silva, f. conhecimento e razão instrumental

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  • 8/19/2019 SILVA, F. Conhecimento e Razão Instrumental

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    Psicologia USPISSN 0103-6564 versão impressa

    Psicol. USP v.8 n.1 São Paulo 1997

    doi: 10.1590/S0103-6564199700010000

    CONHECIMENTO E R AZÃO INSTRUMENTAL

    Franklin Leopoldo e Silva Departamento de Filosofia

     Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP

     Este texto trata de alguns aspectos que ulgamos importantes para o entendimento da no!"o dera#"o instrumental$ Focali#amos numa primeira parte alguns temas inscritos na funda!"o

     filos%fica da modernidade, &isando assim fornecer su's(dios para a compreens"o da )ist%ria

    cr(tica da ra#"o feita por *dorno e Hor+)eimer$ Procuramos tam'm tratar de pontosestratgicos para a a'ordagem dialtica do luminismo, com a finalidade de esclarecer a

    necessidade, posta pelos autores, da considera!"o das contradi!.es presentes nodesen&ol&imento da ra#"o iluminista, tais como progresso/regress"o e autonomia/domina!"o$

     Descritores0 luminismo$ 1a#"o instrumental$ Hist%ria$ 2eoria$ Cr(tica$

    Quem ue! ue ainda se"a ca#a$ de lan%a! um ol&a! c!'(ico ao mundo con(em#o!)neo não #ode!*ce!(amen(e dei+a! de se su!#!eende! ao com#a!a! os !esul(ados do #!ocesso &is(,!ico damode!nidade com o #!o"e(o ue se #ode ine!i! das #!e(enses de nossos ances(!ais undado!es.

    acon e esca!(es si(uam-se nes(a !ela%ão de #a(e!nidade e+a(amen(e #o!ue #!o#use!am osmeios !acionais de emanci#a%ão do &omem em !ela%ão s o!%as da na(u!e$a e aos do2mases(aelecidos #o! ins()ncias de au(o!idade al&eias ao dom'nio da #u!a !a$ão. ais meios !acionaiscons(i(uem os #!ocedimen(os de con&ecimen(o da !ealidade em (odos os seus as#ec(os. on&ece! emanci#a #o!ue o con&ecimen(o (!a$ consi2o o dom'nio da !ealidade. a sumissão ao sen&o!ioso!e a na(u!e$a #ois a (!a"e(,!ia ue ca!ac(e!i$a a #assa2em do a!caico ao mode!no do #!imado do mundo e+(e!io! #!ima$ia de um su"ei(o liv!e ue se si(ua #e!an(e o mundo na #osi%ão de um "ui$ ue ao mesmo (em#o um sen&o!. s duas a(!iui%es vinculam-se ao sae! 

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    cu"o nico ins(!umen(o a !a$ão. i!ma-se assim um #ode! indeinido de e+#lo!a%ão in(elec(ualda !ealidade ue (em como conse;ncia necess*!ia o dom'nio (cnico da na(u!e$a.

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    EFBB #elo (!aal&o de Galileu acon e esca!(es. com#!eensão mais a#!oundada do #!ocesso no en(an(o e+i2e ue se #e!2un(e #elo (i#o de !acionalidade ue se e+e!ceu nes(e #!o2!esso. dis(in%ão a se! ei(a co!!es#onde s duas aces do ue an(es c&amamos de #!o"e(o damode!nidade. Fimos ue #a!a concee! um con&ecimen(o ue levasse !eali$a%ão da elicidade

