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SARAMPO
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Generalidades
• Infecção viral aguda altamente transmissível• Possui distribuição universal, acometendo
indiferentemente ambos os sexos, sem distinção de raça, cor, nível social ou faixa etária.
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Histórico
• Rhazes, médico persa, século X - publicou a primeira descrição clínica do sarampo.
• Foi, durante séculos, uma das maiores doenças epidêmicas, especialmente em crianças, representando uma das maiores causas da morbimortalidade infantil em todo o mundo.
• Atualmente, a situação mudou - políticas intensivas de vigilância, prevenção, controle e melhoria das condições de nutrição da população.
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Características Clínicas
• Caracterizada por febre alta, exantema máculo-papular generalizado, tosse, coriza e conjuntivite.
• Sinal patognomônico - manchas de Koplic, enantema da mucosa oral nas fases iniciais da doença
• Pode evoluir com complicações como broncopneumonia, encefalite, miocardite, estomatite, lesões oculares e diarréia intensa em indivíduos desnutridos.
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Características Epidemiológicas• Agente Etiológico - vírus do gênero Morbillivirus, família
Paramyxoviridae.• Reservatório - homem.• Modo de Transmissão
– Transmitido de pessoa para pessoa, através das secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar.
– Ambientes fechados favorecem a contaminação.• Período de Incubação
– Varia de 7 a 18 dias (10 dias em média)• Período de Transmissibilidade
– O período de maior transmissibilidade varia de 4 a 6 dias antes e 4 dias após o aparecimento do exantema.
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Características Epidemiológicas• Susceptibilidade e imunidade
– A susceptibilidade ao vírus do sarampo é geral. – Lactentes cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas
possuem, temporariamente, anticorpos transmitidos por via placentária conferindo imunidade provisória à doença, geralmente até os 9 meses de idade, interferindo na vacina.
– A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção natural ou pela vacinação e é duradoura.
– A imunidade “de grupo” é obtida com 95% de cobertura vacinal, no mínimo.
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Aspectos Clinicos• Período de infecção
– Dura cerca de sete dias, iniciando com o período prodrômico - febre acompanhada de tosse produtiva, coriza, conjuntivite e fotofobia.
– Do 2° ao 4° dia acentuam-se os sintomas iniciais: o paciente fica prostrado e aparecem as lesões características do sarampo, como exantema cutâneo máculo-papular de coloração vermelha, iniciando na região retroauricular.
• Remissão – Caracteriza-se pela diminuição dos sintomas – declínio da febre. – Exantema escurecie, em alguns casos, surge descamação
furfurácea.
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Aspectos Clínicos• Período toxêmico
– É uma doença que compromete a resistência do hospedeiro, facilitando a ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana.
– Freqüentes complicações, principalmente nas crianças até dois anos de idade, em especial as desnutridas, e adultos jovens.
– Febre por + três dias após o aparecimento do exantema é sinal de alerta.
– As mais comuns são:• infecções respiratórias;• desnutrição;• doenças diarréicas;• doenças neurológicas - encefalite pode aparecer após o
20º dia.
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Diagnóstico Diferencial• outras doenças exantemáticas febris agudas– rubéola, – exantema súbito (Roséola Infantum), – eritema infeccioso (Parvovírus B19), – dengue (quando acompanhada de exantema), – enteroviroses (coxsackioses, echoviroses) e as
ricketioses.
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Diagnóstico Laboratorial• Sangue
– Colher amostra de sangue de todo caso suspeito, para a realização de exame sorológico, preferencialmente entre o 5o. e o 28o. dia do início do exantema.
– As técnicas de diagnóstico utilizadas • ensaio imunoenzimático para IgM e IgG (ELISA) - rede• imunofluorescência para IgM e IgG; • inibição de hemaglutinação ou soroneutralização para a
determinação de anticorpos totais. • Urina ou secreção respiratória
• Colher amostra de urina ou de secreção respiratória• Realizar isolamento viral para identificar o genoma do vírus
circulante no país - diferenciar os casos autóctones dos casos importados e o vírus selvagem do vírus vacinal.
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Tratamento• Não há tratamento específico para a infecção. • Casos não complicados
– sintomáticos + hidratação oral, + terapia nutricional + higiene• Casos de subnutrição e/ou complicações
– suplementação com Vitamina A – tratamento das complicações deve seguir os protocolos
específicos.
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Prevenção• Vacinação - medida mais eficaz de prevenção
– Tríplice viral aos 12 meses + reforço entre 4 a 6 anos de idade– Bloqueio vacinal de contatos de casos suspeitos ou confirmados
• Indivíduos da faixa etária de 6 meses a 39 anos ou mais, que não comprovem vacinação anterior.
• Vacina utilizada para os maiores de 6 anos é a dupla viral. • Grupos de Risco profissional – devem ser vacinados
– Saúde – Rede hoteleira– Aeroportos, portos, taxistas, caminhoneiros– Turismo e sexo, – Quartéis, corpo de bombeiros.
– Vacina tríplice viral - sarampo, rubéola e caxumba.– Dupla viral – sarampo e rubéola.
