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SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA ALEXANDRO SCANDOLARA A MATEMÁTICA QUE BROTA NOS CANTEIROS CHEGA ÀS SALAS DE AULA ATRAVÉS DO PIBID SINOP 2014/1

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SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS

UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E

TECNOLÓGICAS CURSO DE LICENCIATURA PLENA

EM MATEMÁTICA

ALEXANDRO SCANDOLARA

A MATEMÁTICA QUE BROTA NOS CANTEIROS CHEGA ÀS SALAS DE

AULA ATRAVÉS DO PIBID

SINOP 2014/1

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ALEXANDRO SCANDOLARA

A MATEMÁTICA QUE BROTA NOS CANTEIROS CHEGA ÀS SALAS DE

AULA ATRAVÉS DO PIBID

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Banca Examinadora do Departamento de

Matemática – UNEMAT, Campus

Universitário de Sinop-MT, como pré-

requisito parcial para obtenção do título de

Licenciado em Matemática.

Orientador: Prof. Dr. Denizalde Jesiél

Rodrigues Pereira

SINOP 2014/1

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SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS

UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E

TECNOLÓGICAS CURSO DE LICENCIATURA PLENA

EM MATEMÁTICA

ALEXANDRO SCANDOLARA

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Denizalde J. R. Pereira

Professor Orientador

UNEMAT-Campus Universitário de Sinop

Prof. Dr. Raul Abreu Assis

Professor Avaliador

UNEMAT-Campus Universitário de Sinop

Prof.a Dr. Jaqueline Pasuch

Professora Avaliadora

UNEMAT-Campus Universitário de Sinop

Prof. Ms. Odacir Elias Vieira Marques

Professor Presidente da Banca

UNEMAT-Campus Universitário de Sinop

Aprovado em _____ / _____ /_____

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a

Deus, por permitir que minha motivação

permanecesse durante toda a graduação. À

minha família, que em constantes momentos

me apoiou.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Pai Celestial pela saúde e determinação concedida a mim, em constantes

momentos de minha vida.

Ao meu Orientador, que por inúmeras vezes teve paciência e acreditou no meu trabalho.

Aos Professores da UNEMAT, que durante a graduação puderam me proporcionar

grandes aprendizados.

Agradeço ao Programa PIBID e ao Projeto Canteiros, por terem proporcionado a

realização desse trabalho.

À Escola Estadual Prof.a Edeli Mantovani, por ter sido o principal meio de

realização desse trabalho.

Aos colegas do PIBD que contribuíram na realização desse trabalho.

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Tudo o que um sonho precisa para ser

realizado é alguém que acredite

que ele possa ser realizado.

Roberto Shinyashiki

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo mostrar o envolvimento do programa PIBID e do

Projeto de Extensão Universitária “Canteiros de Sabores e Saberes” no espaço escolar.

É um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que iniciou no 6º semestre 2013/1, do

Curso de Licenciatura Plena em Matemática, e terminou no 8º semestre 2014/1. São

atividades desenvolvidas pelos bolsistas do PIBID na Escola Estadual Professora Edeli

Mantovani de Educação Básica, no município de Sinop-MT. Trata-se de alternativas

metodológicas que envolveram a Modelagem Matemática, e que receberam suporte

teórico através de Almeida (2011), Jacobini (2011). Tais atividades envolveram os

alunos com a Matemática advinda diretamente da realidade, sendo ela retirada de “horta

pedagógica, a partir dos modelos oriundos das atividades extensionistas. Além disso,

outra metodologia utilizada foi a Pesquisa-Ação, estando esta fundamentada em Barbier

(2004), Thiollent (1996). Este trabalho proporcionou aos alunos um “ambiente de

aprendizagem”, no qual foram estimulados a problematizar e a indagar, por meio da

Matemática, sobre relações existentes com o nosso cotidiano. Nesse sentido, o presente

trabalho ofereceu uma ferramenta pedagógica para desenvolver no aluno saberes que

possibilitam refletir e agir por meio de uma atividade de Modelagem Matemática, que

foi proporcionada no próprio ambiente da escola. As atividades tiveram a finalidade de

instigar os adolescentes a pensar na Matemática como algo que não fosse extremamente

complexo, mas simples e, de certa forma, prazerosa. Esse trabalho esteve voltado para

os alunos de 1º ano do Ensino Médio, que através de observações feitas pelos bolsistas

em sala de aula, durante a realização do programa PIBID, puderam concluir que a

maioria dos alunos necessitava de alternativas metodológicas inovadoras para aguçar

seus interesses à aprendizagem de conceitos matemáticos.

Palavras-chave: PIBID, Modelagem Matemática, Matemática Realista, Pesquisa-Ação

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ABSTRACT

This work aims to show the involvement of the PIBID program and the University

Extension Project "Canteiros de sabores e saberes" in the school environment. It is a Work of

Course Completion (WCC), which began in the sixth semester 1/2013, Full Degree course in

mathematics, and finished in the 8th semester 2014/1. There are activities performed by

scholars of the PIBID in the Professor Aishling Mantovani Basic Education State School, in

Sinop city – MT. They are methodological alternatives involving the mathematical modeling,

and theoretical support received by Almeida (2011), Jacobini (2011). Such activities involved

students with mathematics directly from reality, being taken from "educational garden, from

the models from extension activities. In addition, another methodology used was action-

research, grounded on Barbier (2004), Thiollent (1996). This work has provided students with

a "learning environment", in which they were encouraged to discuss and investigate, by

means of mathematics, on existing relations with our daily life. In this sense, the present work

offered a pedagogical tool to be developed in the student knowledge that make it possible to

reflect and act through a Mathematical modeling activity, which was provided in the school

environment itself. The activities have the purpose of instigating the adolescents thinking in

mathematics as something that it wasn't extremely complex, but simple and somewhat

pleasant. This work was intended for students of first year of high school, that through

observations made by scholars in the classroom, during the completion of the program, they

might conclude that most PIBID students needed innovative methodological alternatives to

sharpen their interests to the learning of mathematical concepts.

KEYWORDS: PIBID, Mathematics, Mathematical Modeling, Action-Research

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 01…………………………………………………………………………..22

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Imagem 21…………………………………………………………………………..42

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Imagem 23…………………………………………………………………………..43

Imagem 24…………………………………………………………………………..43

Imagem 25…………………………………………………………………………..44

Imagem 26…………………………………………………………………………..44

Imagem 27..................................................................................................................45

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11

2- PREÂMBULO .......................................................................................................... 13

2.1- ESCOLA CONTINUADA DE MATO GROSSO .............................................. 13

2.2 – PIBID ..................................................................................................................... 16

2.2.1 – OBJETIVOS DO PROGRAMA .................................................................... 17

2.2.2- O PIBID DE MATEMÁTICA DA UNEMAT ................................................ 18

CRIAÇÃO E EXECUÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS ....................................... 22

APOIO PEDAGÓGICO PARA OS ALUNOS ................................................... 23

PARTICIPAÇÃO DE REUNIÕES PEDAGÓGICAS: Sala do Educador ......... 24

PARTICIPAÇÕES EM EVENTOS .................................................................... 25

REUNIÕES SEMANAIS DOS BOLSISTAS E SUPERVISORES ................... 26

2.3 - CANTEIROS DE SABORES E SABERES ....................................................... 26

2.3.1 OBJETIVOS DO PROJETO ............................................................................. 27

2.3.2 ATIVIDADES PROMOVIDAS PELO PROJETO .......................................... 27

CALÇADAS ECOLÓGICAS .......................................................................... 27

COMPOSTAGEM: Adubo Orgânico .............................................................. 29

PRODUÇÃO DE CANTEIROS DE HORTALIÇAS ..................................... 30

3.1- ENTREVISTA ................................................................................................ 31

3.2 – MÉTODOS DA PESQUISA ................................................................................. 33

3.2.1- PESQUISA-AÇÃO ...................................................................................... 33

3.2.2- MODELAGEM MATEMÁTICA ................................................................ 37

O PROFESSOR E OS ALUNOS NA MODELAGEM MATEMÁTICA ............. 39

3.3- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................... 40

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 46

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 49

ANEXOS ........................................................................................................................ 51

APÊNDICES .................................................................................................................. 79

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1 - INTRODUÇÃO

A passagem do Ensino Fundamental para o Ensino Médio nem sempre acontece

de maneira tranquila para os alunos adolescentes. Alguns fatores contribuem para isso,

dentre eles, a troca de escola, novas amizades, novas regras. Atualmente, diversas

pesquisas têm abordado questões relacionadas ao ensino da Matemática, muitas com

foco nos processos metodológicos, outras focalizando a formação docente; entretanto,

no cotidiano das escolas, e nas avaliações de larga escala, os alunos têm apresentado

rendimento não satisfatório em relação aos conteúdos matemáticos.

Diante dessa insatisfação no aprendizado, o Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação à Docência (PIBID), criado pelo Governo Federal e conduzido pela CAPES –

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - na tentativa de

melhorar e qualificar a educação básica no Brasil, articula métodos alternativos de

ensino, e tenta fazer, com que o ensino nas escolas públicas tenha um melhor

rendimento. Esse programa procura enfatizar maneiras que permitam que os estudantes

das escolas básicas não fiquem só no ensino tradicional, e procura formas para

fortalecer a educação.

Com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), é possível constatar que

uma maneira dos alunos se interessarem melhor pela Matemática acontece quando se

deparam com situações que envolvem a prática do cotidiano. Seguindo esse raciocínio,

tivemos como interesse voltar nossos trabalhos para atividades que envolvessem os

alunos em situações que estivessem vinculadas ao dia a dia dos adolescentes.

Atualmente, uma questão muito discutida no campo da Educação são as

metodologias alternativas de ensino que possibilitam a compreensão e desenvolvem as

habilidades dos alunos. Entre elas, uma que tem ganhado destaque nas últimas décadas,

está a Modelagem Matemática. No que diz respeito à modelagem, através de

levantamentos bibliográficos, constatamos que se trata de um método para resolver

problemas de Matemática da realidade Almeida (2013). Em nosso trabalho, buscamos

através do PIBID, e em parceria com o Projeto “Canteiros de Sabores e Saberes”, da

Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), que entre seus objetivos busca

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possibilidades de ensino-aprendizagem na Matemática, realizar uma atividade prática

que envolvesse alunos de 1º ano do Ensino Médio.

Entre as metodologias que deram norte ao nosso trabalho, encontra-se a

Modelagem Matemática com ênfase principal em Pesquisa-Ação. Nosso foco em

Pesquisa-Ação se deu por nos encontrarmos diante de um trabalho que envolvia um

grupo de estudantes de Ensino Médio. Segundo Thiollent (1996), o problema de caráter

coletivo cria um sentido de pequena associação com a ação, ou até mesmo de resolver o

problema, em que o pesquisador pode estar envolvido no sentido participativo ou

cooperativo. Como complemento metodológico, foram realizadas entrevistas com a

diretora da escola e a supervisora do PIBID.

Essa pesquisa teve início no 6º semestre, 2013/1 com o término no 8º

semestre em 2014/1, do Curso de Licenciatura Plena em Matemática, UNEMAT –

Campus de Sinop. A escola escolhida para a realização desse trabalho foi a Escola

Estadual Prof.a Edeli Mantovani, e a sala de aula foi uma turma de 1º ano de Ensino

Médio com aproximadamente 30 alunos. Nosso trabalho seu organizou em quatro

momentos, sendo primeiramente a introdução, em sequência uma abordagem sobre o

Programa PIBID e o projeto “Canteiros de Sabores e Saberes”, em seguida como se

constituiu a Pesquisa, e por fim as respectivas considerações.

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2- PREÂMBULO

Para que o leitor conheça o contexto da pesquisa e tenha um melhor entendimento

dos conteúdos mencionados e trabalhados, apresentaremos os projetos que estão

relacionados a esse trabalho, o PIBID e o Projeto Canteiros de Sabores e Saberes.

Abordaremos também a modalidade de ensino adotada pela Escola Edeli Mantovani,

que utiliza o modelo educação continuada através da proposta didático-pedagógica dos

Ciclos de Formação Humana.

2.1- CICLOS DE FORMAÇÃO HUMANA

A Escola por Ciclos, na educação Básica de Ensino, segundo Luiz Freitas (2003),

vários vocábulos foram colocados no cotidiano das escolas nós últimos anos referentes

aos Ciclos de Formação Humana. Entre eles encontramos: ciclos de formação,

progressão continuada, programas de aceleração. A presunção de Escola por Ciclos

desenvolveu-se como sendo uma forma organizadora a respeito de espaços e tempos na

escola. Ao longo do processo histórico, a escola foi constituída de várias formas e

confrontada com seus espaços e tempos. Entre os modelos de ensino, o mais famoso e

antigo é constituído pela seriação das atividades escolares, o qual sua concepção esteve

atribuída às finalidades sociais.

