parasitos em transportes coletivos … · amebas, entamoeba histolytica, entamoeba coli e endolimax...
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FACULDADE ASSIS GURGACZ
PARASITOS EM TRANSPORTES COLETIVOS URBANOS DA CIDADE DE
CASCAVEL, P ARANÁ .
Cascave l
2015
MILENA GARCIA DOS SANTOS
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PARASITOS EM TRANSPORTES COLETIVOS URBANOS DA CIDAD E DE
CASCAVEL, PARANÁ.
Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade Assis Gurgacz, FAG, Curso de Farmácia. Prof. Orientador: Maria das Graças Takizawa
Cascavel - P R
2015
MILENA GARCIA DOS SANTOS
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PARASITOS EM TRANSPORTES COLETIVOS URBANOS DA CIDADE
DE CASCAVEL, P ARANÁ .
Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz - FAG,
como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a
orientação da Professora MARIA DAS GRAÇAS MARCIANO HIRATA TAKIZAWA.
BANCA EX AMINADORA
Me. Maria das Graças Marciano Hirata Takizawa
Me. Patrícia Stadler Rosa Lucca
Me. Layde Peder
Cascavel, 20 de Junho 2015.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que me apoiaram todos esses anos de faculdade, principalmente a meus pais Ana Garcia dos Santos e Arlindo Furtunato, foi por eles que tive força para seguir em frente, aos meus irmãos e meu marido Juliano que sempre me apoiou e aguentou meus momentos de cansaço.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus, pela força espiritual para a
realização desse trabalho.
Agradeço aos meus pais, Ana e Arlindo e ao eu marido Juliano pelo apoio,
compreensão, ajuda, e, em especial, por todo carinho ao longo deste percurso, e
também aos meus irmãos Elton e Aline que sempre me apoiaram.
As minhas amigas (os) que sempre acreditaram em mim e vitoriaram comigo
as conquistas.
Aos meus colegas de trabalho pela paciência e compreensão nos momentos
de estresse.
Aos meus amigos e colegas de curso, pela cumplicidade, compreensão, ajuda
e amizade durante os 5 anos de graduação.
Agradeço a coordenação do curso Prof.a Patricia e ao Prof.o Giovane pelo apoio
e ensinamentos durante esses anos.
Agradeço imensamente à Prof.ª Me. Maria das Graças Marciano Hirata
Takizawa, pelo companheirismo, amizade e esforço para a realização deste trabalho
e pela valiosa orientação concedida.
A todos os Professores do Curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz,
pela incansável busca por uma formação integral de seus acadêmicos.
A companhia de engenharia de transporte e trânsito do Município de Cascavel
– PR, especialmente à Larissa pela atenção que me deu para eu estar realizando o
trabalho.
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SUMÁRIO 1. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................07
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS............................................................................23
2. ARTIGO.................................................................................................................27
NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA.......................................................................40
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1. REVISÃO DE LITERATURA
HISTÓRIA DE CASCAVEL PARANÁ
O nome “cascavel” origina-se do latim clássico “caccabus”, cujo significado é
“borbulhar d’água fervendo”. Segundo histórias contadas, o nome surgiu de um grupo
de colonos que, pernoitando nos arredores de um rio descobriram um grande ninho
de cobras cascavéis, nomeando então o local como “Cascavel”. A sonoridade do guizo
originou o nome da serpente: do latim “tintinnabulum”, cujo significado é “o badalar do
chocalho”, símbolo de poder e sabedoria (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL,
2014).
A cidade situa-se a qual situa-se na região oeste paranaense está localizada
no terceiro planalto do estado, com uma altitude média de 758 metros e uma área de
2.091 km2. Os primeiros habitantes foram os índios caingangues que habitavam esta
região, após teve a ocupação iniciada pelos espanhóis em 1557. Uma nova ocupação
teve início a partir de 1730, com o tropeirismo, mas o povoamento da área do atual
município começou na década de 1910, por colonos caboclos e descentes de
imigrantes eslavos, no auge do ciclo da erva-mate (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CASCAVEL, 2014).
Com o ciclo da erva-mate em 1930 já extinto, iniciou-se o ciclo da madeira, que
atraiu famílias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, colonos poloneses, alemães e
italianos, que juntos formaram a base populacional da cidade. A emancipação
finalmente ocorreu em 14 de dezembro de 1952. Cascavel possui uma topografia
privilegiada, fato que facilitou seu desenvolvimento e permitiu a construção de ruas e
avenidas largas e bairros bem distribuídos.
Hoje com 309 mil habitantes é conhecida como a capital do Oeste Paranaense,
por ser polo econômico da região e um dos maiores municípios do Paraná
(PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL, 2014).
TRANSPORTE COLETIVO URBANO DE CASCAVEL
O sistema de transporte coletivo urbano do município de Cascavel – PR é
estruturado com uma frota de 152 ônibus, de duas empresas que operam 56 linhas,
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mais de 1000 pontos de ônibus e 03 terminais de transbordo. Terminal Oeste
inaugurado em 04 de abril de 1992 possui uma área de 1.170,00 m2. O terminal leste
inaugurado em 23 de março de 1992 tem 1.138,80m2 e o terminal Sul inaugurado em
14 de dezembro de 2000, possui uma área de 3.270,00m2 (CETTRANS, 2014)
A frota é composta atualmente por 08 ônibus articulados, 31 micrões e 113
ônibus comuns sendo 100% dos veículos com acessibilidade, onde em todos eles,
gestantes, idosos e pessoas portadoras de deficiência física têm bancos reservados
em locais privilegiados conforme prevê em lei (CETTRANS, 2014).
Atualmente 56 linhas fazem a ligação entre todos os pontos da cidade. Todas
as linhas que vem dos 31 bairros estão distribuídos nas zonas leste, oeste, norte e sul
e seu ponto final nos seus terminais de transbordo, a ligação entre os terminais é feita
pela linha eixo e pela linha direta que contribuem para um transporte mais rápido dos
bairros até os terminais (CETTRANS, 2014).
