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100 Anos da Implantação da República em Portugal
Guerra colonial (Guiné, Angola e Moçambique)
A Guerra Colonial também era chamada de Guerra do ultramar
(chamada assim pelos Portugueses até ao 25 de Abril), os africanos
chamavam-lhe Guerra de Libertação. Em Portugal era também
chamada de Guerra de África.
Guerra colonial
O inicio da guerra deu-se em Angola no
dia 4 de Fevereiro de 1961 nos distritos
de Zaire, Uíje e Quanza-Norte (mais tarde
chamado de Zona Sublevada [revoltada/
agitada] do Norte).
Terminou em Portugal, a 25 de Abril de
1974 (Revolução dos Cravos). Esta
guerra decorreu nas colonial portuguesas
em Moçambique, Angola e Guiné.
Estiveram em confronto as Forças Armadas Portuguesas
e as forças organizadas pelos Movimentos de Libertação
de cada umas das colónias.
A Guerra Colonial iniciou devido ás colónias portuguesas (Guiné,
Moçambique e Angola), querem tornar-se independentes, e não
querem ter nada haver com Portugal.
Causas da
GuerraPela parte Portuguesa, a guerra era sustentada pelo princípio
político da defesa daquilo que era considerado território nacional
(colónias).
Pela parte dos Movimentos de Libertação de Guiné, Angola e
Moçambique, a guerra justificava-se pelo princípio de
independência, internacionalmente apoiado e incentivado à luta.
A Guerra Colonial foi a guerra que Portugal travou em África
(Moçambique, Guiné e Angola) entre 1961 e 1974.
Após a II Guerra Mundial todos os países europeus foram
concedendo a independência aos seus territórios na Ásia e em
África (por vezes usando a força), menos Portugal.
Em 1955, a ONU (Organização das Nações Unidas), onde foi
recomendado ao governo tornar as suas colónias independentes,
mas Portugal não aceitou.
Para contornar a situação, Portugal declarou
as colónias como “províncias ultramarinas” e
concedeu a cidadania aos seus habitantes.
Mas, esta medida foi recusada pela ONU.
Então, as colónias continuavam a pertencer
a Portugal.
O que é a Guerra Colonial?
Na guerra em África, em 1974, eram mais de 130 000 homens que se
mantinham em pé de guerra a milhares de quilómetros da capital (27.000
km na Guiné, 57.000 km em Angola e 50.000 km em Moçambique).
O seu simples transporte era um grande problema para um país das
dimensões de Portugal e com os seus recursos, mas sem esse problema
resolvido não podia haver guerra em África.
O maior problema, era a falta de uma marinha. Então foram construídos
70 navios, entre eles 9 paquetes (grandes navios).
No final dos anos 50, a marinha contava
com 22 paquetes, entre eles estavam os
quatro “gigantes”: Santa Maria, Vera Cruz,
Príncipe Perfeito e Infante D. Henrique.
Com capacidade para transportar mais
de 1000 passageiros ou mais de 2000
soldados, cada.
Meios de transporte - Marítimos
Paquete
As linhas aéreas começaram a funcionar em 1947, utilizando os
aviões Dakota da TAP. Mais tarde utilizavam-se os aviões DC-4
Skymaster, sendo estes trocados pelos Constellation.
Em 1955 utilizavam-se os Super Constellation, que transportavam
83 passageiros para Angola em menos de 24 horas.
Só em 1965 é que estes aparelhos foram substituídos na TAP
pelos Boeing 707.
Meios de transporte - Aéreos
Houve vários meios de transporte utilizados:
Meios de
transporte
A bordo num dos primeiros
navios de transporte.
Barco chamado “Vera Cruz”.
Navio “Niassa”.
“Dakota (DC-3)”
“Boeing 707 - 320C”
“Super Constellation”
Cronologia
1961
4 Fev. - Ataque a uma prisão e a uma esquadra da polícia em Luanda
(Angola) por forças do MPLA (Movimento Popular para a Libertação de
Angola), marcando este ataque como início oficial da guerra de libertaçãoe independência de Angola.
30 Jun. - Primeiro comunicado oficial das Forças Armadas, referindo a
morte de 50 militares entre 4 de Fevereiro e 30 de Junho em Angola.
1963
23 Jan. - Início dos confrontos na Guiné, com o ataque ao quartel de Tite,
no sul da Guiné, pelo PAIGC (Partido Africano para Independência da
Guiné e Cabo Verde).