Com o passar dos tempos, um sistema de ensino tem sido adotado pelas escolas

públicas, denominados “A Escola Continuada” ou “Ciclos de Formação”, onde estes se

propõem em alterar os tempos e espaços da escola. Na respectiva estrutura de escola por

“ciclo,

A escola plural traz uma nova organização baseada em três ciclos: 1º ciclo

(infância) compreendendo alunos de 6 a 9 anos de idade; 2º ciclo ( pré-

adolescência ) compreendendo alunos de 9 a 12 anos de idade; 3º ciclo (

adolescência) compreendendo alunos de 12 a 14 anos de idade. (...) o ciclo

incorpora a concepção de formação global do sujeito partindo do pressuposto

da diversidade e dos ritmos diferenciados no processo educativo. À escola

caberia o papel de criar espaços de experiências variadas, de dar

oportunidades para a construção da autonomia e da produção de

conhecimentos sobre a realidade. (FREITAS, 2003, p.53)

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Quando o assunto é educação, há quem diga que é função da escola atribuir

ensino para os estudantes nos mais variados níveis sociais. Alguns, por exemplo,

defendem a necessidade de que a escola estabeleça ensino aos adolescentes,

independentemente do nível socioeconômico atribuídos a eles. “A desigualdade social,

deve ser compensada no interior da escola pelos recursos pedagógicos que esta dispõe.”

Freitas (2003, p.14). No entanto, é possível perceber que o mau desempenho dos alunos

na educação básica está relacionado com as diferenças sociais do país. Segundo o

ministro da Educação do Governo do Fernando. H Cardoso, (Paulo Roberto Sousa,

apud, FREITAS, 2003, p.16);

O sistema educacional brasileiro não opera no vácuo, ele é reflexo direto da

situação social brasileira. Quando se leva em conta o desempenho segundos

fatores como a idade, faixa de renda escolaridade do país, a variável que

causa a maior diferença de média é a faixa de renda do participante. (...)

Quanto menor a escolarização dos pais pior o desempenho do aluno. Não

adianta pegar um aluno da escola pública do Jardim Ângela, em São Paulo,

que nunca teve um único livro dentro de casa, e querer que ele tenha o

mesmo desempenho dos filhos das famílias de leitores deste jornal, que

possivelmente já estão na segunda ou terceira geração de ensino superior.

Todo esse debate tenta explicar as possíveis relações de mau desempenho pelos

estudantes das escolas de redes públicas, sendo o nível socioeconômico o foco de um

debate entre a escola e a sociedade. Essa lógica, porém, nos faz pensar quando se fala

em “educação de qualidade para todos”, que de fato, aparentemente é o difusor da

implantação dos ciclos, ou progressão continuada. Segundo Freitas (2003, p.20),

Podemos dizer que esses são os antecedentes da concepção de progressão

continuada. A ideia, neste caso, é reorganizar a escola juntando séries,

retirando da avaliação o poder de reter o aluno intra-séries de um “ciclo” e

introduzindo inovações pedagógicas como forma de compensar os efeitos das

diferenças socioeconômicas, em uma tentativa de permitir ritmos

diferenciados em espaços maiores de tempo pelo menos em teoria.

A introdução de Escola Continuada, em teoria, aparece como tentativa inovadora

para os alunos adquirirem seu tempo e conhecimento nas escolas. No entanto, a

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realidade vivenciada em algumas escolas dos Estados Brasileiros, nos mostra o grande

desafio em assumir essa nova concepção de ensino, a escola por ciclos. Na prática, as

escolas não são receptivas ao uso de tal metodologia.

O modelo de progressão continuada, se introduzido corretamente conforme dispõe

seu modelo oficial, apresenta necessidades suficientes para o aprendizado dos alunos.

Para Freitas (2003, p.22), “a maioria dos estudantes (talvez mais de 90%) pode dominar

o que nós temos para ensinar a eles, e é tarefa da instrução encontrar os meios que

possibilitarão a eles o domínio da matéria sob consideração”.

Porém, as escolas acabam modificando a metodologia oficial e colocando os

alunos em uma espécie de aprovação automática. No que se refere a esse assunto,

(...) a diferenciação entre progressão continuada e promoção automática,

enfatizada nos tempos oficiais, é assim apresentada: na progressão

continuada (...) a criança avança em seu percurso escolar em razão de ter se

apropriado, pela ação da escola, de novas formas de pensar, sentir e agir; e na

promoção automática, a criança (...) permanece na unidade escolar

independente de progressos terem sidos alcançados. (São Paulo/Estado, 1998.

p.2-3 apud FREITAS, 2003, p.25)

Através disso, conseguimos entender o grande desafio das escolas públicas em

transmitir conhecimento para os alunos, uma vez que basta o estudante estar

matriculado e manter presença em sala de aula, ele consegue obter a aprovação para o

ano seguinte sem que haja o devido aprendizado.

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2.2 – PIBID

A Escola Estadual Edeli Mantovani, local da realização da presente pesquisa,

adota o modelo educacional de Escola Continuada, sendo assim, os trabalhos

diferenciados que mostraremos a seguir, realizados pelo PIBID, puderam se estabelecer

de forma conveniente como alternativas de ensino para os estudantes. Começaremos

falando um pouco sobre o que é o PIBID.

Estudos feitos sobre programas de formação continuada de professores no

Brasil, segundo Mendes (2005), desde a década de 80, constataram a ineficiência das

políticas e estratégias referentes à educação, atribuindo estas a investimentos em ações

isoladas e desarticuladas. No entanto, nos últimos anos, as Secretarias Estaduais vêm

criando programas de formação continuada para professores de Escola Básica e

estudantes de Universidades Federais e Estaduais. Entre esses projetos, encontra-se o

PIBID - que segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES) - é um programa de incentivo para alunos da licenciatura a seguirem carreira

no magistério. A finalidade do PIBID, ainda segundo a CAPES, é conceder bolsas aos

alunos de licenciatura, fomentar a iniciação à docência contribuindo para o

aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior em melhoria da qualidade

da educação básica pública brasileira. (BRASIL, 2010).

Atualmente, segundo a CAPES, em consequência do programa PIBID,

existem aproximadamente 195 Instituições de Ensino Superior (IES), que desenvolvem

em todo o país, 288 projetos de iniciação à docência, que se ramificam em

aproximadamente quatro mil subprojetos nas escolas públicas de educação básica. São

mais de 49.000 mil bolsas que foram concedidas no Programa PIBIB no ano de 2012.

A tabela abaixo mostra em detalhes a distribuição dessas bolsas.

Tipo de Bolsa Total

Iniciação à Docência 40.092

Supervisão 6177

Coordenação de Área 2.498

Coordenação Institucional 288

Coordenação de Área de Gestão 266

Total 49.321

Bolsas Concedidas pelo Pibid, 2012. Fonte: http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid/relatorios-e-dados

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Esse total de bolsas é destinado para os participantes do programa, em ordem

decrescente, a maior quantidade é destinada para os estudantes das universidades

públicas “os acadêmicos” em seguida, são oferecidas bolsas para professores que atuam

nas escolas básicas de ensino, sendo esses os supervisores dos bolsistas. As demais

bolsas são destinadas aos professores e funcionários que atuam nas Instituições de

Ensino Superior e a coordenação geral do PIBID de cada projeto.

2.2.1 – OBJETIVOS DO PROGRAMA

Entre os objetivos do PIBID, segundo a PORTARIA nº 096/CAPES de 18 de

julho de 2013, estão relacionados quanto à formação dos estudantes das universidades.

incentivar a formação de docentes em nível superior para a

educação básica;

contribuir para a valorização do magistério;

elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de

licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e

educação básica;

inserir os licenciandos no cotidiano das escolas da rede pública de

educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e

participação em experiências metodológicas, tecnológicas e

práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que

busquem a superação de problemas identificados no processo de

ensino aprendizagem;

incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus

professores como co-formadores dos futuros docentes e tornando-

os protagonistas nos processos de formação inicial para o

magistério;

contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à

formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas

nos cursos de licenciatura;

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contribuir para que os estudantes de licenciatura se insiram na

cultura escolar do magistério, por meio da apropriação e da

reflexão sobre instrumentos, saberes e peculiaridades do trabalho

docente;

O objetivo é fazer a aproximação do acadêmico com o meio escolar, conhecer

suas limitações, seus desafios, e adquirir experiência para uma futura prática docente.

Além disso, tem intenção de unir as secretarias estaduais e municipais de educação, e as

universidades públicas, a favor da melhoria do ensino nas escolas públicas. Entre as

propostas do PIBID, está o incentivo à carreira do magistério nas áreas de educação

básica, com maior carência de professores com formação específica, ensino

fundamental e ensino médio.

2.2.2- O PIBID DE MATEMÁTICA DA UNEMAT

O PIBID de Matemática da UNEMAT do campus universitário de Sinop teve

início em meados de 2011, através do EDITAL nº 001/2011/CAPES que selecionou

estudantes e professores para participarem do subprojeto. Foi previsto para o início do

programa, 10(dez) bolsistas de iniciação à docência, 2(dois) supervisores e 1(um)

coordenador, com previsão de duração do subprojeto para 1(um) ano renovável por

mais 1(um).

O PIBID de Matemática propôs seus trabalhos na Escola Estadual Prof.a Edeli

Matovani, que a partir de 2004, passou a existir como um projeto da Secretaria de

Estado da Educação como “escola modelo”. A escola encontra-se em um bairro

periférico da cidade de Sinop, e atende um número grande de jovens, no ensino

fundamental e médio, cerca de 1700 estudantes.

Segundo o Coordenador do Subprojeto da Matemática, o Professor Denizalde

Pereira (2011), os professores e coordenadores da escola em que foi proposto o trabalho

do PIBID, mencionavam que existia a necessidade de trabalhar alternativas de ensino

diferenciado na área da Matemática, pois muitas vezes a realidade do professor pouco

favorece à criação de trabalhos alternativos. O plano de trabalho do PIBID foi fazer com

que os jovens estudantes universitários, ainda em processo de formação, adentrassem,

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de modo organizado, a sala de aula e vivenciassem a educação na rede básica de ensino,

propondo metodologias alternativas.

Esse trabalho consiste em

(...) gerar um elo organizativo do professor da escola com a universidade e

com a Sociedade através de tais programas e projetos, fazendo com que as

pesquisas adentrem imediatamente as situações escolares, por exemplo:

estudantes estagiários de Matemática elaborando materiais didáticos

associados a situações concretas daquela comunidade em relação à

arborização, aos canteiros fitoterápicos, a quantificações diversas como

“níveis de compactação do solo, quadro de distribuição de frequência de

patologias” e outras formas que certamente emergirão do trabalho prático

propriamente dito. (PEREIRA, 2011, p.3)

Dessa forma, o trabalho do PIBID de Matemática teve como um de seus

propósitos as necessidades dos estudantes. Através de conversas realizadas entre os

bolsistas do PIBID e a direção da escola, percebemos a existência de um forte

sentimento democrático, no qual, todos aprendem com todos, em que o licenciando

muito pode aprender com o profissional já formado em situações concretas em sala de

aula, mas também, terá importante função no desenvolvimento de atividades

alternativas, sendo elas, sequências didáticas, situações-problema, materiais concretos e

outros.

Antes do início das atividades do PIBID, tivemos a elaboração de algumas ações

previstas para o desenvolvimento do subprojeto. Essas ações serviriam para o

norteamento das atividades desenvolvidas no grupo. No início dos trabalhos, nos

atentamos em adquirir informações a respeito da escola na qual realizaríamos nossas

atividades. Sendo assim, tomamos como leitura obrigatória o PPP da escola. No

decorrer dos trabalhos ajustamos as reuniões com bolsistas, supervisores e o

coordenador, ficando realizados os encontros uma vez na semana, de modo que o

levantamento das ações realizadas pelos bolsistas na escola fossem discutidas e

melhoradas. Tivemos ainda, o cuidado de relatar e registrar as atividades realizadas na

escola que envolviam os alunos e os bolsistas. Através de um caderno de campo, que

permanecia constantemente com os bolsistas, pudemos fazer as anotações importantes

que serviriam para a nossa pesquisa. No que diz respeito ao restante das ações previstas,

apresentamos na íntegra o modelo que, Pereira (2011) numerou na respectiva ordem:

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1. Leitura grupal do conjunto dos bolsistas, e posterior debate com os Supervisores e o

Coordenador do subprojeto de área, acerca do Estatuto dos Direitos da Criança e do

Adolescente.

2. Elaboração de um plano inicial de trabalho pelos bolsistas em conjunto com os Supervisores

sob a orientação geral do Coordenador do subprojeto.

3. Visitação dos bolsistas a todas as instâncias e departamentos da escola a fim de conhecer sua

realidade cotidiana, as funções inerentes a cada setor, as pessoas que aí trabalham. Essa

atividade terá a função de, além de gerar uma base inicial de conhecimentos sobre o

funcionamento administrativo da escola, gerar empatias com os seres humanos concretos que

aí trabalham.

4. Reuniões dos bolsistas com professores de Matemática e Supervisores para mútuo

reconhecimento e levantamento de propostas de ações práticas de intervenção na sala de aula.

É importante que se diga que, e nossas conversas iniciais com a Direção e as Coordenações da

escola apontam no mesmo sentido, o engajamento dos professores da escola deve se dar de

forma espontânea, jamais por imposição administrativa. Temos consciência, por experiências

passadas, que um profissional só se engaja em processos inovadores como esse se não lhe for

tirado o direito de não querer se comprometer com tais inovações. O engajamento dos últimos

dar-se-á pelo engajamento dos primeiros e o efetivo exemplo e a visibilidade que os resultados

possam apresentar. Portanto faz parte de nosso Plano de Trabalho respeitar o direito do

professor que não quiser a presença dos bolsistas em sua sala de aula e a manutenção de

canais abertos de diálogo para que isso aconteça em seu tempo e em condições as mais

harmoniosas possíveis. Nossas primeiras conversas com alguns professores efetivos da escola

já nos garantem que há forte disposição, e até mesmo entusiasmo, da parte desses.

