sistema nacional de unidades de conservacao snuc

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA PÓS GRADUAÇÃO – MBA EM PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL Direito Ambiental Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Adilson, Fernanda, Heraldo, Luciana, Ricardo, Susiley Turma: 19 Prof. Luiz Guilherme 13/10/2008

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Page 1: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDAPÓS GRADUAÇÃO – MBA EM PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

Direito AmbientalSistema Nacional de Unidades de

Conservação – SNUCLei nº 9.985 de 18 de julho de 2000.

Adilson, Fernanda, Heraldo, Luciana, Ricardo, SusileyTurma: 19

Prof. Luiz Guilherme

13/10/2008

Page 2: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 2

RESUMO

As unidades de conservação integrantes do S.N.U.C. (Sistema Nacional de Unidades

de Conservação) dividem-se em dois grupos, e os grupos são divididos em categorias

de manejo. As Unidades de Proteção Integral abrangem: Estação Ecológica, Reserva

Biológica, Parque Nacional, Parque Estadual, Monumento Natural e Refúgio de Vida

Silvestre. Já as Unidades de Uso Sustentável, abrangem: Área de Proteção Ambiental,

Área de Proteção Ambiental Estadual, Área de Relevante Interesse Ecológico,

Floresta Nacional, Floresta Estadual, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva

de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.

O objetivo deste trabalho é mostrar os conceitos dos espaços territoriais

especialmente protegidos, a localização, as caracteristicas, como clima, fauna, flora e

as finalidades do Parque Nacional (Itatiaia), da Área de Proteção Ambiental

(Mantiqueira) e Área de Relevante Interesse Ecológico (Ilhas Cagarras).

Page 3: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 3

INTRODUÇÃO

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), definido pela Lei

Federal nº 9985 de 18 de julho de 2000, - é o conjunto organizado de áreas naturais

protegidas (unidades de conservação federais, estaduais e municipais) que planejado,

manejado e gerenciado como um todo será capaz de viabilizar os objetivos nacionais

de conservação.

São eles:

I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no

território nacional e nas águas jurisdicionais;

II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;

III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas

naturais;

IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no

processo de desenvolvimento;

VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,

espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e

monitoramento ambiental;

XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a

recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;

XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações

tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-

as social e economicamente.

Page 4: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 4

Parque Nacional (Art. 8º)

O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas

naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de

pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação

ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

O Parque Nacional é de posse e domínio público, sendo que as áreas

particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que

dispõe a lei.

A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano

de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua

administração, e àquelas previstas em regulamento.

A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela

administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este

estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.

As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão

denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.

6

58

Regiões Total de PARNA/Região

9

13

1213

Total Nacional

Centro-OesteNordesteNorte

Sudeste

Sul

Tabela 1 – Parque Nacional em números.

Área de Proteção Ambiental (Art.14, I)

A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com certo grau de

ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais

especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações

humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o

processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

Page 5: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 5

A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privada.

Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e

restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de

Proteção Ambiental.

As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas

áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.

Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as

condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e

restrições legais.

A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão

responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos

públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se

dispuser no regulamento desta Lei.

5

40

Regiões Total de APA/Região

7

14

311

Total Nacional

Centro-OesteNordesteNorte

Sudeste

Sul

Tabela 2 – Área de Proteção Ambiental em números.

Área de Relevante Interesse Ecológico (Art.14, II)

A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de pequena

extensão (sempre inferior a 5.000 hectares), com pouca ou nenhuma ocupação

humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros

da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância

regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo

com os objetivos de conservação da natureza.

A ARIE, têm pouca ou nenhuma ocupação humana, é constituída por terras

públicas ou privada.

Page 6: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 6

Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e

restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de

Relevante Interesse Ecológico.

Seu uso deve regular, a cada caso, atividades que possam pôr em risco a

conservação dos ecossistemas, a proteção especial das espécies endêmicas ou raras,

ou a harmonia da paisagem. Quando estiver localizada em perímetros de APAs,

integrará a Zona de Vida Silvestre (ZVS).

