situaÇÃo de aprendizagem 1 cidades: espaÇos...

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GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8 a série – Volume 4 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 CIDADES: ESPAÇOS RELACIONAIS, ESPAÇOS DE CONEXÃO Para começo de conversa Página 3 1. Cidade é uma aglomeração de pessoas, de objetos, de negócios e atividades em busca da maior proximidade possível. É uma configuração espacial em que a distância é diminuída ao máximo, permitindo que todos seus membros se relacionem no cotidiano (potencialmente). A palavra “urbano” foi tratada durante muito tempo como sinônimo de “cidade”, mas hoje seu conceito abrange uma realidade mais ampla, um sistema, e a cidade seria o elemento mais importante desse sistema. 2. Expansão, dispersão e espalhamento significam criar e ampliar distâncias entre pessoas, objetos e atividades. É exatamente o contrário de “cidade” e de “urbano”. Leitura e Análise de Mapa Página 3 1. O principal fenômeno representado no mapa, além do próprio território do Estado de São Paulo, são as cidades, as principais do Estado. Elas são representadas basicamente do mesmo tamanho, por intermédio de pequenas bolinhas, círculos sólidos, salvo a capital do Estado, representada por uma bolinha com um círculo. 2. Não está bem representado. O mapa nos dá apenas a localização, mas não nos informa qual o tamanho dos centros urbanos e nada registra sobre suas formas geográficas. Aliás, estamos habituados com esse tipo de representação de cidade.

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GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1

CIDADES: ESPAÇOS RELACIONAIS, ESPAÇOS DE CONEXÃO

Para começo de conversa

Página 3

1. Cidade é uma aglomeração de pessoas, de objetos, de negócios e atividades em busca

da maior proximidade possível. É uma configuração espacial em que a distância é

diminuída ao máximo, permitindo que todos seus membros se relacionem no

cotidiano (potencialmente).

A palavra “urbano” foi tratada durante muito tempo como sinônimo de “cidade”, mas

hoje seu conceito abrange uma realidade mais ampla, um sistema, e a cidade seria o

elemento mais importante desse sistema.

2. Expansão, dispersão e espalhamento significam criar e ampliar distâncias entre

pessoas, objetos e atividades. É exatamente o contrário de “cidade” e de “urbano”.

Leitura e Análise de Mapa

Página 3

1. O principal fenômeno representado no mapa, além do próprio território do Estado de

São Paulo, são as cidades, as principais do Estado. Elas são representadas

basicamente do mesmo tamanho, por intermédio de pequenas bolinhas, círculos

sólidos, salvo a capital do Estado, representada por uma bolinha com um círculo.

2. Não está bem representado. O mapa nos dá apenas a localização, mas não nos

informa qual o tamanho dos centros urbanos e nada registra sobre suas formas

geográficas. Aliás, estamos habituados com esse tipo de representação de cidade.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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Leitura e Análise de Texto

Página 4

1. O texto, suas informações e dados mostram que há um processo de urbanização,

tendo em vista a óbvia concentração demonstrada pelo índice elevado de densidade

demográfica em certas áreas (nas áreas metropolitanas, por exemplo), que reúnem

em pouco espaço a maioria da população do estado.

2. Essa concentração ocorre em poucas cidades. Não há uma “distribuição” das pessoas

e dos objetos em muitas cidades – ao contrário, apenas algumas, como São Paulo,

Campinas, Santos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos,

Sorocaba, terminam concentrando a maioria da população das cidades e do Estado.

3. O mapa não corresponde às informações trazidas no texto, pois as dimensões e a

tendência à concentração não estão representadas. Quer dizer: a verdadeira geografia

(lógica espacial) do fenômeno não está representada.

4. Quase que a metade da população do Estado de São Paulo está concentrada em

alguns poucos centros urbanos metropolitanos. Disso resulta que as outras áreas

tenham baixa densidade demográfica, e que elas sejam praticamente verdadeiros

vazios populacionais. Aliás, essa é a lógica do espaço humano, marcado por

densidades altas marcantes de pessoas e objetos e vazios de baixa densidade.

PESQUISA EM GRUPO

Página 6

De fato, esta é uma pesquisa importante e de certa complexidade. Nessas duas

cidades concentram-se uma infinidade de atividades e pessoas (em especial em São

Paulo) e não é muito fácil inventariar os elementos mais relevantes. O fundamental é

encontrar fontes que deem uma ideia dos volumes populacionais, econômicos

(comerciais, industriais, serviços) e de circulação (transportes de mercadorias, de

pessoas, presença de aeroportos, estações rodoviárias etc.). É importante estabelecer em

números os volumes do que está fixo e do que está em movimento; isso dará uma ideia

de como cada uma delas constitui um mundo próprio. As fontes para a pesquisa são

diversificadas: sites oficiais no espaço da internet; sites de associações comerciais e

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

3

industriais, e assim por diante. Se o acesso à internet for difícil, pode-se recorrer a livros

e artigos de jornal e revista, por exemplo. De todo modo, se houver dificuldade, uma

conclusão pode ser tirada daí: como dois centros urbanos como esses podem ser tão

pouco conhecidos e divulgados. Mas não tem jeito: uma pesquisa como essa, para ser

feita rapidamente e para dar grandes traços do perfil destas cidades dificilmente poderá

prescindir da internet.