5. Participação dos bolsistas no trabalho de sala de aula sob a regência do professor da escola. O

aluno bolsista não cumprirá o papel passivo de mero observador. Fará a observação do espaço

da sala de aula e será acionado pelo professor no trabalho de visitação às carteiras para o

necessário diálogo sobre o objeto de conhecimento matemático; atuará como monitor. Nossos

estudos e pesquisas anteriores apontam, baseados nas teorias psicanalíticas de Jacques Lacan,

para o processo de aprendizagem-ensino como produto da fala: aprende-se falando, ensina-se

ouvindo.

6. Estudos da parte dos bolsistas, sob a orientação do Coordenador do subprojeto, de textos

sobre Tendências em Educação Matemática, tais como, Resolução de Problemas, Utilização

de Materiais Concretos no Ensino de Matemática, Assimilação Solidária, Jogos e outros.

7. Elaboração pelos bolsistas de propostas de sequências didáticas sob a orientação primeira do

professor regente e dos Supervisores. Elaboração de materiais concretos, de Fichas de

Atividades, apostilas, de propostas de trabalho em grupos.

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8. Reuniões semanais dos bolsistas com Supervisores e Coordenação do subprojeto,

eventualmente com a Direção, Coordenações e professores da escola. As reuniões semanais

servirão para uma prática permanente de “Avaliação e Planejamento”. O período

imediatamente anterior deverá ser avaliado acerca de problemas que surgirem, soluções que

forem encontradas, tentativas frustradas, proposta de novos encaminhamentos.

9. Participação dos bolsistas em todos os eventos da escola, tais como reuniões de professores,

reuniões de avaliação, reuniões de pais, atividades festivas da comunidade na escola.

10. Diário de Campo: todo o bolsista terá o dever, a partir da determinação desse Projeto, de ter

sempre a mão um “Diário de Campo”, onde este deverá anotar todas as impressões que julgar

pertinentes ao bom andamento dos propósitos aqui explicitados. O Diário de Campo servirá ao

bolsista como ferramenta fundamental para a composição de seus Relatórios Semestrais e

eventuais pesquisas, produção de artigos científicos que por ventura venham a se tornar

consecutivos.

11. Participação dos bolsistas nos eventos de Educação Matemática na cidade, eventualmente em

outras localidades, até mesmo em nível nacional

12. Apresentação de trabalhos pelos bolsistas sob forma de Artigos Científicos, Comunicações

Científicas, Pôsteres. Essa prática será desejada, bastante estimulada, mas não será

compulsória. A obrigação pode gerar bloqueios de aprendizagem no jovem educando, o aluno

bolsista, e poderá ter efeito contrário ao desejado. Portanto, o trabalho será o de apoio e

estímulo aos que se manifestarem nessa direção, procurando que se atinja a totalidade dos

bolsistas. Tais trabalhos serão objetos de estímulo também para que os professores da escola

assinem em co-autoria, na medida do possível.

13. Reuniões semestrais pelos bolsistas de Balanço e Planejamento do próximo período com o

conjunto de professores, Coordenadores, Supervisores, Direção da escola e Coordenação do

subprojeto.

14. Relatórios semestrais dos bolsistas em que seja demonstrado caminhos e descaminhos do

processo de aprendizagem-ensino de habilidades e competências para o efetivo exercício da

profissão de educador matemático, nessa perspectiva interdisciplinar, comunitária e de

mobilização social no sentido de enfrentar os complexos problemas no campo educacional. Os

Relatórios serão orientados a não serem feitos com espírito burocrático, de simples

arrolamento de atividades, mas um Relatório refletido que dialogue com as teorias da

Educação e da Educação Matemática, inclusive com referências bibliográficas e pautados

pelas Normas da ABNT.

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Depois de estabelecidas as ações no papel, começamos a dar início à realização

das atividades as quais tínhamos proposto. Dessa forma, atuamos como monitores,

auxiliando o professor no acompanhamento individual dos alunos.

AUXÍLIO DOS BOLSISTAS NAS AULAS DE MATEMÁTICA

O acompanhamento junto com o professor, que já possui anos de experiência,

permite aprendermos maneiras distintas de educar. Tal observação é importante, porque

nos permite uma avaliação de como poderemos ministrar nossas aulas quando futuros

profissionais. Além disso, possibilita com que os alunos tirem dúvidas referentes aos

conteúdos trabalhados em sala, onde muitas vezes o professor não consegue atender a

todos.

CRIAÇÃO E EXECUÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS

Na tentativa de fazer com que as crianças aprendessem melhor os conteúdos que

o professor estava trabalhando, desenvolvemos atividades com jogos. Estes

proporcionariam para os alunos estímulo para o aprendizado. Segundo Piaget (1978), a

construção de estruturas mentais desenvolve a aquisição do conhecimento e, nesse

sentido, a brincadeira enquanto processo assimilativo participa do conteúdo da

inteligência, igual à aprendizagem, onde a conduta espontânea da criança é expressa por

sua vontade e pelo prazer que lhe dá.

Imagem 01: Auxílio aos alunos

Fonte: Acervo Particular, 2012

Imagem 02: Auxílio aos alunos

Fonte: Acervo Particular, 2012

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APOIO PEDAGÓGICO PARA OS ALUNOS

Através de nosso acompanhamento em sala, percebemos que alguns alunos

necessitavam de reforço na disciplina de Matemática. Colocamo-nos à disposição em

ajudar os que tinham dificuldades, trabalhando com um projeto de Apoio Pedagógico.

Estabelecemos dois dias da semana para trabalhar nessa atividade e combinamos com os

alunos um horário que fosse contra-turno. As atividades de apoio aconteceram na

biblioteca da escola, lugar que proporcionava um bom ambiente para o estudo.

Imagem 03: Jogos didáticos

Fonte: Acervo Particular, 2012

Imagem 04: Jogos didáticos

Fonte: Acervo Particular, 2012

Imagem 05: Reforço aos alunos

Fonte: Acervo Particular, 2012

Imagem 06: Reforço aos alunos

Fonte: Acervo Particular, 2012

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A ideia do reforço é uma forma de fortalecer o aprendizado aos alunos que têm

dificuldades na matéria e que acabam perdendo o ritmo das aulas. Os estudantes

melhoram o aprendizado e consequentemente suas notas, estabelecendo uma melhor

compreensão do conteúdo que o professor está trabalhando. Reforçando esse assunto,

em uma escola de Santa Catarina, a Professora Taciana Cabral (2009);

(...) a alfabetização é um processo contínuo na vida do educando, mas

levando em consideração a heterogeneidade, cada indivíduo é único, uns

conseguem assimilar rápido o sentido da leitura e da escrita, interpretando e

formando sua criticidade, outros por vários motivos demoram mais um pouco

para despertar suas habilidades, a partir daí, surge a importância do reforço,

uma dedicação exclusiva para os alunos que apresentam dificuldades,

oportunizando os mesmos a refletir sobre a escrita, onde o trabalho deve ser

centrado na dificuldade individual.

PARTICIPAÇÃO DE REUNIÕES PEDAGÓGICAS: Sala do Educador

Além do envolvimento com as atividades pedagógicas de Matemática,

participamos das reuniões realizadas pela escola, por exemplo, o Projeto de Formação

Continuada, ou Sala do Educador. Nos encontros eram discutidos textos, projetos da

escola e assuntos referentes à melhoria do ensino-aprendizagem.

O objetivo da Sala do Educador, nas palavras do Centro de Formação e

Atualização dos Profissionais da Educação Básica - Cefapro (MATO GROSSO, 2012)

é:

Imagem 07: Reuniões na Sala do

Professor

Fonte: Acervo Particular, 2012

Imagem 08: Bolsistas do PIBID

Sala do Educador

Fonte: Acervo Particular, 2011

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A formação continuada tem se apresentado como a saída possível para a

melhoria da qualidade da educação dentro do contexto educacional

contemporâneo; mas se quisermos contribuir para que isso ocorra, teremos de

partir das culturas das comunidades educativas, dar vez e voz aos

profissionais da unidade escolar e a devida importância aos contextos para a

compreensão da ação formativa ou educativa. Nesse sentido, a compreensão

da cultura da escola e do papel dos atores educativos é fundamental para

qualquer esforço de reforma. (SIMONS, 1999) É com essa expectativa que a

Secretaria de Estado de Educação/ Superintendência de Formação dos

Profissionais da Educação implantou e implementa o Projeto Sala de

Professor, cujo principal objetivo é fortalecer a escola como lócus de

formação continuada, por meio da organização de grupos de estudos que

priorizem o comprometimento do coletivo da escola com a melhoria da

aprendizagem dos que nela estão.

PARTICIPAÇÕES EM EVENTOS

Tivemos a participação em eventos realizados pela UNEMAT e UFMT. Através

de painéis, pudemos relatar nossas experiências vividas no PIBID e também expor

alguns trabalhos que tínhamos realizados na escola.

Essas atividades tiveram contribuição significativa em nossa formação

acadêmica, pois através do envolvimento com pesquisas, leituras, computadores e

Imagem 09: Bolsista do PIBID evento

UNEMAT

Fonte: Acervo Particular, 2012.

Imagem 10: Bolsista do PIBID evento

UFMT

Fonte: Acervo Particular, 2013.

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bibliotecas, tiveram a oportunidade de aprimorar nosso conhecimento e ao mesmo

tempo melhorar a escrita e a oralidade.

REUNIÕES SEMANAIS DOS BOLSISTAS E SUPERVISORES

Como já havíamos mencionado, uma vez por semana, os bolsistas, junto com o

coordenador e os supervisores do PIBID, nos reuníamos para relatar as experiências que

tinham acontecido durante a semana na escola. Além disso, as reuniões serviam para

avaliar o andamento do programa e decidir de que maneira seria a continuidade dos

trabalhos.

2.3 - CANTEIROS DE SABORES E SABERES

Em função do que acabamos de descrever sobre o funcionamento a respeito da

Escola Ciclada e do PIBID, mostraremos o que é o Canteiros de Sabores e Saberes e

como ele conseguiu estabelecer um elo entre o subprojeto PIBID e a Escola Edeli

Mantovani.

Imagem 11: Reunião dos

Bolsistas

Fonte: Acervo Particular, 2012

Imagem 12: Reunião dos

Bolsistas

Fonte: Acervo Particular, 2012

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O Canteiros de Sabores e Saberes1 é um projeto de Extensão Universitária da

UNEMAT do Campus Universitário de Sinop. O Projeto, segundo seu autor e

coordenador, Denizalde Pereira (2010), propõe um estudo que vá além das salas de

aulas das universidades. Parte da interação com o meio social e deve retornar às

Instituições de Ensino Superior sobre forma de novas problemáticas, demandas de

pesquisa de caráter educacional, onde o aluno universitário estabelece desafios para si

mesmo, tendo de buscar respostas junto às bibliotecas, rede mundial de computadores,

professores, laboratórios.

Em seu plano de trabalho, o projeto Canteiros não se resume somente em trazer

conhecimento de prática de ensino para acadêmicos das Universidades, mas trazer

alternativas de mudanças para a população de bairros periféricos do município de Sinop.

Entre os seus trabalhos realizados, encontra-se a construção de Calçadas Ecológicas,

Arborização, Adubo Orgânico, Prensa Hidráulica, Cooperativismo, Web Rádio, Horta.

2.3.1 OBJETIVOS DO PROJETO

Proporcionar para as Universidades e Faculdades de Sinop a integração junto à

sociedade, de forma que busque soluções para os problemas das duas partes envolvidas,

no sentido de pesquisa educacional que se estabelece como:

Integrar a comunidade e a universidade;

Promover a pesquisa científica;

Incentivar a atividade coletiva;

Contribuir para uma concepção educacional diferenciada;

2.3.2 ATIVIDADES PROMOVIDAS PELO PROJETO

CALÇADAS ECOLÓGICAS

Segundo Anderson Maciel (2013, p.21), “por meio de atividades de extensão

universitária, em uma comunidade da cidade de Sinop, o projeto tem o intuito de

1 De ora em diante, toda vez que aparecer Canteiros de Sabores e Saberes, usaremos abreviadamente

apenas “Canteiros”

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proporcionar aos seus integrantes situações favoráveis à busca de soluções para

problemas sociais”. Entre esse meio, encontra-se o trabalho realizado com as calçadas

ecológicas. Na cidade de Sinop, muitas vezes, encontramos calçadas mal construídas

que atrapalham ou até mesmo impossibilitam a passagem dos pedestres pelo passeio

público.

Pensando nisso, algumas atividades, realizadas pelos estudantes de Engenharia

Civil da UNEMAT Campus de Sinop, junto com alunos da Matemática, tiveram a

iniciativa de construir calçadas ecológicas. Esse trabalho, segundo Maciel (2013, p.

28), “propõe um padrão de calçada ecológica, que visa ajudar na drenagem de água da

chuva, dar segurança aos pedestres e acessibilidade às pessoas com deficiências físicas e

visuais, respeitando níveis de inclinação além de ser econômica e elegante”.

A realização desses trabalhos faz com que a Matemática apareça em forma de

desafios para os estudantes que neles se encontram, assim, há um incentivo para os

jovens universitários que caminham para o campo prático, trabalhando com questões da

realidade, que segundo Pereira (2010, p.4), “jamais são bem comportadas tais quais a

disposição axiomática das teorias abstratas dispostas nos livros, aquilo que comumente

se tem chamado de „Ciência‟”. O Trabalho dos estudantes das universidades públicas e

faculdades particulares de Sinop, além de lhes proporcionar conhecimentos

Foto: Calçada ecológica

Fonte: acervo, 2012 Foto: Calçada ecológica

Fonte: acervo, 2012

Imagem 13: Calcadas Ecológicas

Fonte: Acervo Particular

Imagem 14 : Calcadas Ecológicas

Fonte: Acervo Particular

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matemáticos, consistem em questões essenciais da vida comunitária, como: Educação,

Lazer, Ecologia.