PARASITAS INTESTINAIS
Os parasitas intestinais acometem cerca de 2 bilhões de pessoas em
aproximadamente 150 países, sendo um dos mais sérios problemas de saúde em
várias regiões do mundo. No Brasil as enteroparasitoses constituem um sério
problema de saúde pública em destaque no cenário das doenças tropicais, sua
prevalência multiplica o risco de mortalidade tornando imprescindíveis a atenção para
que possa traçar medidas de controle para a população com maior risco de
contaminação (MENEZES, 2013).
No Brasil a população de baixa renda que reside em ambientes de alta
contaminação, aglomeração de pessoas, baixos índices de medidas sanitárias, coleta
de lixo e condições climáticas que favorecem o crescimento da disseminação dos
parasitas, tem um maior risco de se infectar (MURTA, et. al., 2009). Segundo Oliveira
e Germano (1992) a maior prevalência por infecção por parasitas intestinais encontra-
se nas zonas urbanas nos chamados cinturões de pobreza das regiões metropolitanas
do país.
As parasitoses intestinais são agrupadas segundo recomendações da
Organização Mundial da Saúde (OMS) no Grupo I da Classificação Internacional das
Doenças (CID) sendo as doenças predominantes de causas de morte, além disso
considera que países em desenvolvimento como Brasil, o aumento das taxas de
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mortalidade está cada vez maior. A persistência de parasitas como o Ascaris
lumbricoides infecta cerca de 980 milhões de pessoas no mundo além de outros
helmintos e protozoários causadores de danos às funções dos organismos ou
carência de nutrientes (MENEZES, 2013).
As parasitoses em geral são transmitidas por contato direto fecal- oral ou por
contaminação de alimentos e água em ambientes com condições sanitárias
inadequadas (LEVAI, 1986). Segundo Neves (2005) o parasita como agente agressor
é sempre beneficiado e o hospedeiro fornece abrigo e fonte alimentar sendo
prejudicado, na infância seu desenvolvimento normal é limitado e na fase adulta
mesmo sobrevivendo com as ações do parasita no seu intestino o homem tem suas
potencialidades físicas prejudicadas em vários níveis.
Segundo Murta e Massara (2009) a forma infectante mais comum são os ovos
de helmintos onde os mesmos já foram encontrados em cédulas de dinheiro,
transportes coletivos públicos, vegetais vendidos em feiras, chupetas de crianças,
sanitários de escolas e outros.
O transporte coletivo é um dos espaços físicos que potencializam o processo
de transmissão os quais devem ser avaliados, pois milhões de pessoas as quais estão
em constante contato com as partes internas do veículo, podem considerar como
carreadores de ovos, conforme resultados obtidos em estudos feitos em outras
regiões (MURTA et. al., 2009). Mendonça et. al. (2008) dentre as 120 lâminas
analisadas, 50 foram positivas com 3 achados sugestivos de cistos de Entamoeba
spp, ovo de nematódeo e cisto de protozoário.
AMEBÍASE
É a infecção acusada por protozoários comuns em nossa espécie cuja
característica é seu tamanho diminuto e a capacidade de formar cistos (SILVA, et. al.,
2005). Estão classificadas dentro do Reino Protozoa, Filo Sarcomastigophora, Subfilo
Sarcodina, Superclasse Rhizopoda, Classe Lobosia, Subclasse Gymnamoebida,
Ordem Amoebida, Família Entamoebidae e gêneros Entamoeba, Iodamoeba e
Endolimax.O gênero Entamoeba possui seis espécies: Entamoeba histolytica,
Entamoeba gengivalis, Entamoeba hartmani, Entamoeba polecki, Entamoeba coli e
Entamoeba dispar. No entanto, somente a espécie Entamoeba histolytica é
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patogênica para humanos (MENEZES, 2013). Apresenta ampla distribuição
geográfica com alta prevalência em regiões tropicais (ROQUE, 2005).
A transmissão da Entamoeba histolytica ocorre sempre pela ingestão de cistos
maduros oriundos de fezes de um portador, os mesmos resistem pouco tempo à luz
solar e à desidratação, porém em ambientes mais favoráveis conseguem resistir até
20 dias (NEVES et. al., 2009).
A maioria dos indivíduos é assintomática, porém outros podem apresentar
sintomas leves como dor abdominal, diarreias com fezes líquidas acompanhadas por
náuseas e cólicas, os sintomas duram uma a duas semanas (NEVES, 2005).
Figura 01 - Ciclo biológico da Entamoeba histolytica
Fonte: Adaptado do Center (2015)
Conforme visualizamos na (figura 01) a ingestão de cistos maduros viáveis de
Entamoeba histolytica, causa a infecção. Seu ciclo de vida é monoxênico e simples,
se encontra em quatro fases: cisto, metacisto, trofozoíto e pré-cisto. O ciclo se inicia
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com a ingestão do cisto maduro o qual apresenta 4 núcleos e corpos cromatóide,
através de alimentos e água respectivamente contaminados, o mesmo passa pelo
estômago e intestino delgado, as ações do suco gástrico e das secreções intestinais
contribuem para a formação de uma fenda na parede do cisto ocorrendo
desencistamento na porção distal do íleo e ceco. A partir deste processo se forma o
metacisto que por divisão binária dá origem a quatro e depois oito trofozoítos
metacisticos. O trofozoíto é a forma que promove a invasão da mucosa intestinal no
ceco e no colón vivendo como comensais, indicando doença, muitos deles se
diminuem formando o pré-cisto, etapa que marca o início de encistamento formando
assim um cisto jovem com apensa um núcleo (REY, 2008).
O tratamento é feito com fármacos antimicrobianos, prescritos pelo médico,
além da terapêutica específica, o paciente necessita ingerir muito líquido e receber
dieta rica em proteínas e vitaminas, porém pobre em fibras e carboidratos (MOTTA E
SILVA, 2002).
