simulado iv - resolução

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    OAB XV EXAME 2 FASE Direito do Trabalho

    Aryanna Manfredini, Rafael Tonassi e Renato Saraiva

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    QUARTO SIMULADO RESOLUO

    83 Vara do Trabalho de Tribob do Oeste. Processo no. 1200-34-2011-5-07-0083. Aos xx dias do ms de xxxxxxxxxx, do ano de 2012, s xx h, na sala de audincias dessa Vara do Trabalho, na presena do MM. Juiz Fulano de Tal, foi proferida a seguinte Sentena: Jurandir Macedo, qualificao, ajuizou ao trabalhista em face de Area Auxlio Aeroporturio Ltda., e de Aeroportos Pblicos Brasileiros, empresa pblica, em 30/05/2011, aduzindo que era a terceira ao em face das rs, pois no compareceu primeira audincia das aes anteriormente ajuizadas, tendo tido notcia da sentena de extino do feito sem resoluo do mrito da primeira ao em 10/01/2009 e da segunda ao em 05/06/2009. Afirma que a ao anterior idntica presente. Relata que foi contratado pela primeira r em 28/04/2004 para trabalhar como auxiliar de carga e descarga de avies, tendo como ltimo salrio o valor de R$ 1.000,00. Ao longo do contrato de trabalho, cumpria jornada das 8:00h s 20:00h, com uma hora de almoo, trabalhando em escala 12 x 36, conforme norma coletiva, pretendo horas extras e reflexos. Afirma que carregava as malas para os avies enquanto esses eram abastecidos, mas no recebia adicional de periculosidade, e adquiriu hrnia de disco na lombar por conta do peso carregado, pelo que requer indenizao por danos morais e reintegrao ou, subsidiariamente, indenizao. Era descontado do vale alimentao, mas no recebia o benefcio, pretendendo a devoluo do valor e a integrao da utilidade. Conta que foi dispensado por justa causa, tipificada em desdia, aps faltar 14 dias seguidos sem justificativa, alm de outros dias alternados, que lhe foram descontados. Requer seja elidida a justa causa, com pagamento de aviso prvio, frias vencidas e proporcionais + 1/3, FGTS + 40%, seguro desemprego e anotao de dispensa na CTPS com multa diria de R$ 500,00 pelo descumprimento, alm da incidncia das multas dos arts. 467 e 477 da CLT. Ao longo de todo o seu contrato, diz que sempre desempenhou sua atividade no aeroporto internacional de Tribob do Oeste, de administrao da segunda r, pelo que pede a condenao subsidiria da segunda r. D causa o valor de R$ 20.000,00. Na audincia, a primeira r apresentou defesa aduzindo genericamente a prescrio; que o autor foi desidioso, conforme as faltas apontadas, juntando documentao comprobatria das ausncias no justificadas e diversas advertncias e suspenses pelo comportamento reiterado de faltas injustificadas. Apresentou controle de ponto com jornada de 12x36h, com uma hora de intervalo, conforme norma coletiva da categoria. Juntou TRCT do autor, cujo valor foi negativo em razo das faltas descontadas. Afirmou que o autor no ficava em rea de risco no abastecimento do avio e que no h relao entre o trabalho do autor e sua doena. Apresentou norma coletiva, autorizando a substituio de vale alimentao por pagamento em dinheiro, com desconto em folha proporcional, conforme recibos juntados, comprovando os pagamentos dos valores. Afirmou que no devia as multas dos artigos 467 e 477 da CLT por no haver verba a pagar e que procederia a anotao de dispensa na CTPS com a data da defesa. Pugnou pela improcedncia dos pedidos. A segunda r defendeu-se, aduzindo ser parte ilegtima para figurar na lide, pois escolheu a primeira r por processo licitatrio, com observncia da lei, comprovando documentalmente a fiscalizao efetiva do contrato com a primeira r e a relao dessa com os seus funcionrios que lhe prestavam servios. Salientou a prescrio e refutou os pedidos do autor, negando os mesmos.

