Fauna de posse e domnio pblicos, sendo que as reas

    particulares includas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo

    com o que dispe a lei.

    2 A visitao pblica pode ser permitida, desde que compatvel com o

    manejo da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo rgo

    responsvel por sua administrao.

    3 proibido o exerccio da caa amadorstica ou profissional.

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  • 4 A comercializao dos produtos e subprodutos resultantes das

    pesquisas obedecer ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos.

    Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentvel uma rea natural

    que abriga populaes tradicionais, cuja existncia baseia-se em sistemas

    sustentveis de explorao dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo

    de geraes e adaptados s condies ecolgicas locais e que

    desempenham um papel fundamental na proteo da natureza e na

    manuteno da diversidade biolgica.

    1 A Reserva de Desenvolvimento Sustentvel tem como objetivo bsico

    preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condies e os

    meios necessrios para a reproduo e a melhoria dos modos e da

    qualidade de vida e explorao dos recursos naturais das populaes

    tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeioar o conhecimento

    e as tcnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populaes.

    2 A Reserva de Desenvolvimento Sustentvel de domnio pblico,

    sendo que as reas particulares includas em seus limites devem ser,

    quando necessrio, desapropriadas, de acordo com o que dispe a lei.

    3 O uso das reas ocupadas pelas populaes tradicionais ser regulado

    de acordo com o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentao

    especfica.

    4 A Reserva de Desenvolvimento Sustentvel ser gerida por um

    Conselho Deliberativo, presidido pelo rgo responsvel por sua

    administrao e constitudo por representantes de rgos pblicos, de

    organizaes da sociedade civil e das populaes tradicionais residentes

    na rea, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criao da

    unidade.

    5 As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento

    Sustentvel obedecero s seguintes condies:

    I - permitida e incentivada a visitao pblica, desde que compatvel com

    os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da

    rea;

    II - permitida e incentivada a pesquisa cientfica voltada conservao

    da natureza, melhor relao das populaes residentes com seu meio e

    educao ambiental, sujeitando-se prvia autorizao do rgo

    responsvel pela administrao da unidade, s condies e restries por

    este estabelecidas e s normas previstas em regulamento;

    III - deve ser sempre considerado o equilbrio dinmico entre o tamanho da

    populao e a conservao; e

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  • IV - admitida a explorao de componentes dos ecossistemas naturais

    em regime de manejo sustentvel e a substituio da cobertura vegetal por

    espcies cultivveis, desde que sujeitas ao zoneamento, s limitaes

    legais e ao Plano de Manejo da rea.

    6 O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentvel

    definir as zonas de proteo integral, de uso sustentvel e de

    amortecimento e corredores ecolgicos, e ser aprovado pelo Conselho

    Deliberativo da unidade.

    Art. 21. A Reserva Particular do Patrimnio Natural uma rea privada,

    gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade

    biolgica.

    1 O gravame de que trata este artigo constar de termo de compromisso

    assinado perante o rgo ambiental, que verificar a existncia de

    interesse pblico, e ser averbado margem da inscrio no Registro

    Pblico de Imveis.

    2 S poder ser permitida, na Reserva Particular do Patrimnio Natural,

    conforme se dispuser em regulamento:

    I - a pesquisa cientfica;

    II - a visitao com objetivos tursticos, recreativos e educacionais;

    III - (VETADO)

    3 Os rgos integrantes do SNUC, sempre que possvel e oportuno,

    prestaro orientao tcnica e cientfica ao proprietrio de Reserva

    Particular do Patrimnio Natural para a elaborao de um Plano de Manejo

    ou de Proteo e de Gesto da unidade.

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  • CAPTULO IV

    DA CRIAO, IMPLANTAO E GESTO DAS UNIDADES DE

    CONSERVAO

    Art. 22. As unidades de conservao so criadas por ato do Poder Pblico.

    1 (VETADO)

    2 A criao de uma unidade de conservao deve ser precedida de

    estudos tcnicos e de consulta pblica que permitam identificar a

    localizao, a dimenso e os limites mais adequados para a unidade,

    conforme se dispuser em regulamento.

    3 No processo de consulta de que trata o 2, o Poder Pblico

    obrigado a fornecer informaes adequadas e inteligveis populao local

    e a outras partes interessadas.

    4 Na criao de Estao Ecolgica ou Reserva Biolgica no

    obrigatria a consulta de que trata o 2 deste artigo.

    5 As unidades de conservao do grupo de Uso Sustentvel podem ser

    transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteo

    Integral, por instrumento normativo do mesmo nvel hierrquico do que

    criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta

    estabelecidos no 2 deste artigo.

    6 A ampliao dos limites de uma unidade de conservao, sem

    modificao dos seus limites originais, exceto pelo acrscimo proposto,

    pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nvel hierrquico do

    que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta

    estabelecidos no 2 deste artigo.

    7 A desafetao ou reduo dos limites de uma unidade de conservao

    s pode ser feita mediante lei especfica.

    Art. 22-A. O Poder Pblico poder, ressalvadas as atividades

    agropecurias e outras atividades econmicas em andamento e obras

    pblicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitaes administrativas

    provisrias ao exerccio de atividades e empreendimentos efetiva ou

    potencialmente causadores de degradao ambiental, para a realizao de

    estudos com vistas na criao de Unidade de Conservao, quando, a

    critrio do rgo ambiental competente, houver risco de dano grave aos

    recursos naturais ali existentes. (Includo pela Lei n 11.132, de 2005).

    1o Sem prejuzo da restrio e observada a ressalva constante do caput,

    na rea submetida a limitaes administrativas, no sero permitidas

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    atividades que importem em explorao a corte raso da floresta e demais

    formas de vegetao nativa.

    2o A destinao final da rea submetida ao disposto neste artigo ser

    definida no prazo de 7 (sete) meses, improrrogveis, findo o qual fica

    extinta a limitao administrativa.

    Art. 23. A posse e o uso das reas ocupadas pelas populaes tradicionais

    nas Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentvel

    sero regulados por contrato, conforme se dispuser no regulamento desta

    Lei.