    como conse;ncia (an(o acon uan(o esca!(es (ive!am de aco#la! a(ividade de con&ece! odom'nio da !ealidade #ois a (cnica dominado!a ue es(aelece condi%es #a!a oa#!imo!amen(o da vida. Dum #!imei!o momen(o a inven%ão e a consolida%ão dos meios dedomina%ão #!o#o!cionados #elo con&ecimen(o (a!ea de uma !acionalidade ins(!umen(alA numse2undo momen(o o es(aelecimen(o das inalidades a ue (ais meios deve!iam se!vi! #a!a aconsecu%ão dos ins cons(i(ui o o"e(ivo de uma !acionalidade #!*(ica. F;-se #o! a' ue num #!o"e(o de emanci#a%ão au(;n(ico as duas coisas são inse#a!*veis emo!a coo!denem suasdie!en%as no #!,#!io #!ocesso de e+#ansão !acional. omina! a na(u!e$a a#!o#!ia!-se #elocon&ecimen(o dos meios ue #e!mi(am coloc*-la em &a!monia com as inalidades &umanas. =si2niicado do #!edom'nio da su"e(ividade na ins(au!a%ão da cul(u!a mode!na a #lena assun%ãodo &alor  de ue se devem !eves(i! as inalidades &umanas. !a$ão como medida de (odas as

    coisas não (em a #!inc'#io um es(a(u(o a#enas l,2ico mas (amm a+iol,2ico ue se e+#!essa no!econ&ecimen(o do &omem como valo! a #a!(i! de sua condi%ão de en(e !acional.

    ssim a mode!nidade #a!ece (!adu$i! #a!a (e!mos #u!amen(e !acionais uma comina(,!ia deo!i2em a!is(o(lica: a !a$ão (e,!ica ue con&ece e #o! es(a via c!ia os meiosA e a !a$ão #!*(ica Hnosen(ido da  fronesis  a!is(o(licaI ue deve disce!ni! os  fins. Se!ia a com#le(a in(e2!a%ão des(asduas #e!s#ec(ivas ue !esul(a!ia no ue esca!(es c&amou de Saedo!ia. @as &* um elemen(ocom#licado! na #!,#!ia 2;nese des(e #!o"e(o. = (!aal&o de undamen(a%ão da a(i(ude 2alilaicalevado a eei(o #o! esca!(es e ue cons(i(ui a elao!a%ão das ases me(a'sicas do con&ecimen(oem sen(ido mode!no (in&a como um de seus alice!ces uma idia mui(o n'(ida ue aos ol&os deesca!(es a#a!ecia como um #!essu#os(o asolu(amen(e necess*!io #a!a ue o con&ecimen(oviesse a #ossui! um ca!*(e! sis(em*(ico: a unidade da ra#"o. om#!eende-se a #!eocu#a%ão doil,soo. J* ue #!eciso es(aelece! um undamen(o inues(ion*vel so!e o ual !e#ousa!*do!avan(e (odo o con&ecimen(o a consis(;ncia e a com#le(ude do sis(ema ue assim se ediica!*de#ende da solide$ e da unidade do seu #!inc'#io. Somen(e des(a manei!a o su"ei(o #odecons(i(ui! a #a!(i! do in(elec(o a ce!(e$a ue deve ca!ac(e!i$a! a sua !ela%ão com o o"e(o.Kenuncia! unidade da !a$ão se!ia !e(o!na! s oscila%es ue ma!cavam uma conce#%ão #!-me(,dica de con&ecimen(o a va!ia%ão en(!e undamen(o sens'vel e undamen(o in(elec(ual ue "us(amen(e &avia susci(ado a dvida e a (a!ea de !eo!ma da Lilosoia. @as da unidade da !a$ãose2uem-se duas conse;ncias necess*!ias: a unidade do m(odo e a unidade do o"e(o. omo amesma !a$ão ue se a#lica nos v*!ios modos de con&ecimen(o e como se (!a(a de es(aelece! sem#!e o mesmo (i#o de ce!(e$a cu"o #a!adi2ma a evid;ncia ma(em*(ica s, #oss'vel concee! um nico m(odo. < como a o"e(ividade cons(i(u'da a #a!(i! des(a unidade me(,dica se2ue-seue um nico (i#o de o"e(o adeuado a um nico m(odo. Pode-se con(inua! alando numadive!sidade de o"e(os Ha alma eus os co!#osI mas o con&ecimen(o eviden(e su#e a !edu%ãodes(a dive!sidade de con(edos a uma unio!midade in(elec(ual. e al2uma manei!a #!ecisoa'strair   da dive!sidade a unidade #a!a ue &a"a co!!es#ond;ncia en(!e m(odo e o"e(o. M a #!,#!ia unidade do #a!adi2ma ue e+i2e es(a !edu%ão "* ue a ce!(e$a ma(em*(ica is(o eminen(emen(e in(elec(ual e ue incide so!e entes a'stratos o #!o(,(i#o de evid;ncia. M es(e osi2niicado da ma(ema(i$a%ão do mundo ou do ca!*(e! ma(ema(i$an(e do con&ecimen(o enuan(o(al.

