seminário nacional de saúde e segurança do trabalhador e da

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Realização Fórum Sindical e Popular de Minas Gerais Apoio Fórum Nacional das Centrais Sindicais em Saúde do Trabalhador Seminário Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador e da Trabalhadora: Desafios e Perspectivas Audiência Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho da Tragédia da Samarco 26 a 28 de abril de 2016 • Minas Gerais PROGRAMAÇÃO DIA 26 DE ABRIL 14h30 - Visita à Bento Rodrigues Mariana/MG DIA 27 DE ABRIL SEMINÁRIO NACIONAL DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS Local: Auditóriodo Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto (DEGEO/UFOP) R. Nove, 857 • Campus do Cruzeiro • UFOP • Ouro Preto / MG 08h30 - Abertura Solene Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de MG Fórum Nacional de Saúde do Trabalhador das Centrais Sindicais • Centrais Sindicais • UFOP 09h30 - Desenvolvimento no Brasil: Desafios para Saúde Pública Tarcísio Marcio Magalhães Pinheiro - Professor da Faculdade de Medicina da UFMG Coordenadores: Fórum Nacional de Saúde do Trabalhador das Centrais Sindicais e Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de MG 10h00 - Determinantes Sociais e Ambientais do Marco Regulatório da Mineração: Conferência Nacional da Mineração José Reginaldo Inácio - Nova Central Sindical de Trabalhadores/Ação Sindical Mineral Maria Júlia Gomes Andrade - Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) 10h40 - Painel: Samarco: Um acidente do trabalho anunciado Mário Parreiras - Auditor Fiscal da SRTE/MG Representante do Movimento dos Atingidos pelas Barragens - MAB Moderador: Carlos Luís Cassiano – representante da Força Sindical 11h40 - Debate 12h00 às 13h30 - Almoço 13h30 - Acordo Samarco, Vale e BHP - Avaliação dos efeitos e desdobramentos do rompimento da Barragem de Fundão em Mariana Eduardo Armond Cortes de Araújo - Assessor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de Minas Gerais - SITICOP/MG Geraldo Emediato de Souza - Procurador do Trabalho do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais - MPT/MG Marta de Freitas - Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas Gerais Beatriz Cerqueira - Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG) Mediador: Marcelino Orozimbo da Rocha – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-MG) 15h30 - Debate 16h00 - Leitura do Manifesto e Um Minuto de Sirene em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho da SAMARCO Jordano Carvalho Santos – CSPConlutas Grupo #umminutodesirene 16h20 - Acidentes de trabalho: Somos todos atingidos Olivia Bezerra - Professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Fátima Brant - Centro de Referência de Saúde do Trabalhador de Contagem (CEREST Contagem) Geordeci Menezes Souza - Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador Nacional (CIST Nacional) Jandira Maciel - Professora da Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mediador: Ederson Alves da Silva - Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES/MG) 17h40 - Debate 18h00 - Reunião Ampliada do Conselho Nacional de Saúde e dos Conselhos Estaduais de Saúde Minas Gerais e do Espírito Santo com representantes dos Conselhos Municipais de Saúde e das populações das cidades mineiras e capixabas impactadas pela lama DIA 28 DE ABRIL Local: Centro de Convenções • Praça Juscelino Kubitschek • Centro Cidade de Mariana / MG 10h00 - AUDIÊNCIA PÚBLICA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS SOLENIDADE 28 DE ABRIL – DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRABALHO Solenidade em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho do acidente de trabalho ampliado da Samarco envolvendo a Comunidade de Bento Rodrigues, Metabase Mariana, SITCOP (Barrageiros) e SINTRAMONTI ABRIL/2016

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Page 1: Seminário Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador e da

RealizaçãoFórum Sindical e Popular de Minas Gerais

ApoioFórum Nacional das Centrais Sindicais em Saúde do Trabalhador

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Seminário Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador e da Trabalhadora: Desafios e PerspectivasAudiência Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho da Tragédia da Samarco

