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Satisfação de Pacientes com Estomias Satisfação de Pacientes com Estomias Intestinais em Relação aos Equipamentos Intestinais em Relação aos Equipamentos Adquiridos em um Programa de Assistência a Adquiridos em um Programa de Assistência a Estomizados Estomizados Rosemary Vieira Souza Spenazato ; Cláudia Regina de Souza Santos; Ana Beatriz Pinto da Silva Morita Maria Angela Boccara de Paula.

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Page 1: Satisfação de Pacientes com Estomias Intestinais em Relação aos Equipamentos Adquiridos em um Programa de Assistência a Estomizados Rosemary Vieira Souza

Satisfação de Pacientes com Estomias Intestinais em Satisfação de Pacientes com Estomias Intestinais em Relação aos Equipamentos Adquiridos em um Relação aos Equipamentos Adquiridos em um

Programa de Assistência a Estomizados Programa de Assistência a Estomizados

Rosemary Vieira Souza Spenazato; Cláudia Regina de Souza Santos; Ana Beatriz Pinto da Silva Morita Maria Angela Boccara de Paula.

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Introdução: A colostomia se caracteriza por uma abertura realizada na parede cólica e exteriorizada através da parede abdominal anterior com o intuito de desviar o efluente fecal para o meio exterior.

(Paula & Speranzini, 2014)(Google imagens, 2014)

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O enfermeiro, como agente principal na avaliação do estoma, exerce função de destaque junto aos gestores para aquisição de bolsas coletoras com as devidas especificações e indicações a cada tipo e características de estoma, favorecendo assim o manuseio e a adaptação.

No estado de Minas Gerais existem 4.762 pessoas com estomias e destas, 834 fazem parte do Sul de Minas Gerais.

(Luz et al, 2009; Moraes et al, 2013)

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Objetivo: Avaliar o nível de satisfação dos pacientes com estoma intestinal (colostomia e ileostomia) em relação aos equipamentos adquiridos em um Programa de Assistência a Estomizados de uma cidade do Sul de Minas Gerais.

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Método:Local do estudo: Ambulatório de Estomaterapia da Prefeitura Municipal de uma cidade do Sul de Minas Gerais;

Tipo de estudo: Descritivo com abordagem quantitativa dos dados;

Amostra: 32 pacientes com estoma intestinal (colostomia e ileostomia)

Período: Setembro e outubro de 2014.

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Critérios de inclusão:

Pacientes cadastrados no Programa; Que residiam na cidade; Idade superior a 18 anos; Ambos os gêneros; Com estoma intestinal (colostomia e ileostomia); Com condições cognitivas e mentais para responder o formulário; Aceitaram participar da pesquisa assinando o TCLE.

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Instrumento de coleta de dados:Formulário elaborado pelas pesquisadoras com perguntas abertas e fechadas.

Aspectos éticos:Aprovado pelo CEP- UNITAU no dia 12/09/2014, sobre o protocolo 792.196.

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Resultados e discussão

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Dados sócio demográficos N %Idade    31 á 40 anos 1 3,1341 á 50 anos 2 6,2551 á 60 anos 8 2561 à 70 anos 6 18,7571 à 80 anos 12 37,581 à 90 anos 3 9,37TotalMédia de idade dos pacientes (em anos)

3261,6 anos

100%

GêneroFeminino 18 56,25Masculino 14 43,75Total 32 100%Situação ConjugalCasado 22 68,75Solteiro 2 6,25Separado 2 6,25ViúvoTotal

6 32

18,75100%

Tabela 1 - Características sociais e demográficas de pessoas com estoma intestinal do ambulatório de estomaterapia de uma cidade do sul de Minas Gerais, 2014.

Por meio de um estudo retrospectivo, Spenazato et al (2013) verificou em 308 prontuários de pacientes, que a média de idade foi de 59 anos e 63% eram homens.