COMPOSTAGEM: Adubo Orgânico

Em virtude do Projeto Canteiros também trabalhar na construção de hortas,

sentiu-se a necessidade de produzir adubo orgânico para a adubação dos canteiros de

horta. O composto orgânico o qual nos referimos, se trata, segundo Maciel (2013), de

resíduos de legumes, folhas de árvores, palhas de arroz, matérias de origem vegetais, e

outros.

Para a realização desse trabalho, o Projeto contou com a participação de

estudantes de Agronomia e Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Mato

Grosso (UFMT).

.

As imagens acima mostram estudantes e participantes do projeto fazendo o

processo de compostagem que,

(...) pode ser construída em formatos diferentes e com materiais diferentes.

Pode ser construída com madeira ou tijolos, pode ser feita com tambores ou

outros recipientes, ou ainda ser construída, no chão, em forma de leira apenas

com o material da compostagem. Se o local onde a composteira for

Imagem 16: Compostagem de adubo

orgânico

Fonte: MACIEL, 2013, p.33

Imagem 15: Trituração de galhos

verdes para a compostagem.

Fonte: MACIEL, 2013, p.32

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construída não possuir cobertura, pode-se cobrir a composteira com lona para

que não receba sol nem chuva diretamente, entretanto deve-se tomar cuidado

para que o composto seja arejado. (MACIEL, 2013, p.33);

PRODUÇÃO DE CANTEIROS DE HORTALIÇAS

A construção de canteiros de hortaliças teve como objetivo inicial, a

conscientização das pessoas ao consumo de alimentos livres de agrotóxicos, que são

prejudiciais à saúde. Isso fez com que o projeto desenvolvesse um trabalho voltado à

construção de canteiros de hortaliças. Segundo Maciel (2013, p.35) “Uma ideia

interessante que poderia se tornar hábito das pessoas seria produzir alimentos em

canteiros domésticos em suas próprias residências. Com isso, possibilitaria uma redução

do consumo de alimentos com agrotóxicos”

Todo esse trabalho esteve fundamentado nas técnicas e conhecimentos agrários de

uma apostila da EMBRAPA2, que fornecia a correção e fertilização do solo. As técnicas

consistiam em preparar o solo utilizando:

Calcário: utilizado para corrigir a acidez de solo (PH)

Fosfato: utilizado como fator que ajuda a nutrir o solo

Adubo: utilizado para melhoria das atividades físicas e biológicas do solo.

2 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Imagem 17: Canteiro de hortaliças

Fonte: MACIEL, 2013, p.35

Imagem 18: Canteiro de hortaliças

Fonte: MACIEL, 2013, p.35

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Usada as técnicas de adubação do solo, pudemos em seguida, fazer o plantio de

algumas hortaliças que nasceram e cresceram saudavelmente. Com isso, se concretizou

a ideia de consumir alimentos saudáveis.

3- A PESQUISA

Através de nossa inserção no PIBID, em meados de 2011, começamos a fazer parte do

convívio com alunos e professores na Escola Estadual Edeli Mantovani. Sendo assim,

procuramos descobrir qual era o motivo pelo qual os professores constantemente se

queixavam dos alunos. Em conversas com os professores de Matemática e também através do

acompanhamento em sala de aula, percebemos que os alunos do 1º ano do Ensino Médio se

manifestavam incapazes de assimilar os conteúdos básicos de Matemática. A partir de então,

buscamos junto com a direção da escola e professores de Matemática, elaborar técnicas que

pudessem fortalecer o aprendizado dos estudantes. Em entrevista com a diretora da escola e a

coordenadora do PIBID, pudemos estabelecer uma direção para um possível trabalho.

3.1- ENTREVISTA

ENTREVISTA COM A DIRETORA

Na tentativa de obter informações referentes à realidade enfrentada pelos alunos do 1º

ano do Ensino Médio, realizamos uma entrevista com a diretora e a professora de Matemática

dos alunos. A entrevista aconteceu no ambiente da escola, e foi realizada individualmente.

1- No seu ponto de vista, por que os alunos do 1º ano do Ensino Médio apresentam

grandes dificuldades em Matemática?

“Eu acho que é a falta de base da Matemática. Os alunos estão chegando sem os conteúdos

básicos da Matemática, as quatro operações, ou ainda, não sei dizer o que realmente é, mas

é lá em baixo ainda, quando os alunos são menores. Está faltando trabalhar com as

operações básicas. Não dá para falar que é culpa dos professores, pois talvez seja uma

própria dificuldade dos alunos, mas é preciso trabalhar mais as quatro operações,

interpretação de problemas, e a tabuada. Os alunos chegam ao primeiro ano sem noções

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desses conteúdos básicos, portanto não conseguem fazer o que é mais avançado. A

percepção que eu tenho aqui da escola, é justamente essa falta de base”.

2- Você acredita que as atividades de Matemática voltadas para a realidade dos

alunos, podem contribuir para minimizar tais dificuldades dos alunos?

“Os alunos aprendem melhor com prática. Se ele consegue associar o que ele tem no seu dia

a dia com o conteúdo em sala de aula, ele aprende melhor. Um exemplo disso é o

computador, eles aprendem a mexer no computador sem que alguém precise ensinar. É uma

coisa que eles estão usando e que os chama atenção, cativas os alunos. Então eu acho que a

horta, ou essas atividades diferentes, servem para motivar os alunos. É uma maneira de

tentar fazer com que os alunos enxerguem a Matemática diferente, pois muitos alunos têm

medo da Matemática, aquele trauma de Matemática, então o lúdico, as atividades

diferentes, servem para isso, para eles perceberem que a Matemática não é esse bicho todo.

Na Matemática do dia a dia eles se saem bem, pois no cotidiano eles lidam com ela

diariamente, mas na hora da aula eles travam e não conseguem fazer. Então com essas

atividades eles teriam motivação para aprender e perceber que não tão difícil assim”.

ENTREVISTA COM A SUPERVISORA DO PIBID DE MATEMÁTICA

1- No seu parecer, o que justifica a dificuldade dos alunos do 1º ano do Ensino

Médio em Matemática?

“Os alunos do 1º ano hoje vêm de uma escola ciclada que ninguém entendeu bem o que

é ainda. Nem a coordenação, nem os professores e pais se deram conta do que é escola

por ciclo. A proposta ciclo é boa, o que acontece é que ela apareceu de repente nas

escolas, e as pessoas não estão preparadas para trabalhar com ela. Ainda tem o

problema da falta de base que os alunos enfrentam, e que vêm lá dos anos iniciais. Os

professores entendem que a escola por ciclo e deixar o aluno solto, e não é. Então acaba

virando o que se vê hoje, uma reprovação em massa, ou até mesmo alunos que chegam

no 1º no sem saber nada.

2- Como você acha que o trabalho diferenciado dos alunos do PIBID (a horta

pedagógica) pode contribuir para o aprendizado dos alunos?

“Com certeza todo o trabalho que os alunos aprendem na prática, ele aprende mais.

Quando se faz um trabalho, que os alunos têm a oportunidade de ir lá e ver o que ele

está fazendo, igual ao trabalho da horta, é um aprendizado que os alunos não esquecem

mais. Isso porque eles participaram, colocaram a mão na massa, e visualizaram como se

faz, e isso certamente é um aprendizado que fica para o resto da vida.

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3.2 – MÉTODOS DA PESQUISA

3.2.1- PESQUISA-AÇÃO

Como tentativa de buscar soluções para as questões anteriormente descritas, fomos em

busca de recursos teóricos que pudessem contribuir com maneiras e alternativas diferentes

de ensino-aprendizagem. Dessa forma, buscamos entender o Método de Pesquisa-Ação.

A Pesquisa-Ação é um método de pesquisa aplicada para diagnosticar problemas e

buscar soluções. Segundo René Barbier (2004, P.17), “trata-se de pesquisas nas quais há uma

ação deliberada de transformação da realidade; pesquisas que possuem um duplo objetivo:

transformar a realidade e produzir conhecimentos relativos a essas transformações”. Essa

metodologia tornou-se mais engajada entre (1975-1977), na Alemanha, com Heinz Moser. A

Pesquisa-Ação seria uma estratégia de distanciar a pesquisa experimental, uma vez que esta

possui uma lógica artificial quanto à realidade. (BARBIER, 2004). Mais tarde, pesquisas

empreendidas por Michelle Lessard Hérbert (1991), no meio educativo, seguiram a mesma

ordem científica tradicional da pesquisa-ação, em que, decompõe-se em seis fases:

1- A exploração e a análise da experiência durante a qual o estudante prepara seu

projeto de estágio ou de intervenção.

2- O enunciado do problema de pesquisa.

3- O planejamento de um projeto.

4- A realização do projeto.

5- A apresentação e a análise dos dados.

6- A intervenção- a conclusão- a tomada de decisões.

Em primeiro momento, Barbier (2004), sugere que haja uma análise e uma exploração

quanto ao objeto a ser estudado. Em consequência o pesquisador ou o aluno pesquisador

apresenta e discute seu anteprojeto para um possível enriquecimento no assunto. No momento

da realização do projeto, o pesquisador deverá observar, analisar e anotar o que se passa antes

e depois da intervenção. Após a realização desse processo, o pesquisador deve analisar os

dados registrados, e em seguida tomar decisões a uma intervenção futura.

Em outro momento, Barbier (2004, p.117), se posiciona quanto aos métodos utilizados

na pesquisa-ação, que segundo ele, “todo avanço na pesquisa-ação implica o efeito recursivo

em função de uma reflexão permanente sobre a ação”, e observa ainda que “nada de pesquisa

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sem ação, nada de ação sem pesquisa.” Ainda segundo Barbier, o método de pesquisar

consiste na seguinte ordem:

A identificação do problema e a contratualização.

O planejamento e realização em espiral.

As técnicas de Pesquisa-Ação.

A teorização, a avaliação e a publicidade dos resultados.

A IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA E A CONTRATUALIZAÇÃO

Geralmente, uma pesquisa-ação não é gerada pelo pesquisador, mas sim

preferentemente escolhida por ele. Segundo Barbier (2004), em alguns casos onde há racismo

numa comunidade, urbanização marginal, poluição, baixo rendimento escolar, os membros

desses grupos tentam diminuir a deficiência por meio de operações efetivas, no entanto não

conseguem. Daí entra o trabalho dos (pesquisadores profissionais em pesquisa-ação) que

possivelmente tentam solucionar o problema. O primeiro passo é analisar quem são os

membros escolhidos, o problema ou situação. Dessa forma “a dimensão espaço-tempo é

essencial. Toda pesquisa-ação é singular e define-se por uma situação precisa concernente a

um lugar, a pessoas, a um tempo, a práticas e a valores sociais e à esperança de uma mudança

possível.” (BARBIER, 2004, p.119).

PLANEJAMENTO E A REALIZAÇÃO EM ESPIRAL

Durante essa fase de planejamento, Barbier (2004), em termos de ação, os objetivos

parciais são: de um lado, propostos, realizados e controlados; do outro, avaliados e

controlados através de um registro de notas precisas. Em vários momentos a avaliação não é

feita somente pelo pesquisador, mas sim, com a participação e a reflexão de todos que estão

envolvidos. “Mais do que nunca uma pesquisa-ação visa à emergência de capacidades ao

mesmo tempo de solidariedade e de responsabilidade” (ibid., 2004, p.125).

AS TÉCNICAS DA PESQUISA-AÇÃO

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Todas as técnicas usuais, segundo Barbier (2004), são suscetíveis a ser empregadas em

uma pesquisa-ação, desde que contribuam para a resolução do problema. É tarefa do

pesquisador conhecer as possibilidades imaginárias das pessoas em função de sua cultura. Isso

demanda tempo e uma escuta sensível para o pesquisador. Só assim, as pessoas envolvidas

aceitarão escutá-lo. Esse momento compreende em técnicas específicas da pesquisa-ação, que

se limita a observação participante e ao diário. (BARBIER, 2004)

Dentre a observação participante, encontra-se a Observação Participante Ativa (OPA); e

a observação participante completa (OPC). Entre as duas, a distinção é que na (OPA),

segundo Barbier (2004, p.126), “o pesquisador tenta, por meio de um papel desempenhado no

grupo, adquirir um status no interior do grupo ou da instituição que ele estuda. Ele está

simultaneamente dentro e fora do grupo”. Já na (OPC), “o pesquisador está implicado desde o

início, porque já era membro do grupo antes de começar a pesquisa; ou ele se torna membro

do grupo porque provém de fora dele.”

No que diz respeito ao diário, o pesquisador matem sempre com ele um caderno ou

caderneta destinado às anotações. Segundo Barbier (2004, p.129), “todos os tipos de

documentos oficiais são importantes (por exemplo, em pesquisa escolar: registros, emprego

de tempo, regulamento interno, balanços e atas de liberação de conselho de classes, quadros

de avisos, fotografias de turma, cadernos de textos etc)”. Tais anotações informam

prontamente todas as ações referentes ao grupo.