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    O autor teve vista das defesas e dos documentos, no impugnando os mesmos. Indagadas as partes, as mesmas declararam que no tinham mais provas a produzir e se reportavam aos elementos dos autos, permanecendo inconciliveis. O autor se recusou a fornecer a CTPS para que fosse anotada a dispensa. o Relatrio. Decide-se: No h prescrio, pois o curso desta foi interrompido. A segunda r foi tomadora dos servios, logo parte legtima. Procede o pedido de converso da dispensa por justa causa em dispensa imotivada. A justa causa o maior dos castigos ao empregado. Logo, tendo havido desconto dos dias de falta, no h desdia, porque haveria dupla punio. Logo, procedem os pedidos de aviso prvio, frias vencidas e proporcionais + 1/3, FGTS + 40%, seguro desemprego e anotao de dispensa na CTPS com multa diria de R$ 500,00 pelo descumprimento, alm da incidncias das multas dos artigos 467 e 477 da CLT pelo no pagamento das verbas. Procede o pedido de indenizao por danos morais, que fixo em R$ 5.000,00, pois claro que se o autor carregava malas, sua hrnia de disco decorre da funo, sendo tambm reconhecida a estabilidade pelo acidente de trabalho (doena profissional), que ora se convola em indenizao pela projeo do contrato de trabalho, o que equivale a R$ 10.000,00. IMPROCEDE a devoluo de descontos do vale alimentao, pois a r provou a concesso do vale por substituio em dinheiro e autorizado em norma coletiva. Logo, tambm no h a integrao desejada. Procede o pedido de horas extras e reflexos, pois o autor extrapolava a jornada constitucional de 8 horas por dia. Procede o adicional de periculosidade por analogia Smula 39 do TST. Procede a condenao da segunda r, pois havendo terceirizao, esta responde subsidiariamente. Improcedentes os demais pedidos. Custas de R$ 600,00, pelas rs, sobre o valor da condenao estimado em R$ 30.000,00. Recolhimentos previdencirios e fiscais, conforme a lei, assim como juros e correo monetria. Partes cientes. Fulano de Tal Juiz do Trabalho Apresente a pea respectiva para defesa dos interesses da segunda r. (valor: 5,00)

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 83 VARA DO TRABALHO DE TRIBOB DO OESTE.

    Processo no. 1200-34-2011-5-07-0083.

    AEROPORTOS PBLICOS BRASILEIROS, j qualificado nos autos em epgrafe, em que contende com JURANDIR MACEDO, tambm qualificado, vem respeitosamente perante Vossa Excelncia, por intermdio de seu advogado adiante assinado, com fulcro nos artigos 893, II, art. 895, I, da CLT, interpor:

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    RECURSO ORDINRIO

    Para o Egrgio Tribunal Regional do Trabalho da ... Regio.

    Encontram-se presentes todos os pressupostos de admissibilidade do recurso, dentre os quais se destacam, a legitimidade, capacidade, interesse processual, tempestividade e regularidade de representao. Alm desses, destacam-se ainda:

    a)Depsito recursal: no valor de R$ 7485,83, no prazo do recurso, por meio da guia GFIP anexa, nos termos das smulas 245 e 426 do TST.

    b)Custas: no valor de R$ 600,00, correspondentes a 2% sobre o valor da condenao, no prazo do recurso, por meio da guia GRU anexa, nos termos do art. 789, 1, da CLT.

    Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimao da outra parte para apresentar contrarrazes ao recurso ordinrio, no prazo de 8 dias, conforme estabelece o art. 900 da CLT e a posterior remessa ao Egrgio Tribunal do Trabalho da ... Regio.

    Nestes Termos,

    Pede Deferimento.

    Local e Data.

    Advogado

    OAB n.

    EGRGIO TRIBIUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ... REGIO

    RAZES DO RECURSO ORDINRIO

    A respeitvel sentena no merece ser mantida razo pela qual requer a sua reforma. I PRELIMINAR DE MRITO 1. CERCEAMENTO DE DEFESA

    O reclamante postulou adicional de periculosidade, sob o argumento de que carregava malas para o avio enquanto o mesmo era abastecido. O juiz sem a produo da prova pericial deferiu o pedido do autor.

    Nos termos do artigo 195, 2 da CLT quando houver pedido de adicional de periculosidade obrigatria a produo da prova pericial. O indeferimento da referida prova implica cerceamento do direito de defesa do reclamado e, portanto, violao ao art. 5, LV, da CF/88.

    Diante do exposto, requer a nulidade da sentena e o retorno dos autos para o Juzo a quo, a fim de reabrir a instruo processual e produzir a prova pericial. Sucessivamente, caso no seja acolhida a Preliminar, requer a anlise do mrito.

