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WiMAX is a wireless broadband access technology for the last mile based on 802.16 standard from the Institute of Electrical and Electronic Engineering (IEEE). WiMAX means Worldwide Interoperability for Microwave Access. This name was introduced by the WiMAX Forum which is an organization with a goal to promote, standardize and define the strategy of WiMAX.The aim of this work is to capture the most important items that influence the WiMAX business case at 2,5 GHz band and provide insights to minimize risks and uncertainties that occur in the deployment of a WiMAX network. It is shown an example of deployment in São Paulo city, Brazil, containing numbers of base stations, subscribers, payback period and internal rate of return.The study begins with the analysis of the micro-environment providing a summary containing subscribers forecast for the next years.It is also described the macro-environment analysis. On the technological environment should be noted the delay in the availability of WiMAX-embedded devices while on the 3G side there are more than 800 hundred devices available worldwide. It is also commented about the LTE technology which is being developed by most of the greater telecommunications vendors. On the legal-political environment, it should be noted the delays on the spectrum auctions and the power of cellular operators which influence the rules for WIMAX such as mobility and spectrum usage restriction.It is also emphasized the importance of the project planning, scope characterization and definition, work breakdown structure definition containing the decomposition of the work to be executed up to the package level, the activities sequencing, costs involved, risks and response plans, schedule and critical path.

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Page 1: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE

MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio

utilizando tecnologia WiMAX

Sergio Cruzes

São Paulo

2009

Page 2: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

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FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE

MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio

utilizando tecnologia WiMAX

Monografia apresentada ao Programa de MBA da

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas –

FIPE, como requisito parcial para a obtenção do

grau de MBA.

Orientador:

Prof. Renato Borgheresi

São Paulo

2009

Page 3: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

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PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA REDE BANDA LARGA SEM FIO UTILIZANDO TECNOLOGIA WIMAX / Sergio Cruzes. São Paulo: FIPE, 2009. 130 f. Monografia de MBA – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, 2009 1. Plano de Negócios – Monografia 2. WiMAX 3. Gestão de Projetos 4. LTE I. Cruzes, Sergio II. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. MBA em Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica III. Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio utilizando tecnologia WiMAX

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DEDICATÓRIA

À Daniela, minha esposa, e ao Arthur,

meu filho, que compreenderam o tempo

dedicado a este trabalho e que me

suportaram de todas as formas para a

construção deste projeto.

Page 5: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

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RESUMO

O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última

milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica

(IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide

Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma

organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia.

O objetivo deste trabalho é capturar os ítens com maior influência na

elaboração de um plano de negócios de uma rede WiMAX em 2,5 GHz e prover

subsídios para que se diminuam as incertezas e riscos em uma implementação de

uma rede WiMAX. É apresentado um exemplo de uma rede para a cidade de São

Paulo com um certo número de ERBs (estações rádio base) e assinantes com

estimativa de período de retorno e taxa interna de retorno.

O estudo se inicia com uma análise do microambiente externo dos serviços de

banda larga móvel e fixa, culminando com um sumário de previsões de usuários de

banda larga móvel fornecido por diversos institutos de pesquisa.

Na análise do macroambiente deve-se destacar o ambiente tecnológico onde

ainda há escassez de dispositivos como laptops e smartphones contendo o modem

WiMAX embutido. É citada a opção da tecnologia LTE que está sendo desenvolvida

praticamente por todos os principais fornececedores de infra-estrutura de rede. No

ambiente político-legal há uma forte pressão por parte das operadoras de telefonia

celular para que se restrinja o uso do WiMAX.

Por fim é relatada a importância do planejamento do projeto, a caracterização

e a definição do escopo, a definição da EAP (Estrutura analítica de projeto) de um

projeto WiMAX com a decomposição das atividades até os pacotes de trabalhos, o

sequenciamento das atividades, custos envolvidos, principais riscos envolvidos e

plano de resposta a estes riscos, cronograma e caminho crítico.

Palavras-chave : Banda Larga ♦ Plano de Negócios ♦ WiMAX ♦ LTE ♦

Gerência de Projetos

Page 6: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

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ABSTRACT

WiMAX is a wireless broadband access technology for the last mile based on

802.16 standard from the Institute of Electrical and Electronic Engineering (IEEE).

WiMAX means Worldwide Interoperability for Microwave Access. This name was

introduced by the WiMAX Forum which is an organization with a goal to promote,

standardize and define the strategy of WiMAX.

The aim of this work is to capture the most important items that influence the

WiMAX business case at 2,5 GHz band and provide insights to minimize risks and

uncertainties that occur in the deployment of a WiMAX network. It is shown an

example of deployment in São Paulo city, Brazil, containing numbers of base

stations, subscribers, payback period and internal rate of return.

The study begins with the analysis of the micro-environment providing a

summary containing subscribers forecast for the next years.

It is also described the macro-environment analysis. On the technological

environment should be noted the delay in the availability of WiMAX-embedded

devices while on the 3G side there are more than 800 hundred devices available

worldwide. It is also commented about the LTE technology which is being developed

by most of the greater telecommunications vendors. On the legal-political

environment, it should be noted the delays on the spectrum auctions and the power

of cellular operators which influence the rules for WIMAX such as mobility and

spectrum usage restriction.

It is also emphasized the importance of the project planning, scope

characterization and definition, work breakdown structure definition containing the

decomposition of the work to be executed up to the package level, the activities

sequencing, costs involved, risks and response plans, schedule and critical path.

Keywords: Broadband ♦ Business Plan ♦ WiMAX ♦ LTE ♦ Project

Management

Page 7: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

7

Índice 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................16

1.1 Contextualização do Trabalho .................................................................... 17 1.2 Problema da Pesquisa .................................................................................... 21 1.3 Justificativa ..................................................................................................... 22 1.4 Objetivos do trabalho ...................................................................................... 23 1.5 Questões propostas e proposições assumidas ............................................... 24 1.6 Metodologia empregada na pesquisa ............................................................. 24

2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO ....................................................................26 2.1 Microambiente externo .................................................................................... 31

2.1.1 Definição .................................................................................................. 31 2.1.2 Análise da demanda ................................................................................. 31 2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa .................................................. 37 2.1.4 Banda larga móvel .................................................................................... 39 2.1.5 Tendências da Banda Larga .................................................................... 41 2.1.6 Receitas da Banda Larga ......................................................................... 46 2.1.7 Barreiras ................................................................................................... 47 2.1.8 Consumidor .............................................................................................. 51 2.1.9 Oferta de Banda Larga ............................................................................. 57 2.1.10 Modelo da Atratividade da Indústria por Michael Porter ......................... 60 2.1.11 Cadeia de Valor ...................................................................................... 62 2.1.12 Considerações para o uso do WiMAX .................................................... 64

2.2 Macroambiente ............................................................................................... 65 2.2.1 Ambiente sócio cultural ............................................................................ 65 2.2.2 Ambiente demográfico .............................................................................. 65 2.2.3 Ambiente econômico ................................................................................ 66 2.2.4 Ambiente tecnológico ............................................................................... 67 2.2.5 Ambiente político-legal ............................................................................. 70

2.3 Microambiente interno..................................................................................... 71 2.4 Fatores críticos de sucesso ............................................................................ 73 2.5 Quadro referencial para a concepção do negócio .......................................... 74

3. CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO ............................................................................76 3.1 Definição do Plano de Negócio ....................................................................... 76 3.2 Planejamento Estratégico ............................................................................... 77 3.3 Propósito da organização: visão, missão, crenças & valores e objetivos ....... 79 3.4 Estratégias competitivas genéricas ................................................................. 81 3.5 Estratégia de Marketing .................................................................................. 82

3.5.1 Definição do Plano de Marketing .............................................................. 83 3.5.2 Segmentação de mercado ....................................................................... 85 3.5.3 Mix de marketing ................................................................................. 87

4. PLANO DE NEGÓCIO DA REDE WiMAX .................... .....................................90 4.1 Parâmetros de entrada ............................................................................... 91

4.1.1 Área morfológica ................................................................................. 91 4.1.2 Espectro e largura de banda ............................................................... 91 4.1.3 Área de cobertura – Engenharia de Rádio-frequência ............................ 92 4.1.4 Premissas para capital de investimento – CAPEX .............................. 93 4.1.5 Premissas para evolução da base de assinantes ............................... 98

Page 8: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

8

4.1.6 Premissas para operação da rede – OPEX ...................................... 100 4.2 Parâmetros de saída ................................................................................ 101

5. IMPLANTAÇÃO DA REDE WiMAX.......................... .......................................103 5.1 Modelo Diamante ..................................................................................... 105 5.2 Project Charter – Termo de Abertura do Projeto ...................................... 107 5.3 Detalhamento do Escopo – WBS (Work Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projeto) ........................................................................... 109 5.4 Planejamento – Estimativa das atividades ............................................... 110 5.5 Planejamento – Seqüência das atividades ................................................... 112 5.4 Riscos ........................................................................................................... 113 5.5 Ajustes .......................................................................................................... 114

6. APÊNDICE A – TECNOLOGIA WIMAX ..................... .....................................116 6.1 Introdução ..................................................................................................... 116 6.2 Arquitetura de Rede ...................................................................................... 117

7. APÊNDICE B - TECNOLOGIA LTE........................ .........................................120 8. BIBLIOGRAFIA ...................................... .........................................................122 9. GLOSSÁRIO ......................................... ...........................................................126

Page 9: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celular (Fonte Teleco) ........ .......27

Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Receita Bruta de Serviços (Fonte:

Teleco) ................................................................................................. ....................28

Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e evolução da

banda larga fixa no Brasil ..........................................................................................28

Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte: Teleco)

....................................................................................................................................29

Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte: Teleco)

....................................................................................................................................29

Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de acessos banda larga (Fonte:

Teleco) ................................................................................................................ ......32

Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil versus média mundial (Fonte:

Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) ..................................................... ....33

Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes para celulares, telefones fixos e

banda larga (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) .........................33

Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda larga (Fonte: Teleco) .............34

Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de banda larga

fixa (2008) ..................................................................................................................36

Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecnologia (Fonte: Teleco) ...........37

Figura 2.12 – Crescimento dos acesso de banda larga por tecnologia no Brasil

(Fonte: Barômetro Cisco) ................................................................................... ......38

Figura 2.13 – Participação das tecnologias de banda larga fixa na esfera mundial

....................................................................................................................................38

Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo (fonte: revista

Exame – edição de 15/07/2009 página 91) ...............................................................41

Page 10: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

10

Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda larga no Brasil (Fonte: Yankee

Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetcis Research). Assume-se

que o WiMAX capturará 2% do total dos assinantes 3G (Pyramid Research) e 6%

dos assinantes 3G (Infonetics Research) ..................................................................44

Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimento da banda larga no estado de

São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson assumindo

que o estado de São Paulo apresentará a mesma taxa de crescimento nacional dos

acessos de banda larga móvel) – Fonte: Yankee Group e Ericsson, Pyramid

Research, Teleco e Infonetics Research ...................................................................44

Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel em 2008 (Fontes:

Infonetics Research e Teleco) ...................................................................................45

Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classes sociais ...........54

Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obtido a partir de

informações da revista Exame (08/04/2009) e IBGE ................................................54

Figura 2.20 - Crescimento previsto de usuários de WIMAX entre 2008 e 2014 no

Brasil e estado de São Paulo. * Número de usuários de WIMAX no estado de São

Paulo em 2008 é estimado .......................................................................................57

Figura 2.21 – Principais fornecedores de banda larga fixa e respectivos números de

acessos ....................................................................................................................58

Figura 2.22 - Competição fixa no estado de São Paulo e percentagem de cobertura

em termos de habitantes dos municípios atendidos (nem toda a área urbana dos

munícipios cobertos é atendida) ................................................................................59

Figura 2.23 – Competição móvel no estado de São Paulo percentagem de cobertura

....................................................................................................................................59

Figura 5.1 – Modelo Diamante da rede WIMAX ....................................................105

Figura 5.2 – EAP: implantação de rede WiMAX ....................................................109

Figura 5.3 – Sequenciamento do projeto WiMAX ...................................................111

Figura 6.1 – Topologia WIMAX ponto-a-ponto .......................................................117

Figura 6.2 – Canal WiMAX com suas várias sub-portadoras .................................117

Page 11: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos estados ..................................34

Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013 (Fonte:

Pyramid Research) ....................................................................................................36

Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários para o WIMAX em função do

estudo de companhias de pesquisas ........................................................................46

Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móvel em função do nível de

educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial consumidor ..........53

Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no Brasil em função

das classes sociais (critério da Associação das Empresas de Pesquisa), perfil dos

usuários de internet (Pesquisa TIC Domicílios 2008) – Número total de potenciais

usuários é de 15.788 jovens (entre 20 e 30 anos) ....................................................55

Tabela 2.6 - Número potencial de usuários de internet móvel em função da faixa

etária e poder econômico das classes sociais ..........................................................56

Tabela 2.7 – Comparação de desempenho entre tecnologias de acesso ................68

Tabela 2.8 – Quadro referencial para a concepção do negócio ...............................75

Tabela 3.1 – Resumo da concepção do negócio ......................................................89

Tabela 4.1 – Perfil das áreas a serem atendidas .....................................................91

Tabela 4.2 – Link Budget do downlink (1.5 Mbps na borda da célula) .....................92

Tabela 4.3 – Link Budget do uplink (512 kbps na borda da célula) e raio e área

efetivos de cobertura .................................................................................................93

Tabela 4.4 – Estratégia de uso das estações ..........................................................94

Tabela 4.5 – Custos de aquisição de ERBs, antenas e links de rádio .....................95

Tabela 4.6 – Custos de infra-estrutura civil assumindo sites novos para 30% dos

casos .........................................................................................................................96

Tabela 4.7 – Custos da rede Core ............................................................................97

Page 12: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

12

Tabela 4.8 – Plano de serviços (QoS: Quality of service, DL: downlink, OSR:

oversubscription rate) ..............................................................................................100

Tabela 4.9 – Premissas de OPEX ..........................................................................101

Tabela 5.1 – Termo de Abertura do Projeto ...........................................................109

Tabela 5.2 – Sumário das responsabilidades .........................................................111

Tabela 5.3 – Plano de resposta à riscos – contingência ........................................113

Tabela 5.4 – Plano de resposta à riscos – preventiva ............................................114

Page 13: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

13

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

1T, 2T .. Primeiro trimestre, segundo trimestre, ..

2G Segunda geração de redes celulares

3G Terceira geração de redes celulares

4G Quarta gração de redes celulares

AAA Authorization, Authentication and Accounting

ARPS Average revenue per subscription

ARPU Average revenue per user

BTS Base transceiver station

CAGR Compound annual growth rate

CAPEX Capital expenditure

CDMA Code division multiple access (padrão de rede celular)

CDMA 1xEVDO Code division multiple access 1x evolution data optmized

(tecnologia de redes celulares para transmissão de

dados)

CLEC Competitive local exchange carrier

CPE Customer premises equipment

CRM Customer relationship management

DSL Digital subscriber line

EAP Estrutura analítica do projeto

ERB Estação radio base

FDC Fluxo de caixa descontado

FTTH Fiber to home

FTTx Fiber to the end user’s location

Gbps Gigabits per second

Page 14: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

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GSM Global system for mobile communications (padrão de rede

celular)

HSPA High speed packet access (tecnologia de transmissão de

dados de terceira geração)

IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers

IMS IP multimedia system

IP Internet protocol

IPC Índice de potencial de consumo

IPTV internet protocol television

LLU Local loop unbundling

LOS Line of sight

LTE Long term evolution (padrão de rede celular de quarta

geração)

MB Megabyte

Mbps Megabits per second

MHz Megahertz

MIMO Multiple-input and multiple-output (tecnologia de antenas)

MMDS Multichannel, Multipoint Distribution System

NLOS Non-line of sight

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

Econômico

OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing

OFDMA Orthogonal Frequency Division Multiple Access

PC Personal computer

PCMCIA Personal Computer Memory Card International

Association

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15

PDA Personal digital assistant

PDH Plesiochronous digital hierarchy

PSTN Public switched telephone network

RF Radio-frequência

SDH Synchronous digital hierarchy

SLA Service-level agreement

SMP Serviço móvel pessoal

STFC Serviço telefônico fixo comutado

UIT União Internacional de Telecomunicações

UMTS Universal mobile telecommunications system (padrão de

rede cellular de Terceira geração)

VDSL Very high bitrate digital subscriber line

VoD Video on demand

VoIP Voice over IP

VPL Valor presente líquido

WCDMA Wideband CDMA (também chamado de UMTS)

WiFi Wireless fidelity (tecnologia de acesso sem fio)

WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Access

WLAN Wireless local area network

xDSL Variações do tipo de DSL

Page 16: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

16

1. INTRODUÇÃO

As diversas formas de acessar a internet estão transformando o

comportamento das pessoas. Seja no ambiente de negócios, seja a lazer em casa

ou em qualquer outro lugar, pode-se acessar a internet.

As estatísticas mostram que o número de usuários de internet no Brasil

aumentou a uma taxa superior a 40% ao ano entre 2000 e 2008 (Barômetro Cisco)

sendo que o Brasil alcançou a quinta posição no ranking mundial em número de

pessoas que acessam a internet, de acordo com estudo realizado pela consultoria

Everis, em parceria com Escola de Negócios da Universidade de Navarra, da

Espanha.

Segundo o Ibope Nielsen (Fonte: Meio & Mensagem 22/06/2009), o número de

usuários de internet atingiu 62,3 milhões no Brasil no primeiro trimestre de 2009.

Entretanto o número de contas de internet banda larga no Brasil é de apenas 15,05

milhões (10,43 milhões de internet fixa e 4,62 milhões de internet banda-larga

móvel).

Ao mesmo tempo as operadoras de telefonia fixa já observam uma redução do

crescimento de sua base de assinantes (cometnado por J.M.M. Rios e outros, 2008,

p. 10). Estas operadoras estão investimento pesadamente para ofereçar serviços de

banda-larga cuja demanda aumenta a taxas expressivas. As operadoras de telefonia

celular com a implantação de suas redes 3G oferecem acesso a internet com

velocidades razoáveis e este serviço cada vez mais representa uma maior parcela

de suas receitas.

A necessidade de oferta de banda larga está introduzindo grandes inovações

tecnológicas de acesso a rede por meio de tecnologias como VDSL, FTTH, 3G,

WiMAX e LTE.

Diante deste quadro entende-se como oportuno verificar-se a viabilidade para

o desenvolvimento de projetos para oferta de banda-larga usando a tecnologia de

Page 17: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

17

acesso sem fio WiMAX. Redes sem fio podem ser implantadas com muito mais

rapidez e menor custo do que redes baseadas em cabo.

O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última

milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica

(IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide

Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma

organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia.

A tecnologia WiMAX está ainda em sua fase inicial. Falta ainda a experiência

de operação de uma grande operadora no mundo para que esta tecnologia atinja a

maturidade. O lançamento da rede da Clearwire nos Estados Unidados irá

impulsionar o desenvolvimento desta tecnologia.

No início de Abril deste ano (2009), o Fórum WiMAX anunciou o lançamento

do programa de Certificação de Testes de Interoperabilidade (IOT) nos Estados

Unidos onde fabricantes poderão utilizar a rede comercial da Clearwire para testar a

interoperabilidades dos dispositivos WiMAX em 2.5 GHz.

Outra fonte de inovações está vindo do desenvolvimento de conteúdo e

aplicações a serem disponibilizados as operadoras de telefonia como IPTV, portais

para celular, jogos, etc..

Grandes inovações tecnológicas estão sendo introduzidas nos dispositivos de

acesso móveis como laptops com modems embutidos e smartphones.

Este trabalho apresentará um plano de negócios para uma rede WiMAX, assim

como discutir as inovações envolvidas neste ambiente.

1.1 Contextualização do Trabalho

Primeiramente é importante se definir o que é banda larga. A Anatel tem a

seguinte definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de

transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol

geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades

Page 18: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

18

iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga,

como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256 kbps.

Com a estagnação e a diminuição do crescimento das receitas dos serviços de

voz das operadoras de telefonia fixa e telefonia celular, a banda larga está se

tornando a nova fonte de crescimento de receitas. Fatores que contribuem para isto

são a portabilidade, tendência de competição acirrada, serviços de comunicação via

internet como Skype e Yahoo. Para compensar estas perdas, as operadoras de

telefonia fixa estão investindo pesadamente em tecnologias de banda larga. Entre

estas tecnologias incluem xDSL, Cable Modem, FTTx e WIMAX. As operadoras de

telefonia celular estão investindo pesadamente em serviços de dados 3G com o

intuito de aumentar suas receitas assim como enfrentar o desafio de outras

tecnologias de banda larga como o xDSL e o WiMAX.

O WIMAX é a tecnologia que possibilitará operadoras novas a rapidamente

obterem receitas com serviços de acesso a internet (e aplicações e conteúdo) e

também voz com a tecnologia VoIP. Será destacado também que o período para a

implantação de uma rede WiMAX deve ser o mínimo possível, possibilitando a

entrada de receitas o mais cedo possível. Neste aspecto, deve ser enfatizada a

importância do gerenciamento da implantação da rede WiMAX, onde há um grande

desafio de coordenação e planejamento do projeto para se atingir metas agressivas

em termos de prazo, orçamento e qualidade.

Análise da demanda

Efetuar-se-á uma análise da demanda para identificar os diversos usuários que

utilizarão e beneficiar-se-ão deste negócio, procurando identificar aspectos relativos

a compra do serviço de banda-larga e aplicativos. Objetivar-se-á nesta etapa obter o

dimensionamento de um possível número de usuários para o projeto em questão.

Page 19: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

19

Análise da oferta

Por meio da análise da oferta se buscará identificar quem são os fornecedores

de serviços de banda-larga no Brasil, os pacotes oferecidos e os preços cobrados

pelo mercado.

Sistema de valor

A análise do sistema de valor procurará obter informações relativas aos

participantes do sistema de valores, com o objetivo de identificar empresas com

potencialidades e interesses em integrações para frente e para trás. A cadeia de

valor pode ser compreendida como produção de conteúdo, programação,

disponibilidade e consumo.

Análise do macroambiente

Será efetuada uma análise macroambiental com destaque aos ambientes

econômico (evolução da venda de PCs), tecnológico (evolução e desenvolvimento

da tecnologia WiMAX e outras tecnologias de acesso banda larga), político-legal

(Anatel e leilões de novas faixas de espectro para o WIMAX), sociocultural e

demográfico.

Quadro referencial para a definição do negócio

De forma a compreender o contexto de atuação em que se pretende verificar a

viabilidade do negócio, será elaborado um quadro sinóptico contendo quantidade de

Page 20: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

20

usuários de banda larga e tendências, níveis de faturamento e tendências de preços;

expectativas não atendidas pelos provedores atuais e usos de novas tecnologias.

Em termos de ameaças, se procurará avaliar os riscos pertinentes ao poder das

operadoras incumbemtes frente ao governo e Anatel (podendo limitar a forma de

utlização do WiMAX como limitação de mobilidade, espectro e outros), a

possibilidade de integração para frente e para trás das operadoras incumbemtes

(celular e fixa) e também pelo fato da comoditização do acesso banda larga

(cidades digitais).

Este estudo irá analisar também qual posicionamento que os provedores de

rede de acesso tem usado para esta tecnologia e quais as possíveis opções para o

futuro em função da evolução desta tecnologia, quais as razões pela escolha desta

tecnologia, quais os diferenciais explorados desta tecnologia, precificação do

serviço, possíveis modelos de inovações do gerenciamento do negócio, ambientes

viáveis de oferta de serviços (área urbana, suburbana, rural, comercial, etc),

consumidores alvos e principalmente as principais tecnologias concorrentes (celular

3G/4G, xDSL, Cable Modem, FTTH).