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    M es(a unidade ue #!e"udica desde o in'cio a visão da die!en%a e da a!(icula%ão en(!e o (e,!icoe o #!*(ico. esca!(es não #e em dvida a die!en%a en(!e a L'sica e a @o!al mas a necessidadede con&ecimen(o i2ualmen(e eviden(e em (odos os dom'nios a$ com ue o con&ecimen(o emmo!al deva se2ui! o mesmo #a!adi2ma do con&ecimen(o 'sico. =!a uma ve$ es(e modelo

    es(aelecido as coo!denadas undamen(ais do con&ecimen(o es(ão deini(ivamen(e #os(as umave$ ue se!* es(e modelo ue #!o#icia!* #!ecisamen(e o #!o2!esso "* ue ele vis(o como onico ue #ode #e!mi(i! o acesso evid;ncia (e,!ica. = sen(ido l(imo do #!o2!esso a m*+imae+#ansão des(e modelo. delimi(a%ão c!'(ica do con&ecimen(o (e,!ico ei(a #o! Nan( se moveainda den(!o des(as coo!denadas. in(e!di%ão do con&ecimen(o me(a'sico se de um lado!es(!in2e o &o!i$on(e da (eo!ia de ou(!o !eo!%a o ca!*(e! #u!amen(e - e o!malmen(e - !acional doundamen(o da a(ividade co2ni(iva ue em esca!(es ainda de#endia de uma !ela%ão en(!e a!a$ão &umana e eus como 2a!an(ia das !e#!esen(a%es eviden(es. M #o! is(o ue a de#u!a%ãoo!mal das es(!u(u!as l,2icas do con&ecimen(o em Nan( o#e!a como !es(!i(o! do )mi(o docon&ecimen(o (e,!ico #a!a mel&o! undamen(a! a unidade do con&ecimen(o.

    om is(o #odemos avalia! como o #!o2!esso do con&ecimen(o oco!!e de manei!a solid*!ia a uma!es(!i%ão do e+e!c'cio da !acionalidade (e,!ica. = su!2imen(o das novas ci;ncias e a ae!(u!a denovos cam#os de o"e(ividade suo!dinam-se unidade do #a!adi2ma "* ue o es(a(u(o decien(iicidade de#ende da cono!ma%ão das novas !ealidades a uma deini%ão #!via decon&ecimen(o o"e(ivo. ssim se consuma a su#e!#osi%ão en(!e !acionalidade e !acionalidadeins(!umen(al ou (cnica #e!manecendo a idia ca!(esiana de ue a dive!sidade de con(edos não #ode im#lica! na ue!a da &omo2eneidade da no%ão de o"e(o. nicas: au(onomia e suo!dina%ão. !eali$a%ão da au(onomia da !a$ão !esul(ou noes(aelecimen(o de um modelo de !acionalidade ao ual se suo!dina (odo o con&ecimen(o e uese #e como !euisi(o do #!,#!io e+e!c'cio da !a$ão. &e2emonia do #a!adi2ma consolidada&is(o!icamen(e im#licou en(ão na inve!são do valo! a #!inc'#io im#l'ci(o na #!,#!ia idia deau(onomia. e+#ansão da a(ividade !acional - o #!o2!esso - ica sendo en(ão a sim#lesinco!#o!a%ão de novos con(edos a um modelo o!mal de !acionalidade ue #e!manece inva!i*velnas suas 2!andes lin&as. = e+em#lo mais !adical des(a idia de #!o2!esso cien('ico ae#is(emolo2ia #osi(iva e os c!i(!ios de cien(iicidade ue são #o! ela es(aelecidos. =!econ&ecimen(o da ve!dade cien('ica como valo! ica na in(ei!a de#end;ncia da cono!ma%ão docon&ecimen(o ao modelo da o"e(ividade 'sico-ma(em*(ica.

