serviÇo social e formaÇÃo continuada

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  SERVIÇO SOCIAL E FORMAÇÃO CONTINUADA: UMA REFLEXÃO ACERCA DAS PERSPECTIVAS TEÓRICO-POLÍTICA DA PROFISSÃO SILVA, Thatiana Nogueira Freire da – UFPB  – thatiananogueira@g mail.com 1  MENESES, Maria Aparecida Ramos de – UFPB – [email protected] 2  Introdução A história da humanidade é marcada por diversos acontecimentos que, cada um com sua peculiaridade, determinaram o curso da civilização. Destacamos dentre muitos o surgimento do modo de produção capitalista e junto visualizamos o surgimento do pensamento moderno, baseado na razão, no rompimento ao velho estilo feudal. O capitalismo, no entanto, mostra-se um modo de produção social verdadeiramente contraditório, pois ao passo que explora (capital – trabalho), condiciona-se também a conceder, para sua própria manutenção. Trata-se de um caminho de mão dupla, onde explorada, a classe trabalhadora reivindica por melhores condições de trabalho e de vida e, pressionada a classe dominante concede determinadas benesses para manutenção de sua acumulação. Essa relação existente unicamente no capitalismo, de concessão/conquista de direitos sociais, marca o surgimento de uma profissão, o Serviço Social. O Serviço Social surge como profissão diretamente atrelada aos interesses do capitalismo, pois fora exatamente nesse quadro em que ele se gestou, nascendo articulado ao projeto burguês. 1  Mestranda do Programa de PósGraduação em Serviço Social pela Universidade Federal  da Paraíba.  2  Professora Dra. em Serviço Social do Programa de PósGraduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba.  

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SERVIÇO SOCIAL E FORMAÇÃO CONTINUADA: UMA REFLEXÃOACERCA DAS PERSPECTIVAS TEÓRICO-POLÍTICA DA PROFISSÃO

SILVA, Thatiana Nogueira Freire da – UFPB – [email protected] 

MENESES, Maria Aparecida Ramos de – UFPB – [email protected] 

Introdução

A história da humanidade é marcada por diversos acontecimentos que, cada

um com sua peculiaridade, determinaram o curso da civilização. Destacamos dentre

muitos o surgimento do modo de produção capitalista e junto visualizamos o

surgimento do pensamento moderno, baseado na razão, no rompimento ao velho

estilo feudal.

O capitalismo, no entanto, mostra-se um modo de produção social

verdadeiramente contraditório, pois ao passo que explora (capital – trabalho),

condiciona-se também a conceder, para sua própria manutenção. Trata-se de um

caminho de mão dupla, onde explorada, a classe trabalhadora reivindica por

melhores condições de trabalho e de vida e, pressionada a classe dominante concede

determinadas benesses para manutenção de sua acumulação.

Essa relação existente unicamente no capitalismo, de concessão/conquista de

direitos sociais, marca o surgimento de uma profissão, o Serviço Social.

O Serviço Social surge como profissão diretamente atrelada aos interesses do

capitalismo, pois fora exatamente nesse quadro em que ele se gestou, nascendo

articulado ao projeto burguês.

1 Mestranda do Programa de Pós‐Graduação em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba. 

2

 Professora

 Dra.

 em

 Serviço

 Social

 do

 Programa

 de

 Pós

‐Graduação

 em

 Serviço

 Social

 da

 Universidade

 

Federal da Paraíba. 

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Entendemos que o Serviço Social aparece no cenário histórico-político com

funcionalidade bastante delineada: conter e neutralizar as expressões de manifestação

popular que tornava lenta a marcha da expansão capitalista.

As mudanças sociais oriundas das transformações e crises do capitalismosinalizam a necessidade de uma profunda reflexão no corpo profissional acerca de

seus rebatimentos, do próprio movimento dialético existente entre ambas.