26 a 28 de abril de 2016 • Minas Gerais

PROGRAMAÇÃO

DIA 26 DE ABRIL14h30 - Visita à Bento Rodrigues Mariana/MG

DIA 27 DE ABRIL SEMINÁRIO NACIONAL DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Local: Auditóriodo Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto (DEGEO/UFOP)R. Nove, 857 • Campus do Cruzeiro • UFOP • Ouro Preto / MG

08h30 - Abertura Solene• Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de MG• Fórum Nacional de Saúde do Trabalhador das Centrais Sindicais• Centrais Sindicais• UFOP

09h30 - Desenvolvimento no Brasil: Desafios para Saúde PúblicaTarcísio Marcio Magalhães Pinheiro - Professor da Faculdade de Medicina da UFMGCoordenadores: Fórum Nacional de Saúde do Trabalhador das Centrais Sindicais e Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de MG

10h00 - Determinantes Sociais e Ambientais do Marco Regulatório da Mineração: Conferência Nacional da Mineração José Reginaldo Inácio - Nova Central Sindical de Trabalhadores/Ação Sindical MineralMaria Júlia Gomes Andrade - Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM)

10h40 - Painel: Samarco: Um acidente do trabalho anunciadoMário Parreiras - Auditor Fiscal da SRTE/MGRepresentante do Movimento dos Atingidos pelas Barragens - MABModerador: Carlos Luís Cassiano – representante da Força Sindical

11h40 - Debate

12h00 às 13h30 - Almoço

13h30 - Acordo Samarco, Vale e BHP - Avaliação dos efeitos e desdobramentos do rompimento da Barragem de Fundão em MarianaEduardo Armond Cortes de Araújo - Assessor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da

Construção Pesada de Minas Gerais - SITICOP/MGGeraldo Emediato de Souza - Procurador do Trabalho do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais - MPT/MGMarta de Freitas - Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas GeraisBeatriz Cerqueira - Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG) Mediador: Marcelino Orozimbo da Rocha – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-MG)

15h30 - Debate

16h00 - Leitura do Manifesto e Um Minuto de Sirene em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho da SAMARCOJordano Carvalho Santos – CSPConlutasGrupo #umminutodesirene

16h20 - Acidentes de trabalho: Somos todos atingidosOlivia Bezerra - Professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)Fátima Brant - Centro de Referência de Saúde do Trabalhador de Contagem (CEREST Contagem) Geordeci Menezes Souza - Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador Nacional (CIST Nacional) Jandira Maciel - Professora da Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)Mediador: Ederson Alves da Silva - Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES/MG)

17h40 - Debate

18h00 - Reunião Ampliada do Conselho Nacional de Saúde e dos Conselhos Estaduais de Saúde Minas Gerais e do Espírito Santo com representantes dos Conselhos Municipais de Saúde e das populações das cidades mineiras e capixabas impactadas pela lama

DIA 28 DE ABRILLocal: Centro de Convenções • Praça Juscelino Kubitschek • CentroCidade de Mariana / MG

10h00 - AUDIÊNCIA PÚBLICA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS SOLENIDADE 28 DE ABRIL – DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRABALHOSolenidade em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho do acidente de trabalho ampliado da Samarco envolvendo a Comunidade de Bento Rodrigues, Metabase Mariana, SITCOP (Barrageiros) e SINTRAMONTI

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Page 2: Seminário Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador e da

28 de AbrilDia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

Crime da Samarco, VALE e BHP Billiton - “Acidente” de Trabalho Ampliado Somos todos atingidos!

5 de Novembro de 2015, 16 horas - Dia para não ser esquecido e ser registrado como o maior “acidente” de trabalho ampliado da história de Minas Gerais e do Brasil. Dia do rompimento da Barragem de rejeitos minerais de Fundão, na unidade industrial de Germano, em Mariana, Minas Gerais.