O Plano de negócios irá tratar os ítens descritos acima, estimar o investimento

necessário para se implantar uma rede WIMAX assim como as despesas de

operação desta rede.

Em resumo, este trabalho irá descrever o plano de negócio e suas exigências

para a rentabilidade do empreendimento incluindo aspectos econômicos,

demográficos e sociais dos possíveis usuários. A importãncia de se ter uma solução

de baixo custo será enfatizada sendo que será destacada a necessidade desta

solução proporcionar o início da operação do negócio a partir de uma rede mínima.

Será destacada a importância de um planejamento elaborado do projeto de

implantação assim como a necessidade de uma coordenação firme entre os

diversos fornecedores de serviços e equipamentos necessários para a implantação

deste projeto.

Page 21: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

21

1.2 Problema da Pesquisa

Como o negócio de um rede WIMAX pode se tornar viável e lucrativo ? Este

trabalho mostrará quais os pontos chaves no plano de negócio que possibilitarão o

sucesso do negócio em termos financeiros, compatibilizando recursos humanos,

recursos tecnológicos e operacionais.

Um modelo de negócio viável para a implantação de uma rede WIMAX deve

incluir baixos custos até o início da operação. A operação deve-se iniciar com uma

rede compacta e se expandir assim que se aumente a quantidade de usuários. A

implantação da rede deve ser rápida onde se deve enfatizar a necessidade do

gerenciamento do projeto de implantação.

As estimativas e premissas assumidas no plano de negócios devem ser firmes

e consistentes. Observa-se a grande importância das estimativas de crescimento

econômico para o sucesso do negócio visto que a penetração de uso de banda

larga de um país está estritamente interligada com a renda per capita deste. Além

disso deve-se incluir como cruciais as estimativas de cobertura dos sinais de radio-

frequência das estações rádio base assim como a capacidade destas, a

disponibilidade e tamanho do espectro de frequência.

A Anatel irá efetuar licitação da faixa de frequências de 3,5 GHZ neste ano

(2009). Serão leiloados blocos de frequências de 5 MHz sendo que cada empresa

não poderá adquirir mais que 30 MHz de espectro.

Considero que 30 MHz de espectro é o mínimo necessário para se construir

uma rede de qualidade onde haja capacidade e o mínimo de interferência.

O sucesso da implantação de um projeto de rede WIMAX dependerá

principalmente da escolha correta da área geográfica a ser atendida, da

disponibilidade em larga escala de laptops, smartphones contendo o modem WIMAX

embutido, modems externos com preço acessível e tamalho reduzidos, da qualidade

do plano de negócio e suas premissas, da disponibilidade de uma rede de qualidade

Page 22: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

22

onde haja cobertura de radio-frequência suficiente e de qualidade (sem

interferência), da disponbilidade de recursos humanos capacitados para implementar

este projeto, operar a rede e gerenciar o negócio.

1.3 Justificativa

Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX:

grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou

empresas alternativas ?.

O Brasil apresenta baixa penetração de uso de banda larga. Esta

característica constitui uma oportunidade para uso de tecnologias alternativas.

A infra-estrutura de rede WiMAX é mais efetiva em termos de custo que as

tecnologias DSL, conexão a cabo e fibra óptica. Esse é o fator crucial para que

novas operadoras com restrição de capital entrem neste mercado.

O grande diferencial do WIMAX é que esta tecnologia suporta diferentes

cenários de uso (como o serviço de internet sem fio fixo, o serviço portátil e o serviço

de acesso móvel) em uma mesma rede, aumentando as alternativas de seu

mercado alvo. Esta possibilidade de vários modos de uso desta tecnologia aumenta

o espectro de aplicações e dispositvos desde laptops, PCs, PDAs e outros, todos

apresentando o modem WiMAX embutido.

Outras características interessantes e convicentes desta tecnologia são:

• Rapidez de implantação já que redes wireless são implantadas com

muito mais velocidade do que redes fixas

• Oportunidade de se implantar a rede somente em áreas gerográficas

que reflitam as características do mercado alvo. Isto é, flexibilidade de

cobertura

• Mobilidade. Este é o grande diferencial do WiMAX comparado com o

DSL. A mobilidade permite a conquista de diferentes mercados.

Page 23: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

23

• Arquitetura IP. Como o WiMAX é baseado no protocolo IP, a introdução

de novos serviços é rápida.

• Custo do espectro comparado com o espectro do 3G: o espectro do

WiMAX deverá ser bem menos custoso.

Este trabalho é importante porque tenta descrever as oportunidades dentro do

segmento de banda larga e buscará classificar o nicho para esta tecnologia.

Estudos mostram que há uma relação direta entre a penetração do uso da

banda larga, e a renda per capita do país. Entretanto, acredita-se que a oferta e

popularização do uso da banda-larga irão causar um grande impacto no

desenvolvimento social e econômico de um país.

A tecnologia WiMAX é um ponto chave para se aumentar os índices de

penetração de uso da banda larga no Brasil de uma maneira não tão dispendiosa

como as tecnologias tradicionais (xDSL, Cable Modem).

O plano de negócios a ser apresentado neste estudo contêm informações

cruciais baseadas em experiência em projetos desta tecnologia em países da

America Latina.

1.4 Objetivos do trabalho

O objetivo deste trabalho é mostrar em que condições uma implantação de

uma rede banda larga WiMAX é viável técnicamente, economicamente e

financeiramente.

Para tanto, será definido o grupo alvo de clientes a partir da análise da

demanda, os propósitos do negócio, antecipando aspectos relativos à visão, missão,

valores e objetivos que irão nortear as atividades da empresa.

Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX:

grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou

empresas alternativas. Esta é a questão a ser respondida.

Page 24: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

24

1.5 Questões propostas e proposições assumidas

O histórico das primeiras implantações de redes WIMAX é marcado por certo

desapontamento em relação ao número de usários e desempenho da rede. Fica

claro que existe uma grande dificuldade para o WiMAX competir com a tecnologia

3G que está sendo implantadas nas operadoras de telefonia celular.

A tecnologia WIMAX está ainda em sua fase inicial e grandes

desenvolvimentos prometem aumentar consideravelmente sua capacidade e

velocidade de transmisssão.

A hipótese deste estudo é confirmar se realmente os fatores descritos na

literatura como fundamentais para o sucesso de um projeto de rede WiMAX

poderão ser aplicados a realidade brasileira e se existem outros fatores não tão

explorados e que são relevantes a nossa realidade.

1.6 Metodologia empregada na pesquisa

Na elaboração do plano de negócios serão utilizadas informações

disponíbilizadas pela Anatel, site Teleco, site Teletime news, etc. A análise da

demanda será efetuada com base nas informações disponibilizadas por estes meios,

isto é, estatísticas do setor e também por estudos de comportamentos e

necessidades. A análise da oferta se baseará somente por estatísticas do setor.

A análise da atratividade do negócio será baseada em estatísticas sobre o

serviço de banda larga e a literatura sobre métodos de avaliação de negócios.

A análise do sistema de valor será baseda na identificação e informações

sobre as empresas envolvidas na cadeia de valor.

Em relação ao macroambiente, será efetuada uma análise dos fatores

exógenos que impactam o negócio: ambientes sócio-cultural, demográfico,

econômico, tecnológico e político-legal. Para isso, serão usadas fontes como a

revista Teletime e o site Teleco.

Page 25: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

25

A pesquisa deste trabalho procura se fundamentar em artigos de plano de

negócios de rede WiMAX, artigos técnicos sobre WiMAX , propagação de RF e

redes celulares e também artigos sobre gerenciamento de projetos. A pesquisa será

fundamentada nos artigos descritos abaixo:

• WiMAX Forum (Maio 2005), “WiMAX: The Business Case for Fixed

Wireless Access in Emerging Markets”. Apresenta considerações para

uma estratégia de implantação de uma rede WiMAX rentável. Apresenta

modelos de vendas de serviços, estimativa de receita média por

assinante, estimativas de preço de infra-estrutura dos componentes das

estações rádio base.

• WiMAX Forum (Junho 2008), “A Comparative Analysis of Spectrum

Alternatives for WiMAX Networks with Deployment Scenarios Based on

the U.S. 700 MHz Band”. Apresenta estimativas de cobertura baseadas

em modelos mais aceitos de propagação.

• Bart Lanoo, e outros, “Business Scenarios for a WiMAX Deployment in

Belgium”. Apresenta uma avaliação técnico-comercial para o mercado

da Bélgica. Será usada somente como referência.

• André Riedel, e outros, “Optimising WiMAX Business Models Using

Incentive Engineering”. Artigo contêm análise de diferentes meios de

incentivo que afetam a redução de consumo de banda larga em

períodos de congestionamento. Isto permite aumentar a taxa de

“overbook” de assinantes do projeto.

O livro “WiMAX Handobook – Building 802.16 Wireless Networks”, de Frank

Ohrtman, editora McGraw-Hill, contem descrições das vantagens da tecnologia

WiMAX perante as tecnologias tradicionais, descritivo técnico do WIMAX e

vantagens econômicas do WiMAX.

A espinha dorsal do desenvolvimento do plano de negócios será baseada no

livro “A Construção do Plano de Negócio” de Antonio Renato Cecconello e Alberto

Ajzental, editora Saraiva, 2008.

Page 26: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

26

2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO

O crescimento das receitas dos serviços telefonia fixa começa a declinar no

Brasil e em outros países da América Latina. Entre o primeiro trimestre de 2008 e o

primeiro trimestre de 2009, o crescimento do número de linhas de telefonia fixa no

Brasil foi de 5,5% passando de 39.514 milhões para 41.7 milhões (fonte: Anatel e

Teleco). A previsão do instituto de pesquisa Pyramid Research (2008) é que o

crescimento do número de linhas irá reduzir ainda mais nos próximos anos. Esta

redução do crescimento está diretamente relacionada ao crescimento do número de

linhas da telefonia móvel, ao surgimento de serviços VoIP de qualidade como os

serviços via internet Skype, Yahoo e outros.

As companhias de telefonia fixa partiram então para o investimento em

serviços de banda larga cujo setor vem apresentando altas taxas de crescimento.

As companhias de telefonia celular também já estão percebendo a redução no

crescimento da receita de seus serviços de voz. Atualmente existe uma grande

dificuldade em prover serviços de voz diferenciados em telefonia celular. A

competição de preços entre as operadoras é a principal causa da redução do

crescimento da receita. E com a introdução da portabilidade no Brasil, a guerra de

preços para os serviços de voz poderá aumentar ainda mais.

Apesar do crescimento de 24,23 % no número de assinantes entre Maio/2008

e Maio/2009 (de 130,5 milhões para 157,5 milhões) do número de assinantes de

telefonia móvel, a percentagem de assinantes pré-pagos passou de 80,95% para

81,75% (fonte: Teleco).

A figura 2.1 mostra a queda do ARPU (average revenue per user) das

operadoras de telefonia celular no Brasil.

Page 27: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

27

29,3 29,4 29,630,1

27,5 27,3 27,1 27,2

24,8

20

22

24

26

28

30

32

1T07 2T07 3T07 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09

R$

A queda do ARPU das operadoras de

celular

ARPU

Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celula r (Fonte Teleco)

Nas principais operadoras 3G no mundo, a receita de dados já representa

mais de 20% da receita líquida de serviços.

A figura 2.2 apresenta a participação das receitas dos serviços de dados na

receita bruta de serviços das operadoras no Brasil (A Claro não divulga estas

informações de forma sistematica mas declarou que dados representarm 11% do

seu ARPU no 1T09).

Diante deste cenário, a banda larga torna-se o principal gerador de receitas

para as operadoras de telefonia fixa e telefonia celular.

O Brasil terminou o primeiro trimestre de 2009 com 10,4 milhões de acesso

banda larga por ADSL, TV por assinatura e outros meios. A figura 2.3 detalha a

evolução da banda larga fixa no Brasil.

Page 28: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

28

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

1T08 2T08 3T08 4T08 1T09

Vivo 10,30% 11,30% 10,90% 10,90% 13,10%

Tim 8,40% 9,80% 9,70% 10,80% 11,20%

Oi/BrT 6,30% 6% 6,40% 6,80% 5,60%

Brasil 8,70% 9,50% 9,40% 9,90% 11,30%

% dos dados na receita bruta de serviços

Vivo

Tim

Oi/BrT

Brasil

Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Rece ita Bruta de

Serviços (Fonte: Teleco)

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

1T08 2T08 3T08 4T08 1T09

ADSL 5.936 6.322 6.706 7.001 7.258

Cable Modem 1.943 2.100 2.431 2.589 2.757

Outros (rádio) 405 415 420 420 420

Total 8.284 8.837 9.557 10.010 10.435

Banda Larga Fixa por tecnologia (em mil conexões)

ADSL

Cable Modem

Outros (rádio)

Total

Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e

evolução da banda larga fixa no Brasil

A figura 2.4 detalha a participação de cada tecnologia no 1T09.

Page 29: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

29

7.258

2.757420

10.435

Participação das tecnologias de banda

larga no 1T09 (em mil conexões)

ADSL

Cable Modem

Outros (rádio)

Total

Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte:

Teleco)

A figura 2.5 mostra a evolução da penetração da banda larga no Brasil.

4,39

4,67

5,045,26

5,47

3

3,5

4

4,5

5

5,5

6

1T08 2T08 3T08 4T08 1T09

Acessos/ 100 hab

Acessos/ 100 hab

Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte:

Teleco)

Em relação a banda larga móvel, os números são mais impressionantes. O

número de acessos de comunicação de dados em banda larga no serviço móvel

Page 30: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

30

cresceu de 1,802 milhão, em outubro de 2008, para 3,234 milhões em fevereiro de

2009. Um aumento de 79% em cinco meses, de acordo com Jarbas Valente,

superintendente de serviços privados da Agência Nacional de Telecomunicações,

em sua palestra no 5o. Wireless Mundi.

Os avanços nas tecnologias móveis e as velocidades de acesso à internet

cada vez maiores prometem revolucionar a experiência multimídia dos usuários. O

conteúdo que antes era visto somente na televisão agora pode ser visto no PC e no

celular.

Page 31: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

31

2.1 Microambiente externo

2.1.1 Definição

O microambiente externo é representado por um conjunto de fatores, como a

ameaça de novos entrantes, fornecedores e poder de barganha de compradores,

produtos substitutos e o grau de intensidade de rivalidade entre concorrentes, que

exercem influência direta sobre a empresa, suas ações e reações competititvas.

Neste item serão efetuadas as análises da oferta e da demanda. A análise da

demanda irá proporcionar identificar um dos fatores mais importantes na

implantação de uma estratégia , que é conhecer quem, onde, quando e como se dá

o consumo (dados qualitativos), que servirão de parâmetros para a obtenção dos

dados quantitativos.

É importante que se defina o conceito de banda larga. A Anatel tem a seguinte

definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de

transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol

geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades

iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga,

como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256kbps.

2.1.2 Análise da demanda

No primeiro trimestre de 2009 o número de assinaturas de banda larga fixa no

Brasil atingiu o número de mais de 10,43 milhões, um aumento de mais de 2 milhões

em comparação ao ano anterior (fonte: Teleco).

O Brasil terminou 2008 com 10 milhões de acessos Banda Larga (fixa) e está

entre os 10 países com mais acessos Banda Larga no mundo (fonte Teleco). A

figura 2.6 apresenta os países com maiores quantidades de acessos de banda larga

fixa.

Page 32: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

32

83,4

79

30,1

22,6

17,7

17,3

15,5

11,3

10,1

9,6

0 50 100

China

Estudos …

Japão

Alemanha

França

Reino Unido

Coréia do Sul

Itália

Brasil

Canadá

Acessso Banda Larga (Milhões)

Acessso Banda Larga

(Milhões)

Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de ace ssos banda larga

(Fonte: Teleco)

No Brasil, a penetração das conexões de banda larga por 100 habitantes

alcançou a percentagem de 5,16% no final de 2008 (fonte: barômetro Cisco) e

5.47% no 1T09 (Fonte: Teleco).

Já em termos de densidade de Banda Larga (acessos/ 100 hab.) o Brasil está

abaixo da média mundial (UIT), ao contrário do que ocorre com a densidade de

telefones fixos e celulares. A figura 2.7 apresenta os números da banda larga (Brasil

versus Mundo) e A figura 2.8 apresenta o número de acessos por 100 habitantes

para celulares, telefones fixos e banda larga.

Page 33: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

33

3

4,1

5,3

4,3

5,1

6,1

2

3

4

5

6

7

2006 2007 2008

Densidade Banda Larga: Brasil versus

Mundo (por 100 hab.)

Brasil

Mundo

Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil vers us média mundial

(Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research)

0

20

40

60

80

Celulares Fixos Banda Larga

79,2

21,6

5,3

59,7

19,1

6,1

Acessos por 100 hab. (2008): Brasil

versus Mundo

Brasil

Mundo

Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes p ara celulares,

telefones fixos e banda larga (Fonte: Teleco, Barô metro Cisco, Pyramid

Research)

Conforme o site Teleco, o Brasil é o 67º país em densidade de Banda Larga no

Mundo atrás do México (7,1 acessos/100 hab.) e da Argentina (8,0 acessos/100

hab.).

Page 34: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

34

A figura 2.9 detalha a densidade de cada estado no 1T09 e ajuda a entender

melhor as causas desta baixa densidade.

Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda lar ga (Fonte: Teleco)

A Tabela abaixo apresenta os estados com maior penetração de banda larga

fixa no Brasil.

UFAcessos/100 hab.

Participação no Total Brasil

DF 15,9 3,8%SP 9,8 37,6%SC 8,4 4,8%PR 7,9 7,9%RS 7,4 7,5%RJ 7,2 10,6%Total 8,9 72,1

Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos es tados

Page 35: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

35

Na análise por segmento de mercado, as residências lideram com 88,6% do

total de conexões fixas, enquanto as empresas respondem por 11,4% (fonte:

Barõmetro Cisco 2008).

Considerando a penetração dos acessos residenciais sobre os lares

brasileiros, a penetração média é de 15,94%, o que deixa espaço para um

crescimento expressivo para os próximos anos (fonte: Barômetro Cisco – Dezembro

2008).

Um estudo feito pela consultoria Everis em parceria com a Escola de Negócios

da Universidade de Navarra (IESE Business School), aponta que dos 1,6 bilhão de

usuários de internet no mundo, 10% estão na América Latina e, desse número,

praticamente a metade está no Brasil.

Segundo o levantamento, os internautas brasileiros já somam 76,2 milhões

dos 159 milhões na América Latina (ano 2008). O estudo, feito com base nas

estatísticas da União Internacional das Telecomunicações (ITU), aponta um número

maior que o do Ibope, que em maio apontou 62,3 milhões de usuários brasileiros

com acesso à internet em qualquer ambiente (residência, lan-houses, trabalho,

telecentros, escolas e bibliotecas). O estudo apresentado pela Teleco (fonte TIC

domicílios) aponta um total de 53,9 milhões de usuários de internet em 2008 no

Brasil. A definição de usuário de internet da pesquisa TIC domicílios é dada por

população de 10 anos ou mais de idade que acessou a Internet, pelo menos uma

vez, por meio de computador, em algum local (domicílio, local de trabalho, escola,

centro de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro

local) nos 90 dias que antecederam à entrevistra.

A figura 2.10 apresenta as diferenças expressivas (em milhões de usuários)

entre usuários de internet fixa e número de acesso banda larga de internet fixa no

Brasil para o ano de 2008 (fonte Teleco). Esta figura sinaliza a potencial demanda

por serviços de internet no Brasil.

Page 36: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

36

0

10

20

30

40

50

60

Brasil

53,9

10,43

Usuarios de internet

Acessos banda larga fixo

Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de

banda larga fixa (2008)

O Brasil está entre os 10 mercados que apresentarão maiores crescimentos de

assinaturas de banda larga fixa entre 2008 e 2013 (fonte: Pyramid Research (2008))

conforme a tabela 2.2 abaixo:

Mercado Assinaturas China 221,3

EUA 101,1

Japão 37,8

Alemanha 32,8

França 26,6

Inglaterra 22,4

Brasil 18,9

Itália 17,3

Espanha 15,8

Coréia do Sul 15,4

Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013

(Fonte: Pyramid Research)

Page 37: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

37

2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa

Na distribuição total de conexões por tecnologia de banda larga fixa para o

primeiro trimestre de 2009, o ADSL é o mais adotado no Brasil atingindo 7,258

milhões de conexões (69,55%), o Cable Modem atingiu 2,757 de conexões (26,42%)

e outros sistemas (rádio) com 420 mil conexões (4,2%) . O total de conexões de

banda larga fixa no Brasil no final do primeiro trimestre de 2009 foi de 10,435

milhões. A figura 2.11 segmenta essas conexões por tecnologia (fonte Teleco).

7.258

2.757

420

10.435

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

ADSL Cable

Modem

Outros

(Rádio)

Total

Conexões de banda larga (em milhares)

Conexões de banda larga

Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecn ologia (Fonte: Teleco)

A figura 2.12 apresenta o crescimento das conexões (em milhares) de banda

larga para as tecnologias ADSL e Cable Modem entre 2005 e 2008 (fonte Barômetro

Cisco). Neste período as conexões por ADSL aumentaram 112,02% enquanto que

as conexões via Cable modem aumentaram 340,64% (aumento médio de 152,17%).

Page 38: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

38

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

2005 2006 2007 2008

3.286

4.431

5.520

6.967

593

1.134

1.746

2.613

ADSL

Cable Modem

Figura 2.12 – Crescimento dos acessos de banda lar ga por tecnologia no

Brasil (Fonte: Barômetro Cisco)

Globalmente, o ADSL também tem a maior penetração de mercado para

serviços de internet fixa. Com aproximadamente 290 milhões de linhas, o ADSL

atende 68% das conexões de banda larga no mundo contra 21% do Cable Modem e

9% do FTTx (fonte: Pyramid Research (2008)). A figura 2.13 detalha a participação

das tecnologias de banda larga fixa no mundo.

0%

20%

40%

60%

80%

ADSL Cable

Modem

FTTx Outros

Conexões de banda larga no mundo

Conexões de banda larga

no mundo

Figura 2.13 – Participação das tecnologias de band a larga fixa na esfera

mundial

Page 39: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

39

Espera-se que a tecnologia FTTx terá o maior crescimento nos próximos 5

anos comparada com as outras tecnologias concorrentes.

Muitas operadoras têm partido para a tecnologia VDSL mas a competição

acirrada tem sinalizado a necessidade de se partir para o FTTx que proporciona as

maiores velocidades de tranmsissão de dados (fonte Pyramid Research (2008)). Isto

é, a demanda crescente por altas velocidades está tornando a fibra cada vez mais

competitiva contra o cobre (onde as tecnologias ADSL e VDSL são baseadas).

Estudos da Pyramid Research (2008) prevêem que o WiMAX irá capturar 2%

dos usuários de banda larga móvel até 2013, atigindo um total de 42 milhões de

usuários no mundo, enquanto estudos da Informa Telecom & Media (2008) prevêem

que o WiMAX irá capturar 6% do mercado mundial de banda larga sem fio.

2.1.4 Banda larga móvel

Em relação a banda larga móvel, serviço oferecido pelas operadoras de

telefonia celular, existiam 4,618 milhões de conexões no primeiro trimestre de 2009

(Fonte: Teleco).

No estado de São Paulo, as conexões de banda larga no primeiro de trimestre

de 2009 atingiram o número de 1.188 mil divididos entre conexões HSPA e CDMA

2000 (fonte: Anatel).

O Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2009 revela que em 2008, 91,7% da

população brasileira estava em municípios onde há serviço de telefonia móvel. Ao

longo de 2009 e 2010, cerca de 1,7 mil cidades que hoje não têm nenhuma

cobertura ainda deverão ser atendidas pelas redes de telefonia celular por conta da

política de expansão criada pela Anatel através dos editais de 3G. Em 2010, todos

os municípios devem estar cobertos.

Outro destaque do mercado de telefonia móvel em 2008 foi a marca de mais

de 355 municípios atendidos por redes HSPA. Parece um número baixo, mas estes

municípios representam segundo levantamento do Atlas Brasileiro de

Telecomunicações, 67% do potencial de consumo do Brasil (IPC), 100,8 milhões de

Page 40: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

40

habitantes, 28,7 milhões de domicílios, sendo 11 milhões de domicílios A/B (ou 73%

do total).

As operadoras de telefonia celular Tim, Claro e Vivo já alertam sobre a

necessidade de planejamento da expansão do espectro de frequências para que a

oferta de serviços de banda larga móvel seja atendida. Há um consenso que a

banda larga móvel atingirá o limite em 2012 (A TIM estima que haverá 8,6 milhões

de usuários de terceira geração em 2012).

As operadoras argumentam sobre a necessidade de se obter mais espectro. E

já estão de olho na faixa de frequências de 2,5 GHz, ocupada atualmente pelas

redes MMDS (Serviço de Distribuição Multiponto Multicanal) usadas para

disponibilização de TV por assinatura e serviços de acesso à internet. As operadoras

de MMDS têm baixa penetração no mercado de TV por assinatura, utilizam uma

tecnologia desatualizada e ocupam uma banda de 190 MHz.

As operadoras de telefonia celular desejam 140 MHz do total de 190 MHz

desta faixa. A intenção é explorar essa faixa de frequências com a tecnologia LTE

(essa tecnologia será provavelmente a substituta da atual tecnologia 3G. Se espera

que a implantação do LTE acontecerá a partir de 2011 no Brasil), ficando apenas 50

MHZ para o uso do WIMAX e MMDS.

Tanto o LTE quanto o WiMAX são baseados em uma estrutura de rede IP

plana, o que torna muito eficiente o processo de disponibilização de serviços de

banda larga comparado com a atual tecnologia 3G.

Outra banda reservada em diversos países para serviços de acesso banda

larga sem fio é a faixa de frequências de 3,5 GHz. Algumas operadoras já oferecem

serviços de WIMAX no Brasil nessa faixa. Entretanto, a maior parte desse espectro

continua aguardando licitação.

Page 41: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

41

2.1.5 Tendências da Banda Larga

Nos países desenvolvidos está acontecendo um aumento expressivo da

competição no fornecimento de banda larga com consequente quedas dos preços

dos serviços de acesso à internet.

No Brasil, grande parte da população não é ainda atentida pelos serviços de

banda larga. Para muitos moradores do estado de São Paulo, o serviço Speedy (que

utliza a tecnologia ADSL), da Telefônica, é a única opção para quem precisa de

internet rápida. Enquanto que as redes de TV paga que oferecem internet banda

larga via tecnologia Cable Modem, oferecem serviços de acesso à internet em

apenas parte do estado.

A figura 2.14 apresenta o cenário de cobertura da banda larga fixa no estado

de São Paulo.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Speedy NET Virtua Ajato Outras

Cobertura 97% 59% 26% 9%

Cobertura da banda larga fixa

Cobertura

Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no est ado de São Paulo

(fonte: revista Exame – edição de 15/07/2009 página 91)

Apesar da maior parte dos acessos banda larga existentes no Brasil serem

providos por operadoras de telefonia fixa ou de TV por Assinatura, eles não são os

únicos a oferecerem estes serviços ao mercado.

Page 42: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

42

Além destes provedores, existem cerca de 1.761 outros provedores de acesso

banda larga, presentes em 74,2% dos municípios brasileiros, que ampliam a

capilaridade da oferta de banda larga no Brasil, atendendo mercados onde os

grandes provedores não estão presentes. O meio mais utilizado para o provimento

do acesso é o rádio (68,4% dos provedores) (Fonte: Teleco).

Apesar deste cenário de poucas opções de banda larga, começam a se

intensificar no Brasil o surgimento das cidades digitais, interligando orgãos

municipais e oferendo acesso livre e gratuito à internet em pontos públicos.

Conforme o Guia das Cidades Digitais, estão sendo implantados no Brasil projetos

de redes sem fio em Almerin (PA), Belo Horizonte (MG), Ouro Preto (MG), Parintins

(AM), Piraí (RJ), entre outras.

A tendência é portanto uma queda do preço da banda larga para os próximos

anos. Conforme pesquisa da Pyramid Research (2008), a banda larga se tornará

uma commodity nos próximos anos.

Em relação aos serviços de banda larga móvel que são oferecidos pelas

operadoras de telefonia celular, estes são em alguns casos a única alternativa ao

Speedy. As velocidades proporcionadas pelos serviços 3G não são tão competitivas

ainda quando comparadas com as tecnologias ADSL e Cable Modem. Mas o fator

crucial é que 80% da população brasileira usa tecnologia móvel, não fixa. Além

disso, o grande diferencial da tecnologia 3G é a mobilidade.

Segundo dados da Pyramid Research (publicado pela Teletime News online,

31/07/2009), o número de conexões de internet em banda larga móvel ultrapassará

o de fixas no Brasil até 2011, quando atingirá 28 milhões de usuários. Os modems

USB serão os principais impulsionadores da adoção da banda larga móvel no país e

se tornarão uma grande alternativa à banda larga fixa. Atualmente (Fonte Teleco,

Maio 2009) existem 4.955 mil dispositivos de acesso de banda larga móvel no Brasil.

Conforme estudo do Yankee Group e Ericsson (Publicado em 29/07/2009 pela

Teletime News online), em 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46

milhões e mais da metade da base utilizará telefones celulares para acessar a rede

3G.

Page 43: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

43

Conforme descrito no item anterior, o número de conexões de banda larga no

estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2009 foi de 1.118 mil. Assumindo o

mesmo crescimento previsto para o Brasil conforme a Pyramid Research (2009),

estima-se que em 2011, haverá 6.275 mil usuários 3G no estado de São Paulo

contra 28 milhões no Brasil.

Segundo um estudo da Pyramid Research (2008), o WiMAX capturará apenas

2% dos usuários 3G até 2013. Assumindo esta mesma percentagem para 2011,

estima-se um número de 144 mil usuários de banda larga utilizando a tecnologia

WiMAX no Estado de São Paulo. Para o Brasil seriam 560 mil usuários. Entretanto

deve-se enfatizar que em 2008 o WiMAX representou 6% do total de conexões de

banda larga móvel no Brasil. Esse percentagem deve cair nos próximos anos visto

que se vê uma explosão das vendas de dispositivos móveis 3G atualmente.

Já um estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o WiMAX

capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga móvel em 2013. Atualmente, o

WiMAX representa 2% dos assinantes mundiais de banda larga móvel.

Baseado na pesquisa do Yankee Group e Ericsson, em 2012, com o WiMAX

capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G (previsão Pyramid

Research), haverá 920 mil usuários desta tecnologia. Para o estado de São Paulo,

assumindo a mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil assinantes de

3G e 206 mil assinantes de WiMAX.

Já o estudo da consultoria Infonetics Research (2009) é muito mais otimista

que o da Pyramid Research em termos de usuários de WiMAX no Brasil. De acordo

com a Infonetics Research, o Brasil é um dos maiores mercados potenciais para a

tecnologia de banda larga sem fio WiMAX. A previsão da empresa é que o país salte

de 184 mil assinantes do serviço, registrados em 2008, para quase 8 milhões até

2013. A consultoria acredita que o WiMAX pode se tornar a principal forma de

acesso à Internet em banda larga sem fio no país.

A figura 2.15 apresenta o crescimento previsto da banda larga móvel no Brasil

segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson, e Pyramid Research.

Page 44: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

44

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

Maio 2009 2012/2013*

5.300

46.000

184 920184

8.000

Banda Larga Móvel - Brasil (mil conexões)

3G

WiMAX (Pyramid)

WiMAX (Infonetics)*

Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda lar ga no Brasil (Fonte:

Yankee Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research).

Assume-se que o WiMAX capturará 2% do total dos ass inantes 3G (Pyramid

Research) e 6% dos assinantes 3G (Infonetics Resear ch)

A figura 2.16 apresenta a evolução das conexões de banda larga no estado

de São Paulo.

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

Maio 2009 2012/2013*

1.188

10.308

47 20647

2.057

Banda Larga Móvel - Estado de São Paulo (mil

conexões)

3G

WiMAX (Pyramid)

WiMAX (Infonetics)*

Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimen to da banda larga no

estado de São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson

Page 45: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

45

assumindo que o estado de São Paulo apresentará a m esma taxa de

crescimento nacional dos acessos de banda larga móv el) – Fonte: Yankee

Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infone tics Research

A figura 2.17 apresenta a participação das tecnologias móveis no Brasil no

final de 2008 (Fonte: Infonetics Research (2009) e Teleco).

78,78%

15,09%

6,13%

Participação por tecnologia móvel -

Brasil (2008)

UMTS/HSPA

EVDO

WiMAX

Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel e m 2008

(Fontes: Infonetics Research e Teleco)

Conforme dito, os números da consultoria Infonetics Research (2009)

prevêem 8 milhões de acessos WIMAX no Brasil em 2013 a partir de 184 mil

acessos em 2008. Isso significa um CAGR de 112,64% (Estima-se 2,057 mil

usuários para o estado de São Paulo).

Os números conforme a consultoria Pyramid Research (WIMAX capturará 2%

dos assinantes 3G) e o estudo do Yankee Group e Ericsson (46 milhões de usuários

de banda móvel em 2012) são: 920 mil usuários de WiMAX em 2012 no Brasil e 206

mil no estado de São Paulo, proporcionando um CAGR de 49,53%.

A tabela 2.3 consolida diversos cenários em função das previsões dos estudos

de diversas companhias (Número de usuários WiMAX nos próximos anos varia entre

560 mil e 8 milhões no Brasil).

Page 46: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

46

Tecnologia Cenário BrasilEstado de São Paulo

3G

Usuários 3G no Brasil em 2011 conforme estudo Pyramid Research (2009). Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o Brasil 28 milhões 7,2 milhões

WiMAX

Usuários WiMAX em 2011 conforme estudo da Pyramid Research (2008) (2% dos usuários 3G) e estudo Pyramid Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o Brasil 560 mil 144 mil

WiMAX

Pesquisa do Yankee Group e Ericsson (2009), em 2012, com o WiMAX capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G (previsão Pyramid Research 2008), haverá 920 mil usuários desta tecnologia. Para o estado de São Paulo, assumindo a mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil assinantes de 3G e 206 mil assinantes de WiMAX. 920 mil 206 mil

WiMAX

Usuários WiMAX em 2013 conforme estudo da Informa Telecoms & Media (2008) (6% dos usuários 3G) e estudo Pyramid Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o Brasil 1,68 milhões 430 mil

WiMAX

Estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o WiMAX capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga móvel em 2013. Estudo do Yankee Group e Ericsson (2009), em 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46 milhões. Assume-se que em 2013 os mesmos números de assinantes 3G que em 2012. 2,76 milhões 709 mil

WiMAX

A previsão da Infonetics Research (2009) é que o Brasil salte de 184 mil assinantes de WiMAX, registrados em 2008, para quase 8 milhões até 2013. 8 milhões 2 milhões

Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários par a o WIMAX em

função do estudo de companhias de pesquisas.

2.1.6 Receitas da Banda Larga

A banda larga móvel será a principal impulsionadora das receitas das

operadoras de telefonia móvel na América Latina, de acordo com pesquisa da

consultoria Pyramid Research (fonte: Teletime 29/06/2009) assim como para as

operadoras de telefonia fixa. Os fatores que contribuirão para isto são:

• Uso de plataformas comuns baseadas no protocolo IP na implantação

de novas redes

Page 47: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

47

• O aumento da competitividade com a entrada das redes WIMAX nos

próximos anos sinaliza a necessidade de grandes investimentos para

viabilizar o aumento das receitas com as redes de banda larga

• A implantação das redes LTE a partir de 2012, tanto pelas operadoras

já existentes quanto por novas empresas que entrarão no setor,

proporcionarão maiores receitas.

O Speedy corresponde a quase 30% da receita total da Telefônica (fonte:

Abin- Agência Nacional de Inteligência), que, em 2008, foi de 23 milhões de reais

(fonte: Teleco).

2.1.7 Barreiras

Barreiras para massificação da banda larga

O preço da banda larga no Brasil é a principal barreira para a massificação

desta tecnologia. Enquanto o Reino Unido e a Austrália (30 bilhões de dólares para

a implantação de fibras ópticas por todo o país) anunciaram planos ambiciosos para

garantir que todos os seus cidadãos tenha acesso de boa qualidade à internet, o

Brasil discute ainda timidamente como estender as conexões de alta velocidade por

todo o seu território e aumentar as opções de escolha dos usuários quando as

regiões mais remotas não atraem as operadoras e o governo não tem os recursos

necessários para liderar uma iniciativa semelhante.

A alternativa para o Brasil é a implantação da banda larga móvel que requer

custos menores e apresentam implantação mais rápida comparada com o plano da

Austrália.

Existem alguns exemplos no Brasil de inclusão digital como o plano do estado

do Ceará que pretende implantar um “cinturão digital” de 3 mil quilômetros de fibras

para garantir a infraestrutura de banda larga.

Page 48: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

48

A Anatel se prepara para colocar no mercado pelo menos duas licitações de

frequências em 2009 como forma de impulsionar o uso da banda larga no Brasil por

internet fixa e móvel. A Anatel pretende licitar a faixa de 3,5 GHz e também a faixa

de 2,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz será dedicada a tecnologia WiMAX. Já a faixa de 2,5

GHz se encontra em disputa entre as operadoras de TV paga e as operadoras de

telefonia celular. A tendência da Anatel é dedicar parte da faixa para o Serviço Móvel

Pessoal, sobretudo para o uso da tecnologia de quarta geração (LTE),

acompanhando a recomendação da UIT (União Internacional de Telecomunicações).

Já as operadoras de TV paga querem a permissão para usarem a tecnologia WiMAX

para oferta de banda larga sem fio a seus clientes.

Em 2010, a Anatel quer avaliar o uso da faixa de espectro de 450 MHz para

atendimento às regiões rurais, suburbanas e fora da área de tarifa básica, com

banda larga sem fio, além de telefonia fixa e móvel. A decisão do Minicom é de licitar

a faixa já prevendo contrapartidas das operadoras, que terão de conectar mais de 80

mil escolas públicas rurais, não contempladas pelo programa “Banda Larga nas

Escolas”, resultante da troca de obrigações das operadoras fixas e que prevê a

conexão de mais de 55 mil escolas públicas urbanas.

A Anatel iniciou também os estudos para usar a faixa de frequência de 1,5

GHz para a banda larga. Essa faixa ainda não foi harmonizada pela UIT, mas já

existem algumas aplicações nos Estados Unidos onde é usada para serviços de

banda larga.

Conforme comentado no ínicio deste ítem, o preço é a principal barreira para o

crescimento da banda larga no Brasil. Um estudo das Nações Unidas feito em 154

países classificou o Brasil entre as nações com o serviço de banda larga mais caro

do mundo.

Promovido pela União Internacional para as Telecomunicações (UIT), um

órgão da ONU, o estudo avaliou a qualidade da infraestrutura de telecomunicações

em 154 nações, o grau de inclusão digital em cada país e o custo que estas

tecnologias têm para o usuário final. Para calcular o custo em cada país, a UIT

desenvolveu um índice que relaciona o custo de um serviço telecom à renda per

capita em cada nação. Nos Estados Unidos, para ter um serviço de banda larga, o

Page 49: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

49

usuário compromete 0,4% de sua renda média. No Brasil se compromete 9,6% da

renda por habitante. O custo da banda larga coloca o Brasil na 77ª posição num

ranking de acesso a serviços de internet. Com o índice 9,6, o Brasil fica atrás de

outros países emergentes, como Argentina (7,6), México (5,3) e Rússia (2,2). Até na

China (9,6) a situação é melhor que no Brasil. O país asiático é muito prejudicado no

ranking, pois o custo da banda larga precisa ser comparado com a renda per capta

daquele país, que é baixa, afinal a China tem mais de 1,2 bilhão de habitantes.

Os países do mundo onde a banda larga é mais barata são Estados Unidos,

Canadá, Suíça, Dinamarca, Luxemburgo e Taiwan. Nestas localidades, o índice é

igual ou menor que 0,7. A pior situação é a de Burkina Fasso, país africano. Lá,

uma pessoa precisa gastar 5.193 vezes a renda média de um cidadão para contratar

um link de internet.

De acordo com os resultados da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da

Informação e da Comunicação no Brasil 2008, um quarto dos domicílios brasileiros

(25%) possui computadores. A pesquisa identificou que 71% dos lares com

computador possuem acesso à Internet. Essa diferença denota que, dos 14 milhões

de domicílios com computador, quatro milhões não possuem acesso à rede mundial

de computadores. A pesquisa identifica também que o acesso ao computador e à

Internet é fortemente determinado pela renda, pela classe social e pela região do

país. O acesso à Internet está presente em 25% dos domicílios da região Sudeste e

cerca de 20% nos domicílios das regiões Sul e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e

Nordeste, a proporção de domicílios com acesso à rede não ultrapassa 7%. No que

concerne à renda e à classe social, observa-se que, na faixa até um salário mínimo

e nas classes D e E, a penetração do acesso à Internet registra uma taxa de apenas

1%, enquanto atinge 81% na faixa de dez ou mais salários e 91% na classe A.

O perfil do uso do computador e da Internet no país é muito semelhante com

relação às variáveis sociodemográficas. Conforme a renda, a classe social e o grau

de escolaridade aumentam, maior é a proporção de usuários das tecnologias acima

mencionadas. A proporção de usuários de Internet chega a 83% no nível superior e

somente a 7% entre os analfabetos e pessoas que têm somente educação infantil.

No que tange à renda, nota-se que,na faixa de até um salário mínimo, o percentual

Page 50: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

50

de usuários de Internet é de 10%, contra 81% de usuários de Internet na faixa de

dez ou mais salários. A diferenciação por classe social guarda a maior discrepância

entre suas categorias, na medida em que há uma diferença de 76 pontos

percentuais entre a classe A (89%) e as classes D e E (13%).

Quanto ao uso da Internet, a pesquisa identifica as principais barreiras

mencionadas pelos respondentes que declararam nunca ter acessado a Internet em

2008. A principal barreira ao uso está associada à “falta de habilidade” com o

computador ou com a Internet propriamente dita, apontada por 61% dos

respondentes, seguida pela “falta de interesse” (44%) e a “falta de condições para

pagar o acesso” (23%). Interessante ressaltar que, quando se trata de motivos para

posse do computador e acesso à Internet, o custo é a principal barreira para a

aquisição dessas tecnologias. Porém, quando se trata de questões relativas ao uso

da Internet, a principal barreira é a falta de habilidade com o computador ou no

acesso à Internet.

Barreiras para ser um fornecedor de acesso banda la rga

A principal barreira para ser um fornecedor de serviços de banda larga é a

necessidade de capital intensivo para se construir a infra-estrutura da rede. A

tecnologia Cable modem está restrita as operadoras de TV por assinatura como TVA

e NET. A tecnologia ADSL que depende dos pares de fios de cobres das linhas

telefônicas está restrita para a Telefonica no estado de São Paulo. A alternativa para

um novo entrante assim como para os fornecedores atuais é a tecnologia WiMAX

que exige licença de uma faixa do espectro para operação assim como aquisições

de espaço para a implantação das estações rádio-base.

Outra barreira para a implantação do negócio é o preço do serviço de acesso à

internet que o novo entrante terá como despesa. Os preços desses serviços no

Brasil são caros demais quando comparado com os preços nos Estados Unidos.

Page 51: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

51

Além disso, os principais fornecedores de acesso a internet no Brasil estão restritos

à Telefonica, Embratel, Oi e GVT.

2.1.8 Consumidor

Para o consumidor de mídia, a TV aberta é a maior fornecedora de conteúdo

no Brasil.

Contudo, há uma tendência de se buscar mais conteúdo, seja entretenimento

ou informação, em outras fontes e dispositivos como PCs e celular.

O estudo da Accenture (publicado no site Converge Magazine em 13/04/2009:

Banda larga, canais fechados e tv aberta mudam perfil doconsumidor) mostra que a

TV linear não está morrendo, mas que o consumo não-linear de mídia está

crescendo e despertando o interesse do consumidor. A mudança, aponta a

Accenture, é liderada por consumidores de menos de 35 anos de idade. Além de ser

o grupo que se mostra mais insatisfeito com as opções da televisão, são os que se

mostram mais dispostos a ver conteúdo em dispositivos alternativos, e que tendem a

preferir o conteúdo sob demanda. O estudo mostra que, quanto mais novo é o

consumidor, mais ele está insatisfeito com a TV ao vivo e mais propenso a assimilar

o conteúdo por outros dispositivos. Esta realidade assusta empresas revendedoras

de computadores, já que será cada vez mais comum o acesso ao conteúdo on-line

através do celular.

Segundo estudo da IDC Brasil (citado em http://guia.mercadolivre.com.br,

25/09/2008 artigo: “Brasil tem 4,7 mi de conexões banda larga, mas taxa de

penetração é de 2,2%”), o perfil do usuário de banda larga continua sendo

predominantemente de consumidores das classes A e B, sendo que a classe C

começa a ter maior participação.

Conforme estudo da UIT (divulgado pela Gazeta Mercantil online news

4/03/2009), a banda larga custa em média 9,6% da renda per capita do brasileiro.

Com o aumento da concorrência, a tendência é de queda nos preços.

Page 52: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

52

Em 2008, 88,8% das conexões de banda larga fixa são de usuários

residenciais (fonte: Barômetro Cisco).

Segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson (Teletime news, 29/07/2009),

o assinante 3G no Brasil é majoritariamente jovem e utiliza essa tecnologia

principalmente dentro de casa, em substituição ao acesso fixo. A razão para preferir

o acesso móvel é devido ao valor na mobilidade ou porque não há oferta de banda

larga fixa onde mora. De acordo com o estudo, 83% dos assinantes usam o serviço

em casa e 27%, no escritório (um certo grupo de assinantes usa o serviço em casa e

no escritório). Apenas 26% das linhas 3G são corporativas. Mas 42% dos assinantes

fazem um uso misto pessoal e profissional do serviço. 72% dos usuários têm entre

20 e 30 anos.

No estado de São Paulo estima-se que a população entre 20 e 30 anos seja

de 7.250 mil pessoas (Fonte IBGE 2000 e projeções de crescimento da população).

Esta quantia corresponde aproximadamente a 18,2% da população do estado.