    1 As populaes de que trata este artigo obrigam-se a participar da

    preservao, recuperao, defesa e manuteno da unidade de

    conservao.

    2 O uso dos recursos naturais pelas populaes de que trata este artigo

    obedecer s seguintes normas:

    I - proibio do uso de espcies localmente ameaadas de extino ou de

    prticas que danifiquem os seus habitats;

    II - proibio de prticas ou atividades que impeam a regenerao natural

    dos ecossistemas;

    III - demais normas estabelecidas na legislao, no Plano de Manejo da

    unidade de conservao e no contrato de concesso de direito real de uso.

    Art. 24. O subsolo e o espao areo, sempre que influrem na estabilidade

    do ecossistema, integram os limites das unidades de conservao.

    Art. 25. As unidades de conservao, exceto rea de Proteo Ambiental e

    Reserva Particular do Patrimnio Natural, devem possuir uma zona de

    amortecimento e, quando conveniente, corredores ecolgicos.

    1 O rgo responsvel pela administrao da unidade estabelecer

    normas especficas regulamentando a ocupao e o uso dos recursos da

    zona de amortecimento e dos corredores ecolgicos de uma unidade de

    conservao.

    2 Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecolgicos e as

    respectivas normas de que trata o 1o podero ser definidas no ato de

    criao da unidade ou posteriormente.

    Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades de conservao de

    categorias diferentes ou no, prximas, justapostas ou sobrepostas, e

    outras reas protegidas pblicas ou privadas, constituindo um mosaico, a

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    gesto do conjunto dever ser feita de forma integrada e participativa,

    considerando-se os seus distintos objetivos de conservao, de forma a

    compatibilizar a presena da biodiversidade, a valorizao da

    sociodiversidade e o desenvolvimento sustentvel no contexto regional.

    Pargrafo nico. O regulamento desta Lei dispor sobre a forma de gesto

    integrada do conjunto das unidades.

    Art. 27. As unidades de conservao devem dispor de um Plano de

    Manejo.

    1 O Plano de Manejo deve abranger a rea da unidade de conservao,

    sua zona de amortecimento e os corredores ecolgicos, incluindo medidas

    com o fim de promover sua integrao vida econmica e social das

    comunidades vizinhas.

    2 Na elaborao, atualizao e implementao do Plano de Manejo das

    Reservas Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentvel, das

    reas de Proteo Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e

    das reas de Relevante Interesse Ecolgico, ser assegurada a ampla

    participao da populao residente.

    3 O Plano de Manejo de uma unidade de conservao deve ser

    elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criao.

    Art. 28. So proibidas, nas unidades de conservao, quaisquer

    alteraes, atividades ou modalidades de utilizao em desacordo com os

    seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos.

    Pargrafo nico. At que seja elaborado o Plano de Manejo, todas as

    atividades e obras desenvolvidas nas unidades de conservao de

    proteo integral devem se limitar quelas destinadas a garantir a

    integridade dos recursos que a unidade objetiva proteger, assegurando-se

    s populaes tradicionais porventura residentes na rea as condies e os

    meios necessrios para a satisfao de suas necessidades materiais,

    sociais e culturais.

    Art. 29. Cada unidade de conservao do grupo de Proteo Integral

    dispor de um Conselho Consultivo, presidido pelo rgo responsvel por

    sua administrao e constitudo por representantes de rgos pblicos, de

    organizaes da sociedade civil, por proprietrios de terras localizadas em

    Refgio de Vida Silvestre ou Monumento Natural, quando for o caso, e, na

    hiptese prevista no 2 do art. 42, das populaes tradicionais

    residentes, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criao da

    unidade.

    Art. 30. As unidades de conservao podem ser geridas por organizaes

    23

  • da sociedade civil de interesse pblico com objetivos afins aos da unidade,

    mediante instrumento a ser firmado com o rgo responsvel por sua

    gesto.

    Art. 31. proibida a introduo nas unidades de conservao de espcies

    no autctones.

    1 Excetuam-se do disposto neste artigo as reas de Proteo Ambiental,

    as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas e as Reservas de

    Desenvolvimento Sustentvel, bem como os animais e plantas necessrios

    administrao e s atividades das demais categorias de unidades de

    conservao, de acordo com o que se dispuser em regulamento e no Plano

    de Manejo da unidade.

    2 Nas reas particulares localizadas em Refgios de Vida Silvestre e

    Monumentos Naturais podem ser criados animais domsticos e cultivadas

    plantas considerados compatveis com as finalidades da unidade, de

    acordo com o que dispuser o seu Plano de Manejo.

    Art. 32. Os rgos executores articular-se-o com a comunidade cientfica

    com o propsito de incentivar o desenvolvimento de pesquisas sobre a

    fauna, a flora e a ecologia das unidades de conservao e sobre formas de

    uso sustentvel dos recursos naturais, valorizando-se o conhecimento das

    populaes tradicionais.

    1 As pesquisas cientficas nas unidades de conservao no podem

    colocar em risco a sobrevivncia das espcies integrantes dos

    ecossistemas protegidos.

    2 A realizao de pesquisas cientficas nas unidades de conservao,

    exceto rea de Proteo Ambiental e Reserva Particular do Patrimnio

    Natural, depende de aprovao prvia e est sujeita fiscalizao do rgo

    responsvel por sua administrao.

    3 Os rgos competentes podem transferir para as instituies de

    pesquisa nacionais, mediante acordo, a atribuio de aprovar a realizao

    de pesquisas cientficas e de credenciar pesquisadores para trabalharem

    nas unidades de conservao.

    Art. 33. A explorao comercial de produtos, subprodutos ou servios

    obtidos ou desenvolvidos a partir dos recursos naturais, biolgicos, cnicos

    ou culturais ou da explorao da imagem de unidade de conservao,

    exceto rea de Proteo Ambiental e Reserva Particular do Patrimnio

    Natural, depender de prvia autorizao e sujeitar o explorador a

    pagamento, conforme disposto em regulamento.

    Art. 34. Os rgos responsveis pela administrao das unidades de

    conservao podem receber recursos ou doaes de qualquer natureza,

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  • nacionais ou internacionais, com ou sem encargos, provenientes de

    organizaes privadas ou pblicas ou de pessoas fsicas que desejarem

    colaborar com a sua conservao.

