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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE CADERNO PEDAGÓGICO MÚSICA e DANÇA AFROBRASILEIRA:CANTOS DE RESISTÊNCIA E ESPERANÇA JOANA D'ARC APARECIDA FERREIRA PONTA GROSSA 2007 1

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEEDSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE

CADERNO PEDAGÓGICO

MÚSICA e DANÇA AFROBRASILEIRA:CANTOS DE RESISTÊNCIA E ESPERANÇA

JOANA D'ARC APARECIDA FERREIRA

PONTA GROSSA2007

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INTRODUÇÃO

A organização desse material tem como objetivo principal colaborar com

os professores da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná na elaboração

de seus projetos, pesquisas e estudos referentes à Cultura Africana e Afro-

Brasileira e principalmente chamar a todos a sensibilização, necessária a nós

docentes, que trazemos em nossa formação resquícios de preconceitos.

Pensamos em uma proposta de material que possa auxiliar professores

das diferentes áreas de ensino da Educação Básica, e que venha também

atender a Lei 10.639/03 e sua implementação e de acordo com as Diretrizes

Curriculares do Paraná.

Nosso objeto de estudo é a Música e a Dança Negra no Brasil e a

contribuição artística da cultura africana na formação da Música Popular

Brasileira bem como suas diferentes manifestações. Elencamos a música e

dança por que estão muito próximas de nós mexem com nossa sensibilidade e

talvez seja o ponto de partida que nos leve a outras temáticas mais delicadas de

serem discutidas e encaradas.

É incontestável a contribuição do negro em toda a diversidade musical

brasileira, desde os tempos coloniais até nossos dias. A presença de elementos

e rituais das culturas de matriz africana nas manifestações populares

brasileiras é bastante grande como a Congada, Frevo, Coco, Samba de Roda e

outros.

A lei 10.639/03 visa resgatar a história do negro e trazê-la ao currículo

escolar desprovida de mitos e possibilitando a contestação da história oficial,

pois o currículo antes de ser pedagógico é político. Isso exige atenção de todos

nós educadores , para que possamos cultivar em nossos alunos o orgulho de seu

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pertencimento étnico e respeito à diversidade procurando abolir de nós mesmos

sentimentos de superioridade, inferioridade, atitudes etnocêntricas,

individualistas e preconceituosas.

É sabido que a cultura brasileira tem origem africana, que é altamente

consumida, porém, ao mesmo tempo bastante discriminada . Isso exige por

parte de todos os envolvidos em educação, conhecimento, discussão,

reconhecimento de sua importância e atitude crítica diante do preconceito

contra cultura afro-brasileira.

A VIDA E A MÚSICA AFRICANA

A música bem como a dança tem estreita relação com a vida social e religiosa

da África, sendo estes elementos um patrimônio cultural do continente negro.

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Desta maneira o africano mostra sua alegria de viver, sua felicidade, devoção,

trabalho e luta e também presidem todos os rituais.

Embora seja uma prática coletiva cada um tem seu papel e seu lugar, muito bem marcados. O tradicional chamado e resposta, por exemplo, é a estrutura básica de muitas formas de música africana. Nela um cantor conversa com o restante do grupo, criando versos que são respondidos em refrão. Só os homens tocam instrumentos, enquanto as mulheres cantam e dançam. Os tambores, por serem instrumentos sagrados, só podem ser tocados pelos escolhidos.

Esta mistura de música e dança é uma prática coletiva, porém cada um

tem seu papel, por exemplo, só os homens podem tocar instrumentos, as

mulheres cantam e dançam. Os tambores, para eles instrumentos sagrados,são

tocados pelos escolhidos.

A música africana usa sons modulados para expressar idéias e

sentimentos ligados a um certo ritual ou função, mas também provérbios, mitos

e histórias são apresentados através da música a qual é veículo de difusão do

conhecimento. O ritmo e a percussão são elementos essenciais na música

africana.

Na África cada etapa da vida humana tem uma música, ou seja, para o

nascimento, para a infância, para a puberdade, para casamento, para morte. A

dança ou fúnebre tem como objetivo agradar os mortos para conseguir favores

dos espíritos e é acompanhada pela dança circular. É como se os tambores

pudessem falar, isso porque, muitas mensagens são transmitidas através dos

tambores por meio de códigos.

Antes da colonização cada povo africano tinha suas crenças, seus rituais,

e também suas danças, cada qual com suas características próprias, porém, o

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que tinham de comum era a utilização do corpo todo, pés e mãos sempre dando

ritmo.

O comércio de seres escravizados no século XV, inconscientemente

transportou a cultura africana nos porões dos navios para a Europa e América.

Como eram povos diferentes, nas longas viagens misturavam seus costumes e

suas tradições e, como escravos nas fazendas ou sobrados, cantavam enquanto

estavam trabalhando, e proibidos de tocarem seus tambores, usavam os

próprios pés, para marcarem o ritmo e o tempo de suas danças.

Os negros escravizados e proibidos de praticarem suas religiões,

passaram a reproduzir melodias brancas que podiam cantar livremente, mas

davam seu ritmo começando assim influência negra na música brasileira, é o

caso do vissungo*, uma música de chamado e resposta.

SUGESTÃO DE ATIVIDADES

Em que sentido podemos considerar a dança, o canto afro-brasileiro como

elementos de resistência ?

Que instrumentos musicais são herança africana para nossa cultura ?

Que elementos encontramos na música e na dança brasileira herança da

cultura africana?

Que tal pesquisarmos a origem do termo ginga ?

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A Presença Africana no Brasil

Durante quatro séculos, negros africanos foram trazidos para o Brasil

como escravos. A contribuição africana na formação do Brasil foi essencial para

nossa cultura, quer na culinária, religião, música e língua.

Ao contrário do que muitos pensam os africanos trazidos para o Brasil

eram povos diferentes especialmente de Angola, Congo, Moçambique e

Nigéria, os quais podem ser classificados em dois grupos lingüísticos:

sudaneses e bantos.

SUDANESES = Nagôs

Jejês ou Fons

Haussas (islâmicos)

Grúncis

Tapas

Mandingos

Fantis

Achantis

BANTOS = Quibundo

Umbundo

Quicongo

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A MÚSICA E A RELIGIÃO

A música foi parte do cotidiano dos negros, mais especificamente a

música sacra, com suas poesias e seus ritmos.

Os negros recriaram no Brasil as religiões africanas, nascendo então as

religiões afro-brasileiras, dos orixás e inquices chamada Candomblé na Bahia,

Xangô em Pernambuco, Tambor de Mina no Maranhão e Batuque do Rio Grande

do Sul .

Foi a música sacra do candomblé banto,

que originou à música popular brasileira que

conhecemos como-SAMBA.

A música do Candomblé aclimatada no

Brasil formada por ritmos intensos

produzidos por tambores que saíram dos

terreiros para as ruas e avenidas durante o

carnaval.

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os principais criadores dessas

religiões foram os negros das

nações 7ontext e nagôs;

os bantos fizeram adaptações das

religiões sudanesas;

orixás são divindades dos povos

jejes e inquices são divindades

dos bantos

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“O ritmo é a arquitetura do ser humano, a dinâmica interna que lhe dá

forma. O ritmo se expressa através de meios , os mais materiais, através de

linhas, cores, superfícies e formas de pinturas, nas artes plásticas e na

arquitetura. Através dos acentos nas poesias e na música, através dos

movimentos da dança. Com esses meios o ritmo reconduz tudo no plano

espiritual: na medida em que ele sensivelmente se encarna, o ritmo ilumina

o espírito.”

Senghor,1956.