Conforme o estudo da Pesquisa de Condições de Vida 2006 (PCV), estima-se que

65% dos jovens do estado de São Paulo têm o ensino médio concluído. Assumindo

a conclusão do ensino médio como fator determinante para se ter uma assinatura de

banda larga móvel, obtem-se que 4.712 mil jovens são potenciais consumidores de

banda larga móvel. E extrapolando para toda a faixa etária da população do estado

de São Paulo (28% restantes dos usuários já que 72% se enquadram entre 20 e 30

anos de idade), obtem-se a estimativa de 6.545 mil potenciais assinantes de banda

larga móvel para o momento atual. Atualmente (Maio 2009) há 1.188 mil acessos de

banda larga móvel no estado de São Paulo. Em relação ao Brasil, estima-se que a

população entre 20 e 30 anos corresponda aproxidamente a 20% da população

brasileira (38 milhões de pessoas). Se assumirmos que 60% dos jovens brasileiros

possuem o ensino médio (no estado de São Paulo, este número é de 65%), temos

22,8 milhões de jovens entre 20 e 30 anos com potencial de consumo de banda

larga móvel. Extrapolando para o resto da população brasileira e assumindo que

28% desta população restante consumirá internet móvel, o mercado potencial

brasileiro será de 31,7 milhões de usuários de internet móvel. Entretanto, deve-se

notar que a internet fixa acaba sendo concorrente da internet móvel para a maior

parte da população brasileira. Somente uma pequena parte da população tem e terá

Page 53: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

53

assinatura de internet móvel e internet fixa. Conforme a pesquisa do Yankee Group

e Ericsson, 83% dos usuários de internet móvel, usam esse serviço em suas

residências.

A tabela 2.4 sumariza a quantidade potencial de usuários de internet móvel em

função do nível de educação e perfil consumidor predominantemente jovem.

Região

Potenciais usuários de banda larga móvel (mil usuários) em função de educação e perfil do usuário

Brasil 31.700

Estado de São Paulo 6.545

Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móv el em função do

nível de educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial

consumidor

O número de usuários no mundo da tecnologia WiMAX deve superar 100

milhões até 2014, pelas projeções da consultoria Maravedis (2008). O crescimento

do número de usuários será impulsionado pelo lançamento dos laptops que trazem

embutidos os chipsets capazes de conectar o equipamento à rede sem fio.

O grupo WiMax Forum (Dezembro 2008), que representa mais de 530

empresas comprometidas com essa tecnologia de banda larga sem fio, estima que

até 2012 a América Latina terá mais de 13 milhões de consumidores desse tipo de

conexão, volume que equivalerá a 10 por cento do total mundial.

No primeiro trimestre de 2009 foram adicionados 400 mil novos usuários de

WiMAX (incluindo as operações em faixas não licenciadas) no mundo, um

crescimento de 13% em relação ao último trimestre de 2008 e 75% na comparação

com o primeiro trimestre de 2008. Os dados fazem parte de uma pesquisa trimestral

divulgada pela consultoria Maravedis, que mostra que no mesmo período foram

adicionados 50 milhões de novos usuários em 3G.

Page 54: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

54

A Associação Brasileira de Pesquisas definiu as classes sociais no Brasil

conforme a figura 2.18.

0

5.000

10.000

15.000

A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E

14.400

8.100

4.600

2.3001.400

950620 440

Renda Familiar Média por Mês (em reais)

renda

Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classe s sociais

Baseado na reportagem da Revista Exame (08/04/2009) sobre o consumo das

famílias brasileiras em 2009 e informações do IBGE sobre a população brasileira,

deriva-se que as classes sociais no Brasil estão distribuídas conforme a figura 2.19.

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E

0,90%

4,10%

8,90%

15,70%

20,70%21,80%

25,40%

2,60%

Percentagem Brasil

Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obti do a partir

de informações da revista Exame (08/04/2009) e assu mindo população

brasileira de 189,6 milhões de habitantes

Page 55: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

55

Para facilitar a análise, a tabela 2.5 agrupa as classes sociais em um número

menor de divisões, apresenta o potencial de consumo de internet de cada classe

social (baseado na Pesquisa TIC Domicílios 2008) e o número potencial de

consumidores para o Brasil.

ClassesPercentagem da população brasileira

Total de jovens - 20 a 30 anos (mil)

Internet móvel (consumo)

Potenciais usuários

A e B 29,60% 11.248 85% 9.561

C 42,50% 16.150 30% 4.845

D e E 28,00% 10.640 13% 1.383

Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no B rasil em

função das classes sociais (critério da Associação das Empresas de

Pesquisa), perfil dos usuários de internet (Pesquis a TIC Domicílios 2008) –

Número total de potenciais usuários é de 15.788 jov ens (entre 20 e 30 anos).

Conforme a tabela 2.5, o número potencial de usuários de internet móvel no

Brasil é de 15.789 mil jovens. Extrapolando para o resto da população brasileira

assumindo que 72% dos consumidores de internet móvel são jovens, e asumindo

que a internet fixa capturará 30 % deste montante, obtem-se o número de 15.350 mil

potenciais usuários de internet móvel no Brasil.

Extrapolando esses números para o estado de São Paulo (baseado na razão

atual de assinantes 3G entre Brasil e estado de São Paulo), obtem-se o número de

3.946 mil potenciais usuários de internet móvel.

A tabela 2.6 sumariza o número potencial de usuários de internet móvel em

função da faixa etária e poder econômico das classes sociais.

Page 56: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

56

Região

Potenciais usuários de internet móvel (em função do poder aquisitivo e perfil do usuário)

Brasil 15.350

Estado de São Paulo 3.946

Tabela 2.6 - Número potencial de usuários de intern et móvel em função

da faixa etária e poder econômico das classes socia is.

Estimando que o WiMAX irá capturar 6% (conforme consulltoria Informa

Telecoms & Media (2008)) do total de usuários de internet móvel 3G até 2014. Desta

forma estima-se os números abaixo em função da tabela 2.6 que é mais pessimista

comparada com a tabela 2.4:

• 920 mil usuários de internet móvel via WiMAX no Brasil (atualmente há 184

mil usuários de WiMAX no Brasil)

• 237 mil usuários de internet móvel via WIMAX no estado de São Paulo

A figura 2.20 apresenta o crescimento previsto de usuários de WIMAX entre

2008 e 2014 no Brasil e estado de São Paulo. A base de assinantes de WiMAX

deverá crescer a um CAGR de 30,8%.

Page 57: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

57

0

200

400

600

800

1000

2008 2014

184

920

47

237

Crescimento dos usuários de WIMAX (em mil

usuários)

Brasil

São Paulo*

Figura 2.20 - Crescimento previsto de usuários de WIMAX entre 2 008 e

2014 no Brasil e estado de São Paulo. * Número de u suários de WIMAX no

estado de São Paulo em 2008 é estimado.

2.1.9 Oferta de Banda Larga

Os serviços de acesso banda larga por cabo e ADSL chegaram no final de

2008 a 2.422 munícípios brasileiros (fonte: Atlas Brasileiro de Telecouminiações

2009). Esses municípios representam 145,5 milhões de habitantes (77,7 % da

população brasileira). Deve-se enfatizar que nem todas as áreas urbanas das

cidades são atendidas pelo serviço ADSL.

O acesso por cable modem atinge apenas 184 municípios onde vivem 74

milhões de brasileiros ou quase 40% da população brasileira que representam 53%

do consumo nacional de bens e serviços, segundo o IPC/Target. Vale também

enfatizar que nem todas as áreas urbanas das cidades são atentidas pelo serviço de

cable modem.

Em nenhum outro segmento a briga entre operadoras de telecom e de TV por

assinatura é tão acirrada quanto a oferta de banda larga. Apesar disto o usuário

possui ainda poucas alternativas de escolha. O serviço líder de assinaturas é o

Page 58: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

58

Speedy da Telefônica com 2,46 milhões de acessos. A figura 2.21 apresenta os

números de acesso dos principais fornecedores de banda larga fixa no Brasil.

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

Telefonica NET Oi Brasil Telecom CTBC GVT TVA

2.460

2.120

1.9201.762

1.320

402

80

Principais operadoras de banda larga fixa (em mil

assinantes)

Figura 2.21 – Principais fornecedores de banda lar ga fixa e respectivos

números de acessos.

Para muitos moradores do estado de São Paulo, o serviço Speedy, da

Telefônica, é a única opção para quem precisa de internet rápida.

As Figuras 2.22 e 2.23 (Fonte: revista Exame 15/07/2009 página 91)

apresentam a cobertura (percentual de habitantes do estado atendidos pelos

serviços de cada operadora) para banda larga fixa e banda larga móvel.

Page 59: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

59

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Telefonica NET TVA Outras

97%

59%

26%9%

Competição Fixa

Competição Fixa

Figura 2.22 - Competição fixa no estado de São Pa ulo e percentagem de

cobertura em termos de habitantes dos municípios at endidos (nem toda a área

urbana dos munícipios cobertos é atendida)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Vivo Oi Claro TIM

66%61% 59%

44%

Competição móvel

Competição móvel

Figura 2.23 – Competição móvel no estado de São Pau lo percentagem de

cobertura

Levantamento feito pela consultoria IDC em julho de 2008 (publicado em

www.puccamp.br/servicos em 06/07/2009) levantou os preços da banda larga no

Brasil. O preço médio da velocidade mínima (128Kbps) era de US$ 30. Na

Argentina, 512Kbps saíam, na época, por US$ 27,05.

Page 60: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

60

Para velocidades maiores, 20Mbps saíam, em julho de 2008, por US$ 300

mensais no Brasil. Na Argentina, 5Mbps custavam US$ 46,80. No Chile, o preço de

6Mbps era, à época, US$ 59,70. Na República Tcheca, 8Mbps de ADSL custavam

US$ 53, e na Rússia, US$ 38 por 6Mbps.

2.1.10 Modelo da Atratividade da Indústria por Mich ael Porter

Conforme Porter (1985), o principal fator da rentabilidade de uma empresa ou

negócio é a atratividade na qual ela está inserida. Dessa forma, a formulação da

estratégia competitiva deve estar inserida no relacionamento da empresa com o seu

meio ambiente.

A estratégia competitiva a ser adotada deve surgir de um entendimento da

concorrência que depende de cinco forças competivas.

Cada uma dessas forças influencia em maior ou menor grau a indústria e a

competição. Estas forças podem ser descritas como:

• Ameaça de entrada de novos competidores : novos competidores geram

uma ameaça no contexto competitivo e aumentam a rivalidade entre as

empresas podendo ocasionar uma redução das margens de rentabilidade dos

competidores atuais. Algumas barreiras de entrada são: economia de escala,

diferenciação de produto, necessidade de capital, custos de mudança, acesso

a canais de distribuição e políticas governamentais. com a evolução

tecnológica, tornou-se necessário um investimento muito maior em

equipamentos para que as empresas fossem mais competitivas. A presença

de provedores de banda larga fixa como Telefônica, NET, Oi, GVT, TVA e

provedores de banda larga móvel como Claro, Vivo, Oi e TIM faz com que

novos entrantes necessitem de investimentos altos na divulgação de seus

produtos e serviços, bem como na criação de diferenciais.

• Intensidade da rivalidade entre as empresas : o grau de rivalidade aponta a

intensidade da disputa pelas posições de mercado. Fatores que influenciam

a rivalidade: número de concorrentes grandes, ritmo de crescimento lento da

indústria, custos fixos altos, ausência de diferenciação ou de custos de

Page 61: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

61

mudança, etc. Observa-se atualmente rivalidade entre os provedores de

banda larga somente nas principais capitais do país. Na maior parte do país,

os principais provedores de banda larga são a Telefonica , Oi, Brasil Telecom

e NET, sendo que os três primeiros não atuam na mesma área.

• Produtos substitutos : os produtos substitutos pressionam as empresas pois

são uma alternativa para os consumidores aumentarem seu poder. A pressão

por produtos substitutos define a potencial redução da rentabilidade da

indústria em questão. A oferta de banda larga gratuita através das cidades

digitais pode ser considerada um produto substituto.

• Poder de negociação dos compradores: os compradores podem forçar os

preços para baixo, pressionando por mais qualidade a um custo inferior. Os

consumidores estão mais conscientes, possuem maior poder de reclamação.

Um provedor de banda larga tem que oferecer qualidade, diferentes tipos de

serviços e aplicações para conquistar seus clientes. Tudo isso afeta a

rentabilidade da empresa

• Poder de negociação dos fornecedores: os fornecedores têm poder e

pressionam as empresas ameaçando aumentar preços de seus bens e

serviços. Desde o início da Internet, o número de fornecedores cresceu.

Inicialmente somente a Embratel e a RNP atuavam como fornedores de

Backbone. A RNP provia acesso com baixa velocidade, parcial e limitado a

endereços localizados no Brasil. Dessa forma, a Embratel detinha o

monopólio edeterminava os preços dos serviços. Como o acesso ao

backbone é considerado a maior despesa fixa do provedor, sua escolha é

fundamental para o sucesso do provedor. O poder de barganha dos

fornecedores teve uma pequena redução com o surgimento de novos

fornecedores (Telefônica, Oi, Brasil Telecom, GVT), entretanto ainda esse

poder é muito alto.

Os grandes provedores de banda larga possuem menores custos, oferecem

grande variedades de serviços, possuem maiores recursos financeiros e

tecnológicos que os pequenos provedores de banda larga. Os grandes provedores

Page 62: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

62

de banda larga apresentam uma defesa contra a rivalidade dos concorrentes que

protege a organização contra compradores e fornecedores poderosos; proporciona

barreiras de entrada em termos de economia de escala e vantagens de custo e

coloca a empresa em uma posição favorável em relação aos produtos substitutos.

Isto é, todos esses fatores protegem a empresa contra as cinco forças competitivas

apresentadas por Porter (RAFAEL GUSTAVO GOEMANN, 2005 p. 57).

Já os pequenos provedores de internet e banda larga são muito vulneráveis

por atuarem isoladamente. Mesmo quando possuem um bom nicho de mercado

podem ser surpreendidos por um concorrente externo.

2.1.11 Cadeia de Valor

A cadeia de valor é a forma de visualizar como o valor é criado e transferido

dentro do processo produtivo. Pode ser definida também como as empresas se

relacionam para a entrega de uma determinada oferta ao consumidor.

A cadeia de valor do setor de comunicações pode ser compreendida em

quatro fases sequenciais (JOSE MANUEL MARTIN RIOS, 2008):

• Produção de contéudo : fase constituída pelas etapas de criação, de

produção e de finalização dos conteúdos multimídia para disponibilização

dos usuários de banda larga.

• Programação: caracteriza-se pela montagem da grade de programação,

armazenamento do conteúdo e distribuição dos programas e inserções de

publicidade.

• Distribuição de conteúdo : distribuição da programação para os operadores

de rede

• Consumo: entrega do conteúdo para o consumo do cliente final

Page 63: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

63

O conteúdo é a parte crucial do negócio de banda larga. Os usuários não

estão apenas interessados na oferta de banda larga. Eles desejam os aplicativos e

serviços que a banda larga proporciona.

O comportamento dos usuários tem se alterado com o avanço das

tecnologias e disponibilização de novos dispositivos. Os jovens consomem

multimídia de uma maneira bem particular. Enquanto assistem a um vídeo, estão

baixando músicas e trocando mensagens online. Eles querem flexibilidade,

interatividade e controle sobre seus dispositivos eletrônicos.

A disponibilidade de conteúdo, juntamente com a tecnologia, é o catalisador

da banda larga. A criação de conteúdo é muita complexa. O tipo certo de conteúdo

deve ser identificado e adquirido a um custo que permita ganhos e que seja

distribuído ao usuário de um modo seguro e interativo. Cada fase do processo de

aquisição e distribuição de conteúdo contem aspectos legais que afetam a

habilidade do operador ofertar serviços competitivos de conteúdo.

As operadoras de banda larga têm as seguintes opções:

• Distribuir conteúdo : a operadora apenas redistribui o conteúdo criado

e formatado por outras empresas. A vantagem deste modelo está ligado aos custos.

Estes aumentam de acordo com a base de assinantes. Não existe custos de direitos

de exclusividade. Os custos são repassados para os usuários. A desvantagem é a

falta de diferenciação.

• Adquirir os direitos do conteúdo : a operadora que adquirir direitos

de exclusividade de conteúdo irá se diferenciar das demais. Entretanto,

exclusividade de conteúdo é muito caro e a operadora deve ter escala para ter

rentabilidade.

• Criar conteúdo : este é o cenário extremo da convergência telecom-

mídia.

Page 64: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

64

2.1.12 Considerações para o uso do WiMAX

Um das principais vantagens da infra-estrutura do WIMAX sobre o xDSL,

cabo e fibra é o menor custo de implantação e a velocidade de implantação

O grande diferencial do WiMAX é a possibilidade de uso em diferentes

cenários em uma rede:

• Fixo

• Portátil

• Móvel

A comunidade WiMAX está empenhada em expandir as possibilidades e

alternativas de aplicativos e dispositivos desde os laptops e PCs para PDAs e

outros dispositivos.

Operadores de redes WIMAX dispersos pelo mundo apresentam os seguintes

fatores com chaves desta tecnologia:

• Acesso banda larga onde não há como atender essa demanda com

xDSL. A facilidade de focar o serviço em áreas onde há demanda

permite um maior retorno dos investimentos.

• Novas operadoras que pretendem disponibilizar serviços de banda

larga em um prazo que seria impossível com tecnologia de cobre ou

fibra

• Dificuldade de “unblunding”por parte das operadoras tradicionais

• Diferenciação em relação ao xDSL. O WiMAX pode ser apresentado

como rede fixa, portátil e móvel dentro de uma única rede.

• Diferentes cenários de uso: fixo, portátil e móvel

• Arquitetura IP

• Custo do espectro mais barato em relação ao 3G

Page 65: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

65

2.2 Macroambiente

Os aspectos relativos ao macroambiente são chamados de variáveis

exógenas, as quais estão fora do controle da empresa mas a afetam.

Conforme KOTLER (l995, p. 49), o macroambiente consiste em forças sociais

maiores que afetam todo microambiente - forças demográficas, econômicas,

tecnológicas, naturais, políticas e culturais.

O objetivo deste capítulo é identificar as tendências dos diversos ambientes e

os possíveis impactos no plano de negócio.

2.2.1 Ambiente sócio cultural

Os aspectos culturais das áreas a serem atendidas por banda larga móvel

são muito diversos visto a imensidão do Brasil. Este tipo de serviço não é focado

para perfis específicos da população. Em outros países, o WiMAX vem sendo

implantado pelas operadoras tradicionais para atender as áreas em que o ADSL não

pode prover serviços de qualidade. Para uma operadora como a Telefônica, o

WiMAX poderia atender os usuários das cidades médias e grandes que moram

distantes das áreas urbanas. Outra opção seria fornecer um serviço adicional

(internet móvel) para os assinantes do Speedy não focando em um perfil sócio

cultural específico. Já para um novo entrante com desejo de competir com o ADSL e

3G, não haveria segmentação da área a ser atendida. Esta segmentação seria

baseada conforme o plano de expansão dos negócios deste novo entrante.

2.2.2 Ambiente demográfico

O ambiente demográfico é uma importante força ambiental, visto que

compreende a população e suas tendências de distribuição, composição,

regionalidade e diversidade étnica e racial. Pelo fato dessas tendências estarem fora

Page 66: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

66

do controle do empresa, se exige que se antecipe tendências, que cenários sejam

desenvolvidos e que se promova ajustes constantes nas estratégias de mercado.

A observação criteriosa das tendências do ambiente demográfico permite

desenvolver estratégias de segmentação geográfica, étnica, por faixa de renda, por

faixa etária e por sexo.

A segmentação geográfica é de extrema importância para um projeto de

implantação de uma rede WIMAX. Ela permite identificar áreas com grande potencial

de crescimento e baixo grau de competição. É nessas áreas que se deve iniciar a

implantação da rede.

2.2.3 Ambiente econômico

A principal implicação de futuras alterações no ambiente econômico está

relacionada ao comportamento da demanda. Isto é, a demanda é muito sensível as

variações do nível de atividade econômica e pode comprometer qualquer plano de

negócios que subestime a sua influência.

Com a quinta maior população e o oitavo mercado consumidor do mundo, o

Brasil vem se tornando em uma das principais opções de negócios do mundo. O

crescimento das vendas internas e a contínua expansão da classe C tem

impulsionado o consumo.

A crise financeira e econômica mundial deflagrada em Setembro de 2008

congelou todos os prognósticos de crescimentos até então muito otimistas. Após um

ano, observa-se que o mercado consumidor continua robusto e vem se tornando o

principal alicerce da economia brasileira.

Com a crescente incorporação de pessoas e famílias na classe C e com o

contínuo aumento do poder de compra desta classe, deve-se ficar atento ao

consumo da classe C. Segundo a revista EXAME (8/4/2009), as famílias da classe C

gastam sua renda da seguinte maneira:

Page 67: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

67

• 21% em estabelecimentos comerciais (supermercados, mercearias,

farmácias)

• 11% em transporte (transporte coletivo, combustível, pedágio, taxi)

• 10% em alimentação (padaria, bar, lanchonete, açougue, feira,

restaurante)

• 8% em entretenimento (passeios, festas, presentes, brinquedos,

internet, loteria)

• 7% em serviços básicos (luz, telefone, água, gás, condomínio)

Com este cenário, espera-se por uma grande demanda por serviços de banda

larga (móvel e fixa) para os próximos anos.

2.2.4 Ambiente tecnológico

Em segmentos altamente competitivos, a tecnologia é um fator determinante

para a continuidade dos negócios. As inovações que agregam valor a produtos e

serviços ampliam a percepção do consumidor, com consequente maximização da

relação custo benefício e aumento da vantagem competitiva.

As principais soluções tecnológicas empregadas para fornecer banda larga

sem fio no Brasil são o UMTS com a plataforma HSPA e a tecnologia EVDO. Outras

tecnologias de redes celulares que oferecem serviços de dados sem fio são o GPRS

e o EDGE das redes GSM e o 1xRTT das redes CDMA. As operadoras de MMDS

oferecem também serviços de internet sem fio (conexão rádio e via satélite).

A banda larga móvel HSPA é a tecnologia dominante. Se considerarmos os

celulares UMTS e terminais de dados disponíveis com os usuários brasileiros, estes

representam 96% dos acessos 3G no Brasil (Fonte: Teleco).

Em relação ao mercado de telefonia fixa, as operadoras tendem a atualizar

suas redes ADSL para ADSL2, ADSL2+ e VDSL e também implantar a tecnologia

Page 68: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

68

FTTH. A tabela 2.7 apresenta uma comparação de desempenho entre as diversas

tecnologias de acesso banda larga.

Tecnologia de Acesso CaracterísticaVelocidade de pico - Downlink Alcance

WiMAX* 3,5 GHz - 5 MHz de banda FDD sem fio fixa 15 Mbps

<1.0 km (área urbana)

WiMAX* 2,5 GHz - 5 MHz de banda TDD sem fio móvel 10 Mbps

<1.25 km (área urbana)

WiFi (802.11a/b/g) móvel < 54 Mbps < 0.1 kmADSL fixa 8 Mbps 3 kmADSL2 fixa 12 Mbps 1.5 kmADSL2+ fixa 24 Mbps 1.5 kmVDSL fixa 50 - 100 Mbps 0.4 kmFTTP (BPON-ATM) fixa 622 Mbps 20 kmFTTP (EPON-Ethernet) fixa 1.250 Gbps 20 kmFTTP (GPON-Ethernet/GEM) fixa 1.244 Gbps 20 kmFTTP (GPON-Ethernet/GEM) fixa 2.488 Gbps 20 kmEVDO* rel A - 1.8/1.9 GHz - 1.25 MHz de banda sem fio móvel 3.1 Mbps <1.7 kmHSPA* 1.8/1.9 GHz - 5 Mhz de banda sem fio móvel 14.4 Mbps <1.7 kmHSPA+* 1.8/1.9 GHz - 5 Mhz de banda sem fio móvel 28 Mbps <1.7 km

Tabela 2.7 – Comparação de desempenho entre tecnolo gias de acesso

* alcance refere-se a uma velocidade menor que o pico

Observa-se que em termos de tecnologia de acesso móvel, o WiMAX

enfrentará forte concorrência da tecnologia 3G (HSPA e HSPA+).