    Pargrafo nico. A administrao dos recursos obtidos cabe ao rgo

    gestor da unidade, e estes sero utilizados exclusivamente na sua

    implantao, gesto e manuteno.

    Art. 35. Os recursos obtidos pelas unidades de conservao do Grupo de

    Proteo Integral mediante a cobrana de taxa de visitao e outras rendas

    decorrentes de arrecadao, servios e atividades da prpria unidade

    sero aplicados de acordo com os seguintes critrios:

    I - at cinqenta por cento, e no menos que vinte e cinco por cento, na

    implementao, manuteno e gesto da prpria unidade;

    II - at cinqenta por cento, e no menos que vinte e cinco por cento, na

    regularizao fundiria das unidades de conservao do Grupo;

    III - at cinqenta por cento, e no menos que quinze por cento, na

    implementao, manuteno e gesto de outras unidades de conservao

    do Grupo de Proteo Integral.

    Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de

    significativo impacto ambiental, assim considerado pelo rgo ambiental

    competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e

    respectivo relatrio - EIA/RIMA, o empreendedor obrigado a apoiar a

    implantao e manuteno de unidade de conservao do Grupo de

    Proteo Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento

    desta Lei.

    1 O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta

    finalidade no pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos

    para a implantao do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo

    rgo ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental

    causado pelo empreendimento.

    2 Ao rgo ambiental licenciador compete definir as unidades de

    conservao a serem beneficiadas, considerando as propostas

    apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive

    ser contemplada a criao de novas unidades de conservao.

    3 Quando o empreendimento afetar unidade de conservao especfica

    ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput

    deste artigo s poder ser concedido mediante autorizao do rgo

    responsvel por sua administrao, e a unidade afetada, mesmo que no

    pertencente ao Grupo de Proteo Integral, dever ser uma das

    beneficirias da compensao definida neste artigo.

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  • CAPTULO V

    DOS INCENTIVOS, ISENES E PENALIDADES

    Art. 37. (VETADO)

    Art. 38. A ao ou omisso das pessoas fsicas ou jurdicas que importem

    inobservncia aos preceitos desta Lei e a seus regulamentos ou resultem

    em dano flora, fauna e aos demais atributos naturais das unidades de

    conservao, bem como s suas instalaes e s zonas de amortecimento

    e corredores ecolgicos, sujeitam os infratores s sanes previstas em lei.

    Art. 39. D-se ao art. 40 da Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, a

    seguinte redao:

    "Art. 40. (VETADO)

    " 1 Entende-se por Unidades de Conservao de Proteo

    Integral as Estaes Ecolgicas, as Reservas Biolgicas, os

    Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refgios de Vida

    Silvestre." (NR)

    " 2 A ocorrncia de dano afetando espcies ameaadas de

    extino no interior das Unidades de Conservao de Proteo

    Integral ser considerada circunstncia agravante para a fixao

    da pena." (NR)

    " 3 ..................................................................................

    Art. 40. Acrescente-se Lei no 9.605, de 1998, o seguinte art. 40-A:

    "Art. 40-A (VETADO)

    " 1 Entende-se por Unidades de Conservao de Uso Sustentvel

    as reas de Proteo Ambiental, as reas de Relevante Interesse

    Ecolgico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as

    Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentvel e

    as Reservas Particulares do Patrimnio Natural." (AC)

    " 2 A ocorrncia de dano afetando espcies ameaadas de

    extino no interior das Unidades de Conservao de Uso

    Sustentvel ser considerada circunstncia agravante para a

    fixao da pena." (AC)

    " 3 Se o crime for culposo, a pena ser reduzida metade." (AC)

    AC = Acrscimo

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  • SN

    UC

    CAPTULO VI

    DAS RESERVAS DA BIOSFERA

    Art. 41. A Reserva da Biosfera um modelo, adotado internacionalmente,

    de gesto integrada, participativa e sustentvel dos recursos naturais, com

    os objetivos bsicos de preservao da diversidade biolgica, o

    desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental,

    a educao ambiental, o desenvolvimento sustentvel e a melhoria da

    qualidade de vida das populaes.

    1 A Reserva da Biosfera constituda por:

    I - uma ou vrias reas-ncleo, destinadas proteo integral da natureza;

    II - uma ou vrias zonas de amortecimento, onde s so admitidas

    atividades que no resultem em dano para as reas-ncleo; e

    III - uma ou vrias zonas de transio, sem limites rgidos, onde o processo

    de ocupao e o manejo dos recursos naturais so planejados e

    conduzidos de modo participativo e em bases sustentveis.

    2 A Reserva da Biosfera constituda por reas de domnio pblico ou

    privado.

    3 A Reserva da Biosfera pode ser integrada por unidades de

    conservao j criadas pelo Poder Pblico, respeitadas as normas legais

    que disciplinam o manejo de cada categoria especfica.

    4 A Reserva da Biosfera gerida por um Conselho Deliberativo, formado

    por representantes de instituies pblicas, de organizaes da sociedade

    civil e da populao residente, conforme se dispuser em regulamento e no

    ato de constituio da unidade.

    5 A Reserva da Biosfera reconhecida pelo Programa

    Intergovernamental "O Homem e a Biosfera - MAB", estabelecido pela

    Unesco, organizao da qual o Brasil membro.

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  • CAPTULO VII

    DAS DISPOSIES GERAIS E TRANSITRIAS

    Art. 42. As populaes tradicionais residentes em unidades de

    conservao nas quais sua permanncia no seja permitida sero

    indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente

    realocadas pelo Poder Pblico, em local e condies acordados entre as

    partes.

    1 O Poder Pblico, por meio do rgo competente, priorizar o

    reassentamento das populaes tradicionais a serem realocadas.

    2 At que seja possvel efetuar o reassentamento de que trata este

    artigo, sero estabelecidas normas e aes especficas destinadas a

    compatibilizar a presena das populaes tradicionais residentes com os

    objetivos da unidade, sem prejuzo dos modos de vida, das fontes de

    subsistncia e dos locais de moradia destas populaes, assegurando-se a

    sua participao na elaborao das referidas normas e aes.