Leitura e Análise de Mapa

Página 7

1. Segundo a legenda, trata-se da área urbana, mas na verdade os autores do mapa estão

querendo se referir ao espaço urbano contínuo e contíguo, algo que antes se

procurava expressar por meio de um conceito bastante impreciso: conurbação. Há

problemas nessa designação, porque mesmo o que não é contíguo pode ser

considerado urbano, e urbano da mesma cidade. Alguns dos municípios

representados nessa mancha rosa são: São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Taboão da

Serra, Embu, Cotia, Ferraz de Vasconcelos, Santo André, São Bernardo, Diadema

etc.

2. Embora não pertençam à área contígua e contínua (de edificação territorial), as áreas

fora da zona rosa estão conectadas intensamente a esta área por meio de redes, e os

habitantes destes outros municípios têm relações cotidianas com o núcleo da

metrópole, o que os faz integrantes da mesma.

3. São 19 os municípios da região metropolitana de Campinas, e entre eles estão, por

exemplo, Paulínia, Santa Bárbara d’Oeste, Valinhos, Vinhedo, Indaiatuba, Monte

Mor, Sumaré, Hortolândia.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

4

PESQUISA EM GRUPO

Página 11

Completando o quadro:

AAttéé oonnddee vvããoo aass rreeddeess ssoocciiaaiiss ee ggeeooggrrááffiiccaass ddaass ggrraannddeess cciiddaaddeess??

CCaarraacctteerrííssttiiccaass ((eelleemmeennttooss

iinntteeggrraanntteess))

RReeddeess ddee iinnfflluuêênncciiaa

11.. PPooppuullaaççããoo Por ter base migratória e imigratória, estimula a manutenção de vínculos geográficos com as áreas de origem dos habitantes.

22.. TTaammaannhhoo ddaa ppooppuullaaççããoo ((II))

Os grandes volumes populacionais de uma grande cidade atraem negócios que têm origens em outros lugares, inclusive no exterior.

33.. TTaammaannhhoo ddaa ppooppuullaaççããoo ((IIII))

Os grandes volumes populacionais sustentam negócios locais que se

tornam poderosos e se estendem para outras cidades, inclusive do

exterior.

44.. IInnffrraaeessttrruuttuurraa ddee ttrraannssppoorrtteess

Com esses volumes populacionais e de negócios, que se estendem

para além dos seus espaços, as grandes cidades estimulam e

constroem uma rede de ligações em sua direção e para fora

(estradas de rodagem, rotas aéreas, rotas marítimas etc.).

55.. IInnffrraaeessttrruuttuurraa ddee ccoommuunniiccaaççããoo

Em virtude do volume de pessoas, de negócios e das relações internas e externas que se estabelecem numa grande cidade, todas terminam se equipando, necessariamente, com sistemas telefônicos, sistema de correios e internet. Em geral, com o que há de mais avançado em termos tecnológicos.

66.. IInnffrraaeessttrruuttuurraa ddee iinnffoorrmmaaççããoo

O público interno de uma grande cidade estimula e sustenta a

imprensa escrita, o rádio e a televisão e, assim, surgem grupos

poderosos, cujas informações influenciam outras localidades.

77.. AAttiivviiddaaddeess eeccoonnôômmiiccaass ((II))

Redes de diversos negócios (corporações transnacionais, por

exemplo) optam por sediar seus escritórios de comando de suas

atividades no mundo nas grandes cidades, tidas como lugares

geográficos estratégicos para essas funções, entre outras razões

devido à sua infraestrutura de longo alcance (transportes,

comunicações e informações). Isso ocorre em todos os ramos

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

5

(indústria, comércio, finanças).

88.. AAttiivviiddaaddeess eeccoonnôômmiiccaass ((IIII))

As grandes cidades centralizam certos fluxos que articulam a

economia mundial, como bolsas de valores, bolsas de comércio e

sedes dos grandes grupos financeiros.

99.. AAttiivviiddaaddeess eedduuccaacciioonnaaiiss ((II))

Em uma grande população, muitas instituições escolares podem ser

sustentadas em todos os níveis. Em razão disso, essas cidades

possuem universidades e atraem estudantes e professores de outras

localidades que não podem ter todos os níveis de ensino.

1100.. AAttiivviiddaaddeess eedduuccaacciioonnaaiiss ((IIII))

Por serem polos de atração, as universidades das grandes cidades

ganham em qualidade e em recursos. Isso implica ampliação das

ligações com outras universidades do mundo, com outros

pesquisadores e cientistas, por meio da realização de congressos

que atraem pessoas de diversas localidades.

1111.. AAttiivviiddaaddeess cciieennttííffiiccaass

As grandes cidades que constituem uma boa estrutura universitária

e um bom número de pessoas com formação científica tornam-se

um atrativo para os institutos de pesquisa científica públicos e

privados se instalarem nelas. Isso estimula também que as próprias

empresas estabeleçam seus centros de pesquisa nesses espaços.