Nos últimos anos a tecnologia WiMAX obteve os seguintes sucessos:

• O ITU aceitou o WiMAX como a sexta interface aérea para o IMT-2000

• A UQ Communications (patrocinada pela operadora KDDI e Intel)

obteve licença de 2,5 GHz no Japão para uso do WiMAX

• A Intel investe pesadamente em fabricantes de infra-estrutura de

Taiwan

• A Clearwire inicia suas operações nos Estados Unidos

• Iniciada a certificação de equipamentos 2,5 GHz

Page 69: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

69

• Primeiros notebooks com modem WiMAX são lançados

Ao mesmo tempo

• Em junho de 2008, número de usuários HSPA atinge 65 milhões no

mundo, um aumento de 81% em relação a Dezembro 2007.

• Grande sucesso do lançamento do Phone 3G como marco estratégico

para o fortalecimento da indústria de telefonia móvel

• NGMN (Next Generation Mobile Networks Alliance) adota o LTE como

tecnologia preferida.

• No final de 2008 havia mais de 800 dispositivos (telefones celulares,

cartões PCMCIA, modems USB, laptops) HSPA disponíveias no

mercado.

Isto prova que o HSPA tem um enorme mercado mundial e continua ganhando

mais espaço se beneficiando da economia de escala e mostrando ser um forte

competidor para o WiMAX.

Outro aspecto negativo para o WiMAX é o fato de sua implantação requerer

capital intensivo. As redes UMTS já estão implantadas no mundo desenvolvido e em

alguns países emergentes como o Brasil. A implantação e expansão do HSPA não

exige capital intensivo como o WiMAX.

Um dos fatores cruciais para o mercado WiMAX é a disponibilidade de

dispositivos para os usuários em termos de forma, preço e desempenho. Os

primeiros dispositivos, os CPEs (basicamente dispositivos de mesa e dispositivos

outdoor) tiveram um mercado bem pequeno enquanto os laptops e cartões USB

terão um mercado bem maior. O sucesso do WiMAX está diretamente vinculado a

dispobilidade de dispositivos. É isso que faz o usuário enxergar valor e trazer

vantagem competitiva ao negócio. E até este momento, as disponibilidades são bem

tímidas ainda. O HSPA apresenta crescimento extraordinário graças a grande

variedades de dispositivos disponíveis aos usuários.

Page 70: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

70

Outro concorrente do WiMAX é a tecnologia LTE que possui embasamento

tecnológico semelhante ao WiMAX. Uma operadora de telefonia poderia aguardar a

consolidação desta tecnologia e usá-la ao invés do WiMAX. O LTE vem sendo

suportado e desenvolvido por grandes fornecedores de infra-estrutura de rede. Ao

passo que a maioria dos fornecedores de infra-estrutura WiMAX são empresas de

pequeno porte.

2.2.5 Ambiente político-legal

O ambiente político-legal é composto de leis, órgãos governamentais e grupos

de pressão que influenciam e restringem as ações das empresas. O ambiente

político é um grande limitador das organizações e indivíduos.

Em Julho 2009, a Anatel propôs a redução gradativa das frequências das

operdoras de TV paga sem fio na faixa de 2,5 GHz. A proposta consiste em reduzir o

espectro disponível de 190 MHz para 70 MHz a partir de 2012 e de 70 MHz para 50

MHz a partir de 2015. Para o início da operação de uma rede WIMAX, 50 MHz é um

número razoável somente. Essa quantidade de espectro elimina qualquer

possibilidade de expansão. É possível uma ou duas operadoras de WIMAX na

mesma região com 25 MHz de espectro sem considerar a banda de guarda entre

operadoras que pode chegar a 5 MHz. Em Portaland, nos EUA, a Clearwire iniciouu

suas operações com 30 MHz de espectro e poderá crescer até 120 MHz (fonte:

revista Teletime Agosto 2009)

A proposta da Anatel foi submetida a consulta pública e se essa decisão

prevalecer, haverá uma tendência de que as pequenas empresas de TV paga se

desfaçam de seus negócios, havendo um processo de consolidação das empresas

pequenas.

O grande movimento nesta área foi a compra da TVA pela Telefônica nas

cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Comenta-se que a

Telefônica pagou entre R$ 1 bilhão e R$ 1,6 bilhões e que boa parte desse valor

deveu-se a aquisição das frequências de MMDS para futuro uso da tecnologia

Page 71: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

71

WiMAX. Essa aquisição pode-se tornar um mau negócio caso a posição da Anatel

for mantida.

A Anatel pretende utilizar a faixa de 2,5 GHz com outros serviços como o

SMP e os STFC. Esta decisão da Anatel foi influenciada pela UIT (União

Internacional de Telecomunicações) para uso do SMP. Essa faixa poderá ser usada

com a tecnologia LTE.

Outros pontos a serem enfantizados são a proibição de mobilidade para

uso do WiMAX por parte da Anatel e a demora para o início de certificação dos

equipamentos em 2,5 GHz.

Outra faixa do espectro a ser usada pelo WiMAX é a de 3,5 GHz. Já

exsitem algumas operadoras de WiMAX nessa faixa como Embratel (licença para

todo o Brasil), Brasil Telecom (licença para 12 ANs), Grupo Sinos (AN RS1), Neovia

(DirectNet) no estado de São Paulo e WKVE (6 ANs nos estados de Minas Gerais,

Espírito Santo e Bahia). A Embratel atua no segmento de pequenas e médias

empresas.

A licitação das faixas restantes de 3,5 GHz deve acontecer até o início do

próximo ano (2010), provavelmente antes da venda de frequências da faixa de 2,5

GHz que possui legados como a acoumodação do MMDS.

Deve-se enfatizar também o lobby das operadoras de celular que

investiram bilhões para obtenção de susas licenças e argumentam que uma

operadora de MMDS teria uma vantagem não honesta ao oferecer serviços móveis

de alta velocidade com a tecnologia WiMAX.

A favor do WIMAX, existe o lobby do Fórum WiMAX que escolheu o Brasil

como prioridade para a adoção desta tecnologia.

2.3 Microambiente interno

O microambiente interno considera os recursos, capacidades e competências

essenciais da organização que, apesar de não apresentarem um valor intrínseco,

Page 72: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

72

apresentam valor quando vistos pela sua possibilidade de geração de uma

vantagem competitiva para a empresa, proporcionando retornos superiores a média

(CECCONELO e AJZENTAL, 2008 p. 114).

A Implantação e operação de uma rede WIMAX exige diversas e diferentes

competências de recursos humanos e da própria organização. A competência de

uma organização representa a soma do aprendizado de todos os conjuntos de

habilidades, tanto em nível pessoal quanto de uma unidade organizacional (Hamel e

Prahalad (1995, p.233).

Basicamente as competências necessárias para implantar e operar uma rede

WIMAX são:

• Conhecimento e experiência em engenharia de rádio-frequência

(envolve conhecimento e experiência em propagação, projetos de

redes, antenas). Desafio é projetar rede para atender os requisitos do

presente e para futuras expansões.

• Conhecimento da tecnologia WiMAX tanto da parte de acesso quando

da parte referente ao núcleo da rede.

• Experiência em implantação de projetos de redes celulares (a rede

WIMAX assim como a celular são baseadas em células)

• Experiência em prospecção, compartilhamento e aquisição de estações

• Grupo de tecnologia para avaliar equipamentos de infra-estrutura

WIMAX e dispositivos (modem, cartão USB, etc)

• Experiência e conhecimento de operação de rede, CRM, segurança, IP,

bilhetagem e habilitação de serviços.

• Experiência em Marketing: priorização e segmentação das áreas de

cobertura da rede, estimativa e predições do crescimento do tráfego da

rede e usuários, modelo do negócio, posicionamento dos pacotes de

serviços aos usuários, conhecimento dos concorrentes e área de

cobertura.

Page 73: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

73

Conforme já citado neste documento, o conteúdo é a parte crucial do negócio

de banda larga. Os usuários não estão apenas interessados na oferta de banda

larga. Eles desejam os aplicativos e serviços que a banda larga proporciona. Isto faz

com que a empresa faça parcerias com distribuidores de conteúdo e tenha também

a força e a influência de se trazer para o Brasil os modelos mais avançado de

terminais de usuários.

2.4 Fatores críticos de sucesso

O conhecimento do negócio e dos concorrentes permitirá determinar os fatores

críticos de sucesso (FCS), que são os quesitos mínimos necessários para que uma

empresa possa competir com chances de sucesso.

Baseado na literatura, SARKISSIAN (2007), SMURA, é sabido que os

principais fatores críticos de sucesso na operação de uma rede WIMAX são a

disponibilidade de CPEs, laptops e smartphones, o preço do serviço ao usuário e o

custo do backbone de acesso à internet.

Quanto a implantação do projeto, conforme COMARCH, os principais fatores

críticos de sucesso são a escolha de um fornecedor de infra-estrutura WiMAX

totalmente engajado com esta tecnologia (e minimizar o número de fornecedores

adicionais para provimento de rede IP, backhaul das ERBs, servidores de dados,

infra-estrutura civil, aquisição de estações), priorizar áreas de implantação,

maximizar o compartilhamento de estações (site sharing) e possuir um time de

implantação com as competências necessárias conforme descrito no item 2.3.

Page 74: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

74

2.5 Quadro referencial para a concepção do negócio

Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p. 134), o quadro referencial

para a concepção do negócio tem a função de apresentar aos interessados um

resumo qualitativo e quantitativo sobre os aspectos que podem ou não interferir,

direta ou indiretamente, no negócio que está investigando. A montagem deste

quadro visa trazer ao estrategista uma visão integrada sobre as diversas variáveis

existentes e pertinentes ao negócio em análise, para a definição do negócio e as

estratégias genéricas e mercadológicas.

1 Demanda potencialAcesso banda larga fixa deve aumentar de 10,43 milhões para 18,9 milhões em 2013 (fonte: Pyramid Research - 2008)O número de conexões de internet em banda larga móvel ultrapassarão o de fixas no Brasil até 2011, quando atingirão 28 milhões de usuários (Pyramid Research 2009)o número de assinantes 3G saltará para 46 milhões em 2012 e mais da metade da base utilizará telefones celulares para acessar a rede 3G (Estudo do Yankee Group e Ericsson 2009)

Consultoria Infonetics Research (2009) prevê 8 milhões de acessos WIMAX no Brasil em 2013 a partir de 184 mil acessos em 2008. Isso significa um CAGR de 112,64%. Crescente incorporação de pessoas e famílias na classe C impusionando o consumo de internet

2 Demanda não atendidaNotícias recentes da mídia mostram que há um crescimento da demanda de banda larga em uma velocidade na qual os provedores de serviço não conseguem acompanhar. Problemas recentes com o Speedy da Telefônica comprovam isso (saturação da rede)

3 Insatisfação dos consumidores

Serviços xDSL (exemplo Speedy Telefônica) tem apresentado diversas reclamações em função do sobrecarregamento da rede

Serviços 3G ainda necessitam melhorar a qualidade de sua rede

4 Pontos fortes e fracos dos serviços

Serviços xDSL (exemplo Speedy Telefônica) apresentam opções de velocidades que os sistemas 3G não suportam

Ponto forte do serviço 3G é a mobilidade

Page 75: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

75

5 Viabilidade técnica

Restrição de mobilidade imposta pela Anatel é um dos fatores negativos a ser considerado. Entretanto o usuário ainda terá a liberdade de acessar a internet de qualquer lugar onde haja cobertura

Banda disponível de 50 MHz (proposta da Anatel) na faixa de 2,5 GHz pode inviabilizar planos de crescimento do WiMAX. Esta banda seria dividida em até 2 operadoras

6 Viabilidade econômica

Demanda crescente por banda larga sinaliza potencialidade para o WiMAX

Disponibilidade de poucos dispositivos WIMAX em comparação com os dispositivos 3G disponíveis no mercado. Este é um ítem crucial. Poucos dispositivos disponíveis no mercado podem "matar" a tecnologiaO WiMAX enfrentará forte concorrência dos sistemas 3G que possuem mais de 800 dispositivos de acesso no mundo

Não está claro para bancos de investimento qual o diferencial que o WiMAX apresenta em relação as redes 3G

Sistemas em 3,5 GHz consumirão um investimento muito maior que os sistemas em 2,5 GHz já que a cobertura em 3,5 GHz é menor.

Implantação da rede requer capital intensivo. Empresas que possuem backhaul de transmissão existentes e redes de acesso ao backbone da internet, a implantação da rede WiMAX tornará menos onerosa.

Tabela 2.8 – Quadro referencial para a concepção do negócio

Page 76: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

76

3. CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO

O objetivo deste capítulo é fornecer subsídios para, dada a análise das

oportunidades, estruturar e desenvolver uma proposta estratégica para, na

seqüência, verificar sua viabilidade.

3.1 Definição do Plano de Negócio

O plano de negócio é uma ferramenta na qual o empreendedor a usa para

detalhar as suas idéias, de forma clara e compreensível baseadas em premissas de

qualidade onde se mostra a viabilidade e probabilidade de sucesso do negócio.

Conforme Chiavenato (2005), o plano de negócio trata-se de um planejamento

antecipado pelo qual o empreendedor, baseado em um conjunto de dados e

informações sobre um determinado negócio, procura viabilizar uma sociedade de

seu interesse.

Planos de negócio são necessários em diferentes cenários. Podem ser usados

para a ampliação de uma unidade fabril, para se verificar a viabilidade de se atender

um novo mercado, para se produzir um novo produto, para se ofertar um novo

serviço.

Este trabalho apresentará um plano para um novo negócio. Esse plano tem

como principal objetivo dirimir dúvidas para um possível tomador de decisões sobre

a qualidade do plano.

Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p. 146), o desafio de todo

Plano de Negócio é identificar com precisão os motivos que sugerem sua

elaboração. Esses motivos podem ser entendidos como a caracterização de um

problema, tendo como origem as dúvidas sobre a viabilidade do negócio. A análise

econômica-financeira irá refletir a verificação de hipóteses e variáveis atribuídas ao

problema em questão.

Page 77: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

77

Para se obter uma análise econômica-financeira confiável e sólida, deve-se

efetuar uma pesquisa exploratória que relacione tendências e correlações com fatos

observados no ambiente de interesse do negócio (externos e internos à empresa).

Essa pesquisa foi detalhada no capítulo 2.

O plano de negócio proposto mostrará a viabilidade de implementar uma rede

WiMAX em 2,5 GHz. Pesquisas diversas citadas no capítulo 2 indicam grande

crescimento dos usuários de banda larga para os próximos anos, mostrando assim

uma grande oportunidade de negócios.

O plano de negócios proposto pode ser definido como:

• Negócio: Banda larga em qualquer lugar e conteúdo

• Função: entretenimento, pesquisa, jogos, informação

• Grupos: usuários de computadores portáteis e smartphones

• Tecnologia: sem fio (WiMAX)

3.2 Planejamento Estratégico

Existe uma dificuldade de se conceituar a função do planejamento nas

empresas, de se estabelecer sua real amplitude e abrangência (OLIVEIRA, 2007, p.

3). Steiner (1969, p.12) estabeleceu cinco dimensões do planejamento não

mutuamente exclusivas e sem linhas demarcatórias muito claras (OLIVEIRA, 2007,

p. 3):

• Tema de interesse: produção, pesquisa, novos produtos, finanças,

marketing, instalações, recursos humanos, etc.

• Elementos do planejamento: propósitos, objetivos, estratégias, políticas,

programas, orçamentos, normas e procedimentos, entre outros.

• Dimensão temporal: longo, médio ou curto prazo

Page 78: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

78

• Unidade organizacional: planejamento corporativo, de unidades

estratégicas de negócios, de subsidiárias, de grupos funcionais, de

divisões, de departamentos, de produtos, serviços, etc.

• Características: complexo ou simples, quantidade ou qualidade,

planejamento estratégico ou tático, confidencial ou público, formal ou

informal, econômico ou caro.

Diante disso, o planjeamento se define como um processo baseado nas cinco

dimensões apresentadas, elaborado para se alcançar um cenário futuro desejado,

de uma maneira mais eficiente e eficaz, com o uso otimizado de esforços e recursos

da organização.

Segundo SLACK et all, (2002 p. 87) estratégia é o padrão global de decisões e

ações que posicionam a organização em seu ambiente e têm a missão de fazê-la

atingir seus objetivos de longo prazo. Essas decisões ocorrerão antes, durante e

depois da elaboração e implementação do plano.

O planejamento pode ser distinguido em três tipos: estratégico, tático e

operacional.

Segundo OLIVEIRA, (2007, p. 17), o Planejamento Estratégico é o processo

administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a

melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação

com os fatores externos – não controláveis – e atuando de forma inovadora e

diferenciada.

Segundo FISCHMANN e ALMEIDA (1991, p. 25), Planejamento Estratégico é

uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização

cria a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e

fracos para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência, estabelece o

propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as

oportunidades e evitar riscos.

Para OLIVEIRA (2007, p. 18), o planejamento tático tem por objetivo otimizar

determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha

Page 79: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

79

com decomposição dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no

planejamento estratégico. É desenvolvido pelos níveis organizacionais

intermediários, tendo como finalidade a utilização eficiente de recursos disponíveis

para a consecução dos objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia

predeterminada, bem como as polítcias orientadas para o processo decisório da

empresa.

Para FISCHMANN e ALMEIDA, (1991, p.26), o planejamento tático é um

planejamento em médio e curto prazo envolvendo decisões administrativas. O plano

é predominantemente quantitativo. Serve de instrumento para implementação do

plano estratégico, ele planeja e controla as decisões administrativas e operacionais,

procurando a eficiência.

OLIVEIRA, (2007, p.19), conceitua o planejamento operacional como a

formalização, através de documentos escritos, das metodologias de

desenvolvimento e implantação de resultados específicos a serem alcançados pelas

áreas funcionais da empresa.

O tema de interesse será o fornecimento do serviço de banda larga móvel e

conteúdo com objetivo de retorno de investimento em um prazo de sete anos.

O cenário que se imagina para os próximos anos (2010 – 2014) é

caracterizado por crescimento ecônomico sustentável (com crescimento econômico

superior a 4% ao ano). O aumento do poder econômico da população irá estimular o

surgimento de novos serviços e acirrar a disputa entre as operadoras de celular,

internet via Cable modem e internet via ADSL.

3.3 Propósito da organização: visão, missão, crença s & valores e

objetivos

Segundo CECCONELLO e AJZENTAL, (2008, p. 149), o propósisto da

organização congrega visão, missão, crenças & valores e objetivos, que auxiliam a

estruturação da empresa. Esses aspectos são importantes para que o

empreendedor construa uma identidade de seu negócio, estabelecendo o clima

Page 80: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

80

organizacional, os padrões de conduta a serem seguidos, oque está realmente

sendo perseguido em seu empreendimento.

Conforme OLIVEIRA, (2007, p.65), a visão é conceituada como os limites que

os proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro

deum períod e tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Nesse contexto, a

visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser

desenvolvido e implementado pela empresa. A visão representa o que a empresa

quer ser.

Conforme OLIVEIRA, (2007, p.107), a missão é a razão de ser da empresa.

Nesse ponto procura-se determinar qual o negócio da empresa, por que ela existe,

ou ainda, em que tipos de atividades a empresa deverá se concentrar-se no futuro.

Já segundo OLIVEIRA, (2007, p.67), os valores representam o conjunto de

princípios e crenças fundamentais de uma empresa, bem como fornecem

sustentação para todas as suas principais decisões. Os valores da empresa devem

ter forte interação com as questões éticas e morais da empresa.

Para OLIVEIRA, (2007, p.141), os objetivos podem ser conceituados como o

estado, situação ou resultado futuro que o executivo pretende alcançar. Relaciona-

se a tudo que implica na obtenção de um fim ou resultado final. Conforme esse

mesmo autor, o objetivo é o alvo ou ponto quantificado, com prazo de realização e

responsável estabelecidos, que se pretende alcançar através de esforço extra.

Conforme CECCONELLO e AJZENTAL, (2008, p. 155), os objetivos

apresentam uma abordagem mais quantitativa das metas da empresa, quer sejam

relativas ao faturamento, `a participação de mercado, quer aos índices de

lucratividade a serem atingidos.

Para o plano de negócio proposto temos:

• Visão : Inovar e oferecer entretenimento, informação e comunicação em

qualquer lugar

• Missão: prover excelência em serviços de conteúdo

• Objetivo principal: atingir 360 mil assinantes em um prazo de 5 anos

Page 81: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

81

3.4 Estratégias competitivas genéricas

Conforme OLIVEIRA (2007, p. 181), estratégia é definida como um caminho,

ou maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar, preferencialmente de

maneira diferenciada, as metas, os desafios e os objetivos estabelecidos, no melhor

posicionamento da empresa perante o seu ambiente. As estratégias podem ser

estabelecidas de acordo com a situação da empresa; estar voltada à sobrevivência,

manutenção, crescimento ou desenvolvimento (OLIVEIRA, 2007, p. 184).

Estratégias genéricas constituem opções amplas, gerais e básicas de

posicionamento da empresa em determinado mercado.

PORTER (1985, p. 21) define estratégia com uma busca de uma posição

competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a

concorrência; e a escolha desta estratégia competitiva está baseada no nível de

atratividade da indústria e nos determinantes da posição competitiva relativa dentro

desta indústria.

Porter (1996) identificou três estratégias competitivas genéricas com as quais

uma empresa pode enfrentar as forças competitivas da indústria em que atua: a

estratégia de liderança de custo, a de diferenciação e a de enfoque. Estas

estratégias são definidas conforme abaixo:

• Liderança no custo total: esta estratégia visa obter uma estrutura de

custos inferior à concorrência, permitindo assim a obtenção de um

grande volume de vendas. As empresas que adotam esta estratégia

precisam minimizar os custos pelos controle de gastos administrativos,

de marketing, de distribuição, pesquisa e desenvolvimento, pessoal,

etc.

• Diferenciação: nesta estratégia, a empresa procura se distinguir sua

oferta de maneira que seja percebida como a única em sua indústria.

A diferenciação pode ser baseada no próprio produto ou serviço, na

tecnologia empregada, no sistema de entrega, no processo de

marketing, na marca, estilo, desempenho, rede de atendimento e em

vários outros fatores.

Page 82: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

82

• Enfoque: esta estratégia consiste em se concentrar em um

determinado grupo de clientes, em um segmento da linha de produtos

ou em um mercado geoFigura. Esta estratégia baseia-se na premissa

de que uma firma é diferente quando atende melhor as necessidades

de um mercado específico, ou reduz os custos que servem a esse

mercado, ou a ambas as coisas.

Para o plano de negócio proposto pretende-se:

• Ser líder no custo quando comparado com os sistemas 3G. A

diferenciação virá como consequência do negócio. Se a Telefônica

implantar esse projeto, esta será a única empresa a oferecer banda

larga fixa e móvel ao mesmo tempo.

3.5 Estratégia de Marketing

A estratégia de marketing deve ser elaborada com o intuito de se atingir os

propósitos da organização ou do negócio.

Conforme KOTLER & ARMSTRONG (1993, p. 367), o plano estratégico define

a missão e os objetivos gerais da empresa. Cada unidade de negócios deve

preparar seus planos funcionais, incluindo planos de marketing. Se a unidade de

negócios consiste em muitas linhas de produto, marca e mercados, deve-se

desenvolver planos para cada um deles. Os planos de marketing podem incluir

planos de produto, de marca, ou de mercado.