O Candomblé é toda música ritmada pelos atabaques e tambores, cada

orixá tem seu ritmo e sua música, os quais fazem parte de sua identidade.As

entidades são louvadas pelo canto e pela dança. O Candomblé é uma religião

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dançante. As oferendas, comidas,sacrifícios são contemplados pela música. O

repertório do Candomblé é formado por pelo menos três mil cânticos e cada

gesto corresponde a uma música. Canta-se para tudo, para cada coisa há sua

música.

No Candomblé no Brasil nos cultos na África canta-se para a vida e para

a morte. Canta-se para o trabalho. Canta-se pela liberdade.

Quando os negros foram trazidos como escravos para o Brasil a religião

oficial era a Católica, então nos dias de festas católicas que eram considerados

dias santos, os negros não trabalhavam e participavam das festividades.

Portanto para a Igreja e para os senhores de escravos, a participação destes nos

eventos religiosos como procissões, festas e quermesses tinham a finalidade de

mantê-los sobre controle e vigilância. E foi através dessas“participações”

concedida aos escravos especialmente por conselho dos padres aos seus

senhores´que começaram a surgir as primeiras manifestações artísticas negras

através da música e instrumentos rudimentares que eles mesmos

fabricavam(flautas, atabaques,..).

Os negros cultivavam suas religiões nativas disfarçadas pela prática do

catolicismo.Demonstravam devoção aos santos pela cor ou por características

mais próximas de sua cultura. Eram, por exemplo, devotos de São Benedito, São

Gonçalo e São Elesbão.

Aproveitavam as festas,principalmente de Nossa Senhora do Rosário para

saírem pelas ruas com seus assobios, marimbas, atabaques e outros

instrumentos. Festa esta instituída para ser comemorada no primeiro domingo

de outubro.

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No final do século XVII começam a ser introduzidos nas solenidades

católicas os reisados, onde os padres coroavam os reis dos crioulos e negros e o

mais bem caracterizado recebiam o nome de “Reis do Congo”. Essas festas

eram realizadas em plena rua e transformava a cidade.

As procissões tinham aparatos que em muito lembram o carnaval. Os negros

bantos, por exemplo, usavam máscaras, bandeiras, cantos e danças e ainda

puxavam pesadas alegorias. E sempre que possível usavam seus instrumentos

típicos e suas músicas e ainda gingavam o máximo que podiam para

representar bem o tema proposto.

SAMBA

Foi do negro que nasceu o maior ritmo do Brasil: o SAMBA. Sua origem é

muito controvertida, mais a tese mais provável é que tenha originado no Congo

(samba primitivo). Formava-se um círculo e ao som de palmas e instrumentos

de percussão um negro ou negra requebrava ao centro e em seguida dava uma

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NOTA: A santa Católica Nossa Senhora do

Rosário é branca e segundo Tinhorão, os negros eram devotos dela, pela

ligação com o orixá Ifá, o qual se consultava o destino atirando soltas ou

unidas em rosário as nozes de uma palmeira chamada okpê-lifá.

Nossa Senhora do Rosário foi também o nome de uma Irmandade de

negros, talvez a de maior participação popular.

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umbigada em alguém que assumia sua posição e o ritual se repetia a isso se

chamava semba que significa umbigo em quimbundo. E assim o samba foi se

aclimatando ao Brasil e recebendo diversos nomes como Jongo, Samba

Trançado, Coco Zambê e muitas outras variantes.

Nos primeiros tempos de escravidão, a dança profana dos negros escravos

era o símile perfeito do primitivo batuque africano, descrito pelos viajantes e

etnógrafos. De uma antiga descrição de Debret, vemos que no Rio de Janeiro os

negros dançavam em círculo, fazendo pantomimas e batendo o ritmo no que

encontravam as palmas das mãos, dois pequenos pedaços de ferro, fragmentos

de louça, etc. Batuque o Samba tornaram-se dois termos generalizados para

designarem a dança profana dos negros no Brasil. (ALVES, Henrique).

O que realmente importa é que o samba é a principal forma de música

surgida no Brasil e passou por várias fases desde proibida a símbolo nacional e

apresenta vários subgêneros: samba comum, partido alto, pagode,

neopagode,samba de breque,samba-canção,samba-exaltação,samba-enredo,

samba reggae e outras variantes.

A palavra samba não aparece apenas no Brasil, mas também aparece em

outras regiões da América sempre relacionado aos rituais negros.Em Aquarelas

do Brasil: contos da nossa música popular Magalhães Azeredo diz:

(...) Cessa tudo o que os especialistas antigos discutiam, sobre se o nosso

ritmo nasceu aqui ou ali, na Bahia ou no Rio de Janeiro. Aos grilhões da

escravidão reagiam nossos negros com o canto-lamento-grito da música. Era o

batuque. A origem do samba não se prende as discussões geográficas, mas sim

culturais, no sentido antropológico da palavra (...) é essencialmente um canto

sobre (contra) a escravidão. O samba parece como um lamento ao fundo. Samba

nasceu mesmo de um episódio da história do Brasil: dos batuques dos escravos,

da dor da senzala, da escravidão.

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Roberto M. Moura em seu livro intitulado: “No princípio, era a roda” afirma que

foram as rodas de samba que permitiram o desenvolvimento do samba como

gênero musical, e o lugar onde os sambistas se sentiam realmente aa vontade.

Nos anos vinte, Hilária Batista de Almeida (tia Ciata) reunia em sua casa

músicos negros, os quais faziam músicas profanas a partir de músicas sagradas.

Alguns dos freqüentadores eram Donga, Pixinguinha, João da Baiana. No

mesmo local se encontrava toque da música sacra (Candomblé);o choro tocado

com flauta e violão e no quintal o samba de roda.

Foi dentro das casas nas rodas de samba que os sambistas aprenderam

desde cedo a sonoridade da música,o ritmo, e nas rodas nasciam as letras. No

Rio de Janeiro inicialmente o samba era dança de roda entre os habitantes do

morro, foi daí que nasceu o samba urbano que hoje é conhecido em todo o

Brasil. No princípio era reprimido e perseguido, pois era dança de escravos ou

música das camadas mais baixas.

O primeiro samba brasileiro Pelo Telefone, nasceu na Penha, um bairro do

Rio de Janeiro e foi lançado por Donga e Sinhô. Quanto à composição há

divergências, o que se sabe que o parceiro de Donga na composição era Mauro

de Almeida. Esse samba fez enorme sucesso no carnaval de 1917. A

propriedade musical gerou brigas e disputas.

Os compositores do período inicial do samba foram Sinhô (José Barbosa

da Silva), Caninha (José Luís Morais), Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana) e

João da Baiana (João Machado Guedes). Nesse período se usavam pseudônimos

por que samba não era considerado coisa de pessoa de família.

Nos anos trinta, era Getúlio Vargas o samba é reconhecido, e é

caracterizado por composições meta-regionais, o ufanismo é observado nas

composições que exaltam a cultura brasileira, constituindo o primeiro momento

de exportação da música popular , apresentando as cores, a aquarela do país.

Aquarela do Brasil composta por Ary Barroso, inaugura esse estilo de samba e

som o suporte do Presidente da República ganhou status de “música oficial”

do Brasil. Houve neste momento o ideário da construção da identidade nacional

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e gradativamente ampliou seu prestígio e se consagrou no mercado, mesmo

havendo eventuais preconceitos das elites intelectuais da época.

No final da década de 50, alguns jovens da classe média como Carlos

Lyra,Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli se reuniam na zona sul do Rio de

Janeiro e começou a bossa nova, que tudo tinha a ver com a proposta do

desenvolvimentismo do governo Juscelino, contribuindo para a distinção de

consumo musical .

Um estilo musical ficou direcionado para as elites e a outra que incluía o

samba, ficou destinada as camadas baixas. O samba passou a ocupar zona de

menor prestígio. Como o tempo de vida da bossa nova durou pouco, então se

começou a incorporar o repertório de compositores do morro ao gênero, como

Zé Kéti e Nelson Cavaquinho, porém com uma nova roupagem, mais ao gosto

da classe média.