A TEORIZAÇÃO, A AVALIAÇÃO E A PUBLICAÇÃO DOS RESULTADOS

Nesse momento, a teoria disposta na pesquisa-ação está sendo avaliada em constantes

momentos através da ação. Para Barbier (2004, p.144), “a cada fase da pesquisa, a avaliação e

a reflexão – antes da ação e depois da ação- estão juntas”. Nessa hora, a avaliação do

pesquisador é testar os efeitos da pesquisa-ação. Através da teorização, os resultados da

pesquisa são conduzidos à realização dos objetos da ação, ou seja, à resolução do problema

inicial. A chegada da etapa final é possível, se a pesquisa-ação resolver o problema inicial, se

quando for possível resolve-lo. A avaliação do pesquisador coletivo, “tenta compreender o

que é da ordem da mudança real nas atitudes, nos comportamentos das pessoas e dos grupos,

ou na situação problemática.” (ibid., 2004, p.145), Dentro da formas aceitáveis, os resultados

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da pesquisa poderão ser aceitos pelas comunidades científicas, as quais, porém não interessam

à maioria das pessoas vinculadas ao problema.

No que ainda se refere à Pesquisa-Ação, Thiollent (1996), o problema de caráter

coletivo cria um sentido de pequena associação com a ação, ou até mesmo de resolver o

problema, onde o pesquisador pode estar envolvido no sentido participativo ou

cooperativo. Através dos problemas encontrados, os pesquisadores têm envolvimento

ativo com a situação, acompanhando as ações e as atividades desenvolvidas: “a

Pesquisa-Ação exige uma estrutura de relação entre pesquisadores e pessoas da situação

investigada que seja de tipo participativo” (ibid., p.15). É importante saber quem serão

as pessoas envolvidas, qual a ação a desenvolver, e qual o objetivo que se pretende

alcançar. Para ele, alguns aspectos são essenciais para a pesquisa: o processo de

participação, investigação, identificação do sujeito, o conhecimento de como o trabalho

está sendo realizado, e a importância da comunicação entre as pessoas.

Destacamos:

vasta participação dos pesquisadores com as pessoas envolvidas na

investigação.

manifesta-se a ordem dos fatores da pesquisa, e a ação a ser trabalhada com

método de pesquisar.

a investigação não é objetivada pelas pessoas que nelas estão, e sim através de

situações diversas, que são encontradas no problema.

a pesquisa-ação tem como objetivo resolver o problema, ou pelo menos,

explicar a situação do problema investigado.

durante todo o processo da pesquisa, há acompanhamento das ações, e de

todas as atividades envolvidas com componente da situação.

entre os objetivos da pesquisa, pretende-se aumentar o conhecimento dos

pesquisadores, também o conhecimento ou “nível de entendimento” do grupo

ou pessoas investigados.

Partiremos assim, de uma abordagem de pesquisa qualitativa, objetivando através

dos fenômenos estudados, mostrar os efeitos da pesquisa. Segundo Triviños (1987,

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p.121) “a função do etnógrafo, assim, „não é tanto estudar a pessoa, e sim aprender das

pessoas‟”, o que faz com que não somente os alunos aprendam com essa prática, mas

todas as pessoas que contribuam na elaboração desse tipo de metodologia.

3.2.2- MODELAGEM MATEMÁTICA

Como já mencionado, a pedido da direção da escola tivemos a iniciativa de

trabalhar uma atividade diferente com os alunos. Uma atividade que nos interessou, foi

em conduzir os alunos à Matemática da realidade. Para isso, necessitamos utilizar a

Modelagem Matemática.

Nosso entendimento sobre a Modelagem Matemática, de modo geral, nos diz que,

para trabalhar com esta metodologia, devemos ter uma situação inicial (problemática)

que, através de um conjunto de procedimentos e conceitos permite sair da situação

inicial e chegar ao resultado final. Segundo Lourdes Almeida (2011, p.21), “esta

situação inicial problemática a literatura costuma se referir como situção-problema; à

situação final desejada é associada, de modo geral, uma representação matemática, um

modelo matemático”.

A Modelagem Matemática passou a ter início no Brasil, Segundo Ademir Caldeira

et al. (2011), em 1970 como uma possibilidade de melhorar o ensino e a aprendizagem

em Matemática. Depois disso, diversos autores como: Bassanezi (2011), Campos

(2011), Almeida (2011), vêm pesquisando e demonstrando trabalhos realizados com

esse modelo de ensino. No consiste a essa metodologia,

(...) uma das crenças quando se trabalha com a modelagem é de que essa

concepção de Educação Matemática, por oferecer a possibilidade de ser

desenvolvida de acordo com o interesse dos alunos, caracteriza-se como

motivadora do processo de ensino e aprendizagem de Matemática.

(CALDEIRA, 2011, p.68)

O uso da modelagem matemática atribui uma tentativa pertinente de fazer com

que o aluno reflita sobre suas próprias concepções e ações, sendo elas relacionadas às

atividades vividas no cotidiano, e faz com que o estudante seja capaz de pensar por si

mesmo. Sobre esse assunto, Caldeira (2011, p.65) reforça dizendo;

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(...) uma das possibilidades é inserir, nas atividades escolares, elementos das

demandas locais, advindas da cotidianidade dos alunos, permitindo que eles,

em conjunto com o professor, desenvolvam práticas que reflitam essa

cotidianidade, elaborem e busquem soluções matemáticas para essas

demandas, desenvolvendo, para além do pensamento e de conceitos

matemáticos, a criatividade, a autonomia e o espírito de coletividade.

O envolvimento do aluno com essa prática, possibilita que o aluno desenvolva

relações importantes ao uso da Matemática, tornando prático algo que muitas vezes é

considerado abstrato e sem utilidade.

Na Modelagem Matemática, é possível dizer que a modelagem e a realidade estão

intimamente ligadas, pois é através de um problema inicial existente no cotidiano, que

podemos transformá-lo em modelagem. Reforçando essa ideia, Otávio Jacobini (2011,

p.46), diz que “a Matemática e a realidade podem ser conectadas por meio da

Modelagem. Essa conexão interativa é feita mediante o uso dos processos matemáticos

colhidos, com o objeto de estudar, analisar, explicar, prever situações da vida

cotidiana”. Dessa forma, o trabalho com a modelagem Matemática, na maioria das

vezes é beneficente para os alunos. No entanto, alguns aspectos devem ser levados em

conta quanto ao público relacionado a esse modelo de ensino:

O planejamento das atividades de modelagem no ensino deve levar em conta,

de um lado, aspectos significativos relacionados com os alunos e que dizem

respeito a suas realidades, seus interesses e suas metas, ao nível de

conhecimento matemático que eles possuem e à disponibilidade que eles têm

para o trabalho. (JACOBINI, 2011, P.48)

Assim, conhecer a realidade dos alunos quando se pretende trabalhar com

Modelagem Matemática, é extremamente importante para a construção e a elaboração

das atividades propostas. Um exemplo são as fichas de atividades, ou situação-problema

que os estudantes deverão desenvolver após terem o primeiro contato na prática.

No que consiste o desenvolvimento da Modelagem Matemática como alternativa

pedagógica, algumas etapas devem ser seguidas. Segundo Almeida (2011), procede que

a modelagem pode ser realizada a partir dos seguintes “três momentos”:

Em um primeiro momento o professor coloca os alunos frente a uma

situação-problema, expondo os dados e as explicações necessárias. A

dedução, a análise a observação dos alunos, são traduzidas através de

explicações matemáticas feitas pelo professor.

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Em segundo momento, é sugerido pelo professor que os alunos façam a

coleta dos dados, realizem hipóteses, desenvolvam pensamentos

matemáticos através do objeto estudado. Essa etapa diferencia-se da

primeira, pela independência dos alunos.

A terceira e última etapa, os alunos já em sala de aula, formam grupos,

cabendo a eles, a identificação da situção-problema, a análise dos dados

recolhidos, a identificação de conceitos matemáticos, e a validação do

modelo estudado.

Quadro 01: Diferentes momentos da modelagem matemática na sala de aula

Esse encaminhamento de modelagem Matemática está sendo realizado com

alunos em sala de aula, e embora os alunos ainda não estejam habituados com tal

modelo, este tem-se demonstrado muito eficiente nas experiências com modelagem

Matemática. (ALMEIDA, 2011)

O PROFESSOR E OS ALUNOS NA MODELAGEM MATEMÁTICA

A escolha do tema em Modelagem Matemática, muitas vezes, é irrelevante se a

escolha foi imposta pelo professor ou escolhida pelos alunos. Segundo Otávio Jacobini

(2011, p.48), “o professor pode escolher o tema ou deixar que os alunos o façam”. No

entanto, é importante lembrar alguns cuidados a serem tomados quanto ao andamento

das atividades. Devemos considerar que a mudança de aulas expositivas seguidas de

exercícios, para uma situação de interação investigativa de Modelagem Matemática,

muitas vezes nos remete a uma “zona de risco”. (ALMEIDA, 2011). Esse trabalho

necessita que o professor se interesse em buscar conhecimentos que vão além da

Matemática. Trazer a realidade para dento da sala de aula, muitas vezes é trabalhoso,

perigoso e em alguns casos assustador. Esse trabalho em sala de aula é

1º momento 2º momento 3º momento

Maior independência do

aluno em relação aos

procedimentos

Aluno responsável

pela condução da

atividade

Primeiro contato do aluno

com a modelagem

matemática

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Perigoso porque desperta expectativas nos alunos, cria envolvimentos

emocionais e intelectuais, exige conhecimentos conceituais assim como

habilidades de cálculo (embora as calculadoras portáteis possam facilitar o

acesso a essas últimas), utiliza habilidades matemáticas “fora do programa”,

põe-nos em terrenos escorregadios, conduz-nos a águas turvas, cria

interesses, tangenciais e devora o tempo.” (BUSHAW et al. 1997, p.10-11)

Portanto, apesar de todos os desafios impostos pela modelagem, que na maioria

das vezes faz com que os professores não se adaptem a ela, qual seria o sentido de se

trabalhar com essa aplicação em sala?

Porque é excitante e revigorante; desenvolve a capacidade matemática (e

revela surpreendentes pontos fracos pessoais); parece suscitar um

crescimento intelectual real; tem um impacto imediato enorme sobre os

alunos e um efeito residual a longo prazo; faz-nos desejar e nos

empenharmos na busca dos “porquês” e “comos” (ibid., p.11)

Dessa forma, com o pensamento de trazer a Matemática da realidade para dentro

das salas de aula, e tentar fazer com que os alunos desenvolvessem melhor compreensão

e abstração dos conceitos matemáticos, nos interessamos na construção de canteiros de

horta com solução para desenvolver uma atividade prática.

3.3- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Como forma de enfrentar o quadro já mencionado, na formulação de uma

proposta para o problema apresentado, reproduzimos os conhecimentos didático-

pedagógicos que aprendemos no Projeto Canteiros e no Curso da Pedagogia do Campo3,

ato de recolher a Matemática que emerge da atividade prática da produção de

“canteiros”, Horta Pedagógica, e modelar em sala de aula, gerando condições positivas

para que conteúdos matemáticos se tornassem contingentes. A atividade desenvolvida

por nós, bolsistas, teve, antes da aplicação com os alunos, a supervisão da professora

regente da disciplina da escola, que cedeu sua sala de aula para a realização de nosso

trabalho.

3 Participação de observação e auxílio nas aulas de Matemática, de uma disciplina de verão, do curso de

pedagogia do Campus da UNEMAT de Sinop.

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Construímos parte do que haveriam de ser os futuros canteiros, prontos a serem

adubados e com correção adequada do solo, segundo referencial fornecido pela

EMBRAPA de Sinop. Os alunos receberam as quantidades previamente calculadas,

para que pudessem desenvolver noções de peso, volume, superfície e densidade. Após a

construção dos primeiros canteiros, lançamos o desafio para que os alunos calculassem

as quantidades manipuladas por eles. Tais cálculos demandaram a construção do

conceito de área de superfície plana. A partir daí, traçamos nosso roteiro pedagógico:

Imagem 19: Alunos de 1º ano adubando o canteiro

Fonte: acervo particular, 2013

Propusemos uma sequência didática (Anexo A) com atividades que

almejavam a construção do conceito de área, valendo-nos de diversas

formas, inclusive a utilização de material didático estruturado, como o

Geoplano.

Na sequência, os grupos tiveram como tarefa debater e discutir sobre um

texto que tratava sobre alqueire (Anexo B). Essa aula foi importante para

que os alunos desenvolvessem noções de relação entre unidades de área,

fundamentalmente entre alqueire, hectare e metro quadrado, já que a

apostila que seguimos como referencial, da EMBRAPA, apresentava os

dados em hectares.

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Nos cálculos acerca de calagem, fosfatagem e adubação dos canteiros,

detectamos a necessidade de se trabalhar conceitos e operações com

números racionais, sobretudo os decimais.

CONSTRUINDO O CONCEITO DE ÁREA

Ao receberem as listas de atividades, os grupos não conseguiram desenvolver os

cálculos para determinar a área dos canteiros que tínhamos acabado de trabalhar. Os

alunos alegavam não lembrar como calculava a área do retângulo. Nesse momento,

apresentamos uma nova sequência didática, que demonstrava a construção do conceito

de área. Para isso, utilizamos o Geoplano. Através dele,

os alunos conseguiam visualizar como se dava o cálculo

de área. Com o auxílio de um barbante, os alunos

formaram um retângulo, e em seguida contaram quantos

quadradinhos havia dentro dele.