    3 Na hiptese prevista no 2, as normas regulando o prazo de

    permanncia e suas condies sero estabelecidas em regulamento.

    Art. 43. O Poder Pblico far o levantamento nacional das terras

    devolutas, com o objetivo de definir reas destinadas conservao da

    natureza, no prazo de cinco anos aps a publicao desta Lei.

    Art. 44. As ilhas ocenicas e costeiras destinam-se prioritariamente

    proteo da natureza e sua destinao para fins diversos deve ser

    precedida de autorizao do rgo ambiental competente.

    Pargrafo nico. Esto dispensados da autorizao citada no caput os

    rgos que se utilizam das citadas ilhas por fora de dispositivos legais ou

    quando decorrente de compromissos legais assumidos.

    Art. 45. Excluem-se das indenizaes referentes regularizao fundiria

    das unidades de conservao, derivadas ou no de desapropriao:

    I - (VETADO)

    II - (VETADO)

    III - as espcies arbreas declaradas imunes de corte pelo Poder Pblico;

    IV - expectativas de ganhos e lucro cessante;

    V - o resultado de clculo efetuado mediante a operao de juros

    compostos;

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  • VI - as reas que no tenham prova de domnio inequvoco e anterior

    criao da unidade.

    Art. 46. A instalao de redes de abastecimento de gua, esgoto, energia e

    infra-estrutura urbana em geral, em unidades de conservao onde estes

    equipamentos so admitidos depende de prvia aprovao do rgo

    responsvel por sua administrao, sem prejuzo da necessidade de

    elaborao de estudos de impacto ambiental e outras exigncias legais.

    Pargrafo nico. Esta mesma condio se aplica zona de amortecimento

    das unidades do Grupo de Proteo Integral, bem como s reas de

    propriedade privada inseridas nos limites dessas unidades e ainda no

    indenizadas.

    Art. 47.O rgo ou empresa, pblico ou privado, responsvel pelo

    abastecimento de gua ou que faa uso de recursos hdricos, beneficirio

    da proteo proporcionada por uma unidade de conservao, deve

    contribuir financeiramente para a proteo e implementao da unidade,

    de acordo com o disposto em regulamentao especfica.

    Art. 48. O rgo ou empresa, pblico ou privado, responsvel pela gerao

    e distribuio de energia eltrica, beneficirio da proteo oferecida por

    uma unidade de conservao, deve contribuir financeiramente para a

    proteo e implementao da unidade, de acordo com o disposto em

    regulamentao especfica.

    Art. 49. A rea de uma unidade de conservao do Grupo de Proteo

    Integral considerada zona rural, para os efeitos legais.

    Pargrafo nico. A zona de amortecimento das unidades de conservao

    de que trata este artigo, uma vez definida formalmente, no pode ser

    transformada em zona urbana.

    Art. 50. O Ministrio do Meio Ambiente organizar e manter um Cadastro

    Nacional de Unidades de Conservao, com a colaborao do IBAMA e

    dos rgos estaduais e municipais competentes.

    1 O Cadastro a que se refere este artigo conter os dados principais de

    cada unidade de conservao, incluindo, dentre outras caractersticas

    relevantes, informaes sobre espcies ameaadas de extino, situao

    fundiria, recursos hdricos, clima, solos e aspectos socioculturais e

    antropolgicos.

    2 O Ministrio do Meio Ambiente divulgar e colocar disposio do

    pblico interessado os dados constantes do Cadastro.

    Art. 51. O Poder Executivo Federal submeter apreciao do Congresso

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  • Nacional, a cada dois anos, um relatrio de avaliao global da situao

    das unidades de conservao federais do Pas.

    Art. 52. Os mapas e cartas oficiais devem indicar as reas que compem o

    SNUC.

    Art. 53. O IBAMA elaborar e divulgar periodicamente uma relao

    revista e atualizada das espcies da flora e da fauna ameaadas de

    extino no territrio brasileiro.

    Pargrafo nico. O IBAMA incentivar os competentes rgos estaduais e

    municipais a elaborarem relaes equivalentes abrangendo suas

    respectivas reas de jurisdio.

    Art. 54. O IBAMA, excepcionalmente, pode permitir a captura de

    exemplares de espcies ameaadas de extino destinadas a programas

    de criao em cativeiro ou formao de colees cientficas, de acordo com

    o disposto nesta Lei e em regulamentao especfica.

    Art. 55. As unidades de conservao e reas protegidas criadas com base

    nas legislaes anteriores e que no pertenam s categorias previstas

    nesta Lei sero reavaliadas, no todo ou em parte, no prazo de at dois

    anos, com o objetivo de definir sua destinao com base na categoria e

    funo para as quais foram criadas, conforme o disposto no regulamento

    desta Lei.

    Art. 56. (VETADO)

    Art. 57. Os rgos federais responsveis pela execuo das polticas

    ambiental e indigenista devero instituir grupos de trabalho para, no prazo

    de cento e oitenta dias a partir da vigncia desta Lei, propor as diretrizes a

    serem adotadas com vistas regularizao das eventuais superposies

    entre reas indgenas e unidades de conservao.

    Pargrafo nico. No ato de criao dos grupos de trabalho sero fixados os

    participantes, bem como a estratgia de ao e a abrangncia dos

    trabalhos, garantida a participao das comunidades envolvidas.

    Art. 58. O Poder Executivo regulamentar esta Lei, no que for necessrio

    sua aplicao, no prazo de cento e oitenta dias a partir da data de sua

    publicao.

    Art. 59. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 60. Revogam-se os arts. 5 e 6 da Lei n 4.771, de 15 de setembro

    de 1965; o art. 5 da Lei no 5.197, de 3 de janeiro de 1967; e o art. 18 da

    Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981.

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  • Braslia, 18 de julho de 2000; 179 da Independncia e 112 da

    Repblica.

    MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL

    Jos Sarney Filho

    Publicado no D.O. de 19.07.2000

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  • 32

    Fotos gentilmente cedidas por:

    Ana Paula Leite Prates, Antnio Edson Guimares Farias, Beatrice Padovani Ferreira,

    Caio Borghoff, Fbio Frana Arajo, Jos Martins da Silva Jr.,

    Jos Sabino, Luciano Candisani, Maria Carolina Hazin, Paulo Cezar Mendes Ramos,

    Rui Faquini, Parque Nacional e Histrico do Monte Pascoal, Projeto Recifes Costeiros e

    Reserva Biolgica do Atol das Rocas.

    www.mma.gov.br

    [email protected]

    [email protected]

  • SNUC

    SISTEMA NACIONAL

    DE UNIDADES DE

    CONSERVAO

    DA NATUREZA

    DEC

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    N 4

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    2

  • DECRETO N 4.340, DE 22 DE AGOSTO DE 2002

    Regulamenta artigos da Lei n 9.985, de 18 de

    julho de 2000, que dispe sobre o Sistema

    Nacional de Unidades de Conservao da

    Natureza - SNUC, e d outras providncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso das atribuies que lhe

    conferem o art. 84, inciso IV, e o art. 225, 1, incisos I, II, III e VII, da

    Constituio Federal, e tendo em vista o disposto na Lei n 9.985, de 18 de

    julho de 2000,

    D E C R E T A :

    Art. 1 Este Decreto regulamenta os arts. 22, 24, 25, 26, 27, 29, 30, 33,

    36, 41, 42, 47, 48 e 55 da Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, bem

    como os arts. 15, 17, 18 e 20, no que concerne aos conselhos das

    unidades de conservao.

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  • CAPTULO I

    DA CRIAO DE UNIDADE DE CONSERVAO

    Art. 2 O ato de criao de uma unidade de conservao deve indicar:

    I - a denominao, a categoria de manejo, os objetivos, os limites, a rea da

    unidade e o rgo responsvel por sua administrao;

    II - a populao tradicional beneficiria, no caso das Reservas Extrativistas

    e das Reservas de Desenvolvimento Sustentvel;

    III - a populao tradicional residente, quando couber, no caso das

    Florestas Nacionais, Florestas Estaduais ou Florestas Municipais; e

    IV - as atividades econmicas, de segurana e de defesa nacional

    envolvidas.

    Art. 3 A denominao de cada unidade de conservao dever basear-se,

    preferencialmente, na sua caracterstica natural mais significativa, ou na

    sua denominao mais antiga, dando-se prioridade, neste ltimo caso, s

    designaes indgenas ancestrais.

    Art. 4 Compete ao rgo executor proponente de nova unidade de

    conservao elaborar os estudos tcnicos preliminares e realizar, quando

    for o caso, a consulta pblica e os demais procedimentos administrativos

    necessrios criao da unidade.

    Art. 5 A consulta pblica para a criao de unidade de conservao tem a

    finalidade de subsidiar a definio da localizao, da dimenso e dos

    limites mais adequados para a unidade.

    1 A consulta consiste em reunies pblicas ou, a critrio do rgo

    ambiental competente, outras formas de oitiva da populao local e de

    outras partes interessadas.

    2 No processo de consulta pblica, o rgo executor competente deve

    indicar, de modo claro e em linguagem acessvel, as implicaes para a

    populao residente no interior e no entorno da unidade proposta.

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  • CAPTULO II

    DO SUBSOLO E DO ESPAO AREO

    Art. 6 Os limites da unidade de conservao, em relao ao subsolo, so

    estabelecidos:

    I - no ato de sua criao, no caso de Unidade de Conservao de Proteo

    Integral; e

    II - no ato de sua criao ou no Plano de Manejo, no caso de Unidade de

    Conservao de Uso Sustentvel.

    Art. 7 Os limites da unidade de conservao, em relao ao espao areo,

    so estabelecidos no Plano de Manejo, embasados em estudos tcnicos

    realizados pelo rgo gestor da unidade de conservao, consultada a

    autoridade aeronutica competente e de acordo com a legislao vigente.DO

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  • CAPTULO III

    DO MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAO

    Art. 8 O mosaico de unidades de conservao ser reconhecido em ato do

    Ministrio do Meio Ambiente, a pedido dos rgos gestores das unidades

    de conservao.

    Art. 9 O mosaico dever dispor de um conselho de mosaico, com carter

    consultivo e a funo de atuar como instncia de gesto integrada das

    unidades de conservao que o compem.

    1 A composio do conselho de mosaico estabelecida na portaria que

    institui o mosaico e dever obedecer aos mesmos critrios estabelecidos

    no Captulo V deste Decreto.

    2 O conselho de mosaico ter como presidente um dos chefes das

    unidades de conservao que o compem, o qual ser escolhido pela

    maioria simples de seus membros.

    Art. 10. Compete ao conselho de cada mosaico:

    I - elaborar seu regimento interno, no prazo de noventa dias, contados da

    sua instituio;

    II - propor diretrizes e aes para compatibilizar, integrar e otimizar:

    a) as atividades desenvolvidas em cada unidade de conservao, tendo

    em vista, especialmente:

    1. os usos na fronteira entre unidades;

    2. o acesso s unidades;

    3. a fiscalizao;

    4. o monitoramento e avaliao dos Planos de Manejo;

    5. a pesquisa cientfica; e

    6. a alocao de recursos advindos da compensao referente ao

    licenciamento ambiental de empreendimentos com significativo

    impacto ambiental;

    b) a relao com a populao residente na rea do mosaico.

    III - manifestar-se sobre propostas de soluo para a sobreposio de

    unidades; e

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  • IV - manifestar-se, quando provocado por rgo executor, por conselho de

    unidade de conservao ou por outro rgo do Sistema Nacional do Meio

    Ambiente - SISNAMA, sobre assunto de interesse para a gesto do

    mosaico.

    Art. 11. Os corredores ecolgicos, reconhecidos em ato do Ministrio do

    Meio Ambiente, integram os mosaicos para fins de sua gesto.

    Pargrafo nico. Na ausncia de mosaico, o corredor ecolgico que

    interliga unidades de conservao ter o mesmo tratamento da sua zona

    de amortecimento.

