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DIREITO TRIBUTÁRIO MATERIAL PÓS GRADUAÇÃO DIREITO PÚBLICO 2011 – UNISAL Aula 4 - Profª Milena Zampieri Sellmann de Menezes

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Page 1: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

DIREITO TRIBUTÁRIO MATERIALPÓS GRADUAÇÃO DIREITO PÚBLICO 2011 – UNISALAula 4 - Profª Milena Zampieri Sellmann de Menezes

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CRÉDITO TRIBUTÁRIOConstituição Federal de 1988 Art. 146, da CF – “Cabe à lei complementar (...)

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

(...)b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e

decadência tributários;(...)”

Código Tributário Nacional - Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1.966

Livro Segundo - Título III – Crédito Tributário – arts 139 a 193.

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Crédito tributário• Previsto do artigo 139 a 141 do CTN

• Artigo 139 do CTN – “O crédito tributário decorre da

obrigação principal e tem a mesma natureza desta”.

• Deriva do lançamento tributário que o formaliza e o

torna exigível.OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIAOBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

LANÇAMENTOLANÇAMENTO

CRÉDITO TRIBUTÁRIOCRÉDITO TRIBUTÁRIO

LIQUIDEZLIQUIDEZ

CERTEZACERTEZA

EXIGIBILIDADEEXIGIBILIDADE

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Lançamento Tributário• Artigo 142 a 150 do CTN

• Conceito e funções: artigo 142 do CTN

““Art. 142. Compete privativamente à autoridade Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa administrativa constituir o crédito tributário constituir o crédito tributário pelo pelo lançamento, assim entendido o lançamento, assim entendido o procedimento procedimento administrativo administrativo tendente a tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, correspondente, determinar a matéria tributável, , calcular o montante do tributo devido, devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, e, sendo caso, propor a propor a aplicação da penalidade cabível.cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional”.

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Lançamento Tributário• Questões pontuais:

1.Procedimento ou ato administrativo (único ato)?

2.Natureza declaratória (Amílcar de Araújo Falcão),

constitutiva (Américo Lacombe e José Souto Maior Borges)

ou mista (dúplice) (Paulo de Barros Carvalho)?

• REsp n. 250.306/DF- STJ, 1ª Turma, rel. Min. Garcia Vieira, j. 06.06.2000 – “O

crédito tributário não surge com o fato gerador. Ele é constituído com o

lançamento (art. 142 do CTN)”.

▫ Mista: É constitutivo do crédito tributário e declaratório da obrigação

correspondente.

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Lançamento Tributário•Questões pontuais:

3. Trata-se de atividade privativa da

autoridade administrativa?

4. Atividade discricionária ou vinculada? (art.

3°e art. 142, parágrafo único, do CTN)

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Lançamento Tributário

Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em

moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua

sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante

atividade administrativa plenamente vinculada”.

“Art. 142 (...)

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é

vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade

funcional”.

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Lei Aplicável ao Lançamento Tributário

• Ao lançamento aplica-se a lei vigente ao tempo do

fato gerador (fato imponível) – tem efeito ex tunc.

Art. 144 do CTN: “O lançamento reporta-se à data da “O lançamento reporta-se à data da

ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela

lei então vigente, ainda que posteriormente modificada lei então vigente, ainda que posteriormente modificada

ou revogada”.ou revogada”.

• Vedação à Retroatividade Tributária – artigo 150,

III, “a”, da CF

Page 9: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Lei Aplicável ao Lançamento Tributário

• É possível aplicar a lei vigente ao tempo do lançamento

(aspectos formais):

a)Se a nova lei estabelecer novos critérios de apuração ou

processo de fiscalização;

b)Se a nova lei ampliar os poderes de investigação da

autoridade administrativa;

c)Se a nova lei outorgar ao crédito maiores garantias ou

privilégios;

d)Se a nova lei estabelecer multa menos severa que a

vigente ao tempo da infração

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Modalidades de Lançamento Tributário

1. Direto, de ofício ou unilateral;1. Direto, de ofício ou unilateral;

2. Por declaração ou misto;2. Por declaração ou misto;

3. Homologação ou autolançamento.

Classificação pautada pelo grau de

participação do sujeito passivo e do Fisco na

sua realização.