Assim, as cidades que oferecem tal potencial atraem cientistas e

estudantes de outras partes do mundo.

1122.. AAttiivviiddaaddeess aarrttííssttiiccaass

As grandes cidades fomentam muitas atividades culturais para seu público interno, mas também atraem espetáculos culturais de várias localidades do mundo, em todos os ramos artísticos. Festivais de música e de cinema são comuns nas grandes aglomerações urbanas.

1133.. SSiisstteemmaa ddee hhoossppeeddaaggeemm

Numa cidade que sedia grandes negócios, com atividades culturais

e científicas de importância, que tem infraestrutura de circulação de

bens materiais e imateriais, é comum a circulação de muitos

visitantes, de turistas. A estrutura de hotéis, por exemplo, torna-se

um equipamento natural de uma grande cidade.

1144.. HHáábbiittooss ccuullttuurraaiiss

As grandes cidades, com suas poderosas infraestruturas de

transportes, comunicação, informação, seus negócios, suas ciências,

suas artes, tornam-se fontes irradiadoras de seus modos de vida, de

seus hábitos comportamentais, de consumo etc.

1155.. PPooddeerr Algumas grandes cidades devem parte do seu crescimento ao fato

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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ppoollííttiiccoo de terem sido escolhidas como capitais de um país e por serem a

sede do poder político, o que demanda infraestrutura para levar suas

decisões para além de seus territórios. Mas cidades grandes que não

são sede do poder político também terminam, mesmo assim, em

consequência de todos os outros fatores mencionados no quadro,

tendo muita força e influência política em territórios mais amplos.

1. Para esta pesquisa, é preciso dar aos alunos orientações de atividades e exemplos.

2.

a) Sem dúvida, São Paulo é uma cidade que estende muito suas redes de relações e

é um grande espaço de conexões que integra um volume enorme de pessoas e de

atividades tanto internamente quanto com outras realidades geográficas externas. Na

verdade, integra seus habitantes com o mundo.

b) Nesta questão, deve-se avaliar caso a caso. Quanto maior for a cidade, em

termos potenciais, mais ela possui atividades diversificadas que estabelecem relações

múltiplas. As cidades são sempre espaços relacionais, mas o grau dessa condição

varia e isso pode ser verificado.

c) No caso do Estado de São Paulo nada se equipara à cidade de São Paulo. Grande

metrópole, concentra um mundo de atividades e pessoas difícil de ser inventariado,

mas a comparação com outras cidades vale a pena para possivelmente estabelecer-se

a condição de diversidade, a condição relacional que cada cidade possui, tendo São

Paulo como medida comparativa.

Leitura e Análise de Texto

Página 16

1. São Paulo é uma metrópole segundo qualquer critério que se queira estabelecer para

definir o que é uma metrópole. Não somente seu tamanho determina tal condição,

mas também seu imenso quadro de atividades e o alcance escalar de suas influências

garantem a denominação metrópole. O papel “comandante” dessa cidade nos campos

da economia, da política, da produção cultural e científica no Estado de São Paulo e

no Brasil é bastante visível.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

7

2. Pode, sim, embora de menor porte e de menor capacidade de influência em

comparação com São Paulo. Campinas concentra uma economia poderosa, articulou

e integrou a seu núcleo urbano um conjunto de outras áreas urbanas vizinhas, é um

centro cultural e científico importante e também está aberta, recebendo e exercendo

influências significativas em várias escalas.

3. A primeira visão de cidade global que o texto apresenta se refere à influência direta

que a cidade exerce na escala mundial, tendo como referência fundamental sua força

no campo das finanças. Na segunda visão, não se dá ênfase à capacidade isolada da

cidade de influenciar a escala mundial, e, sim, à sua condição de integração numa

rede de cidades que comporia o que se denomina “espaços da globalização”.

4. Podemos inserir São Paulo na segunda visão, pois ela sem dúvida nenhuma integra

essa rede de cidades que se constitui nos espaços da globalização.

LIÇÃO DE CASA

Página 17

1. São Paulo é uma metrópole que está situada nesse quadro como o núcleo principal de

uma megalópole (uma configuração urbana de escala regional) sul-americana, que

seria uma das bases (com papel mais ou menos secundário) do Arquipélago

Megalopolitano Mundial, uma designação possível para o que se denominou antes

como espaços da globalização. Essa classificação é uma proposição de classificação

e entendimento dessa rede de cidades que constituíram a escala mundial.

2. Observando-se o quadro mais detalhadamente, pode-se identificar nele uma divisão

entre as megalópoles das áreas de maior desenvolvimento econômico (EUA, Europa

e Japão), que teriam um papel mais ativo nessas redes de cidades, e as megalópoles

das denominadas áreas emergentes, que ainda não têm a mesma importância nessa

rede mundial, embora já a integre. Acrescente-se também que pertencer a essa rede

aumenta o potencial de desenvolvimento desses núcleos urbanos. O modo como a

classificação é feita ressalta ainda a importância da integração regional das

metrópoles, até podermos identificá-las como megalópoles.