A característica política do Brasil frente ao golpe militar (1964) estimulou

músicas engajadas politicamente, já no final da década de 60,surgiu o

tropicalismo, movimento fundado por Gilberto Gil e Caetano Veloso,onde foi

incluído ao repertório elementos de músicas estrangeiras.

Desde a década de 1960 o samba teve dura disputa no mercado,com a

bossa nova, MPB, rock, reggae. Somente no final de 1990 encontrou equilíbrio

com os outros gêneros, porém tendo diversas roupagens como “samba de raiz”,

e “pagode romântico”.

É BOM SABER: O termo samba entre os quiocos de Angola, é verbo que

significa cabriolar, brincar. Nesta dança um dançarino bate no outro. O termo

origina-se de semba, que deu origem à umbigada.

A umbigada é fundamental no coco, calango, lundu, jongo e

outros.

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BATUQUE – denominação genérica dada pelos portugueses

para toda e qualquer dança de negros da África ou qualquer dança de tambor

de caráter religiosos ou não.

A expressão “PELO TELEFONE”, foi usada pelo chefe de

polícia Aurelino Leal quando determinou em ofício de 30 de outubro de 1916,

ao delegado do distrito a apreensão dos objetos de jogos exigindo do tal

delegado que antes de executar o disposto no ofício o comunicasse pelo

telefone.

SUGESTÃO DE ATIVIDADESProcurar a letra e música do samba “PELO TELEFONE”, e sobre esta

criar painéis ou paródias.Reunir letras de diferentes sambas e contextualizá-los.Trazer para a classe letras de diferentes sambas e com partes destes

criar uma nova música. É muito legal!

LUNDU

O Lundu foi um gênero musical que influenciou o samba, veio para o

Brasil com os negros de Angola, passando por Portugal ou diretamente de

Angola para o Brasil. Em Portugal apesar da nova roupagem que recebeu foi

proibida por D.Manuel, pois era contrária aos bons costumes. Na vinda direta

de Angola para o Brasil trouxe a jocosidade e sensualidade natural, porém era

uma música licensiosa para os padrões da época, período final do século XVIII.

Tinha também um cunho humorístico e tornou-se dança de salão.

Caracteriza-se pela dança de roda,que ainda é praticada na Ilha de

Marajó e em Belém, no estado do Pará onde reiniciaram sua prática. Os

músicos iniciam o ritmo, as pessoas que querem dançar aproximam-se, já

entrando na dança. A viola dá sinal e a primeira pessoa entra no centro da roda

dançando até convidar alguém para substituí-lo. O convite para a dança pode

ser uma batida com o pé em frente da pessoa, palmas, umbigada, um toque de

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ombros à esquerda em depois no ombro direito. Aquele escolhido substitui o

dançarino do centro e as substituições continuam por várias vezes.

Em 1820, invade os teatros do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco seus

números eram apresentados nos intervalos entre dramas e comédias

No século XIX foi forma musical dominante no século XX o Lundu sai da

evidência, já mas deixa um ritmo mais sincopado em seu lugar que é o Maxixe.

Rugendaz , Johann Moritz. Lundu dance in

Brazil (domínio público)

O MAXIXE

Primeira dança considerada autenticamente brasileira, tendo como

ancestrais a umbigada, o batuque, o lundu, entre outros. A polca européia lhe

forneceu movimento, a habanera cubana lhe deu ritmo, o lundu e o batuque

completaram o trabalho, tendo como resultado uma dança sensual e muito

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desenvolta. Nasceu primeiro como dança tornando-se mais tarde música. Ficou

também conhecida como tango brasileiro ou tanguinho, sendo seus passos

estilizados para que fossem aceitos nos salões das classes média e alta.

Surgiu nos forrós da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, bairro da cidade

do Rio de Janeiro. Era dançada em mal vistos pela sociedade, como as gafieiras

da época, que eram freqüentadas por homens da alta sociedade, que buscavam

diversão. Foi um gênero musical muito perseguido pela igreja e pela polícia e

pela alta sociedade.Tinhorão indica que “o próprio nome maxixe que a dança

tomara pela década de 1870 era usado ao tempo, para tudo quanto fosse coisa

julgada de última categoria.”Além de que o inaceitável para a elite da época era

sem dúvida, a referência do corpo negro e mulato que ocuparam lugar de

destaque nesse ritmo.

Mais tarde foi levada aos palcos dos teatros de revista enriquecendo-se

com grande variedade de passos: parafuso, saca-rolhas, balão, carrapeta, corta-

capim, todos bastante expressivos e com muitos remexidos e requebrados

muitos deles vindos do batuque e do lundu.

Em 1883 foi representado no teatro ao público de classe alta, pelo ator

Francisco Correia Vasques, que percebeu seu valor cômico no palco que lhe

permitiu tirar um grande efeito. Assim em abril de 1883 realizou no Teatro

Santana um espetáculo incluindo uma cena cômica chamada Aí, Caradura!,

termo relativo àquele que procurava levar vantagem de tudo.Segundo nota de

Tinhorão:

O caradura, figura típica do desocupado de uma estrutura econômico-

social urbana incapaz de aproveitar plenamente a força de trabalho posta à

suas disposição, era “o rapaz fino de boa educação” que, quer na alta ou na

baixa sociedade, aproveita todas as situações e não deixa passar camarão por

malha”. O caradura não pagava o alfaiate, não perdia festas de aniversário, era

especialista em levantar brindes(...) e quando começa a flauta, violão e o

cavaquinho não há moça que não queira dançar com ele.

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Nessa ocasião o público do teatro de classe média esteve em contato com

as letras e dança ainda disfarçado para o público como polca-tango, pois,

durante muito tempo o termo tango foi usado para encobrir o maxixe. Pois o

nome maxixe era coisa de última categoria devido a sua origem popular, e

também muito ligado àquilo que era imoral. Isso explica como a música

“Araúna” usada na cena de Ai Caradura se consagrou com o nome de tango o

que na verdade não passava de lundu amaxixado.

Sua incorporação ao teatro de revistas se deu com Arthur Azevedo na revista

Cocota, no Teatro Santana em 6 de março de 1885, com o tango “As Laranjas

de Sabina”. Foi a partir de 1897 através de Chiquinha Gonzaga que

compositores eruditos começaram a reconhecer e aproveitar o maxixe como

gênero musical, entre estes Ernesto Nazareth que devido sua preocupação com

o requinte das composições não conseguiu compor maxixes populares.

Este gênero musical havia sido proibido pelo então presidente de ser

executado pelas bandas militares em festas oficiais ou perante autoridades.

Quando executado no Palácio do Catete em 1912 a pedido da primeira dama, a

senhora Nair de Tefé, esposa do então presidente Hermes da Fonseca gerou

escândalo em todo o país sendo o assunto do momento.

Nos primeiros anos do século XX Antônio Lopes Amorim, conhecido como

Duque levou o maxixe a Paris com o nome de tango-carioca, em pouco tempo se

tornou conhecido como professor de dança, fazendo grande sucesso,

ultrapassando as fronteiras da França apresentando-se em Berlim e Londres

com Gaby, uma dançarina parisiense. Enquanto fazia sucesso no exterior o

maxixe continuava sem aceitação nacional e mesmo aquele executado nas

camadas populares, já tinha orientações americanas, sendo que o maxixe chega

na década de 30 vencido pela concorrência estrangeira. Em 1928 O Jornal

publicou:

“O próprio maxixe perdeu o prestígio. O fox ou charleston deixaram-no

abandonado e triste. No teatro ou nos clubes, o maxixe aparece, de quando em

quando, e causando espanto. Esqueceram-no de uma maneira dolorosa.