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  • CAPTULO IV

    DO PLANO DE MANEJO

    Art. 12. O Plano de Manejo da unidade de conservao, elaborado pelo

    rgo gestor ou pelo proprietrio quando for o caso, ser aprovado:

    I - em portaria do rgo executor, no caso de Estao Ecolgica, Reserva

    Biolgica, Parque Nacional, Monumento Natural, Refgio de Vida

    Silvestre, rea de Proteo Ambiental, rea de Relevante Interesse

    Ecolgico, Floresta Nacional, Reserva de Fauna e Reserva Particular do

    Patrimnio Natural;

    II - em resoluo do conselho deliberativo, no caso de Reserva Extrativista

    e Reserva de Desenvolvimento Sustentvel, aps prvia aprovao do

    rgo executor.

    Art. 13. O contrato de concesso de direito real de uso e o termo de

    compromisso firmados com populaes tradicionais das Reservas

    Extrativistas e Reservas de Uso Sustentvel devem estar de acordo com o

    Plano de Manejo, devendo ser revistos, se necessrio.

    Art. 14. Os rgos executores do Sistema Nacional de Unidades de

    Conservao da Natureza - SNUC, em suas respectivas esferas de

    atuao, devem estabelecer, no prazo de cento e oitenta dias, a partir da

    publicao deste Decreto, roteiro metodolgico bsico para a elaborao

    dos Planos de Manejo das diferentes categorias de unidades de

    conservao, uniformizando conceitos e metodologias, fixando diretrizes

    para o diagnstico da unidade, zoneamento, programas de manejo, prazos

    de avaliao e de reviso e fases de implementao.

    Art. 15. A partir da criao de cada unidade de conservao e at que seja

    estabelecido o Plano de Manejo, devem ser formalizadas e implementadas

    aes de proteo e fiscalizao.

    Art. 16. O Plano de Manejo aprovado deve estar disponvel para consulta

    do pblico na sede da unidade de conservao e no centro de

    documentao do rgo executor.

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  • CAPTULO V

    DO CONSELHO

    Art. 17. As categorias de unidade de conservao podero ter, conforme a

    Lei n 9.985, de 2000, conselho consultivo ou deliberativo, que sero

    presididos pelo chefe da unidade de conservao, o qual designar os

    demais conselheiros indicados pelos setores a serem representados.

    1 A representao dos rgos pblicos deve contemplar, quando couber,

    os rgos ambientais dos trs nveis da Federao e rgos de reas afins,

    tais como pesquisa cientfica, educao, defesa nacional, cultura, turismo,

    paisagem, arquitetura, arqueologia e povos indgenas e assentamentos

    agrcolas.

    2 A representao da sociedade civil deve contemplar, quando couber, a

    comunidade cientfica e organizaes no-governamentais ambientalistas

    com atuao comprovada na regio da unidade, populao residente e do

    entorno, populao tradicional, proprietrios de imveis no interior da

    unidade, trabalhadores e setor privado atuantes na regio e representantes

    dos Comits de Bacia Hidrogrfica.

    3 A representao dos rgos pblicos e da sociedade civil nos

    conselhos deve ser, sempre que possvel, paritria, considerando as

    peculiaridades regionais.

    4 A Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico - OSCIP com

    representao no conselho de unidade de conservao no pode se

    candidatar gesto de que trata o Captulo VI deste Decreto.

    5 O mandato do conselheiro de dois anos, renovvel por igual perodo,

    no remunerado e considerado atividade de relevante interesse pblico.

    6 No caso de unidade de conservao municipal, o Conselho Municipal

    de Defesa do Meio Ambiente, ou rgo equivalente, cuja composio

    obedea ao disposto neste artigo, e com competncias que incluam

    aquelas especificadas no art. 20 deste Decreto, pode ser designado como

    conselho da unidade de conservao.

    Art. 18. A reunio do conselho da unidade de conservao deve ser

    pblica, com pauta preestabelecida no ato da convocao e realizada em

    local de fcil acesso.

    Art. 19. Compete ao rgo executor:

    I - convocar o conselho com antecedncia mnima de sete dias;

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    40

  • II - prestar apoio participao dos conselheiros nas reunies, sempre que

    solicitado e devidamente justificado.

    Pargrafo nico. O apoio do rgo executor indicado no inciso II no

    restringe aquele que possa ser prestado por outras organizaes.

    Art. 20. Compete ao conselho de unidade de conservao:

    I - elaborar o seu regimento interno, no prazo de noventa dias, contados da

    sua instalao;

    II - acompanhar a elaborao, implementao e reviso do Plano de

    Manejo da unidade de conservao, quando couber, garantindo o seu

    carter participativo;

    III - buscar a integrao da unidade de conservao com as demais

    unidades e espaos territoriais especialmente protegidos e com o seu

    entorno;

    IV - esforar-se para compatibilizar os interesses dos diversos segmentos

    sociais relacionados com a unidade;

    V - avaliar o oramento da unidade e o relatrio financeiro anual elaborado

    pelo rgo executor em relao aos objetivos da unidade de conservao;

    VI - opinar, no caso de conselho consultivo, ou ratificar, no caso de

    conselho deliberativo, a contratao e os dispositivos do termo de parceria

    com OSCIP, na hiptese de gesto compartilhada da unidade;

    VII - acompanhar a gesto por OSCIP e recomendar a resciso do termo de

    parceria, quando constatada irregularidade;

    VIII - manifestar-se sobre obra ou atividade potencialmente causadora de

    impacto na unidade de conservao, em sua zona de amortecimento,

    mosaicos ou corredores ecolgicos; e

    IX - propor diretrizes e aes para compatibilizar, integrar e otimizar a

    relao com a populao do entorno ou do interior da unidade, conforme o

    caso.

    DO

    CO

    NSELH

    O C

    AP

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    V

    41

  • CAPTULO VI

    DA GESTO COMPARTILHADA COM OSCIP

    Art. 21. A gesto compartilhada de unidade de conservao por OSCIP

    regulada por termo de parceria firmado com o rgo executor, nos termos

    da Lei n 9.790, de 23 de maro de 1999.