3. Este exercício, o de localização dos pontos principais desse arquipélago das cidades

que compõem os espaços da globalização, é importante, para que se notem as

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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proximidades regionais, mas também como tudo isso é muito pouco na escala do

planeta em termos de extensão, embora sejam estes os espaços comandantes da

escala mundial.

VOCÊ APRENDEU?

Página 19

1. Os exemplos de articulações geográficas que uma grande cidade estabelece com

outras realidades se multiplicam. Um é muito forte: a influência cultural e social. Os

modos de vida desenvolvidos nas grandes cidades são referências importantes para

outras configurações urbanas e para a vida em geral. Boa parte dos direitos

conquistados atualmente no Brasil tem seu exercício primeiro na grande cidade; nela

se conquista a legitimidade dos direitos, o estatuto jurídico-legal, e, a partir dela, os

direitos se estendem.

2. Não é somente o tamanho da cidade que faz dela uma cidade mundial, embora um

número como 18 milhões de habitantes indique que estamos diante de uma realidade

que atrai pessoas e negócios e, se atrai, influencia, e isso é evidente. Cidades

menores também podem ser cidades globais, porque o importante é se articular e

constituir a escala global, dar aos seus habitantes acesso a essa escala.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2

AS CIDADES: CRIAÇÃO DE IRRADIAÇÃO DO CONSUMO

Leitura e Análise de Texto

Página 20

1. Antes da denominada Revolução Industrial, os bens alimentares eram cultivados e

processados pelas próprias famílias. Após a Revolução Industrial, dá-se início ao

mundo como o conhecemos hoje, em que a indústria alimentar e o consumo que ela

gera e obriga ocupam lugar central em nossas vidas. Houve também grande

transformação no modo de vida.

2. O trabalho era essencialmente distinto do que ocorre no mundo contemporâneo

urbano, visto que voltado para a sobrevivência direta (ainda não estruturado com

base na relação assalariada, meio de venda do trabalho). O trabalho não era vendido,

algo que posteriormente vai generalizar-se. O trabalho não produzirá mais nossa

sobrevivência direta, será uma mediação entre o consumo e as nossas necessidades.

3. A resposta é pessoal, mas o importante é que o estudante exercite esse nível de

observação que a comparação sugere. O esquema do modo de vida anterior do

trabalho – sobrevivência direta – exercido na própria casa (a não separação de

trabalho e família) deve ser comparado com as condições contemporâneas. Isso

permite ao estudante vislumbrar na prática as transformações históricas e situar nesse

contexto o consumo.

Leitura e Análise de Texto

Página 21

1. Nas cidades a figura econômica do consumo é o mecanismo essencial para a

sobrevivência, neste caso, o abastecimento, de seus moradores.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

10

2. O consumo é essencial para a vida urbana, visto que ele garante o abastecimento

daquilo que na vida urbana não se pode produzir. Como as pessoas continuam a se

alimentar nas cidades, ele, o consumo, transforma-se num mercado que antes não

existia. O consumo representa um meio técnico de abastecimento, mas vai além

disso: é um elemento essencial de outro modo de vida.

3. Todos os alimentos de um modo geral; vestuário; equipamentos diversos para a casa,

típicos da vida urbana. Coisas assim sempre precisam ser, em geral, compradas, pois

não há uma forma de na vida urbana cada indivíduo ou núcleo familiar produzir

esses bens.

4. O consumo é uma construção social, e está muito longe de ser natural. É criação de

modo de vida e ele está, evidentemente, vinculado às cidades, antes de tudo. Elas são

grandes mercados e instituidoras de novas necessidades, porque criadoras de novos

modos de vida.

5. Sem dúvida têm. As cidades representam a concentração de pessoas e objetos, logo a

eliminação de espaços de cultivo agrícola, atividade que se estabelecerá fora da

cidade e não fará parte do modo de vida dos seus habitantes. Até mesmo a

organização interna dos espaços das cidades vai interferir no modo de vida das

pessoas.

6. Com os grandes centros de consumo concentrados em poucos pontos das cidades, o

comércio de rua, distribuído ao longo da cidade, enfraquece significativamente e fica

restrito a segmentos de baixa renda. Isso não somente empobrece os pequenos

negócios, mas a própria vida pública nas ruas fica comprometida.

7. A concentração dos locais de abastecimento (hipermercados, shoppings centers) em

alguns pontos da cidade implica uma ampliação da circulação das pessoas e também

uma adesão ao modelo automobilístico como um meio para esse tipo de consumo, o

que contribui para o congestionamento, o aumento no uso do tempo etc.

8. É importante esse exercício de observação. Trata-se de um olhar para a Geografia do

lugar, uma Geografia que sempre foi tratada como de menor importância, mesmo

que ela seja a mais ativa na vida das pessoas, visto que os maiores volumes da

população encontram-se nas cidades.

9. As dificuldades de mobilidade nas grandes cidades, as distâncias e o excessivo

consumo de tempo para percorrê-las não permitem que todas as nossas refeições

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

11

sejam feitas em casa. Está aí uma razão para a incrível multiplicação de negócios

voltados para a alimentação nas ruas. É a estrutura urbana e suas dificuldades criando

mercados novos.