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Olvidaram que, Duque, dançando-o, assombrou Paris e que outras Capitais do

velho mundo sagraram o maxixe na graça de Maria Lino! Hoje não de dança

mais o passo nacional. O cobrinha, o parafuso, e outros passos legítimos foram

estilizados, quase não existem. Pobre maxixe. Quanta ingratidão! Por que não

se faz uma campanha em prol do maxixe brasileiro.”

O maxixe só reaparece ocasionalmente em 1950 em forma de

documentário e depois em 1968, em composição de Chico Buarque de Holanda,

disfarçada de samba, para a “Bienal do Samba da TV- Record. Gênero musical

genuinamente brasileiro que se perdeu e caiu no esquecimento dando espaço a

outros que surgiram também das camadas populares e da mesma forma não

foram reconhecidos devido a preconceitos próprios de a cada momento

histórico.

CARIMBÓ

É um ritmo negro com influências portuguesas (os estalos de dedos e

palmas em algumas partes da dança). Na forma tradicional são acompanhados

de tambores (batuques) feitos com troncos de árvores. Esses tambores têm

origem na África e são chamados de carimbó ou curimbó. Já nas décadas de 60

e 70 passaram a usar instrumentos elétricos e influências do merengue e da

cúmbia, sendo que os instrumentos originais eram dois curimbós um alto e

outro baixo, uma flauta de madeira, maracás, e uma viola cabocla de quatro

cordas.

Essa música era a preferida dos pescadores marajoaras. Quanto à

paternidade desse ritmo há uma polêmica, pois Maranhãozinho, no município

de Marapanim e Aranquaim, em Curuçá, brigam reivindicam direitos sobre

esse gênero.

Anualmente acontece o “Festival de Carimbó de Marapanim”, pois no

Pará o carimbó é bastante cultivado.

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FREVO

Em meados do século XIX aconteciam em Recife (Pernambuco) os bailes

nos teatros promovidos pelas sociedades carnavalescas da época. Dos salões

partiam para as ruas com suas máscaras para saudar o rei momo. A primeira

destas sociedades foi o Club dos Azucrins. Estas sociedades aumentaram após

abolição da escravatura eram compostas por trabalhadores.

Os integrantes das sociedades carnavalescas iam para as ruas fantasiados

liderados por dois balizas que comandavam a evolução e o repertório musical

era comandado por uma banda de música militar.

Em 1901 foi criado o Clube de Alegorias e Críticas dos Cara-Duras, tinha

um estilo bastante ruidoso com seus zé-pereiras. A banda executava marchas e

polcas aceleradas que levava todos ao delírio ao que se chamou de

“frevedouro” que mais tarde passou a chamar frevo. A quem diga que o termo

surgiu da expressão errônea do negro querendo dizer:” Eu fervo todo.

O repertório executado pelas bandas militares era composto por maxixe,

tango brasileiro, a quadrilha, o galope, dobrado e polca. Já a coreografia tinha

origem na capoeira. Os passos eram estilizados pois na época os capoeiras eram

perseguidos pela polícia. Os capoeiristas precisavam de um disfarce para

acompanhar as bandas, assim modificaram seus golpes acompanhando a

música, originando tempos depois o “passo” e trocaram suas antigas armas

pelos símbolos dos clubes. A sombrinha teria sido usada como arma pelos

capoeiristas. No início eram simples como guarda-chuvas geralmente velhos,

atualmente a sombrinha é o ornamento que mais caracteriza o frevo.

É uma das danças mais vivas e tem uma música contagiante, é tanto

dançado nas

ruas, como nos salões, contudo, na década de 30 no século passado dividiu-se

o frevo em: frevo-de-rua (instrumental), frevo-canção (orquestrado) e o frevo-

de-bloco (executado por orquestra de madeiras e cordas é também chamado de

marcha-de-bloco).

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“O frevo surge somo expressão máxima do carnaval popular porque

refletia as mudanças da realidade social e a alteração das relações de força

entre os grupos de trabalhadores urbanos”, segundo o Iphan. Os nomes dos

clubes remetem a esta colocação entre estes, Vassourinhas, Pás, Espanadores,

Suíneiros, Verdureiros.

BANGUÊ

É uma dança que teve origem nos engenhos após a abolição da

escravatura, desenvolvida pelos descendentes de escravos que habitavam a

região da ilha de Marajó, no município de Cametá, nesse local formou-se um

quilombo para a proteção dos negros que conseguiam fugir dos seus senhores

e de seus penosos trabalhos.

O termo banguê significa engenho em dialeto africano, e era nos

bangüês que aconteciam as apresentações artísticas que encantavam a todas

que as presenciavam.

Tem uma coreografia bem característica, os dançarinos , homens e

mulheres imitam as ondulações feitas pela espumas descidas do tacho onde se

´preparava o mel de cana. Em determinados momentos a dança apresenta

coreografia mais acelerada e mais desenvolvida. Conta a tradição que esta

atitude representa a alegria do negro com a parada do trabalho árduo no

engenho dos senhores dos escravos.

Os dançarinos não usam calçados, as mulheres usam saias franzidas e

enfeites na cabeça e os homens usam calça comprida e camisas coloridas que

geralmente combinam com as estampas das roupas femininas.

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JONGO

É uma dança de origem afro-brasileira, dos mesmos troncos do batuque

ambos ancestrais do samba e do pagode. É uma dança de roda em torno de uma

fogueira, a qual ajuda a manter a afinação dos instrumentos, acontece em

praças públicas em homenagem aos santos negros e aos antepassados. Na

dança participam homens e mulheres alternadamente, sendo que um

participante fica ao centro e canta seu “ponto”. Os outros integrantes

respondem em coro fazendo movimentos laterais e batendo palmas. Os solistas

improvisam movimentos com todo o corpo.

Os instrumentos musicais são geralmente um tambor grande chamado de

“Tambu” e outro pequeno “Candogueiro. É utilizado ainda uma puíta (cuíca

artesanal), um chocalho de guaiá ( feito de latas usadas ). O tocador do Tambu

toca montado sobre ele batendo no couro com as mãos espalmadas. O

Candogueiro fica preso na cintura do tocador. Nos últimos tempos vem sendo

incluído ao Jongo outros instrumentos como violões e cavaquinhos.

Os “pontos” são enigmáticos e metafóricos, sem sentido simbólico.Teve

início durante a escravidão quando os negros necessitavam transmitir

informações indecifráveis pelos senhores. O início da dança tem todo um ritual

de louvação e muito respeito. Em seguida são cantados os “os pontos”

ajustando as palavras aos compassos fortes da música. Quando o solista quer

desafiar alguém canta o “ ponto de demanda”, sendo que o desafiado deve

decifrá-lo, fala-se então que este“desatou o nó”, quando não consegue decifra-lo

diz-se que”ficou amarrado”. O jongadeiro amarrado pode passar por várias

situações humilhantes e vexatórias.

No Brasil colônia o Jongo era uma brincadeira, que os senhores de

escravos permitiam aos negros, pois não lhes representava perigo. Nos nossos

dias existem redutos de jongadeiro em alguns municípios de São Paulo, Rio de

Janeiro e Minas Gerais.

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CHORO

A origem do choro já foi explicada de várias maneiras. Para Luís Câmara

Cascudo, esse nome vem de xolo, um tipo de baile que reunia os escravos das

fazendas. Ary Vasconcelos diz que o termo está ligado aos choromeleiros, muito

atuantes no Brasil colonial. Henrique Cazes, autor do livro Choro- Do Quintal ao

Municipal, defende que o termo decorreu do jeito sentimental de dar sentido

brasileiro para as danças européias (schottisch, valsa, minueto e polca) com

influências da música africana como o batuque e o lundu. Era uma maneira

mais emotiva de interpretar uma melodia, cujos praticantes eram chamados

“chorões”.