    conse;ncia des(e #!essu#os(o não a#enas a ada#(a%ão da !ealidade aos c!i(!ios deo"e(ividade com a suseen(e #e!da ue is(o #ossa aca!!e(a! no ue conce!ne adeua%ãoen(!e m(odo e o"e(o. conse;ncia maio! ue de al2uma manei!a "* a#a!ece em esca!(es a dissolu%ão da !ealidade no a(o de sua (!anso!ma%ão em o"e(o de con&ecimen(o. M #o! is(o uea le+iili$a%ão do modelo ou de al2uns de seus !euisi(os não as(a #a!a a$e! de uma novaadeua%ão uma ve!dadei!a a#!eensão da !ealidade mesma. Po! e+em#lo não as(a como i$e!amos e#is(em,lo2os !anceses do inal do sculo #assado es(aelece! 2!aus de de(e!minismo #a!a

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    2a!an(i! a ada#(a%ão do modelo 'sico-ma(em*(ico a novas ci;ncias no in(ui(o de !edu$i! assim a #e!da de !ealidade no #!ocesso de o"e(iva%ão. Bs(o si2niica man(e!-se ainda no in(e!io! da #e!s#ec(iva de(e!minis(a am#liando a#enas a la(i(ude de inse!%ão da !ealidade no modelo deo"e(ividade.

    M cla!o ue es(es #!olemas a#a!ecem de manei!a mais con(unden(e no caso das ci;ncias ue (;m #o! o"e(o o &omem se"am auelas convencionalmen(e di(as O&umanasO como a Sociolo2ia e ais(,!ia se"am auelas ue #elo menos (;m o &omem entre os seus o"e(os como o caso daPsicolo2ia. s ues(es ue es(a l(ima susci(a em (e!mos de e#is(emolo2ia e (eo!ia da ci;nciasão #a!(icula!men(e !elevan(es #a!a um euacionamen(o c!'(ico do #!olema da !a$ãoins(!umen(al.

    oa #a!(e da c!'(ica ue se a$ Psicolo2ia cien('ica desde o inal do sculo EBE a( os anos 30des(e sculo #ode se! !eme(ida a um #!olema de undo ue oi desdo!ado em v*!iasdiiculdades de o!dem e#is(emol,2ica e de (eo!ia do con&ecimen(o. !a(a-se da #ossiilidade de