Segundo estudos realizados em rotas de ônibus por Fernandes, et. al., (2012)
em 40 lâminas analisadas, 28 foram positivas nos quais encontraram cistos de
amebas, Entamoeba histolytica, Entamoeba coli e Endolimax nana.
GIARDÍASE
Causada por protozoários Giardia lamblia acometendo principalmente crianças
de 0 a 5 anos de idade geralmente com baixa imunidade. Nos países desenvolvidos
a taxa é relativamente baixa, comparando com os países em desenvolvimento. No
Brasil a frequência varia segundo a população estudada, considerando-se a
população em geral, as taxas de giardíase não são elevadas comparando com a
população pediátrica (FERNANDEZ, 2006).
A Giardia lamblia apresenta semelhança com as amebas pelos dois estágios:
a forma trofozoítica que é a forma parasitária e a cística que é a forma mais infectante.
É o protozoário de maior prevalência mundial sendo a maioria dos portadores
assintomáticos, as infecções agudas são caracterizadas por diarreia explosiva, odor
fétido e com presença de muco (CIMERMAN; CIMERMAN, 2010).
Cardoso et. al. (1995) afirma que as infecções gastrointestinais são adquiridas
por via fecal-oral através da ingestão de cistos infectantes através dos alimentos,
mãos contaminadas e águas provenientes de reservatórios contaminados. Esses e
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outros estudos demonstram que a saúde pública continua sendo um grande problema,
principalmente em indivíduos econômica e culturalmente menos favorecidos
(MACHADO et. al., 1999).
Figura 02 - ciclo biológico Giardia Intestinalis
Fonte: Adaptado do Center (2015)
Conforme visualizamos na (figura 02) o ciclo biológico é direto, a ingestão de
10 a 25 cistos maduros é o suficiente para ter uma infecção, o cisto alcança o
estômago onde inicia o desencistamento se completando no intestino delgado,
(duodeno e jejuno) onde ocorre o rompimento dos cistos e a liberação dos trofozoítos,
cada cisto maduro com quatro núcleos liberam dois trofozoíto binucleados. Por
reprodução assexuada os trofozoítos multiplicam-se e colonizam o intestino, o ciclo
se completa pelo encistamento, após são excretados pelas fezes do hospedeiro e se
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mantidos em condições favoráveis de temperatura e umidade, os cistos podem se
manter viáveis por até dois meses no meio ambiente (NEVES, 2005).
Os sintomas mais comuns são irritação, gerando edema, dor, irritabilidade,
insônia e sintomas de má absorção: emagrecimento e avitaminose de vitaminas
lipossolúveis (A,D,E,K). A fase aguda pode durar de quinze a sessenta dias, paciente
não tratado pode evoluir para a cura ou evoluir para a crônica com duração de meses
ou até anos, porém sem sintomas. A giardíase não é de tratamento difícil, pois existem
vários medicamentos eficientes com poucos efeitos colaterais, os principais indicados
são metronidazol e o tinidazol com eficácia estimada acima de 90% (NEVES et. al.,
2009). ASCARIDÍASE
Infecção entre os helmintos dos mais conhecidos e comuns na espécie
humana, Ascaris lumbricoides, pertencente ao Filo Aschelminthes, Classe Nematoda,
Ordem Ascaridida, Superfamília Ascaridoidea, Família Ascarididae e Subfamília
Ascaridinae (NEVES, 2005). É mais frequente em crianças em idade escolar segundo
estudos realizados por Campos et. al., (2002). A frequência na população varia
conforme as condições climáticas, ambientais e do grau de desenvolvimento
socioeconômico em maior prevalência em pais em desenvolvimento com grande
impacto na saúde pública.
Segundo Menezes (2013), cerca de 70 a 90% do público atingido são as
crianças menores de dez anos e pertencentes às classes socioeconômicas menos
favorecidas de países subtropicais e tropicais como o Brasil.
Os ovos eliminados de Ascaris lumbricoides podem ser férteis, medem 60 a 45
micrômetros e tem forma esférica ou oval, contendo célula germinativa não-
segmentada, além de apresentar alta resistência no meio ambiente podem sobreviver
por até 90 dias na ausência de oxigênio e por até seis meses em solos úmidos. Podem
ser inférteis os quais são mais alongados com 80 a 90 micrômetros de comprimento,
citoplasma mais granuloso e casca mais delgada e não evoluem posteriormente
(NEVES, 2005).
O ambiente exerce um importante papel para a transmissão da parasitose, a
capacidade de infecção só é adquirida após o processo evolutivo onde necessita de
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lugares úmidos quentes e sombreados e o mesmo dura de três a quatro semanas
(CAMPOS et. al., 2002).
Os sintomas dependem do ciclo biológico do Ascaris lumbricoides, geralmente
são assintomáticas, quando atinge o ciclo larval com cargas elevadas, pode causar
hepatomegalia e raramente icterícia (REY, 2008).
A maior parte das infecções envolve uma pequena quantidade de parasitos
adultos, diagnosticado em exame de fezes, os sintomas dependem do número de
parasitos adultos que o indivíduo possui. Os principais sintomas de uma pessoa
infectada são fortes dores abdominais, enjoo, cansaço mental e físico, prisão de
ventre, asma, vômitos, diarreia, febre alta, pneumonia parasitária, dores infecções
intestinais, anemia, emagrecimento, perca de peso, falta de apetite, convulsões,
cólicas constantes (SILVA, et. al., 2011).
Figura 03 - ciclo biológico do Ascaris lumbricoides
Fonte: Adaptado do Center (2015)
Conforme visualizamos na (figura 03) os ovos quando eliminados pelas fezes
no solo não possuem capacidade de infecção, após seu processo evolutivo é que tem
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a capacidade de se tornar infectante e ao serem ingeridos tem sua casca amolecida
no estômago e sofrem ações digestivas onde liberam suas larvas. Fatores como
temperatura, pH, presença de agentes redutores, concentração de dióxido de carbono
do próprio hospedeiro favorecem a eclosão, além de seus ovos serem extremamente
resistente tornando-se fácil a contaminação pelo mesmo (NEVES, 2005).