PESQUISA EM GRUPO

Página 24

Pesquisa e construção cartográfica, cujo produto será um quadro de uma grande rede

comercial, tipicamente urbana, que opera em várias cidades do mundo, as quais criaram

negócios que adquiriram essa força de alcançar a escala planetária. O encaminhamento

da atividade está bem detalhado, mas vale ressaltar que se trata de um trabalho de

enorme complexidade (o que não quer dizer difícil), mas precioso no desenvolvimento

do estudante. Tal trabalho passa por várias fases de construção do conhecimento: 1.

Identificação e organização de informações; 2. Uma representação organizada e

rigorosa do que foi identificado e organizado por meio da cartografia (uma linguagem

que estrutura e constrói conhecimento); e 3. Uma análise do fenômeno com base no

material construído pelo grupo, o que vai exigir e exercitar a capacidade de realizar

relações, e o planejamento da redação do relato dos resultados. Para isso é preciso

acompanhar os grupos e marcar bem para eles estas fases. É importante o controle e a

consciência do que estão fazendo.

LIÇÃO DE CASA

Página 27

1. Alternativa b. Não há, de um modo geral, tempo para se confeccionar o próprio

vestuário em casa. Nem o custo compensa mais nem a mulher está mais confinada

aos lares realizando esse tipo de tarefa.

2. Muitíssimos estímulos. Nas grandes cidades há uma imensa atividade criativa que

gera uma infinidade de mercadorias que nos atraem. Os produtos culturais se

multiplicam, os equipamentos domésticos são expostos prometendo novas

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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possibilidades na vida etc. Viver nas cidades é estar exposto em tempo integral aos

apelos do consumo.

3. Sem dúvida têm. Um modelo de consumo, como evidentemente é um shopping

center, multiplica-se por cidades médias sem as mesmas necessidades que se alegam

numa grande cidade, como influência cultural da grande cidade. Este é apenas um

exemplo entre muitos outros que podem ser encontrados. Algumas cidades

expandem suas invenções para o mundo e isso é notório. Já havia sido proposta uma

pesquisa em grupo que ajuda a construir e a visualizar esse cenário de influência de

modelos de consumo de origem nas cidades.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3

AS REDES TURÍSTICAS: O CONSUMO DOS ESPAÇOS URBANOS

Para começo de conversa

Página 28

1. Uma viagem que proporciona sair fora do cotidiano e do lugar, cujo objetivo é

visitar, conhecer, vivenciar outro lugar. Esse sentido do conhecer outro lugar (e tudo

o que daí decorre), de viver a experiência de ser um indivíduo em outra situação, está

na essência do turismo (fazer um tour, uma experiência, é a origem do próprio

termo).

2. A grande motivação é a experiência pessoal, o conhecer outro lugar. Diante disso, a

indústria moderna do turismo cria sobre essa essência um conjunto de outras

atividades instigantes: atrações naturais, parques temáticos etc.

3.

Hidroterapia: Poços de Caldas, Caldas Novas.

Atrações culturais e econômicas (comerciais): Nova Iorque, Berlim, São Paulo.

Climatismo: Campos do Jordão, Davos (Suíça).

Alpinismo: Himalaia (Nepal), Países andinos (Andes).

Esportes de Inverno: Aspen, Bariloche, Chamonix.

Esportes de Verão: Havaí, Austrália, litoral brasileiro.

Experiências ecológicas: Amazônia, Pantanal, Moçambique (Parque da Gorongosa), África do Sul (Parque Krueger)

Há muitíssimos outros exemplos possíveis.

Leitura e Análise de Texto

Página 29

1.

a) Não necessariamente. Serão turistas apenas aqueles que não são do lugar, que

não moram ali. Os que ali moram são visitantes que estão praticando lazer.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

14

b) Os moradores das cidades que estiverem ali são praticantes de lazer. Prática

recreativa, cultural, que se realiza onde se mora.

2. Turista é o viajante que está fora do seu lugar, fora do seu cotidiano e que está em

busca de experiência, de conhecer os lugares. O grande objeto de consumo de um

turista é o lugar visitado, antes de tudo.

3. Sair do lugar, sair do cotidiano, é a melhor definição para viagem. A movimentação

que realizamos dentro do lugar e dentro do cotidiano não se caracteriza como

viagem, pois ela não implica preparação, não implica programação.

4.

(VM) dentro do seu cotidiano

(VV) fora do seu cotidiano

(VM) não está hospedado

(VV) está hospedado

(VM) não está viajando

(VV) está viajando

5. A palavra exata para designar essa prática é “lazer”.

6. As diferenças estão no modo como a prática está sendo realizada: quem é turista está

viajando (fora do seu lugar, fora do cotidiano) e quem é do lugar está onde mora e

usando seu tempo livre.

Leitura e Análise de Quadro

Página 30

1.