    a$e! do sueito  um o'eto. e um lado o sim#les enunciado do #!olema "* #!enuncia a suainsoluilidadeA de ou(!o - e #o! is(o mesmo - (al #!olema s, o!mulado a #a!(i! de uma #osi%ãoc!'(ica em !ela%ão Psicolo2ia cien('ica ue se #!a(icava na #oca a ue nos !ee!imos. M de seno(a! ue o ca!*(e! undamen(al des(e #!olema a#a!ece na am#la 2ama de #osi%es c!'(icas ueele !eco!e. Dum e+(!emo a asolu(a in(e!di%ão com(eana de uma Psicolo2ia cien('icae+a(amen(e devida im#ossiilidade de o"e(iva! os con(edos dema!cando-l&es um (e!!i(,!iodis(in(o da iolo2ia e da L'sica Social: a idia de uma Psicolo2ia cien('ica con(!a!ia a #!,#!iano%ão de m(odo cien('ico. Dum ou(!o e+(!emo a c!'(ica e!2soniana ue v; na o"e(iva%ão doscon(edos a dissolu%ão inelu(*vel da es#eciicidade do #s'uico. ui a im#ossiilidade de umaPsicolo2ia cien('ica nos moldes (!adicionais se deve ao ca!*(e! me(a'sico dauilo ue deve!ia secons(i(ui! como o seu o"e(o: o #!,#!io su"ei(o ou o es#'!i(o. die!en%a en(!e es(as duas #osi%es ue se insc!evem em cam#os ilos,icos asolu(amen(e o#os(os ue e!2son #!o#euma o!ma de con&ecimen(o ue aandonando com#le(amen(e os #a!)me(!os do modelo(!adicional #e!mi(i!ia uma ce!(a a#!o+ima%ão do #siuismo en(endido como (em#o!alidadein(e!na ou du!a%ão. Des(e sen(ido o Om(odoO da Psicolo2ia coincidi!ia #a!cial ou mesmo(o(almen(e com o da @e(a'sica. M e+a(amen(e o ca!*(e! inalcan%*vel do es(!a(o su"e(ivo ue levaom(e a #!onuncia! o seu in(e!di(o. ssim amos coincidem de al2uma manei!a no !esul(adoemo!a dive!2indo !adicalmen(e nos #on(os de #a!(ida.

    ues(ão cen(!al ue de ce!(o modo (!adu$ o #!olema undamen(al enunciado acima a daes#eciicidade do Oo"e(oO da Psicolo2ia. !eivindica%ão des(a es#eciicidade no caso dee!2son o!i2a-o a a!a%a! a du!a (a!ea de deini-la.

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    do #s'uico a#!o+imadamen(e deinida como a lu;ncia (em#o!al das viv;ncias im#oss'vel dese! ca#(ada nos moldes do !ealismo sus(ancialis(a (!adicional "* ue se o#e i+ide$ de umacoisa. menos em (e!mos de sume(;-los ao #ode! &umano. die!en%a es(* #!ecisamen(e nes(e

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641997000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt#1not%231nothttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641997000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt#1not%231nothttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641997000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt#1not%231not

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    a(o!: a domina%ão. Quando o sace!do(e invoca as o!%as da na(u!e$a em ene'cio do &omem oue ele a$ na ve!dade (en(a! !eve!(e! o #ode! dominan(e des(as o!%as #a!a ue elas não seem#en&em na des(!ui%ão do unive!so &umano. om#le(amen(e die!en(e o caso da (cnica vis(oue a' a su#!emacia o #ode! e a #ossiilidade de dom'nio si(uam-se do lado do &omem.

    na(u!e$a oi esva$iada de uma alma is(o de um #ode! ue (an(o #odia au+ilia! uan(oa(e!!o!i$a!. Po! is(o o progresso do con&ecimen(o o #!o2!esso do dom'nio e o Bluminismo a #assa2em do mi(o !a$ão escla!ecida. @as devido iden(iica%ão "* comen(ada en(!econ&ecimen(o e domina%ão a ins(!umen(a%ão #a!a o dom'nio acaa !eco!indo a (o(alidade doue se en(ende #o! e+e!c'cio da !acionalidade. = limi(e do dom'nio a in!cia do dominado:assim o sen&o!io so!e a na(u!e$a se e+#!essa !acionalmen(e no ca!*(e! #lenamen(e cons(i(u'do doo'eto. na(u!e$a e (udo ue ela con(m #assa de for!a a coisa. * ue se en(ende! no en(an(oue es(e #!ocesso de !eiica%ão insc!eve-se no )ma2o da !acionalidade ins(!umen(al como a sua #!,#!ia !a$ão de se!. M des(a o!ma ue (odo e ualue! o"e(o deve se! (!a(ado como coisa. Dão di'cil cons(a(a! en(ão ue a &omolo2ia o!malmen(e e+i2ida #a!a ue o ins(!umen(o modele seu #!odu(o a$ com ue iue es(aelecida (amm uma 'n(ima !ela%ão en(!e !a$ão e coisa

    !acionalidade e !eiica%ão. M a e+#ansão do !eino do 'sico-ine!(e ue cons(i(ui assim o (!iuno da!a$ão. =!a o com#!omisso ue assim se ins(i(ui en(!e a ati&idade da !a$ão e a passi&idade de ummundo de o"e(os !edunda na com#le(a iden(iica%ão en(!e !acionalidade e mani#ula%ão.