    Art. 22. Poder gerir unidade de conservao a OSCIP que preencha os

    seguintes requisitos:

    I - tenha dentre seus objetivos institucionais a proteo do meio ambiente

    ou a promoo do desenvolvimento sustentvel; e

    II - comprove a realizao de atividades de proteo do meio ambiente ou

    desenvolvimento sustentvel, preferencialmente na unidade de

    conservao ou no mesmo bioma.

    Art. 23. O edital para seleo de OSCIP, visando a gesto compartilhada,

    deve ser publicado com no mnimo sessenta dias de antecedncia, em

    jornal de grande circulao na regio da unidade de conservao e no

    Dirio Oficial, nos termos da Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993.

    Pargrafo nico. Os termos de referncia para a apresentao de proposta

    pelas OSCIP sero definidos pelo rgo executor, ouvido o conselho da

    unidade.

    Art. 24. A OSCIP deve encaminhar anualmente relatrios de suas

    atividades para apreciao do rgo executor e do conselho da unidade.

    DA

    GEST

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    VI

    42

  • CAPTULO VII

    DA AUTORIZAO PARA A EXPLORAO DE BENS E SERVIOS

    Art. 25. passvel de autorizao a explorao de produtos, sub-produtos

    ou servios inerentes s unidades de conservao, de acordo com os

    objetivos de cada categoria de unidade.

    Pargrafo nico. Para os fins deste Decreto, entende-se por produtos, sub-

    produtos ou servios inerentes unidade de conservao:

    I - aqueles destinados a dar suporte fsico e logstico sua administrao e

    implementao das atividades de uso comum do pblico, tais como

    visitao, recreao e turismo;

    II - a explorao de recursos florestais e outros recursos naturais em

    Unidades de Conservao de Uso Sustentvel, nos limites estabelecidos

    em lei.

    Art. 26. A partir da publicao deste Decreto, novas autorizaes para a

    explorao comercial de produtos, sub-produtos ou servios em unidade

    de conservao de domnio pblico s sero permitidas se previstas no

    Plano de Manejo, mediante deciso do rgo executor, ouvido o conselho

    da unidade de conservao.

    Art. 27. O uso de imagens de unidade de conservao com finalidade

    comercial ser cobrado conforme estabelecido em ato administrativo pelo

    rgo executor.

    Pargrafo nico. Quando a finalidade do uso de imagem da unidade de

    conservao for preponderantemente cientfica, educativa ou cultural, o

    uso ser gratuito.

    Art. 28. No processo de autorizao da explorao comercial de produtos,

    sub-produtos ou servios de unidade de conservao, o rgo executor

    deve viabilizar a participao de pessoas fsicas ou jurdicas, observando-

    se os limites estabelecidos pela legislao vigente sobre licitaes pblicas

    e demais normas em vigor.

    Art. 29. A autorizao para explorao comercial de produto, sub-produto

    ou servio de unidade de conservao deve estar fundamentada em

    estudos de viabilidade econmica e investimentos elaborados pelo rgo

    executor, ouvido o conselho da unidade.

    Art. 30. Fica proibida a construo e ampliao de benfeitoria sem

    autorizao do rgo gestor da unidade de conservao.

    DA

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    VII

    43

  • CAPTULO VIII

    DA COMPENSAO POR SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL

    Art. 32. Ser instituda no mbito dos rgos licenciadores cmaras de

    compensao ambiental, compostas por representantes do rgo, com a

    finalidade de analisar e propor a aplicao da compensao ambiental,

    para a aprovao da autoridade competente, de acordo com os estudos

    ambientais realizados e percentuais definidos.

    Art. 33. A aplicao dos recursos da compensao ambiental de que trata

    o art. 36 da Lei n 9.985, de 2000, nas unidades de conservao,

    existentes ou a serem criadas, deve obedecer seguinte ordem de

    prioridade:

    I - regularizao fundiria e demarcao das terras;

    II - elaborao, reviso ou implantao de plano de manejo;

    III - aquisio de bens e servios necessrios implantao, gesto,

    monitoramento e proteo da unidade, compreendendo sua rea de

    amortecimento;

    IV - desenvolvimento de estudos necessrios criao de nova unidade de

    conservao; e

    V - desenvolvimento de pesquisas necessrias para o manejo da unidade

    de conservao e rea de amortecimento.

    Pargrafo nico. Nos casos de Reserva Particular do Patrimnio Natural,

    Monumento Natural, Refgio de Vida Silvestre, rea de Relevante

    Interesse Ecolgico e rea de Proteo Ambiental, quando a posse e o

    domnio no sejam do Poder Pblico, os recursos da compensao

    somente podero ser aplicados para custear as seguintes atividades:

    Art. 31. Para os fins de fixao da compensao ambiental de que trata o

    art. 36 da Lei n 9.985, de 2000, o rgo ambiental licenciador

    estabelecer o grau de impacto a partir de estudo prvio de impacto

    ambiental e respectivo relatrio - EIA/RIMA realizados quando do processo

    de licenciamento ambiental, sendo considerados os impactos negativos e

    no mitigveis aos recursos ambientais. (Redao dada pelo Decreto n

    5.566, de 2005)

    Pargrafo nico. Os percentuais sero fixados, gradualmente, a partir de

    meio por cento dos custos totais previstos para a implantao do

    empreendimento, considerando-se a amplitude dos impactos gerados,

    conforme estabelecido no caput.

    DA

    CO

    MP

    EN

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    VII

    I

    44

  • I - elaborao do Plano de Manejo ou nas atividades de proteo da

    unidade;

    II - realizao das pesquisas necessrias para o manejo da unidade, sendo

    vedada a aquisio de bens e equipamentos permanentes;

    III - implantao de programas de educao ambiental; e

    IV - financiamento de estudos de viabilidade econmica para uso

    sustentvel dos recursos naturais da unidade afetada.

    Art. 34. Os empreendimentos implantados antes da edio deste Decreto

    e em operao sem as respectivas licenas ambientais devero requerer,

    no prazo de doze meses a partir da publicao deste Decreto, a

    regularizao junto ao rgo ambiental competente mediante licena de

    operao corretiva ou retificadora.