Do ponto de vista fundiário, o fato de não requererem o domínio público facilita

sua criação. A categoria é interessante no âmbito da política de desenvolvimento

sustentado, desde que estabelecidos os critérios técnico-científicos para a exploração

de seus produtos naturais, através de Plano de Manejo. A criação de novas ARIEs

poderia contribuir tanto para a perpetuação de fragmentos de ecossistemas naturais,

como para um melhor conhecimento de sua dinâmica natural e exploração sustentada

de seus recursos florestais.

1

26

Regiões Total de ARIE/Região

7

10

44

Total Nacional

Centro-OesteNordesteNorte

Sudeste

Sul

Tabela 3 - Área de Relevante Interesse Ecológico em números.

Page 7: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 7

PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA

O Parque Nacional do Itatiaia é o mais antigo parque nacional do Brasil.

Fundado pelo então Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil,

Getúlio Vargas, usando das atribuições que lhe são conferidas no art. 56, paragrafro

1º da Constituição Federal e em execução do disposto nos art. 10 e 12 do Código

Florestal, aprovado pelo Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934, através do

Decreto Federal nº 1.713 (14/061937). Considerando que as terras da região do

Itatiaia, incorporados desde 1914 ao Jardim Botânico que nelas mantém a Estação

Biológica do Itatiaia, ocupam uma área de aproximadamente 12.000 hctares. Em

1982, sua área foi aumentadoa para 30.000 hectares. Coberta na maioria de matas

primitivas, mantém uma fauna e flora bastante diversificada devido à altitude de quase

3.000 metros e ao clima variado. Considerando que, por essas circunstâncias, a região

em que está localizada a referida Estação Biológica deve ser transformado em Parque

Nacional para que possa ficar, respectivamente, conservada no seu aspecto primitivo

e atender às necessidades de ordem científica decorrentes das circunstâncias. É a

única reserva natural da região das Agulhas Negras, classificada como Unidade de

Proteção Integral.

Fig.1 – Abrangencia do Parque Nacional do Itatiaia

Page 8: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 8

Localização

O parque está localizado no Maciço do Itatiaia, na Serra da Mantiqueira, na

divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Fica ao sul do estado do Rio

de Janeiro, nos municípios de Itatiaia e Resende, e a sul do Estado de Minas Gerais,

abrangendo os Municípios de Itamonte (MG), Alagoa (MG) e Bocaina de Minas(MG).

É dividido em dois ambientes distintos:

• Sede do Parque (Parte baixa): Saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo,

segue-se pela Rodovia Presidente Dutra(BR 116) até a cidade de Itatiaia, altura do km

316. O Centro de Visitantes, localizado na parte baixa do parque, possui um museu

com informações básicas sobre a fauna e a flora da região, com animais empalhados

e uma biblioteca.

• Planalto (Parte alta): Saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo, segue-se

pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) até Engenheiro Passos, altura do km 330,

seguindo pela rodovia BR-354.

Fig. 2 – Localização do Parque

Clima

Durante o inverno brasileiro, nos meses de julho e agosto, a temperatura

diminui em demasia e a pluviosidade também, deixando o clima seco e muito frio. Em

consequência, num país com praticamente 93% de área localizada na zona tropical,

podem ocorrer fenômenos como o da geada sobre os campos e as plantas do parque

Page 9: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 9

e também as precipitações de neve nos dias mais rigorosos do local, ocorrência

contudo, rara nos últimos anos.

Fauna e Flora

Na encosta voltada para o Vale do Paraíba predomina a Mata Atlântica com

fauna e flora ricas e exuberantes, herbácea e possui o maior indíce de endemismos,

ou seja, é composta por espécies que só ocorrem ali, como bromélias e orquídeas.

A fauna da parte baixa é mais rica, propicia mais abrigo para mamíferos, como

a paca, o quati e algumas espécies de maior porte, como porcos-do-mato e queixadas.

Com grande diversidade de pássaros, como o beija-flor (colibri, beija-flor-de-cor-roxa

entre outros), assim como tucanos-de-bico-verde e guachos.

A população de anfíbios tem 67 espécies representantes, entre rãs, sapos e

pererecas. Com destaque de um diminuto sapo de barriga vermelha (sapo-

flamenguinho). Existem apenas duas espécies de peixes devido à escassez de

plâncton.

A flora do Parque do Itatiaia é composta por 163 espécies endêmicas. Entre

1.200 e 1.800 metros, predominam as espécies da flora higrófila, que é característica

nas regiões úmidas, apresentando um sub-bosque denso com epífitas e herbáceas.