Os vermes adultos vivem especialmente no jejuno e íleo dos pacientes, mas
aqueles com parasitismo elevado podem ter todo o intestino delgado ocupado,
mantem-se presos à mucosa intestinal pelos fortes lábios, há grande produção de
ovos férteis, e esses helmintos consomem grande quantidade de nutrientes,
espoliando o hospedeiro, nutrem-se basicamente de proteínas, carboidratos, lipídios
e vitaminas A e C (NEVES, 2009).
O macho adulto de Ascaris mede de 15 a 30cm de comprimento, seu corpo é
envolvido por uma cutícula lisa, estriada, contendo duas linhas brancas lateralmente
distribuídas em sua extensão, espículas laterais. Apresentam um testículo filiforme e
enovelado que se diferencia e canal deferente que se estende em canal ejaculador,
por sua vez abre-se na cloaca (REY, 2002).
A fêmea adulta de Ascaris mede de 30 a 40 cm de comprimento, assim como
o macho na sua extremidade apresenta a boca ou vestíbulo bucal na parte anterior
com três fortes lábios, apresenta dois ovários. São capazes de produzir
aproximadamente 200 mil ovos não embrionados, somente após sua eliminação no
ambiente através das fezes do hospedeiro parasitado que o embrionamento se
completa (REY, 2002).
O ovo infectante apresenta-se revestido por uma camada albuminoide,
grosseiramente mamilar, de cor castanho e com casca lisa e espessa. A camada
mamilonada é secretada pela parede uterina da fêmea e compõe-se de
mucopolissacarídeos, a camada seguinte é composta por 25% de proteínas e 75% de
lipídios, fazendo com que fique impermeável à água (MENEZES, 2003)
O tratamento para pacientes deve evitar drogas que causam a morte do
parasita de forma lenta, pois podem ocorrer complicações relacionadas com a
mobilização dos vermes. Drogas como mebendazol e albendazol que são os mais
utilizados não devem ser o medicamento de primeira escolha, pois os mesmos atuam
sobre a captação de glicose e síntese de tubulina pelo verme. A utilização do levomisol
é mais adequado devido a paralisia espástica nos vermes, facilitando a eliminação
(CHEHTER, et. al., 2000).
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A profilaxia contra ascaridíase está no controle da transmissão dos ovos do
parasita e inclui as medidas de higiene pessoal, lavagens das mãos após evacuações
e antes da alimentação, educação sanitária e melhorias nas condições de
saneamento (NEVES, 2005).
Murta e Massara (2009) em estudo realizado em frotas de ônibus de Belo
Horizonte, Minas Gerais – Brasil analisaram 330 lâminas com positividade de 17,3%
(57 lâminas) sendo que todos os 30 veículos se mostraram contaminados com três
diferentes ovos de parasitas, dentre os 64 ovos encontrados 09 eram de Ascaris
lumbricoides.
ENTEROBÍASE
Pertencente à Superfamília Oxyuroidea e à Família Oxyuridae, o Enterobius
vermiculares é o único representante patogênico para o homem. Sua incidência é
maior em regiões de clima temperado, e afeta principalmente a faixa etária de 5 a 15
anos (NEVES, 2005).
Doença causada por Enterobius vermicularis, possui distribuição cosmopolita e
incidência variável devido a diversos fatores, como a idade, clima, condições de
higiene e outros. Localizam-se preferencialmente no ceco, apêndice, reto e ânus onde
determina o sintoma principal que é o prurido (MORAES et. al., 2008).
No Brasil, sua incidência é elevada, não mais que nos outros países de padrão
socioeconômico muito mais alto como observado em certas regiões da América do
Norte e Europa. Atinge principalmente crianças, porém os adultos não estão livres da
contaminação podendo aparecer sob forma epidêmica nas famílias, colégios, asilos e
outras comunidades (MORAES et. al., 2008).
A transmissão pode ser direta fecal oral ou indireta através da inalação de ovos
presentes na poeira, dormitórios, habitação coletiva e roupas de cama. Sua
sintomatologia depende do quadro da doença, onde podem ocorrer manifestações
digestivas, representadas por náuseas, vômitos, dores abdominais e evacuações
raramente sanguinolentas, porém seu sintoma característico é o prurido anal
(CIMERMAN; CIMERMAN, 2008).
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Figura 04 - ciclo biológico do Enterobius vermicularis
Fonte: Adaptado do Center (2015)
Conforme visualizamos na (figura 04) após a ingestão de ovos embrionados,
as larvas eclodem no intestino delgado e os adultos se estabelecem no cólon. Os ovos
infectados e o intervalo de tempo da oviposição são de um mês sendo que o tempo
de vida útil do verme adulto é de dois meses. Para ocorre a oviposição as fêmeas
migram para fora do ânus e depositam seus ovos na região perianal, o primeiro estágio
é a forma embrionária após em condições de anaerobiose no interior do ovo se
desenvolve até formar o segundo estágio, os ovos na região perianal formam o
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terceiro e o quarto estágio. O quinto estágio é formado pela larva rabditoide o qual é
a forma infectante para o homem (NEVES, 2005).
O tratamento atual é feito por drogas usuais como albendazol, mebendazol,
pamoato de pirvinio e ivermectina, além de se as lesões se situam nas regiões
perianais e perineal torna-se necessário o tratamento local feito com soluções
antissépticas e pomadas (NEVES et. al., 2009).
Segundo estudos realizados por Borges et. al., (2009) das 16 diferentes linhas
de ônibus da cidade de Uberlândia, Minas Gerais – Brasil, três (18,7%) foi positivo
para ovos de E. vermicularis.