Nos estudos de (Bechara et al., 2005; Esteves, 2009; Fernandes et al., 2010; Pi Chilida, 2007; Lima, Souza & Santos, 2012) também demostraram predominância para pessoas casadas.

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Dados clínicos N % Etiologia do estoma    Neoplasia 25 78,12Diverticulite 4 12,5Outros 3 9,38Total 32 100%Média de tempo com estoma (em anos) 6,2 anos  Tipo de estoma    Colostomia 24 75Ileostomia 8 25Total 32 100%Localização do estoma    QID 8 25QSD 3 9,37QSE 2 6,25QIE 14 43,75Linha da cintura 5 15,63Total 32 100%*Presença de Complicações    Sem complicações 12 37,5Com complicações 20 62,5*Dermatite 11 34,37*Hernia paracolostômica 10 31,25*Retração 3 9,37*Granuloma *Prolapso

31

9,373,13

Permanência do estoma    Definitivo 30 93,75Temporário Total

232

6,25100%

*admite-se mais de uma resposta

Tabela 2- Características clínicas de pessoas com estoma intestinal do ambulatório de estomaterapia de uma cidade do sul de Minas Gerais, 2014.

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Conforme Santos et al (2007), um estudo realizado através de 178 prontuários de pacientes cadastrados em um Programa de Estomizados de Campo Grande- MS, mostrou que 85,4% foram colostomias e 46,6% delas devido a neoplasia maligna, apresentando ainda 57,9% de complicações com predominância da dermatite (28,7%).

Pi Chilida (2007) & Lima, Souza & Santos (2012 ) encontraram que 31,65% e 45% possuíam colostomia à esquerda respectivamente.

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Dados sobre equipamento N %Equipamento que faz uso    1 peça 15 46,872 peças 17 53,13Total 32 100%Opaca 27 84,38Transparente 5 15,62Total 32 100%Drenável 31 96,87Fechada 1 3,13Total 32 100%Base adesiva Plana 31 96,87Base adesiva Convexa 1 3,13Total 32 100%Média de equipamentos fornecidos por mês (bolsa) 8  Satisfação com quantidade fornecida    Sim 31 96,87NãoTotal

132

3,13100%

Tabela 3 – Características dos equipamentos utilizados pelos pacientes com estomas intestinais cadastrados em um serviço de estomaterapia de uma cidade do Sul de Minas Gerais, 2014.

No estudo de Fernandes (2010) ao caracterizar 12 pacientes com estomas de Ponte Nova- MG, o tipo de equipamento predominante era de 1 peça ( 91,65%), drenável (66,6%), recortável (91,6%). Relatou que a maioria dos pacientes usavam equipamentos adequados, porém nem todas as expectativas eram atendidas.

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Grau de satisfação quanto ao equipamento N %Aderência na aplicação    Bom 16 50Ótimo 16 50Total 32 100%Aderência durante o uso    Bom 19 59,38Ótimo 10 31,25Ruim 3 9,37Total 32 100%Flexibilidade da base aderente    Bom 21 65,62Ótimo 10 31,25Ruim 1 3,13Total 32 100%Segurança no fechamento    Bom 19 59,38Ótimo 10 31,25Ruim 3 9,37Total 32 100%Conforto do adesivo    Confortável 24 75Razoável 7 21,87Desconfortável 1 3,13Total 32 100%Passagem do odor    Nenhum 20 62,5Pouco 10 31,25Muito 2 6,25Total 32 100%

Tabela 4 – Dados sobre o grau de satisfação de pacientes com estomas intestinais cadastrados em um serviço de estomaterapia quanto a satisfação dos equipamentos relativos a aderência, flexibilidade, segurança, conforto e odor de uma cidade do Sul de Minas Gerais, 2014.

Para Kamada et al (2011), em uma pesquisa realizada com 15 pacientes, encontrou que o equipamento coletor preferido por todos os entrevistados, foi aquele que eles consideravam ser mais confortável, mais higiênico, menos alérgeno, de maior durabilidade, de maior aderência, que prevenisse odor e que fosse drenável.