Alguns exemplares nobres característicos, são o jequitibá, o guatambú-peroba, a

canela, o cedro rosa, a canjerana, o ipê, a gameleira, o palmito-doce, a samambaia-

açu, entre outras.

Na faixa entre 1.800 e 2.200 metros, o estrato arbóreo sofre redução no porte,

e se aproxima dos campos naturais de altitude, assim conhecida como Zona de

Transição. Acima dos 2.400 metros, observam-se campos, cuja vegetação

predominante são as gramíneas e ciperáceas.

A importância do Itatiaia para a conservação de espécies de aves é grande

tendo em vista os frugívoros de grande porte e as espécies habitantes das partes

altas. No entanto, os impactos causados pelo homem, como incêndios, o extrativismo

das florestas e a caça predatória, levaram a fauna a se dispersar, tornando-se alvo da

extinção. O macuco, a jacutinga, o gavião-real, a anta, o muriqui, o sagüi e a onça

pintada correm esse risco.

Page 10: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 10

Finalidade

O Parque possui um Plano Estratégico de Ecoturismo, teve seu início em 2002,

quando se comemorava o Ano Internacional do Ecoturismo. Desenvolve três

Programas que orientam o Planejamento do Turismo no Parque Nacional do Itatiaia.

1) Programa Condutores de Visitantes, que tem como meta o envolvimento

comunitário e o incentivo às melhores práticas de condução de visitantes, através de

ações de capacitação da comunidade local nos processos da visitação pública,

mínimo impacto em áreas naturais, na hospitalidade, no conhecimento geral do

ambiente do Parque, bem como da legislação que trata da conservação de Parques

Nacionais Brasileiros.

2) Programa de Pesquisa em Uso Público e Sustentabilidade do Turismo, com

linhas de estudo nas áreas de marketing, ecoturismo, gestão participativa, sinalização

e conservação da natureza.

3) Programa de Voluntariado nas Áreas de Uso Público, para a prática do

Ecoturismo com Interpretação e Educação Ambiental para o Visitante, de modo que a

experiência de visitação seja sempre motivada pelos princípios da Consciência

Ambiental. Voluntários no Parque Nacional do Itatiaia que atuam nas Áreas de Uso

Público, orientam a conduta do visitante, orientam a recreação, incentivam o lazer,

geram segurança e informações úteis ao turista.

Atualmente, o parque é visitado por cerca de 100 mil pessoas ao ano. Tem

uma grande rede de hotéis e atrai os praticantes de esportes de aventura, como o

excursionismo (que contém centenas de trilhas), a escalada em rocha, ciclismo de

montanha, rafting, canyoning e vôo livre.

Page 11: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 11

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA MANTIQUEIRA

A Serra da Mantiqueira é uma importante cadeia montanhosa, com altitudes

que variam de 800 a 2.800 metros. É considerada um dos mais importantes

ecossistemas brasileiros e figura na lista das Reservas da Biosfera da ONU

(Organização das Nações Unidas). As primeiras tentativas de ocupação da Serra da

Mantiqueira aconteceram nos séculos XVII e XVIII, quando os bandeirantes buscavam

ouro. Posteriormente foi a extração de madeira e a agropecuária, que realmente

levaram à ocupação da Serra. 

A Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira foi criada em 03 de

junho de 1985, instituída através do Decreto Federal nº 91.304 de 03 de Junho de

1985. As leis ambientais que vigoram obedecem, entre outras normas, ao Sistema

Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). De acordo como SNUC, é permitida

a permanência de pessoas em Áreas de Proteção Ambiental. Elas mantém suas

propriedades, mas há restrições quanto ao uso dos recursos naturais, fixadas no

plano de manejo da Unidade. Este deve ser elaborado pelo órgão gestor da Unidade,

contando com o acompanhamento do Conselho da Unidade, formado por

representantes da sociedade civil e do poder público. A APA da Serra da Mantiqueira

é gerenciada pelo Instituto Chico Mendes de Preservação à Biodiversidade e é

classificada como Unidade de Uso Sustentável.

Localização

A APA estende-se por 402.508 hectares, está localizada nos estados de Minas

Gerais, 16 municípios; São Paulo, 7 municípios e Rio de Janeiro, 2 municípios.