Este “acidente” de trabalho ampliado gerou o vazamento de mais de 60 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no ambiente e provocou a destruição do território da comunidade de Bento Rodrigues, onde moravam cerca de 600 pessoas. Causou a morte de trabalhadores e de moradores de Bento Rodrigues e o adoecimento e sofrimento de milhares de moradores da região atingida. Provocou ainda, a contaminação e devastação de toda a bacia do Rio Doce, que ao percorrer um trajeto de cerca de 700 km, chegou até o Oceano Atlântico, contaminando a vida marinha e comprometendo o trabalho, a saúde e a vida da população que vive da pesca, do turismo e do comércio no delta desse rio. Além disso, esta região na costa do Espírito Santo é uma importante área de proteção ambiental usada para desova de tartarugas-marinhas, incluindo espécies ameaçadas de extinção.

Por tudo isso, podemos afirmar que, estamos diante do maior desastre ambiental da história do Brasil, tanto pelo volume de rejeitos despejados, como pela distância percorrida pelos rejeitos da mineração e pelo valor necessário para a reposição das perdas, estimada em mais de 5 bilhões de dólares.

Por sua complexidade e gravidade, este acidente de trabalho ampliado mobilizou milhares de trabalhadoras e trabalhadores de diversos setores da área pública para o seu enfrentamento, a exemplo de bombeiros, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, agentes administrativos, professores e policiais civis, além do trabalho de milhares de voluntários.

O impacto para a saúde foi imediato. Dos 18 mortos já confirmados, dois eram crianças e 16 trabalhadores, dos quais 12 terceirizados, um empregado da Samarco e 3 moradores de Bento Rodrigues. Ainda há uma pessoa desaparecida. Além das mortes, muito sofrimento psíquico-social e adoecimentos de trabalhadores, crianças, jovens, adultos e pessoas idosas. Centenas de pessoas foram atendidas nos serviços de saúde de Mariana e

municípios próximos, com queixas de náuseas, vômitos, falta de ar, ansiedade, insônia, dores de cabeça, hipertensão, ingestão de lama, fraturas, entre outras.

A economia regional foi severamente atingida e paralisada, num verdadeiro efeito cascata, como as atividades de agricultura familiar e a produção de geléia biquinho, que teve a sua matéria prima completamente destruída, assim como as atividades culturais e de turismo. Além dos trabalhadores da Samarco/Vale/BHP Billiton, são também atingidos pelo rompimento da barragem as trabalhadoras e os trabalhadores que vivem da produção agrícola, da pesca e do trabalho artesanal, que estão com suas atividades interrompidas, com sérios prejuízos às atividades produtivas locais, afetando a renda, a subsistência e o modo de vida dessas populações.

Dada a dimensão deste acidente de trabalho ampliado, seus efeitos poderão ser sentidos por muitos anos, afetando diretamente a vida de milhares e milhares de trabalhadores e de suas famílias, de populações ribeirinhas, dos índios Krenak, distribuídos em 35 municípios mineiros e quatro do Espírito Santo

As empresas Samarco/Vale/BHP Billiton e VogBR, esta última, consultoria responsável pela declaração de estabilidade da barragem, foram indiciadas pela Polícia Federal por crime ambiental. Laudos afirmam que houve negligência da Samarco/Vale/BHP Billiton sob vários aspectos. Mesmo assim, após mais de cinco meses do rompimento da barragem, a lama não para de vazar. Em 2016, 5 milhões de m3 de rejeitos já atingiram a bacia do Rio Doce.

Estudos e dados demonstram que o trabalho na mineração expõe desnecessariamente as trabalhadoras e os trabalhadores a condições e ambientes extremamente danosos à integridade física e mental, e expõe a riscos de contaminação o meio ambiente e as populações que vivem no entorno desses empreendimentos em situação de extrema vulnerabilidade social. O setor de mineração impõe a trabalhadoras e trabalhadores jornadas de trabalho prolongadas, ritmos acelerados, cobrança por produção, máquinas e equipamentos inadequados, ruídos e calor excessivo, tempo de descanso insuficiente para a recuperação das capacidades físicas e mentais, além de salários insuficientes, compondo assim, a base de um intenso processo de precarização do trabalho, inclusive através da famigerada terceirização.