Segundo Iamamoto (2007),

(...) o atual quadro sócio-histórico não se reduz a um pano de fundo paraque se possa, depois, discutir o trabalho profissional. Ele atravessa econforma o cotidiano do exercício profissional do Assistente Social,afetando as suas condições e as relações de trabalho, assim como ascondições de vida da população usuária dos serviços.

Assim, a abordagem acerca da formação profissional no atual contexto social

está na ordem do dia e, não só para o Serviço Social, mas também para as diversas

profissões que, pertencentes e demandadas por uma dada lógica de mercado, estão

concatenadas a uma ordem social em constante movimento.

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Serviço Social e Formação Continuada: uma reflexão

acerca das perspectivas teórico-política da profissão

Breve comentário acerca do capitalismo e do surgimento do serviço

social

Ao fim do século XIX e início do século XX as transformações ocorridas na

instituição Estado fora de grande significância, e se faz necessário a sua leitura para

uma compreensão de sua atual estrutura. A tradição liberal pressupunha

politicamente a liberdade individual e no plano econômico e não regulação do

Estado, baseado na crença do mercado auto-regulável. Em oposição ao absolutismo

a nação francesa, através de seu ideário projetou, paulatinamente sua forma de

hegemonia no ocidente.

O declínio desta perspectiva política econômica, que está diretamente ligada,

segundo Polanyi (2000) a mais três instituições, o equilíbrio do poder, o padrão

internacional do ouro e o mercado auto-regulável, que derroca devido o fracasso

econômico mundial, através da crise do capitalismo concorrencial. Entende-se aqui

que o cerne desta questão não se encontra no Estado, mas sim no mercado auto-

regulável como norte da sociedade ocidental.

A travessia do modelo liberal ao de direito social pelo Estado se dá mediante

as próprias contradições do modo de produção capitalista. Segundo Bobbio (2000, p.

42)

 Da crítica das doutrinas igualitárias contra a concepção e a

 prática liberal do Estado é que nasceram as exigências de direitos

sociais, que transformaram profundamente o sistema de relações

entre o indivíduo e o Estado e a própria organização do Estado,

até mesmo nos regimes que se consideram continuadoras, sem

alterações bruscas, da tradição liberal do século XIX (...)

 Liberalismo e igualitarismo deitam suas raízes em concepções da

sociedade profundamente diversas: individualista, conflitualista e

 pluralista, no caso do liberalismo; totalizante, harmônica e

monista, no caso do igualitarismo. Para o liberal, a finalidade é a

expansão da personalidade individual, abstratamente considerada

como um valor em si; para o igualitário, essa finalidade é odesenvolvimento harmonioso da comunidade. E diversos são

também os modos de conceber a natureza e as tarefas do Estado:

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limitado e garantista, o Estado liberal; intervencionista edirigista, o Estado dos igualitários.

É nesta sociedade, capitalista, que nasce o serviço social, surgindo no ano de

1899, com a criação da primeira Escola de Filantropia Aplicada (Training School in

Applied Philantropy). A criação dessa escola se deu sob a forte influência de MaryRichmond, membro da Sociedade de Organização da Caridade de Baltimore. Essa

escola contribuíra por demais para o processo de sistematização do ensino em

Serviço Social, o que mais tarde, por sua vez, contribuirá para a institucionalização

da profissão. No Brasil ele está fortemente atrelado aos interesses burgueses como

também da Igreja Católica. Como marco da profissão no Brasil tem-se a fundação da

primeira escola de Serviço Social, em 15 de fevereiro de 1936, no Estado de São

Paulo, com finalidade de preparar os militares da Ação Católica no Brasil. EssaAção consistia em organizações/associações que coordenavam estudos, cursos e

semanas para a formação de seu quadro trabalhador/militante para ação assistencial.

Com a mesma orientação da Escola de São Paulo, é fundada a Segunda Escola do

Serviço Social na Cidade do Rio de Janeiro.