Fig.3 – Abrangência da APA da Mantiqueira

Page 12: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 12

Clima

As características climáticas da Serra da Mantiqueira, incluindo o Planalto Sul-

Mineiro, dependem tanto das massas de ar que atuam em todo o Sudeste (Equatorial

Continental, Tropical Atlântica e Polar Atlântica), quanto do relevo montanhoso.

Na área de meias encostas da escarpa da Mantiqueira e do Planalto Sul de

Minas, domina o clima mesotérmico com verões brandos e estação chuvosa no verão

(Cwb, da classificação de Koppen), de temperatura média anual entre 17 e 20ºC, com

geadas esporádicas.

Das altas encostas da Serra aos seus pontos mais elevados ocorre o clima

mesotérmico com verão brando e sem estação seca (Cfb), de temperatura média

anual entre 16 e 19ºC, geadas freqüentes e raras nevadas. As médias de inverno

mais baixas ocorrem em Campos do Jordão (9,8ºC) e Alto Itatiaia (9,1ºC).

Os índices pluviométricos ultrapassam os 1750mm, atingindo 2395mm no Alto

Itatiaia. Mas o índice diminui quanto mais se vai ao interior, distando do mar.

Fauna e Flora

A grande riqueza da região está mesmo na vegetação e nas milhares de

nascentes que deram origem ao nome da serra e que alimentam importantes bacias

hidrográficas. Fornece as águas que correm para as bacias dos rios Paraíba do Sul e

Paraná, conservando inúmeras riquezas socioambientais.

A porção da mata atlântica localizada na Mantiqueira possui imensas florestas

naturais, com destaque para as últimas reservas de araucárias, o pinheiro brasileiro,

de São Paulo. O Instituto Florestal identificou que os três municípios possuem 12.716

hectares de matas, 9.852 hectares de capoeiras e 6.597 hectares de reflorestamento,

sobretudo de pinus.

A diversidade da vida silvestre é outra riqueza das montanhas da Mantiqueira.

Foram catalogados 178 espécies de aves, muitas ameaçadas de extinção, como o

papagaio-de-peito roxo, uma raridade da serra. Destacam-se queixadas, veados-

campeiros, lobos guará, esquilos, jaguatiricas e a onça parda, além de ouriços,

macacos monocarvoeiros, pacas, e aves como gavião, araponga, inhambus, jaçanãs,

tucanos, canários, maritacas, pica-paus e gralhas azuis.

Page 13: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 13

Finalidade

Esta APA tem como objetivos, além de garantir a conservação do conjunto

paisagístico e da cultura regional, proteger e preservar: parte de uma das maiores

cadeias montanhosas do sudeste brasileiro; a flora endêmica e andina, os

remanescentes dos bosques de araucárias; a continuidade da cobertura vegetal do

espigão central e das manchas de vegetação primitiva; e a vida selvagem,

principalmente as espécies ameaçadas de extinção.

Muitas oportunidades econômicas sustentáveis se fazem presentes na área

desta Serra, como o ecoturismo e o turismo de aventura, o artesanato, a exploração

florestal sustentável, a apicultura e muitas outras. Propiciam diversas pesquisas

científicas nas áreas da ecologia, geologia, biologia, meteorologia entre outras.

Os principais problemas observados na Serra da Mantiqueira são: o

parcelamento irregular do solo; ocupação desordenada e mau uso do solo; poluição

dos recursos hídricos; abertura e manutenção de estradas; corte ilegal de vegetação

nativa (mata ciliar); queimadas.

Page 14: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 14

ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO - ARQUIPÉLAGO DAS ILHAS

CAGARRAS

Criada pela resolução CONAMA 011 de 14/09/1989, o Arquipélago das Cagarras

conta com área de 200,00 hectares, com bioma constituído por ecossistemas costeiros

e é declarado Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE). Não há consenso sobre

o nome do arquipélago, mas o mais aceito, é devido a grande quantidade de

excremento das aves marinhas (atobás, fragatas e gaivotas) que habitam ou

sobrevoam o arquipélago, e que se alimentando basicamente de peixes, excretam o

excesso de cálcio de suas refeições nas encostas rochosas das ilhas, manchando-as

de branco.