    = escla!ecimen(o com#o!(a-se com as coisas como o di(ado! se com#o!(a com os &omens. menos es(ende-se assim ao su"ei(o uando es(e se (o!na (ema de elucida%ão !acional. =!aes(a !e#!esen(a%ão !eiicada ue o su"ei(o (em de si mesmo ue o#e!a a regress"o  de uma #!e(ensa emanci#a%ão a uma (o(al sumissão e con(!ole numa !ealidade &is(,!ico-social(o(almen(e adminis(!ada #elos #a!)me(!os uncionais da !a$ão ins(!umen(al.

    M nes(e sen(ido ue se #ode ala! em Oau(o-des(!ui%ão do escla!ecimen(oO. !acionalidade (cnicanão sim#lesmen(e auela ue se se!ve da (cnica mas auela ue se iden(iica com a (cnicais(o iden(iica o meio como im.

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    e+#!essa e+a(amen(e na iden(iica%ão en(!e con&ece! e domina!. M #a!a con(!ola! ue se con&ece.s sci;ncias do &omem o mesmo #a!adi2ma do ue deco!!em as diiculdades a ue "* aludimos. Doen(an(o o mais im#o!(an(e a conside!a! aui a #!esen%a da &is(,!ia na #!,#!ia cons(i(ui%ão doo"e(o des(as ci;ncias. = ue a (eo!ia c!'(ica (em de die!en(e da (eo!ia (!adicional #a!a alm daues(ão do m(odo a conside!a%ão do ca!*(e! &is(,!ico da #!,#!ia !a$ão. Jamais c&e2a!'amos ano(a! ue a !a$ão iluminis(a (!a$ em si o seu con(!*!io se a ao!d*ssemos a #a!(i! de sua deini%ão #u!amen(e l,2ica e a-&is(,!ica. M a &is(o!icidade da !a$ão ue #e!mi(e ve! no seudesenvolvimen(o o en(!ela%amen(o de a(o!es de dive!sas o!dens ue nos o!i2am a conside!a! 

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    con"un(amen(e a !acionalidade e a mi(iica%ão o #!o2!esso e a !e2!essão a civili$a%ão e a a!*!ie. ilusão da linea!idade nos mos(!a!ia a civili$a%ão sucedendo a!*!ie a !acionalidadesucedendo ao mi(o e o #!o2!esso como incom#a('vel com o !e(o!no a es(*2ios #!im*!ios decon&ecimen(o e sociailidade. Uma (eo!ia c!'(ica ue conside!a a (o(alidade das !ela%es nas

     #!*(icas &umanas e não a#enas a sele%ão de elemen(os ue desen&am o #!o2!esso linea! noso!i2a a diale(i$a! o #!ocesso &is(,!ico ao nos mos(!a! ue ualue! !ealidade na medida em uese ai!ma &is(o!icamen(e (!a$ em si auilo ue a ne2a. @as (al visão su#e su"ei(os #!odu$indoconc!e(amen(e suas #!*(icas a #a!(i! de condi%es dadas.

