27 a 29 agosto de 2011

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Ano I Número 37 Data 27 a 29.08.2011

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AnoI

Número37

Data27 a 29.08.2011

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Paula TakahashiPedi que tirassem meu nome

do SPC, mas como não fizeram, tive que ir para a Justiça - Camila Lavorato, auxiliar administrativa, que recebeu R$ 7 mil de indeni-zação

Quem é que nunca se aborre-ceu ao tentar pagar uma conta e ter o cartão negado ou ao sair de uma loja e, de repente, perceber que todos os olhos estão voltados para você atraídos pelo som es-tridente do alarme de segurança? Amolações como essas já foram parar nos tribunais com a justifi-cativa de que causaram não ape-nas constrangimento, como tam-bém feriram a honra do consumi-dor e, portanto, eram passíveis de indenização por danos morais. A banalização do pleito inunda os tribunais e, em muitos casows, não passam de simples situações de desgosto, às quais todos estão sujeitos diariamente.

No entendimento de advo-gados e juizes, o dano moral só é configurado quando há um aten-tado à reputação do consumidor, assim como à sua segurança, hon-ra, tranquilidade e integridade. E para que isso fique evidente, são necessárias provas. “É preciso deixar claro qual foi o dano e o prejuízo causado e se a imagem ou a honra foram denegridos”, pondera Antônio Belasque Filho, juiz de Direito da 5ª vara Cível. Para situações que não fujam à normalidade e que não coloquem a pessoa em posição constrange-dora e embaraçosa, não cabe re-paração.

O magistrado explica que, além de apurar a existência do dano moral, ainda é preciso ava-liar a sua extensão e propagação. “Para estipular a indenização, é necessário observar qual é o ta-manho da culpa do acusado. Se

houve negligência ou imprudên-cia, por exemplo”, observa. Outro fator que pesa é a exposição so-frida pelo consumidor. “Se ele foi constrangido diante de outras pes-soas, também conta”, acrescenta.

Segundo o juiz Antônio Be-lasque, sendo explicitada a confi-guração do dano, é cada vez me-nos improvável que o consumidor saia perdendo. De acordo com o magistrado, a cada 100 ações, em 70 delas o consumidor ganha. Já a média mais comum de indeniza-ção varia de 10 a 15 salários míni-mos, algo em torno de R$ 5 mil a R$ 7,5 mil, conforme o advogado especialista em defesa do consu-midor Conrado Carsalade.

SUBJETIVIDADE Atual-mente, a inscrição indevida do nome de consumidores nos ca-dastros negativos de crédito são os principais responsáveis pela corrida aos tribunais (veja qua-dro). Foi o que ocorreu com a auxiliar administrativa Camila Lavorato quando descobriu que seu CPF estava negativado. “Es-tava desempregada e ia começar a vender produtos de catálogo, mas a empresa só aceitava se eu não tivesse nenhuma restrição”, lem-bra.

A irregularidade foi cometi-da por uma operadora de telefo-nia, que alegou haver uma linha no nome da consumidora com faturas em aberto. “Nunca havia solicitado serviço daquela empre-sa. Pedi que tirassem meu nome do SPC, mas como não fizeram, tive que ir para a Justiça”, conta. Depois de seis meses de espera, a consumidora recebeu R$ 7 mil de indenização. “Até resolver, não pude trabalhar”, lamenta.

Apesar de outros casos serem parecidos com o vivido por Cami-la, os valores pagos e o tempo de julgamento podem variar bastan-

te. Tudo vai depender do enten-dimento do juiz. “É algo extre-mamente subjetivo. Cada pessoa sabe onde o calo dói e quanto dói. Não há regra para isso. Cada caso é lavado à Justiça e analisadas as circunstâncias e repercussão que a situação teve para o indivíduo é que se arbitra o valor”, afirma o coordenador do Procon Assem-bleia, Marcelo Barbosa. Mesmo nos casos de inclusão do nome no SPC ou Serasa, já houve en-tendimento de que o ocorrido não passou de um mero dissabor, sem ganho de causa para o consumi-dor.