TRICURÍASE
A espécie Trichiura trichiuris, pertencente à Classe Adenophorea, Ordem
Trichurida, Superfamília Trichuroidea, Família Trichuridae, não possui órgãos
sensoriais e nem canais laterais do sistema excretor. O gênero apresenta a
designação de Trichocephalos e ou Trichocephalus, também é comum em crianças
em idade escolar e de regiões quentes e úmidas e precárias condições sanitárias.
Estima-se que um milhão de pessoas estejam parasitadas por esta doença sendo a
maior população jovens menores de 15 anos com altas cargas parasitárias e com
quadros mais graves da doença (MENEZES, 2013).
No Brasil em um levantamento realizado nas décadas de 60 em um total de
dois milhões de pessoas mostrou-se uma prevalência de por Trichuris trichiura de 35
a 39% em diferentes estados tendo a maior prevalência nos estados da região Norte,
Nordeste e litorânea devido as condições socioeconômicas, sanitárias e educacionais
menos favoráveis que nas regiões Sul e Sudeste que foram menores (MENEZES,
2013).
A transmissão ocorre através da ingestão de ovos embrionados. As larvas
amadurecem no intestino delgado e migram para o colo proximal em casos mais
graves os vermes podem ser encontrados no íleo terminal ao reto. Dependendo da
carga parasitária a infecção pode ser assintomática, porém em geral são crônicas com
dor abdominal, diarreia, distensão abdominal, náusea, flatulência e prolapso retal
(PRADO, 2001).
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Figura 05 - ciclo biológico do Trichuris trichiura
Fonte: Adaptado do Center (2015)
Conforme visualização da (figura 05) os ovos embrionados são eliminados
pelas fezes se desenvolvendo em um estágio avançado chamado clivagem e os ovos
embrionados tornam-se infectantes em 15 a 30 dias. Após a ingestão os ovos eclodem
no intestino delgado com lançamento de várias larvas que amadurecem e
estabelecem como vermes adultos no cólon; as fêmeas começam a oviposição 60 a
70 dias após a infecção. O tempo de vida útil dos adultos é de cerca de um ano
(NEVES, 2005).
A infestação ocorre pela infestação de ovos embrionados que se encontram na
água e alimentos contaminados, no intestino delgado o ovo eclode e a larva resultante
invade as microvilosidades intestinais passando por um período de maturação até a
fase adulta quando migra, sendo encontrada na porção cecal e reto do intestino grosso
(REY, 2008).
O tratamento alguns anos atrás se revestia de grande dificuldade, pois os
medicamentos disponíveis eram tóxicos e pouco eficientes. Hoje em dia as drogas
que demonstram mais eficientes foram o albendazol, mebendazol e o mais recente
2020
nitazoxanida os quais apresentam resultados eficientes, além de adoção de medidas
de higiene, educação sanitária da população e incremento das políticas de
saneamento ambiental (NEVES, 2009).
HIMENOLEPÍASE
A Hymenolepis sp pertencente ao filo dos platelmintos, subdivide-se entre as
espécies Hymenolepis nana e a Hymenolepis diminuta, causadoras da
himenolepíase, são espécies parecidas com as Taenias solium e saginata, diferindo
destas últimas pelo seu tamanho diminuto e por conseguir no caso da Hymenolepis
nana, realizar seu ciclo completamente no homem, sem participação de um
hospedeiro intermediário (NEVES, 2009).
Himenolepíase causada pelo Hymenolepis nana é um cestoide de pequena
dimensão. Ocorre comumente em crianças, atingindo grandes taxas em famílias e
grupos institucionais. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, sem presença de
hospedeiro intermediário através da ingestão de ovos presentes nas mãos ou
alimentos contaminados. Resistem de três a quatro dias, e na água perde sua
infectividade em três dias, os vermes adultos no trato digestivo humano não consegue
sobreviver mais que 14 dias (HUGGIENS, 1993).
Sua infecção ocorre em todo o mundo, no Brasil este parasita apresenta maior
incidência na região Sul, geralmente em ambientes fechados pelo frio e coletivos
como creches, transportes coletivos (MOTTA, 2012).
Quanto aos fatores de risco ambientais, reside na exposição de fezes humanas
e no acúmulo do lixo onde leva a proliferação de roedores e insetos, onde as
instalações sanitárias são precárias ou inexistente, tendo o ambiente ideal para a
contaminação domiciliar e alimentos expostos por ovos de Hymenolepis (HUGGIENS,
1993).
A maioria dos indivíduos infectados é assintomática, portanto infestações
graves podem causar inflamações intestinais devido à lesão na mucosa. Clinicamente
o paciente apresenta diarreia, podendo apresentar muco, dor abdominal, cólica,
anorexia, perda de peso e cefaleia (MOTTA E SILVA, 2002).
2121
Figura 06 - ciclo biológico Hymenolepis nana
Fonte: Adaptado do Center (2015)
Conforme a visualização da (figura 06) os ovos embrionados eliminados nas
fezes, podem sobreviver mais de dez dias exposto no meio ambiente. Existem dois
ciclos: direto e intermediário. O direto ocorre por meio de ingestão de água ou
alimentos contaminados e o intermediário ocorre quando os ovos são ingeridos por
meio de um hospedeiro intermediário (inseto). Quando esses ovos são ingeridos há
uma semi- digestão dos embriófitos e em seguida a oncosfera é liberada no intestino
se transformando em larva cisticercóide que retorna ao lúmen e se fixa na mucosa
intestinal pelo escólex desenvolvendo a forma adulta. Os ovos são eliminados nas
fezes formando a proglotes através do seu átrio genital e quando se desintegram no
intestino delgado ocorre a autoinfecção. O tempo de vida dos vermes adultos é de 4
a 6 semanas (MENEZES, 2013).
A droga de escolha para o tratamento é o praziquantel com eficácia de 90% em
torno de duas semanas e a niclosamida por seis dias seguidos com eficácia de 60 a
80% (MOTTA E SILVA, 2002).
Em estudos realizados por Murta e Massara (2009) dos 30 veículos analisados
93% deles estavam contaminados por Hymenolepis sp.