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Grau de Satisfação quanto ao equipamento N %Ruído do plástico durante movimento    Nenhum 18 56,25PoucoTotal

1432

43,75100%

Higienização    Fácil 24 75Razoável 6 18,75DifícilTotal

232

6,25100%

Remoção    Fácil 30 93,75Razoável 2 6,25Total 32 100%Nível de dor na remoção    Ausente 24 75TolerávelTotal

832

25100%

Presença de resíduo do adesivo na pele    Nenhum 8 25Muito 3 9,37Pouco 21 65,63Total 32 100%Tempo com equipamento    1 à 3 dias 9 28,124 à 6 dias 21 65,637 diasTotal

232

6,25100%

Tabela 5 – Dados sobre o grau de satisfação de pacientes com estomas intestinais cadastrados em um serviço de estomaterapia quanto a satisfação dos equipamentos relativos aos ruídos, higienização, nível de dor na remoção, resíduos e tempo com a bolsa coletora de uma cidade do Sul de Minas Gerais, 2014

Lage, Boccara de Paula & Cesaretti (2014), indagam que a escolha do equipamento adequado é o elemento essencial para o sucesso no processo de reabilitação e reintegração social da pessoa com estomia, já que o equipamento é um recurso indispensável. Diante disso, o enfermeiro, estomaterapeuta ou não, precisa conhecer os produtos disponíveis no mercado, suas características e peculiaridades, bem como os recursos que a comunidade oferece para a continuidade da assistência.

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Recebimento de orientações N %Antes da cirurgia    Sim NãoTotalApós a cirurgiaSimNãoTotalOrientação ambulatorialSim Total

62632 

122032 

3232

18,7581,25100%

 37,562,5

100% 

100 100%

Tabela 6 - Dados sobre o recebimento de orientações de pacientes com estomas intestinais cadastrados em um serviço de estomaterapia de uma cidade do Sul de Minas Gerais, 2014

De acordo com Kamada et al (2011) (53,3%) dos pacientes receberam orientações no pré- operatório e (26,6%) relataram não ter recebido nenhum tipo de orientação. A ausência de orientações também foi descrita no estudo de Lima, Souza & Santos (2012), no qual 69,4% não receberam orientações antes da cirurgia. quanto aos tipos de equipamentos existentes, higienização, presença de grupo de estomizados, alimentação, vestuário, relacionamento, cuidado com a pele e troca de bolsa.

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Quanto aos equipamentos fornecidos algumas sugestões foram relatadas como:

“Melhorar a aderência da base” (2/ 6,25%);“Melhorar o encaixe da bolsa na placa” (1/ 3,13%);“Aumentar o tamanho do adesivo microporoso” (2/ 6,25%);“Aumentar tanto a quantidade de bolsa como de barreira em pasta

fornecida” (3/ 9,37%);“Aumentar a quantidade apenas de bolsas, para não ter que lavar

constantemente” (2/ 6,25%).

Os dados referentes a “aumentar a quantidade de equipamentos fornecidos”, contrariam as respostas obtidas no qual 96,87% estavam satisfeitos com a quantidade fornecida.

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Conclusão

A maioria dos resultados foram de caráter positivo, presumindo-se que as pessoas com estomas intestinais possuem um nível de satisfação “BOM” quanto aos equipamentos fornecidos pelo programa.

É importante que as pessoas que fazem uso de equipamentos para estomias, tenham a oportunidade de escolher aquele que traz maior conforto e que garanta sua segurança.

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Esteves AMSD. Avaliação da qualidade de vida de pacientes portadores de estomas intestinais. Alfenas: UNIFENAS, 2009. Dissertação (Mestrado em saúde), p. 174.

Fernandes RM, Miguir ELB, Donoso TV. Perfil da clientela estomizada residente no município de Ponte Nova, Minas Gerais. Rev Bras Col 2010; v. 30 (4): p. 385- 392.

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