CCaarraacctteerrííssttiiccaass LLaazzeerr TTuurriissmmoo

1. Uso de tempo livre sob o domínio do praticante

2. Recreação, diversão e passeios diversos

3. Tempo livre no interior do cotidiano

4. Tempo livre fora do cotidiano

5. Prática realizada no seu lugar

6. Prática realizada fora de seu lugar

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

15

7. Quando apenas alguns lugares são atração

8. Quando qualquer lugar já é atração

2.

a) Que são situações em que turismo e lazer se misturam. Há muita coisa em

comum entre essas duas práticas; por essa razão, descuidadamente, em várias

situações usa-se uma expressão como sinônimo da outra. Mas lazer e turismo são

práticas distintas de igual status conceitual.

b) Que se encontrou o que distingue o lazer do turismo. Por exemplo: prática no

seu lugar ou prática fora do seu lugar são essenciais para identificar o que é turismo e

o que é lazer.

c) Turismo é a viagem – para fora do lugar, para fora do seu cotidiano, em busca do

conhecimento de um lugar, de viver uma experiência. Já o lazer é uma prática no

cotidiano, são as recreações e atividades culturais no tempo livre, no seu lugar.

Leitura e Análise de Texto

Página 32

1. Cotidiano é o conjunto das atividades e das localidades que dão apoio ao nosso dia a

dia. Que cabe numa jornada, que pode ser repetida sempre.

2. Até onde nosso cotidiano pode ser exercido é o nosso lugar. Isso define o tamanho

geográfico do nosso lugar. Aliás, define o que é lugar.

Desafio!

Página 32

Essa é uma boa discussão: haveria turismo de negócios? É também uma boa

oportunidade para aplicar a discussão conceitual feita anteriormente sobre o que

distingue turismo de lazer. A princípio pode-se dizer que não é propriamente turismo.

Trata-se de trabalho, de viagem feita com propósitos econômicos, algo que não foi

escolhido pelo ator social que a pratica. A viagem não está sendo feita durante o tempo

livre dessas pessoas, o que não impede as organizações, que exploram economicamente

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

16

o turismo, de procurar atuar nesse caso ofertando serviços a esses viajantes e até criando

um ramo de mercado: o “turismo de negócios”, que turismo não é, mas ganha em

termos econômicos ao ser chamado assim.

Por outro lado, as pessoas que viajam a negócios usam dos serviços de lazer e

turismo em suas horas de folga ou mesmo para fechar negócios: vão a restaurantes,

cinemas, teatro, aproveitam a estrutura do hotel em que estão hospedadas, entre outras

atividades. Isso significa que, de forma indireta, podem utilizar a estrutura criada

inicialmente para o lazer e o turismo. Nesse sentido, em localidades que concentram

muitos viajantes de negócios, é comum encontrar estruturas turísticas criadas para esse

público.

Tais posições vêm reiterar que, no debate promovido em sala de aula, o importante é

que os alunos desenvolvam a argumentação a partir de posições diferentes sobre um

assunto que não apresenta consenso.

Leitura e Análise de Quadro

Página 33

1.

a) Sítio turístico é uma atração turística isolada propriamente dita. Por exemplo: as

pirâmides do Egito, ou então as Cataratas do Iguaçu. Nelas ninguém mora, no

entanto elas são objeto de visitação e preservação.

b) São os serviços que dão suporte ao turismo: transportes diversos (traslados, city

tours ); sistema de hospedagem (hotéis, pousadas, albergues). Esses são os

principais. Quanto mais a atividade se desenvolve, mais se inventam coisas. A

grande e avassaladora invenção nesse ramo que é classificada como infraestrutura,

mas também é atração, são os parques temáticos.

c) São aquelas localidades que recebem fluxos importantes de turismo numa dada

estação do ano (um dos sentidos da palavra que a caracteriza). São cidades médias

que crescem enormemente na temporada: cidades praianas, estações de esqui etc.

Ubatuba, em São Paulo, e Campos do Jordão, também neste estado.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

17

d) Uma cidade grande completa, com múltiplas atividades econômicas e culturais,

pode atrair turistas. Aliás, são as grandes cidades os principais destinos turísticos:

Nova Iorque, Paris, Rio de Janeiro, Salvador e Barcelona são bons exemplos.

2. O sítio turístico, a atração propriamente dita, não é localidade de moradia nem de

hospedagem, e não tem escala para isso, além do mais o local tem de ser preservado.

Mas isso não é absoluto, o mundo muda, as possibilidades surgem e hoje já temos

hotéis mergulhados em plena Floresta Amazônica. O hotel e a floresta são em si uma

espécie de sítio turístico.

3. Numa cidade turística a capacidade de recepção é total. A rede de hotéis (e de outros

meios de hospedagem) é vasta e espalhada em seu espaço. Uma cidade como Nova

Iorque, ou Paris, pode receber milhões de turistas em um breve intervalo de tempo.

Já numa estação turística o volume de pessoas também é grande, e ela tem grande

capacidade de recepção. No entanto, fora da temporada aquelas estruturas ligadas à

recepção ficam vazias. Isso é típico das estações turísticas.