Localização

Situado no oceano Atlântico, a 5 Km ao sul da praia de Ipanema, no Rio de Janeiro

– RJ, o arquipélago é formado por sete ilhas e rochedos (Laje da Cagarra, Cagarra,

Filhote da Cagarra, Matias, Praça Onze, Comprida e Palmas).

Fig. 4 – Arquipélago das Cagarras

Fauna e Flora

As Cagarras são recobertas por Orquídeas, Gramíneas, Bromélias, algumas

árvores como as Palmeiras, além de outras espécies resistentes à insolação, maresia

e ventos constantes.

Page 15: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 15

O arquipélago abriga rica fauna submarina como equinodermos, moluscos,

crustáceos, peixes, tartarugas e mamíferos, algumas espécies de valor comercial,

como polvo, lagosta, garoupa e badejo, sendo que golfinhos e baleias são avistados,

esporadicamente, reforçando a necessidade de preservação.

Dentre os invertebrados marinhos destacam-se as esponjas, animais muito antigos

do ponto de vista evolutivo, sésseis (sem locomoção ativa), filtradores e que

desempenham importantes papéis nas comunidades marinhas bentônicas (associadas

ao fundo), servindo de abrigo para diversas espécies de invertebrados, de alimento

para peixes e tartarugas. As esponjas possuem grande valor científico e econômico, já

que são fontes de compostos bioativos com interesse farmacológico.

Finalidade

Por tudo exposto e ainda devido ao Arquipélago possuir uma incrível vista do Rio

de Janeiro, com seus principais cartões-postais reunidos (Pão de Açúcar, Corcovado,

Pedra da Gávea, Pedra Bonita, Pico da Tijuca e do Papagaio), além de oferecer

contato com a natureza e água do mar de excelente qualidade, o fato de estar a

apenas uma hora e meia de barco da cidade atrai cada vez mais pessoas, acarretando

assim acelerado processo de degradações provocado pelos visitantes. Sem

fiscalização eles deixam lixo para trás, destroem a vegetação natural, praticam pesca

predatória, ameaçam a avifauna marinha, e desrespeitam as regras básicas de

navegação. Esses aspectos contribuem para o empobrecimento paisagístico e

ambiental das Cagarras.

Pensando nisso, foi apresentada na Câmara dos Deputados em Brasília a Lei

1683/03, que instituirá o Monumento Natural das Ilhas Cagarras, visando criar o

primeiro santuário emerso e submerso da cidade, apresentando um novo modelo de

gestão compartilhada com recursos provenientes também da iniciativa privada, tendo

status de Parque Marinho Federal.

Ao criar condições para que os interesses esportivos, turísticos e científicos

possam contribuir para a valorização da área, o poder publico se desobriga de “roer o

osso”, e se prepara apenas para mantê–la em condições de visitação, bastando

estabelecer as regras e obrigar a quem passar por lá a cumpri-las.

Page 16: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 16

O autor da proposta na Câmara foi o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a

relatora no Senado Federal, foi a senadora Patrícia Saboya (PSB-CE), estando a

matéria em análise na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e

Fiscalização e Controle (CMA), antes de ser encaminhada ao plenário da Câmara.

Page 17: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 17

CONCLUSÃO:

Unidade de conservação(UC) é um espaço territorial com características

naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de

conservação e de igual maneira limites definidos, sob regime especial de

administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

A criação dessas Unidades de Conservação é a principal proposta para

diminuir os efeitos da destruição dos ecossistemas no Brasil, pois são áreas

geográficas destinadas à preservação dos ecossistemas naturais. As Unidades de

Conservação são importantes para a conservação da biodiversidade das

florestas brasileiras, pois cria instrumentos legais para o estabelecimento de

medidas de manejo e fiscalização. Dentro das Unidades de Conservação, a vida

silvestre está legalmente protegidas das principais ações devastadoras causadas pelo

ser humano, que são os grandes desmatamentos intensivos e a caça descontrolada e

predatória, assim percebe-se que merecem ser conservadas pois exercem funções

fundamentais na manutenção dos ecossistemas e do equilíbrio ecológico. Além disso,

possibilitam a recreação em contato com a natureza, o que ultimamente passou a ser

conhecido por turismo ecológico. São áreas que aliam o desenvolvimento de

pesquisas com uso racional dos recursos naturais.