Imagem 20: Atividade com o Geoplano

Fonte: Acervo Particular, 2013.

O próximo passo foi fazer com que os alunos percebessem que a quantidade de

quadradinhos que continha no retângulo, estava relacionada em fazer a multiplicação da

base vezes a altura.

Pudemos ainda, em sequência, construir o conceito da área do triângulo. Com o

auxílio de um retângulo feito com cartolina, os alunos perceberam que para a construção

Imagem 21: Exercício de Cálculo de

Área

Fonte: Acervo Particular, 2013

Imagem 22: Conceito de Área do

Triângulo

Fonte: Acervo Particular, 2013

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da fórmula de área do triângulo, bastava utilizar a fórmula do retângulo e dividir por

dois.

REGRA DE TRÊS SIMPLES

. Com a área determinada, o próximo passo foi descobrir a quantidade de calcário,

adubo e fosfato utilizados no processo de correção do solo dos canteiros. Para esse

procedimento, os alunos tinham alguns dados retirados de uma apostila da EMBRAPA

acerca das quantidades utilizadas para determinada área de terra.

Nesse momento, os alunos sentiram

dificuldade em resolver o problema. Para

chegarem aos resultados, os alunos

deveriam formular uma regra de três

simples, porém, nenhum aluno teve tal

iniciativa. Assim tivemos que intervir

novamente lembrando-os como se montava

a Regra de Três Simples.

Imagem 23: Dados Estabelecidos pela Embrapa Fonte: Acervo Particular, 2013.

Sendo assim, eles conseguiram chegar ao resultado e descobriram a quantidade de

calcário que foi utilizado na adubação dos canteiros.

Imagem 24: Cálculo da quantidade de Calcário utilizado nos

Canteiros.

Fonte: Acervo Particular, 2013.

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Durante o processo de atendimento aos

grupos, procuramos fazer a explicação de

forma que todos interagissem e

prestassem atenção. No trabalho em

grupo, o correto é que, no momento em

que o professor auxilia o grupo, a

explicação seja direcionada para todos os

integrantes do grupo, e não apenas para o

que fez a pergunta.

Imagem 25: alunos de1º ano, desenvolvendo as atividades

Fonte: Acervo Particular, 2013

OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS

Através do desenvolvimento das atividades, percebemos que, no momento em que

os alunos desenvolviam os cálculos de divisão e multiplicação com números decimais,

eles apresentavam uma dificuldade recorrente nas operações. No sentido de fazer com

que os cálculos com decimais se tornassem de melhor compreensão, decidimos

trabalhar com o auxílio do Material Dourado. Através de uma apostila, elaborada por

nós bolsistas do PIBID (Anexo C), esse material serviria como elemento de apoio para a

resolução dos cálculos com os números decimais. Segundo Carla Hofstatter (2012,

p.68) “Este material possibilita à criança visualizar e compreender, de modo concreto, a

sequência numérica, relacionando os numerais com as respectivas quantidades. A

criança está sempre em movimento e utilizando vários sentidos na ação trabalhada”. O

contato com o material concreto

permitiu que os alunos visualizassem

as unidades de medidas, composta

no sistema numérico decimal, sendo

elas como; a unidade, décimo,

centésimo, e milésimo. Com o uso

do Material Dourado os alunos

conseguiram desenvolver o conceito

de valor posicional, facilitando as

operações com decimais. Imagem 26: alunos de 1º ano, aplicação com Material

Dourado.

Fonte: acervo particular, 2013

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CANTEIROS REDONDOS: o conceito de área de círculo

Tínhamos além do canteiro retangular, outro canteiro em formato circular. Para

isso, utilizamos um pneu em sua construção. Optamos em construir canteiros nesse

formato, pela necessidade de trabalharmos a área do círculo com os alunos. O canteiro

circular, além de proporcionar os conceitos matemáticos, permitiu que não ocupássemos

muito espaço do gramado da escola.

Nesse momento, repetimos o processo que

foi realizado com o canteiro retangular. Em

seguida, dialogamos sobre conceitos

matemáticos que poderiam ser observados

no canteiro, entre eles: Área do círculo, que

é calculada através da fórmula: 𝐴 = 𝜋𝑟2; o

tamanho do diâmetro do canteiro, que pôde

ser medido com uma trena e o a medida do

raio.

Imagem 27: Alunos de 1º, adubando o canteiro

Fonte: Acervo Particular.

Em sala de aula, ao receber a atividade em que se tratava de descobrir a área do

canteiro circular, os alunos argumentaram não saber como fazer. Relatamos que seria

necessária a utilização uma fórmula para o cálculo de área. Como ninguém conseguiu

recordar da fórmula, colocamos no quadro de forma que todos visualizassem. Assim

com as medidas que eles tinham retirado do pneu, na atividade prática, foi possível

determinar a área do canteiro circular e dar continuidade ao restante das atividades

propostas.

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4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nossa metodologia de pesquisa foi a Pesquisa-Ação, com destaque para dois

elementos fundamentais: a participação e a possibilidade de comunicação. Dinâmicas

adequadas de grupos foram essenciais nesse trabalho, já que pudemos realizar nosso

projeto pedagógico com a participação efetiva do conjunto dos alunos, onde ação e

reflexão, sobre o objeto de estudo matemático, andaram juntas. Dessa forma, os alunos

puderam experienciar práticas desalienantes de ensino e aprendizagem da Matemática.

A dinâmica de grupo permite que os alunos interajam no conteúdo que está sendo

apresentado. Esse modelo de ensino é reforçado por Zenaide Rocha (2005, p.12):

(...) o trabalho cooperativo nos grupos potencializa os insights e as soluções

que não seriam possíveis durante a aprendizagem individual, permitindo aos

alunos assumirem diferentes papéis, confrontando seus conhecimentos

prévios e a inadequação de suas estratégias de raciocínio, ajudando, portanto,

a desenvolver as habilidades necessárias para o trabalho cooperativo, que é a

maneira pela qual a maioria das pessoas aprende e trabalha.

Assim, essa metodologia possibilitou que os alunos relacionassem o tema

proposto na realidade com modelos matemáticos pertinentes e desenvolvessem

autonomia suficiente para o desenvolvimento das atividades.

A Pesquisa-Ação como metodologia de pesquisa, proporcionou para nós, uma

troca de saberes. Através do convívio com professores, alunos da escola, acadêmicos,

bolsistas, pudemos fortalecer o conhecimento no que se refere à Matemática. O

envolvimento dinâmico, as trocas de experiências, fez com que não só os alunos

obtivessem conhecimento, mas todos os estiveram envolvidos.

Através da utilização da Modelagem Matemática conseguimos respostas que

inicialmente nos submeteram a iniciar esse trabalho. A Matemática retirada da realidade

foi modelada e através de fichas de exercícios foram transmitidas para os alunos, isso

fez com que buscássemos conhecimentos que foram além da Matemática, como:

conhecimentos ecologia, agrário, agricultura e outros. Tal didática permitiu desenvolver

caminhos favoráveis ao ensino e aprendizado da Matemática, contribuindo para um

conhecimento amplo.

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No entanto, inicialmente, tínhamos a convicção de que essa metodologia, por se

tratar de algo da realidade dos alunos, fosse atingir a maioria. Porém, antecipando-se

dessa prerrogativa, Bassanezi (apud CALDEIRA, 2011, p.78), “subentende que não há

garantia de sucesso absoluto no processo de ensino e aprendizagem da Matemática por

estarmos utilizando da Modelagem Matemática por si só”. Isso, nos possibilitou

entender o motivo pelo qual nem todos os alunos demonstraram interesse em participar,

e que alguns grupos pouco desenvolveram.

Na tentativa em obter informações do aprendizado o qual os alunos obtiveram

com as atividades, e também como forma de atribuir uma nota em que foi sugerida pela

professora da disciplina, aplicamos uma avaliação (Anexo D) com os conteúdos que

haviam sidos trabalhados.

Junto com a avaliação, aplicamos um questionário para medir a satisfação dos

alunos mediante as atividades. Fomos cautelosos em explicar que o questionário não

interferia na nota da avaliação, portanto, asseguramos que não fosse colocado o nome

no questionário, de modo a não identificar os autores das respostas. Alguns

questionários foram selecionados com as respostas dos alunos referentes à atividade

aplicada, e através dos (Apêndices I, II, III) podem ser observadas as argumentações

que os alunos escreveram.

O resultado das atividades teve, além da contribuição matemática para os alunos,

uma experiência significativa para nós enquanto acadêmicos, considerando que

pudemos observar maneiras diferentes de construção do conhecimento a partir do

cotidiano. O trabalho nos proporcionou uma experiência divertida e proveitosa, uma vez

que enfrentamos o desafio de se trabalhar com algo novo. Com isso, sentimos a

necessidade de construir saberes, indo em busca dos conhecimentos acumulados pela

humanidade, particularmente, no que diz respeito à Matemática.

No que diz respeito à Modelagem Matemática e aos resultados finais, o

envolvimento com esse método nos proporcionou um aprendizado que foi além dos

conteúdos básicos ensinado na escola, pois como já estávamos familiarizados com a

modelagem, desenvolvemos uma atividade que serviria como avaliação em uma

disciplina do 6º semestre da faculdade, o qual estávamos cursando,f e que envolvia

Matemática de nível superior. Esse trabalho pode ser melhor compreendido através do

(anexo E).

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Percebemos ainda, que a Matemática se faz presente em nosso cotidiano e existem

várias formas de se trabalhar com ela, sendo através de canteiros de horta, ou outras

atividades que estejam ligadas ao convívio dos alunos.

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Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade do Estado de Santa Catarina,

UDESC: Florianópolis, 2012.

MENDES, Sonia Regina. A Formação Continuada de professores e o Desafio de

Romper com os Modelos Padronizados. In: Anais da 28º reunião anual da ANPED,

Caxampu: MG, 2005.

MATO GROSSO. Parecer Orientativo Sala do Educador 2010. Disponível em:

http://www.cefaprocaceres.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2

3&Itemid=42 Acesso em: 24 jul. 2012

ROCHA, Zenaide de Fátima Dante Correia. Análise da Dinâmica de um Grupo de

Aprendizagem em Ciências no Ensino Fundamental. 2005. Tese (Mestrado em

Educação) – Ensino de Ciências e Educação, Universidade de Londrina.

SCANDOLARA, Alexandro; SILVA, Rodnei de Souza; SCHWINGEL, Jefferson G.

Trabalho de Modelagem Matemática. Trabalho realizado para a complementação da

aprovação de uma disciplina na Universidade Estadual de Mato Grosso, Sinop 2013.

(mimeo)

THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-Ação. São Paulo: Cortez, 1996.

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51

ANEXOS

ANEXO A

SEUQUÊNCIA DIDÁTICA O QUAL UTILIZAMOS NA APLICAÇÃO DAS

ATIVIDADES

REVISAO DE CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Cálculo de área

Regra de três simples

Operações com números decimais

Novembro/2013

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Aplicação com Números Decimais; Regra de Três; Calculo de Área

Como pudemos observar, tivemos o envolvimento com dois modelos de

canteiros, um retangular e o outro com modelo circular. Através, das

observações feitas com as medidas extraídas dos canteiros, começaremos a

desenvolver alguns cálculos de fundamentos básicos.

Na prática, percebemos que as medidas do canteiro no formato

retangular, são 1,5 metros de comprimento, por 1,2 metros de largura. Como

queremos fazer a adubação correta do solo, então, devemos calcular a

quantidade de produto necessário a ser colocado nessa área. O mesmo será

feito para o canteiro circular.

1- Queremos descobrir a área do canteiro retangular.

Dica: busque lembrar como se calcula a área de um retângulo, pois nosso

canteiro e retangular.

Área do retângulo

Área do circular

2- Queremos descobrir a área do canteiro circular.

Dica: calcule a área do canteiro circular usando uma fórmula.

Área

Raio

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3- Queremos descobrir a quantidade de calcário que foi usado no canteiro

retangular.

4- Queremos descobrir a quantidade de calcário que foi usado no canteiro

circular.

Aqui deveremos usar alguns dados fornecidos pela EMBRAPA de acordo com a tabela abaixo;

PRODUTO ÁREA MEDIDA A UTILIZAR

Calcário 1 ha 1,5 Tonelada

Fosfato 1 ha 300 kg

Adubo 1 ha 60 Tonelada

Dica: poderá descobrir a quantidade de calcário utilizando regra de três simples.

Calcário

Canteiro Retangular

Produto Quant/cant

Calcário

Canteiro Circular

Produto Quant/cant

Calcário

5- Queremos descobrir a quantidade de fosfato usado no canteiro

retangular.

6- Queremos descobrir a quantidade de fosfato usado no canteiro circular.

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PRODUTO ÁREA MEDIDA A UTILIZAR

Calcário 1 ha 1,5 Tonelada

Fosfato 1 ha 300 kg

Adubo 1 ha 60 Tonelada

1) Dica: utilize a regra de três simples para determinar a quantidade de

fosfato.

2) Dica: o produto que utilizamos chama-se (Iorim) e contém somente 18%

de fosfato em sua formulação. Para achar os 100% de fosfato, será

preciso fazer uma nova regra de três.

3) Dica: lembre-se que o solo da nossa região deverá ser elevado em dois

pontos.

Fosfato M²

Canteiro Retangular

Prod. Quant/Cant

Fosfato

Canteiro Circular

Produto Quant/Cant

Fosfato

7- Queremos achar a quantidade de adubo orgânico para o canteiro

retangular.