O QUE DIZ O CÓDIGOART. 6º – São direitos bási-

cos do consumidor:VI – a efetiva prevenção e

reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e Difusos

PALAVRA DE ESPECIA-LISTA

Antônio Belasque Filho, Juiz de direito da 5ª vara Cível

O preço da honra O dano moral havia sido mui-

to banalizado, mas hoje os juiza-dos estão colocando ações deste tipo nos eixos. Já houve casos de pessoas que pediram R$ 1 milhão pela simples inclusão indevida nos cadastros negativos, enquanto, na condenação, o juiz deu cerca de R$ 3 mil. Esses pleitos absurdos estão desaparecendo dos juizados e está havendo uma conscientiza-ção. Mas é impossível tabelar a honra das pessoas. Há casos em que o consumidor nem sugere o valor, deixando a cargo do

juiz arbitrar a indenização. Atualmente, a média paga para casos de lançamento irregular no SPC e Serasa é de R$ 5 mil.

Estado dE Minas p.12 - 29.08.2011 - ConsUMidoR

Chateação ou tenho direito a dano moral? Tribunais estão cada vez mais atolados de ações pleiteando indenizações, mas nem todo

desgosto termina em ressarcimento. Média de valores pagos varia de R$ 5 mil a R$ 7,5 mil

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Estado dE Minas - p.7 - 29.08.2011 - direito e Justiça

Sérgio Santos Rodrigues, Sócio do escritório Santos Rodrigues Advogados Associados e Professor da Escola Su-perior Dom Helder Câmara

O Código de Defesa do Consumidor (CDC), editado em 1990 – e já em revisão – com o objetivo de equiparar essa categoria, considerada hipossuficiente em relação aos fornecedores nas relações jurídicas, apresentou os princí-pios básicos a serem observados nas relações caracterizadas como consumeristas de forma a orientar as partes envolvidas nestas.

Os princípios explícitos são aqueles elencados no bojo do CDC, às vezes até repetitivos, tais como o princípio da boa-fé objetiva (artigo 4º, III), da transparência (artigo 4º, caput), da informação (artigo 6º, III; artigos 8º e 9º), da se-gurança (artigo 6º, I, artigos 8º e 10º), entre outros. Já os im-plícitos são aqueles que, embora não estejam no texto da lei, derivam daqueles, como os anteriormente citados, e também são muito importantes para se atingir o objetivo do CDC.

Chamamos a atenção, entre esses, para o princípio do adimplemento substancial, decorrente da boa-fé, que visa proteger aquele consumidor que, embora não tenha adimpli-do suas obrigações integralmente em um contrato, o fez de forma substancial e, por isso, pode ser protegido.

Em 1995 – cinco anos depois da edição do CDC –, o Su-perior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu essa situação no julgamento do Recurso Especial 76.362-MT, relator ministro Ruy Rosado de Aguar, com a seguinte ementa: “SEGURO. Inadimplemento da segurada. Falta de pagamento da última prestação. Adimplemento substancial. Resolução. A compa-nhia seguradora não pode dar por extinto contrato de seguro por falta de pagamento da última prestação do prêmio por três razões: a) sempre recebeu as prestações com atraso, o que estava, aliás, previsto no contrato, sendo inadmissível que apenas rejeite a prestação quando ocorra o sinistro; b) a seguradora cumpriu substancialmente com a sua obrigação, não sendo a sua falta suficiente para extinguir o contrato; c) a resolução do contrato deve ser requerida em juízo, quan-do será possível avaliar a importância do inadimplemento, suficiente para a extinção do negócio. Recurso conhecido e provido”.