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    LEGISLAO ESPECFICA 1. CERCEAMENTO DE DEFESA Art. 195, CLT. A caracterizao e a classificao da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministrio do Trabalho, far-se-o atravs de percia a cargo de Mdico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministrio do Trabalho. 2 - Argida em juzo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designar perito habilitado na forma deste artigo, e, onde no houver, requisitar percia ao rgo competente do Ministrio do Trabalho. Art. 5, CF. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; SUGESTO DE REMISSO: no art. 195, 2, da CLT, acrescentar o art. 5, LV, CF. II PREJUDICIAL DE MRITO 1.PRESCRIO BIENAL

    O juzo a quo, no acolheu a prescrio bienal, muito embora o prprio reclamante tenha aduzido que era a terceira ao em face das rs, pois no compareceu primeira audincia das aes anteriormente ajuizadas, tendo tido notcia da sentena de extino do feito sem resoluo do mrito da primeira ao em 10/01/2009 e da segunda ao em 05/06/2009. Afirmou que a ao anterior era idntica presente. O juiz sustentou que o prazo prescricional teria sido interrompido.

    A sentena no merece ser mantida, pois nos termos do art. 202 do Cdigo Civil o ajuizamento da ao interrompe a prescrio apenas uma vez, de modo que o prazo de 2 anos volta a contar da data em que a parte ficou inerte, ou seja, com o arquivamento da primeira ao, o qual ocorreu em 10/01/2009. Dessa forma, o reclamante tinha at 10/01/2011 para o ajuizamento da presente reclamao e esta ocorreu apenas em 30/05/2011, operando-se, portanto, prescrio bienal. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para que seja acolhida a prescrio bienal com a extino do processo com resoluo do mrito, nos termos do art. 269, IV, do CPC. LEGISLAO ESPECFICA II PREJUDICIAL DE MRITO 2.PRESCRIO QUINQUENAL Art. 202, CC/02. A interrupo da prescrio, que somente poder ocorrer uma vez, dar-se-: I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citao, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II - por protesto, nas condies do inciso antecedente; III - por protesto cambial;

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    IV - pela apresentao do ttulo de crdito em juzo de inventrio ou em concurso de credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI - por qualquer ato inequvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. Pargrafo nico. A prescrio interrompida recomea a correr da data do ato que a interrompeu, ou do ltimo ato do processo para a interromper. SUGESTO DE REMISSO a) no art. 7, XXIX, CF, incluir: art. 11, I, CLT; smula 308, I, TST; art. 202, CC; smula 268, TST. 2.PRESCRIO QUINQUENAL O juzo a quo no acolheu a prescrio quinquenal sob argumento de que o prazo prescricional foi interrompido com o ajuizamento da ao. A sentena no merece ser mantida, pois o ajuizamento da ao interrompe tambm a prescrio quinquenal apenas uma vez, nos termos do art. 202 do Cdigo Civil. Dessa forma o prazo de prescrio de 5 anos conta-se da data do ajuizamento da terceira ao, ou seja, de 30/05/2011, estando, portanto, prescritas as verbas postuladas pelo reclamante anteriores 30/05/2006,nos termos do art. 7, XXIX, CF, art. 11, I, CLT e smula 308, I, TST. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para acolher a prescrio quinquenal e determinar a extino do processo com resoluo do mrito nos termos do art. 269, IV, do CPC, quanto s verbas postuladas anteriores aos ltimos cinco anos contados da data do ajuizamento da ao. III - MRITO 1.DA JORNADA DE TRABALHO

    O Juzo a quo julgou procedente o pedido do reclamante de condenao das reclamadas ao pagamento de horas extras e reflexos, sob o argumento de que o autor extrapolava a jornada constitucional de 8 horas por dia.

    A sentena no merece ser mantida, pois a jornada do reclamante (12x36) estava prevista em norma coletiva, a qual, nos termos do art. 7, XIII da CF, pode elastec-la, ultrapassando o limite de 8 horas dirias. No mesmo sentido a smula 444 e 85, I, do TST.