    DA

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    VIII

    45

  • CAPTULO IX

    DO REASSENTAMENTO DAS POPULAES TRADICIONAIS

    Art. 35. O processo indenizatrio de que trata o art. 42 da Lei n 9.985, de

    2000, respeitar o modo de vida e as fontes de subsistncia das

    populaes tradicionais.

    Art. 36. Apenas as populaes tradicionais residentes na unidade no

    momento da sua criao tero direito ao reassentamento.

    Art. 37. O valor das benfeitorias realizadas pelo Poder Pblico, a ttulo de

    compensao, na rea de reassentamento ser descontado do valor

    indenizatrio.

    Art. 38. O rgo fundirio competente, quando solicitado pelo rgo

    executor, deve apresentar, no prazo de seis meses, a contar da data do

    pedido, programa de trabalho para atender s demandas de

    reassentamento das populaes tradicionais, com definio de prazos e

    condies para a sua realizao.

    Art. 39. Enquanto no forem reassentadas, as condies de permanncia

    das populaes tradicionais em Unidade de Conservao de Proteo

    Integral sero reguladas por termo de compromisso, negociado entre o

    rgo executor e as populaes, ouvido o conselho da unidade de

    conservao.

    1 O termo de compromisso deve indicar as reas ocupadas, as

    limitaes necessrias para assegurar a conservao da natureza e os

    deveres do rgo executor referentes ao processo indenizatrio,

    assegurados o acesso das populaes s suas fontes de subsistncia e a

    conservao dos seus modos de vida.

    2 O termo de compromisso ser assinado pelo rgo executor e pelo

    representante de cada famlia, assistido, quando couber, pela comunidade

    rural ou associao legalmente constituda.

    3 O termo de compromisso ser assinado no prazo mximo de um ano

    aps a criao da unidade de conservao e, no caso de unidade j criada,

    no prazo mximo de dois anos contado da publicao deste Decreto.

    4 O prazo e as condies para o reassentamento das populaes

    tradicionais estaro definidos no termo de compromisso.

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    IX

    46

  • CAPTULO X

    DA REAVALIAO DE UNIDADE DE CONSERVAO DE CATEGORIA

    NO PREVISTA NO SISTEMA

    Art. 40. A reavaliao de unidade de conservao prevista no art. 55 da

    Lei n 9.985, de 2000, ser feita mediante ato normativo do mesmo nvel

    hierrquico que a criou.

    Pargrafo nico. O ato normativo de reavaliao ser proposto pelo rgo

    executor.

    DA

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    47

  • CAPTULO XI

    DAS RESERVAS DA BIOSFERA

    Art. 41. A Reserva da Biosfera um modelo de gesto integrada,

    participativa e sustentvel dos recursos naturais, que tem por objetivos

    bsicos a preservao da biodiversidade e o desenvolvimento das

    atividades de pesquisa cientfica, para aprofundar o conhecimento dessa

    diversidade biolgica, o monitoramento ambiental, a educao ambiental,

    o desenvolvimento sustentvel e a melhoria da qualidade de vida das

    populaes.

    Art. 42. O gerenciamento das Reservas da Biosfera ser coordenado pela

    Comisso Brasileira para o Programa O Homem e a Biosfera -

    COBRAMAB, de que trata o Decreto de 21 de setembro de 1999, com a

    finalidade de planejar, coordenar e supervisionar as atividades relativas ao

    Programa.

    Art. 43. Cabe COBRAMAB, alm do estabelecido no Decreto de 21 de

    setembro de 1999, apoiar a criao e instalar o sistema de gesto de cada

    uma das Reservas da Biosfera reconhecidas no Brasil.

    1 Quando a Reserva da Biosfera abranger o territrio de apenas um

    Estado, o sistema de gesto ser composto por um conselho deliberativo e

    por comits regionais.

    2 Quando a Reserva da Biosfera abranger o territrio de mais de um

    Estado, o sistema de gesto ser composto por um conselho deliberativo e

    por comits estaduais.

    3 COBRAMAB compete criar e coordenar a Rede Nacional de

    Reservas da Biosfera.

    Art. 44. Compete aos conselhos deliberativos das Reservas da Biosfera:

    I - aprovar a estrutura do sistema de gesto de sua Reserva e coorden-lo;

    II - propor COBRAMAB macro-diretrizes para a implantao das

    Reservas da Biosfera;

    III - elaborar planos de ao da Reserva da Biosfera, propondo prioridades,

    metodologias, cronogramas, parcerias e reas temticas de atuao, de

    acordo como os objetivos bsicos enumerados no art. 41 da Lei n 9.985,

    de 2000;

    IV - reforar a implantao da Reserva da Biosfera pela proposio de

    projetos pilotos em pontos estratgicos de sua rea de domnio; e

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    XI

    48

  • V - implantar, nas reas de domnio da Reserva da Biosfera, os princpios

    bsicos constantes do art. 41 da Lei n 9.985, de 2000.

    Art. 45. Compete aos comits regionais e estaduais:

    I - apoiar os governos locais no estabelecimento de polticas pblicas

    relativas s Reservas da Biosfera; e

    II - apontar reas prioritrias e propor estratgias para a implantao das

    Reservas da Biosfera, bem como para a difuso de seus conceitos e

    funes.

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  • CAPTULO XII

    DAS DISPOSIES FINAIS

    Art. 46. Cada categoria de unidade de conservao integrante do SNUC

    ser objeto de regulamento especfico.

    Pargrafo nico. O Ministrio do Meio Ambiente dever propor

    regulamentao de cada categoria de unidade de conservao, ouvidos os

    rgos executores.

    Art. 47. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicao.

    Art. 48. Fica revogado o Decreto n 3.834, de 5 de junho de 2001.

    Braslia, 22 de agosto de 2002; 181 da Independncia e 114 da

    Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

    Jos Carlos Carvalho

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    Publicado no D.O. de 23.08.2002

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    PLANO NACIONAL DE

    REAS PROTEGIDAS

    O Plano Estratgido Nacional de reas Protegidas - PNAP um