Vê-se que, nesse caso, a razoabilidade do julgador im-perou, já que o consumidor só inadimpliu uma parcela. Atu-almente, porém, a tendência é que essa situação seja ainda mais flexibilizada, conforme o caso.

Recentemente, a revista eletrônica Consultor jurídico noticiou decisão do STJ nesse sentido:

“A Justiça não pode tratar da mesma forma o consumi-dor que tem boa-fé e o golpista. Depois de quitar 31 das 36 parcelas de um financiamento de veículo, não é razoável que o consumidor tenha o carro apreendido porque deixou de pa-gar cinco prestações. A financeira, nestes casos, deve buscar outras formas de cobrança, como a execução judicial do dé-

bito, em vez de requerer a busca e apreensão do automóvel.Por três votos a um, este foi o entendimento fixado pela

4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça. Com base no re-latório do ministro Luis Felipe Salomão, a maioria dos mi-nistros decidiu que, nesses casos, o Judiciário deve aplicar a teoria do adimplemento substancial. Ou seja, como a maior parte da dívida foi paga, a financeira não pode buscar a rein-tegração de posse do bem financiado — seja ele um carro ou um eletrodoméstico. De acordo com Salomão, relator do processo, o consumidor pagou ‘86% da obrigação total e mais R$ 10.500,44 de valor residual garantido’. Logo, ‘o descumprimento contratual é inapto a ensejar a reintegração de posse’. Para o ministro, a busca e apreensão do bem é medida desproporcional diante do substancial cumprimento do contrato.

O ministro ressaltou que a decisão não significa ‘que a dívida não paga desaparece, o que seria um convite a toda sorte de fraudes’. Mas o meio buscado pela financeira para garantir o pagamento não combina com a extensão da dívi-da, de 14% do valor do bem financiado. ‘Pode, certamente, o credor valer-se de meios menos gravosos e proporcional-mente mais adequados à persecução do crédito remanescen-te, como, por exemplo, a execução do título’, afirmou Luis Felipe Salomão.

O papel da Justiça nesses casos, segundo o ministro Sa-lomão, é ponderar a gravidade da inadimplência. ‘A facul-dade que o credor tem de simplesmente resolver o contrato, diante do inadimplemento do devedor, deve ser reconhecida com cautela, sobretudo quando evidente o desequilíbrio fi-nanceiro entre as partes contratantes’.

A decisão foi tomada em recurso movido pela BBV Le-asing Brasil contra um cidadão gaúcho que deixou de pagar as últimas cinco parcelas do financiamento de seu carro. A fi-nanceira perdeu a ação em primeira e em segunda instâncias, e recorreu ao STJ. Por três votos a um, a 4ª Turma rejeitou o recurso e manteve as decisões da Justiça do Rio Grande do Sul”.

Indubitavelmente, decisões dessa natureza representam avanço para as relações consumeristas e merecem ser con-sideradas até mesmo para inclusão explícita de dispositivo na revisão que tramita no Congresso Nacional sobre o CDC. Isso porque, como afirmado, o princípio implícito, por não ser norma cogente, às vezes pode ser ignorado pelo aplica-dor da lei.

De tal sorte espera-se que, enquanto não se consolida essa situação, casos como os ora citados sejam analisados detalhadamente para que se sopese se a extinção do contra-to será mais danosa do que a exigência de cumprimento do mesmo. Caso isso ocorra, deve-se socorrer do princípio do adimplemento substancial de forma a proteger o consumidor e tornar a solução menos traumática para o mesmo.