    Diante do exposto, requer a reforma da sentena para julgar o pedido de horas extras improcedente. LEGISLAO ESPECFICA 1. JORNADA DE TRABALHO Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XIII - durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho;

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    Smula 85, TST. COMPENSAO DE JORNADA (inserido o item V) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I. A compensao de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou conveno coletiva. (ex-Smula n 85 - primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II. O acordo individual para compensao de horas vlido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrrio. (ex-OJ n 182 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III. O mero no atendimento das exigncias legais para a compensao de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tcito, no implica a repetio do pagamento das horas excedentes jornada normal diria, se no dilatada a jornada mxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (ex-Smula n 85 - segunda parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) IV. A prestao de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensao de jornada. Nesta hiptese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal devero ser pagas como horas extraordinrias e, quanto quelas destinadas compensao, dever ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinrio. (ex-OJ n 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) V. As disposies contidas nesta smula no se aplicam ao regime compensatrio na modalidade "banco de horas", que somente pode ser institudo por negociao coletiva. SUM-85 COMPENSAO DE JORNADA (inserido o item V) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I. A compensao de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou conveno coletiva. (ex-Smula n 85 - primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II. O acordo individual para compensao de horas vlido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrrio. (ex-OJ n 182 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III. O mero no atendimento das exigncias legais para a compensao de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tcito, no implica a repetio do pagamento das horas excedentes jornada normal diria, se no dilatada a jornada mxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (ex-Smula n 85 - segunda parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) IV. A prestao de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensao de jornada. Nesta hiptese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal devero ser pagas como horas extraordinrias e, quanto quelas destinadas compensao, dever ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinrio. (ex-OJ n 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) V. As disposies contidas nesta smula no se aplicam ao regime compensatrio na modalidade "banco de horas", que somente pode ser institudo por negociao coletiva. Smula 444, TST. JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. valida, em carter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou conveno coletiva de trabalho, assegurada a remunerao em dobro dos feriados trabalhados. O empregado no tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na dcima primeira e dcima segunda horas. SUGESTO DE REMISSO a) no art. 7, XIII, CF, incluir a smula 85 do TST; b) na smula 85 do TST, incluir o art. 7, XIII, CF. 2. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE O juiz julgou procedente o pedido do reclamante de condenao das reclamadas no pagamento de adicional de periculosidade, sustentando a aplicao analgica da smula 39 do TST. A sentena no merece ser mantida, pois a smula 39 do TST trata de empregados que operam bombas de gasolina e o reclamante exercia a funo de auxiliar de carga e descarga de avies, sendo descabida a analogia com atividade diversa para deferimento da verba. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para que seja excluda da condenao o adicional de periculosidade deferido.

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    Smula 39, TST. PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Os empregados que operam em bomba de gasolina tm direito ao adicional de periculosidade (Lei n 2.573, de 15.08.1955). SUGESTO DE REMISSO: no art. 193 da CLT, incluir a smula 39 do TST. 3. INDENIZAO POR DANOS MORAIS O juiz julgou procedente o pedido de indenizao por danos morais, defendendo ser claro que se o autor carregava malas, sua hrnia de disco decorre da funo. A sentena no merece ser mantida, pois no restou comprovada a doena do autor e, to pouco, o nexo causal entre esta e as atividades laborais do mesmo. Ressalte-se que, nos termos do art. 818 da CLT e 333, I do CPC, o nus da prova do fato constitutivo do direito do autor e neste caso a doena do trabalho consistia em tal fato e no restou comprovado. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para julgar improcedente o pedido do autor. Art. 818, CLT - A prova das alegaes incumbe parte que as fizer. Art. 333,CPC. O nus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; SUGESTO DE REMISSO: a) no art. 818 da CLT, incluir o art. 333 do CPC; b) no art. 333 do CPC, incluir o art. 818 da CLT. 4. ESTABILIDADE PROVISRIA O juzo a quo julgou procedente o pedido do autor de indenizao substitutiva, em razo do reconhecimento da estabilidade, convertendo a reintegrao na indenizao deferida. A sentena no merece ser mantida, pois os termos do art. 118 da Lei 8213/91 e smula 378, II do TST, possui estabilidade provisria no emprego apenas o empregado que sofrer acidente do trabalho e ficar mais de 15 dias afastado, recebendo auxlio doena acidentrio. Tais fatos no restaram comprovados nos autos pelo autor, inobstante fosse seu o nus de tal prova, por corresponderem a fatos constitutivos do direito postulado, nos termos do art. 818, CLT e art. 333, I, do CPC. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para julgar improcedente o pedido de indenizao substitutiva deferido. Art. 118, Lei 8.213/91. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mnimo de doze meses, a manuteno do seu contrato de trabalho na empresa, aps a cessao do auxlio-doena acidentrio, independentemente de percepo de auxlio-acidente. Smula 378, TST. ESTABILIDADE PROVISRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI N 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS II - So pressupostos para a concesso da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqente percepo do auxlio-doena acidentrio, salvo se constatada, aps a despedida, doena profissional que guarde relao de causalidade com a execuo do contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ n 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) SUGESTO DE REMISSO: no art. 118, Lei 8213/91, incluir o art. da Lei 8213/91 e a smula 378, TST; b) na smula 378 do TST, destacar o art. 118 da Lei 8213/91.