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Modalidades de Lançamento Tributário

1. Lançamento direto ou de ofício (artigo 149 do

CTN): Ex. IPTU, IPVA, Taxas, Contribuições de Melhoria

etc.

Ordinariamente – nos casos em que a lei determina

• iniciativa da autoridade administrativa• independe de qualquer colaboração do sujeito

passivo

Excepcionalmente – qualquer tributo pode ser objeto de lançamento de ofício.

Page 12: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Modalidades de Lançamento Tributário

2. Lançamento misto ou por declaração (artigo 147

do CTN): Ex. II e ITBI.

• tem fundamento em declaração do sujeito passivo

ou de terceiro prestada à Administração

Tributária

• o sujeito passivo ou terceiro é quem presta as

informações indispensáveis à efetivação do

lançamento pela autoridade administrativa, não

tendo o sujeito passivo o dever de pagar antes de

ser notificado do lançamento.

Page 13: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Modalidades de Lançamento Tributário

3.Lançamento por homologação ou autolançamento

(artigo 150 do CTN): Ex. ICMS, IPI, Cofins etc.•a apuração e o pagamento do tributo é

realizado pelo sujeito passivo;•não há prévio exame da autoridade

administrativa;•ocorre a homologação em etapa posterior –

tácita ou expressa;•é possível a cobrança de eventuais diferenças

apuradas (lançamento de ofício);•o pagamento extingue o crédito sob condição

resolutória.

Page 14: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Modalidades de Lançamento Tributário

Lançamento por homologação ou autolançamento (artigo 150 do CTN)

“Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos

cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o

pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se

pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da

atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo

extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao

lançamento. (...)

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar

da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda

Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento

e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência

de dolo, fraude ou simulação”.

Page 15: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Modalidades de Lançamento Tributário

Natureza jurídica da Homologação:

Ato homologatório “extinguindo definitivamente o débito tributário” é ato de fiscalização.

Súmula 436/STJ - DJe 13/05/2010 - Enunciado: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.”

Súmula 446/STJ – DJe 13/05/2010 – Enunciado: “Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, élegítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positivacom efeito de negativa.”

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Notificação do Lançamento Tributário

Importância da Notificação – art. 145 do CTN

•Notificação do lançamento é ato administrativo que dá ao sujeito passivo conhecimento da constituição do crédito tributário e confere eficácia ao lançamento

•O lançamento só produz efeitos junto ao contribuinte se este for regularmente notificado:

– pessoalmente;– por via postal; ou – por edital

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Notificação do Lançamento Tributário

Depois de regularmente notificado o sujeito

passivo, o lançamento pode ser alterado somente

em virtude de:

• Impugnação do sujeito passivo – dá início ao contencioso administrativo (ampla defesa e contraditório – art. 5º, LV, da CF/88)

• Recurso de ofício

• Iniciativa de ofício da autoridade administrativa (art. 149 do CTN)

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário• Previstas no artigo 151 do CTN - matéria reservada à

lei (art. 97, VI, do CTN).

• Suspensão da exigibilidade e não do crédito.

• CONSEQUÊNCIAS:

1.Fisco não pode propor a Execução Fiscal;

2.Fica suspenso o prazo prescricional;

3.Direito a certidão positiva de efeitos negativos – art.

206 do CTN;

4.Não dispensa do cumprimento das obrigações

acessórias – art. 151, p. único, do CTN.

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito TributárioCausas de Suspensão do Crédito Tributário

Moratória

Depósito do montante integral

Reclamações ou recursos

Concessão de medida liminar em mandado de segurança

Concessão de medida liminar ou tutela antecipada em outras modalidades de ação judicial

Parcelamento

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

1. MORATÓRIA: art. 152 a 155-A

▫ Dilação do prazo para pagamento do tributo. Decorre de lei do ente tributante.

Concedida em caráter:

GERAL – decorre diretamente da lei, sendo imediatamente aplicável às situações

e classes de indivíduos identificados.

Pode ser concedida:

a) Pela pessoa jurídica de direito público titular da competência;

b) Pela União, quanto aos tributos de competência dos Estados, do Distrito

Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedidas quanto aos

tributos de competência federal e às obrigações de direito privado. (Moratória

heterônoma)

INDIVIDUAL – a concessão depende da comprovação, em cada caso, das

condições ou requisitos legalmente exigidos. Contudo, uma vez preenchidos os

requisitos, a autoridade não pode negar a moratória (despacho autorizativo)― Os requisitos exigidos pela autoridade administrativa devem restringir-se àqueles expressamente previstos na

lei que concede a moratória – não há discricionariedade.