O princípio do adimplemento substancial no direito do consumidorComo a maior parte da dívida foi paga, a financeira não pode buscar a reintegração de posse do bem financia

do %u2014 seja ele um carro ou um eletrodoméstico

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Pedro Rocha Franco

Por descumprir medida cautelar estabe-lecida na 4ª Vara Especializada em Crimes Financeiros, os diretores de uma falsa se-guradora foram presos novamente. Quatro sócios da empresa Nossa Associação de Proteção aos Proprietários de Veículos, de Contagem, na Grande BH, foram liberta-dos a pedido do Ministério Público Federal (MPF) para garantir que a empresa fosse fe-chada e os clientes ressarcidos. No entanto, em vez disso, abriram outra firma e conti-nuaram atuando no ramo clandestinamente, sem autorização do Banco Central (BC) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Os diretores da entidade, que atuava com funções semelhantes a de uma insti-tuição financeira, foram proibidos de atu-ar em junho de 2010, à época com 1,2 mil associados. Sem autorização dos órgãos competentes, eles deveriam parar de ofer-tar os serviços. Mas, durante cumprimento de mandado, policiais federais descobriram que os sócios haviam alugado duas salas em outro andar do mesmo prédio e conti-nuavam a funcionar, mas com outro nome: Rede Brasil de Proteção Veicular.

Em nota, o MPF afirma que a prisão dos quatro sócios impede a continuidade de fatos criminosos, além de “acautelar o meio social e a própria credibilidade da Jus-tiça”. O objetivo da prisão é impedir “que os requerentes persistam operando irregu-larmente no mercado de seguros, a ofender a ordem econômica, na medida em que são angariados novos clientes, causando preju-ízo ao regular funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e aos próprios consu-midores”, diz o texto.

FUNDO DE QUINTAL A Nossa As-sociação de Proteção aos Proprietários de Veículos é uma das nove empresas do se-tor investigadas pelo MPF em Minas. Uma reclamação recorrente relacionada a essas

empresas é a qualidade dos serviços. Quan-do precisavam acionar o seguro pela pri-meira vez, os consumidores eram obrigados a desembolsar verba do próprio bolso para pagar por serviços melhores, pois os carros eram encaminhados para oficinas conheci-das popularmente como fundo de quintal.

Na primeira vez que foram presos, o juiz libertou os quatro sob a condição de que eles tomassem providências para en-cerrar as atividades das empresas, comu-nicando o fim das atividades no site e por correspondência a todos os contratantes, além de garantir a devolução do dinheiro dos clientes prejudicados. Também deve-ria ser encaminhado quadro de credores ao Ministério Público Federal. Mas, segundo o MPF, encerrado o prazo determinado pela Justiça, as medidas impostas cautelarmente não haviam sido cumpridas.

Por esse motivo, os procuradores do MPF pediram a prisão dos proprietários e gestores da firma: João Luís Neto, Luís Cláudio Ferreira dos Santos, Márcia Fer-reira dos Santos e Daniele Batemarque Guimarães. Além disso, foi feito bloqueio dos bens e ativos em contas bancárias dos quatro. Eles tentaram liberdade provisória, no entanto, a Justiça negou o pedido. Se condenados, eles podem cumprir pena que varia de um a quatro anos de prisão.

Entenda o casoDepois de repetidas denúncias, a Supe-

rintendência de Seguros Privados (Susep), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, fe-chou o cerco contra empresas que comer-cializam seguros de automóvel travestidos de proteção automotiva.

Atuando sem autorização do governo federal, as empresas foram autuadas por oferecer serviços ilegalmente. Em um dos casos, a UPS Serviços Sociedade brasileira de Gestão e Assistência, de São Paulo, foi condenada a pagar R$ 7 bilhões por exercí-cio irregular de atividade.

Estado dE Minas - p.21 - 27.08.2011

SEM PROTEÇÃO Cerco fechado ao golpe dos falsos segurosProibidos de atuar desde 2010, diretores de seguradora de veículos são presos de novo. Consumidores eram obrigados a pagar por serviço de qualidade para ter carro reparado

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o Globo - p.40 - 28.08.2011Em produção, eletrodomésticos mais seguros

De fábricas e importadoras só podem sair aparelhos com certificação de segurança Inmetro

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ContinUação. o Globo - p.40 - 28.08.2011