A formação profissional do assistente social

A preocupação com o caráter teórico-metodológico do Serviço Social fora, a

partir de sua institucionalização no Brasil, uma das principais abordagens (se não a

central) nos fóruns de debate da categoria. A exemplo elenca-se em nossa história

profissional os encontros realizados em Araxá (1967), Teresópolis (1970), Sumaré

(1978) e Alto da Boa Vista (1984). Esta inquietação, imanente do Serviço Social

institucionalizado, dado seu caráter político e interventivo perdurou sob uma ótica

tradicional-conservadora. No entanto, e paralelamente, é no movimento denominado

de reconceituação (1960-1970), que visualizamos uma superação teórico-

metodológica, enveredando o norte intelectual da profissão à perspectivas críticas,não homogenias vale salientar, mas assumido enfim um cariz plural, de diálogo com

estas tendências.

O incurso da vertente marxista no Serviço Social, principalmente a partir da

leitura gramisciana, possibilitou uma interlocução com a realidade social latino-

americana, assim como a busca por respostas e alternativas interventivas próprias,

não mais importadas de outras realidades sociais e conjunturais.

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Esse amadurecimento no corpo da profissão, principalmente no âmbito

acadêmico direcionou o Serviço Social a uma busca por uma qualificação teórica,

que atendesse não só as demandas impostas à profissão, mas também e

principalmente a um projeto profissional coletivamente construído e historicamente

situado (IAMAMOTO, 2004).

Atualmente, as transformações societárias dão cabo à novas inquietações, ora

no grosso profissional, ora nos espaços acadêmicos, cada um com sua

particularidade. Levamos em consideração, e este é o aporte de nossa reflexão, que

este amadurecimento, esta consciência profissional crítica, constitui-se no expoente

do pensamento crítico profissional, porém e ainda perpassado em seu cotidiano

prático, por uma tendência conservadora. Ainda que não verificado a primeiraobservação, tão pouco assumido, pois para além se coloca como emancipadora, a

prática profissional em grande parte está calcada num ecletismo teórico, não mais

como resquícios do passado, mas sim como elementos concatenados de uma nova

forma de se vê a sociedade, que evoca de no conservadorismo suas características

mais individualistas. Para Dupas (2005),

O individuo está fragilizado pelas novas realidades nas quais aperformance define o lugar social de cada um. O sujeito da pós-

modernidade é “performático”, está voltado para a cultura doespetáculo e para o gozo em curto prazo e a qualquer preço...

Teve-se, pois, e isso é determinante, as condições históricas necessárias a

uma mudança paradigmática no Serviço Social, no entanto, entendemos que ao

mesmo tempo criou-se um movimento reacionário, intrínseco do modo social de

produção em viga, o qual vai se contrapor diretamente a um projeto societário e a

um projeto profissional constituído.

Assim, elucidar o atual movimento, ainda que de forma regionalizada,

constitui-se num esforço contínuo de validação e afirmação, e acima de tudo, de

respeito a elaboração dos primeiros formuladores críticos brasileiros, que

constituíram o marco no arcabouço teórico da profissão, como bem coloca Netto

(1998))

(...) a crítica se auto – implica mesmo com o objeto com que, se

confronta e recusa – adere a ele para transformá-lo e negá-lo,

transformando-se e negando-se. (...) recupera seus sentidos

imanentes, compreende a necessária diversidade e a compulsória pluralidade de concepções e posições legitimadas pela riqueza da

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vida social e a serem preservadas no debate democrático e, enfim,render-se à evidência que a realidade impõe.

Estar atento e compreender as transformações que ocorrem continuamente na

sociedade são tarefas complexas, que requer do assistente social, assim como dos

demais sujeitos sociais a capacidade de discernir entre o aparente e o mais próximo

do real, revelado nos desdobramentos das transformações societárias.