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

1. MORATÓRIAArt. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou

autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:

I - o prazo de duração do favor;II - as condições da concessão do favor em caráter individual;III - sendo caso:a) os tributos a que se aplica;b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do

prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;

c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual.

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

1. MORATÓRIA

Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

2. Depósito do montante integral do débito:

• Depósito não é pagamento, é garantia dada ao

credor.

• É um direito, uma faculdade do contribuinte (STJ,

1ª Turma, REsp nº 324.012/RS, REl. Min.

Humberto Gomes de Barros, DJU 05/11/01).

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

2. Depósito do montante integral do débito:

• Perante a administração ou no curso do processo

judicial

–Afasta a incidência de correção monetária

Súmula Vinculante n. 21 (DOU de 10/11/2009): É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

• Art. 38 da Lei n. 6.830/80 – viola do art. 5°, XXXV, da CF (universalidade da jurisdição) - Súmula n. 247 do TRF

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

2. Depósito do montante integral do débito:

• Decisão

– favorável ao sujeito passivo = valor depositado retorna ao contribuinte e extingue

o crédito tributário.

– desfavorável ao sujeito passivo = converte-se em renda para a Fazenda e crédito

tributário é extinto.

– sem julgamento do mérito = PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. DEPÓSITO

JUDICIAL PARA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO

TRIBUTÁRIO. ART. 151, II, DO CTN. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM

JULGAMENTO DE MÉRITO. CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA.

PRECEDENTES. 1. Com a extinção do processo sem resolução de mérito, o

depósito do montante integral realizado pelo contribuinte nos termos do

art. 151, II, do CTN para suspender a exigibilidade do crédito tributário

deve ser convertido em renda da Fazenda Pública. Precedentes. 2. Recurso

especial provido. (STJ, 2 Turma, REsp nº 884625/SP, Rel. Min. Castro Meira,

DJU 13/05/08) .

Page 26: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

2. Depósito do montante integral do débito:

•Decisão

O levantamento do depósito somente poderá ser feito após o transito em julgado da decisão.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL CONTRA DECISÃO QUE PROVEU O RECURSO ESPECIAL. INCONSISTÊNCIA DOS ÓBICES INVOCADOS PELO RECORRIDO (ORA AGRAVANTE). TRIBUTÁRIO. ISS. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO PARA DISCUTIR A LEGITIMIDADE DO TRIBUTO. DEPÓSITO JUDICIAL DOS VALORES CONTROVERTIDOS, PARA SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO TRIBUTO. SENTENÇA FAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO (AUTORIZADO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM) QUE É CONDICIONADO AO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO. PRECEDENTES DO STJ. (STJ, 2 TURMA, AgRg no REsp 817815/SP, Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJU 22/06/2010)

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

3. Reclamações e Recursos Administrativos

• No caso de discordar da exigência fiscal, o contribuinte

pode impugná-la, dando início ao contencioso

administrativo (nas esferas federal, estadual e municipal).

É direito constitucionalmente assegurado (art. 5º, XXXIV,

a).

• Exaurimento das vias administrativas não é condição legal

para ter acesso ao Judiciário. Decisão– favorável ao sujeito passivo = extingue o crédito tributário

– desfavorável ao sujeito passivo = crédito pode ser cobrado

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

4. Concessão de Medida Liminar em Mandado de

Segurança e 5. Concessão de Medida Liminar ou

Tutela Antecipada em outras espécies de ação judicial

LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009 – Mandado de

Segurança. Suspende a exigibilidade do crédito tributário até ser proferida

sentença. Ato precário, pode ser revogado a qualquer tempo. Art. 7o  Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: (...)III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando

houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. (ADI n. 4296-3, Conselho Federal da OAB, data 14/09/09).

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

6. Parcelamento

• Ampliação, prorrogação do prazo para pagamento do

tributo de forma parcelada. Parcelamento é uma

modalidade de moratória (LC nº 104/01).

• Concessão somente por lei do ente tributante.