Dentre os recursos naturais cuja perda ou exaustão vem alcançando

proporções alarmantes, está a diversidade biológica, uma vez que se sabe que é na

conservação da biodiversidade que podem estar os futuros alimentos e novos

medicamento que irão garantir a vida e a saúde das populações vindouras. Frente às

ameaças crescentes e conseqüentes perdas de biodiversidade a que estão sujeitos os

ecossistemas brasileiros, um conjunto de leis de proteção ambiental, tanto a nível

federal e estadual, e por parte de alguns municípios, vem sendo implementadas, ao

longo dos últimos anos, como parte da política de conservação dos recursos da

natureza para a manutenção e melhoria da qualidade da vida humana.

A Constituição Federal de 1988, que também tratou do meio ambiente, foi fruto

da evolução das discussões sobre a questão ambiental. O capítulo referente ao meio

ambiente traz, no caput do artigo 225, uma norma-princípio, enunciativa do direito de

todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para a efetividade desse direito,

a Constituição, além de impor de forma genérica o dever tanto da coletividade quanto

do Poder Público de preservar o meio ambiente, especificou alguns deveres a este

último. Dentre eles está o dever de definir espaços territoriais a serem especialmente

Page 18: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 18

protegidos, de alteração e supressão permitidas somente por meio de lei. É o que está

disposto no artigo 225, § 1º, inciso III da Constituição. É possível concluir sobre a

necessidade da edição de uma lei específica para que o aplicador do direito esteja

vinculado às restrições impostas pela Constituição aos espaços territoriais

especialmente protegidos, observa-se que a discussão das diferentes correntes de

pensamento preservacionista e conservacionista que visam proteger o ambiente

natural, com ênfase na preservação da biodiversidade ou na utilização racional de

recursos ambientais, respectivamente, vem evoluindo ao longo da história e

determinando uma contínua produção de normas e regras, mais ou menos restritivas,

de proteção a determinados recursos e a criação de espaços territoriais especialmente

protegidos, a fim de conter os impactos causados pela ação antrópica, em especial a

redução da biodiversidade.

Assim, foram definidos critérios para enquadrar um espaço como

especialmente protegido. Pelas regras deve ser adotada aquela que atribua à norma

constitucional o sentido que lhe conceda maior utilidade, aplicabilidade e permanência.

Tendo sido os espaços territoriais especialmente protegidos previstos na Lei

9985/2000 referente ao meio ambiente. A interpretação que se deve dar à norma é a

daquela que melhor defenda o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado.

Esta Lei não só dá respaldo ao poder público para impor limitações para

manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, como ainda estabelece

que esse é um dever, não apenas uma faculdade. Estabelece ainda a necessária

relação de complementaridade entre as diferentes categorias de Unidades de

Conservação, organizando-as de acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso:

proteção integral e manejo sustentado. 

Page 19: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

Direito Ambiental| 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DRUMOND, M. A. Curso: Administração e Manejo deUnidades de Conservação -

Apostila da Disciplina: Planejamento paraa Gestão de Unidades de Conservação,

2000.

MEDAUAR, O. Coletânea de Legislação Ambiental – Revista ampliada e atualizada, 7ª

ed. Revista dos Tribunais SP 2008.

LINKS CONSULTADOS:

http: //www.ibama.gov.br

http: //www.ambientebrasil.com.br

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./snuc/

index.html&conteudo=./snuc/sudeste/apa/mantiqueira.html

http://www.geocities.com/mantiqueira2000/clima.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_do_Itatiaia

Sites visitados em 08/10/2008

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./snuc/

index.html&conteudo=./snuc/sudeste/pn/itatiaia.html

http://www.ibama.gov.br/parna_itatiaia/

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./snuc/

index.html&conteudo=./snuc/snuc7.html

sites visitados em 10/10/2008

http://cmrj3.cmrj.gov.br/spldocs/pl/2002/pl0852_2002_003826.pdf

http://www.amigosdanatureza.com.br/dicionario/palavra.php?id=464

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./snuc/

index.html&conteudo=./snuc/snuc3.html

sites visitados em 11/10/2008

Page 20: Sistema Nacional de Unidades de Conservacao Snuc

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