A partir das diversas crises evidenciadas no modo de produção e acumulação

de capital o serviço social é condicionado a moldar novas modalidades interventivas

que condissessem com as novas demandas.

A partir da década de 1990 uma nova modalidade administrativa de gestãoempresarial e produtiva iniciou-se no Brasil, a Era da Qualidade Total. Proveniente

de todo um processo que tinha como enfoque principal a qualidade dos serviços e

produtos. Associado a isso temos a crise das ideologias socialistas, assim como o

apogeu das transformações tecnológicas, como sinaliza Sorj (2004), que contribuirá

para a diminuição na importância que até então exercia o proletariado industrial. E

diante dos diversos conflitos existentes entre o binômio capital-trabalho, o serviço

social retorna ao âmbito privado, não mais com o cariz filantropo, mas como o

agente capaz de mediar também dentro do chão de fábrica os conflitos existentes.

Com a abertura da área empresarial ao Serviço Social criara para esse

profissional, como afirma César (1999) um espaço sócio-institucional expressivo. 

Contudo, esta abertura do setor privado se deu mediante a necessidade de delegar a

uma categoria profissional a gerência do controle de problemas impeditivos da

produção. O modelo de gestão agora assumido se pauta na linguagem da qualidade,

relacionada à eficiência, racionalidade e produtividade. O enfoque da qualidade éorientado pelo conjunto de teorias que formam a gestão estratégica, tendo como

principais expoentes teóricos Feigenbaum, Deming e Ishikawa.

O atual discurso de gerência se pauta na participatividade e envolvimento de

todos os trabalhadores, que são responsáveis pelo rumo da empresa (CÉSAR, 1998).

No entanto, esse pensamento abstrai-se, ficando apenas no âmbito produtivo, pois a

atuação do trabalhador se dá única e exclusivamente na otimização das tarefas

produtivas, ficando este bastante distante das ações deliberativas.

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Na referência ao Serviço Social podemos apontar mudanças significativas

em seu processo interventivo. À luz de uma perspectiva modernizadora, como

afirma César (1998)

O Serviço Social buscou o aperfeiçoamento do instrumentaloperativo, os padrões de eficiência e a sofisticação do suportetécnico à ação profissional, para a adequação do comportamentodo trabalhador aos novos ritmos do desenvolvimento capitalista.

Com a função de dar respostas aos problemas que interferem na produção,

cabe ao assistente social identificar e agir sob conflitos derivados da exploração do

trabalhador pelo capital. Trata-se de um processo de redefinição das demandas

profissionais inscritas historicamente.

O que ora abordamos enveredou pelo eixo da produção, no entanto, nossas

colocações devem estendessem as demais áreas de atuação do assistente social, pois

as mudanças do capitalismo mutante, como afirma Sennett (2006), ocorre nas

grandes instituições, criando um medo de tornar-se supérfluo na sociedade da

capacitação.

A formação continuada

Podemos dizer que além da sociedade industrial visualizamos o crescimentoda sociedade do conhecimento, além da economia industrial temos a economia do

conhecimento, balizada na informação e no desenvolver tecnológico de ponta.

A formação é segundo Aurélio (2001) ato o efeito de formar, constituição de

caráter, modo por que se constituiu uma mentalidade, um caráter. Pode ser

entendida como disposição, constituição de algo. Assim, concebemos a formação

como um processo contínuo, onde se é possível adquirir conhecimento e

competências diversas.

No tocante a formação profissional, ela está disposta de duas maneiras: uma

inicial, momento onde se adquiri, onde se forma a base acerca de determinado

conhecimento, e por último, mas não menos importante, a formação continuada, que

pode adquirir um caráter de aperfeiçoamento.

A formação continuada é importante para que o profissional se atualize

constantemente e desenvolva as competências (entenda-se aqui que para além da

perspectiva técnica) necessárias para atuar.