1971
16 Fev. - Ataque de grande importância, pelas forças do MPLA ao quartel
de Caripande, no Leste de Angola, com morteiros (imagem de
cima), lança-granadas-foguete (espécie de arma explosiva, imagem de
baixo) e armas automáticas.
1973
24 Set. - Declarada a independência a Guiné-Bissau, mas oficialmente só
foi reconhecida por Portugal em 10 Set. de 1974 (quase um ano depois).
25 Abril - Revolução dos cravos.
1975
25 Jun. - Independência de Moçambique.
11 Nov. - Independência de Angola.
Cronologia
No cinema português, a Guerra Colonial, não teve um
acompanhamento directo, quer em actualidades, quer em
reportagens, por dois motivos óbvios: a influência da censura e a
pouca importância da televisão.
Também, em contrapartida, o documentarismo foi proibido nos
países africanos envolvidos, especialmente Angola e Moçambique.
Por outro lado, a Guerra Colonial, desde meados da década de
1960, nesta área esteve repleta da cinematografia lusitana (cinema
português), explorando sobretudo os conflitos individuais.
Por exemplo, um documentário longo, produzido pelo
Serviço de Informação Pública das Forças Armadas
foi: Angola na Guerra e no Progresso (1971, Quirino
Simões), baseado em Aquelas Longas Horas, de
Manuel Barão da Cunha, com um resumo dos
acontecimentos desde 1961.
Nas artesCinema e teatro
Documentário da RTP.
Após o 25 de Abril de 1974, a produção cinematográfica foi aceite
“completamente”, por isso houve muitas gravações, mas agora mais
voltadas para a exposição do “depois da guerra”. Por exemplo:
- Produzido pela RTP, Adeus, até ao Meu Regresso (1974, António Pedro
Vasconcelos), que mostrava alguns casos entre os milhares de soldados
que combatiam na Guiné, e em tempos de Natal, mandavam mensagens
natalícias para as suas famílias.
No teatro, ouve uma peça em forma de crítica,
chamada Actos dos Feitos da Guiné (1980), de
Fernando Matos Silva, argumentado por
Margarida Gouveia Fernandes, contava a
relação histórica do colonialismo (tornar um país
numa colónia) português e os seus heróis, com
excertos filmados na Guiné, em 1969-70.
E ainda entre outras: a peça, A Culpa (1980,
António Vitorino de Almeida), que narra a
obsessão de um ex-combatente da guerra da
Guiné.
Peça de teatro, sobre a Guerra Colonial.
Ao contrário da escrita literária portuguesa noutras ocasiões, a Guerra
Colonial contribuiu significativamente para a produção portuguesa. Cerca
de 60 romances foram escritos com a guerra colonial como tema, e
outros 200 exemplares, com a guerra colonial como subtema.
A literatura sobre os acontecimentos da guerra colonial, formam a única
corrente mais profunda sobre a guerra.
Com efeito, as produções tenderam a dramatizar, como é o caso de
“Jornada de África” de Manuel Alegre, que tem oposição à produção
literária dos africanos lusófonos relativamente à sua guerra de libertação.
Mas houve um exemplo marcante da literatura imparcial portuguesa, foi
a de António Lobo Antunes, “Os Cus de Judas” e “Fado Alexandrino”.
A literatura técnica sobre a arte militar, teve também importantes
publicações sobre a experiência de combate por parte de fuzileiros,
comandantes, fugitivos e elementos dos corpos auxiliares.
LiteraturaLivro sobre a guerra colonial
O descontentamento por parte dos populares e dos próprios soldados
era bastante grande.
As três frentes de guerra (Angola, Moçambique e Guiné) provocaram
fortes abalos nas finanças do Estado, desgastando também as forças
armadas, e ao mesmo tempo, colocava Portugal cada vez mais isolado
no panorama político mundial.
Depois do 25 de Abril de 1974 o regime de Marcello Caetano caiu e a
politica mudou bastante: uma nova medida do governo era acabar com
a Guerra Colonial.
Fim da guerra
A nível humano, as consequências foram trágicas: 1.400.000 homens
mobilizados, 9.000 mortos e cerca de 30.000 feridos, além de 140.000
ex-combatentes sofrendo distúrbios pós-guerra. A acrescentar a estes
números ainda há (não contabilizadas) as vítimas civis de ambas as
partes.
Inevitavelmente, o demorado processo de descolonização esteve na
origem de um dos mais importantes fenómenos sociais da nossa
história: o regresso e integração em Portugal, dos cerca de 500.000
retornados vindos, na sua maioria, de Angola e Moçambique.
Consequências