4. Nas cidades turísticas a população local é sempre grande, e o turismo é apenas uma

das atividades do espaço e, por mais turistas que cheguem, a população local é

sempre maior. O que não vai acontecer numa estação turística, que na época da

temporada tem nos turistas o seu maior contingente de pessoas.

LIÇÃO DE CASA

Página 34

A redação que aqui se propõe está bem clara. Além do texto novo para leitura, está se

propondo que se problematize tudo o que foi trabalhado em termos conceituais

anteriormente. Esse deve ser o critério, aliás, de acompanhamento dessa atividade. O

uso das ideias anteriores, a transferência de conteúdos e de conceitos. É num texto como

o que se propõe que se pode avaliar melhor o andamento do aprendizado.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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Leitura e Análise de Mapa

Página 36

1. Nessa coleção de mapas há duas informações básicas: fluxos de turistas

internacionais (na verdade, de continente a continente). Isso está representado por

meio de setas de larguras variadas e proporcionais ao tamanho do fluxo (quantidade

de turistas que estão no fluxo). Há também uma representação dos turistas dentro dos

continentes (turismo intracontinental). Isso está representado por meio de círculos

proporcionais ao número de turistas.

2. Para que os fluxos não se superpusessem e impedissem a visualização. Afinal, a

cartografia é uma linguagem visual, que deve permitir que percebamos visualmente

(e espacialmente) a geografia do fenômeno. Não se podendo ver, tudo está perdido.

3. O fluxo turístico da Europa para os EUA é enorme. Da Ásia também. Os EUA são

um destino muito procurado, em razão do poderio desse país, das grandes cidades

que possui, das múltiplas atrações que ali existem (parques temáticos visitados pelo

mundo inteiro). É importante lembrar que as influências culturais dos EUA sobre o

mundo são enormes. Por meio do cinema e de programas de televisão os lugares dos

EUA passam a ser conhecidos por todos, tornando-se objeto de desejo de visitação, e

assim por diante. Quem não quer conhecer Nova Iorque, por exemplo.

4. A Europa também é um destino muito procurado (até mesmo mais que os EUA). As

razões são praticamente as mesmas que aquelas que justificam o turismo para os

EUA. Aliás, na Europa inventou-se o turismo. Para a Europa vão, em grande

número, os estadunidenses, os asiáticos, os sul-americanos etc. E a Ásia se integra

cada vez mais ao mundo. O Japão, sua economia e sociedade mais avançada, envia

muitos e muitos turistas para a Europa e os EUA.

5. Estão na Europa tanto quanto nos EUA. Primeiro, porque são os principais destinos e

os principais emissores de fluxos de turistas para outros continentes. Segundo,

porque no interior da Europa ocorre a maior movimentação de turistas nas estações

do ano: dos países frios (nórdicos, Alemanha, Holanda etc.) para os países quentes

(Espanha, Grécia).

6. Está representado o número de turistas que circulam internamente em cada

continente, por meio de círculos proporcionais. Essa forma de representação sem

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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setas nos faz pensar nas menores distâncias que são percorridas. Por essa razão (e por

conta também da largura proporcional das setas) esse mapa pode ser chamado de

mapa quantitativo de fluxos.

7. A largura das setas, que é proporcional, e a legenda podem identificar seus valores

exatos. Mas apenas visualmente isso já é possível, pois larguras diferentes formam

uma imagem muito clara para quem observa o mapa. Não há como olhar a coleção

dos mapas e imediatamente não notar onde estão os maiores fluxos.

8. As grandes atrações turísticas da Europa são suas cidades. Em especial para quem

vem de outros continentes. Mas também não se pode negligenciar a importância do

turismo “sol-areia” de verão que se dá por ali, mas neste caso principalmente para o

público interno do próprio continente europeu.

9. Eis aí uma questão importante. Não parece que as grandes cidades europeias tenham

sofrido processos significativos de degradação, muito ao contrário: o turismo

significa aportes importantes de recursos para várias delas e isso tem revitalizado as

cidades. É bom refletir nisso para não tornar mecânico e natural que turismo sempre

causa degradação. Não é tão óbvio, não é tão simples.

10. Sem dúvida é da Europa, e a representação dá plena visualização dessa situação.

11. Novamente é a Europa. Lá se inventou o turismo, lá se inventou também o tempo

livre disponível para viajar (as férias). A renda também é elevada, as relações de

trabalho, mais sólidas, enfim há todo um contexto que permite que o turismo seja

uma prática bastante difundida na Europa. Condições semelhantes nos outros

continentes estão permitindo o crescimento dessa prática.

12. Essa situação acontece em praticamente todos os continentes. Nos EUA isso é

evidente, na Europa, mais ainda.

13. Pelo que se vê no mapa, não. Existem grandes fluxos turísticos intercontinentais,

logo, percorrem-se grandes distâncias. Eles são crescentes, as viagens estão

barateando, o mundo está encolhendo, está ficando menor para parte da humanidade.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4

UM MUNDO MAIS FLUIDO: OS CAMINHOS GEOGRÁFICOS DAS REDES ILEGAIS

Leitura e Análise de Texto

Página 40

1. Que aumentou a escala das relações. Que hoje é possível agir na escala mundial de

modo cada vez mais eficiente e acelerado (mais um exemplo do mundo diminuindo).