Estudos comprovam que objetos inertes como dinheiro, chupetas, telefones,
jalecos e brinquedos, são reservatórios de parasitas. A transmissão cruzada entre um
objeto para um hospedeiro constitui um importante fator no estabelecimento de
2222
numerosas patologias parasitárias (RODRIGUES, et. al., 2006). Medidas simples de
higiene como lavagens das mãos com água e sabão permitem a remoção desses
parasitas causando uma diminuição na probabilidade de desenvolver uma
contaminação.
2323
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2727
PARASITOS EM TRANSPORTES COLETIVOS URBANOS DA CIDAD E DE CASCAVEL – PR.
Parasites in transport collective urban Cascavel city – PR.
Milena Garcia dos SantosI, Maria das Graças M. H.TakizawaII.
RESUMO: Objetivo: Verificar a presença e identificação parasitológica em transportes coletivos urbanos da cidade de Cascavel – PR. Métodos: A coleta de amostras de helmintos foi realizada em catracas, corrimões e bancos de treze ônibus de diferentes zonas da cidade, utilizou-se a metodologia de Graham com fitas adesivas durex e coladas posteriormente em lâminas de microscopia, após foram analisadas em microscopia em objetivas de 10x e 40x. A comparação foi realizada entre o porcentual de positividade utilizando o teste Qui-quadrado de Pearson para análise estatística. Resultados: De 208 lâminas analisadas revelou-se 16,3% (n=34) de positividade, sendo Ascaris lumbricoides ovos férteis imaturos ou decorticados 14,4% (n=30) o predominante e ovos férteis maduros ou corticados 1,9% (n=4). De 16,3% (n=34) parasitos encontrados 18,5% (n=12) foram encontrados na catraca, 12,8% (n=10) nos corrimãos e 18,5% (n=12) nos bancos. As zonas não apresentam associação significativa (p > 0,05). Conclusão: Observou-se que a prevalência de parasitos encontrados não existe associação estatisticamente significativa entre as zonas coletadas.
Palavras – chaves: Parasitos, transportes coletivos, Ascaris lumbricoides.
ABSTRACT: Objective: To determine the presence and parasitological identification in urban public transport in the Cascavel city - PR. Methods: The collection of cysts and helminth eggs was held in turnstiles, railings and benches thirteen buses of different areas of the city, used the Graham methodology with cellophane tape and then pasted on microscope slides after were analyzed in microscopy objective of 10x and 40x. A comparison was made between the positivity percentage using the chi-square test of Pearson for statistical analysis. Results: From 208 slides analyzed proved to be 16.3% (n= 34) positivity, Ascaris lumbricoides being immature fertile eggs or decorticated 14.4% (n = 30) and the predominant mature fertile eggs or corticados 1.9% (n = 4). 16.3% (n =34) parasites found 18.5% (n = 12) were found at the turnstile, 12.8% (n = 10) in handrails and 18.5% (n = 12) in banks. Zones do not present a significant association (p> 0.05). Conclusion: It was observed that the prevalence of parasites found there is no statistically significant association between the collected areas.
Key - words: Parasites, public transportation, Ascaris lumbricoides.
IDiscente do curso de farmácia da Faculdade Assis Gurgacz – Fag. Cascavel (PR), Brasil. [email protected] IIDocente do curso de farmácia da Faculdade Assis Gurgacz – Fag. Cascavel (PR), Brasil. [email protected] Autor correspondente: Milena Garcia dos Santos. Rua Pelotas, 279 – Centro. CEP: 85813-680. Cascavel (PR) Brasil. Telefone: (45) 9912-8436 E-mail: [email protected] Artigo resultando de trabalho de conclusão de curso da discente Milena Garcia dos Santos. Apresentado a Faculdade Assis Gurgacz – Fag em junho de 2015 no município de Cascavel –
2828
INTRODUÇÃO
Os parasitas intestinais acometem cerca de 2 bilhões de pessoas em
aproximadamente 150 países, sendo um dos mais sérios problemas de saúde em várias
regiões do mundo. No Brasil as enteroparasitoses constituem um sério problema de saúde
pública em destaque no cenário das doenças tropicais, sua prevalência multiplica o risco
de morbimortalidade tornando imprescindíveis a atenção para que possa traçar medidas
de controle para a população com maior risco de contaminação1.
No Brasil a população de baixa renda que reside em ambientes de alta contaminação, aglomeração de pessoas, baixos índices de medidas sanitárias, coleta de
lixo e condições climáticas que favorecem o crescimento da disseminação dos parasitas,
tem um maior risco de se infectar2. Segundo Oliveira e Germano3 a maior prevalência
por infecção por parasitas intestinais encontra-se nas zonas urbanas nos chamados
cinturões de pobreza das regiões metropolitanas do país.
As parasitoses intestinais são agrupadas segundo recomendações da
Organização Mundial da Saúde (OMS) no Grupo I da Classificação Internacional das
Doenças (CID) sendo as denominações das doenças e causas de morte, além disso
considera que países em desenvolvimento como Brasil, o aumento das taxas de
mortalidade está cada vez mais relacionada as parasitoses intestinais, a persistência de
parasitas como o Ascaris lumbricoides infecta cerca de 980 milhões de pessoas no
mundo além de outros helmintos e protozoários causadores de danos às funções do
organismos ou carência de nutrientes1.
As parasitoses em geral são transmitidas por contato direto fecal- oral ou por contaminação de alimentos e água em ambientes com condições sanitárias
inadequadas4.
2929
A forma infectante mais comum são os ovos de helmintos onde os mesmos já
foram encontrados em cédulas de dinheiro, transportes coletivos públicos, vegetais
vendidos em feiras, chupetas de crianças, sanitários de escolas e outros2.