8- Queremos achar a quantidade de adubo orgânico para o canteiro

circular.

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PRODUTO ÁREA MEDIDA A UTILIZAR

Calcário 1 ha 1,5 Tonelada

Fosfato 1 ha 300 kg

Adubo 1 ha 60 Tonelada

Dica: utilize regra de três simples para determinar a quantidade de adubo.

Adubo M²

Canteiro Retangular

Prod. Quant/cant

Adubo

Canteiro Circular

Produto Quant/cant

Adubo

9-) Se fossemos fazer um canteiro em casa, de 1,5 de comprimento por 1,2 de largura, e precisássemos comprar os tijolos; quanto de tijolo teríamos que compra para a construção do canteiro? Devemos comprar a quantidade de tijolos que não sobre, e nem falte. Adotaremos aqui, que os tijolos sejam vendidos em unidade. (Medida do Tijolo 19 cm).

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ANEXO B

TEXTO EM QUE FALAVA SOBRE AS MEDIDAS DO ALQUEIRE E DO

HECTARE

Alqueire (do árabe al kayl) designava originalmente uma das bolsas ou cestas

de carga que se punha, atadas, sobre o dorso e pendente para ambos os lados

dos animais usados para transporte de carga. Logo, o conteúdo daquelas

cestas ou bolsas, mais ou menos padronizadas pela capacidade dos animais

utilizados no transporte, foi tomada como medida de secos, notadamente

grãos, e depois acabaram designando a área de terra necessária para o plantio

de todas as sementes nelas contidas.

Índice

[esconder]

1 Portugal

2 Brasil

3 Bibliografia

4 Ver também

5 Referências

No tempo do Condado Portucalense, o alqueire era uma medida nova que

tinha acabado de ser importada das regiões peninsulares sob domínio árabe. A

primeira referência explícita data de 1111, no entanto é seguro que o sistema

usado desde finais do século XI já incluia um alqueire. Muito provavelmente,

nesta época, a palavra alqueire ainda devia designar uma medida única e bem

conhecida. Alguns anos depois, talvez já existissem diferentes alqueires, razão

pela qual as posturas municipais de Coimbra, de 1145, estipulam que o

alqueire (de cereal) deveria ter o peso de 6.5 arráteis, ou seja, uma capacidade

em torno de 3,4 litros.

Ao longo da maior parte da primeira dinastia, reinados de Dom Afonso

Henriques a Dom Afonso IV, o alqueire legal será equivalente

ao modius romano, ou seja, cerca de 8,7 litros. Entretanto, o alqueire legal

estava longe de ser usado em todo o território. Dom Pedro I (1357) introduziu

um novo alqueire de 9,8 litros e tentou impô-lo a todo o reino. Esse alqueire

teve de facto uma maior divulgação do que o anterior alqueire legal, no entanto

não chegou a generalizar-se a todo o território. Com Dom Manuel I (1499), o

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alqueire legal passou a ser o de Lisboa, que equivalia a 13,1 litros. Dom

Sebastião I (1575) distribuiu padrões deste alqueire, em bronze, às principais

localidade do reino. Mesmo assim, sobreviveram diversos padrões regionais do

alqueire. Mais tarde, provavelmente na sequência do terramoto de 1755, a

capacidade do alqueire de Lisboa foi ajustada, aproximando-se dos 13,9 litros,

o que permitiria uma mais fácil conversão para o sistema castelhano.

Os principais padrões do alqueire usados em diferentes regiões de Portugal no

século XIX eram os seguintes:

13,1 litros no litoral entre Aveiro e Lisboa

13,9 litros, um pouco por todo o país

14,9 e 15,7 litros, sobretudo no interior e no sul

17,0, 17,5 e 19,3 litros, quase exclusivamente no Entre-Douro-e-Minho

A nível local, usava-se uma infinidade de variantes destes padrões principais.

A introdução do sistema métrico decimal, no século XIX, não impediu que

continuassem a ser usados os alqueires tradicionais.

Desde a Idade Média, o alqueire foi também unidade de superfície.

Normalmente, um alqueire de superfície era a área de terreno que se semeava

com um alqueire de semente.

[editar]Brasil

No Brasil colonial o alqueire passou a ser executado com uma trama

de taquara, consistindo numa cesta bastante robusta, nas quais se

transportava principalmente milho e feijão, em regiões onde muitas vezes nem

estradas havia. Mas neste processo, o nome caiu em desuso pela adoção de

outros termos.

Quando o alqueire foi convertido de medida de secos para medida de área,

primeiro foi subdividido em quatro quartas partes ou quartas (quarta de chão) e

depois em unidades menores convertendo-as em litros já com vistas à adoção

do sistema métrico. Entretanto uma quarta correspondia no Brasil a 12,5 a 13,8

litros.

Para piorar a confusão, em São Paulo prevalecia o entendimento de que a

medida agrária deveria representar apenas um dos alqueires originais e

em Minas Gerais prevaleceu o entendimento de que deveria representar o

indissociável par de alqueires, razão pela qual até hoje se conhecem

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como alqueire paulista a área correspondente a 24.200 metros quadrados

e alqueire mineiro, que corresponde a 48.400 metros quadrados, como

expressões da concepção original da área de terras, já convertida em braças

quadradas, sub-dividida em palmos quadrados. Como se não bastasse, ainda

existe o alqueire do norte (27.225 metros quadrados), o alqueire

baiano (96.800 metros quadrados)e o alqueirão, ou alqueire goiano (193.600

metros quadrados). Ressalte-se que a partir de 1956 o alqueire no Centro-

Oeste padronizou-se ao mineiro, ou seja, 48.400 metros quadrados.

Apesar da adoção e exigência legal do sistema métrico decimal, no Brasil rural

ainda é comum quantificar a área de propriedades rurais e lavouras em

alqueires ao invés de hectares. Essas medições são um tanto arbitrárias, mas

existem e o próprio Ministério do Desenvolvimento Agrário realizou uma

compilação das medidas existentes.

Tabela de Medidas Agrárias Não Decimais[1]

Designação Braças Metros Hectares Estados

1 Alqueire 50 x 50 110 x 110 1,21 SP, MG

2 Alqueire 50 x 75 110 x 165 1,82 MG, MT

3 Alqueire

do Norte 75 x 75 165 x 165 2,72 Todos

4 Alqueire 75 x 80 165 x 175 2,90 MG

5 Alqueire 79 x 79 173,8 x

173,8 3,02 MG

6 Alqueire 80 x 80 176 x 176 3,19 ES, SP, MG

7 Alqueire 75 x 100 165 x 220 3,63 RJ, MG

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8 Alqueire 100 x

150 220 x 330 7,26 MG

9 Alqueire

Baiano[2]

100 x

200 220 x 440 9,68 MG, MT

10 Alqueirão[3]

- 440 x 440 19,36 MG, BA, GO

11 Alqueire Paulista 50 x 100 110 x 220 2,42 MA, ES, RJ, SP, MG, PE,

SC, RS, MT, GO, PR e PB

12 Alqueire Mineiro 100 x

100 220 x 220 4,84

AC, RN, BA, ES, RJ, SP, SC,

RS, MT, GO, TO, MG

O último passo em direção à exatidão das medidas agrárias no Brasil está

ocorrendo com a exigência legal, com implantação do novo Cadastro de

Imóveis Rurais (CNIR), com medidas e descrição pelo sistema

de georreferenciamento por coordenadas de satélites (GPS)

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ANEXO C

MATERIAL DE APOIO NA UTILIZAÇÃO DO MATERIAL DOURADO

RECURSOS DIDÁTICOS E O ENSINO DOS NÚMEROS DECIMAIS NÚMEROS DECIMAIS

1. Números decimais

O que é um número decimal? Para obtermos essas respostas precisamos do

significado de uma fração decimal. “Toda fração cujo denominador é uma potência de

10, chama-se Fração Decimal”. “Toda fração decimal corresponde a um número

decimal”.

2. Conhecendo o Material dourado.

Placa=Unidade=Inteiro

Barra = Décimo

Cubinho = Centésimos

a-) Quantos centésimos formam um inteiro?

b-) Quantos centésimos precisamos para formar 1 décimo?

c-) Quantos centésimos precisamos para formar 5 décimos?

d-) Quantos décimos tem 2 inteiros?

e-) Em 2 décimos, há quantos centésimos?

3-) Complete o Quadro

Quantidades Representação do

Material

Fração

Decimal

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3 Décimo

1 Inteiro e 3

Centéssimos

1 inteiro, 3

Décimos e 1

Centésimo

2 Décimos e

5

Centésimos

4-) Comparação de números decimais

A comparação de números decimais é um exercício importante para

entender o valor posicional dos algarismos.

= 3,2 ou 32

10

= 3,02 ou 302

100 3,2 > 3,02

Compare:

a) 2,3..........2,30

b) 1,5..........1,05

c) 1,70..........1,7

d) 0,3..........0,03

5. Operações com números decimais.

Todas as operações com números decimais devem ser apresentadas juntamente

com as frações decimais. Isto facilita a compreensão dos alunos para que as regras

práticas sejam descobertas por eles com entendimento.

5.1. Adição de números decimais

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a) 0,2 + 0,3 = 2

10+

3

10=

5

10 𝑜𝑢 0,5

+ =

b) 1,2 + 2,03 = 3,23 12

10+

203

10

120

100+

203

100=

323

100 𝑜𝑢 3,23

1,

2,

2

0

3

3 2 3

C-) 1,9 + 2,23= 190

100+

223

100=

413

100𝑜𝑢 4,13

1,

2,

9

2

3

4 1 3

Auxiliar o aluno a encontrar a regra da adição decimal.

Com o material efetue:

a) 1 + 3,8 + 0,4 =

b) 0,63 + 2,34 =

c) 0,7 + 2,16 =

d) 3 + 0,12 + 0,1 =

SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS DECIMAIS

É interessante na subtração com números decimais envolver as três ideias da

subtração; retirar, comparar, completar.

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a-) 0,7 − 0,3 =

7

10−

3

10=

4

10 𝑜𝑢 0,4

0, 7

0, 3

0, 4

b-) 2,3 − 1,45

23

10− 1

45

10 =

23

10−

145

100=

230

100−

145

100=

85

100= 0,85

c) Usando o material calcule:

a) 1,3 – 0,7 =

b) 3 – 1,4 =

c) 2,3 – 1,8 =

d) 0,3 – 0,07 =

e) 1 – 0,06 =

MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS DECIMAIS

Exemplo 2: Efetue a operação 0,1 x 3,6 =

O operador nesta multiplicação é o 0,1 e indica que deveremos tomar a décima parte do

número 3,6.

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- colocar sobre a mesa 3 inteiros e 6 décimos

- tomar a décima parte dessa quantidade (em cada placa e barra)

- tomando-se a décima parte de cada um dos 6 décimos teremos 6

centésimos, pois a décima parte de cada décimo é 1 centésimo.

- A décima parte de cada um dos 3 inteiros é 1 décimo, totalizando 3

décimos.

- O resultado será 0,36 (3 décimos e 6 centésimos ou 36 centésimos).

Regra da multiplicação de números decimais através de frações decimais.

a) 2 x 3,6 = b) 0,1 x 0,1 =

2

1𝑥

36

10=

72

10 ou 7,2

1

10𝑥

1

10=

1

100𝑜𝑢 0,01

b) 1,5 x 1,4 =

3- Multiplicação de números decimais por 10, 100 e 1000.

1) 4, 56 x 10 =

2) 38, 7 x 10 =

03) 7,93 x 100 =

04) 7,936 x 1000 =

4-) Indique por quanto deverá ser multiplicado cada número, a fim de que não seja

necessário acrescentar zeros e nem sobre casa decimal. Use somente 10, 100 e 1000.

01) 7,2 x ____ = 72

02) 7,23 x ____ = 723

03) 2,4 x ____ = 24

04) 8,758 x ____ = 8768

05) 4,9 x ____ = 49

DIVISÃO COM NÚMEROS DECIMAIS

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Efetuando divisões de números decimais, com auxilio de material de apoio.

Exemplos de cálculos que podem ser desenvolvidos, explorando a noção de partilha.

1-) Repartir: a) 5 : 2 =

b) 7 : 2 = c) 2 : 4 = d) 4 : 5 =

e) 1,2 : 6 =

2-) Repartir 2,4 em 5 partes iguais. Quanto teremos em cada parte?

3-) Exemplos para explorar a noção de medida (quantas vezes o divisor da no

dividendo.)

a) 12 : 6 =

b) 1,2 : 0,6 =

c) 1 : 0,5 =

d) 3 : 1,5 =

e) 0,2 : 0,05 =

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ANEXO D

AVALIAÇÃO APLICADA PARA OS ALUNOS APÓS A REALIZAÇÃO DAS

ATIVIDADES

AVALIAÇÃO DE MATEMÁTICA

ESCOLA ___________________________________________________ DATA _____/_____/______

ALUNO(A) _________________________________________________ SÉRIE: _______________

1-) Considere que tenha que fazer um canteiro retangular em sua casa, e as medidas do

canteiro sejam de 1,45 metros de largura por 2,8 metros de comprimento. Qual a área do

canteiro?

2-) Qual a medida de um Alqueire Paulista e de um Hectare respectivamente?

3-) Se tivermos um canteiro circular em nossa casa, com o diâmetro medindo 100,5 cm

qual o valor do raio?

4-) Em caso de termos que fazer a correção do solo em um canteiro cuja a área seja de

1,90 m², quanto de calcário ( em gramas) terá que ser usado nesse canteiro? Use a tabela

ao lado como referência para o cálculo. Apresente os cálculos.