De qualquer forma, nem todos e nem todas as relações podem se beneficiar das ações

nessa escala, mas quem pode consegue vantagens. Empresas transnacionais obtêm

parte de sua força daí. E também redes criminosas. É mais difícil coibir o crime nessa

escala.

2. As vantagens são as seguintes: mercados mais amplos, acesso a fontes de matéria-

prima, controles menos rígidos (acesso a), diversidade de situações para agir mais

criativamente etc.

3. Coibir o crime e os grupos em escala nacional já é difícil, porém as forças policiais

conseguem ter alguma eficiência. Mas na escala global não existem polícias

estruturadas; se as operações criminosas se dão num país e o comando está em

outros, ou pulverizado pelo mundo, reprimir algo assim fica mais difícil.

4. “Dinheiro sujo” são ganhos obtidos com práticas criminosas diversas. Uma maneira

eficiente de combater o crime é dificultar a circulação desse dinheiro, exigindo

demonstração de origem legal. Para os proprietários (criminosos) desse dinheiro é

importante que ele se torne legal, que ele se purifique. Esse mecanismo no mundo do

crime chama-se lavagem de dinheiro. E isso é feito em países que aceitam no seu

sistema bancário oficial o dinheiro sujo e, depois, permitem investimentos e

remuneração, o que dá caráter legal ao dinheiro.

5. Existem vantagens econômicas importantes ao receber dinheiro sujo. Os países que

assim fizerem lucrarão, mas é importante notar que na maioria dos casos estes são

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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países pequenos, sem recursos, que o fazem. Há situações de outro tipo (como no

caso da Suíça), e sobre elas há um pouco mais de controle.

6. São cada vez mais rígidos. Mas ainda estão muito longe da eficiência desejada e são

vários os problemas que se podem notar. Um exemplo é o grande fluxo de produtos

piratas que circulam pelo país.

7. Fragiliza, sim, por um lado. É só verificar o que acontece na internet. É muito difícil

controlar o que circula direta e indiretamente por esse meio. Por outro lado, a

globalização talvez venha dar ensejo à formação de novas maneiras de coibir as

organizações que atuam em escala global.

Leitura e Análise de Texto

Página 42

Os elementos que foram trabalhados anteriormente associados à leitura desse texto

vão permitir que a redação seja feita e tenha resultados produtivos. Note que o que se

pede é que, baseado na ironia presente na expressão “paraíso fiscal”, o aluno procure

relatar tudo o que entendeu sobre o tema tratado. Não importa se haverá repetições,

aliás, elas são necessárias para a familiarização do aluno. Outra vantagem interessante:

um tema como este, bastante voltado para fatos da vida real, um pouco delicado –

crimes, organizações criminosas, esquemas de lavagem de dinheiro etc. –, dá nova

importância à escola e à aproximação com a realidade. Ao mesmo tempo, desmistifica

certos assuntos, tidos como incompreensíveis.

Leitura e Análise de Mapa

Página 44

1. Esse é um mapa qualitativo. Mostra a localização de duas coisas, que são os tipos de

paraíso fiscal. Para isso faz uso de pequenos círculos: um sólido e outro com

contorno marcado. É possível, por seu intermédio, visualizar a distribuição desses

paraísos e notar facilmente como boa parte deles situa-se em ilhas. É um caso a se

pensar, ilhas são pequenas, são isoladas, são protegidas naturalmente.

GABARITO Caderno do Aluno Geografia – 8a série – Volume 4

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2. O mapa não representa a diferença de importância entre os paraísos fiscais E não usa

nenhum recurso para isso. E também não faz uso de informações desse tipo.

3. Certamente não movimentam volumes semelhantes, mas pela própria natureza do

negócio as informações sobre esses fluxos e volumes são sigilosas, daí a dificuldade

de se chegar a informações mais concretas.

4. Fazer uma lista numa tabela não nos daria a visualização de alguma geografia do

fenômeno, a respeito desse aspecto de eles se situarem especialmente em ilhas.

LIÇÃO DE CASA

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1. Não exatamente, pois se pode notar a presença de localidades europeias bem ricas,

mas percebe-se principalmente a presença nesta situação de países pequenos e pobres

(ou muito dependentes desse tipo de atividade).

2. Sem dúvida, por enquanto as organizações ilegais estão se beneficiando dessas

facilidades crescentes trazidas pela globalização, pelo aumento da escala geográfica

das relações. Tráfico de drogas, circulação de produtos piratas estão por aí com mais

força de penetração nos mercados. Mas esse é o quadro do momento. É preciso ver

melhor que rumos esse tipo de atividade tomará, e que repressão virá a sofrer no

desenrolar do processo de globalização.

3. Alternativa d. Ilhas distantes favoreciam a atividade de paraíso fiscal por um lado,

mas por outro o acesso difícil, a dificuldade de comunicações impedia um uso maior.

Agora, com os novos sistemas de comunicação as coisas mudaram

significativamente. Operações são feitas com todo o sigilo e em grande velocidade de

qualquer parte do planeta.