Adoecimentos e acidentes de trabalho que acometem os mineiros devem ser compreendidos como alertas das péssimas condições dos ambientes e dos processos de trabalho existentes nas minas. Isto quer dizer que a saúde do trabalhador deve ser vista como “canários sentinelas”, expressão usada pelos mineiros que, no século passado, levavam canários para o subsolo das minas, visando avaliar a qualidade do ar. Assim, melhorar as condições de trabalho implica em melhorar as condições ambientais e de vida das populações.

Na Samarco/Vale/BHP Billiton, a situação nunca foi diferente. O crime/tragédia apenas revelou o descaso com a legislação em Saúde do Trabalhador, com as convenções 176 e 174 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e os princípios da Agenda do Trabalho Decente, numa lógica de um modelo de desenvolvimento econômico visando apenas o lucro, sem se importar com os aspectos sociais, ambientais, de promoção e de proteção à saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores. Por isso a importância de um Código da Mineração que resguarde os direitos dos/as trabalhadores/as, comunidades e a preservação do meio ambiente assim como a garantia da sua fiscalização

O 28 DE ABRIL é um dia em que o Brasil e o mundo celebram a MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO, data escolhida em razão de uma explosão ocorrida em uma mina nos Estados Unidos no ano de 1969, matando 78 trabalhadores.

Nesse dia 28 DE ABRIL denunciamos as tragédias dos “acidentes de trabalho”. A exploração do trabalho expõe as pessoas a riscos que ocasionam acidentes e doenças do trabalho com graves consequências que mutilam e matam trabalhadores. A OIT estima que no mundo ocorra cerca de 160 milhões de acidentes e doenças de trabalho por ano, dos quais 2,34 milhões geram mortes.

No Brasil, segundo dados oficiais, entre os anos de 2012 e 2014, ocorreram mais de 2 milhões de acidentes de trabalho. Ficaram inválidos 47.910 trabalhadores e 8.392 morreram. No setor extrativo ocorreram 21.057 acidentes de trabalho. Esses dados dão a dimensão da irresponsabilidade patronal de desrespeito às normas de proteção à saúde dos trabalhadores e coloca para o Estado, para toda a sociedade e, em especial, os movimentos sindical e popular, importantes desafios a serem enfrentados em defesa da vida e dos direitos da classe trabalhadora. O rompimento da Barragem de rejeitos minerais do Fundão em Mariana/MG caracteriza-se como um verdadeiro crime/tragédia humano e ambiental. Um crime contra a vida e contra os trabalhadores que o movimento sindical jamais deixará cair no esquecimento.

• 16 trabalhadores mortos: 12 terceirizados, 3 de Bento Rodrigues e 1 da Samarco

• 2 crianças mortas

• 1 trabalhador desaparecido

• Mais de 10 mil postos de trabalho fechados

• Milhares de agricultores, comerciantes e pescadores sem trabalho

• Mais de um milhão de pessoas atingidas pelo acidente do trabalho ampliado

• Destruição da Bacia do Rio Doce

Punição aos Culpados!Indenização às Vítimas!

Recuperação da Bacia do Rio Doce!Reconstrução do Trabalho com Sustentabilidade Social e Econômica!

Punição aos Culpados!Indenização às Vítimas!

Recuperação da Bacia do Rio Doce!Reconstrução do Trabalho com Sustentabilidade Social e Econômica!

Punição aos Culpados!Indenização às Vítimas!

Recuperação da Bacia do Rio Doce!Reconstrução do Trabalho com Sustentabilidade Social e Econômica!