Page 83: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

83

3.5.1 Definição do Plano de Marketing

Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p.161), o plano de marketing

integra os elementos interdependentes do composto de marketing, tais como

vendas, gerência de produtos, assistência ao cliente, propaganda, promoção de

vendas, merchandising, lobby, relaçãoes públicas, marca e distribuição.

O composto de marketing define a posição estratégica de um produto no

mercado. Contempla as quatro principais variáveis que uma empresa pode

administrar para a implementação de sua estratégia mercadológica: Produto, Praça,

Promoção e Preço.

Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p.161), o plano de marketing

deve ser específico por produto, mercado e região e deve se apoiar em pesquisa de

mercado e de comunicação. Tem como objetivo principal munir a cúpula

administrativa de um conciso e completo sumário financeiro e de marketing,

contendo objetivos e resultados pretendidos.

De acordo com KOTLER (1998: p.100), um plano de marketing deve possuir

uma estrutura seqüencial composta de:

1. Um sumário executivo, o qual auxilia a alta administração a encontrar os

principais pontos que devem fazer parte do plano;

2. Uma situação atual de mercado, que retrata as informações sobre o

mercado, o desempenho do produto, a situação da concorrência e as formas

de distribuição. É uma visão geral do ambiente;

3. Uma análise de oportunidades e assuntos, onde são caracterizadas as

ameaças e as oportunidades, que prevêem os novos produtos, a situação da

economia e o lançamento de novos produtos pela concorrência;

4. Objetivos e questões, que possuem a finalidade – através de metas a serem

atingidas – de aumentar a participação da empresa no mercado;

Page 84: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

84

5. Estratégias de marketing, que devem detalhar os segmentos de mercado

nos quais a empresa deseja se concentrar, a fim de tornar seus produtos mais

competitivos;

6. Programas de ação, que são táticas integrantes de um plano de ação, o

qual pode ter estratégias-chaves para conquistar uma maior participação no

mercado;

7. Orçamentos, que são demonstrativos de resultados projetados, com a

finalidade de se definir o lucro base para a compra de materiais, o programa

de produção, o

planejamento dos recursos humanos e as operações de marketing;

8. Controles, o qual finaliza o plano e é utilizado para monitorar e controlar os

objetivos e os orçamentos dentro de um curto período, informando à alta

administração – nível estratégico da empresa – a situação dos negócios ou

produtos.

O plano de negócio proposto pretende:

• Sumário executivo: serviço de banda larga atenderá primeiramente as

áreas urbanas onde há as maiores densidades de assinanates de

banda larga fixa

• Situação atual do mercado é dominado por uma forte expansão dos

usuários de banda larga 3G. Qualidade das redes 3G deixam ainda a

desejar (reportagem da revista EXAME de 15/07/2009 p. 91) Serviço

de oferta de banda larga não pode passar de 2010.

• Conforme capítulo 2, haverá forte demanda por serviços de banda

larga nos próximos anos. Essa é a grande oportunidade. A grande

ameaça será a falta de grande quantidade de dispositivos de usuários

como smartphones, chaves USB e laptops quando comparados com

os dispositivos 3G.

Page 85: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

85

• Atuar no segmento dos usuários de banda larga fixa, oferencendo

banda larga móvel por uma pequena quantia adicional. Capturar 360

mil usuários em 5 anos.

3.5.2 Segmentação de mercado

Conforme KOTLER (2009, p. 44), ao se decidir pela utilização do marketing-

alvo, a empresa pode fatiar o mercado em “segmentos” cada vez mais finos,

podendo se distinguir três níveis de desconstrução do mercado: o nível de segmento

da marca, o nível de nicho e o nível de célula de mercado.

1. Segmentos

Diversos mercados podem ser decompostos em inúmeros segmentos amplos

Segmentação por benefício significa agrupar pessoas que buscam um benefício

semelhante (pessoas que buscam preços baixos, outras que buscam qualidade

superior, e outras que buscam qualidade de serviço).

Segmentação demográfica quer dizer agrupar pessoas reunidas em um

cenário comum: cidadãos mais velhos e abastados, minorias jovens de baixa renda,

etc.

Segmentação por ocasião significa agrupar as pessoas de acordo com a

ocasião de utilização do produto (exemplo: passageiros de companhias aéreas

viajando a negócios, por lazer ou motivos de emergência).

Segmentação por tipo de uso significa agrupar pessoas pelo fato de serem

usuárias pesadas, médias ou leves, ou não usuárias do produto.

Segmentação por estilo de vida signifca agrupar pessoas por modo de vida

(exemplo moradores de classe alta que consomem charutos importados e usam

carros esportivos importados)

Page 86: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

86

Ainda conforme KOTLER (2009, p. 45), o profissional de marketing pode

concentrar-se em um único segmento ou em dois ou mais segmentos, cada qual

recebendo uma oferta diferente e apropriada.

2. Nichos

KOTLER (2009, p. 45) define nichos como conjuntos menores de clientes que

apresentam necessidades mais definidas, ou combinações únicas de necessidades.

Concnetrar-se em atender um nicho apresenta diversas vantagens, incluindo a

oportunidade de conhecer cada cliente de modo mais pessoal, de enfrentar menos

concorrentes e de ganhar maior margem, já que os clientes estão dispostos a pagar

mais pelo fato da empresa de nicho ser tão especializada em satisfazer suas

necessidades.

3. Células de mercado

Segundo KOTLER (2009, p. 47), as empresas podem identificar grupos ainda

menores de clientes, que compartilham algumas características e ofereçam

oportunidades de mercado, conhecidos como células de mercado. Várias empresas

elaboram banco de dados de clientes, que contêm informações sobre a demografia,

compras anteriores, preferências e outras características dos clientes.

O plano de negócio proposto pretende:

• Usar segmentação demográfica (a implantação da rede irá iniciar pelas

áreas mais abastadas e atingir as áreas períféricas em uma data

posterior)

Page 87: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

87

3.5.3 Mix de marketing

O mix de marketing são quaisquer atividades que a empresa pode efetuar para

influenciar o comprador. O mix de marketing é também conhecido como os quatro

Ps: produto, preço, promoção e ponto de venda.

Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p.163) e KOTLER (2009, p.

126), os quatro Ps são descritos como:

• Produto: são as características de qualquer bem, serviço, idéia, pessoa,

instituição etc., que potencialmente possui valor de troca. É caracterizado

por variedade, qualidade, design, marca, embalagem, tamanho, garantia,

devolução.

• Preço: são as variáveis que refletem o custo do produto para o consumidor,

como o prelo propriamente dito, condições de pagamento, aceitação ou não

de cartões de crédito, entre outras. Contempla lista de preços, descontos,

licenças, prazo de pagamento, condições de crédito.

• Ponto de venda: é tudo que se relaciona à distribuição, localização física e

logística envolvida para fazer um produto chegar às mãos do consumidor.

Contempla canais, cobertura, sortimento, localização, estoque, trasnporte.

• Promoção: é o processo de comunicação ativa dos atributos e benefícios

de um produto para o mercado-alvo pretendido. Caracterizado por

promoção de vendas, publicidade, força de vendas, relações públicas,

marketing direto.

KOTLER (20009, p. 127) propõe a inclusão de dois outros Ps, cada vez mais

importantes, principalmente no marketing global: a política e a opinião pública.

CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p.164) afirma que quando a oferta é um serviço,

podem ser adicionados aos 4Ps mencionados primeiramente mais 3Ps:

Page 88: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

88

• Pessoas: são os indivíduos envolvidos na prestação de serviço (como são

treinados, como se comportam na prestação do serviço, uniforme que

utilizam etc.);

• Processos: são as atividades que as pessoas desempenham para realizar

a prestação do serviço (verificação dos processos existentes realizados

pelas pessoas para que a entrega ocorra dentro dos padrãoes

estabelecidos, os processos que são criados, ensinados monitorados e

aperfeiçoados); e

• Evidência física (“physical evidence”): consiste no local onde a

prestação de serviço é realizada (atendimento telefônico, consultório

dentário, clínica médica, avião) e que tem uma importância relevante na

prestação de serviço, pois, dada sua intangibilidade, esse fator físico

contribui para a comunicação dos aspectos sobre a oferta realizada.

Para o plano de negócio proposto pretende-se

• Produto: banda larga móvel e conteúdo diferenciado

• Preço competitivo quando comparado com o preço da banda larga 3G

• Estabelecer processo no qual a assinatura do serviço poderá ser

efetuado pela internet em menos de 5 minutos

• Serviço será prestado em qualquer lugar da cidade de São Paulo onde

haja cobertura da rede

A tabela 3.1 apresenta um quadro resumo da concepção do plano de

negócios.

Dimensão DefiniçãoNegócio: Banda larga em qualquer lugar e conteúdoFunção: entretenimento, pesquisa, jogos, informaçãoGrupos: usuários de computadores portáteis e smartphones Tecnologia: sem fio (WiMAX)

Plano de Negócio1

Page 89: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

89

2Planejamento Estratégico

O tema de interesse será o fornecimento do serviço de banda larga móvel e conteúdo com objetivo de retorno de investimento em um prazo de sete anos.O cenário que se imagina para os próximos anos (2010 – 2014) é caracterizado por crescimento ecônomico sustentável (com crescimento econômico superior a 4% ao ano). O aumento do poder econômico da população irá estimular o surgimento de novos serviços e acirrar a disputa entre as operadoras de celular, internet via Cable modem e internet via ADSL.Visão: Inovar e oferecer entretenimento, informação e comunicação em qualquer lugarMissão: prover excelência em serviços de conteúdoObjetivo principal: atingir 360 mil assinantes em um prazo de 5 anos

4Estratégias competitivas genéricas

Ser líder no custo quando comparado com os sistemas 3G. A diferenciação virá como consequência do negócio. Se a Telefônica implantar esse projeto, esta será a única empresa a oferecer banda larga fixa e móvel ao mesmo tempo.

5Estratégia de Marketing

Sumário executivo: serviço de banda larga atenderá primeiramente as áreas urbanas onde há as maiores densidades de assinanates de banda larga fixa

Situação atual do mercado é dominado por uma forte expansão dos usuários de banda larga 3G. Qualidade das redes 3G deixam ainda a desejar (reportagem da revista EXAME de 15/07/2009 p. 91) Serviço de oferta de banda larga não pode passar de 2010.Conforme capítulo 2, haverá forte demanda por serviços de banda larga nos próximos anos. Essa é a grande oportunidade. A grande ameaça será a falta de grande quantidade de dispositivos de usuários como smartphones, chaves USB e laptops quando comparados com os dispositivos 3G.Atuar no segmento dos usuários de banda larga fixa, oferencendo banda larga móvel por uma pequena quantia adicional. Capturar 360 mil usuários em 5 anos.

2Segmentação de Mercado

Usar segmentação demográfica (a implantação da rede irá iniciar pelas áreas mais abastadas e atingir as áreas períféricas em uma data posterior)Produto: banda larga móvel e conteúdo diferenciadoPreço competitivo quando comparado com o preço da banda larga 3GEstabelecer processo no qual a assinatura do serviço poderá ser efetuado pela internet em menos de 5 minutosServiço será prestado em qualquer lugar da cidade de São Paulo onde haja cobertura da rede

Propósito da Organização

Plano de Marketing

Mix de Marketing

1

3

3

Tabela 3.1 – Resumo da concepção do negócio

Page 90: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

90

4. PLANO DE NEGÓCIO DA REDE WiMAX

A elaboração do plano de negócios é a primeira etapa para a construção de

uma rede WiMAX. É uma etapa crítica cujos resultados finais dependerão

fortemente das premissas usadas nesta etapa. Premissas mal feitas influenciarão

erroneamente as etapas seguintes do projeto.

O plano de negócios é caracterizado por uma série de análises envolvendo as

áreas técnica e econômica que irão prover estimativas de lucratividade e riscos

derivados das premissas assumidas.

O plano de negócio deve considerar os competidores envolvidos no mercado

de banda-larga e suas respectivas tecnologias, o investimento inicial para se montar

a rede e os custos de operação desta rede. Pode-se citar como competidores as

redes 3G entre elas o 1xEVDO e o HSPDA, redes WiFi e redes de internet a cabo e

ADSL (Haig Sarkiassian and Randal Schwartz, 2007) e o LTE. Alguns autores entre

eles Ethevaldo Siqueira (2008), citam que o WiMAX será uma alternativa avançada

para a band larga, sendo que as redes 3G e o WiMAX se complementariam. A

análise efetuada no ítem 2 mostra que o 3G é um fortíssimo concorrente do WiMAX.

A análise de sensibilidade irá determinar quais são os fatores que mais

fortemente afetam o retorno do negócio.

Diversas metodologias e ferramentas podem ser usadas para se estimar a

lucratividade do negócio sendo a ferramenta do Fluxo de Caixa Descontado (FDC)

uma delas. Com esta ferramenta pode-se determinar o período de retono do negócio

e também o Valor Presente Líquido do negócio (VPL).

Na análise do negócio deve-se estimar a penetração do serviço e a evolução

deste nos próximos anos, a taxa de churn e devedores duvidosos, a evolução das

receitas e despesas de operação da rede. Para isto, utiliza-se os termos CAPEX (do

ingês capitalized expenses que são basicamente os custos de infra-estrutura da

rede) e OPEX (do inglês expended costs que são os custos de operação e

manutenção da rede).

A elaboração deste plano de negócio será baseada na metodologia descrita

por Sarkissian e Schwartz (2007).

Page 91: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

91

4.1 Parâmetros de entrada

A primeira etapa para a elaboração do plano de negócios é a obtenção de

todos parâmetros relevantes para o plano de negócios

4.1.1 Área morfológica

Inclui as áreas morfológicas a serem atendidas pelo serviço de banda larga:

áreas densamente urbanas, urbanas, suburbanas e áreas rurais. É importante ter

informações para cada área morfológica do número de habitantes, residências e

empresas, tipo do terrreno (plano, montanhoso).

Para este plano pretende-se atender as seguintes áreas descritas na tabela

4.1.

Ambiente Area total (km²)

Denso urbano / urbano 187,06

Urbano / suburbano 519,62

Suburbano / rural 504,13

Total 1210,81

Tabela 4.1 – Perfil das áreas a serem atendidas

4.1.2 Espectro e largura de banda

Para uma operadora de rede sem fio, a propriedade do espectro é o seu ativo

mais importante. O custo do espectro é um dos ítens mais críticos do plano de

negócio. Um plano de negócios bem elaborado determina quanto uma futura

operadora pode ofertar pela aquisição do espectro de modo que haja um retorno de

rentabilidade esperado pelos investidores.

Para este plano é assumido uma largura de banda de 30 MHz (cada ERB terá

3 canais de 10 MHz) na faixa do espectro de 2,5 GHz.

Page 92: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

92

4.1.3 Área de cobertura – Engenharia de Rádio-freq uência

Para se determinar a área de cobertura de cada estação com o objetivo de

dimensionar a rede deve-se considerar o ambiente morfológico de cada estação, o

fator de sobreposição das ERBs, infra-estrutura de backhaul (fibra ou rádio SDH,

PDH ou ethernet).

As tabelas 4.2 e 4.3 apresentam o link budget genérico de uma rede WiMAX

em 2.5 GHz para o downwlink e uplink respectivamente. O modelo de propagação

usado é o SUI (Erceg e outros, 1999). As colunas A, B e C se referem ao ambiente

morfológico que podem ser referenciados aos ambientes urbano/denso urbano,

suburbano e suburbano/rural.

O link budget se refere a um terminal WiMAX (Smartphone ou laptop com

modem embutido) na borda da célula com taxas de 1.5 Mbps e 512 Kbps para

downlink e uplink respectivamente.

Parâmetros DownlinkA B C

Frequência de operação (MHz) 2500 2500 2500Reuso de frequência N =3 N =3 N =3Mobilidade Fixo Fixo FixoPotência de transmissão da ERB (dBm) 36 36 36Ganho MIMO + array 5 5 5Ganho da antena da ERB (dB) 17,5 17,5 17,5Perdas do jumper (dB) 0,5 0,5 0,5Ganho da antena do terminal de recepção (dBi) 0 0 0Sensibilidade do terminal de recepção (BPSK 1/2) (dBm) -96,5 -96,5 -96,5Margem de fading (90% de confiabilidade de área) (dB) 5 5 5Margem de interferência (dB) 3 3 3Perda de penetração em edifícios (dB) 18 15 8Máxima perda permitida (dB) 128,5 131,5 138,5Raio de cobertura baseado no modelo SUI (km) 0,85 1,25 2,1

Tabela 4.2 – Link Budget do downlink (1.5 Mbps na b orda da célula)

Page 93: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

93

Parâmetros UplinkA B C

Potência de transmissão do Terminal (dBm) 26 26 26Ganho de antena do terminal (dBi) 5 5 5Perdas do jumper de recepção da ERB (dB) 0,5 0,5 0,5Ganho de antena da recepção da BTS (dBi) 17,5 17,5 17,5Ganho de diversidade (dB) 2 2 2Ganho de array da antena 0 0 0Sensibilidade de recepção da ERB -99 -99 -99Margem de fading (90% de confiabilidade de área) (dB) 5 5 5Margem de interferência (dB) 3 3 3Perda de penetração em edifícios (dB) 18 15 8Ganho de sub-canalização (512 kbps na borda) 3 9 9Máxima perda permitida (dB) 126 135 142Raio de cobertura baseado no modelo SUI (km) 0,75 1,55 2,55

Raio efetivo de cobertura (km) 0,75 1,25 2,1Area de cobertura com fator de sobreposição (km²) 1,46 4,06 11,46

Tabela 4.3 – Link Budget do uplink (512 kbps na bor da da célula) e raio e

área efetivos de cobertura

O plano de negócios prevê a implantação de 300 estações rádio-base na

cidade de São Paulo (e possivelmente em alguma área da grande São Paulo)

conforme:

• Ambiente denso urbano / urbano: 128 estações

• Ambiente urbano / suburbano: 128 estações

• Ambiente suburbano / rural: 44 estações

Prevendo um nível consistente de sobreposição de cobertura entre as células,

as quantidades descritas acima atendem a necessidade de cobertura descritas na

tabela 4.1.

4.1.4 Premissas para capital de investimento – CAPE X

O CAPEX compreende o custo de aquisição e construção das estações e todo

o custo de aquisição e instalação das ERBs, equipamentos de energia, sistema de

backhaul de transmissão e rede Core (ASN, roteadores, servidor DHCP, servidor

AAA, servidor de bilhetagem, servidor NMS, CRM).

Page 94: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

94

1. Estações

A futura operadora de banda larga WiMAX pode desenvolver diferentes

estratégias de compartilhamento de estações para instalação de uma ERB WiMAX.

Pode-se compartilhar a estação, o shelter, antenas, backhaul de transmissão. Dinan

e Kettani (2004) apresentam diversas alternativas de comprtilhamento de recursos.

Para este plano, será usada a estratégia descrita na tabela 4.4

Estações Percentagem

sites novos 30%

sites próprios 30%sites comprtilhados 40%

Tabela 4.4 – Estratégia de uso das estações

O modelo de compartilhamento é o tradicional onde se compartilha o local

para instalação da ERB e a torre para instalação das antenas.

2. Espectro

O espectro pode ser cosiderado como o principal ativo da operadora.

Segundo pesquisa da Pyramid Research (2007), o preço médio mundial do espectro

por Megahertz pela população (PMP) é de US$0.007. Este preço tende a ser maior

nos mercados emergentes e menor nos países desenvolvidos.

O preço do espectro é um parâmetro altamente sensível para a determinação

do prazo de retorno do empreendimento. Um preço exageramente alto irá inviabilizar

o plano de negócio. Conforme artigo da revista Teletime (Agosto 2009 p. 11),

comenta-se que a compra da TVA pela Telefonica custou à operadora espanhola

entre R$ 1 bilhão e R$ 1,6 bilhão, e que metade referia-se à valorização das

frequências de MMDS (190 MHz na faixa de 2,5 GHz).

Page 95: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

95

Para este plano, será assumido um preço exageradamente maior pelo

espectro comparado a média mundial. Será assumido o preço de R$ 0,20 por

Megahertz pela população. Segregando para a cidade de São Paulo, o preço do

espectro será de R$ 66 milhões (para 30 MHz de largura de banda). Esse valor é

bem coerente com valor pago pela Telefônica ao adquirir 190 MHz de espectro com

a compra da TVA para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto

Alegre. Essas 4 cidades representam aproximadamente 21 milhões habitantes.

Entretanto, devido a necessidade de banda de guarda entre sistemas MMDS e

WiMAX, será assumido o valor de R$ 90 milhões para o espectro de 30 MHz na

cidade de São Paulo.

3. Estação Rádio Base e acessórios

A estação rádio base (ERB) é o elemento da rede responsável pela

comunicação do sistema WIMAX com os terminais dos usuários. O sistema

completo é composto pela ERB, cabos de RF, antenas e sistema de backaul de

transmissão. Essse último é responsável por transmitir o tráfego agregado dos

assinantes sob o domínio de uma ERB e transmíti-lo para o Core da rede.

Será assumido a necessidade de 210 links ponto a ponto de rádio sendo que

o restante da transmisão será disponibilizado for fibra óptica cujo custo será

assumido como custo operacional da rede. A tabela 4.5 apresenta os custos

esperados de aquisição da ERB e acessórios, antenas e links de rádio e material de

instalação.

ÍtemPreço unitário (R$) Número Preço total (R$)

ERB, acessórios e material de instalação 95.000 300 28.500.000

Antenas 600 1.800 1.080.000

Radio Digital - pto a pto (70% dos sites), acessórios e material de instalação 68.500 210 14.385.000

Total 43.965.000

Tabela 4.5 – Custos de aquisição de ERBs, antenas e links de rádio

Page 96: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

96

Será assumido os seguintes valores para os custos de instalação:

• ERB: R$ 8.000,00 por unidade

• Rádio: R$ 5.100,00 por link

4. Estação Rádio Base – Civil

A parte civil inclui todos os elementos necessários para adquirir e preparar a

estação para que se possa iniciar a instalação da ERB WiMAX. Inclui os custos de

aquisição da estação (aluguel ou compra), obras de infra-estrutura civil (fundação

em caso de instalação de torre ou poste, impermebialização e energização).

A tabela 4.6 exemplifica os custos envolvidos no cenário onde 30% das

estações são novas, 30% existentes e 40% compartilhadas.

ÍtemPreço unitário (R$) Número Preço total (R$)

Poste metálico (30% dos sites) 50.000 90 4.500.000

Fundação Poste metálico (30% dos sites) 80.000 90 7.200.000

Material instalação (civil) 5.000 90 450.000

Obra Civil geral 15.000 300 4.500.000

Custos de "site acquisition" 7.500 90 675000

Total 17.325.000

Tabela 4.6 – Custos de infra-estrutura civil assumi ndo sites novos para

30% dos casos

Page 97: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

97

5. Rede Core

O core da rede WiMAX é basicamente composto pelas entidades ASN (do

inglês Access Service Network) e CSN (Customer Service Network).

A entidade ASN inclui as funções necessárias para se prover o acesso rádio

aos terminais de acesso. A entidade ASN é composta pelos elementos ERB e ASN

Gateway.

A entidade CSN compreende os elementos AAA (entidade responsável pela

autentiticação, autorização e bilhetagem dos assinantes), DNS/DHCP (do inglês

domain name service and dynamic host configuration protocol. É uma entidade para

acesso à internet), HA (do inglês Home Agent e provê a função de um PDSN –

packet data serving node) e provê conectividade IP aos terminais dos assinantes..