O transporte coletivo é um dos espaços físicos que potencializam o processo de
transmissão os quais devem ser avaliados, pois milhões de pessoas estão em constante
contato com as partes internas do veículo, podem considerar como carreadores de ovos,
conforme resultados obtidos em estudos feitos em outras regiões2. De acordo com a
revisão de literatura, as 120 lâminas analisadas, 50 foram positivas com 3 achados
sugestivos de cistos de Entamoeba spp, ovo de nematódeo e cisto de protozoário5.
Mesmo em ambientes coletivos que possuem condições de higiene satisfatória,
o grande número de usuários em escolas públicas, transportes públicos, banheiros e
instalações sanitárias, não conseguem muitas vezes obedecer às normas de higiene e
assim contribuem para o alto grau de enteroparasitismo em tais instituições6.
O transporte urbano coletivo facilita a transmissão de espécies parasitárias e deve
ser avaliado. Os passageiros estão em contato entre si e com as partes internas
dos veículos facilitando a dispersão dos ovos.
Em Cascavel, a distribuição de passageiros é realizada, na maior parte, entre os
terminais (Leste, Oeste e Sul) nos quais passam por dia um grande número de pessoas.
Essa população é formada por pessoas de diferentes classes sociais e com diferentes
hábitos higiênicos.
O objetivo deste estudo foi verificar e realizar a identificação dos parasitos
presentes nos transportes urbanos públicos de Cascavel - PR para servir como
parâmetro de acompanhamento e avaliações da limpeza e manutenção dos transportes
do município no que se refere à assistência preventiva das parasitoses
3030
MÉTODOS
Trata-se de um estudo qualitativo realizado em transportes coletivos urbanos da
cidade de Cascavel – PR, município o qual possui 309 mil habitantes. A coleta foi
realizada em 13 ônibus conforme cálculo estatístico n= √152 + 1 que fazem linha de
13 zonas mais carentes do município durante o mês de abril de 2015 sempre no período
da noite entre os horários das 20:00 às 21:30, quando os veículos são recolhidos para
manutenção e limpeza geral diária.
O processo de amostragem foi aleatório, à medida que os ônibus chegavam às
estações foram-se realizando as coletas dos materiais. O interior de cada veículo foi
dividido em 3 locais de coletas (catraca, corrimão e bancos) que apresentam maior
contato com os passageiros, para se ter uma maior probabilidade de resultados, foram
coletadas 5 amostras da catraca, 6 amostras dos corrimões e 5 amostras dos assentos dos
bancos.
Para a coleta do material utilizou-se o método de Graham (1941). Esta técnica
consiste em colar uma fita adesiva transparente de 6 cm por cinco ou seis vezes em cada
local da coleta nos ônibus, e posteriormente fixou-as longitudinalmente sobre lâmina
devidamente identificada.
As lâminas foram embrulhadas separadamente em papel alumínio e
transportadas sobre refrigeração em caixa de isopor até o laboratório de parasitologia da
Faculdade Assis Gurgacz, examinadas em microscopia óptica e os ovos foram
identificados com o aumento de 10x e 40x.
A comparação entre o porcentual de positividade foi feita utilizando o teste Qui-
quadrado de Pearson, a um nível de significância de 5% através do programa SPSS
statistics (versão 2.0).
3131
RESULTADOS
Foram analisadas 208 lâminas, 16,3% (n=34) das amostras analisadas estavam
infectadas por ovos de Ascaris lumbricoides, enquanto 83,6% (n=174) não estavam
parasitados (Figura 1). Dos 13 ônibus analisados, 12 estavam contaminados, sendo
considerado um resultado significativo (p = 0,00).
Figura. 1: Ocorrência de positividade nos transportes coletivos urbanos de Cascavel
– PR. (p<0,05)
16,3%
83,6%
Fonte: Análises realizadas
A positividade entre as áreas coletadas dentro dos ônibus foi de 37% (n=24) dos
ovos encontrados nos assentos dos bancos e na catraca, 12,8% (n=10) foram encontrados
nos corrimãos (Figura 2). A espécie parasitária encontrada foi Ascaris lumbricoides
ovo fértil decorticado ou imaturo 14,4% (n=30) e ovo fértil corticado ou maduro 1,9%
(n=4).
• Positivas • Negativas
3232
Figura 2: Positividade nos diferentes locais de coletas.
Fonte: Análises realizadas
Na relação entre as zonas de coletas observou-se que das 12 zonas com resultados
positivos, 8 ônibus tiveram resultados significativos entre o total de amostras, com o
índice de resultados (p < 0,05) e os outros 4 ônibus tiverem um resultado não significativo
(p > 0,05) conforme a figura 3. Cálculos estatísticos foram realizados para a comparação
entre as zonas de coletas onde concluiu – se que não existe associação estatística
significativa entre as diferentes zonas (p= 0,210).
3333
Figura 3: Positividade de zonas e locais de coleta
Locais de coleta Amostras +
Número / Zonas
Catraca Corrimão
Banco Total Valor p*
1 - Interlagos 1 2 1 4 0,01
2 - Linha direta 3 0 0 3 0,02
3 - Bela Vista 3 2 2 7 0
4 - Fag / Univel 1 1 1 3 0,02
5 - Santa Cruz 0 0 1 1 0,63
6 - Canadá 0 0 3 3 0,02
7 - Morumbi 0 1 0 1 0,63
8 - Santos Dumont 0 0 0 0 ------
9 - Esmeralda 1 1 1 3 0,02
10 - Eixo Leste / Oeste 0 1 0 1 0,63
11 - Bresmadeira 1 0 0 1 0,63
12 - Cancelli 1 1 1 3 0,02
13 - Claudete 1 1 2 4 0,01
Total 12 10 12 34
Fonte: Análises realizadas * Teste do Qui-quadrado de Pearson
Também foram observadas nas análises das lâminas outras estruturas como grão
de pólen, esporos de vegetais, sementes e insetos. No interior dos veículos observou-
se alguns vetores mecânicos como moscas e baratas, ficado evidenciada assim a
diversidade deste ambiente.