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    5. REVERSO DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA EM SEM JUSTA CAUSA E VERBAS RESCISRIAS O juzo a quo julgou procedente o pedido de converso da dispensa por justa causa em dispensa imotivada, sob o argumento de que tendo havido desconto dos dias de falta, no h que se falar em dispensa por justa causa por desdia, sob pena de caracterizar dupla punio. A sentena no merece ser mantida, pois os descontos dos dias faltosos no caracterizam dupla punio. Alm disso, o autor recebeu diversas punies anteriores, conforme fatos e documentos acostados aos autos, mas no alterou seu comportamento, no restando caracterizado, portanto, o bis in idem. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para que seja determinada a improcedncia do pedido de reverso da dispensa por justa causa em sem justa causa e condenao das reclamadas no pagamento das verbas rescisrias. 6. ANOTAO DA CTPS O juiz julgou procedente o pedido do reclamante de anotao da data da dispensa na CTPS e condenao da reclamada ao pagamento de multa diria de R$ 500,00 pelo descumprimento. A sentena no merece ser mantida, pois a obrigao de anotao da CTPS da primeira reclamada, sua empregadora (art. 29, 5, da CLT) e embora esta tenha se comprometido a realizar tal anotao em sua defesa, o reclamante se recusou a fornec-la para a devida baixa. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para afastar desta reclamada a responsabilidade pela anotao da CTPS e a multa imposta. 6. ANOTAO DA CTPS Art. 29, CLT - A Carteira de Trabalho e Previdncia Social ser obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual ter o prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, especificamente, a data de admisso, a remunerao e as condies especiais, se houver, sendo facultada a adoo de sistema manual, mecnico ou eletrnico, conforme instrues a serem expedidas pelo Ministrio do Trabalho. 5o O descumprimento do disposto no 4o deste artigo submeter o empregador ao pagamento de multa prevista no art. 52 deste Captulo. 7. MULTAS DO ART. 467 e 477 da CLT

    O juiz julgou procedente o pedido de condenao da reclamada ao pagamento das multas dos arts. 467 e 477 da CLT pelo no pagamento das verbas rescisrias. A sentena no merece ser mantida, pois restou comprovado nos autos, pela documentao juntada pela primeira reclamada, as diversas ausncias no justificadas do reclamante e, em razo disso, os descontos das faltas, resultando o TRCT negativo. No sendo devidas verbas rescisrias ao autor, no h que se falar em multas pelo no pagamento das mesmas. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para julgar improcedentes as multas postuladas. 8. RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA DA 2 RECLAMADA O juiz acolheu a ilegitimidade da segunda reclamada e julgou procedente o pedido de condenao subsidiria da segunda reclamada, em razo da existncia da terceirizao.