O NMS (do inglês network management system) provê a função de operação,

administração e manutenção da rede. Será incluso também uma plataforma CRM

para gerenciamento do relacionamento com os assinantes e uma rede IP de

interconexão dos equipamentos.

A tabela 4.7 apresenta os valores das premissas usadas para a rede Core.

ÍtemPreço unitário (R$) Número Preço total (R$)

20 máquinas SUN V440 (principal e backup: AAA, Bilhetagem, DNS, CRM, NMS) 80.000 20 1.600.000

Plataforma CRM (software) 1.000.000 2 2.000.000

Plataforma AAA (Bridgewater or Metasolv) 150.000 2 300.000

Plataforma NMS (software) 500.000 4 2.000.000

Switch router (roteador da rede - 4 unidades) 103.700 4 414.800

Firewall 25.000 2 50.000Material de instalação para rede de interconexão de equipamentos 25.000 1 25.000

Total 6.389.800

Tabela 4.7 – Custos da rede Core

Page 98: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

98

6. Custos de implantação

Os custos de implantação referem-se aos custos de gerenciamento do projeto

e engenharia. Será assumido um custo de R$ 16 milhões para implantação em 18

meses.

4.1.5 Premissas para evolução da base de assinantes

No capítulo 2 foi elaborada uma análise para dimensionar a base de assinantes

de internet móvel para os próximos anos baseada em projeções de institutos de

pesquisa, análise do nível educacional da população brasileira e perfil dos

assinantes de internet móvel e também baseada no poder aqusitivo do perfil de

usuários de internet móvel. Todas as análises indicam que há ainda um grande

espaço para o crescimento da base brasileira de assinantes de internet banda larga

móvel. O resulatado mais pessimista é que há um espaço total de 4 milhões de

usuários de banda larga móvel no estado de São Paulo.

A previsão de diversos institutos de pesquisa (ver capítulo 2) é que o número

de assinantes de WiMAX no mundo irá variar entre 2% e 10% dos usuários de

banda larga 3G. Essa previsão limita a potencialidade do WiMAX. Por esse motivo a

estratégia do plano em relação aos assinantes é que uma operadora de telefonia

fixa ofereça um serviço adicional de banda larga móvel aos seus usuários. O

objetivo é também capturar usuários que não são o perfil típico do assinante de

internet móvel.

Esse plano se limitará a cidade de São Paulo onde se estima que haverá

capacidade de até 2 milhões de usuários de internet móvel nos próximos anos. O

objetivo será capturar 360 mil usuários conforme descrito abaixo.

1. Plano de serviços

A tecnologia WiMAX promete uma queda dramática no preço do megabit.

Isso, em adição a possibilidade de implantação rápida da rede e com o advento dos

laptops e smartphones com modem WiMAX embutidos (configuração de acesso a

Page 99: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

99

rede será “plug-and-play”), tudo isso proporcionará aos operadores uma grande

vantagem competitiva.

O plano de serviços proposto consiste em apresentar aos assinantes do

Speedy da Telefônica a possibilidade de terem além do serviço de internet fixa,

serviço móvel de acesso à internet por uma pequena quantia adicional no preço de

sua mensalidade.

A tabela 4.8 apresenta o plano de serviços.

Classe QoS OSR

Distribuição dos assinantes

Preço (R$)

Minimum 1500 25Maximum 5000 50Minimum 512 kbps 25Maximum 1500 kbps 50Minimum 256 kbps 25

Maximum 1000 kbps 50Silver Best Effort 512 kbps 50 50% 24,9

DL

Business 5% 129

Platinum 10% 44,9

Gold 35% 34,9

Tabela 4.8 – Plano de serviços (QoS: Quality of ser vice, DL: downlink, OSR:

oversubscription rate)

O parâmetro OSR informa a quantidade de sobrecarregamento projetada

para a rede. Isto é, o quanto se ultrapassa a máxima capacidade da rede se todos

os usuários acessarem a rede ao mesmo tempo com as taxas nominais

apresentadas na tabela 4.8. Valores típicos de sobrecarregamento estão entre 25 e

40.

O plano de negócios não considera os serviços adicionais de valor que a

operadora pode oferecer aos seus assinantes como download de vídeos e músicas,

distribuição de conteúdo como notícias online e programção específicas.

Conforme ANDRÉ RIEDEL e outros, diferentes meios de incentivo que

afetam a redução de consumo de banda larga em períodos de congestionamento

permitem aumentar a taxa de “overbook” de assinantes do projeto.

Page 100: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

100

2. Evolução do número de assinantes

O plano de evolução da base assinantes prevê:

• Média de 54 mil assinantes no primeiro ano

• Média de 144 mil assinantes no segundo ano

• Média de 230 mil assinantes no terceiro ano

• Mèdia de 300 mil assinantes no quarto ano

• Média de 360 mil assinantes no quinto ano

4.1.6 Premissas para operação da rede – OPEX

OPEX representa os custos para se manter a companhia em estado

operacional. Inclui os custos de operação da rede e planejamento, manutenção,

backhaul de transmissão, energia, aluguel, vendas, marketing, promoção e suporte

ao cliente.

Conforme os artigos do Fórum WiMAX, “Business Case Models for Fixed

Broadband Wireless Access based on WiMAX Technology and the 802.16 Standard”

(2004) e “WiMAX: The Business Case for Fixed Wireless Access in Emerging

Markets” (2005), se desenvolveu as premissas de custos de operação da rede

WiMAX. Nesses artigor não são citados os custos de acesso à internet. Estima-se

que os custos de acesso à internet variarão entre R$ 5 milhões e R$ 17 milhões por

ano.

A tabela 4.9 apresenta as premissas dos custos operacionais da rede

WiMAX.

Page 101: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

101

Ítem Premissa

Despesas de Vendas e Marketing 20% das receitas no primeiro ano caindo para 11% no quinto ano

Operação 10% das vendas no 1o ano, caindo a 7% no 5o ano

G & A 6% das vendas no 1o ano caindo a 3% no 5o ano

Manutenção 5.0% do CAPEX da ERB

Manutenção NMS 5% do CAPEX do NMS

Manutenção rádio 2.5% do CAPEX rádio

Aluguel de estação Média de R$ 1800,00 por estação

Provisão para maus pagadores 1.0% da receita

CRM manutenção 5% do CAPEX CRM

Manutenção da plataforma AAA 5% do CAPEX do AAA

Manutenção das máquinas SUN 5% do CAPEX das máquinas SUN

Despesas de Acesso à internet Variando de 5 milhões a 17 milhões por ano

Tabela 4.9 – Premissas de OPEX

4.2 Parâmetros de saída

Os principais parâmetros de saída do plano de negócios é o tempo de retorno

do investimento juntamente com taxa interna de retorno e o valor presente líquido.

A implantação da rede consumirá investimentos de R$ 94 milhões em

equipamentos e equipe de projeto. Serão necessários 65,7 milhões no ano zero e

28,3 milhões no primeiro ano de operação.

Serão necessários 18 milhões adicionais para operar a rede em seu primeiro

ano.

Baseado nas premissas descritas acima, estima-se em seis anos o tempo de

retorno para o investimento. É estimado uma TIR (taxa interna de retorno) de

11,56% no final do sétimo ano de operação da rede.

O desenvolvimento do plano de negócios de uma rede WiMAX é um processo

complexo e que consome muito tempo. As diversas variáveis envolvidas fazem com

que haja a necessidade de premissas consistentes e precisas.

A análise de sensibilidade do plano mostra que os ítens mais sensíveis são o

preço da licença do espectro e o preço do acesso a rede IP de internet.

Page 102: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

102

Conforme já comentado, este serviço é para se apresentar aos clientes de

banda larga fixa (por exemplo Speedy da Telefônica) de modo que a partir de uma

quantia adicional, estes assinantes passariam a ter também internet móvel. Esta

estratégia está alinhada aos estudos de LANOO e outros.

Page 103: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

103

5. IMPLANTAÇÃO DA REDE WiMAX

Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto,

serviço ou resultado exclusivo (PMOK 2004). Temporário significa que todos os

projetos possuem início e um final definidos.

Os projetos são um meio de organizar atividades que não podem ser

abordadas dentro dos limites operacionais normais da organização.

O PMBOK (do inglês Project Management Body of Knowledge) se tornou um

padrão amplamente usado por diversas organizações no mundo inteiro.

Juntamente com a Gestão de Projetos, a metodologia Seis Sigma têm sido

empregada por gerente de projetos e outros profissionais na busca de maior

eficiência e eficácia na implementação de projetos e na gestão dos negócios.

ISTEFANI C. de PAULA e outros (2006) comparam as abordagens de Gestão de

Projetos e metodologia Seis Sigma identificando semelhanças e diferenças.

Conforme WERKEMA, a metodologia Seis Sigma não é apenas uma outra

iniciativa de gerenciamento de projetos ou um programa de melhoria de processos

que utiliza conceitos antigos de uma maneira moderna. O Seis Sigma é uma

estratégia de melhoria contínua baseada nas informações estatísticas de dados

coletados em projetos e em operações nas organizações. Conforme ISTEFANI C. de

PAULA e outros (2006), na maioria dos projetos, a metodologia Seis Sigma é

conduzida por equipes lideradas por Black Belts ou Green Belts e é empregada

utilizando o método de melhoria de processos DMAIC (Define, Measure, Analyze,

Improve e Control). Conforme Eckes (2001), cada etapa significa:

1. Definir : definição de metas de melhorias para os diversos níveis da

organização entre elas melhoria dos índices financeiros da operação e dos projetos,

aumento de “market share”, melhorias no nível de produção e qualidade dos

serviços. Os problemas e as ineficiências atuais devems ser tratadas como

oportunidades de melhoria. Nesta fase se inicia o mapeamento do fluxo do valor.

Page 104: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

104

2. Medir: medir a eficiência e a eficácia do sistema atual utilizando métricas

confiáveis que permitirão monitorar o progresso através destas métricas. Nesta

etapa o mapeamento do fluxo do valor é completado.

3. Analisar : utilização de técnicas e ferramentas estatísticas para se

eliminar o abismo entre o desempenho atual e o nível de desempenho desejado

para o processo ou sistema. Determinar a raiz dos problemas e ineficiências.

4. Melhorar: encontrar métodos criativos baseados na raiz dos problemas

para melhoria dos processos que resultarão em uma maneira de se efetuar as

atividades de forma menos dispendiosa, mais rápida e mais segura. Implementar um

fluxo de processos de alta qualidade com tempo reduzido.

5. Controle: implementar o controle no novo sistema ou processo

implantado de forma a garantir que as melhorias se sustentem ao longo do tempo. O

controle deve ser efetuado tanto no nível tático como estratégico.

Conforme PETERKA (2005), a procura da causa raiz dos problemas, a

amplitude e precisão da metodologia Seis Sigma a diferencia do gerenciamento

típico de projetos. A metodologia Seis Sigma possui um modelo de Project Charter

muito bem definido que descreve o escopo do projeto, objetivos financeiros,

benefícios, marcos e outros. É fortemente baseada em dados e economias com um

forte controle (DMAIC) que efetua medidas específicas, identifica problemas

específicos e suas causas, e provê soluções específicas que possam ser

mensuradas. Em gerência de projetos, as organizações geralmente implementam

projetos sem um completo conhecimento de quais seriam os ganhos financeiros.

Conforme MUNIZ (2008), na implantação de um projeto deve-se considerar

que o principal objetivo é a geração de valor ao consumidor final provendo uma

margem de rentabilidade suficiente e competitiva ao capital alocado a este projeto.

Desta forma além do domínio das técnicas de processo (iniciação,

planejamento, execução, controle e finalização administrativa) e ferramentas de

gerenciamento de projetos, é estritamente necessário considerar os conceitos e

técnicas de análise de mercado, modelagem e avaliação dos riscos e retorno destes

Page 105: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

105

investimentos. Desta forma, o gerente de projetos deve considerar em suas

análises as decisões de investimento, financiamento e operacionais. A metodologia

Seis Sigma irá prover indicadores de desempenho de forma que a contínua

mensuração destes indicadores forneçam ao gerente de projetos subsídios para

tomadas de decisões rápidas e precisas.

5.1 Modelo Diamante

Um dos mitos mais comuns no mundo de gerenciamento de projetos é que

todos os projetos são semelhantes e que ferramentas e métodos similares podem

ser usados para todas as atividades do projeto. Este conceito errôneo levou vários

projetos a sucumbirem e gerou grandes desapontamentos em gerentes de projetos,

stakeholders e patrocinadores de projetos.

A realidade é que os projetos se diferenciam em muitos aspectos e que

poucas organizações reconhecem isto formalmente.

Conforme SHENHAR (2005), o modelo diamante consiste em quatro

dimensões que são inovação, complexidade, tecnologia e ritmo. Este trabalho têm

demonstrado como classificar os projetos e como adaptar o estilo de gerência para o

projeto correto. Exemplos de uso incorreto deste modelo foram os projetos do

aeroporto de Denver (subestimado o lado tecnológico),

A figura 5.1 contempla o Modelo diamante para o projeto descrito neste

trabalho.

Em termos de inovação, trata-se de uma plataforma, isto é, o usuário final terá

um produto (acesso à internet) que não é uma ruptura, isto é, a tecnologia

embarcada neste produto é transparente para o usuário (este quer acessar a

internet e ter mobilidade). Em termos de complexidade, este projeto se encaixa

como sendo um sistema, isto é, a implantação exigirá um número razoável de

interações na organização. Em termos de tecnologia, este projeto se encaixa como

high-tech pelo fato de nunca ter sido implementado pela organização e também pelo

fato do WiMAX ser uma tecnologia relativamente nova e considerada como ruptura

Page 106: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

106

por muitos autores como OHRTMAN (2005). O ritmo de implantação é rápido /

competitivo ( a grande maioria das implementações de redes celulares se encaixam

neste ritmo).

Figura 5.1 – Modelo Diamante da rede WIMAX

A partir desta análise, se define qual o estilo gerencial requerido para o projeto

assim como se proporciona uma maneira de identificar os maiores benefícios e

riscos do projeto. Neste projeto identifica-se a dimensão tecnologia com sendo high-

tech. Isto deve exigir um time de engenharia altamente treinado e experiente e um

time de gerência de projetos consciente desta faceta do projeto onde serão

necessários testes acima da média de outros projetos e grande habilidade do

gerente de projetos quanto a comunicação e interação com a equipe do projeto. Isto

exige um dimensionamento consciente do orçamento para estas atividades assim

como uma estimativa realista de prazo para a entrega da rede.

Low tech

Medium tech

High tech

Super high tech

Derivativo Plataforma Ruptura

MontagemSistemaGrande

Sistema

Regular

Rápido/Competitivo

Crítico

Blitz

Inovação

Ritmo

Tecnologia

Complexidade

Low tech

Medium tech

High tech

Super high tech

Derivativo Plataforma Ruptura

MontagemSistemaGrande

Sistema

Regular

Rápido/Competitivo

Crítico

Blitz

Inovação

Ritmo

Tecnologia

Complexidade

Page 107: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

107

5.2 Project Charter – Termo de Abertura do Projeto

Segundo o PMBOK, o termo de abertura do projeto é o documento que

autoriza formalmente um projeto e que concede ao gerente de projetos a autoridade

para a aplicação de recursos da organização no projeto. O termo de abertura trata

principalmente da documentação das necessidades do negócio, da justificativa do

projeto, das necessidades do cliente, e do novo produto, serviços, ou resultado que

devem atender a estes requisitos

O termo de abertura do projeto deve abordar as seguintes informações:

• Requisitos que satisfaçam as necessidades, desejos e expectativas do

cliente, do patrocinador e de outras partes interessadas

• Necessidades de negócios, descrição de alto nível do projeto ou requisitos do

produto para o qual o projeto é realizado

• Objetivo ou justificativa do projeto

• Gerente de projetos designado e nível de autoridade atribuída

• Cronograma de marcos sumarizado

• Influência das partes interessadas

• Organizações funcionais e sua participação

• Premissas organizacionais, ambientais e externas

• Restrições organizacionais, ambientais e externas

• Caso de negócios justificando o projeto, incluindo o retorno sobre o

investimento

• Orçamento sumarizado

Page 108: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

108

Informações Resposta Problema ou oportunidade Oportunidade de oferecer serviços de internet móvel para assinantes de

banda larga fixa. Desta forma, competir com redes 3G. Proposição para resolver o problema ou aproveitar a oportunidade

Implantar uma rede wireless de banda larga utilizando a tecnologia WIMAX na cidade de São Paulo consistindo de 300 ERBs atendendo uma área mínima de cobertura de 1200 km Observação: O plano de negócios prevê que 42,5% das estações serão instaladas em área densa urbana/urbana, 42,5% em área urbana/suburbana e 15% em área suburbana/rural. Meta: Atingir 360 mil assinantes após 5 anos de operação

Tipo de projeto Inovação: plataforma; Tecnologia: high-tech; Complexidade: sistema; Ritmo: rápido / competitivo

Critérios de sucesso Prazo de 18 meses Orçamento estimado em R$65,7 milhões de reais no primeiro ano mais R$ 28,3 milhões no segundo ano (Total: R$ 94 milhões) Cumprimento do Escopo do Projeto e Meta pré-estabelecida (Número de assinantes). Estimativa de TIR de 11.59% no final do sétimo ano de operação

Partes interessadas Descrição dos envolvidos no projeto como patrocinadores, stakeholders, equipe do projeto, patrocinadores, fornecedores, agentes fiscalizadores, agentes imobiliários, usuários

Descrição do projeto - Escopo

Definição das 300 localidades – para futura instalação das estações rádio-base WiMAX e para instalação da Rede Core. Obs.: o número de estações que serão construídas, da fundação até a estação rádio-base, será de 30%. O numero de 40% das estações serão compartilhadas e 30% das estações serão existentes Definição dos Fornecedores para aquisição dos insumos que irão compor a matriz da estação central rádio-base e as demais estações. Ex.: Estação rádio base (ERB) WiMAX, antenas, rádios digitais, cabeamento e Core da rede: equipamentos de controle das ERBs (ASN e CSN), roteadores, máquinas necessárias para construção de rede IP (servidores DHCP, DNS, bilhetagem, segurança) e plataforma CRM.

Descrição do projeto – Critérios de aceitação

Instalação, configuração e testes de toda a infra-estrutura. As 300 ERBs deverão proporcionar uma área de cobertura de pelo menos 1200 km² e cada ERB deverá proporcionar quando totalmente carregada uma capacidade de escoamento de 45 Mbps

Descrição do projeto – Dependências externas

Aprovação da Prefeitura dos projetos de instalação e obral civil das estações. Receita Federal: pode haver greves e também alguns insumos são importados podendo gerar conflitos tributários retardando o processo para o desembaraço alfandegário. Órgãos Reguladores (Ex.: ANATEL – laudos de emissões eletromagnéticos e a garantia de disponibilizar o espectro limpo para o projeto) Câmbio U$: Cotação do dólar entre R$2,00 a R$2,20.

Descrição do projeto - Premissas

Disponibilidade de recursos humanos para as diversas necessidades da empresa. Especial atenção para a equipe de gerenciamento de projetos que deve incluir pessoal experiente e certificado devido a presença de diversas atividades simultâneas no projeto e diversas aquisições. Os projetos civis das estações deverão ser aprovados na prefeitura por um período máximo de 20 dias. O número total médio de usuários no sexto ano de operação da rede deverá estar próximo a 360 mil assinantes. Para que esta condição seja satisfeita, espera-se que o crescimento da economia brasileira seja no mínimo maior que 4% nos próximos 5 anos. As ERBs serão adquiridas de um fornecedor que atenda os prazos requeridos e cujas características técnicas deste produto estejam de acordo com o padrão da tecnologia WiMAX. Este fornecedor provavelmente fornecerá também o ASG (controladora das ERBs), NMS (gerência das ERBs), terminais dos

Page 109: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

109

assinantes, antenas, cabos, roteadores, firewall, plataforma AAA (autenticação dos usuários), CRM e o serviço de checagem do espectro. Durante a operação da rede, os custos de acesso IP à internet irão cair 10% ao ano.

Descrição do projeto – Restrições

Regulatório (Anatel, prefeituras, Comar), orçamentária, tempo

Tabela 5.1 – Termo de Abertura do Projeto

5.3 Detalhamento do Escopo – WBS (Work Breakdown St ructure) ou EAP

(Estrutura Analítica do Projeto)

A EAP faz parte do processo de gerenciamento do escopo do projeto assim

como o planejamento do escopo, a definição do escopo, a verificação do escopo e o

controle do escopo.

Conforme o PMBOK 2004, a EAP é a subdivisão das principais entregas do

projeto e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente

gerenciáveis. Desta forma se aumenta a precisão das estimativas de orçamento,

prazo, recursos e controle das entregas do projeto. A EAP permite então atribuir

tarefas e responsabilidades, identificar interfaces e eventos, controlar e programar o

projeto e orientar o fluxo de informações do Segundo o PMBOK 2004, para verificar

se a decomposição está correta, é preciso determinar se os componentes de nível

mais baixo da EAP são os necessários e suficientes para o término das entregas de

nível mais alto correspondentes.

A técnica de decomposição para se construir uma EAP leva à uma estrutura

de árvore, onde cada nível detalha os itens do nível superior até alcançar o nível de

pacotes de trabalho que podem ser atribuídos aos responsáveis pela sua execução.

A figura 5.2 mostra um exemplo de EAP para o Projeto de implantação de rede

WIMAX.

Page 110: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

110

Figura 5.2 – EAP: implantação de rede WiMAX

5.4 Planejamento – Estimativa das atividades

Após a definição das atividades pela EAP, deve-se efetuar a estimativa de

esforço para cada uma das atividades. A definição da estimativa das atividades é

uma parte difícil de um projeto, especialmente em situações onde as atividades são

novas. Existem diversas técnicas e ferramentas que podem ajudar a criar

estimativas, como Wide Band Delphi, o software Construx Estimate e o PERT.

Para o projeto proposto, baseado em informações históricos de projetos de

redes celulares, pode-se estimar o esforço necessário para cada uma das atividades

descritas na EAP.

Deve-se enfatizar que o esforço descrito a seguir corresponde somente as

atividades da operadora de WiMAX. No exemplo a seguir, a operadora será

Page 111: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

111

responsável pelas atividades do projeto preliminar de engenharia (a), do projeto final

de engenharia parte 1 (b), contratação do fornecedor de equipamento (k),

contratação da empresa de site acquisition (i) e contratação de obra civil (l). Todas

as demais atividades serão de responsabilidade do fornecedor de equipamentos

(fornecimento de ERB, rádios digitais, rede Core incluindo máquinas Sun, instalação

destes equipamentos, configuração, integração e otimização destes equipamentos e

da rede), empresa de site acquisition (encontrar sites conforme projeto preliminar de

engenharia e negociá-los) e empresa de obra civil (elaboração dos projetos de obra

civil, aprovação nos órgãos responsáveis e execução de obra). A operadora de

WiMAX irá participar destas atividades provendo informações necessárias para a

elaboração de todos os projetos necessários. A tabela 5.2 apresenta um sumário

das responsabilidades.

Empresa Responsabilidades

Fornecedor de equipamentos Fornecimento de ERB, rádios digitais, antenas, cabos e acessórios de RF, rede Core (incluindo máquinas Sun e softwares para AAA, DHCP/DNS, NMS, bilhetagem, CRM, roteadores, firewall) , instalação destes equipamentos, configuração, integração e otimização destes equipamentos e da rede. Responsável pelo embarque dos equipamentos e toda logística de armazenamento e envio para os sites do projeto

Empresa de site acquisition Prospecção de sites e interfaceamento com engenharia da operadora. Preparação de toda parte legal para elaboração de contratos de aluguel

Empresa de obra civil Elaboração dos projetos, envio para aprovação e execução de obras civil.