DISCUSSÃO
Estudos epidemiológicos apontam uma elevada prevalência de
parasitoses intestinais, as quais apresentam um sério problema de saúde pública em todo
o Brasil, na maioria das vezes estas estão relacionadas às condições de higiene e
saneamento básico7. As condições climáticas, associadas com a presença de vetores e
3434
da elevada resistência de algumas formas de transmissão parasitárias, favorecem uma
ampla distribuição de parasitos2,7.
As pessoas que utilizam os transportes coletivos públicos constituem um grupo de
risco para a contaminação e aquisição de infecções intestinais, pois além de passar um
grande número de pessoas por dia de várias classes sociais, trata-se de um ambiente
fechado, onde se tem contato com dinheiro em papel e moedas os quais são fontes de
infecção de agentes patogênicos7,8. A transmissão cruzada entre um objeto para um
possível hospedeiro constitui um importante fato para o estabelecimento de numerosas
patologias parasitárias9.
Na figura 1 está representada a porcentagem de positividade do total de amostras
(16,3%) onde todas estão contaminadas por ovos de Ascaris lumbricoides, concordando
com estudos realizados em Belo Horizonte - MG os quais analisaram 330 lâminas
com positividade de 17,3% (n=57), sendo encontrados 9 ovos de Ascaridae2.
No presente estudo foi encontrado uma alta prevalência de ovos de Ascaris
lumbricoides, isso se justifica por ele apresentar uma membrana externa que proporciona
aderência a superfície, em estudos realizados em diferentes ambientes públicos os quais
obtiveram achados de Ascaridae, a ocorrência é maior onde a temperatura é quente e com
alta umidade8,10.
Ao contrário do presente estudo onde se observou ovos de Ascaris
lumbricoides. Em 16 diferentes linhas de ônibus, três (18,7%) foram positivas para ovos
de Enterobius vermicularis8. E em estudos realizados em Curitiba – PR foram
encontradas somente em uma rota de ônibus e poucas formas de resistência de parasitos,
sendo identificas como Taenia sp., Schistosoma mansoni e larva de nematódeo9.
3535
Em 40 amostras coletadas de duas linhas diferentes de transportes públicos de
Grande Vitória – ES, 70% estavam parasitadas por Entamoeba coli, Endolimax nana e
Entamoeba histolytica14.
Na figura 2 e 3 observou-se uma maior positividade na catraca em um total de 18,5% (n=12) ao contrário dos estudos encontrados 3,5% (p=2) o qual apresentou uma
menor prevalência de contaminação2. Concordando com estudos realizados em Uberlândia –
Minas Gerais, encontrou uma baixa prevalência de contaminação nas catracas sendo de
6,25%8.
Em estudos houve uma positividade de 31,6% (n=13) nos assentos dos bancos2
ao contrário do presente estudo onde a positividade foi de 18,5% (n=12) comparando
com os estudos, entre os bancos traseiros e dianteiros a positividade foi de 12,5%8.
Nos corrimões onde os contatos com as mãos são maiores, foi onde houve uma
menor prevalência de achados de parasitos 12,8% ao contrário dos estudos onde foi a
maior prevalência de contaminação 53,1%2. Em amostras coletadas em corrimões de
duas linhas diferentes de transportes públicos de Grande Vitória – ES 70% estavam
parasitadas14.
No presente estudo a prevalência de achados de Ascaris lumbricoides nos
corrimãos foi menor, onde esperava-se uma maior positividade, devido ao contato com
as mãos. Em estudos realizados, onde o mesmo coletou amostras da região periungueal
das unhas de 60 mulheres dona de casa, constatou a presença de ovos de Ascaris
lumbricoides em 15% das amostras12.
Na figura 3 na relação entre as zonas de coletas observou-se que não há uma
significância de porcentual dos resultados obtidos entre elas (p= 0,210), assim como
em Grande Vitória – ES o qual não obteve diferença no porcentual entre as rotas
estudadas sendo de 50%14, diferente de estudos em Belo Horizonte – Minas Gerais que
3636
das três estações coletadas houve uma significância de porcentual de positividade
(p=0,001)2.
Observou-se uma maior prevalência de Ascaris lumbricoides na zona 3 - Bela
Vista, bairro onde se habita uma população mais carente, comprovando isso em estudos
realizados na comunidade carente dos bairros periféricos do município de Feria de
Santana (BA) onde analisou-se 5370 amostras e 50,1% apresentaram positividade13.
Autores relacionaram sua baixa forma de resistência parasitologia com a
limpeza diária feita pela companhia de transporte urbano de Curitiba - PR após o
recolhimento dos veículos9. No presente estudo o valor total das amostras com a
positividade não foi significativo, porém se a limpeza fosse adequada não teria dados
índices de parasitoses.
Devido a aderência dos ovos e o grande fluxo de pessoas, todos os dias, é
importante que as higienizações diárias dos transportes públicos sejam realizadas
mais adequadamente. Em estudos realizados testou-se diferentes produtos químicos
para a inibição do embrionamento de ovos de Ascaris lumbricoides, observou- se que
somente o germicida e bactericida a base de Orto-benzil para-clorofenol 0,75%; formol
a 37% (0,4%); sabão; óleo de pinho; solvente e corante, usados puros por 10 minutos
inibiu completamente o embrionamento11.
O presente estudo demostrou que os transportes coletivos urbanos também
podem atuar como reservatório parasitológico. O porcentual de veículos contaminados
por Ascaris lumbricoides é um resultado significativo, sendo uma provável consequência
da limpeza e da higiene pessoal dos passageiros.
3737
Portanto sugere-se algumas medidas profiláticas como limpeza diária mais
adequada dos veículos, instalações de álcool em gel nos terminais e nos veículos além de
cartazes informativos de educação sanitária e saneamento básico.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à professora Maria das Graças M. H. Takizawa pelo apoio durante a
realização do trabalho e a companhia de engenharia de transporte e trânsito do município
de Cascavel – PR pela liberação do estudo.
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