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As novas modalidades de gestão de pessoas1 impõem aos indivíduos também

novas modalidades de trabalho e de formatação. Segundo Rhinesmith (1993) apud

Vergara (2000), são necessárias as seguintes competências: mentalidade (capacidade

de adaptação para com o novo), conhecimento (amplo), conceituação (capacidade de

síntese e de análise), flexibilidade (agilidade de como lidar com as mudanças),

sensibilidade (ser sensível com as diferenças presentes em seu meio, grupo ou

equipe), julgamento (saber discernir diante das incertezas), reflexão (disponibilidade

ao aprendizado contínuo) e competência (capacidade de execução).

Diante do exposto, entendemos que a formação contínua se faz necessária ao

serviço social, para sua perpetuação em determinados âmbitos de atuação (como o

industrial, por exemplo), mas a questão central que se coloca é: que tipo deformação contínua é essa? Qual o caráter das formações continuadas ofertadas e/ou

comercializadas para os profissionais de serviço social? Qual a perspectiva teórico-

metodológica e política que se encontram presentes nestas formações? Será que

reproduzem o discurso neoconservador, que criminaliza a pobreza e remete o

profissional ao enfoque individualista?

1.  O modelo de gestão de pessoas deve ser compreendido, segundo Fischer (2001) como umconjunto de políticas, práticas, padrões atitudinais, ações e instrumentos empregados por umaempresa para interferir no comportamento humano e direcioná-lo no ambiente de trabalho.

São estes elementos que levantamos para reflexão, pois tendo em vista a

tendência presente, apresentada nos diversos estudos acerca do serviço social no

âmbito privado (indústria e comércio de serviços), como bem aponta Mota (2006) e

Druck (1998), o campo político-ideológico é, segundo Nicolau (2004), o espaço por 

excelência do trabalho do assistente social, é a base material que, no processo

histórico de produção, dialeticamente determina o próprio ato de instituir os

 produtos e definir teleologia.

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REFERÊNCIAS

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CÉSAR. M de Jesus. A experiência do serviço social nas empresas. In: Reprodução

social, trabalho e serviço social: capacitação em serviço social e política social,

módulo 2 CFESS/ABEPSS, Brasília: UnB, 1999.

DRUCK, G. A “Cultura da qualidade” nos anos 90: a flexibilização do trabalho na

indústria petroquímica da Bahia. In: MOTA, A. E. A nova fábrica de consensos. 3ª

Ed. São Paulo: Cortez, 2006.

DUPAS, G. O contrapoder da sociedade civil. In: Atores e poderes na nova ordem

global: assimetrias, instabilidades e imperativos de legitimação. São Paulo: Unesp,

2005.

FISCHER, André L. O conceito de modelo de gestão de pessoas – modismo erealidade em gestão de recursos humanos nas empresas brasileiras. In: DUTRA, J. S.

Gestão por competências. São Paulo: Gente, 2001.

IAMAMOTO, M. V. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social: ensaios

críticos. 7ª Ed. São Paulo, 2004.

_______________. O Serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação

profissional. 11ª Ed. São Paulo: Cortez, 2007.

MOTA, A. E. A nova fábrica de consensos. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 2006.

NETTO, J. P. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil

pós-64. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 1998.

NICOLAU, M. C. C. Formação e fazer profissional do assistente social: trabalho e

representações sociais. In: Serviço Social e Sociedade, nº 79. São Paulo: Cortez, 2004.

POLANYI, K. A Grande Transformação: as origens da nossa época. 2ª Ed. Rio de

Janeiro: Campus, 2000.

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SENNETT, R. A Política do consumo. In: A cultura do novo capitalismo. São Paulo:

Record. Tradução de Clóvis Marques.

SORJ, B. A “sociedade civil”, as ONGs e a globalização das agendas sociais. In: A

democracia inesperada: cidadania, direitos humanos e desigualdade social. Rio deJaneiro: Jorge Zahar, 2004.

VERGARA, S. C. Gestão de pessoas. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2