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Vigilância Epidemiológica• Doença de notificação e investigação imediatas. • Brasil (1999) - estratégia de erradicação (OPAS)
– Estratégias de vacinação • vacinação indiscriminada de toda a população de 9 meses a
14 anos• campanhas periódicas de seguimento• vacinação de grupos de risco• vacinações de bloqueio
– Aprimoramento do diagnóstico laboratorial • Notificação
– Todos os casos suspeitos devem ser notificados imediatamente pelo nível local à Secretaria Municipal de Saúde
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Vigilância Epidemiológica• Situação da doença no Brasil
– Doença de notificação compulsória desde 1968– Na década de 70 - 2 milhões a 3 milhões de crianças– Até 1992 – 10 epidemias, uma a cada dois anos, em média. – Última grande epidemia – 1997 - + 50 mil casos. – Número de casos autóctones confirmados foi reduzido de 908
em 1999 para zero em 2001. – Em 2000 - ultimo surto de sarampo no País, no Acre - 15 casos. – Novembro 2000 - último caso autóctone - Mato Grosso do Sul. – O controle da doença também diminuiu o número de óbitos por
sarampo. – Em 1980, ocorreram 3.236 mortes. – Em 1999, foram notificados os últimos dois óbitos por sarampo
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Vigilância Epidemiológica
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
0
20,000
40,000
60,000
80,000
100,000
120,000
140,000
SARAMPO Distribuição de casos confirmados - Brasil, 1980 - 2005
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Vigilância Epidemiológica
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Vigilância Epidemiológica
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Vigilância Epidemiológica• Situação da doença no Brasil
– Nos últimos 5 ano - 10 casos - todos importados – Desde 2000 - + 97% dos casos notificados de sarampo foram
descartados com base em diagnóstico laboratorial.• Manutenção da erradicação
– coberturas vacinais altas e homogêneas na população infantil – vacinação dos indivíduos adultos que pertencem aos grupos de
risco acima referidos. – vacinação dos viajantes para países fora das Américas - evitar
reintrodução.– Entre 2001 a 2004, os casos confirmados de sarampo no Brasil
foram importados do Japão e da Europa– A partir da detecção de um caso realizar bloqueio vacinal e
busca de novos contatos.
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Vigilância Epidemiológica• Definição de caso– Suspeito • Todo paciente que, independente da idade e
situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse, coriza e conjuntivite.
– Confirmado• Todo caso suspeito comprovado como caso de
sarampo a partir de, pelo menos, um dos critérios: laboratorial, clínico ou vínculo.
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Vigilância Epidemiológica• Confirmado por Critério Laboratorial
– caso suspeito cujo exame laboratorial teve como resultado “reagente” ou “positivo para IgM”, e a análise clínica epidemiológica indica a confiRmação do sarampo
• Confirmado por Vínculo epidemiológico – caso suspeito, contato de um ou mais casos de sarampo
confirmados pelo laboratório, que apresentou os primeiros sintomas da doença entre 7 a 18 dias da exposição ao caso confirmado.
– Todo caso suspeito cujo exame laboratorial teve como resultado “não-reagente” ou “negativo para IgM” em amostra colhida entre o 1º e o 3º dia a partir do aparecimento do exantema, com história de exposição a um ou mais casos de sarampo confirmados pelo laboratório, em um período de sete a 18 dias antes do aparecimento dos sinais e sintomas.
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Vigilância Epidemiológica• Confirmado por Critério Clínico
– caso suspeito de sarampo que pela avaliação clínica apresente sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso suspeito, porém sem a obtenção de amostras de sangue para a realização de sorologia;
– não foi investigado– evoluiu para óbito sem a realização de qualquer exame
laboratorial.
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Vigilância Epidemiológica• Descartado– Todo paciente considerado como caso suspeito e que
não foi comprovado como caso de sarampo, de acordo com os critérios assim definidos:
• Descartado por Critério Laboratorial– Caso suspeito de sarampo cujo exame laboratorial teve como
resultado “não-reagente” ou “negativo para IgM”, em amostra oportuna, ou seja, colhida até o 28o dia do aparecimento do exantema.
– Caso suspeito de sarampo cujo exame laboratorial teve como resultado outra doença
• Caso suspeito de sarampo cuja análise dos resultados da sorologia em duas amostras pareadas não evidencia soroconversão dos anticorpos IgG.
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Vigilância Epidemiológica• Descartado por Vínculo epidemiológico
– Caso suspeito de sarampo que tiver como fonte de infecção um ou mais casos descartados pelo critério laboratorial.
– Quando na localidade estiver ocorrendo surto ou epidemia de outras doenças exantemáticas febris, comprovadas pelo diagnóstico laboratorial; nessa situação, os casos devem ser criteriosamente analisados antes de serem descartados e a provável fonte de infecção deve ser especificada.
• Descartado por Critério Clínico– Caso suspeito de sarampo em que não houve coleta de amostra
para exame laboratorial mas a avaliação clínica e epidemiológica detectou sinais e sintomas compatíveis com diagnóstico diferente do sarampo.
– O descarte clínico do sarampo representa falha do sistema de vigilância epidemiológica.