    (eo!ia em sen(ido (!adicional ca!(esiano como a ue se encon(!a em vi2o! em (odas as ci;ncias es#eciali$adaso!2ani$a a e+#e!i;ncia ase de o!mula%ão de ues(es ue su!2em em cone+ão com a !e#!odu%ão da vida den(!oda sociedade a(ual. =s sis(emas das disci#linas con(;m os con&ecimen(os de (al o!ma ue so ci!cuns()ncias dadassão a#lic*veis ao maio! nme!o #oss'vel de ocasies. 2;nese social dos #!olemas as si(ua%es !eais nas uais aci;ncia em#!e2ada e os ins #e!se2uidos em sua a#lica%ão são #o! ela mesma conside!ados e+(e!io!es. - (eo!iac!'(ica da sociedade ao con(!*!io (em como o"e(o os &omens como #!odu(o!es de (odas as suas o!mas &is(,!icas devida. s si(ua%es ee(ivas nas uais a ci;ncia se aseia não #a!a ela uma coisa dada cu"o nico #!olema es(a!iana me!a cons(a(a%ão e #!evisão se2undo as leis da #!oailidade. = ue dado não de#ende a#enas da na(u!e$a mas

    (amm do #ode! do &omem so!e ela. Ho!&eime! 1989a #.69I.

    menos e do sis(ema de #!odu%ão de even(os !eaisues(ionando a o!2ani$a%ão cosmol,2ica em (e!mos de valo! is(o #!ocu!ando disce!ni! en(!e o om e o mau na ins()ncia dos a(os.

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    su"ei(os enuan(o a2en(es &is(,!icos. = ue di$ !es#ei(o ao &omem nunca #ode se! (omado comoum dado na(u!al. oma! o &omem como #!odu(o! das #!*(icas ue cons(i(uem a sua !ealidade (i!*-lo da ese!a dos o"e(os 'sico-ine!(es conside!a! a im#ossiilidade de se#a!a! no su"ei(o oue ele  do ue ele fa#  en(endendo ue a a%ão &umana se dis(in2ue da a%ão dos o"e(os na(u!ais

     #o! se! do(ada de in(encionalidade. om eei(o a no%ão de agente uando !elacionada com a a%ão&is(,!ica não #ode se! assimilada sim#lesmen(e a um #!ocesso de causalidade na(u!al. Quando sedi$ ue os &omens são O#!odu(o!es de (odas as suas o!mas &is(,!icas de vidaO não se #odedei+a! de conside!a! nes(a #!odu%ão uma in(encionalidade !acional e mo!al ue a #!,#!iaca!ac(e!i$a%ão da a%ão )ist%rica como a%ão )umanaA caso con(!*!io não &ave!ia como dis(in2ui! o #!ocesso &is(,!ico do #!ocesso na(u!al. Bs(o si2niica ue a ins()ncia do  social   não #ode se! conside!ada como meio de a(ividade &is(,!ica da mesma manei!a ue se conside!a o meio natural como amien(e dos o!2anismos em 2e!al. < is(o #o!ue a o!2ani$a%ão do meio no caso da!ela%ão en(!e o &omem e a sociedade de#ende da #!odu%ão das #!*(icas ue vão es(!u(u!ando emodiicando es(e meio.

    Bs(o si2niica ue uando se (!a(a de con&ece! o &omem (!a(a-se de con&ece! um su"ei(o &is(,!icoe não a#enas um su"ei(o dado. su"e(ividade se ins(i(ui no in(e!!elacionamen(o das #!*(icascons(i(uin(es do unive!so &umano. Podemos num ce!(o sen(ido di$e! ue o #!olema ue es(*aui colocado #a!a (odas as ci;ncias &umanas o mesmo ue es(* #os(o #a!a a Psicolo2ia: comoa$e! do su"ei(o um o"e(o sem dei+a! de con&ec;-lo como su"ei(o? = #!olema (o!na-seinsolvel se o! (!a(ado a#enas e#is(emolo2icamen(e. < is(o devido a uma ues(ão undamen(alue #ode se! enunciada como o &alor da ciência. uele ue se #e como su"ei(o de umcon&ecimen(o ue (em como o"e(o o su"ei(o coloca-se #o! is(o mesmo entre aueles o"e(os uedevem se! con&ecidos como su"ei(os. Dão &* nes(e caso a dis()ncia ue unciona como o#e!ado! me(,dico dema!cando mui(o em o ue su"ei(o e o ue o"e(o. Se na(u!ali$o a ese!a do&umano !edu$indo-a a um con"un(o de o"e(os an*lo2os aos o"e(os 'sicos coloco-me #o! is(o na #osi%ão de 5nico sueito o ue (eo!icamen(e #!olem*(ico e #!a(icamen(e insus(en(*vel. in(e!su"e(ividade a moldu!a des(a #!*(ica &is(,!ica #a!(icula! ue o con&ecimen(o cien('ico. #osi%ão (e,!ica não me #e no e+(e!io! da &is(,!ia e da sociedade. in(e!su"e(ividadeco!!es#onde a in(e!de#end;ncia das a(ividades ue se desenvolvem no en(!ela%amen(o social.