Desde o século XIX o que se chamava de choro era a música tocada em

bailes, tendo como formação do conjunto os instrumentos: flauta, responsável

pela condução da melodia principal; cavaquinho centrador do ritmo e violão

harmonizador. Até o início do século XX era apenas instrumental passando a ser

cantado aproximando-se do maxixe e do samba com ritmo mais agitado, rápido

e alegre.

O seguimento da sociedade que mais se interessou pelo gênero era

composto por pequenos comerciantes e funcionários públicos, geralmente de

origem negra. Os chorões eram da classe popular composta por brancos,

mestiços e negros típicos boêmios, músicos que tocavam por puro prazer. José

Ramos Tinhorão, constata que os componentes do choro eram da baixa classe

média.

Dos 128 chorões cujos empregos Alexandre Gonçalves Pinto revelou, 31

eram pequenos funcionários públicos federais, principalmente da Alfândega (9);

8 eram da Central do Brasil; 4 do Tesouro;4 da Casa da Moeda; e 13 outros

pequenos servidores municipais (...). Fora das repartições públicas, o carteiro

chorão só citaria com mais freqüência a Light, ao lembrar os nomes de Juca

Tenente(que diz ter sido motorneiro do bonde), o cocheiro de bondes de burro

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Crispim, que tocava oficlide, e o flautista Loló, que era condutor de bondes da

Companhia de São Cristóvão(...) um palhaço de circo, um “oficial de ortopedia”,

Raul que tocava flautim, um sacristão da Igreja de Santo Antônio e um

vendedor de folhetos de modinha, o cantor Francisco Esquerdo.

Vários músicos e compositores contribuíram para torna-lo em gênero

musical entre estes Joaquim Antonio da Silva Callado, Chiquinha Gonzaga,

Anacleto de Medeiros. Foi com Ernesto Nazareth que extrapolou as fronteiras

entre a música popular e a erudita. Também Pixinguinha(Alfredo da Rocha

Vianna Filho), contribuiu diretamente para o choro introduzindo elementos da

música afro- brasileira e da música rural, é o caso da música Os Oito Batutas,

que mais tarde passou a titular o nome de conjunto musical de grande sucesso.

A partir co século XX a música popular brasileira começou a sofrer

influência norte americana, fazendo que antigos instrumentistas parassem de

tocar dando lugar a outros que se profissionalizaram, aderindo às grandes

“jazz-bands” introduzindo o saxofone, outros introduziram a percussão sendo

chamados regionais do choro. A partir da Segunda Guerra, o choro

transformou-se em mais um dentre os gêneros criados com o aparecimento da

música de consumo ligada aos interesses de grandes gravadoras internacionais,

apesar disso o choro conseguiu sobreviver pelo seu estilo de acompanhamento

dos regionais da era do rádio.

Quando foi inaugurada a nova capital do Brasil, vários músicos foram à

Brasília com finalidade de trabalhar nos conjuntos da Rádio Nacional, alguns

deles sendo músicos de choro como Pernambucano do Pandeiro, João Tomé,

Chico Gil, Avena de Castro e outros os quais desenvolveram atividades musicais

envolvendo o gênero.

No ano de 1928 o crítico Cruz Cordeiro criticou duramente Pixinguinha e

sua banda, Os Batutas pela composição Lamentos (1928) e Carinhoso

(composto em 1917, porém gravado somente em 1928) pois houve a alegação

de ter sido influenciado pelo jazz. Outro destaque foi também Jacob Bittencourt,

o Jacob do Bandolim, que entre os anos 50 e 60 do século passado promovia em

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sua casa encontros de choro, sem falar de suas importantes composições como,

Remeleixo, Noites Cariocas e Doce de Coco. Porém comercialmente Waldir

Azevedo superou todas as expectativas ao compor Brasileirinho lançado em

1949 e Pedacinhos do céu.

Dia 3de abril é comemorado o dia nacional do choro em homenagem ao

seu maior representante Pixinguinha. O interessante é que no Brasil esta data

quase não é lembrada, porém, é comemorada na França e no Japão.

FOLGUEDOS E FOLGANÇAS

São manifestações artísticas e culturais que tem espírito criativo e lúdico

apresentando muita dramaticidade e a alegria.

A princípio foram trazidas pelos jesuítas que usavam como método de

catequese a incorporação de elementos católicos nas festas e mitos dos diversos

povos com que tiveram contato. Os folguedos são apresentações que reúnem

música, dança e teatro.

Em cada parte do país adquirem características próprias da região e

ocorrem simultaneamente.

A tradição passa de uma geração a outra através da tradição oral, ú uma

forma de preservar a memória do negro.

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ESTADO FOLGUEDO ESTADO FOLGUEDORoraima Alagoas Coco

Bumba-meu-boiAmapá Sergipe CongadaAmazonas Boi-bumbá Mato Grosso Boi à serraAcre Goiás Cavalhadas

MoçambiqueRondônia Mato Grosso

do SulPará Boi-bumbá

Carimbó

Minas Gerais Congada

Moçambique

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Bumba-meu-boiMaranhão Bumba-meu-boi

Tambor-de-

crioula

Espírito SantoCongada

Tocantins Cavalhada

Bumba-meu-boi

Rio de JaneiroJongo

Bumba-meu-boiPiauí Bumba-meu-boi

Coco

São Paulo Moçambique

Congada

JongoBahia Bumba-meu-boi

Congada

Paraná Congada

LapeanaCeará Santa CatarinaCongada

Boi-de-mamãoRio Grande do

Norte

Coco

Bumba-meu-Boi

Congada

Rio Grande do Moçambique

Paraíba Coco

Bumba-meu-boi

Pernambuco Coco

Bumba-meu-boi

Frevo

É BOM SABER :

BUMBA-MEU-BOI: É um folgue conhecido por diferentes denominações. Em

todos o tema central é a morte e ressurreição de um boi, sendo este

personagem feito com armação e coberto com tecido colorido.

TAMBOR-DE-CRIOULA : É uma espécie de batuque de terreiro, marcado por

tambores feitos de troncos de árvores escavados, sua principal característica é

a umbigada.

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CONGADA: É um auto-encenado nas festas dedicadas a Nossa Senhora do

Rosário e São Benedito, muito comuns em Minas Gerais e no vale do Paraíba

Paulista. Representa da coroação dos antigos reis do Congo. Pode ser vista nas

cidades litorâneas de São Paulo, Espírito Santo e Ceará. Destacamos no Paraná

a Congada Lapeana

COCO: Típico das regiões norte e nordeste, são executadas em círculos, pares

ou fileiras. Sua principal característica é a umbigada. Segundo consta sua

origem vem dos tiradores de coco. São conhecidas como coco-de-praia, coco-de-

ganzá e coco-de-parelha, entre outros. É representado nas festas juninas, mas

pode ser encontrado em outras épocas.

MOÇAMBIQUE: É uma festa dedicada aos santos padroeiros dos negros. Em

Minas Gerais faz parte do cortejo que acompanha a Congada. No Vale do

Paraíba Paulista são usados bastões para marcar o ritmo. Pode também ser

usado lata com chumbos nos tornozelos para fazer barulho.

MARACATU: O termo significa ’confusão’. Há dois tipos de folguedo: maracatu-

nação, de origem banto, e o maracatu rural. No maracatu nação o rei e a rainha

bailam entre os outros personagens, já no maracatu rural, os personagens

dançam sob um traje que chega a pesar 25 quilos.

CUCUMBIS : São autos festivos, podendo tomar como tema principal à batalha

entre

negros e índios ou mouros e cristãos, ou apenas as passeatas das embaixadas

desses guerreiros.