Tabela 5.2 – Sumário das responsabilidades

Para este caso, iremos estimar duração e esforço e obter assim os recursos

necessários para a implementação do projeto.

Calcula-se uma necessidade de 1080 homens-semana para o time da

operadora distribuídos entre engenharia, marketing, comercial, gerenciamento de

projetos, instalação. Isto nos dá uma média de 14 recursos durante 1,5 ano de

trabalho.

Page 112: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

112

5.5 Planejamento – Seqüência das atividades

Ao mesmo tempo em que são estimadas as durações e os recursos das

atividades, é possível montar a seqüência das atividades.

Conforme o PMBOK 2004, o seqüenciamento de atividades envolve a

identificação e documentação dos relacionamentos lógicos entre as atividades do

cronograma. As atividades do cronograma podem ser seqüenciadas logicamente

usando as relações de precedência adequadas, além de antecipações e atrasos,

para dar suporte ao desenvolvimento posterior de um cronograma do projeto realista

e alcançável.

A partir do seqüenciamento das atividades, é possível determinar o caminho

crítico. O método do caminho crítico calcula as datas teóricas de início e término

mais cedo, e de início e término mais tarde, de todas as atividades do cronograma,

sem considerar as limitações de recursos.

A figura 5.3 lista um exemplo de seqüenciamento de atividades do projeto

WiMAX

Figura 5.3 – Sequenciamento do projeto WiMAX

Page 113: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

113

5.4 Riscos

O plano do projeto inclui premissas sendo que estas embutem riscos. Deve-se

então gerenciar estes riscos de forma a aumentar a probabilidade e o impacto de

eventos positivos e diminuir a probabilidade e o impacto de eventos pessimistas.

Conforme o PMBOK 2004, o gerenciamento de riscos do projeto inclui os processos

que tratam da identificação, análise, respostas, monitoramento e controle e

planejamento do gerenciamento de riscos em um projeto sendo que a maioria

destes processos é atualizada durante todo o projeto.

Os riscos devem então ser identificados e priorizados. Decisões devem ser

tomadas para se evitar e mitigar os principais riscos. A alocação de recursos deve

ser efetuada para a elaboração de planos de contingências contra estes riscos.

Existem também os riscos imprevisíveis que demandam a construção de um sistema

gerencial robusto que seja capaz de lidar com o desconhecido e inesperado.

As tabelas 5.3 e 5.4 apresentam os riscos identificados e possíveis ações

mitigatórias na implantação de uma rede WiMAX.

Evento Probabilidade Impacto Ações

Chuvas acima da média baixa altoTrabalhar com plano de priorização das estações desde o início do projeto

Apreciação do dólar alta alto

Transferir o risco para o fornecedor, isto é, fechar contrato baseado em dólar fixo e /ou fechar hedge cambial

Greve na alfândega média altoCronograma já inclui folga para uma possível greve ( 3 a 6 semanas)

Crescimento da economia abaixo de 5% nos próximos 6 anos média alto

Aceitar o risco. Crescimento menor causará um período maior de payback e uma menor TIR

Não-redução do preço do terminal em 10% ao ano baixa alto

Caso isto não aconteça, haverá impacto no plano de negócios com redução do número previsto de assinantes. Plano é trabalhar com expectativas menores (contratar menos banda da Telefonica/Embratel, etc)

Custos de acesso IP à internet não decrescentes baixa alto

Caso isto não aconteça, haverá impacto no plano de negócios com redução do número previsto de assinantes. Minimiza-se o impacto com plano e controle rígidos sobre tráfego dos assinantes

Atraso da aprovação dos projetos de obra civil - Prefeituras média alto

Trabalhar com plano de priorização das estações desde o início do projeto

Plano de Respostas à riscos - contingência

Tabela 5.3 – Plano de resposta à riscos - contingên cia

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114

Evento Probabilidade Impacto Ações

Gerencial: diversas atividades ocorrendo simultaneamente média alto

Reforçar time de gerência de projetos com profissionais certificados e experientes (colocar no escopo do projeto)

Atraso/dificuladade na aquisição das estações média alto

Priorizar aquisições conforme estudo de demanda de tráfego

Má qualidade do produto e serviços comprados média alto

Usar critério rígido na RFP incluindo multas por não atendimento de prazos e índices de qualidades (KPIs), consultar operadoras que compraram serviços e produtos deste fornecedor

Plano de Respostas à riscos - preventiva

Tabela 5.4 – Plano de resposta à riscos - preventiv a

Os riscos devem ser priorizados baseado no produto probabilidade versus

impacto. O gerente de projetos deverá focar os riscos cujo produto probabilidade

versus impacto são maiores.

5.5 Ajustes

Conforme o PMBOK 2004, os caminhos críticos têm uma folga total nula ou

negativa. Podem ser necessários ajustes nas durações das atividades,

relacionamentos lógicos, antecipações e atrasos ou em outras restrições do

cronograma para produzir caminhos de rede com uma folga total positiva ou nula.

As restrições de recursos e custos também exigem ajustes na programação

para que esta se adapta as condições reais da organização.

O PMBOK 2004 cita algumas técnicas de ajustes da programação entre elas a

compressão de duração (Crashing: Técnica que consiste na alocação de recursos

adicionais, horas extras e simplificação do escopo) e o paralelismo (fast tracking).

Baseado em experiências de projeto, o conceito de encaixar a programação

dentro de um prazo pré-determinado sem conhecer os problemas, oferecem pouca

ou nenhuma chance de se ter um projeto bem sucedido. Para maximizar a

probabilidade de sucesso, o planejador deve estabelecer inicialmente uma data de

término dentro da realidade usando o caminho crítico e não através de uma decisão

arbitrária, e então comprimir o prazo usando técnicas de gestão de recursos e

Page 115: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

115

análise de risco. O plano deve também acomodar as incertezas na execução das

atividades para assegurar o término no prazo. Se após este processo, a data inicial

prevista não puder ser atingida através de um plano factível, o sponsor e o cliente

devem ser avisados.

Page 116: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

116

6. APÊNDICE A – TECNOLOGIA WIMAX

6.1 Introdução

A tecnologia WIMAX (do inglês Worldwide Inter-operability for Microwave

Access) também conhecida como 802.16 é uma tecnologia de acesso sem fio para

transmissão dados desenvolvida com o objetivo de superar as dificuldades e não

confiabilidade de transmissão sem fio. Isto é, o WiMAX foi desenvolvido para tratar

do principal obstáculo comumente observado no ambiente wireless que é a

qualidade de serviço (QoS).

O WiMAX proporciona capacidade maiores que os oferecidos pela tecnologia

WiFi e as tecnologias 3G CDMA 1xEV-DO e HSPDA (Yarali e outros, 2008).

Dois padrões foram desenvolvidos pelo grupo de trabalho do IEEE 802.16: o

modelo fixo ou nomádico chamado de 802.16d e o modelo móvel chamado de

802.16e.

O surgimento nas redes WiFi nos últimos anos demonstrou que o acesso sem

fio em redes de dados é algo plenamente factível. Com o avanço nas tecnologias de

rádio-frequência, dos algoritmos de codificação, do protocolo MAC (do inglês

Medium access control, isto é, controle de acesso ao meio) e as técnicas de

processamento de pacotes IP possibilitaram o surgimento da tecnologia WIMAX cuja

capacidade e raio de cobertura são bem maiores que os da rede WiFi.

Houve um certo exagero na mídia quanto a capacidade e alcance da

tecnologia WIMAX. Teoricamento um sinal WiMAX pode alcançar até 50 km de

distância (Ohrtman, 2005) numa configuração ponto a ponto ou até 6.4 km em uma

configuração ponto – multiponto em ambiente NLOS (sem linha de vista, do inglês

Non line-of-sight). Neste artigo, será comentado que o raio de cobertura de uma

célula WiMAX na configuração ponto- multiponto em ambientes tipicamente urbanos

e suburbanos é menor que 6.4 km.

Uma pergunta freqüente é sobre a capacidade de throughput de uma célula

WiMAX. A capacidade está diretamente relacionada ao canal usado. Como regra

Page 117: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

117

básica pode-se dizer que a capacidade máxima de um setor de uma ERB é em torno

de 3.5 vezes a largura do canal.

Este artigo irá descrever os fatores chaves para se efetuar um plano de

negócios para a implementação de uma rede WIMAX assim como os passos para a

implementação desta rede, desde o gerenciamento da implementação, aspectos

técnicos, gerenciamento de riscos, cronograma, estimativas de orçamento e outros

fatores.

6.2 Arquitetura de Rede

Uma rede WIMAX é basicamente composta pelas entidades ASN (do inglês

Access Service Network) e CSN (Customer Service Network).

A entidade ASN inclui as funções necessárias para se prover o acesso rádio

aos terminais de acesso (CPEs) provendo transferência de messagens de

autenticação, autorização e bilhetagem. O ASN provê também o gerenciamento dos

recursos de rádio e mobilidade.

A entidade ASN é composta pelos elementos ERB e ASN Gateway.

A entidade CSN compreende os elementos AAA (entidade responsável pela

autentiticação, autorização e bilhetagem dos assinantes), DNS/DHCP (do inglês

domain name service and dynamic host configuration protocol que é uma entidade

para acesso à internet), HA (do inglês Home Agent e provê a função de um PDSN –

packet data serving node) e provê conectividade IP aos CPEs.

O NMS (do inglês network management system) provê a função de operação,

administração e manutenção da rede.

A Figura 6.1 exemplifica uma rede WiMAX ponto-a-ponto.

O padrão 802.16 define a camada física (camada 1) e camada MAC (camada

2) do modelo OSI. A camada física é responsável pela transmissão e recepção dos

símbolos OFDM (do inglês Orthogonal frequency division multiplexing). A técnica

OFDM consiste em dividir o canal de transmissão em várias sub-portadoras

Page 118: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

118

conforme mostrado na Figura 6.2. Isto proporciona robustez em relação ao fading e

multipath.

Figura 6.1 – Topologia WIMAX ponto-a-ponto

GuardSub-carriers

PilotSub-carriersData

Sub-carriersDC

Sub-carrier

GuardSub-carriers

PilotSub-carriersData

Sub-carriersDC

Sub-carrier

Figura 6.2 – Canal WIMAX com suas várias sub-portadoras

SiSi

R ede de d is tribuição IP

Rede de dis trib uição IP

IP IP

S ervidorAAA

DNS/DHCP

M obile Home

Agent (H A)

BorderGateway

L2/L3 S witch

inte rn etinternet

ASN

ASNGateway

CSNGateway

CSNERB

ERB

ERB

B ilhetagem

E M S/NM S

CPE

SiSi

R ede de d is tribuição IP

Rede de dis trib uição IP

IP IP

S ervidorAAA

S ervidorAAA

DNS/DHCPDNS/

DHCPM obile Home

Agent (H A)

M obile Home

Agent (H A)

BorderGateway

L2/L3 S witch

inte rn etinternet

ASN

ASNGateway

CSNGateway

CSNERB

ERB

ERB

B ilhetagem

E M S/NM S

CPE

Page 119: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

119

O padrão WIMAX define dois métodos de utilização do espectro de

freqüências chamados de TDD (do inglês Time Division Duplexing) e FDD (do inglês

Frequency Division Multiplexing)

O sistema FDD utiliza uma banda para transmissão e uma outra banda para

recepção em uma maneira semelhante as redes celulares.

O método TDD compartilha uma única banda de espectro para a transmissão

e recepção dos sinais de radio-frequência. Este método tem sido o mais empregado

atualmente e requer um estudo minucioso dos sistemas vizinhos no espectro de

freqüência. Requer informações das máscaras espectrais dos transmissores das

ERBs e CPEs, informações das cavidades de filtros das ERBs, sensibilidade de

recepção das ERBs e CPEs, parâmetros de antenas, cabos de RF e o uso de

fatores probabilísticos. Toda esta informação é necessária para se dimensionar as

bandas de guardas entre sistemas TDD de fabricantes diferentes ou entre sistemas

TDD e FDD.

Outro aspecto importante do TDD é a necessidade de que todas as ERBs da

rede sejam sincronizadas por GPS já que o sistema é baseado em quadros de

downlink, tempo de guarda, quadro de uplink, tempo de guarda e assim por diante.

O GPS irá permitir que todas as ERBs tenham a mesma referência de tempo

evitando que uma ERB interfira em outra.

Uma feature muito associada ao WIMAX e amplamente divulgada é a técnica

de antenas chamada de MIMO (do inglês Multiple input multiple output). O MIMO se

refere a utilização de mais um rádio e antenas em cada extremidade de um link de

comunicação, proporcionando ganhos em raio de cobertura (MIMO matriz A) ou em

taxas de transmissão (MIMO matriz B).

A camada MAC (do inglês Medium access control) é responsável pelo

estabelecimento de conexão entre o usuário e a rede e pelo gerenciamento das

bandas destes usuários.

Page 120: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

120

7. APÊNDICE B - TECNOLOGIA LTE

A tecnologia LTE (do inglês Long Term Evolution) é a chamada quarta geração

da telefonica celular.

O LTE está se tornando real com o ínicio das primeira implantações no mundo.

Os primeiros lançamentos comerciais devem acontecer em 2010. com as

implantações da NTT DoCoMo (Japão), Verizon (EUA) e TeliaSonera (Suécia).

Olhando por uma perspectiva mercadológica faz sentido as operadores de

telefonia iniciarem implantações agressivas com prazos curtos para que seus

usuários possam desfrutar dos benefícios desta nova tecnologia em um área ampla.

Por outro as características do LTE não permitem uma substituição radical das redes

3G sem impacto no SMS e nas redes de voz.

A disponibilidade ainda timida de dispositivos de acesso (os primeiros

dispositivos devem ser chaves USB para serviços de dados somente) também inibe

uma implantação agressiva de uma rede LTE.

Também deve-se comentar que uma implantação agressiva de uma rede LTE

visando a substituição das redes 3G será dispendiosa e com poucas evidências

claras de receitas compatíveis que justifiquem o plano de negócios.

O uso de técnicas como o MIMO (multiple input multiple output), modulação 64

QAM (quadrature amplitude modulation) e a flexibilidade da largura do espectro

torna o planejamento do projeto da rede mais complexo que o planejamento de uma

rede 3G.

Até o momento não há uma vantagem explícita para o usuário final quando se

compara o LTE com o 3G. Vantagens futuras virão do desenvolvimento de

aplicativos que exigirão mais banda e velocidades das conexões.

Para uma operadora, as vantagens do LTE são a maior capacidade (mais

usuários e sessões de dados quando comparado com as redes 3G) e a previsão de

gradne eficiência na operação da rede visto que a arquitetura é voltada para o

mundo IP.

Em relação ao plano de negócios, os seguinte ítens são cruciais:

Page 121: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

121

• Custo da licença do espectro

• Desconfiança do mercado financeiro em relação à viabilidade do LTE no

curto prazo, as eficiências de operação da rede e a co-existência com

as redes 3G.

Page 122: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

122

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Page 126: Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1

126

9. GLOSSÁRIO

2G: A telefonia móvel de segunda geração (2G) não é um padrão ou um

protocolo estabelecido, é uma forma de nomear a mudança de protocolos de

telefonia móvel analógica para digital. São considerados sistemas 2G: TDMA (Time

Division Multiple Access) e CDMA (Code Division Multiple Access)

A chegada da segunda geração de telefonia móvel foi por volta de 1990 e seu

desenvolvimento deriva da necessidade de poder ter um maior número de ligações

simultâneas praticamente nos mesmos espectros de radiofreqüência assignados à

telefonia móvel (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/2G)

3G: é a terceira geração de padrões e tecnologias de telefonia móvel,

substituindo o 2G. É baseado na família de normas da União Internacional de

Telecomunicações (UIT), no âmbito do Programa Internacional de

Telecomunicações Móveis (IMT-2000). As tecnologias 3G permitem às operadoras

da rede oferecerem a seus usuários uma ampla gama dos mais avançados serviços,

já que possuem uma capacidade de rede maior por causa de uma melhora na

eficiência espectral. Entre os serviços, há a telefonia por voz e a transmissão de

dados a longas distâncias, tudo em um ambiente móvel. Normalmente, são

fornecidos serviços com taxas de 5 a 10 Megabits por segundo. A característica

mais importante da tecnologia móvel 3G é suportar um número maior de clientes de

voz e dados, especialmente em áreas urbanas, além de maiores taxas de dados a

um custo incremental menor que na 2G. O 3G é também chamado de UMTS e W-

CDMA (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/3G)

ARPU: é a abreviação de Average Revenue Per User ( Receita média por

usuário). É o indicador utilizado para avaliar o desempenho de uma prestadora de

serviços de telecomunicações.

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127

Backhaul da ERB: meio de transimissão da ERB. É o meio por onde são

escoadas as informações dos usuários da ERB para o core da rede WiMAX. Os

meios mais comuns são rádio e fibra óptica.

Cable Modem: tecnologia que utiliza as redes de transmissão de TV por cabo

convencionais (chamadas de CATV - Community Antenna Television) para transmitir

dados em velocidades que variam de 70 Kbps a 150 Mbps, fazendo uso da porção

de banda não utilizada pela TV a cabo (fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cable_modem)

CAGR: do inglês compound annual growth ratio. É a taxa de crescimento

annual média de um investimento

CDMA: (Code Division Multiple Access) Acesso Múltiplo por Divisão de

Código. Método de transmissão digital utilizado em sistemas celulares de segunda e

terceira geração. No CDMA cada ligação recebe um código que a estação móvel

utiliza para identificar quais sinais no espectro lhe dizem respeito.

Downlink : elo de comunicação da estação rádio base para o assinante

DSL: Digital Subscriber Line (simplesmente DSL ou ainda xDSL) é uma família

de tecnologias que fornecem um meio de transmissão digital de dados, aproveitando

a própria rede de telefonia que chega na maioria das residências. As velocidades

típicas de download de uma linha DSL variam de 128 kilobits por segundo (kbps) até

24 Mbits/s dependendo da tecnologia implementada e oferecida aos clientes. As

velocidades de upload são menores do que as de download para o ADSL e são

iguais para o caso do SDSL (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dsl)

EDGE: é uma tecnologia digital para telefonia celular que permite melhorar a

transmissão de dados e aumentar a confiabilidade da transmissão de dados.

Embora o EDGE seja tecnicamente uma tecnologia da 3ª Geração, geralmente é

classificada como um padrão 2,75G, já que é uma melhoria feita nas redes 2,5G

(GPRS) e não a criação de um sistema propriamente dito (fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/EDGE).

ERB: equipamento que faz a interface rádio entre os usuários e a rede WiMAX

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128

Fading: desvanecimento na propagação de um sinal eletromagnético. São

atenuações que ocorrem em função do coordenada temporal ocasionadas por

obstruções no caminho da propagação e efeitos de multi-percursos do sinal

propagado (multipath).

Feature: são características técnicas de um produto. Uma feature que

diferencia o WiMAX de outras tecnologias é o MIMO

FTTH: (acrônimo de Fiber-to-the-Home - Fibra para o lar) é uma tecnologia de

interligação de residências através de fibra ópticas para o fornecimento de serviços

de TV digital, Radio Digital, acesso à Internet e telefonia. A fibra óptica é levada até

as residências, em substituição aos cabos de cobre ou cabos coaxiais (utilizados em

televisão a cabo). As residências são conectadas a um ponto de presença da

operadora de serviços de telecomunicações (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/FTTH)

GPRS: Serviço de Rádio de Pacote Geral é uma tecnologia que aumenta as

taxas de transferência de dados nas redes GSM existentes. Esta permite o

transporte de dados por pacotes (Comutação por pacotes). Sendo assim, o GPRS

oferece uma taxa de transferência de dados muito mais elevada que as taxas de

transferência das tecnologias anteriores, que usavam comutação por circuito, que

eram em torno de 12kbps. Já o GPRS, em situações ideais, pode ultrapassar a

marca dos 170kbps. No entanto na prática, essa taxa está em torno dos 40 kbps.

GSM: é a abreviação de Global System for Mobile Communications, ou

Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM: originalmente, Groupe Special

Mobile) é uma tecnologia móvel e o padrão mais popular para telefones celulares do

mundo. O GSM diferencia-se muito de seus antecessores sendo que o sinal e os

canais de voz são digitais, o que significa que o GSM é visto como um sistema de

telefone celular de segunda geração (2G). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/GSM

HSPA: é a abreviatura de High Speed Packet Access. É, nas palavras do

fórum UMTS, um termo genérico para designar avanços na tecnologia UMTS [19].

Mais precisamente, esses avanços são maior velocidade de acesso à rede, aumento

da capacidade da rede e melhor transmissão de dados. Conhecido também pelo

nome 3.5G, o HSPA é baseado na tecnologia UMTS. O HSPA é a junção de duas

melhorias: na taxa de download (chamada HSDPA - High Speed Downlink Packet

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Access) e na taxa de upload (HSUPA – High Speed Uplink Packet Access). O

HSDPA foi especificado no Release 5 do 3GPP, enquanto o HSUPA no Release 6.

Ambos podem ser implementados no canal de 5 MHz usado pelo UMTS (fonte:

http://www.gta.ufrj.br/grad/09_1/versao-final/umts/hspa.html)

IPC: Índice de potencial de consumo. É um indicador que atribui a cada

município a sua participação percentual no potencial total de consumo do país.

Link Budget: soma dos ganhos e perdas em um link de comunicação.

Considera ganhos e perdas de cabos, conectores, antenas, sensibilidade de

receptores, potência dos transmissores. A partir do link budget se determina o raio

de cobertura de uma estação rádio base. Se efetua cálculos para o link direto

(downlink) e link reverso (uplink).

LTE: é a abreviação de Long Term Evolution. É a tecnologia móvel que

proporcionará as operadores de telefonia as vantagens das velocidades de dados

mais rápidas e novos serviços, criando uma nova tecnologia de acesso por rádio

otimizada para o tráfego IP. Embora o LTE e WiMAX utilizam ambos uma interface

aérea OFDMA, o LTE tem a vantagem de ser compatível com recursos existente nas

redes HSPA e GSM, permitindo com que as operadoras móveis possam continuar a

implantar a prestação de um serviço sem descontinuidades em toda a rede LTE e as

redes já existentes (fonte: http://www.lteforum2009.com/port/index-pt.php e

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lte)

MIMO: Multiple-input and multiple-output. É uma tecnologia de antenas que

tem como objetivo estender a cobertura e ou aumentar a capacidade de velocidade

de uma ERB. Esta técnica é usada pelas tecnologias WiMAX e LTE.

Multipath: ver definição de fading

Smartphone: telefone celular com funcionalidades avançadas, acesso à

internet e sistema operacional

Throughput : (ou taxa de transferência) é a quantidade de dados transferidos

de um lugar a outro, ou a quantidade de dados processados em um determinado

espaço de tempo, pode-se usar o termo throughput para referir-se a quantidade de

dados transferidos em discos rígidos ou em uma rede, por exemplo; tendo como

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unidades básicas de medidas o Kbps, o Mbps e o Gbps. O throughput pode ser

traduzido como a taxa de transferência efetiva de um sistema (fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Throughput)

UMTS: é uma abreviação de Universal Mobile Telecommunications System. É

uma tecnologia de redes celulares de terceira geração (3G) com compatibilidade

com o núcleo da rede GSM/GPRS que utiliza o padrão CDMA de interface aérea.

Uplink : elo de comunicação do assinante para a estação rádio base

USB: (Universal Serial Bus) é um tipo de conexão Plug and Play que permite a

conexão de periféricos sem a necessidade de desligar o computador.