• Quitadas todas as parcelas, extingue-se o crédito

tributário.

• Descumprido o parcelamento, o crédito tributário

passa a ser exigível novamente.

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário 6. Parcelamento

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. PEDIDO DE PARCELAMENTO. CAUSA INTERRUPTIVA DO PRAZO PRESCRICIONAL. SÚMULA 248/TFR. 1. A regra prescricional aplicável ao caso concreto é a que alude ao reinício da contagem do prazo, ante a ocorrência de causa interruptiva prevista no inciso IV do parágrafo único do artigo 174 do CTN, in casu, o pedido de parcelamento, que pressupõe a confissão da dívida, ato inequívoco que importa em reconhecimento do débito pelo devedor. 2. O prazo da prescrição, interrompido pela confissão e pedido de parcelamento, recomeça a fluir no dia em que o devedor deixa de cumprir o acordo celebrado, momento em que se configura a lesão ao direito subjetivo do Fisco, dando azo à propositura do executivo fiscal. 3. Considerado que o reinício do prazo prescricional ocorreu em 1.11.2001 e a citação da executada foi promovida somente em 30.11.2006, dessume-se a extinção do crédito tributário em tela pelo decurso in albis do prazo prescricional qüinqüenal para a cobrança judicial pelo Fisco. 4. Agravo regimental não provido. (STJ, 2 Turma, AgRg no REsp 1167126/RS, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJU 22/06/2010) .

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário 6. Parcelamento

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. TRIBUTÁRIO. PEDIDO DE PARCELAMENTO. ART. 174, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DO CTN. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. PRECEDENTES. SÚMULA 168/STJ. 1. A prescrição interrompe-se por qualquer ato, judicial ou extrajudicial, que constitua em mora o devedor; como exemplo, o preenchimento de termo de confissão de dívida para fins de parcelamento do débito que, nos termos do art. 174, parágrafo único, do CTN, recomeça a fluir por inteiro. 2. Precedentes: AgRg no Ag 1.222.567/RS, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 12.3.2010; REsp 1.223.420/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 15.3.2011; REsp 1.210.340/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 10.11.2010; AgRg no Ag 976.652/RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 14.9.2009; REsp 945.956/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 19.12.2007. 3. Incidência da Súmula 168/STJ: "não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado". Agravo regimental improvido. (STJ, 1ª Seção, AgRg nos EREsp 1037426 /RS, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJU 25/05/2011) .

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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito TributárioParcelamento x Denúncia Espontânea

A questão que se coloca é se o artigo 138 do CTN aplica-se

também em casos em que o pagamento do tributo seja feito

parceladamente, ou se esse dispositivo somente se aplica

aos casos de pagamento integral e imediato do tributo. Art. 155-A, do CTN – “O parcelamento será concedido na forma e

condições estabelecidas em lei específica.Parágrafo 1º - Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multa”.

Page 33: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário Posição do STJ após a LC nº 104/01

TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. FALTA DE PAGAMENTO INTEGRAL. SÚMULA 208/TFR. TAXA SELIC. JUROS MORATÓRIOS. DÍVIDA TRIBUTÁRIA. APLICAÇÃO. 1. Não se concede o benefício da denúncia espontânea, prevista no art. 138 do CTN, na ausência de pagamento integral do débito. Inteligência da Súmula 208/TFR: "A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea". Precedente: Recurso Especial representativo de controvérsia n.º 1.102.577/DF. 2. É legítima a incidência da Taxa Selic sobre os débitos tributários federais, nos termos da Lei n.º 9.250/95. Precedente: Recurso Especial representativo de controvérsia n.º 1.111.175/SP. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1239370 / RS, 2º Turma, MinistroCASTRO MEIRA, DJU 04/08/2011)

Page 34: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Extinção do do Crédito Tributário

Previstas no artigo 156 do CTN (decorrem de previsão

legal – artigo 97, VI , do CTN)

Pagamento Compensação Transação Remissão Prescrição e Decadência Conversão de depósito em renda Pagamento antecipado e a homologação Consignação em pagamento Decisão administrativa irrevogável Decisão judicial transitada em julgado Dação em pagamento em bens imóveis

Page 35: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Extinção do do Crédito Tributário

Previstas no artigo 156 do CTN (decorrem de previsão

legal – artigo 97, VI , do CTN)

Pagamento Compensação Transação Remissão Prescrição e Decadência Conversão de depósito em renda Pagamento antecipado e a homologação Consignação em pagamento Decisão administrativa irrevogável Decisão judicial transitada em julgado Dação em pagamento em bens imóveis

Page 36: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Extinção do do Crédito Tributário

PAGAMENTO – art. 157 a 164 do CTN

• Forma usual de extinção do crédito tributário

• Entrega pelo contribuinte (sujeito passivo) à Fazenda Pública

de um montante pecuniário.