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    A sentena no merece ser mantida, pois termos do art. 71, 1, da Lei 8666/93 e smula 331, V, do TST, os entes da administrao pblica direta e indireta, como o caso da recorrente, empresa pblica, respondem de forma subsidiria apenas se evidenciada a sua conduta culposa, especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servios e restou comprovado nos autos que a primeira r foi contratada por processo licitatrio. Tambm, pela documentao juntada pela segunda reclamada sua defesa, ficou demonstrada que a existncia de fiscalizao efetiva do contrato com a primeira r e da relao desta com os seus funcionrios que lhe prestavam servios. Diante do exposto, requer a reforma da sentena para que seja afastada a responsabilidade subsidiria da segunda reclamada. Art. 71. O contratado responsvel pelos encargos trabalhistas, previdencirios, fiscais e comerciais resultantes da execuo do contrato. 1o A inadimplncia do contratado, com referncia aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais no transfere Administrao Pblica a responsabilidade por seu pagamento, nem poder onerar o objeto do contrato ou restringir a regularizao e o uso das obras e edificaes, inclusive perante o Registro de Imveis. SMULA 331, TST CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS. LEGALIDADE V - Os entes integrantes da Administrao Pblica direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condies do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigaes da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servio como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. Sugesto de remisses: na smula 331 do TST, incluir o art. 71, 1, da Lei 8666/93. III REQUERIMENTOS FINAIS Diante do exposto, requer o conhecimento do presente recurso, o acolhimento da preliminar de mrito para que seja declarada a nulidade da sentena e o retorno dos autos ao juzo de primeiro grau. Sucessivamente, o acolhimento das prejudiciais de mrito para que sejam acolhidas as prescries arguidas e e, no mrito, o provimento do recurso para fins de reforma da sentena para julgar improcedentes as postulaes do reclamante. Nestes Termos, Pede Deferimento. Local e Data. Advogado. OAB n.

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    GABARITO

    Quesitos avaliados Notas possveis Nota

    ANLISE ESTRUTURAL - indicao do recurso ordinrio da 2 r e indicao artigo 895, I da CLT. - duas peas, sendo uma dirigida ao juiz de 1 grau com indicao do recolhimento de custas e depsito recursal e outra ao TRT com as razes recursais. (0,50) Obs.: A falta de qualquer elemento estrutural ocasionar a perda de 0,20 pontos.

    0,00 / 0,30/ 0,50

    PRESCRIO TOTAL - arguio com base em uma nica interrupo (0,30) - citao do artigo 202 do CCB (0,20) Obs.: A mera indicao do artigo no pontua.

    0,00 / 0,30/ 0,50

    PRESCRIO PARCIAL - arguio limitando eventual condenao aos cinco anos anteriores ao ajuizamento da ao (0,30); - citao do artigo 7, XXIX da CF/88 OU 11 da CLT OU Smula 308, I do TST (0,20). Obs.: A mera indicao do artigo ou smula no pontua

    0,00 / 0,30/ 0,50

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    PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA OU MRITO DE AUSNCIA DE RESPONSABILIDADE - a recorrente parte ilegtima, pois em razo da sua natureza jurdica, contratando atravs de licitao, no tem responsabilidade legal (0,70); - citao da Lei n. 8.666/93, art. 71 1 (0,30). OU - inaceitvel a responsabilidade subsidiria porque houve fiscalizao do contrato (0,70); - citao da Smula 331, V TST ou citao da Lei n. 8.666/93, art. 71 1(0,30). Obs.: A mera indicao do artigo ou smula no pontua

    0,00 / 0,70/ 1,00

    OBS: Observe que a Banca admitiu que o tema ilegitimidade fosse tratado em preliminar ou no mrito, sendo que tecnicamente o mais correto no mrito. JUSTA CAUSA - o autor recebeu diversas punies anteriores, conforme fatos e documentos inimpugnados, mas no alterou seu comportamento OU a justa causa deve ser mantida porque o desconto pelas faltas no considerado punio (no h bis in idem) e o empregado manteve o comportamento reprovvel (0,50).

    0,00 / 0,50

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    PERICULOSIDADE - imprescindvel a realizao de percia (0,30) com citao do artigo 195 2 da CLT (0,20) OU descabida a analogia com atividade diversa para deferimento da verba (0,50) Obs.: A mera indicao do artigo ou smula no pontua

    0,00 / 0,30/ 0,50

    HORAS EXTRAS - Indevidas porque a escala (compensao) prevista em norma coletiva (0,30). - citao da CRFB/88, art. 7, XIII OU Smula 85, I do TST OU SMULA 444, TST OU PA SIT MTE 81 (0,20). Obs.: A mera indicao do artigo ou smula no pontua

    0,00 / 0,30/ 0,50

    REQUERIMENTOS FINAIS Que o recurso seja conhecido (admitido) e provido (0,40). Julgando improcedente o pedido da inicial (0,10)

    0,00 /0,10/ 0,40/ 0,50

    TOTAL:

    Questes subjetivas:

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    1 CHAVES presta servios para a empresa SBT por intermdio da empresa Limpetudo na qual

    um empregado, exercendo as funes de auxiliar de servios gerais, trabalhando de forma

    subordinada de segunda a sexta das 08:00 s 17:00h com uma hora de intervalo para repouso e

    alimentao, pergunta-se?

    a) Analisando o caso concreto, de acordo com nossa jurisprudncia lcito trabalho prestado desta forma?

    b) No caso de Chaves, caso a empresa de interposio de mo de obra no pague suas verbas

    trabalhistas ele pode cobrar diretamente da tomadora de servios?