O CARNAVAL

O Carnaval é o termo utilizado para designar os folguedos dedicados ao

Momo. Iniciou com os bailes de máscaras da classe burguesa esses bailes

aconteciam na Europa em países como a Itália e França , introduzidos no Brasil

na década de 1840 . São heranças do carnaval europeu a colombina, o pierrô e

o próprio Rei Momo.

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No final do século XIX acontecia no Brasil o desfile dos corsos que

popularizaram –se no início do século XX, as pessoas enfeitavam seus carros e

saíam pelas ruas (origem dos carros alegóricos).

A primeira escola de samba foi a ‘Deixa Falar’ criada no Rio de Janeiro

por Ismael Silva.

O Carnaval é comemorado no Brasil de maneiras distintas entre as

regiões , no Rio de Janeiro e São Paulo o destaque está no desfile das escolas de

samba. No nordeste em cidades como Olinda e Recife prevalecem o frevo e o

maracatu. Em Salvador na Bahia existem os trios elétricos, os blocos negros e

os afoxés.

RAÍZES DO CARNAVAL

ENTRUDO - O entrudo iniciou no século XVII era herança das festas greco-

romanas, que comemoravam as colheitas. Era uma festa em que os escravos das

colônias brincavam pelas ruas jogando farinha de trigo e polvilho uns nos

outros. As famílias brancas brincavam em suas casas e jogavam água suja

naqueles que passavam pelas ruas. Era apenas uma brincadeira, não havia

dança nem música.

O destaque estava nos limões-de-cheiro-pequenos objetos em forma de

laranja feitos de cera, com água suja dentro.

Era uma atividade proibida e reprimida pela polícia, no início do século xx

caiu em desuso dando lugar ao confete e à serpentina.

No Rio de Janeiro as máscaras começaram a ser usadas entre 1835 ,

porém, o primeiro baile de máscaras aconteceu em 1840 no Hotel Itália na

cidade do Rio de Janeiro.

O entrudo era uma imitação do carnaval europeu, acontecia nos

famosos bailes de máscaras, enquanto isso negros e místicos brincavam pelas

ruas.

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ZÉ PEREIRA e RANCHOS -O elemento Zé Pereira surgiu nos carnavais

cariocas criado pelo sapateiro português Jose Nogueira de Azevedo Paredes e

perdurou ate a primeira década do século XX. Ari de Araújo e seu livro as

Escolas de Samba relata:

Quem não conhece o Zé Pereira? Que infeliz conduto auditivo não foi ainda alvo

de surra musical da diabólica e lusa invenção? Se nessa terra de impostos

houvesse policia e ela lesse as reclamações do publico, de há muito, por toda

parte, se não ouviram, aos domingos e dias santificados insuportabilíssimos

rufos de tambor. Numa cidade que se pretende civilizada, a policia não acode

aos desditosos habitantes. A autoridade consente semelhantes exibições

grotescas dignas de zulus ou cafres boçais. (ARAÚJO, p.46).

Já os Ranchos carnavalescos surgiram por volta de 1870, criado pelos

negros baianos moradores no Rio de Janeiro. As fantasias usadas nos ranchos

eram luxuosas com aplique de vidrilhos e pedrarias tendo como símbolos

objetos, animais ou plantas. São exemplos: Ameno Resedá, Flor do Abacate,

Rosa de Ouro, Recreio das Flores, Mimosas Cravinas entre outros, esses

elementos encontrados nos primeiros Blocos* e depois originando as Escolas de

Samba.

Eram influenciados pelos folguedos negros como os Cucumbis e

Congos. O desfile de um Rancho era um cortejo com a presença de um rei e

uma rainha, os instrumentos utilizados eram de sopro e cordas e havia os

mestres de harmonia, de canto, de sala (responsável pela coreografia).Fazia

parte dos Ranchos o porta-estandarte.

Blocos Afro-Carnavalescos Baianos

O trabalho dos blocos afro-carnavalescos baianos está além do carnaval,

não começam e nem terminam com este. Durante todo ano realizam trabalhos

de cunho social junto as suas comunidades de origem. Acima de tudo buscam o

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resgate da cultura africana e propiciar ao negro conhecimento de sua cultura e

sua politização visando transformações sociais e econômicas. E essa

consciência é retratada nas letras das músicas que buscam permitir a

construção da identidade. Representam a força da negritude baiana.

ILÊ AIYÊ - Foi criado em 1974 no Bairro da Liberdade(Salvador-BA)- seu ritmo

impõe uma mistura de samba com candomblé. É um bloco negro que veta a

entrada de brancos, luta para desfazer o mito da democracia racial e

principalmente procura modificar a auto imagem do negro. Lançou o primeiro

disco de um bloco afro em 1984

A roupa ou indumentária é cuidadosamente elaborada através da pesquisa de

diferentes regiões da África, as letras das canções são também referentes a

pesquisas da história africana, os cabelos são estilo rastafári ou dreadlocks

(cabelos em forma de gomos.). Para o antroplólogo Valdeloir Rego, “o Ilê foi

uma revolução no comportamento do negro baiano. Foi quando o negro deixou

de alisar o cabelo, assumir sua beleza e começou a retornar sua tradição

rítmica.” (Santos, 103).

O primeiro nome do bloco foi “Poder Negro”, proibido pela polícia

federal que temia um levante negro, então foi escolhido Ilê Aiyê que significa

em iorubá “casa dos negros”.

ARA KETU – Foi fundado em 1980, no subúrbio do Periperi. O termo Ara Ketu

tem origem iorubá significando povo do reino de Ketu. É muito semelhante ao

Ilê Aiyê pela força da africanidade, enredo em homenagem aos deuses

africanos, presença do candomblé. Embora não esteja preso aos preceitos

religiosos, a dança afro é predominante no bloco.

Foi o pioneiro no uso de bateria percussiva, somada ao aos metais de

sopro, teclados e guitarras elétricas.

O Ara Ketu tem como objetivo a emancipação social da população

periférica que é predominantemente negra, através de oficinas que

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desenvolvem um trabalho educacional para crianças e adultos como música

(tocador de tambores), dança afro, teatro, capoeira, cursos profissionalizantes

como corte e costura, estamparia, cabeleireiro (trançadeiras afro) entre outras

atividades.

MALÊ DELABÊ - Surgiu em Itapuã, um grande bairro baiano com numerosa

população negromestiça. Malê Debalê em iorubá significa negros islamizados.

Tem como referência cultural a Revolta dos Malês ocorrida em 1835.

Este bloco saiu pela primeira vez no carnaval baiano em 1980, foi o

precursor de uma ala de danças em blocos afro. É de pequeno porte , mas

mesmo assim tem finalidades sociais como os demais grupos. A cada carnaval

tem como tema a África, mas não com os mesmos recursos dos blocos grandes

que sempre estão indo ao continente africano pesquisar a história para

comporem seus repertórios.

OLODUM – Instituiu ao carnaval baiano o samba reggae, e tem como

referência musical Bob Marley. Dedica-se a pesquisa histórica da

ancestralidade negra culta como a egípcia por exemplo. Investe na formação

musical de crianças, que após seleção passam a integrar a banda mirim do

Olodum. Este bloco deu nova cara ao Pelourinho, os ensaios tornaram-se

atração da cidade mobilizando tanto a negros como brancos. É

internacionalmente conhecido por sua música e por sua consciência política.

TIMBALADA – Foi criado por Carlinhos Brown para desfilar nas festas da

cidade, nasceu no bairro do Candeal de Brotas , o bloco usa timbaus* para fazer

uma batucada pop. É caracterizado por pinturas corporais representando o

mesmo tempo tribalismo e pós-modernidade não é um grupo dedicado somente

a sonoridade africana como os demais, prioriza a pesquisa de diversos ritmos

baianos e a música é para ricos, pobres, negros, brancos. Investe-se na

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conscientização, na cidadania e na auto-estima. Alcançou fama nacional e

internacional.