• Deve ser feito na repartição competente do domicílio do

sujeito passivo (salvo disposição na legislação em contrário).

• Deve ser feito dentro de 30 dias depois de notificado o sujeito

passivo (salvo disposição na legislação em contrário).

• A legislação pode conceder desconto pela antecipação do

pagamento.

Page 37: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Pagamento Indevido

• Contribuinte tem direito a restituição do valor que

pagou indevidamente (valor maior que o devido ou

indevido).

• Prazo: 5 anos contados do pagamento indevido

(extinção do crédito tributário) – Ação de Repetição

do Indébito

• Tributos lançados por homologação: art. 3°da Lei

Complementar n. 118/05 – extinção do crédito ocorre

no momento do pagamento antecipado.

• Regulado do art. 165 a 168 do CTN

Page 38: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Extinção do Crédito Tributário

REMISSÃO

▫ Perdão legal do débito tributário.

▫ Somente por lei do ente competente.

▫ Pode ser total ou parcial.

▫ Exige a ocorrência do lançamento.

Page 39: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Extinção do Crédito Tributário

Decadência e prescrição:Decadência: perda do direito do Fisco de lançar (Fazenda perde o

direito de constituir o crédito tributário) – artigo 173 do CTN

• Prazo: 5 anos contados:

a)Tributos lançados de ofício, por declaração ou homologação

(sem pagamento antecipado) – do 1°dia do exercício financeiro

seguinte ao que deveria ter ocorrido o lançamento ou o

pagamento – art. 173, I, do CTN

b)Tributos lançados por homologação (com pagamento

antecipado a menor) – da ocorrência do fato gerador (fato

imponível) – artigo 150, §4°, do CTN

Page 40: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Extinção do Crédito Tributário

Decadência e prescrição:Prescrição: perda do direito do Fisco de cobrar o crédito

tributário (propor Execução Fiscal) – art. 174 do CTN

• Prazo: 5 anos contados da constituição definitiva do crédito

tributário.

Constituição definitiva: ocorre quando termina o prazo para

interposição de recurso do lançamento ou quando, uma vez

interposto o recurso, torna-se definitiva a decisão.

Page 41: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Exclusão do Crédito Tributário

• Previstas no artigo 175 do CTN – decorem de

lei (artigo 97, VI, do CTN).

• Não dispensam o cumprimento das obrigações

acessórias.

• Duas causas: 1. Isenção e 2. Anistia

Page 42: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Exclusão do Crédito Tributário

1. Isenção: ▫ Conceito:

1.1. Dispensa do pagamento do tributo devido (Rubens Gomes

de Souza);

1.2. Hipótese de não-incidência legalmente qualificada (José

Souto Maior Borges);

1.3. Regra de isenção anula um dos critérios da regra-matriz de

incidência (PBC).

• # de Imunidade – deriva de norma constitucional

(incompetência tributária)

• # Remissão – perdão do tributo.

Page 43: Slides pós de direito público 2011 (aula 4)   27 de agosto

Causas de Exclusão do Crédito Tributário

1. Isenção:

▫ Somente pode ser concedida pelo titular da

competência tributária: Artigo 151, III, da CF; Artigo 156, §3, III, da CF (isenção heterônoma)

• Pode ser concedida:

1. Por prazo determinado – irrevogável

2. Por prazo indeterminado – revogável por lei – Há

necessidade da observância da Anterioridade para a cobrança

do tributo novamente.

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Causas de Exclusão do Crédito Tributário

2. Anistia:

▫ perdão da multa tributária (infração praticada)

• Somente pode ser concedida pelo titular da competência

tributária

• Abrange apenas as infrações cometidas anteriormente à

vigência da lei que a concede