1 hectare Calcário

10.000 m² 1500 kg

1,90 m²

5-) Calcule a área do canteiro circular.

r =0.5m

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ANEXO E

TRABALHO APRESENTADO NA DISCIPLINA DO 6º SEMESTRE DO CURSO DE

MATEMÁTICA

Introdução:

O envolvimento do acadêmico na universidade nem sempre é

suficiente para um amplo aprendizado do que é estudado. Sendo assim,

buscamos aperfeiçoar tais conhecimentos através de trabalhos desenvolvidos

além da sala de aula, voltados à prática educacional. Esses trabalhos também

foram pensados como “Modelagem Matemática”, envolvendo estudantes da

universidade e da escola básica.

Tais conceitos da Modelagem Matemática advieram diretamente da

realidade vivida no cotidiano escolar, sendo, neste caso, extraída de canteiros

pedagógicos. O trabalho se constituiu em uma tentativa de desenvolver no

aluno a competência de refletir sobre a ação através do objeto matemático.

Em alguns casos, nos deparamos com situações matemáticas que

vão além daquela ensinada para as crianças no contexto escolar, o que nos

leva buscar soluções. É nesse momento que temos a escolha de buscar

auxilio na Universidade, que é exatamente onde nós acadêmicos, estamos

inseridos, criando, assim, um elo entre a Universidade e a Escola.

Nesse trabalho, mostraremos diferentes métodos de trabalhar com a

Modelagem Matemática, através do Método dos Trapézios e através de uma

figura geométrica plana conhecida. Esse trabalho está sendo realizado em uma

escola pública estadual no Município de Sinop, MT.

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O Problema

Nossa tarefa principal foi construir canteiros para a produção de

hortaliças. O objetivo era pedagógico, porém bem fundamentado nas técnicas

e Ciências Agrárias. Logo, tivemos de abordar a necessidade de correção do

solo para obtermos os melhores resultados possíveis, fundamentalmente o

processo de calagem, fosfatagem e adubação, segunda orientações que

obtivemos junto à EMBRAPA. Essas medidas estão determinadas para cada

metro quadrado. Entre os conceitos trabalhados, encontram-se o cálculo de

área e volume do círculo, área do retângulo, regra de três simples. Entretanto,

em certa altura de nossa atividade, nos deparamos com uma situação

inesperada. Por questões ecológicas, tínhamos que modificar a forma de nosso

canteiro, onde, deixara de ser circular, e passara para um formato de uma

figura desconhecida. Foi através disso que houve a necessidade de calcular a

área do pneu deformado.

Metodologia

Por meio da Modelagem Matemática podemos trabalhar os problemas

que estão ao nosso redor de forma simplificada, conhecendo assim os

conceitos matemáticos através desse recurso metodológico.

Para que possamos extrair a matemática das situações em que nos

deparamos na nossa vida cotidiana, precisamos então analisá-las e criar

modelos matemáticos que sejam possíveis solucionar os problemas de ordem

matemática. Criar esses modelos consiste em determinar formas de como

resolver esses problemas utilizando conceitos matemáticos e verificar se essas

formas são verdadeiras para que possam ser validadas.

Para buscar soluções para o problema acima, lançamos mão de dois

métodos: Modelagem Matemática, através de técnicas de Cálculo Numérico;

Método Empírico, através da construção de ferramentas de medida de área e

volume.

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Modelagem Matemática

Integração

Se uma função f(x) é contínua em um intervalo [a, b] e sua primitiva

F(x) é conhecida, então a integral definida desta função, para o cálculo de área

neste intervalo é dada por:

𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 𝐹 𝑏 − 𝐹(𝑎)𝑏

𝑎

Equação (1.1) Entretanto, em alguns casos, o valor desta primitiva F(x) não é

conhecido ou de fácil obtenção, o que dificulta, ou mesmo impossibilita o

cálculo desta integral.

Em alguns casos, não se tem a função a ser integrada definida por

uma fórmula algébrica, apenas uma tabela de pontos, o que torna inviável a

utilização do método de integração acima. (Equação1.1)

A partir disso, utilizaremos métodos de Newton-Côtes que empregam

valores de f(x), onde os valores de (x) são igualmente espaçados entre si.

Dentre as fórmulas de Newton-Côtes, será vista a regra dos trapézios

Regra dos Trapézios

Gráfico 1.2

A fórmula geral do trapézio é definida pela seguinte equação:

I = h

2(𝑦0 + 𝑦1)

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Esta igualdade é a base para a construção do Método dos Trapézios, como

veremos abaixo, onde I é a área do trapézio.

Fórmula Composta

Uma fórmula de melhorar o resultado obtido utilizando-se da regra

dos trapézios e subdividindo o intervalo [ a, b] em n subintervalos de amplitude

h e a cada subintervalo aplicar a regra dos trapézios. (1.2)

1.3. Aplicações sucessivas da regra dos trapézios

Dessa forma, temos a fórmula dos trapézios ou regra dos trapézios

subdivida em vários intervalos.

I = h

2 𝑦0 + 𝑦1 +

2 𝑦1 + 𝑦2 +.…… . +

2(𝑦𝑛−1 + 𝑦𝑛)

Como se pode observar, temos todos os elementos 𝑦1, 𝑦2,

...,𝑦𝑛−1 que se repetem na fórmula, podendo ser reorganizados da seguinte

forma:

I = h

2(𝑦0 + 2𝑦1 + 2𝑦2 + ⋯ + 2𝑦𝑛−1 + 𝑦𝑛)

Desse modo, podemos simplificar a equação por dois efetuando a

multiplicação por ℎ

2, obtendo a mesma da seguinte forma:

I = ℎ(𝑦0

2+ 𝑦1 + 𝑦2 + ⋯ + 𝑦𝑛−1 +

𝑦𝑛2

)

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Cálculo da área da figura definida pelo pneu deformado

Buscamos, através da figura desconhecida, extrair os pontos que

precisávamos para trabalhar o cálculo da área. Com a ajuda de um papel

milimetrado, construímos um Plano Cartesiano em baixo do pneu, o que nos

proporcionou a obtenção dos pontos

Figura 1.4 – Plano Cartesiano com Papel milimetrado

Através do Plano Cartesiano, conseguimos a retirada de todos os

pontos em (x, y), de maneira que x corresponde a uma medida fixa, e y varia

conforme a disposição da curva. Assim, montamos o Gráfico que corresponde

ao formato do pneu, com medidas discretas fornecidas pela tabela e os

gráficos abaixo:

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Parte superior do gráfico. Parte inferior do gráfico.

66 29,70

68 29,60

70 29,60

72 29,60

74 29,50

76 29,50

78 29,40

80 29,20

82 29,00

84 28,80

86 28,60

88 28,30

90 28,00

92 27,80

94 27,40

96 27,00

98 26,50

100 25,90

102 25,30

104 24,50

106 23,70

108 22,70

110 21,60

112 20,20

114 18,60

116 16,70

118 14,10

120 10,50

122 0,00

x y

0 0,00

2 7,70

4 11,60

6 14,50

8 16,90

10 18,80

12 20,40

14 21,80

16 23,00

18 23,90

20 24,80

22 25,60

24 26,20

26 26,80

28 27,20

30 27,60

32 28,00

34 28,40

36 28,60

38 28,80

40 29,00

42 29,10

44 29,30

46 29,40

48 29,50

50 29,50

52 29,60

54 29,70

56 29,70

58 29,70

60 29,70

62 29,70

64 29,70

x y

0 0,00

2 9.3

4 13,50

6 16,30

8 18,30

10 19,70

12 21,00

14 22,10

16 23,00

18 23,80

20 24,50

22 25,00

24 25,50

26 26,10

28 26,60

30 27,00

32 27,50

34 27,90

36 28,20

38 28,60

40 28,90

42 29,10

44 29,40

46 29,60

48 29,90

50 30,00

52 30,20

54 30,40

56 30,50

58 30,70

60 30,80

62 30,90

64 31,00

66 31,00

68 31,00

70 31,00

72 31,00

74 31,00

76 30,80

78 30,70

80 30,60

82 30,40

84 30,10

86 29,80

88 29,50

90 29,20

92 28,70

94 28,30

96 27,70

98 27,10

100 26,40

102 25,50

104 24,60

106 23,60

108 22,50

110 21,20

112 19,60

114 17,70

116 15,50

118 12,70

120 8,60

122 0,00

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Figura 1.5

Figura 1.6

E com a tabela de pontos obtida, bastou fazermos o somatório de 𝑦𝑜 a

𝑦𝑛 e multiplicarmos pelo valor do ℎ para obtermos a área de uma parte da

figura representada no plano cartesiano acima, sendo a área do total a soma

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

0 20 40 60 80 100 120 140

Face Positiva

35,00

30,00

25,00

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00

0 20 40 60 80 100 120 140

Face Negativa

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da parte inferior e superior que resulta no valor de 6134,6 cm², ou seja,

0,613 m².

Método Empírico

Buscamos, através de um método empírico, realizar uma experiência

que relacionasse a área obtida através do Cálculo Numérico com a área obtida

através de uma figura geométrica plana. Dessa forma, buscamos encher o

pneu de terra, de maneira que ocupasse todo o espaço do pneu. Em seguida

transferimos toda a terra para uma caixa de madeira fechada, onde somente

um dos lados da caixa ficara aberto, que é justamente por onde colocamos a

terra.

A caixa foi construída como um prisma reto-retângulo, com as

seguintes medidas, 100 cm x 100 cm x 26 cm, de modo, que, Á𝑟𝑒𝑎 𝑝𝑛𝑒𝑢 =

Área 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 , pois a altura do canteiro limitado pelo pneu era 26 cm. Para que seja

válida essa igualdade, é obrigatório que; Área 𝑝𝑛𝑒𝑢 .h = Área 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 .h, se e

somente se, as alturas forem equivalentes, pois de qualquer outro modo, as

áreas não terão correspondência.

Figura 1.7 Figura 1.8

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Figura 1.9

Através do experimento empírico, percebemos que a área da figura

geométrica que conhecemos se aproxima da área do modelo calculado com

método dos trapézios, pois, obtivemos as respectivas áreas: 0,620 m², pelo

modo empírico; 0,613 m², pelo cálculo numérico.

Resultados e Discussão

Através dos resultados encontrados, conseguimos descobrir a área

do canteiro, o qual foi necessário para que pudéssemos dar continuidade ao

nosso trabalho de correção do solo destinado ao plantio. Uma vez que

sabemos os métodos para o cálculo da área, podemos transmitir para os

alunos a maneira de obter a área para os próximos canteiros. Pretendemos

trabalhar com os alunos a construção de futuros canteiros, sendo que estes

proporcionarão práticas fundamentais para o aprendizado da matemática, tanto

para os alunos da escola como para os estudantes da universidade. Tais

práticas, proporcionam aos alunos a oportunidade de desenvolver melhor o

conhecimento matemático, sendo que, através do acompanhamento em sala,

pudemos observar o grande desafio que é para o professor ensinar a prática

que envolve a Matemática articulada no mundo real sem subdivisões artificiais

como propõem os currículos convencionais, fazendo com que os educandos se

deparem com conteúdos de Geometria, Geometria Analítica, mas também com

Aritmética e Álgebra Elementar, por exemplo, cálculos com frações e números

decimais.

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Embora, o uso da disciplina de cálculo numérico não é ensinado

para as crianças na escala básica, pensamos que, através das demonstrações

feitas ao longo de nosso trabalho, pudemos verificar que a aplicação do

método, pode ser introduzida no contexto de cálculo de área. Sabemos que já

é grande a tarefa do professor conduzir todo o conteúdo devido ao curto

período de tempo, porém, não seria novidade para o aluno ao entrar na

universidade.

Considerações Finais

Através deste trabalho, pudemos perceber que a Matemática se faz

presente em nosso cotidiano, e existem várias formas de se trabalhar com ela,

sendo através de métodos avançados, ou até mesmo, métodos que

usualmente conhecemos.

O trabalho foi desenvolvido em um ambiente escolar, onde

procuramos trabalhar com as crianças da escola básica a Matemática advinda

diretamente da realidade, sendo ela extraída de canteiros pedagógicos, que

proporcionam aos alunos um ambiente de aprendizagem, onde eles são

estimulados a problematizar e a indagar sobre relações existentes em nosso

cotidiano.

Os resultados encontrados servirão para que possamos continuar a

desenvolver as atividades com os alunos. Através da área encontrada,

poderemos conduzir a adubação dos canteiros, fazendo com que a matemática

apareça com o andamento da prática.

O trabalho nos proporcionou uma experiência divertida e proveitosa,

uma vez que nos deparamos com conceitos já trabalhados no curso de

Matemática, sendo que, poderemos aproveitar tais estudos para uma futura

prática já em nível profissional, quando formados.

Referencial Bibliográfico

BARROSO, Leônidas conceição; Cálculo Numérico (Com Aplicações), 2º edição, São Paulo: Editora HARBRA, 1987.

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ANEXO F

AUTORIZAÇÃO DA DIRETORA DA ESCOLA

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ANEXO G

AUTORIZAÇÃO SUPERVISORA DO PIBID

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APÊNDICES

APÊNDICE I

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS REFERENTE À ATIVIDADE

REALIZADA

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APÊNDICE II

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS REFERENTE À ATIVIDADE

REALIZADA

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APÊNDICE III

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS REFERENTE À ATIVIDADE

REALIZADA