*Timbau – instrumento percussivo de forma cônica, feito de material

sintético,semelhante aos três atabaques dos terreiros de candomblé. Na

Timbalada o timbau é tocado com as mãos.

FILHOS DE GANDHI – É o mais antigo bloco afro da Bahia. O nome é uma

homenagem a Mahatma Gandhi líder pacifista, O cantor e compositor Gilberto

Gil é o mais famoso integrante do afoxé Filhos de Gandhi.. Sua indumentária é

composta de roupa branca, turbante. Seus componentes são homens humildes

ligados ao candomblé da Bahia. Afoxé uma manifestação com comportamento

específico unido por uma dança, língua e códigos de origem nagô.

É um grupo voltado à comunidade e a consciência de grupo e prima

pela manutenção dos valores culturais e tradições africanas.

Capoeira - Luta ou Dança ?

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RUGENDAZ, Johann Moritz, Capoeira e Batucada,1835 (domínio público)

Era uma forma de proteção contra a violência dos senhores de

engenho. Sendo proibidos pelos senhores de praticar qualquer tipo de luta,

adaptaram movimentos de danças africanas a um tipo de luta. Surgindo então

uma luta disfarçada de dança.

Impedidos de usar armas de fogo, espadas- os escravos principalmente os

negros de ganho e carregadores de fardo, tornaram-se peritos, nas cabeçadas,

nos rabos –de- arraia e nas rasteiras de capoeiragem. A arte de capoeiragem

mais uma vez lhes permitiu suprir a falta de armas de fogo com movimentos de

dança. Dançando esses bailarinos enfrentaram com pés ligeiros, pequenos,

delicados (...) soldados armados, nórdicos vigorosos, marinheiros ingleses (...)

(Freyre,p.644-645).

Foi também para os negros uma forma de transmitir a cultura para as

novas gerações e originou os passos do frevo

Até a década de30 sua prática era proibida no Brasil e os

capoeiristas eram presos pela polícia e constantemente perseguidos. Passou a

ser instituída como esporte nacional , após uma exibição do mestre Bimba em

1937ao Presidente da República Getúlio Vargas que visava o nacionalismo ,

buscando valorizar elementos que considerava tipicamente nacionais como

futebol e o carnaval.

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ANGOLA

É o mais antigo, tem ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos e muita

malícia.

O berimbau –mestre é acompanhado por outros berimbaus e instrumentos de

percussão

REGIONAL

O jogo dos movimentos é mais rápido e é acompanhado somente pelo

berimbau. Os golpes são rápidos,sem acrobacias e ainda foram introduzidos

golpes de lutas como boxe, judô e o jiu-jitsu.

CONTEMPORÂNEO

Une um pouco dos dois estilos Angola e Regional.É a modalidade mais

praticada na atualidade.

MESTRE BIMBA

MANUEL DOS REIS MACHADO

1899-1974

É considerado o pai da Capoeira

Regional.

Criou método de ensino da Capoeira

Oficializou o uso do uniforme branco

Participou para o reconhecimento da

Capoeira.

Fundou o centro de Cultura Física e

Luta Regional

Sua escola ainda é mantida nos dias de

hoje.

MESTRE PASTINHA

VICENTE FERREIRA PASTINHA

1889-1981

Maior representante da Capoeira de Angola

Treinava Capoeira nas horas vagas e as

escondidas.

Fundou o Centro Esportivo Angola em 1941.

Primava pela disciplina e pela ordem.

Condenava a violência.

Representou o Brasil no I Festival de Arte

Negra, no Senegal.

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SUGESTÃO DE OFICINAS

As atividades a seguir são sugestões , a partir das quais, poderão ser

criadas outras de interesse de sua comunidade escolar.

• OFICINA I

Sugerir as crianças ou jovens a fazer um levantamento na biblioteca

ou internet de músicos negros de nosso estado, de renome nacional ou

internacional.

Depois de terminada a pesquisa da vida e da obra destes artistas

organizar uma exposição com reproduções de suas obras, reportagens e

entrevistas em jornais ou revistas.

• OFICINA II

Ampliar o acervo de imagens da escola, procurando em revistas,

catálogos, jornais, tudo que se relacione à música, podendo ser samba, funk,

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hip-hop, jazz, blues, (tanto reprodução de obras como textos), passando esse

trabalho a fazer parte do acervo da biblioteca.

• OFICINA III

Criar um painel coletivo com o grupo; entender a música como expressão

de sentimentos, idéias registro de uma cultura; as crianças ou jovens devem

captar por meio do desenho, seus sonhos e aspirações;

Materiais – letras de música (choro, samba, lundu), aparelho de som e

cds, tinta, papel, pincéis e outros que achar necessário.

• OFICINA IV

Objetivo: Conhecer as principais manifestações da cultura negra nas

diferentes regiões do país.

Materiais: Mapa do Brasil com suas regiões ou estados demarcados, com

ilustrações das principais danças e folguedos da cultura negra.

Execução: *Os participantes identificam no mapa as várias regiões do

país;

Cada grupo se responsabiliza pela pesquisa de uma região;

Construir um roteiro que possibilite conhecer músicas e danças de

origem negra;

As equipes devem ter um tempo para que possam encontrar músicas,

vídeos, ou contatar pessoas que possam ensinar, por exemplo, a confeccionar

vestimentas típicas;

*Agendar um dia para a exposição de materiais e apresentação das músicas,

danças e folguedos.

• OFICINA V

Teatro de bonecos, transformando uma caixa de papelão em palco-

biombo.

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Materiais: Caixa de papelão, tintas, pincéis,cola e outros materiais

Execução:

*Abra a caixa e na face central faz uma abertura, elabore os bonecos de acordo

com o folguedo ou musica que

quer apresentar (os bonecos podem ser fantoches de pano, dedo, cartucho e

outros materiais);

*Realizar uma pesquisa sobre folguedo ou dança a ser apresentada;

*enfeitar o palco, porém, deve se dar destaque aos bonecos;

Agendar o dia para a apresentação dos trabalhos.

• OFICINA VI

Objetivo: Relembrar que os negros que foram trazidos ao Brasil e

escravizados utilizavam máscaras em seus rituais e máscaras fazem parte da

história do carnaval.

Materiais: folha de papel, giz de cera, cola , tintas, retalhos de papel e de

pano, tesoura, pincéis.

Execução:

Primeiro pesquisar a história das máscaras principalmente dos ranchos

carnavalescos;

Distribuir material para que os participantes criem suas máscaras;

Após a confecção pode-se organizar um desfile de máscara e ainda fazer

um mural.

• OFICINA VII

Organizar um grupo de alunos e conversar com eles sobre as

contribuições do negro na música brasileira. Se possível organizar um cine

fórum após assistir a um filme ou vídeo que mostre festejos da cultura negra.

Procurar na biblioteca, livros, documentos, publicações, com

informações sobre as manifestações, ou ainda convidar professores de História

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da Universidade local (caso haja) para conversar com o grupo sobre as

influências da musica negra no Brasil.

• OFICINA VIII

Os instrumentos de percussão são aqueles cujo som é obtido por meio de

batidas ou sacudidas, como exemplo, temos tambores, pandeiros, bateria,

chocalhos, etc.

Faça uma busca com seus alunos e arrecadem elementos da natureza

como pedras, galhos, conchas e ainda latas e confeccionem instrumentos

simples como chocalhos, por exemplo.

E depois forme equipes e criem pequenas composições para os

instrumentos criados e apresentem para toda as escola .

Confeccionar instrumentos é bastante divertido e acessível a todas as

faixas etárias.

Negros Nomes da Música Brasileira

Caninha

José Luis Morais

Nasceu em

Jacarepaguá , ficou

conhecido por

Caninha por que

vendia rolete de

cana nas ruas do

Rio de Janeiro.