    (VALOR 1,25 CADA QUESTO)

    QUESITO AVALIADO VALORES

    POSSVEIS

    ATENDIMENTO AO

    QUESITO

    a) Sim, pois como dispe a smula 331, III do TST

    possvel a terceirizao de empregados em conservao

    e limpeza.

    0 a 0,70

    b) No, tendo em vista ser uma terceirizao lcita a

    responsabilidade da tomadora subsidiria como prev6e

    a smula 331 IV do TST.

    0 a 0,55

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    2 Luana Piovani empregada do CERS voltando para a empresa vindo de uma gravao externa,

    sofre um acidente quando o motorista da empresa perde o controle veculo e bate violentamente

    em outro carro, fraturando o brao, sendo imediatamente socorrida e hospitalizada, diante da

    hiptese responda?

    a) Caso a trabalhadora fique imobilizada por 03 meses e s retorne ao trabalho aps esse perodo, teria

    ela garantia de emprego de 1 ano aps o acidente?

    b) Comprovada a culpa do motorista da empresa no acidente e sendo ele dispensado, se houvesse

    previso do art. 462 p. primeiro da CLT em seu contrato, poderia o empregador descontar o valor total dos

    prejuzos causados em sua resciso contratual?

    QUESITO AVALIADO VALORES

    POSSVEIS

    ATENDIMENTO

    AO QUESITO

    a) No, pois de acordo com o art. 118 da Lei 8213/91 a

    garantia de emprego de 1 ano aps o retorno ao

    trabalho e no aps o acidente.

    0 a 0,60

    b) Depende do valor, pois qualquer desconto na resciso

    contratual deve estar limitado a uma remunerao do

    empregado, art. 477 , p. 5 da CLT.

    0 a 0,65

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    3 Em um determinado processo trabalhista em fase de execuo definitiva em que o devedor

    havia apresentado bem a penhora, com objetivo de dar maior efetividade na tutela jurisdicional o

    juzo rejeitou o bem e determinou a penhora em dinheiro do valor total da dvida. Um dos scios lhe

    procura informando o ocorrido e j no a prazo para embargos a execuo, na qualidade de

    advogado deste responda as seguintes perguntas:

    a) Poderia ser interposto mandado de segurana nesse caso?

    b) Hipoteticamente caso tenha sido proposto o MS e esse tenha sido deferido, qual seria o recurso

    elaborado pelo reclamante, e quem seria competente para apreciar?

    QUESITO AVALIADO VALORES

    POSSVEIS

    ATENDIMENTO AO

    QUESITO

    a) No, pois em execuo definitiva no fere direito

    liquido e certo a penhora em dinheiro, smula 417, I

    do TST.

    O a 0,50

    b) Cabe Recurso Ordinrio art. 895, II da CLT ( 0,5 ),

    sendo competente o TST ( 0,25 ) smula 201 do

    TST.

    0 a 0,75

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    4 Pedro dirigente sindical com o objetivo de ir para a praia durante sua escala de servio

    apresenta um atestado mdico falso na empresa, comprovada a fraude, diante da hiptese

    responda?

    a) Tendo certeza do atestado falso pode a empresa diretamente dispensar Pedro por justa?

    b) Na hiptese de ser aplicada a justa causa, qual seria o enquadramento legal especifico sobre o caso,

    aponte o motivo exato a ser justificado pelo empregador?

    QUESITO AVALIADO ATENDIMENTO AO QUESITO

    a) No, pois por se tratar de um dirigente sindical

    deve ser ajuizado inqurito para apurao de

    falta grave como prev6e a smula 379 do TST.

    0,60

    b) Aplicao do art. 482 alnea "a"da CLT, tendo em

    vista o ato de desonestidade praticado.

    0,65