     Da ve!dade a vida da sociedade um !esul(ado da (o(alidade do (!aal&o nos die!en(es !amos de #!oissão emesmo ue a divisão do (!aal&o uncione mal so o modo de #!odu%ão ca#i(alis(a os seus !amos e den(!e eles aci;ncia não #odem se! vis(os como au(>nomos e inde#enden(es. H...I São momen(os da #!odu%ão social mesmo ue

     #!o#!iamen(e alando se"am #ouco #!odu(ivos ou a( im#!odu(ivos. Ho!&eime! 1989 #.37I.

    s !ela%es din)micas da (o(alidade social não #e!mi(em o isolamen(o da a(ividade (e,!ica e es(ain(e!de#end;ncia undamen(a o compromisso  do cien(is(a.

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    e#is(emol,2ica: a neu(!alidade !euisi(o l,2ico de o"e(ividade. @as vemos (amm a2o!a ueuando a !ela%ão co2ni(iva se es(aelece de su"ei(o a su"ei(os a o"e(ividade neu(!a o#e!anecessa!iamen(e de o!ma !educionis(a #ois su#e a iden(iica%ão en(!e #!*(ica &is(,!ica e o"e(ona(u!al. =!a (al iden(iica%ão #ode se! (!a(ada em dois n'veis: como eu'voco me(odol,2ico no

     #lano da e#is(emolo2iaA e como #!ocedimen(o de !eiica%ão no #lano da (ica.

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    o"e(ivo. = animismo &avia do(ado as coisas de uma alma o indus(!ialismo coisiica as almas. Hdo!no Ro!&eime! 1986 #.40I.

    !eiica%ão como conse;ncia (ico-&is(,!ica da #!eval;ncia da !a$ão ins(!umen(al vincula-seassim aliena%ão dos su"ei(os da a%ão nos seus #!odu(os. Des(e sen(ido a #!odu%ão o inve!so daa(ividade liv!e. @as a #!odu%ão #o! ou(!o lado conse;ncia da #osi%ão &is(,!ica de umsu"ei(o a(ivo e dominado! da na(u!e$a. Dão &* #o!(an(o como desvincula! no n'vel dasconse;ncias (icas o indus(!ialismo #!odu(ivis(a da !acionalidade (cnica ue o (o!nou #oss'vel mesmo conside!ando ue de(e!minadas a(ividades da !a$ão como a ci;ncia *sica nãose"am imedia(amen(e #!odu(ivas. #ossiilidade de (!ansi(a! em (e!mos de con(inuidade !acionaldo o'eto  #a!a o produto  ue "us(iica a au(o-com#!eensão o"e(ivis(a do su"ei(o is(o aim#ossiilidade de o su"ei(o se #ensa! como (al #ois não são a#enas Oas #!,#!ias !ela%es dos&omensO en(!e si ue se ac&am com#!ome(idas com a Ocoisiica%ão do es#'!i(oOA a idia ue cadaindiv'duo (em de si mesmo Oas !ela%es de cada indiv'duo consi2o mesmoO es(ãoundamen(adas na au(o-com#!eensão de cada um como Oal2o o"e(ivoO.

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    !e#e(i%ão. M #o! es(e mo(ivo ue o #ensa! c!'(ico "* se d* no )mi(o da #!a+is e assim "* seconi2u!a de al2uma manei!a como !esis(;ncia - a Oal2o #io!O.

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