Na década de 20 do

século passado era

um dos

Tia Ciata

Hilária Batista de

Almeida

A mais famosa das

tias baianas do

início do século

passado que veio

morar na Pequena

África (Rio de

Janeiro).

Em sua casa que

ficava na Praça

João da Baiana

João Machado

Guedes

Era o caçula de

uma família de 12

irmãos. É tido como

o introdutor do

pandeiro no samba.

Além do pandeiro

era especialista no

prato e

faca.Participou

Zé Kéti

José Flores de

Jesus

Foi um grande

cantor e compositor

brasileiro, além de

membro da Ala de

Compositores da

Portela.

Sua composição de

maior sucesso foi “A

voz do morro”, que

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freqüentadores da

casa de tia Ciata.

Participou de vários

grupos musicais

como “Grupo

Caxangá” e “Grupo

Cidade Nova”.

De profissão era

funcionário público.

Nos anos 30 já era

considerado

ultrapassado e em

resposta em 1933

compõem m em

resposta a música

“É Batucada”.

Compôs 49

músicas.

Onze onde se

reuniam

compositores como

Donga, Sinhô e João

da Baiana.

com a música “Ke-

ke-ke-ké da

gravação

organizada por Villa

Lobos do navio

”Uruguai”.

Em 1968 gravou

com Pixinguinha e

Clementina de

Jesus o disco

“Gente da Antiga”.

É autor da música

“Batuque na

Cozinha”, também

lançada em 1968,

regravada mais

tarde por Martinho

da Vila.

também foi o nome

de um conjunto

musical criado por

Zé Keti, lançaram

três discos.

Pixinguinha

Alfredo da Rocha

Viana

Foi flautista,

saxofonista,

compositor, cantor,

arranjador. Um dos

maiores

compositores

Sinhô

José Barbosa da

Silva

Foi compositor

carioca mais

reconhecido em

1920, pelas músicas

Fala meu Louro e a

marcha O Pé de

Donga

Ernesto Joaquim

Maria dos Santos

Foi músico,

compositor e

violinista . foi

criado envolvido

pela música já que

seu pai tocava

Djavan

Cantor versátil

nasceu em Maceió

(AL). Desde

garoto cantarolava

músicas de Angela

Maria e Nelson

Gonçalves.

Aprendeu tocar

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brasileiros, sem

dúvida o maior

representante do

Choro. Em 1919,

formou o conjunto

Oito Batutas.

Ao compor a música

“Carinhoso”

(1916/1917) e

Lamentos (1928) foi

criticado

duramente, na

verdade eram muito

avançadas para a

época.

Teve centenas de

composições, entre

elas “Rosa”, “Vou

Vivendo”, “A vida é

um Buraco”.

Anjo.

Foi bastante

polêmico muitas

vezes acusado de

plagio. Era um dos

freqüentadores da

casa de tia Ciata.

Sua música “Jura”,

fez sucesso como

abertura da novela

O Cravo e a Rosa,

sendo interpretada

por Zeca

Pagodinho.

bombardino e sua

mãe gostava de

tocar modinha e

promover reuniões

de samba em sua

casa.

Tocava cavaquinho

de ouvido. Em 1917

gravou a música

“Pelo Telefone”.

Integrou junto com

Pixinguinha os

“Oito Batutas”.

violão sozinho

acompanhando as

cifras em revistas

que comprava em

bancas de jornal.

Com dezoito anos

formou o conjunto

Luz, Som ,

Dimensão. Sua

maior paixão está

em compor.

No início de

carreira encontrou

muitas dificuldades,

porém não

desanimou. Suas

composições são

verdadeiras poesias.

Suas principais

composições são:

Dupla Traição, Álibi,

A Ilha, Açaí,

Samurai, Lilás,

Esquinas, Oceano e

muito mais.

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Milton

Nascimento

É um dos destaques

da música popular

brasileira. Apareceu

em 1960 no II

Festival da Canção

da Rede Globo.

Seu estilo musical é

sincrético, onde

mistura jazz, blues,

rock, música latina e

outros.

Foi DJ, locutor e

diretor da Rádio

Três Pontas (MG) e

cantava nas

madrugadas como

crooner. Também

formou o Conjunto

Luar da Prata.

Morando em São

Paulo conheceu Elis

Regina que gravou

sua primeira música

“Canção de Sal”.

Clementina de

Jesus

Nasceu no interior

do Rio de Jesus.

Trabalhou como

doméstica até ser

descoberta em

1963 pelo

compositor

Hermínio Carvalho

e então passou a

participar do show

“Rosa de Ouro”

que mais tarde

virou disco.

Era considerada a

rainha do samba

partido –alto e

também gravou

jongos e músicas

de cultos afro.

Em sua carreira

fez parcerias

musicais com

Pixinguinha e João

da Baiana além de

ter gravado quatro

discos solo.

Cartola

Angenor de

Oliveira

Talentosíssimo

compôs músicas

como “As Rosas Não

Falam”.

Seu apelido vem

pelo uso de um

chapéu-coco que

usava nas obras

para não sujar a

cabeça com reboco

e cimento, pois era

pedreiro.

Não teve nenhuma

formação musical,

mas desde cedo

ouvia Bach e

Handel.

Foi um dos

fundadores da

escola de samba

Mangueira, escolheu

suas cores verde e

rosa e ainda compôs

o primeiro samba-

enredo “Chega de

Demanda”.

Gilberto Gil

Estudou desde

pequeno acordeon

e na juventude

intensificou seu

estudo o que o

levou a formar aos

18 anos o conjunto

“Os Desafinados”,

já na faculdade

entra em contato

com a música

erudita.

Em 1962 Caetano

Veloso,Maria

Bethânia e Gal

Costa fazem o show

“Nós por Exemplo”

em Salvador.

Começou a se

tornar famoso no

programa de

televisão “O Fino

da Bossa” com as

músicas “Eu vim

da Bahia” e

“Louvação”, já na

cidade de São

Paulo.

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Na tentativa de

levar o samba dos

morros para as ruas

da cidade abriu com

Dona Zica (sua

esposa) o bar

Zicartola. Só

conseguiu gravar

seu primeiro disco

em 1974.

Participou de

vários festivais e

música, e foi a

partir do 3ª

Festival da Record

cantando “Domingo

no Parque” em

1967 que

juntamente com

Caetano Veloso

disseminam as

primeiras sementes

do Tropicalismo.

Padre José

Maurício Nunes

Garcia

Carioca filho de pai

português e mãe

escrava. Foi o

músico mais

importante do

período colonial.,

mesmo sem nunca

sair do Brasil, suas

obras eram

conhecidas na

Europa.

Começou suas

composições com 16

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anos de idade,

porém muitas foram

perdidas. Foi o

primeiro brasileiro a

destacar-se na

música.

BIBIOGRAFIA

01 - ALVES, Henrique. Sua Excelência o samba. São Paulo:Símbolo, 1976.

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08 - FREIRE, Gilberto.Casa Grande e Senzala.49.ed. São Paulo: Global,2004

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22 - ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Almanaque Pedagógico Afro-

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23 - SANTOS, Joel R. dos. Cinco Mitos Sobre a Escravidão. Carta na Escola.

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24 - SCHLICHTA, Consuelo Alcione Borba Duarte e TAVARES, Isis Moura.

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25 - SILVA, Leonardo Dantas. Olha o frevo aí, gente! Revista Brasileira de

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26 - SILVA, Petronilha B. Gonçalves. Espaços para as relações interétnicas:

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28 - SOCHA, Eduardo. O continente que deu ritmo ao mundo. Biblioteca entre

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29 - TINHORÃO, José Ramos. Pequena História da Música Popular. 3ed.

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30 -TINHORÃO, José Ramos.História Social da Música Popular

Brasileira.São Paulo:34, 1998. 368 p.

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